28 dezembro 2018
Horror em Amityville
Antes de ler “Horror em Amityville” considerava “ACasa Infernal” (Richard Matheson) e “O Iluminado” (Stephen King) os dois livros
mais importantes no gênero ‘casas mal-assombradas’. Agora, após ter devorado o
drama da família Lutz, posso afirmar que o livro de Jay Anson se encontra no
mesmo patamar dos outros dois. Ainda ontem disse para um amigo que essas três
obras formam a trindade literária do gênero “Haunted House”.
“Horror em Amityville” perturba o leitor. Os fatos
vividos por George e Kathleen Lutz, juntamente com os seus três filhos, além do
padre Frank Mancuso são por demais assustadores. Digo “fatos” porque segundo o
autor do livro, todos os fenômenos que rolaram na grande casa colonial, situada
na Ocean Avenue, nº 112, em Amityville, aconteceram na realidade.
A família Lutz teria decidido se mudar para o imóvel –
que fica na beira de um lago – um ano após ele ter sido palco de um brutal e
sangrento assassinato. Em 13 de novembro de 1974, por volta das 3h15 da
manhã, Ronald DeFeo Junior, popularmente conhecido por Butch, na ocasião com
apenas 23 anos, empunhando um rifle esportivo, executou seu pai, sua mãe e seus
quatro irmãos, dois meninos e duas meninas a tiros, enquanto dormiam.
25 dezembro 2018
10 fatos incríveis sobre Stephen King que você desconhecia
Sou fã do mestre do terror; aliás, um grande fã. Isto
fica evidente na maioria dos posts do blog e também na minha estante de livros,
onde as obras de Stephen King existem aos borbotões.
Nesta postagem, resolvi homenagear o autor de uma
maneira diferente. Ao invés de escrever a resenha de um de seus livros, optei
por fazer uma lista onde cito alguns fatos curiosos que aconteceram em sua
vida. Com certeza, vocês se lembrarão de alguns, mas também, com a mesma certeza,
outros serão grandes novidades, pois são desconhecidos da grande maioria dos
fãs do autor.
Vamos a eles!
22 dezembro 2018
Cinco escritores que ficaram famosos escrevendo apenas um livro
Este post, surgiu graças à influência de duas
escritoras famosas: Margareth Mitchell e Emily Bronthë. Quando devorei “E o
Vento Levou” e “O Morro dos Ventos Uivantes”, fiquei sabendo que elas
escreveram apenas um livro, cada, e esse único livro foi o suficiente para
transformá-las em verdadeiros mitos da literatura mundial.
‘Entonce’ tive a idéia de vasculhar na Web e tentar
descobrir outros escritores que tiveram o mesmo destino de Mitchell e Bronthë,
ou seja, apesar de terem escrito um único livro, conseguiram angariar o respeito
de milhares de leitores. Vamos à eles;
19 dezembro 2018
Angústia na cidade do caos – Crônicas de uma era indecente
Pretendia abordar este
assunto já há algum tempo, mas agora após ter lido “Angústia na Cidade do Caos –
Crônicas de uma era indecente” de Lennon Lima, o tal assunto veio a calhar. Aliás,
ele já estava ‘calhando’ desde outras leituras como “As Crônicas de Miramar - O Segredo do Camafeu de Prata” e “A Liga dos Corações Puros – A Chama”.
O negócio é o seguinte,
aqueles que respiram, vivem, dormem e acordam literatura brasileira, sabem da
dificuldade dos novos autores no momento de lançar o seu primeiro livro.
O cara, mesmo sendo bom e
encaçapando outros escritores conhecidos, peleja demais para lançar a sua obra
inicial. Muitas vezes, ele acaba sendo obrigado a pagar pela tiragem da obra.
Dói no coração porque os caras são competentes e suas histórias incrivelmente
boas, mas muitos editores FDP que mal sabem interpretar um texto, preferem
ignorar essa galera e continuar cedendo espaço para uma cambada de gringos e seus
enredos água com açúcar que quase sempre vendem milhares de exemplares por causa do alto
investimento em marketing.
16 dezembro 2018
10 séries da Netflix baseadas em livros
Se, atualmente, existe um sinônimo perfeito de
sucesso, esse sinônimo se chama Netflix. A famosa empresa de streaming vem
crescendo a cada dia, aumentando de maneira significativa o número de
assinantes que diariamente acompanham as suas séries e filmes.
No post de hoje, você confere dez séries brilhantes da
Netflix que tiveram os seus roteiros baseados em livros. E vamos à elas!
13 dezembro 2018
A Liga dos Corações Puros: A Chama
Antes de incluir “A Liga dos Corações Puros: A Chama” - do escritor e roqueiro paulistano César
Dabus - na categoria cult, gostaria primeiramente de dar uma definição para
essa palavra. Afinal, o que vem a ser cult? Bem, pense da seguinte forma: um
grupo grande ou pequeno de pessoas que prefere coisas alternativas em vez de
coisas mais comuns, isso vale para músicas, filmes e modo de vida num geral.
O livro de Dabus não é nada comum, pelo contrário, a
obra foge totalmente dos conceitos da literatura tradicional. O enredo que saiu
da cabeça do autor é muito louco, algo transcendental. Se você está acostumado
com enredos lineares, personagens bem definidos e plots pouco incomuns, ao ler
as primeiras páginas de “A Liga dos Corações Puros: A Chama” poderá ter um
piripaque. Certamente, exclamará – PQP! O cara que escreveu essa história
endoidou!!
Lendo tudo isso que escrevi até agora no post, você
pode achar que o livro é uma porcaria, uma barca furada. E eu respondo – Não. Não
é. Pelo contrário, a história idealizada pelo autor é fantástica, mas... desde
que você abra sua mente e fuja das formalidades.
10 dezembro 2018
10 livros para ler em clima de Natal (Parte II)
Pois é, o Natal está chegando, clima de muito amor,
confraternizações e claro, leitura de livros, muitos livros do gênero, para
também vivermos a magia dessa época tão especial.
Em 2012 escrevi um post indicando dez livros para a
galera ler, enquanto aguardava a chegada do Natal. Agora, após seis anos,
resolvi dar sequência aquela postagem (se você ainda não leu, acesse aqui),
selecionando outras dez obras da mesma casta para devorarmos neste clima
natalino de 2018.
06 dezembro 2018
Mentes sombrias
O livro é apenas meia boca; o filme, uma verdadeira
bomba. Desculpem-me aqueles que gostaram de um ou de outro, ou então, dos dois,
mas é assim que vejo o livro de Alexandra Bracken e o filme de Jennifer Yuh
Nelson que estreou nos cinemas recentemente.
Vou deixar o filme de lado e me ater a obra literária
para não fugir da proposta do blog, que como vocês sabem se encaixa no gênero
literário. Comprei o livro de Bracken influenciado pelos comentários positivos
da maioria dos leitores cadastrados no portal Skoob. Não pensei duas vezes e pimba!
Efetivei a compra da distopia.
Confesso que a história começou por cima, prendendo muito a atenção, tanto é que achei o
mote da autora incrível: “Num mundo
apocalíptico, uma pandemia mata a maioria das crianças e adolescentes. Aqueles
que conseguem escapar, estranhamente, adquirirem habilidades psíquicas
assustadoras. Por esse motivo o governo desse mundo distópico decide criar uma
força tarefa para tirar esses jovens de suas famílias e enviá-los para campos
de custódia, semelhantes aos campos de concentração nazistas.”
03 dezembro 2018
Indefinição sobre o lançamento de “A Guerra do Lobo” no Brasil continua. Editora não esclarece dúvida dos leitores
Já paguei caro por ser transparente, aqui, no blog.
Prova disso, foram as portas fechadas por várias editoras para parcerias.
Acredito que após ter escrito um post, alertando sobre o perigo dessas
parcerias entre editoras e blogs (ver aqui) onde cito o risco do blogueiro
“vender a sua alma” em troca de muitos livros, o meu filme deu uma boa queimada.
Agora, algo que não entendo e mesmo assim, me deixa mais
descrente, é ver o meu e-mail abarrotado de releases dessas editoras. Pera aí. Na
minha opinião, isto é ser muito cara de pau. O cara diz que o seu blog, apesar
de muito bom, não foi selecionado porque não preencheu alguns requisitos da
editora; mas entonce, depois de algumas semanas o tal editor começa a lhe
enviar releases de obras solicitando apoio na divulgação?
01 dezembro 2018
Box com obras raras de Bram Stoker é lançado pela editora Nova Fronteira
Hoje de manhã quando encarei o meu editor de textos, a
prioridade seria escrever sobre um outro assunto, mas antes de digitar as
primeiras frases da minha ideia inicial,
resolvi dar uma rápida zapeada pelas livrarias virtuais para se inteirar das
novidades e entonce... aconteceu o inesperado.
Logo na primeira zapeada dei de cara com uma novidade
que me fez dar um “pause’ no assunto que pretendia abordar. Cara, a novidade
que estava, alí no site da Saraiva, estampada na minha cara era i-n-a-c-r-e-d-i-t-á-v-e-l! Tanto o livro
quanto a promoção estonteavam qualquer leitor.
Alí, bonitinho, se encontrava um box luxuoso com três
livros, todos em capa dura, contendo histórias pouco difundidas e sem edições
disponíveis no Brasil escritas por ninguém menos que Bram Stoker. Acredita?!
Além da obra prima Drácula – que ocupa todo o primeiro
volume - o box lançado pela editora Nova Fronteira inclui “Os Sete Dedos da
Morte” e “A Toca do Verme” (2° Volume), enquanto o terceiro volume traz a antologia
“Contos Estranhos”, que reúne nove histórias curtas de terror, entre as quais a
mais famosa “O Hóspede de Drácula”.
27 novembro 2018
Um estranho no espelho
Há mais de três décadas, sempre perto dos
finais de tarde, eu tinha o hábito ir até a biblioteca municipal da minha
cidade para ficar ‘folheando’ algumas obras. Enquanto os meus amigos, após o
serviço, iam direto para os barzinhos ou butecos da vida, o rato de biblioteca,
aqui, se enfunava no meio dos livros para mergulhar em viagens fantásticas que
só alguns enredos tinham o poder proporcionar. No final, sempre levava um livro
para ler em casa.
Foi naquela saudosa biblioteca, onde hoje funciona a
Companhia de Polícia Militar, que ‘peguei’ gosto pelos livros de Sidney
Shelson. Ainda me lembro que havia uma coleção de uns 10 livros do autor, a
qual acabei devorando toda. Pois é, “Um estranho no espelho”, fazia parte dessa
coleção. Gostei tanto do livro que acabei relendo-o outras vezes, sendo a mais
recente no mês passado.
Discordo daquelas pessoas que consideram essa obra uma
das menos famosas de Sheldon ou então uma
das mais fracas. Nada a ver. Pelo menos para mim, “Um estranho no espelho” é
fantástico.
24 novembro 2018
Um Passe de Mágica
Eu estava
em dúvida se lia o livro de William Goldman ou se assistia ao filme com Anthony
Hopkins. No final, optei pelo livro que serviu de inspiração para a produção
cinematográfica de 1978 com um Hopkins ‘quarentão’ e ainda lutando para se
firmar nas telonas.
O
livro é bom. Vejam bem, eu disse bom e não ótimo ou excelente. A história de um
ventríloquo famoso que passa a ser aterrorizado pela sua própria criação, ou
seja, um boneco, consegue prender a atenção, mas somente a partir do meio do
romance, já que o início é um pouco morno. As páginas relacionadas a infância e
juventude do ilusionista e ventríloquo Corky Withers são ‘arrastadas’, evitando
que a leitura flua normalmente. Com isto, o leitor acaba se cansando, mas a
partir do momento que o boneco Fats entra em cena, o contexto muda
radicalmente.
Êta
bonequinho maligno! Sem contar que o boneco é o próprio Corky. Explico melhor.
O boneco não tem vida própria. Isto mesmo. Quem dá vida ao boneco é o seu dono:
Corky, o ventrícolo e ilusionista. Por isso, o enredo não tem nada de
sobrenatural, se encaixando com perfeição no gênero suspense ou quem sabe,
forçando um pouco a barra, na categoria terror psicológico.
21 novembro 2018
O Judoka é relançado em edição luxuosa pela AVEC Editora
Na
semana passada ao verificar o meu Email quase tive um troço. Fiquei
entusiasmado, alegre, exultante, sei lá; o que posso dizer é que adorei a
notícia recebida. Afinal de contas estava relacionada com um de meus heróis
preferidos e que marcou a minha adolescência. Estou me referindo ao Judoka
(veja mais sobre o herói aqui). Este singularizou tanto a minha geração que com
o passar dos anos, os seus gibis acabaram ganhando o status de cult. Não só os
gibis, mas também o filme de 1972 com Pedrinho Aguinaga, que apesar de ter
recebido uma saraivada de críticas na época de seu lançamento, hoje é
considerado não só um produto cult como também raro. Portanto, se você tem essa
película, não desgrude dela nem mesmo quando for tomar banho. Quanto aos gibis,
apesar de estarem seguindo o mesmo caminho do filme, por enquanto ainda podem
ser encontrados em alguns sebos.
A
notícia bombástica que recebi e motivou todo esse entusiasmo foi o retorno do
Judoka, agora com uma nova roupagem. Verdade galera! Depois de quase 50 anos, a
fera imbatível do judô está volta.
17 novembro 2018
Cinco promoções literárias imperdíveis pré-Black friday
Conheço diversos gritos de guerra que servem para expressar
o nosso estado de espírito. Quem acompanha o blog e a fanpage do Livros e
Opinião sabe que o meu grito de alegria é o “Iahuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!”,
presente em tantas postagens. Quanto ao
seu pode ser “Ahhhhhhhhhhh!!!” ou aquele ““OooooooooAaaaaaaaaa!!!!” com as duas
vogais únicas esticadas no último volume. Sei lá, depende do estilo e
também da personalidade de cada pessoa.
Os mais desinibidos terão gritos de guerra mais ousados, enquanto que os mais
tímidos terão o seu brado mais contido.
Mas um detalhe que sempre me intrigou foi a forma
como um colega meu, o Maurinho – ele permitiu que o seu nome verdadeiro fosse
citado – sempre extravasou a sua alegria ao ser surpreendido por um fato bom.
13 novembro 2018
Biografia autorizada e inédita de Agatha Christie chega nas livrarias
Uma biografia sobre a “Rainha do Crime” que contasse
tudo, absolutamente tudo, mas sem mentiras e exageros. Acredito que esse é o
sonho da maioria dos fãs de Agatha Christie. Após a sua morte em janeiro de
1976, foram lançadas várias biografias, mas em nenhuma delas, os autores
tiveram acesso à documentos ou cartas de Agatha que ficavam sempre guardadas a
sete chaves pelos seus herdeiros, longe dos olhares curiosos.
Por isso, essas obras eram desprovidas de muitas
informações, tornando-se superficiais, não despertando o interesse dos
leitores. Quase sempre, os seus autores apelavam para depoimentos pouco
confiáveis de amigos, parentes ou pessoas que juravam ter participado de pelo
menos dois ou três minutos da vida social da Rainha do Crime. Ora! Tudo isso,
obviamente, muito pouco para escrever uma biografia no mínimo razoável.
Agora, tudo indica que acabamos de ganhar algo à
altura da maior escritora de histórias policiais de todos os tempos. A editora
Bestseller do Grupo Record lançou em outubro “Agatha Christie – Uma Biografia”
da escocesa Janet Morgan que teve acesso a todas as cartas e informações
sigilosas sobre Agatha, incluindo o seu diário pessoal.
10 novembro 2018
Cinco filmes baseados em livros de Nicholas Sparks que irão lhe fazer chorar
Quem
nunca chorou ao ler um livro de Nicholas Sparks? Acredito que mesmo que a
história tenha sido meia-boca, pelo menos uma ou duas lágrimas insistiram em
rolar de seus olhos. Sparks é sempre Sparks. Se ele está inspirado, você cai no
choro; se está nos seus maus dias, você chora do mesmo jeito. Costumo dizer que
o autor é o “Rei dos Dramalhões” com muito mais poder de fogo do que as novelas
mexicanas que são recheadas de amores trágicos e mal resolvidos.
Se
os livros de Sparks são barra pesada, imagine, então, os filmes baseados nessas
obras! Digo isso, porque a maioria dos diretores e roteiristas gostam de dar
uma exagerada no enredo original para transformar as salas exibidoras em
verdadeiros vales de lágrimas.
06 novembro 2018
Os melhores contos de H.P. Lovecraft
O meu erro foi querer ler numa tacada só as mais de
740 páginas de “Os Melhores Contos de H.P. Lovecraft. Por isso, aconselho que
você jamais faça isto. Por que? Simples. Lovecraft é um autor inteiramente e
visceralmente descritivo; diálogos, com certeza, não fazem parte do seu menu.
Resultado: você vai ter pela frente um livro com 741 páginas todo descritivo e
praticamente sem nenhuma interação direta entre os personagens, ou seja, sem
aquele bate papo gostoso entre mocinhos, heróis e vilões, recheado de
travessões ou aspas. Para não ser tão pessimista, talvez nos 19 contos do livro
você consiga pescar dois ou três diálogos e só.
Há algum tempo, li “Sobre a escrita” de Stephen King,
onde o mestre do terror - um dos maiores admiradores do trabalho de Lovecraft -
dizia que elaborar diálogos não era a
praia do criador dos “Mitos de Cthulhu”.
Vejam bem, não estou afirmando que pela falta de
diálogos a obra seja ruim; longe dessa injúria. O que estou querendo dizer é
que dedicar-se, exclusivamente, à leitura desse calhamaço de 741 páginas vai te
esgotar e muito. No meu caso, quando cheguei perto do final do livro já estava
caçando, desesperadamente, algum diálogo como se procura água no deserto e por
isso, a leitura começou a travar, simplesmente, não fluía mais.
03 novembro 2018
Seis livros infantis recomendados para falar sobre a morte com as crianças
Há
alguns anos aconteceu algo curioso com um amigo. Um fato, envolvendo uma
criança, que eu achei atípico. Confesso que naquele momento não concordei com a
maneira como esse meu amigo tentou resolver o problema. Já antecipo que esta
situação em que participei passivamente foi a inspiração para escrever o post que
você está lendo agora.
A
filha pequena do Humberto (nome fictício) – hoje já adolescente - havia acabado de perder a sua avó por quem
tinha uma verdadeira paixão. Quando a avó morreu, a menina ficou muito triste e
queria saber o que tinha acontecido. Na tentativa de tornar menor o sofrimento
da filha, seu pai disse que a vovó foi fazer uma longa viagem. Ainda me lembro
que após algum tempo, a filha do Humberto sempre cobrava o retorno de sua
querida avó. Resultado: quando soube, por outras bocas que ela jamais iria ver
a velhinha novamente, a situação complicou-se. Resumindo: foi necessário até
mesmo ajuda psicológica.
30 outubro 2018
Nas montanhas da loucura
Tenho que ser sincero, por isso já peço desculpas aos leitores que cultuaram esse conto de H.P. Lovecraft, mas... não gostei. A leitura não fluiu, travou mesmo; e em alguns momentos pensei em parar tudo e partir para outra historieta do livro “Os Melhores Contos de H.P. Lovecraft” da editora Hedra.
Quem é fã de carteirinha do autor sabe que a principal característica de suas narrativas é a ausência de diálogos. Costumo dizer que encontrar um ‘bate-papo’ entre os personagens que fazem parte da mitologia lovecraftiana é mais difícil do que encontrar uma agulha no palheiro. Geralmente, os enredos são narrados em primeira pessoa por personagens que vivenciaram os fatos, quase sempre cientistas, jornalistas ou pesquisadores que ficaram abalados ao presenciarem uma situação de terror. Como os diálogos são ínfimos, o jeito é dar asas para a descrição dos eventos.
27 outubro 2018
Discípula de Sidney Sheldon Lança “A Viúva Silenciosa”. Livro já está em pré-venda
Olha...
sinceridade? Depois da pedrada que levei no meio da cabeça após ter lido “ASenhora do Jogo”, de Tilly Bagshawe – escritora convidada pelos herdeiros de
Sidney Sheldon para dar sequência ao seu legado literário – jurei que iria
ficar esperto com relação aos novos lançamentos da autora e jornalista
britânica que ficou conhecida como a “Sidney Sheldon de saias” e que para mim,
pelo menos ainda, não faz jus a esse apelido.
Cara,
“A Senhora do Jogo” é horribile, mas muito horribile. Sheldon deve ter se revirado
no túmulo por ter sido o co-autor da obra, graças a concordância de seus
herdeiros. O excesso de sexo que permeia a história em alguns trechos beira o
pornográfico e a falta de carisma dos personagens detonaram essa sequência do
clássico “O Reverso da Medalha”.
24 outubro 2018
Livros e Opinião de cara nova
O
velho e sábio ‘Kid Tourão’ sempre me dizia: - Filho tem a hora certa pra tudo;
não adianta colocarmos o carro na frente dos bois. Sem planejamento não
chegamos a lugar nenhum. – Caramba que saudades dessa pessoa tão especial que
um dia fez parte da minha vida. Se você não teve a oportunidade de conhecer o
grande Kid nos posts do blog, veja aqui, aqui, mais aqui e por fim esse aqui.
Esta
filosofia “Touriana”, como costumo dizer, serviu inteiramente para os propósitos
desse blog que já mantenho há mais de sete anos. Ultimamente vinha acalentando
o sonho de mudar o layout do Livros e Opinião, mas tomando como exemplo a sábia
frase do velho Tourão, optei por não fazer nada de afogadilho.
21 outubro 2018
Remake do filme “O Cemitério Maldito”, baseado em livro de Stephen King, tem data de estreia definida
Com
certeza, dois filmes de terror que marcaram as gerações dos anos 80 e 90 foram:
“It: A Obra Prima do Mal” (1990) e “o Cemitério Maldito” (1989); e por coincidência,
as duas produções foram baseadas em livros do grande mestre do gênero: Stephen
King. Outra analogia entre esses dois filmes é que ambos ganharam novas
adaptações cinematográficas. O primeiro – dividido em duas partes – estreou nos
cinemas
18 outubro 2018
Um sussurro nas trevas
Depois
de “O caso de Charles Dexter”, “A cor que caiu do céu” e “O Horror de Dunwich”,
aqui estou eu, novamente, para escrever sobre H.P. Lovecraft. Bendita hora que um
amigo presenteou-me com alguns livros do conhecido escritor (se você ainda
desconhece essa história clique aqui).
De
posse dos livros, o primeiro que devorei foi “O caso de Charles Dexter”, depois
veio “A cor que caiu do céu” e finalmente, o fantástico “O Horror de Dunwich”,
um dos melhores de Lovecraft na minha humilde opinião.
Como
havia gostado dessas três histórias, não pensei duas vezes em encarar “Um
sussurro nas trevas” que faz parte da coletânea “Os Melhores Contos de
Lovecraft” lançado pela editora Hedra -
um calhamaço com aproximadamente 750 páginas - que adquiri recentemente, poucos
dias antes de ter sido presenteado pelo meu amigo. Vale lembrar que as três
histórias citadas no início do post também fazem parte dessa coletânea.
14 outubro 2018
Rosa Amanda Strausz e Heloisa Seixas: as duas rainhas do grito do blog Livros e Opinião
Nestes sete anos de Livros e Opinião, fiz vários
amigos virtuais. Blogueiros que como eu, decidiram abraçar os desafios de ter
um blog literário. Conversamos, trocamos idéias, participamos de projetos
conjuntos, além de outros detalhes que foram reforçando essa amizade. Um desses
amigos que tive a oportunidade de conhecer neste período foi o Rafael Michalski
ou, simplesmente, Rafa, do “Biblioteca do Terror”. Gente boa e das boas.
10 outubro 2018
O horror de Dunwich
Capa do livro da editora Hedra |
O
livro “O Horror de Dunwich” é espetacularmente fodástico. Uma das melhores
histórias de H.P. Lovecraft que já li. À exemplo de “A cor que caiu do céu”, o
autor vai nos conduzindo, aos poucos, para os meandros do mais puro terror. É
incrível como os personagens esquisitões que saíram da cabeça de Lovecraft ao
longo de sua carreira literária tem o dom de perturbar os leitores. Cara, eles
incomodam demais, ao ponto de exclamarmos: “Eu heimmm! Não quero encontrar com
um sujeito desses nem que a vaca tussa e crie asas!!”. E olha que estou me
referindo a seres humanos – ou algo parecido – e não à monstros. Porque quando
o assunto descamba para o lado daquelas criaturas cheias de tentáculos e olhos
espalhados por cada milímetro dos seus corpos disformes e escamosos; o medo que
sentimos deixa de incomodar e passa a aterrorizar. Aliás, a mitologia criada
por Lovecraft é muito perturbadora.
06 outubro 2018
Livros de bolso: uma viagem inesquecível ao passado
Ontem, enquanto fuçava algumas prateleiras no porão
de casa, me deparei com algumas edições daqueles livrinhos de bolso publicados em
páginas de papel jornal – acho que localizei ‘uns’ três de faroeste que estavam
perdidos numa caixa bem velha. Pois é, bastaram esses três livrinhos para que
eu realizasse uma gostosa viagem no tempo: desliguei-me completamente daquele porão
cheio de caixas velhas e embarquei de mala e cuia para o passado. Quando digo passado estou me referindo à sala
da casa dos meus pais na década de 70. Naquela sala, havia uma cômoda super
xique onde o meu irmão mais velho guardava os seus livros (ver aqui). Cara, como eu gostava de bisbilhotar naquele armário!
02 outubro 2018
10 grandes detetives dos romances policiais
Eles são intrépidos, bonachões, dissimulados e até
mesmo paranóicos. Tudo vai depender do seu tipo preferido. Afinal de contas, a
literatura policial presenteou os seus leitores ao longo dos anos com as mais
variadas castas de detetives.
No post de hoje, resolvi homenagear essa galera que
nasceu para solucionar crimes perfeitos; seja com truculência ou então com toda
a sutileza.
Escolhi dez detetives dos livros que, pelo menos para
mim, são considerados os melhores do gênero.
28 setembro 2018
A Cor Que Caiu do Céu
Como havia lido e gostado de “O Caso de Charles Dexter”, aproveitei e já
engatei um segundo livro de H.P. Lovecraft,
torcendo para que fosse tão bom quanto a obra citada acima. A torcida
deu certo. “A Cor Que Caiu do Céu” é fantástico. Você não consegue desgrudar do
livro, tanto é que o li em menos de dois dias, mesmo estando com a minha vida
completamente atarefada e bagunçada. O enredo engendrado por Lovecraft é muito bom e consegue te prender
como uma teia de aranha.
Sabem aqueles livros que você vai lendo, vai lendo e
aos poucos se desliga de tudo ao seu redor? “A Cor Que Caiu do Céu” tem esse
poder. A história já começa tensa quando um representante de uma empresa de reservatórios
chega a uma pequena e misteriosa cidade
com a intenção de construir uma represa. Ao descobrir fatos ao mesmo tempo
pitorescos e macabros relacionados ao local, o sujeito se assusta e vai embora ‘voando’,
abandonando até mesmo a idéia da obra.
25 setembro 2018
O Caso de Charles Dexter Ward
Às
vezes milagres acontecem, inclusive milagres
literários.
E foi um desses milagres maravilhosos que acabou me atingindo em cheio. Depois
da grata surpresa, passei a crer que o meu anjo da guarda também é um grande devorador
de livros.
Galera,
vejam só se esse meu amiguinho de asas não gosta de ler... Há dois meses,
recebi um telefonema de um amigo que estava se mudando para outra cidade. Ele
me perguntou na lata: - Moreira, quer uns livros? – e na sequencia já emendou –
Se for ocupar muito espaço em sua estante, eu despacho para a biblioteca
municipal. - Imediatamente eu soltei um sonoro “Nãaaaaaaaaaaaaao!!!!” no
telefone.
Quando
fui até a sua casa para ver os tais livros, encontrei verdadeiras obras de
arte, entre elas, vários Lovecraft, Crichton e King, entre outros. Cara, saí
com a sacola cheia!
Entre
os livros presenteados estavam: “O Caso de Charles Dexter Ward”, “A Cor Que
Caiu do Céu” e “Horror em Dunwich”. Nem esquentei a cabeça por já ter gastado,
no mês passado, mais de sessenta paus no livro “Os Melhores Contos de H.P.
Lovecraft” da editora Hedra que por coincidência já traz em sua coletânea essas
três histórias.
22 setembro 2018
Seis livros perigosos que prejudicaram a humanidade
Ao longo da história, muitos escritores equivocados escreveram
obras que ao invés de contribuir para o aprimoramento da cultura ou então para
o desenvolvimento da ciência, serviram apenas para espalhar o medo, a divisão e
o ódio. Obras que pregavam a superioridade de uma raça sobre as demais, que
incentivavam a matança de mulheres consideradas bruxas, que inspiravam as
pessoas a cometerem atos desastrosos, e por aí afora.
Livros que não fizeram nenhum bem para a humanidade,
pelo contrário, prejudicaram um grande número de pessoas que infelizmente, optaram
por seguir a filosofia ensandecida pregada pelos seus autores.
18 setembro 2018
10 livros infantis para incentivar o hábito da leitura nas crianças
Como prometi no final do post “A importância dainfluência dos pais no hábito da leitura” estou publicando uma lista com 10
sugestões literárias que certamente irão contribuir para transformar os
‘baixinhos’ em grandes devoradores de livros.
Educadores e pedagogos infantis são unânimes em
afirmar que ler para as crianças nos primeiros anos de vida é de extrema
importância para o desenvolvimento delas. É nesta fase, chamada de primeira
infância, quando as estruturas cerebrais
ainda estão sendo formadas, que as crianças começam a ganhar o gosto pela
leitura. Portanto, os pais não devem ser relapsos. Fazer com que o filho ganhe
gosto pela leitura é uma verdadeira missão e das mais importantes.
E vamos à nossa lista!
15 setembro 2018
Tenho um blog literário, mas também quero ter um canal no Youtube. Cuidado: pense bem antes de tomar essa decisão
Pois é... ás vezes baixa um espírito de
hiperatividade em mim e então, apesar do pouco tempo disponível para
desempenhar as minhas atividades, começo a planejar outras tarefas em minha
vida. Depois de alguns dias, o tal espírito de hiperatividade se cansa e me
abandona indo procurar, talvez, outras vítimas mais atraentes.
Por que estou escrevendo isto? Simples. Há poucos
dias tive a idéia de criar um canal literário no YouTube. Cara, confesso que na
hora me entusiasmei e muito! Comecei planejar poses e falas e fiz até um vídeo
experimental. Fui dormir muito feliz com este novo projeto martelando em minha
mente, mas no dia seguinte ao acordar, enquanto tomava uma ducha, comecei a
pensar... a pensar e... “Pera aí! Cê ta loco cara?!”, exclamei. “Como não bastasse
o blog, Twitter e Instagram, você ainda quer um canal?!! Novamente, a voz da
minha consciência – a ‘Dona Razão’ que sempre aparece nos meus momentos
insensatez para me puxar as minhas orelhas – sapecou uma segunda bronca: “Você
pensa que só tem o blog em sua vida? E quanto aos seus afazeres profissionais?
Os seus momentos de lazer? Os seus filmes, que você adora assistir? O tempo
para a leitura dos seus livros?”. E continuou me detonando: “Vai Tigrão, segue
em frente! Vá de encontro à felicidade, quero dizer à infelicidade”.
Depois dessa bronca, percebi o tamanho da minha maluquice
e por isso, resolvi escrever esse post para alertar os blogueiros que, por
acaso, venham ser possuídos pelo perigoso ‘espírito da hiperatividade literária
nas redes sociais’.
12 setembro 2018
Jornalista de Goiânia lança “Sobreviventes do Césio-137” que desvenda os segredos do maior desastre radiológico da história
Jornalista Carla Lacerda |
Há fatos que marcam a vida da gente. Podem passar
anos ou décadas que eles ficam ali agarrados em nossos neurônios e volta e meia
eles ressurgem trazendo recordações boas, ruins, tristes ou alegres. Um dos
fatos que não consigo esquecer aconteceu há quase 31 anos. Na época, eu estava
no auge dos meus 26 anos de idade e vivendo os loucos “Anos 80”: os melhores
filmes, as melhores músicas, diabruras com os amigos, paqueras, zoações, enfim,
uma verdadeira loucura e das boas, diga-se. Tudo teria sido um paraíso naquela
época se não fosse um trágico acontecimento.
Estou me referindo ao acidente com o césio-137 em
Goiânia.
O vazamento do material, em 1987, foi considerado o
maior desastre radiológico da história e pode ter deixado até 80 vítimas fatais.
A tragédia teve início após dois catadores de lixo
entrarem em contato com uma porção de cloreto de césio, o tal césio-137. O
componente químico ficava dentro de um aparelho de tratamento de câncer, que
estava em uma clínica abandonada na capital de
Goiás. Foram necessários apenas
16 dias para que o “brilho da morte”, como a substância ficou popularmente
conhecida, matasse quatro pessoas e contaminasse centenas.
Yago Sales que colaborou na obra |
Em apenas duas semanas, o césio-137 causou o maior desastre
radiológico do mundo.
Até hoje, não entendo tanta irresponsabilidade. Cara!
Como você desativa uma unidade de tratamento de câncer e esquece no local uma
máquina velha de radioterapia?!! E foi justamente isso que aconteceu. Todos os
aparelhos da clinica foram levados, menos a maldita máquina.
Este equipamento que usava cloreto de césio em pó
como fonte de energia chamou a atenção de dois catadores de lixo. Pensando em ‘fazer
dinheiro’, levaram a arma mortal para casa, desmontaram e após entrarem em contato
com a cápsula de césio-137, decidiram vendê-la juntamente com o equipamento
para o dono de um ferro velho que ao ver a cápsula brilhante, acreditou ter
encontrado a verdadeira pedra filosofal. ‘Estourando’ de alegria resolveu
chamar vários amigos, colegas e vizinhos para mostrar a sua descoberta.
Pronto... Tava feito o estrago. O veneno mortal se espalhou e contaminou, praticamente,
toda a cidade.
Acidente com o césio-137 causou medo, pânico e mortes em Goiânia |
Quando o acidente do césio-137 completou 20 anos, a
jornalista goiana Carla Lacerda lançou – pela primeira vez – o livro “Sobreviventes
do Césio-137”. Agora, decorridos mais de 10 anos, ela decidiu – juntamente com
outro jornalista, Yago Sales - recontar
a história de uma maneira mais completa, acrescentando muitas outras informações,
além de novos depoimentos.
Esta 2ª edição de “Sobreviventes do Césio-137”,
lançado em agosto, questiona os dados
sobre as mortes em decorrência do “acidente” com a substância radioativa.
Falaram em seis, 12 e, em seguida, 15.
Na minha opinião, o ponto alto da obra foi a atenção
que os autores dispensaram ao relato das vítimas e de seus familiares que fizeram
revelações surpreendentes , muitas delas contrariando os chamados relatos
oficiais.
Nesta nova edição, ficamos sabendo como viviam as
vítimas do acidente e o que sentiram durante esse período. Entre os depoimentos
estão o de Lucimar e Lucélia, irmãos da
menina Leide das Neves, uma das vítimas mais célebres. Lacerda escutou, ainda,
Wagner Mota que já faleceu e, por isso, o seu testemunho acabou tornando-se
raríssimo. Além dessas, há várias outras entrevistas.
“Sobreviventes do Césio-137” pode ser encontrado no
site da editora Nega Lilu pelo valor de R$ 40,00.
Sem dúvida, um grande livro, um grande lançamento.
09 setembro 2018
Os Frutos Dourados do Sol
Acabei de ler “Os Frutos Dourados do Sol” de Ray
Bradbury e adorei. Quando os críticos dizem que o autor é considerado o rei dos
contos de ficção científica não dá pra negar. Prova disso são obras como
“Crônicas Marcianas”, “O Homem Ilustrado”, “Fahrenheit 451” e, claro, “Os
Frutos Dourados do Sol”. Curiosamente, a
maioria dos contos desse último não tem nada a ver com ficção científica. São
histórias comuns do nosso dia a dia, mas que nas mãos de Bradbury acabam se
transformando em enredos incríveis. É por isso que vou mais além ao classificar
o talento desse escritor, pois na minha opinião ele não pode ser considerado
apenas o rei dos contos de ficção científica, mas também um dos reis das
histórias de suspense, policial, terror e ainda de fatos corriqueiros que fazem
parte da rotina de vida de qualquer cidadão comum.
Dos 22 contos do livro, apenas cinco tem o status de
ficção científica, quanto aos demais passeiam pelos gêneros policiais,
suspense, terror e algumas banalidades. Êpa, pêra aí!? Eu disse banalidades?
Sim, banalidades. Mas, com um porém; esses tais fatos banais vistos pela ótica
de Bradbury se transformam em verdadeiras obras primas.
Comprei “Os Frutos Dourados do Sol” por causa de um
único conto: “Um Som do Trovão”. Apesar de saber que poderia encontrar essa
história facilmente na internet, queria tê-la à moda antiga, ou seja, impressa num
livro para que eu pudesse manuseá-lo e depois guardá-lo em minha estante.
Quando descobri que “Um Som de Trovão” fazia parte da coletânea de “Os Frutos
Dourados do Sol” não pestanejei e comprei o livro imediatamente.
A medida que fui lendo os contos, percebi que grande
parte deles não tinha nada a ver com ficção científica, mas ao invés de ficar
frustrado, acabei sendo engolido por
aqueles fatos fictícios transformados em histórias e que poderiam,
perfeitamente, estarem acontecendo comigo ao invés dos personagens da história.
É evidente – como acontece com todos os livros de
contos de qualquer autor - existem os bons e também aqueles bem fraquinhos, mas
garanto que a maioria deles são ótimos.
Vou listar aqui, os contos que mais me agradaram.
Aqueles que eu devorei com avidez. Anotem:
01
– A sirene do nevoeiro
Conto narrado em primeira pessoa e com um leve toque
de terror. Dois amigos que trabalham e moram num grande farol localizado numa
baía presenciam algo extraordinário numa noite fria de novembro. Atraído pela
luz e pela sirene que ecoa no mar, algo misterioso sempre visita o farol em
determinada noite do ano e depois vai embora. Só que nesta madrugada, durante a
sua vinda, este ser estranho resolve fazer algo diferente e assustador.
02
– O pedestre
Em menos de cinco páginas, Bradbury já arremata a
história. Aliás, essa é uma das características do autor: contos curtos e com
finais abertos ou impactantes. O enredo se desenrola num futuro distópico onde
a rotina das pessoas é assistir as suas enormes televisões e depois entrar em
seus poderosos carrões e trabalhar. E só. Um escritor não se enquadra nessa
rotina, já que ao invés de se entregar a televisão e aos carros, prefere caminhar todas as noites pelas ruas da
cidade. Por isso, ele acaba se dando mal.
03
– As Frutas do fundo da fruteira
Não só o melhor conto do livro – juntamente com ‘Um
Som de Trovão’ – como também um dos melhores contos que já linha em minha vida.
Bradbury dá uma aula de como manter o leitor grudado na trama. Você,
simplesmente, não consegue desgrudar os olhos da história. No conto narrado em
primeira pessoa, o protagonista que acabou de matar uma pessoa na própria casa
dessa pessoa, se vê obrigado a eliminar todas as provas que possam
incriminá-lo. Desesperadamente, ele começa a limpar tudo o que possa ter tocado
na casa da vítima com o objetivo de apagar as suas impressões digitais. A cada
impressão digital apagada, a sua angustia vai aumentando. A limpeza pode
continuar para sempre.
04
– O menino invisível
A solidão é a premissa desse conto. Uma bruxa
fracassada – os seus feitiços deixaram de dar certo – que vive na solidão
decide enganar um garoto para que ele fique sempre ao seu lado como companhia.
Ela ganha a atenção do menino dizendo que tem o poder de torná-lo invisível e
após jogar um feitiço no menino, bem... as coisas não saem como o planejado. Achei o
final bem melancólico.
05
– A máquina de voar
O autor nos transporta para a China no distante ano
de 400 AC, onde um homem consegue voar, após ter criado um engenho sofisticado
e fora da realidade para aquela época. Quando o seu feito chega ao conhecimento
do imperador, o leitor é surpreendido com a atitude do monarca que decide fazer
algo surpreendente.
06
– O papagaio de papel dourado e o vento prateado
História com toques infantis e muito divertida, mas
que ensina uma grande lição de vida no final. Ah! É o segundo conto do livro
que tem a China antiga como pano de fundo. Duas cidades vizinhas competem entre
si para saber qual é a mais poderosa. O termômetro desse poder é ‘medido’ pelo
formato de suas muralhas. Quando um imperador muda a aparência da muralha de
seu reino, imediatamente o seu rival tem a mesma atitude. Esta competição cega
vai ensinar uma lição muito importante para os dois monarcas.
07
– O bordado
Conto curtíssimo de apenas quatro páginas que
arrepia o leitor por causa de seu impacto final. Três senhoras idosas ficam na
varanda de uma casa bordando e conversando sobre algo misterioso que irá
acontecer dentro de pouco tempo e que poderá modificar as suas vidas e também
de outras pessoas. Quando você descobre o que é... então, vem o impacto.
08
– O grande jogo entre brancos e pretos
O título já entrega o conto. Durante todos os anos é
realizado um jogo de basebol entre os hóspedes brancos de um hotel e os
empregados negros. Tudo vai bem antes do jogo, mas depois que o árbitro apita, o
clima começa a piorar, descambando para o inevitável caminho do preconceito.
Neste conto escrito em 1945, quando a discriminação racial ainda persistia em
diversos segmentos da sociedade americana, Bradbury mostrou toda coragem ao
deixar evidente a sua posição anti-racista.
09
– O lixeiro
O conta fala de um lixeiro que apesar de não ter
grandes regalias na vida se considera feliz com o seu trabalho que dá certa
estabilidade à sua família. Esta rotina tranqüila muda no momento em que ele
recebe a noticia de que será obrigado a recolher com o seu caminhão de lixo os
corpos das vitimas de uma bomba atômica.
10
– Um som de trovão
Encerro a lista com o conto que fez com que eu
comprasse o livro. Demais! Que narrativa! O enredo fala de uma viagem no tempo
e as suas conseqüências através da extrapolação do ‘efeito borboleta’. Na
trama, uma empresa denominada Time Safari, Inc. assegura que pode levar
pessoas de volta no tempo de modo que elas possam caçar animais pré-históricos,
tais como o Tyrannosaurus rex. A fim de
evitar um paradoxo temporal, eles agem com muito cuidado para deixar o curso
dos acontecimentos intacto, visto que mesmo uma alteração mínima pode causar
mudanças gigantescas no futuro. Os viajantes só podem abater animais que iriam
morrer em breve, e não podem sair de uma trilha demarcada, que flutua acima do
solo. Nenhum objeto pode ser removido do passado, e a única recordação
permitida é uma foto do caçador ao lado do monstro morto. Tudo vai bem até que
um dos caçadores decide desrespeitar as normas.
Taí galera, livraço! Recomendo muito a leitura. A
boa notícia é que a obra pode ser encontrada facilmente nos sebos a preços
módicos.
06 setembro 2018
A importância da influência dos pais no hábito da leitura
Fico triste quando vejo um pai estimulando o seu
filho pequeno – e quando digo pequeno, quero dizer criança, de fato - usar um
celular ou videogame ao invés de sentar-se ao seu lado, abrir um livro e
começar a contar uma história. Cada vez que presencio esta cena, constato a
morte, aos poucos, de mais um futuro devorador de livros.
Infelizmente, isso está se tornando cada vez mais
comum nos lares brasileiros. Um dia desses, um velho amigo me perguntou porque
a nossa geração tinha um gosto maior pela leitura do que as gerações
contemporâneas. Eu lhe respondi com um sorriso nostálgico: culpa da tecnologia.
É evidente que o advento da internet - que conectou o planeta diminuindo o tempo de propagação das
informações, além de abrir um verdadeiro mundo de conhecimento num simples
clicar de teclas – provocou uma grande revolução, de maneira positiva, no
conhecimento das pessoas, mas por outro lado foi matando aos poucos a magia dos
livros, das bibliotecas e principalmente da ‘contação’ de histórias aos filhos,
por parte dos pais.
Hoje, crianças na tenra idade, sem pestanejar, optam
por terem o seu canal no Youtube -
visando a divulgação de vários temas, menos livros. É difícil vermos uma
criança ou pré-adolescente com um canal direcionado à leitura. A maioria dos
youtubers literários já são adolescentes maduros ou então adultos. Os baixinhos
preferem postar sobre minecrafts, jogos eletrônicos e até culinária. Quanto as
obras literárias, nem pensar.
Na geração do meu ‘amigo inconformado’ e também na
minha, a chegada da internet não passava de um sonho ou melhor, de um delírio.
Por isso, quem dominava o cenário eram os vendedores de livros de porta em
porta e também as bibliotecas. Resultado: tínhamos muito mais leitores jovens.
Mas acredito que a magia dos livros ainda pode ser
resgatada pelos pais dos tempos modernos. Para isso, basta apenas um pouco mais
de vontade e tempo. Que tal readquirir aquele velho hábito de abrir um livro e
começar ler uma história para o seu filho antes dele dormir? Incluir na agenda
visitas nas livrarias e bibliotecas? São atitudes simples, mas podem criar nos pequeninos
o hábito pela leitura.
A Pastoral da Criança, um dos principais organismos
de ação social do Brasil - fundado por Dom Paulo Evaristo Arns e sua irmã Zilda
Arns - que tem como objetivo a promoção do desenvolvimento integral de crianças
entre 0 e 6 anos de idade em seu ambiente familiar e em sua comunidade, vem
afirmando há muito tempo que o hábito dos pais em contar histórias para os seus
filhos é fundamental para despertar nas crianças o interesse pelo universo da
literatura. E, cá entre nós, trata-se de uma atitude tão simples. Para isso,
basta você escolher um livro infantojuvenil, criar um conto e até mesmo, narrar
a história da família e as ações vividas no dia a dia.
Você que lê este post e tem filhos ainda crianças,
saiba que as histórias, sejam elas de ficção ou não, são uma parte importante
do desenvolvimento infantil e trazem uma série de benefícios, entre eles:
ajudam a estimular a imaginação, a curiosidade, o desenvolvimento da linguagem,
da escrita, minimizam a solidão, proporcionam relaxamento e ampliam as conexões
cerebrais.
Jair Rangel dos Passos, coordenador da Pastoral da
Criança na Diocese de Cachoeiro do Itapemirim (ES), é professor de língua
portuguesa, literatura e um entusiasta das histórias. “É por meio das
histórias que as crianças se transportam. Quando elas lêem um livro ou uma
historinha, elas vivenciam aquele momento, se colocam dentro da história, se
tornam um personagem e se emocionam. Nós, adultos, temos de ensinar as crianças
a se transportarem para as histórias, é assim que elas vão criar gosto pela
literatura. Eu por exemplo, sempre viajo para a China, para dentro da Bíblia,
para o passado e o futuro, tudo por meio dos livros”.
Eu espero, de coração, que esse post faça com que os
pais voltem a dar a merecida importância para o desenvolvimento da leitura de seus
filhos.
À princípio, quando comecei escrever esse texto, a
idéia era indicar cinco ou 10 livros essenciais para as crianças se apaixonarem
pela leitura, mas então, fui escrevendo, escrevendo e... já viu né? Um texto
que deveria ser curto, acabou extrapolando as linhas.
Prometo na próxima postagem, publicar essas sugestões
livros.
Inté!
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