31 janeiro 2017
Quem Tem Medo de Escuro
Cara, o livro escrito em 2004 recebeu uma saraivada
de críticas da maioria dos fãs de Sidney Sheldon. A coisa foi braba man, choveu
balas pra todos os lados, menos os meus tiros, afinal eu gostei da história. É
evidente que “Quem Tem Medo de Escuro” não se compara, por exemplo, com “O Reverso da Medalha” ou “O Outro Lado da Meia Noite”, mas também querer colocá-lo
no mesmo patamar de “A Senhora do Jogo” – escrito por Tilly Bagshawe com o aval
dos herdeiros de Sheldon – é apelar. “A Senhora do Jogo” é a pior obra que leva
a marca do autor e querer equiparar os dois livros é muita insensatez.
Considero “Quem Tem Medo de Escuro” uma história
intermediária de Sheldon e por isso, boa. Vejam bem, boa; não ótima. O livro
foi um presente que ganhei por ter ajudado a preparar uma campanha publicitária
para a empresa de um amigo. Como fiz na boa, pela amizade, sem cobrar nada,
acabei ganhando três livros numa ‘pancada só’ e entre eles, estava “Quem Tem
Medo do Escuro”.
Li o livro em apenas três dias. Aproveitei o meu período
de férias e mãos à obra! Sheldon conta a história de duas viúvas, jovens e
bonitas, que se unem para descobrir o mistério da morte de seus maridos que
trabalhavam na mesma empresa. Algo que desperta a curiosidade de Kelly e Diane
é que outras pessoas ligadas a Kingsley International Group – uma importante
empresa de pesquisa de alta tecnologia envolvida em estratégia militar e
questões climáticas também estão batendo as botas e de uma maneira bem peculiar.
Entonce, lá vão as duas girls tentar descobrir onde está escondido o caroço da
azeitona na empada.
Muitas surpresas estão reservadas para as
protagonistas, algumas boas e outras ruins. Conforme vão avançando em suas
investigações, Kelly e Diana descobrem segredos aterrorizantes envolvendo a Kingsley
International Group e o seu poderoso dono. Segredos que podem colocar em risco
todo o planeta terra. Grave, hein?!
Galera, é só!
28 janeiro 2017
“A Prisão do Rei”, terceiro livro da saga “A Rainha Vermelha”, chega ao Brasil no dia 11 de fevereiro.
Man! Eu tenho uma colega que é fanática pela série
“Rainha Vermelha” de Victoria Aveyard. Eu disse: F-a-n-á-t-i-c-a; mas daquelas
que defende a obra com unhas e dentes, arrumando até mesmo alguns enguiços. Por
falar nisso, você já viu alguma vez um embate entre leitores de A Guerra dos
Tronos x Rainha Vermelha? Eu já vi! E digo com toda a sinceridade, jamais quero
ver de novo. Cara, a ‘coisa é violenta’: sistema bruto, mesmo.
O Tilápia é um fã ardoroso de “A Guerra dos Tronos”,
enquanto a Simone é capaz de dar a vida pela tal Rainha. Então já viu, né?
Quando os dois gladiadores entram na arena para se enfrentarem, as comparações
entre as obras – mesmo que não existam – se tornam inevitáveis e a trocas de
golpes, também. Vale tudo desde chute nas bolas até dedo nos olhos. Caraca!
Após tantos confrontos entre o Tilápia e a Simone,
acabei ficando curioso com relação a tão falada e decantada “Rainha Vermelha”.
Como já conheço a obra de George R.R. Martin, resolvi dar uma investigada na
trilogia de Aveyard. E foi assim, meio sem querer – por acaso, que descobri que
autora estará lançando “A Prisão do Rei”, terceiro livro da série, no dia 07 de
fevereiro, nos Estados Unidos e quatro dias depois no Brasil.
Quanto ao enredo da saga, pelo que eu vi, se trata
de uma distopia, portanto – me desculpe Simone – mas tô fora. Corro delas e com
raras exceções, encontro algumas que conseguem prender a minha atenção, mas não
posso negar que esse gênero faz um enorme sucesso entre o publico teen.
Em respeito a esse grande numero de leitores,
adianto que a Editora Seguinte já liberou o book trailer do livro nas redes
sociais. Segura aí, outra novidade: todos aqueles que comprarem “A Prisão do
Rei” na pré-venda on line, ganharão uma bandana da Guarda Escarlate. Não sei o
que é isso, mas acho que seja algo muito importante para os fãs da série.
Mesmo não sendo fã de distopias e consequentemente
da trilogia de Aveyard, é importante frisar que a recepção da crítica com os
seus dois primeiros livros da série (“A Rainha Vermelha” e “Espada de Vidro”)
foi muito boa. O jornal The Guardian, por exemplo, deu nota quatro para “A
Rainha Vermelha”. Vilma Gonzalez, critica literária do USA Today, descreveu o
livro positivamente, revelando que a obra de estréia da autora “é ricamente
imaginado, viciante, relaxante e cheio de suspense”.
Confiram agora, a sinopse de “A Prisão do Rei”,
terceiro livro da saga, fornecida pela editora Seguinte. Antes, confira o Book Trailer do lançamento:
Nesta
terceira edição de “A Rainha Vermelha”, série best-seller de Victoria Aveyard ,
as lealdades são testadas em todos os lados. E quando a faísca da garotinha
elétrica desaparecer, quem iluminará o caminho para a rebelião?
Mare
Barrow é uma prisioneira, impotente sem seus relâmpagos, atormentada por seus
erros letais. Ela vive à mercê de um menino que uma vez ela amou, um menino
feito de mentiras e traições. Agora um rei, Maven Calore continua tecendo a
teia de sua mãe morta em uma tentativa de manter o controle sobre seu país – e
sua prisioneira.
Enquanto
Mare carrega o peso da Pedra Silenciosa no palácio, seu grupo, uma vez ralé, de
novos-sangue e vermelhos continuam se organizando, treinando e se expandindo.
Eles se preparam para a guerra, não mais capazes de ficar nas sombras. E Cal, o
príncipe exilado em sua própria reivindicação sobre o coração de Mare, não vai
parar por nada para trazê-la de volta.
Quando
sangue se volta contra sangue e habilidade contra habilidade, pode não haver
ninguém para apagar o fogo – deixando Norta como Mare conhece: queimando todo
caminho para queda.
Taí, agora só resta pra você que é fã da saga
aguardar a chegada do próximo dia 11 de fevereiro.
Inté!
24 janeiro 2017
Cadê “Primavera Eterna”, “Outono da Inocência” e “Inverno no Clube”?! Acreditem... aconteceu comigo.
Este fato é o dente da cobra! Optei pelo dente, prá não dizer a outra parte do corpo da dita
cuja... que, aliás, os mais puritanos consideram palavrão da pior espécie.
Entonce, fica o dente, mesmo. Mas vamos ao que interessa, ou seja, ao dente da
cobra.
Já há algum tempo, estava loucaço para ler “Quatro
Estações” de Stephen King. No ano passado, vasculhando os sebos cadastrados no
portal da Estante Virtual encontrei - por um preço módico - o livro publicado
pela Francisco Alves em 1988. Quando vi o preço, gritei Iahuuuuuuuuu!!! Comprei
na hora. Deixei o livro quietinho na minha estante. Todos os dias, olhava a
minha importante aquisição, como se fosse um vinho de uma safra especial,
daqueles que você observa a garrafa vários dias ou meses antes de consumi-lo.
Bem, chegou o grande dia. Peguei o meu ‘desejo de
consumo’, admirei sua capa, cheirei, acaricei, enfim, todo aquele ritual
praticado por devoradores de livros.
Estava ‘faminto’ para ler “Outono da Inocência” e
“Primavera Eterna”. Quanto aos outros dois: “Verão da Corrupção” e “Inverno no
Clube” serviriam como aperitivos. Portanto, lá vai o leitor morto de fome devorar
a sua obra. Peguei o livrinho, abri e comecei a ler “Verão da Corrupção”.
Mêo!!!!!!!! Pera aí!!!!!!!!!! Tem alguma coisa errada. PQP! Comprei um livro
com defeito! Cadê os outros três contos?!
Depois de alguns minutos, caiu a ficha. A Francisco
Alçves lançou na década de 80 a coleção “Mestres do Horror e da Fantasia” que
publicava histórias das grandes feras desse gênero literário. Quando chegou a
vez do lançamento de “Quatro Estações”, a editora optou por fracionar os
contos, lançando-os separadamente, ou seja, um livro para cada conto. O problema
é que a capa da obra não traz como destaque o título do conto, mas o título do
livro! E para complicar ainda mais, a obra tem impresso na capa os nomes dos
quatro contos como sub-destaque! Eles aparecem, separadamente, dentro de
quadrados com uma ilustração, cada um.
O leitor só descobre qual é o conto que o livro
apresenta ao ver a sua ilustração colorida na capa. Quanto aos outros três
desenhos, estão em preto e branco. Pode?!
Resultado:
Fiquei P. da vida e acabei sendo obrigado a comprar o livro de bolso da
editora Ponto de Leitura, lançado recentemente, para concluir o livro
‘inteiro’.
Pode?!
Inté!
22 janeiro 2017
Os Eleitos
C-a-r-a-c-a!!! Vou pedir pra rezar uma novena para
todos os santos, agradecendo por ter conseguido me desenroscar de “Os Eleitos”
de Tom Wolfe. Sabem aquelas obras que desafiam a paciência de qualquer leitor
perseverante? Pois é, “Os Eleitos” se enquadra nessa categoria.
Tudo bem que grande parte da galera considere o
livro de Wolfe uma verdadeira obra prima, daquelas que merecem ficar expostas
na galeria dos ‘séculos dos séculos, mas me perdoem os que pensam assim, porque
discordo. Achei a história cansativa e muitas vezes, pensei em abandoná-la.
Para não dizer que estou sendo tremendamente injusto
com a obra, gostaria de frisar que os seus três primeiros capítulos são excelentes,
mas acontece que eles duram menos de 75 páginas; muito pouco para um livro que
tem quase 390!
Wolfe escreve
sobre duas categorias de eleitos: os fodásticos pilotos de provas da Base de
Edwards, no deserto da Califórnia, envolvidos na pesquisa aeronáutica de alta
velocidade e os astronautas do Projeto Mercury, a primeira tentativa de vôo
espacial tripulado dos Estados Unidos.
Enquanto o autor mantém o foco nos eleitos de
Edwards, a leitura flui de uma maneira fantástica. A vida daqueles pilotos era
pura adrenalina. Os caras desafiavam a morte todos os dias para tentar
estabelecer novos recordes de velocidade em aeronaves com segurança mínima. Além
de suas próprias vidas, eles colocavam em risco o bem estar de suas famílias,
com esposas e filhos sofrendo toda vez que o sujeito entrava num avião para
voar rumo ao desconhecido. Afinal, cada vôo poderia ser o último.
Wolfe explora essa agonia dos familiares dos pilotos
da Base de Edwards no primeiro capítulo de “Os Eleitos” chamado “Os Anjos”.
Quando algum piloto morria durante esses testes – o acontecia com certa freqüência
– a notícia do seu falecimento era guardada a sete chaves na base. Ninguém,
absolutamente ninguém, poderia avisar a esposa, a não ser um dos capelães da
Base, conhecidos por “Anjos da Morte”. Eles entravam na casa dos familiares da
vítima entoando um cântico que exaltava a coragem do piloto falecido, dizendo
que agora ele estava pilotando nos céus e blá, blá e mais blá, blá.
Mas o que, de fato, prende a atenção no livro é o
dia a dia desses homens que desafiavam a morte sem nenhum temor. E por que eles
faziam isso? Por dinheiro? Fama? Nada disso. Eles agiam dessa maneira porque
tinham fibra. Guardadas as devidas proporções, entendam essa tal fibra como
sendo a famosa “Força” de Guerra nas Estrelas (Star Wars); uma mistura de
coragem, inconseqüência, bravura e perícia. Todos eram amigos, mas isso não os
impedia de competirem entre si, para tentar quebrar os recordes de velocidade
um dos outros.
Entre esses pilotos, havia um que era considerado um
“Deus do Olimpo”. Ele se chama – ainda está vivo, com 90 anos - Chuck Yeager.
Com certeza, ele é o cara. Yeager não só foi o primeiro piloto a quebrar a
barreira do som – e vale dizer que nessa altura ninguém sabia dizer se um ser
humano sobreviveria a tal velocidade – como estabeleceu várias outras marcas
fundamentais para a aviação.
Yeager conseguiu romper a velocidade do som
pilotando um pequeno Bel XS-1 com duas costelas quebradas, após ter caído de um
cavalo enquanto cavalgava durante a madrugada, digamos que estivesse meio ébrio.
Ele atingiu a velocidade Mach 1 (1225 Km/h), feito até então considerado
impossível por pilotos e engenheiros da Força Aérea. Podem acreditar! O cara conseguiu
essa façanha que mudou os rumos da aviação mundial, mesmo com uma dor quase insuportável
do lado direito do corpo.
Livraço! Pena que só dure em torno de 75 páginas.
Quando Wolfe começa a falar escrever sobre os eleitos do Projeto
Mercury, toda a magia dos primeiros capítulos do livro se esvai. A história dos
sete astronautas escolhidos para fazerem parte do projeto espacial é comum e
consequentemente sem emoção. Além disso, os personagens não são carismáticos. A
sensação que fica é de encheção de lingüiça. Isto se evidencia quando o autor começa
a descrever os vôos sub-orbitais dos eleitos, volta por volta com os
astronautas narrando, maravilhados, as belezas do planeta terra visto lá do
alto. Nem mesmo, os pequenos imprevistos mecânicos nas cápsulas espaciais que
ocorrem algumas vezes, despertam o interesse do leitor.
Perto do que Yeager e os outros pilotos de elite da
base de Edwards faziam, ir para o espaço era, do ponto de vista técnico, uma
barbada, já que a pilotagem era essencialmente feita em terra, a partir do centro
espacial de Houston; o que o astronauta tinha de heróico de fato era saber que
estava sendo catapultado rumo ao grande desconhecido no nariz de uma ogiva
gigantesca e tremendamente inflamável. Era perigoso, sim, mas nada comparado a
voar num avião com poucos equipamentos com a missão de romper a barreira do
som.
O livro de Wolfe, escrito em 1979, foi adaptado para
os cinemas em 1983 numa produção de mais de três horas, dirigida por Philip
Kaufman. Apesar do filme de ser menos cansativo do que o livro - acredito que
os motivos sejam os excelentes trabalhos de fotografia, som e montagem; todos
indicados ao Oscar – também sofre do mesmo problema: uma primeira e pequena
parte emocionante, e uma segunda e enorme parte enjoativa.
18 janeiro 2017
Livro “Medo de palhaço: A enciclopédia definitiva sobre palhaços assustadores na cultura pop” busca explicações para a coulrofobia
Tenho um amigo – desde os tempos de infância – que
filho ama os espetáculos circenses. Para o pequeno Tedy (nome fictício) não tem
malabaristas, trapezistas ou animais adestrados. O seu lance é um só: os
palhaços. Tudo seria normal se não fosse um pequeno detalhe: o seu pai sofre de
coulrofobia, ou seja, tem medo de palhaços.
Man! Toda vez que chega um circo na cidade é um
verdadeiro perereco, já que Tedy quer de qualquer jeito que o seu pai o
acompanhe nos shows. A salvadora da Pátria, nesses momentos, é Simone (nome
também fictício), mãe da criança que se transforma no anjo da guarda do sujeito
que sofre da síndrome de coulrofobia. Quando os palhaços entram em cena, esse
meu amigo dá as desculpas mais esfarrapadas para o filho: diz que vai dar uma
saidinha para fumar, comprar um lanche, pipoca, ir ao toalete; enfim, vale qualquer
coisa para escapar dos ‘malignos’ palhaços. Ele saí; ela, Simone – que já está
familiarizada com a fobia do marido - fica.
Alguns leitores podem achar que tudo isso não passa
de frescura, mas na realidade, aqueles eu pensam dessa forma é o que são os
frescos. Cara, essa fobia é fóda. Só quem tem para comensurar o tamanho do
sofrimento. Ao deparar-se com algum indivíduo vestido de palhaço, os portadores
dessa fobia têm ataques de pânico, perda de fôlego, arritmia cardíaca, suores e
náusea.
Para que vocês entendam a gravidade da síndrome, se
um coulrofóbico – por algum motivo – fosse obrigado a assistir ao filme ou ler o
livro “A Coisa” de Stephen King, acredito que enlouqueceria, porque muitas
vezes o simples pensamento sobre palhaços já deixam essas pessoas muito
abaladas.
Pesquisa realizada em 2014 pelo
instituto YouGov, na Inglaterra, apontou o palhaço como o décimo colocado em um
ranking de elementos com maior potencial para despertar fobia. Participaram da
pesquisa 2 mil pessoas. Outro estudo publicado pela revista New Ideas in
Psychology apontou o fator da imprevisibilidade como algo fundamental para
despertar a desconfiança do público em relação aos palhaços. Cerca de 1,3 mil
voluntários com mais de 18 anos listaram características consideradas por eles
assustadoras e fizeram um ranking das profissões mais arrepiantes. Os palhaços
lideraram com folga.
Cientes do fascínio pela figura do palhaço assassino em várias mídias, o
coletivo Boca do Inferno - formado por Marcelo Milici, Filipe Falcão, Gabriel
Paixão, Matheus Ferraz e Rodrigo Ramos – lançou no final do ano passado “Medo
de palhaço: A enciclopédia definitiva sobre palhaços assustadores na cultura
pop” (Generale, 288 páginas, R$ 59,90). O livro que está a venda nas principais
livrarias virtuais analisa mais de 150 obras e busca explicações para a
coulrofobia na história e na psicologia.
Para o pesquisador e jornalista pernambucano Filipe Falcão, o palhaço é
uma figura facilmente identificável e com potencial para despertar o interesse
do público. “No cinema, por ter ganho essa importância, tornou-se parte de uma
receita fácil. É como um filme de zumbi. Não precisa ter roteiros mirabolantes,
diferentemente de produções de drama e aventura, cuja audiência é mais
exigente”, opina. Segundo o autor, os longas-metragens protagonizados por
palhaços têm grande variedade, indo desde filmes muito bem produzidos até
alguns de baixíssimo orçamento, com um elenco mais fraco.
Um divisor de águas, segundo ele, foi a adaptação,
no fim dos anos 1980, do livro It (A coisa), escrito por Stephen King. Isso
porque o palhaço deixou de ser coadjuvante - em produções “trash”, “bagaceira”
- para se tornar um dos principais vilões da época. Sobre a recente onda de
“palhaços assassinos” em espaços públicos, Filipe diz ter sido uma “feliz
coincidência”, pois se tornou a “melhor divulgação possível” para o livro
recém-lançado. “A brincadeira é válida, mas é preciso ter uma série de
cuidados, principalmente com pessoas mal intencionadas. O problema do palhaço,
assim como todo personagem mascarado, é não saber quem está lá”, finaliza.
O livro do coletivo Boca do Inferno
adentra nos bastidores dos picadeiros, desde os primórdios do circo, buscando
explicações na história e na psicologia para o surgimento do coulrofobia. Os
autores instigam pesadelos em tons rubros ao contar sobre os assustadores
carnavalescos bate-bolas, o mito dos palhaços ladrões de órgãos e John Wayne
Gacy, o verdadeiro palhaço assassino.
Trata-se de uma boa indicação de
leitura para aqueles que desejam conhecer um pouco mais sobre as origens da
coulrofobia.
Ainda não tenho o livro, mas estou com vontade de
adquiri-lo. Vamos ver...
14 janeiro 2017
Ainda estou enroscado em “Os Eleitos” de Tom Wolf
Tudo bem que seja considerado um
clássico da literatura e uma obra prima do 'new journalism', mas confesso que a
leitura de "Os Eleitos" de Tom Wolfe 'tá' complicada. Cara, me enrosquei
no livro! Detalhista ao extremo, ou melhor, ao 'extremíssimo' e consequentemente
cansativo. Desculpe-me a sinceridade; talvez esteja - neste momento - deixando
muitos fãs da obra de Wolfe, boquiabertos com a minha opinião, mas prefiro ser
assim, trabalhar com a verdade.
Talvez a carência de personagens carismáticos
que conquistem o leitor, sejam esses personagens 'mocinhos e mocinhas', bad-boys
e bad-girls possa ser um dos motivos do texto morno. Concordo que a história
real do "Projeto Mercury", idealizado pelos gringos que foi o
primeiro projeto tripulado de exploração espacial da Nasa é interessante, mas
Wolfe deu muitas reviravoltas em torno do enredo, deixando-o cansativo. Quanto
aos astronautas do Mercury, bem... suas histórias são comuns.
Concordo que é muito difícil para
um escritor criar um enredo com personagens que existiram, de fato,
principalmente se o dia a dia deles teve pouco sex appeal. Trabalhar com um
personagem irreal é muito mais fácil, já que o autor pode dar asas a sua
imaginação.
Para não dizer que estou sendo duro
demais, asseguro que gostei muito da primeira parte de “Os Elietos” que aborda o
dia a dia dos valentes pilotos de provas da Base Aérea de Edwards, na
Califórnia, nos anos 50 e 60, que lutavam para conseguirem vencer a barreira do
som. Amigo... cada vôo era uma aventura.
A comunidade fechada desses pilotos
era cheia de regras e conceitos que chegavam a virar tabus para aqueles que não
estavam acostumados. Por exemplo, quando um piloto morria durante um teste – o que
era muito comum – ninguém (absolutamente ninguém) podia anunciar o óbito para a
esposa da vítima, além do capelão da base que era conhecido como “Anjo da Morte”.
Wolfe ainda descreve em detalhes o
dia a dia desses pilotos, os perigos enfrentados, o relacionamento com os seus
familiares e por aí afora. Fantastic!
Então, para temperar ainda mais a breve primeira parte da obra, entra em cena o
mito Chuck Yeager. Sabem quem é? Simplesmente, o sujeito que conseguiu demolir
a barreira do som! A partir daí amigo, a história fica ainda mais emocionante
ainda. E como! Para aqueles que não sabem, vale contar uma historinha curiosa
sobre o mito, Vai lá: Era pouco mais de 6 da manhã quando Yager foi lançado do
compartimento de um B-29, o mesmo bombardeiro que realizou os ataques sobre
Hiroshima e Nagasaki. Ah! Detalhe: ele estava com duas ou mais costelas
quebradas – já que um dia antes do teste, o piloto resolveu andar de cavalo
durante a madrugada após um porre e acabou caindo do animal, quebrando as danadas
das costelas. E mesmo estropiado e com muita dor, ele caiu como uma bomba no
compartimento do bombardeio e entrou em um estranho aviãozinho, o Bell X-1.
Na briga para quebrar a barreira do
som, Yeager perdeu sustentação, viu os controles entrarem em parafuso, quase
caiu, mais conseguiu manter o tal ‘aviãozinho’ no ar e o mais importante:
romper a ‘Dona toda prepopente Barreira do Som”.
Pois é galera, era 14 de outubro de
1947, o dia em que o primeiro ser humano voou além da velocidade do som, saindo
da Base Aérea de Edwards, na Califórnia. Nas palavras do próprio piloto, em seu livro "Yeager: An Autobiography" (no Brasil, "Voando nas Alturas"), ele 'avançava em direção a um território desconhecido'.
Mas então... entra em ação os
astronautas do Projeto Mercury e a ‘ coisa’ degringola.
Tão logo, consiga desenroscar do
livro, farei a resenha.
08 janeiro 2017
Editora Aleph lança edição especial de 30 anos do clássico Forrest Gump
Capa 01 |
Se você é fã de Forrest
Gump e teve a oportunidade de assistir apenas ao filme, a editora Aleph
colocou, recentemente, no mercado literário um presentaço. Trata-se de uma
edição comemorativa, luxuosa ao extremo que deixarão os leitores pirados. E
quando digo ao extremo, lembro que ainda estou sendo modesto. O layout do livro
é coisa de outro mundo, galera. Acredito que até mesmo aqueles que não gostaram
do filme – e com certeza, são poucos – acabarão adquirindo a obra ‘repaginada’
de Winston Groom.
Mas por que todo esse
alarde em torno do livro lançado
originalmente em 1986? Simples meu caro Watson. Em novembro último,
completou-se 30 anos da obra prima de Groom. Capiche? E para não deixar a
efeméride passar em branco e principalmente de olho na lucratividade, a Aleph
decidiu lançar uma edição inteiramente reformulada.
O livro que chegou às
bancas no final de novembro de 2016 tem acabamento em capa dura, 13
ilustrações do quadrinhista Rafael Coutinho e um ensaio comparando o livro à
sua adaptação cinematográfica, escrito pela francesa Isabelle Roblin –
professora da Université du Littoral-Côte d’Opale.
A capa é
dupla-face: uma sobrecapa de papel com impressão em ambos os lados
permite ao
leitor escolher o seu design favorito do artista Pedro Inoue, o
mesmo de 2001: “Uma Odisséia no Espaço” e a da edição comemorativa de
50 anos de “Laranja Mecânica”.
Capa 02 |
A obra literária apresenta
a história original de Forrest, o inocente e sincero protagonista de um dos
mais memoráveis romances norte-americanos (veja comentário sobre o livro aqui).
Foi dele que saíram as principais situações que ganharam o público nos cinemas:
desde a dificuldade de Forrest com as palavras até a viagem a China comunista. O
enredo idealizado por Groom foi muito bem representado pelo ator Tom Hanks e o
diretor Robert Zemicks no filme homônimo
que fez bastante sucesso entre o público e a crítica e conquistou 6 Oscar,
incluindo a categoria de Melhor Filme.
Tudo bem, tudo bom,
mas... Putz, tem a má notícia: o preço. Num levantamento feito pelo ‘Livros e
Opinião’, o valor mais acessível é de R$ 55,93 na Fnac Brasil. Depois temos R$
60,19 na Amazon, R$ 79,90 na Cultura, R$ 78,90 na Americanas, Submarino e
Shoptime.
Bem carinho, né? Mas
para os fãs de Forrest Gump qualquer sacrifício vale à pena.
05 janeiro 2017
“Inferno”: As diferenças gritantes entre livro e filme
Quando confirmaram que, de fato, haveria a adaptação
cinematográfica de “Inferno” do grande
Dan Brown, juro que fiquei piradão, loucaço, fora de mim! Cara, comecei a
delirar com os meus botões: - Drª Siena Brooks, finalmente poderei vê-la em ‘carne
e osso’. – Era delírio, mesmo! Tudo porque me apaixonei pela personagem criada
por Brown. C-a-r-a-c-a, que mulher! E não só pela sua casca – muito bonita,
aliás – mas também pelas suas atitudes, coragem e personalidade. Caramba, qual
atriz seria a eleita? Qual delas teria a honra de interpretar a loiríssima
médica que costuma amarrar os seus cabelos no formato rabo de cavalo?
Adrenalina, hormônios, enfim, expectativas a mil.
Entonce, vem a confirmação da atriz que vestiria a ‘roupa’ da personagem.
PQP!!!! %$#*&¨%$#@!%& e mais outra enxurrada de palavrões que não posso
‘soltar’ nesse post. Fiquei fulo da vida com o nome escolhido. Fulíssimo. Mêo,
foi a pior das piores escolhas! Entendam que eu não estou questionando o
talento de Felicity Jones, pelo contrário; trata-se de uma atriz muito
competente e que já mostrou o seu valor em “Teoria de Tudo” onde a sua Jane
Hawking chegou a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz; mas... no caso de
“Inferno” a escolha foi infeliz. Ela não tem nada a ver com a Drª Brooks do
livro.
Pensei que o meu inconformismo ficaria, pelo menos,
um centímetro aplacado após assistir ao filme. Piorou! A Siena Brooks de Jones
é triste de se ver. Pra ser sincero, dói a alma. Como não bastasse essa
incompatibilidade ‘atriz-personagem’, o diretor Ron Howard e os roteiristas que
adaptaram o livro de Brown, simplesmente mataram a história fantástica das
páginas.
Por ter gostado tanto da obra literária resolvi
escrever esse post, apontando as diferenças gritantes entre livro e filme.
Antes de tudo, é bom avisar aqueles que ainda não leram o livro ou assistiram
ao filme, que esse texto está repleto de spoilers brabíssimos que podem
estragar o prazer de alguns. Por isso, leiam por sua conta e risco. Bem, vamos
as diferenças, começando pela personagem principal.
01
– Cadê o meu rabo de cavalo?
A Sienna Brooks do livro é hiper-loira e tem o
hábito de prender os seus cabelos num rabo de cavalo, tanto que Brown a
descreve como “a loira de rabo de cavalo”. Anote outro detalhe importante: esse
cabelo, na realidade, é uma peruca já que a médica é careca. Verdade! Ela sofre
de uma espécie de alopecia relacionada ao estresse. Cara, achei esse mote criado
pelo autor fantástico, foi uma carta que ele guardou na manga para derrubar o
queixo dos leitores. Enquanto isso, a Sienna vivida por Felicity Jones é
morena, tem os cabelos soltos e não sofre de alopecia nervosa, em conseqüência
disso, não é careca. Putz!
Felicity Jones como Sienna Brooks |
02
– Sienna do bem x Sienna do mal
Mas não foram apenas as características físicas da
personagem que foram alteradas; as atitudes, também. A Drª Sienna das telas concorda
cegamente com os métodos radicais de Bertrand Zobrist - seu mentor/namorado -
que planeja reduzir a população mundial, antes que o planeta terra entre em
colapso. No livro, a médica é da ‘turma do bem’. Apesar de entender as
preocupações de seu mentor com o futuro da humanidade, ela discorda dos seus
métodos radicais que contem altas doses de terrorismo. Por isso, a Sienna das
páginas decide se unir com a Drª Elizabeth Sinskey, diretora da Organização
Mundial de Saúde (OMS), para encontrar uma saída para o problema causado pelo
seu mentor. A moça também não trai Robert Langdon como fêz a sua cópia das
telas; pelo contrário, ela ajuda o simbologista de Harvard a encontrar o vírus
letal.
03
– Cabelos prateados e espetados
Voltamos a falar escrever sobre o visual da
mulherada de “Inferno”. Visual, aliás, que o diretor Howard insistiu em mudar,
para pior. Duas personagens importantes da trama de Brown foram metamorfoseadas
de uma maneira, digamos... infeliz. No livro, Langdon se refere a Drª Elizabeth
Sinskey como “a mulher de longos cabelos prateados”. Tá bom. Quer saber no
filme? Castanhíssimos! E sem nenhum fiozinho branco. O que convenhamos, é bem
estranho para uma personagem que nas telonas tem aproximadamente 60 anos de
idade.
Quanto a Vayentha, a agente da misteriosa da organização
“O Consórcio” que persegue Langdon durante boa parte da trama, manteve a cor de
sua pele, mas os cabelos, mudaram da água para o vinho. Brown compôs uma personagem
de cabeleira espetada, com uma imagem punk, já no cinema, a garota é mais
discreta, mantendo os cabelos
Vayentha |
04
– Onde estão Christoph Bruder e Jonathan Ferris?
Logo no início do livro, o leitor é apresentado a
Christoph Bruder, agente do setor de Suporte ao Monitoramento e Crise (SMI) que
dá apoio a Organização Mundial de Saúde na caçada a Langdon. Bruder é um verdadeiro Buldog que não dá
folga para Langdon seguindo incansavelmente os seus passos. No final, ambos passam
a trabalhar juntos para impedir a disseminação do vírus.
Em determinado capítulo da história, surge numa
igreja, em Florença, um sujeito chamado Jonathan Ferris que se identifica como
um representante da OMS. Ele se oferece para patrocinar a viagem de Langdon e
Sienna para Veneza. O casal de protagonistas descobre que Ferris está
contaminado com o vírus criado por Zobrist. Nas páginas finais do livro se
descobre que o cara trabalhava para o “Consórcio” e tinha por objetivo proteger
Langdon e Sienna de seus perseguidores.
Ok, Ok, mas... onde estão esses dois personagens no
filme? É simples, amigo. Eles não estão! Bruder e Ferris foram incorporados num
só homem chamado Christoph Bouchard (Omar Sy), cujo objetivo é se apossar do
vírus para comercializá-lo no mercado negro. Para isso, ele se aproxima de
Langdon e Sienna, finge que os estão ajudando a fugir de seus algozes, mas acaba
dando o bote e seqüestrando o professor de simbologia. Mediante ameaças de
morte, Bouchard tenta obrigar Langdon a revelar o local onde se encontra o tão famoso e perigoso vírus.
Ehehehehe.... acho que o diretor do filme soltou a pérola: - Prá que perder
grana e tempo com dois personagens secundários? Vamos juntar esses dois num só!
Resultado: Howard conseguiu transformar dois
personagens interessantes em um único personagem babaca. Uma pena.
Um
caso antigo de Langdon
Drª Elizabeth Sinskey |
Uhauuuu!!! O tão respeitoso e discreto professor da
Universidade de Harvard teve um caso caliente no passado. Podem acreditar!!
Bem... pelo menos no filme, isso aconteceu. Na produção cinematográfica Robert
Langdon e Elisabeth Sinskey viveram no passado uma tumultuada, mas apaixonada,
relação. Cada troca de olhares entre os dois deixa evidente aquela chama que
ainda está acessa no fundo dos seus corações. Eles revelam que possuíam uma
história de amor antiga que só foi interrompida porque Sinskey decidiu investir
em sua carreira profissional, aceitando um cargo importante na OMS. Já no
livro, a relação entre os dois personagens
é apenas de amizade e admiração mutua. Nada de olhares apaixonados e
recordações fogosas.
Final
diferente
O plot de livro e filme são os mesmos com Sienna Brooks
se revelando amante de Bertrand Zobrist e tramando localizar o vírus por conta
própria, utilizando para isso a colaboração de Robert Langdon, que por sua vez,
nem desconfiava das intenções da médica. Quanto ao desfecho: bem diferentes um
do outro.
No enredo de Brown, Sienna apóia a causa de Zobrist
que deseja combater a superpopulação mundial, mas muda de idéia quando descobre
quais são os métodos radicais que o cientista decide empregar: criar um vírus que
deixaria um terço da população estéril. Ela tenta evitar a propagação, mas
acaba descobrindo que o patógeno havia sido liberado dias antes. Após abrir o
jogo, pede desculpas a Langdon; o professor aceita e ela ganha anistia de seus
crimes. Arrependida, Brooks se dispõe a ajudar Elizabeth Sinksey a lidar com as
consequências do vírus diante da OMS.
Na versão cinematográfica, Sienna trai a confiança
de Langdon e o abandona em Veneza quando descobre que o vírus está escondido em
Istambul. Obcecada pela idéia, resolve levar adiante a causa sinistra de
Zobrist, tentando liberar o vírus por conta própria. Após um confronto com
Langdon, os agentes da SMI e o Diretor do Consórcio, ela acaba morrendo durante
a ação.
Quando ao ‘poder de fogo’ do vírus, no final do filme,
tudo fica no ar, ou seja, o cinéfilo não sabe se a criação de Zobrist causa esterilidade
ou a dizimação da população.
Cá entre nós, gostei muuuuuito mais do livro. Mil
anos-luz!
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