Eu estava
em dúvida se lia o livro de William Goldman ou se assistia ao filme com Anthony
Hopkins. No final, optei pelo livro que serviu de inspiração para a produção
cinematográfica de 1978 com um Hopkins ‘quarentão’ e ainda lutando para se
firmar nas telonas.
O
livro é bom. Vejam bem, eu disse bom e não ótimo ou excelente. A história de um
ventríloquo famoso que passa a ser aterrorizado pela sua própria criação, ou
seja, um boneco, consegue prender a atenção, mas somente a partir do meio do
romance, já que o início é um pouco morno. As páginas relacionadas a infância e
juventude do ilusionista e ventríloquo Corky Withers são ‘arrastadas’, evitando
que a leitura flua normalmente. Com isto, o leitor acaba se cansando, mas a
partir do momento que o boneco Fats entra em cena, o contexto muda
radicalmente.
Êta
bonequinho maligno! Sem contar que o boneco é o próprio Corky. Explico melhor.
O boneco não tem vida própria. Isto mesmo. Quem dá vida ao boneco é o seu dono:
Corky, o ventrícolo e ilusionista. Por isso, o enredo não tem nada de
sobrenatural, se encaixando com perfeição no gênero suspense ou quem sabe,
forçando um pouco a barra, na categoria terror psicológico.
Corky
é um ilusionista com uma carreira pontuada por fracassos. Além de tímido, suas
mágicas simplórias não despertam o interesse das plateias nos lugares onde se
apresenta. Com isso, ele acaba tornando-se motivo de chacotas e gozações. Tudo
muda a partir do momento que l personagem começa se apresentar com um boneco, o
qual pôs o nome de Fats. A partir daí, o
sucesso e a fama transformam Corky num dos artistas mais disputados do show business
e também da televisão.
Filme "Magia Negra" (1978), com A.Hopkins, baseado no livro de Goldman |
Porém,
aos poucos, Fats começa a assumir o comando da personalidade de seu dono,
passando a ditar certas normas e gerando uma série de problemas, alguns muito
graves.
O
embate psicológico entre Corky e seu alter ego Fats chega a ser perturbador em
alguns momentos. A história esquenta a partir do momento que o ventríloquo resolve
visitar a pousada de uma antiga paixão que ele viveu na infância. Os fatos que
rolam a partir desse momento são muito tensos e certamente também deixarão os
leitores tensos.
Acredito
que se o início da história idealizada por Goldman tivesse o mesmo ritmo do meio
para o fim, o livro poderia ser considerado excelente, mas...
Ok,
Ok, não fique desanimado, porque apesar desse detalhe, vale a pena você ler “Um
Passe de Mágica”.
Inté!
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