30 janeiro 2022

Livro sobre traição contra Anne Frank e família será lançado pela Harper Collins em fevereiro



O Diário de Anne Frank marcou a adolescência de muitos leitores da minha geração. Li o livro quando tinha “uns” 13 ou 14 anos e ainda me lembro de algumas passagens marcantes. Aliás, descobrimos quando um livro, realmente, é especial quando passam-se décadas e nós ainda conseguimos recordar de vários trechos de sua narrativa. Por esse motivo, considero O Diário de Anne Frank uma joia lapidada guardada em minha estante.

A história de Annelisse Maria Frank, mais conhecida como Anne Frank, se tornou conhecida em todo mundo. O diário dessa garota alemã, de origem judaica, de apenas 13 anos e que repentinamente viu a sua existência sofrer uma transformação radical, ao ver o seu País ser invadido pelos nazistas emocionou muitos leitores através de décadas.

Embora tenha nascido em Frankfurt, Anne passou a maior parte da vida em Amsterdã, nos Países Baixos. Sua família se mudou para lá em 1933, ano da ascensão dos nazistas ao poder. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o território holandês foi ocupado e a política de perseguição do Reich foi estendida à população judaica residente no país.

Após mais de dois anos se escondendo no andar de cima do armazém de seu pai, a adolescente judia e outras sete pessoas foram descobertas por oficiais nazistas alemães e holandeses em 4 de agosto de 1944. Após ser presa, a adolescente, então com 15 anos, morreu no ano seguinte no campo de concentração de Bergen-Belsen.

Ela escreveu em um diário as suas intimidades e também das pessoas que a cercavam, além do sofrimento do povo nos campos de concentração, onde ela se encontrava.



Consta que Otto Frank, pai de Anne e único sobrevivente da família, retornou a Amsterdã depois da guerra e teve acesso ao diário da filha. Seus esforços levaram à publicação do material em 1947. O livro se tornaria um dos mais traduzidos em todo o mundo. Com certeza, de 1947 até os tempos atuais, milhares de leitores tiveram a oportunidade de conhecer a intimidade de Anne Frank.

Mas nem mesmo após 77 anos, uma pergunta conseguiu se calar. “Quem entregou Anne Frank aos nazistas e também aos oficiais holandeses (que se encontravam sob o domínio da Alemanha)? Expondo abertamente: “Quem afinal dedurou Anne Frank”? É esta pergunta que o livro Quem Traiu Anne Frank escrito pela biógrafa Rosemary Sullivan promete responder.

A obra da editora Harper Collins que será lançada no Brasil em 15 de fevereiro traz o relato inédito da meticulosa investigação forense comandada pelo ex-agente do FBI Vincent Pankoke para solucionar esse mistério, traz a resposta definitiva à pergunta que inquietou milhões de pessoas no mundo inteiro.

Pankoke montou uma equipe de especialistas para solucionar esse mistério e a investigação que durou seis anos apontou como principal suspeito um tabelião judeu.

A autora do livro registrou o trabalho dos holandeses Thijs Bayens, um cineasta, e Pieter van Twisk, um jornalista. Em 2016, os dois contrataram Pankoke, que curtia sua aposentadoria na Flórida.

Juntos, eles montaram uma equipe de criminologistas: cientistas de dados, comportamentais, forenses, sociais, psicólogos, um especialista em caligrafia e até um rabino. O time usou técnicas modernas de big data, um programa de inteligência artificial da Microsoft, relatórios, entrevistas e arquivos.

Quem Traiu Anne Frank detalha toda a linha investigativa adotada pelo ex-agente do FBI para chegar até os suspeitos e que teria levado o tabelião judeu a entregar o esconderijo de Anne Frank.

Trata-se de uma obra imperdível para toda a geração de leitores que tiveram a oportunidade de ler “O Diário de Anne Frank”.

25 janeiro 2022

10 livros excelentes com edições esgotadas que ainda podem ser encontrados nos sebos por preços módicos




Não existe nada mais frustrante para um leitor do que descobrir uma obra interessante numa livraria ou sebo virtual e por algum motivo bobo deixar para compra-la depois, com mais calma. Então, após alguns dias, semanas ou meses, quando esse leitor volta a acessar a internet, feliz da vida, para fazer a sua compra... cadê o tal livro, objeto de seus sonhos? O gato comeu? Não. Um outro leitor mais esperto levou.

Saibam que já banquei esse otário, deixando de adquirir livros que eram o meu desejo de consumo, simplesmente por priorizar, naquele momento, outros assuntos que poderiam ser adiados. Resultado: acabei perdendo algo que seria muito importante para mim. E posso garantir, galera, a sensação de arrependimento que bate no fundo da alma é esmagadora. Só mesmo sendo o devorador de livros para entender esse sentimento.

A postagem de hoje tem por objetivo principal apontar para os nossos leitores, dez livros que estão com edições esgotadas e que fatalmente não serão reeditados, mas ainda podem ser encontrados por preços módicos nos sebos. O que estou querendo “dizer” é isso: “Não durma! Se alguns desses livros lhe interessar, compre logo porque eles são “filhos únicos” e nunca mais sertão relançados”. Capiche?!

01 – Duro de matar (Roderick Thorp)

O motivo para escolher Duro de Matar do escritor Roderick Thorp para abrir a nossa top list é simples: ele é a última cereja do bolo. Só consegui encontrar um exemplar no site da Estante Virtual por R$ 45,00. E como aquele portal reúne a maioria dos sebos de todo o País, isso significa duas coisas: ou o livro vai sumir rapidinho (quem sabe, enquanto você estiver lendo essas linhas, ele já sumiu) ou então, quando o dono do sebo descobrir que tem em mãos uma obra raríssima, acabará colocando o preço da sua última cereja nas alturas. Mas tudo bem, o que posso dizer é que até hoje a noite (quando escrevi essa postagem) o livro estava lá, bonitinho, esperando por você.

Esta obra literária, praticamente desconhecida no Brasil, inspirou o filme “Duro de Matar” com Bruce Willis. Nothing Lasts Forever foi escrito por Roderick Thorp, em 1979. Antes de explodir nos cinemas, ninguém conhecia o livro aqui na terrinha, mas bastou a história ter se transformado num blockbuster nas telonas para que a editora Record adquirisse os direitos de publicação para relança-la com a capa e o nome do filme.

Embora a produção cinematográfica com Bruce Willis e o livro sejam diferentes em algumas áreas, Duro de Matar incluiu muitas das sequências de ação de Nothing Lasts Forever.

Taí mais uma obra que está rareando nos sebos, mas por enquanto ainda pode ser encontrada por preços bem convidativos.

Nothing Lasts Forever ou Duro de Matar gerou uma franquia de grande sucesso, com Bruce Willis voltando para várias continuações.

02 - O destino do Poseidon – O desastre mais incrível da história do mar (Paul Gallico)

O Destino do Poseidon foi publicado originalmente em 1969, dois anos depois viria o filme de grande sucesso mundial. A história idealizada por Gallico sobre uma catástrofe em alto mar consegue prender o leitor da primeira à última página. O S.S. Poseidon, um antigo e gigantesco transatlântico convertido em navio de cruzeiro, transportando mais de 500 passageiros numa viagem de réveillon, é atingido por uma gigantesca onda que acaba virando o navio de cabeça para baixo.

No meio dessa tragédia temos dois grupos de sobreviventes: um composto por pessoas conformadas que preferem aguardar o salvamento no meio dos destroços e outro grupo formado por aventureiros que decidem encarar uma viagem cheia de perigos até o casco do navio que se encontra na superfície. O livro é sobre esses aventureiros. Suas vitórias, derrotas, tristezas, alegrias, desentendimentos, traições, provas de amizade e coragem durante essa jornada suicida.

Paul Gallico, autor do livro em que o filme foi baseado, escreveu a história inspirado por um incidente verídico, ocorrido com o navio Queen Mary durante a 2ª Guerra Mundial. Certa vez, enquanto levava tropas americanas para a Europa, o navio foi atingido por uma onda gigante em pleno Atlântico Norte. Posteriormente foi calculado que se o navio tivesse girado mais 12,7 centímetros, ele teria virado.

O livro de Gallico também foi lançado no Brasil com o título Tragédia no Mar – O Destino do Poseidon. Deixei o melhor para o final. Segura essa: Descobri 10 exemplares na Estante Virtual com preços que variam de R$ 4,50 a R$ 20,00. Gostaram? Então, corre!

03 – Inferno na torre (Richard Martin Stern)

Após o lançamento de O Destino do Poseidon (1972), o filme-catástrofe voltou a estar em alta em Hollywood. Com isso, a Warner Bros comprou por US$ 390 mil os direitos da adaptação cinematográfica do livro The Tower de Richard Martin Stern, enquanto a Fox adquiriu por US$ 400 mil os direitos de The Glass Inferno deThomas N. Scortia. Como ambos os livros falavam de incêndio em um grande edifício, Warner e Fox resolveram unir forças e dividir os custos da produção de Inferno na Torre, com a distribuição ficando a cargo da Fox nos Estados Unidos e da Warner no restante do planeta.

Nascia assim, em 1974, um dos maiores blockbusters da história do cinema de todos os tempos: “Inferno na Torre” com um elenco arrassa-quarteirões: Steve McQueen, Paul Newman, William Hoklden, Faye Duynaway, Richard Chamberlain, Fred Astaire, Robert Wagner... Ufa! Deixe-me parar por aqui.

O roteirista, Stirling Silliphant, usou sete dos principais personagens dos livros, além de manter o clímax de cada obra no roteiro do filme - Spoiler : o resgate do topo do prédio de "The Tower" e a explosão dos tanques de água de "The Glass Inferno".

Aproveitando o sucesso do blockbuster, a editora Record lançou a obra escrita por Martin Stern com a capa do filme. No Brasil, o livro ganhou o mesmo título da produção cinematográfica. Escrevi uma resenha sobre a publicação; confira aqui.

04 – Médicos em perigo (Frank G. Slaughter)

Livraço! Ainda da época da saudosa Círculo do Livro. Acredito que dificilmente alguma editora estará relançando essa narrativa de Frank G. Slaughter.

O livro é focado no personagem Mark Harrison, um jovem médico com um futuro promissor pela frente. Ele é especialista no campo da micro-cirurgia. Vale lembrar que na época em que o livro foi escrito, 1984, essa área da medicina ainda era considerada um verdadeiro tabu, mas Slaughter, após minuciosa pesquisa conseguiu juntar informações convincentes sobre o assunto; tão convincentes que ele ganhou o status de um escritor visionário, pois tudo o que ele colocou no enredo sobre o assunto, acabaria se tornando realidade anos depois.

Mas voltando a escrever sobre a história de Médicos em Perigo, Mark acaba jogando toda a sua carreira pelo ralo quando se torna um viciado em drogas médicas, e diga-se, drogas bem pesadas. A partir daí, a sua vida transforma-se num verdadeiro pesadelo, pois para poder desempenhar as suas atividades profissionais, ele precisa da tal “mardita” e a cada perfuração nas veias do braço para injetar o “veneno”, ele vai perdendo um pouco do seu verdadeiro eu.

Frank G. Slaughter não usa meias palavras para abordar esse outro lado da vida de muitos médicos que se tornam viciados em anfetaminas e outras drogas mais pesadas. Mas por que será que cirurgiões que tem todas as possibilidades de se tornarem milionários e famosos em suas áreas acabam se sucumbindo ao mundo das drogas? O autor procura esclarecer essa dúvida através do personagem principal de seu romance e de outros que trabalham na mesma clínica de Mark.

Um livro com edição esgotada que ainda pode ser facilmente encontrado. Você quer esperar um pouco mais ou já vai compra-lo agora? (rs).

05 – A besta (Peter Benchley)

A Besta de Peter Benchlet, que também escreveu o megassucesso Tubarão, tem o foco de sua trama direcionado para uma fera feroz que surge dos abismos do oceano levando medo e pânico para os moradores de uma pequena cidade costeira, outrora tranqüila.

Para conter o ímpeto assassino da fera, um grupo de homens destemidos decidem sair em sua caça – um pescador experiente, um pesquisador especialista em ‘monstros marinhos’, além de um membro da comunidade. Todos esses clichês temperados com um final emocionante fazem parte da narrativa do livro. Resumindo: tudo o que você encontrou em Tubarão, também irá encontrar em A Besta. A diferença entre as duas obras é que em Tubarão, Benchley optou por explorar mais a fundo os conflitos entre os personagens.

A besta que empresta o nome ao título do livro é uma Architeuthis dux, ou seja, uma lula gigante que devido ao desequilíbrio ecológico provocado pelo homem, começa a atacar e matar banhistas de uma cidade praiana localizada nas costas das Bermudas. Após uma sucessão de ataques fatais, Whip Darling, um pescador especialista em vida marítima, que quer apenas levar uma vida normal ao lado de sua esposa e filha, acaba sendo forçado a caçar o mostro marinho.

O pai de uma das vítimas, um poderoso banqueiro, promete 200 mil dólares se Darling aceitar a empreitada de sair em alto mar num barco ultra-equipado juntamente com ele e um professor de oceanografia. Somente os três, num embate de vida ou morte contra a lula gigante. Ação e suspense mesclam a caçada do trio a Architeuthis dux, acredito que bem mais do que em Tubarão.

Um livro tenso, repleto de aventura e muito gostoso de ler. Corram porque só restam 10 exemplares na Estante Virtual por preços mais do que camaradas variando de R$ 10,00 a R$ 35,00.

06 – Instinto assassino (William Randolph Stevens)

Tudo bem que existam nos sebos virtuais mais de 150 exemplares da obra de Willaim Randolph Stevens, mas uma hora acaba, né? Então, porque deixar para comprá-la de última depois?

InstintoAssassino impressiona muito porque a leitora chega à conclusão que pode estar convivendo ao lado de um psicopata já que a maioria deles camuflam muito bem os seus desvios psicológicos. Às vezes o psicopata pode ser aquele juiz sério e acima de qualquer suspeita em sua cidade, ou aquele filantropo sempre disposto a ajudar as pessoas necessitadas, ou então, como no caso do livro Instinto Assassino, o médico amado e querido de uma pequena cidade; um verdadeiro anjo em terra.

Na obra de William Randolph Stevens que também foi o promotor do caso e depois resolveu escrever um livro sobre o assunto, Cristina Henry narra os momentos de terror que passou ao lado de seu marido, o proeminente médico americano, Dr. Patrick Henry com quem chegou a ter um filho.

Ela conviveu durante quase sete anos ao lado de um perigoso psicopata sem perceber nada de anormal, já que o médico insano escondia com perfeição a sua personalidade doentia. Durante todo esse período, Cristina enfrentou várias situações de risco extremo, com a sua vida ficando presa por um fio. O passatempo predileto de seu esposo era armar armadilhas para matá-la ou então fazê-la sofrer, sem que ela nada percebesse.

O ponto alto da perversidade do Dr. Henry é o momento em que ele tenta matar o próprio filho por enxergá-lo como um inimigo. São momentos de pura tensão no enredo de Stevens e nessa hora nos colocamos no lugar de Cristina que sofreu horrores até descobrir a verdade, ganhando assim, coragem para pedir a separação. A partir daí foi iniciada uma nova luta.

07 – O Paladino (Brian Garfield)

Brian Garfield é o mesmo autor de Desejo de Matar – obra que deu origem ao filme homônimo com Charles Bronson - mas pode esquecer esse livro porque ele não existe mais já que entrou para o rol das obras extintas. Talvez, você ainda encontre o livro na Amazon mas em inglês. 

Outra publicação do autor que está seguindo o mesmo caminho da extinção é O Paladino. Localizei apenas trinta livros, sinal que a fonte está esgotando. Os preços, por enquanto, estão absurdamente baixos para uma história com tão poucos exemplares: de R$ 4,00 a R$ 23,00.

Inspirado em fatos reais, O Paladino conta a extraordinária história de um homem que desde os quinze anos foi agente secreto a serviço de Winston Churchill, na época, primeiro-ministro do Reino Unido.

Em 1940 o famoso político inglês confiou algumas missões secretas a um rapaz que conhecera por acaso. Pouco a pouco, o que havia começado como uma divertida aventura juvenil se transformou em uma perigosa carreira de espionagem, na qual abundavam crimes, assassinatos, perseguições e torturas.

O jovem, que usava o nome de Christopher Robin, recebeu ordens do próprio Churchill e do chefe de espionagem britânico, e as executou com grande imaginação e coragem em um momento particularmente crítico da história britânica, os anos da Segunda Guerra Mundial. Assim, sua intervenção foi decisiva na retirada das tropas de Dunquerque,

08 – O ultimato de Bourne (Robert Ludlum)

Só 13. Isto mesmo. No momento em que escrevia essa postagem, a Estante Virtual tinha apenas 13 exemplares de O Ultimato Bourne de Robert Ludlum. Tudo leva a crer que eles estão com os seus dias finais cronometrados nas prateleiras dos sebos. Então, porque ficar enrolando a compra se nesse momento, você tem a oportunidade de adquiri-lo por apenas R$ 12,00 ou R$ 20,00, que seja. Quanto aos dois primeiros livros da série – A Identidade Bourne e A Supremacia Bourne, podem ser encontrados mais facilmente.

Para quem não conhece essa série de livros, Jason Bourne é um agente secreto treinado por uma organização do governo, mais secreta ainda, com o objetivo de perseguir e eliminar o mais perigoso terrorista do mundo: Carlos, “O Chacal”. Este é o resumo do resumo porque em cada um dos seus três livros, Ludlum nos mostra um Bourne diferente.

No primeiro, sofrendo de amnésia, o personagem tenta descobrir o seu passado e recuperar a sua identidade; no segundo livro, já livre da amnésia, ele tem que enfrentar um impostor que pretende criar um conflito internacional entre China e Estados Unidos; e no terceiro, que fecha a saga; “O Chacal”, seu tradicional inimigo volta com o firme propósito de elimina-lo e também toda a sua família.

Deu para perceber como os três livros escritos por Ludlum são diferentes dos filmes com o Matt Damon. Enquanto no livro, o herói enfrenta um determinado vilão tão letal quanto ele, contando, às vezes, com a ajuda de agentes da organização Tradstone que o treinou; nos filmes, o personagem de Damon combate vários vilões e o governo em si, assim como a própria Tradstone que quer eliminá-lo numa queima de arquivo.

09 – A marca do Zorro (Johnston Mcculley)

Está à procura de uma história simples, mas com o poder de prender a sua atenção como se fosse uma teia de aranha? O livro de Johnston Mcculley é a pedida certa. 

Em A Marca do Zorro publicada originalmente em 1924 o que vale, de fato, é a “AVENTURA” e com todas as letras maiúsculas. O enredo é uma verdadeira montanha russa permeado de duelos de espada, traições, paixões desenfreadas, vinganças e personagens que convencem.

Na narrativa de McCulley, o jovem fidalgo Don Diego Vega assume a identidade secreta de “El Zorro” (“a raposa”) para defender o povo explorado pelos soldados espanhóis que dominam a região de San Juan Capistrano, no México. O cavaleiro mascarado enfrenta os homens do Sargento Gonzales e cruza sua espada com o capitão Ramón na disputa pelo coração da bela Lolita Pulido. Quem lê esse enredo mais do que simples pensa, a primeira vista, que se trata de uma história infantil e sem atrativos. Mero engano. Para começar nunca vi descrição de duelos de esgrima tão bem narrados quanto os do livro de McCulley. O autor provou que é expert no assunto.

Na Estante Virtual temos nove exemplares de A Marca do Zorro. Na Amazon mais dois. Os preços variam de R$ 20,00 a... pasmen: R$ 458,00! Entonce... tô percebendo que alguns livreiros já entenderam que tem em mãos uma obra muito rara. Acho melhor não esperar que os outros livreiros também tenham a mesma percepção? Então, acorda, galera!

10 – O Enxame (Arthur Herzog)

Publicado originalmente em 1976 pela editora Artenova, A Invasão das Abelhas teve uma receptividade muito boa por parte dos leitores. Esta receptividade aumentou após o lançamento do filme “O Enxame”, em 1978, baseado na obra de Arthur Herzog. Neste mesmo ano, a Artenova relançaria o livro, mas desta vez com a capa e o mesmo nome do filme.

Herzog usou um método inovador na época, deixando de lado introdução, prólogo, prefácio e outros inícios convencionais de obras, para estampar logo de cara em seu livro notícias de ataques de abelhas africanas em várias partes do mundo. As duas páginas, antes do 1º capítulo, contem textos jornalísticos sobre os estragos provocados pelas abelhas, além de relatos que indicam o surgimento de uma nova espécie mortífera do animal.

O Enxame é um romance cheio de tensão e para ler numa só tacada. Como já disse uma verdadeira joia rara que só será encontrada nas prateleiras de algum sebo.

O livro sumiu das livrarias há tempos, mas felizmente ainda pode ser encontrados nos sebos.

Taí galera, agora é só escolher os seus livros preferidos e partir para a leitura, antes que eles sumam dos sebos.


21 janeiro 2022

Patrick Rothfuss libera o prólogo de "As Portas de Pedra"

Os fãs de carteirinha de Kvothe, Bast, Denna, Auri, Elodin e companhia limitada já estão com o saco transbordando de impaciência com relação ao lançamento do terceiro e último livro que fechará a saga do famoso arcano. Também não é para menos, pois já se passaram mais de dez anos que O Temor do Sábio, segundo livro da saga Crônicas do Matador do Rei, foi lançado no Brasil. De lá para cá, Patrick Rothfuss usou e abusou da paciência de seus leitores.

Cara nunca vi um troço desses! Ao longo dessa década, em cada ano surgia uma data diferente para o lançamento do livro, todas elas falsas ou se preferirem o termo da moda: fakenews. Então quando Rothfuss aparecia em algumas de suas raras entrevistas, ele simplesmente lançava um balde de gelo na cabeça de seus leitores dizendo que ainda estava trabalhando na narrativa de Kvothe e não tinha nenhuma previsão de lançamento da obra. E foi assim no decorrer desses dez anos. Até a Amazon tentou dar um empurrãozinho ao anunciar uma provável data de lançamento em sua página; mero engano. Nem mesmo isso conseguiu tirar o impassível Rothfuss do seu sossego.

Mas tudo indica que uma luz está surgindo no fundo do túnel. Tudo bem, que seja uma lamparina bem fraquinha; mas está surgindo. Não, não é isso. Ainda não foi definida uma data de lançamento de As Portas de Pedra (alguns como meu, insistem em chamar de Os Portões de Pedra) por isso, nada de comemorações antes do tempo.

O que acontece é que o autor decidiu liberar para a galera o prólogo de seu livro. Acredita nisso?! Verdade! Autor de O Nome do Vento e O Temor do Sábio leu no dia 21 de dezembro de 2021 o prólogo do terceiro livro. O fato considerado épico pelos fãs da saga aconteceu durante a live no Twitch para arrecadar fundos para o “Heifer International” que ajuda comunidades ao redor do mundo. Nem preciso dizer que a galera foi à loucura.

Rothfuss também deixou no ar que As Portas de Pedra terá, praticamente, o mesmo número de páginas de seu antecessor, O Temor do Sábio. Por isso, os leitores já podem ir esperando perto de 1.000 páginas já que a edição do segundo volume da saga lançado no Brasil pela editora Arqueiro teve 960 páginas.

Recentemente, Rothfuss disse numa entrevista que está numa fase de intensa revisão da narrativa. Ele quer garantir que não haja nenhum furo na história, por isso diversos aspectos do chamado “Universo Kvothiano” estão sendo criados e recriados para que tudo se encaixe perfeitamente no final do livro 3.

Mas vamos ao que interessa, a divulgação do prólogo de “As Portas de Pedra”, traduzido em português. Segura aí galera!

“Ainda era noite no meio de Nalgures. A Pousada Marco do Percuso encontrava-se num silêncio profundo e era um silêncio de três partes. Se o horizonte já mostrasse o mais suave tom de azul, a pequena cidade estaria toda agitada; haveriam gravetos crepitando, o tranquilo sussurro de água fervendo para mingaus ou chás; e o ruído lento e úmido, de pessoas caminhando pela grama, já teria varrido o silêncio dos degraus das casas com a aspereza de uma velha vassoura de bétulas..

Se Nalgures fosse grande o suficiente para merecer vigias, eles teriam reclamado e resmungado como se esse silêncio fosse um estranho indesejado. Se houvesse música... mas não, claro que não havia música. Na verdade, não havia nenhuma dessas coisas, e então o silêncio permaneceu.

No porão da Pousada Marco do Percuso, havia o cheiro de fumaça de carvão e ferro queimado. Em todos os lugares havia evidência de trabalho apressado, ferramentas espalhadas, garrafas deixadas em desordem, um derramamento de ácido sibilou baixinho para si mesmo, tendo derramado sobre a borda de uma grande tigela de pedra. Perto, os tijolos de uma pequena forja faziam pequenos e doces ruídos de ping enquanto esfriavam. Esses pequenos ruídos esquecidos adicionaram um silêncio furtivo a um grande eco. Eles o amarraram como pequenos pontos de fio de latão brilhante. O contraponto desse silêncio era uma batida suave de tambores por trás de uma música.

O terceiro silêncio não foi algo fácil de notar. Se você ouvisse o suficiente, poderia começar a senti-lo no frio do cobre das fechaduras da Pousada Marco do Percurso, apertadas, para manter a noite afastada. Ele se escondia nas madeiras grossas da porta e se aninhava nas pedras cinzentas da fundação do prédio. E estava nas mãos do homem que projetou a pousada enquanto se despia lentamente ao lado de uma cama nua e estreita. O homem tinha cabelos ruivos de verdade, vermelhos como chamas. Seus olhos estavam escuros e cansados ​​e ele se movia com o cuidado lento de um homem que está gravemente ferido, ou cansado, ou velho além de sua idade.

A Pousada Marco do Percurso era dele, assim como o terceiro silêncio era dele. Isso era apropriado, pois era o maior silêncio dos três, mantendo os outros dentro de si. Era profundo e largo como o fim do outono. Era pesado como uma grande pedra lisa de rio”.

Taí galera, gostaram?!

Pois é, fica, agora, a esperança de que Rothfuss também libere um capítulo extra para o deleite de todos nós. Ahahaha!! Podem acreditar esse sonho é possível, já que o autor disse que há essa possibilidade.

Quanto a data de lançamento de “As Portas de Pedra”... repito,  por enquanto nada.

 

 

19 janeiro 2022

Verity



Verity de Colleen Hoover é um excelente thriller psicológico. A autora acertou a mão, ou melhor, acertou apenas em parte porque o final ficou devendo, e devendo muito. Olha, cá entre nós, detesto, mas literalmente detesto finais arregaçados. Classifico os finais de narrativas de fechados, abertos e arregaçados.

Os fechados são aqueles finais bem amarrados, conclusivos, onde o autor não deixa nenhum fio solto em relação ao destino dos principais personagens; não importa se ele puxa sardinha para o lado do vilão ou dos heróis e heroínas. O que importa é que a sua história tem começo, meio e fim.

O final aberto é aquele em que o autor lança uma pequena dúvida na cabeça do leitor. Vejam bem, eu disse uma pequena dúvida; aliás, tão pequena, que chega a beirar o óbvio, mas mesmo assim, ainda sobra espaço para semear uma duvidazinha bemvinda em nossas cabeças.

Por fim, temos o final arregaçado. Este é brabo. É o momento em que o autor – me desculpe a expressão – abre as pernas na conclusão de sua história plantando uma dúvida tão grande na cabeça de seus leitores que eles não sabem se seguem o caminho da direita, da esquerda ou do meio.

A impressão que fica nos finais arregaçados é que o autor terminou a história de afogadilho ou então não quis assumir a responsabilidade de concluí-la e assim, acaba jogando essa responsabilidade no colo dos seus leitores. Como se dissessem: “Vai, vê aí o que você faz”.



Na minha opinião, a carta escrita por um personagem de Verity publicada nos capítulos finais do livro e que teria por objetivo fechar a contento a trama, na verdade, acabou plantando uma baita dúvida, dando um nó nos neurônios da galera. “Será que fulano ou fulana agiu, de fato, dessa forma ou não”? Odeio duvidas desse tipo; não por ser preguiçoso para imaginar conclusões de finais alternativos, é que... não gosto de livros sem finais. Opinando ainda sobre esse assunto, acredito que faltou conectar o final da história com um fato importante – aliás bem chocante e violento - que acontece logo nas primeiras páginas. Faltou também estabelecer uma conexão do final com uma disfunção sofrida por determinada personagem ao longo de toda a narrativa. Quando vi a capa do livro, juro que pensei que essa disfunção orgânica que afetava a rotina de vida da referida personagem estava diretamente relacionada com o final, o que na minha leiga opinião, daria um “The End” bombástico para a trama; mas não tinha nada a ver. Tudo não passava de fatos isolados.

Quanto a narrativa – excluindo o final – é muito boa. Um baita thriller psicológico e que mete um medinho danado em alguns trechos. Teve momentos que fiquei incomodado já que li a maior parte da obra durante altas horas da noite. Pena que o final mata a pau e no mau sentido.

Em Verity, Hoover narra a história de uma escritora medíocre e muito chata (achei isso) que faz o mínimo do mínimo para sobreviver, mas num golpe de sorte, acaba sendo contratada para ser coautora de uma saga literária de grande sucesso, já que a autora chamada Verity Crawford, está incapacitada após ter sofrido um grave acidente que a deixou completamente debilitada. Então, a coautora medíocre vai morar na mansão da famosa Verity para poder entender melhor sobre os livros que ela irá dar continuidade. Bem resumidamente, o plot do livro é esse.

Muitos leitores consideram Verity um divisor de águas por causa do seu final; alguns gostaram, mas uma grande parte detestou.



16 janeiro 2022

E vamos com novas divagações: livros, mudanças no blog e a herpes cruel de Lulu

Hoje, estou afim de divagar, pelo menos um pouquinho. Fugir de resenhas, listas, lançamentos literários e outras coisas mais e me abrir com vocês. Sei que o “Livros e Opinião” não é um blog pessoal, mas um espaço para escrever sobre literatura, mesmo assim, às vezes, bate uma vontade de me abrir com a galera e contar alguns momentos alegres ou tristes que estou vivendo. Desabafar... Isso mesmo! A palavra certa é desabafar. Colocar para fora algo bom ou não muito legal que eu esteja vivendo, como se estivesse numa mesa de bar conversando com um amigo. É assim que me sinto quando exponho algumas particularidades sobre mim no blog, coisas que não estejam relacionadas com livros.

Afinal, fiz muitos amigos por aqui – alguns recentes e outros já antigos, desde os primórdios do blog, há 11 anos. Dessa forma, tenho certeza, que muitos já sorriram e também já choraram comigo. Sorriram, riram ou até gargalharam com as peripécias do saudoso Kid Tourão, mas também derramaram lágrimas com a sua morte.

E da mesma forma que vocês conheceram o Kid Tourão, também passaram a conhecer, há pouco tempo, outro personagem real da minha vida: Lulu. Kid Tourão, meu pai; Lulu, minha mulher, amiga, companheira, enfim, meu grande amor. Pois é, volta e meia, ela aparece em algumas postagens dando as suas pitadas literárias.

Vamos lá, puxe uma cadeira aí; imagine-se sentado comigo numa mesa de um point qualquer. Como já disse, hoje estou precisando desabafar. Cara, o negócio está trash. Pense numa pessoa cheia de vida, sorrindo na maior parte do tempo, com disposição para participar e promover projetos filantrópicos que possam ajudar comunidades ou outras pessoas mais necessitadas. Uma pessoa ativa, ou melhor, super-ativa. Agora, imagine essa pessoa doente, com dores excruciantes, com uma doença que veio do nada, agindo sorrateiramente em seu organismo. Está é a situação atual de Lulu. O culpado dessa mudança? Eu respondo qual: Herpes Zoster. Para ser mais exato: neuralgia pós-herpética.

Lulu teve herpes no rosto e por pouco não atingiu um de seus olhos. A fase das bolhas e da coceira infernal já passou. E quando pensávamos que o sofrimento já tinha ido embora, eis que surge de sopetão uma neuralgia pós herpética. Cara, repito, a ‘coisa’ é trash e bota trash nisso. Alguns neurologistas afirmam que a dor do nervo trigêmeo que passa pelo nosso rosto é uma das dores mais excruciantes que se tem conhecimento. ‘Entonce’, segundo o médico que está cuidando de Lulu, parte da ramificação de seu nervo trigêmeo foi atingido pelo vírus da herpes o que está lhe rendendo uma sensação de formigamento constante na sua face esquerda intercalada com dores na forma de agulhadas. Na semana passada, a dor de cabeça era tanta que eu pensei que ela estava tendo um AVC. Putz, viu só? Taí a prova de como nós, seres humanos, pensamos sempre no pior. Mas após ter sido examinada pelo médico, ele disse que não tinha nada a ver. A dor era mesmo provocada pela neuralgia herpética.

Lulu é uma pessoa de muita fé. Vou recordar para vocês um momento que nós vivemos do qual não tenho vergonha de revelar que chorei. Cara, chorei; tudo bem que foi em silêncio, mas chorei. Sabem, aquele choro que fica entalado na garganta impedindo que você abra a boca para dizer qualquer coisa porque se fizer isso, as lágrimas acabam vindo aos borbotões? Foi esse tipo choro que tive quando no pico da dor, enquanto a levava para o Pronto Socorro, desesperado, ao passarmos em frente a uma igreja, Lulu pediu que eu parasse o carro um pouquinho. Ela se virou, e mesmo com muita dor, uniu as mãos e em lágrimas fez a sua oração em silêncio. Carambolas! Toda vez que me lembro dessa cena, fico com a voz embargada.

Há quatro dias, procuramos um médico especialista em neurologia da dor. Ele passou alguns medicamentos e pediu para que ela retornasse depois de 15 dias. As dores na face continuam, não em um estágio avançado, mas continuam. Principalmente à noite quando chega “babando”, como diz o velho ditado popular. Enquanto redijo esse texto, ela está no sofá da sala com os olhos fechados, mas percebo que as dores também se fazem presente.

Galera, tenho vários colegas ateus e respeito a sua opção religiosa, mas, no meu caso, não posso negar que acreditar em Deus faz um bem incrível. Sou fã do apresentador da Globo, Marcos Mion que não tem receio nenhum em afirmar para todo o Brasil que é devoto de Nossa Senhora – assim como eu sou – e o quanto essa fé lhe deu sustentáculo para enfrentar vários problemas em sua vida. Meu! É muito bom saber que nos momentos de perrengues em sua vida, você tem Alguém com quem conversar e lhe dar esperança. Costumo dizer que Deus é como um carregador de pilhas e nós somos as pilhas. Quando as pilhas estão fracas, sem energia, basta conectá-las ao carregador para renovar essa energia. É muito triste quando você está na pior, descarregado, sem motivação, desesperado e não tem por perto nenhum carregador de pilhas. E convenhamos, esse Carregador de Pilhas é fantástico!

Vejo esse drama de Lulu como uma fase das nossas vidas. Sei que o sofrimento vai passar e que novas alegrias virão. Tenho o hábito de dizer que as nossas vidas são como uma roda gigante: na frente passam as cadeiras com os problemas e logo atrás estão as cadeiras trazendo a solução para esses problemas.  Se Lulu não pode, no momento, tomar uma gelada comigo como fazíamos todas as noites em nossos happy hours particulares ou com os amigos, pelo menos, as dores não estão tão intensas como antes.

Aproveitando esse clima “Up”, apesar das dores não terem melhorado no seu todo, resolvi mudar o layout do blog. Sei lá, trocar a casca. Quero que esse novo visual que ainda está por vir seja lembrado como a primeira vitória de uma batalha contra um gigante cruel. Faço essa colocação porque não tem como dissociar o “Livros e Opinião” dos eventos que ocorrem em minha vida. Apesar de ser um blog literário, em muitos momentos ele acaba se transformando num diário pessoal.

Para essa reformulação entrei em contato com a web designer Daniela Milagres do “Emporium Digital”. Encontrei a Dani por meio de uma indicação da Karol da “MK Designer” que era a responsável pelo layout da minha página. Como ela parou de trabalhar com a plataforma Blogger, acabou me redirecionando para a Dani.

Sabem de uma coisa? Eu tenho muito esse lance de confiança à primeira vista: pessoas que eu bato o olho ou então num primeiro contato, eu passo a confiar ou não. No caso da Emporium Digital, a sensação de confiança veio nesse primeiro contato. Além do mais, gostei muito do portifólio da Dani. Achei os seus trabalhos bonitos e profissionais. Assim, acabei fechando com a sua empresa. Já estamos na fase de briefing. Logo, logo, o “Livros e Opinião” ganhará “cara” nova. Espero que gostem.

Enfim é isso, aí galera. Obrigado por terem sentado nessa mesa de bar e me escutado. Precisava muito conversar. Ufaaaa! Thanks e mais Thanks!

Ah! Continuem torcendo pela recuperação de Lulu: esta pessoa maravilhosa que eu amoooooooo!

Inté!

 

12 janeiro 2022

Tubarão: uma releitura que valeu a pena

Hoje quero escrever sobre um dos livros que mais li e reli em minha vida. Um livro criticado por muitas pessoas, inclusive por Steven Spielberg que dirigiu a adaptação cinematográfica da obra. Estou me referindo a Tubarão de Peter Benchley. Acredito que você deve estar curioso para saber o que Spielberg disse sobre a obra. Pois é, o conhecido diretor e produtor cinematográfico revelou, pouco depois das filmagens, que ao ler o livro, se pegou torcendo para o tubarão, porque todos os personagens humanos eram muito desagradáveis.

Não penso dessa forma, eu trocaria a palavra desagradável por profundo. Isto mesmo, porque na minha opinião, Peter Benchley explorou de uma maneira completa o perfil dos principais personagens de sua obra, mostrando as qualidades e também os defeitos de cada um deles. E quando ele explora, os defeitos, explora de uma maneira realista. E é esse detalhe que deixa os personagens de Tubarão mais interessantes e verossímeis conseguindo prender a atenção dos leitores. A caricatura passa bem longe deles.

Apesar do final apressado e sem o “up” do The End do filme, adorei a narrativa de Benchley. Prendeu tanto a minha atenção que já reli o livro várias vezes, e com direito a resenha publicada no blog (ver aqui).

Quando de seu lançamento, em 1974, o livro Tubarão se tornou um verdadeiro Best Seller ficando no primeiro lugar das listas dos mais lidos em todo o mundo. A obra transformou Benchley em multimilionário da noite para o dia. Fez tanto sucesso que o seu autor foi convidado para adaptar as páginas de sua obra para o cinema. E mais! Num filme que teria como diretor o gênio Steven Spielberg, que naquela época já era considerado um “menino-prodígio” da indústria cinematográfica de Hollywood.

O livro, ao contrário do filme, explora ao máximo a relação conflituosa entre os personagens Matt Hopper, Quint e o xerife Martin Broody. Enquanto a produção da Universal Pictures opta por centrar-se na aventura envolvendo os ataques e a caça ao tubarão assassino, o livro procurar explorar, ao máximo, os conflitos entre os seus personagens principais, com direito a uma pulada de cerca por parte da mulher do xerife Broody.

A obra literária de Benchley deu origem ao primeiro block­buster de Steven Spielberg. A partir daí a carreira do chamado “menino prodígio de Hollywood” deslancharia definitivamente.

A história se passa em Amity, um balneário ficcional situado em Long Island, Nova York. Quando o corpo de uma turista é encontrado na praia, o chefe de polícia Martin Brody ordena o fechamento das praias da região. O prefeito Larry Vaughan, porém, mais preocupado com o dinheiro dos veranistas, consegue abafar a notícia e libera o banho de mar na cidade. O banquete está servido. O impacto do livro e do filme foram tão violentos que gerações passaram a pensar duas vezes antes de entrar no mar.

Não tem como deixar de comentar a belíssima edição de 40 anos da obra que a DarkSide Books  trouxe para o público brasileiro. Eu adquiri, recentemente, a ‘Limited Edition’ que é a edição capa dura com a imagem do cartaz do filme de 1974.

Um livro imperdível que vale muitas releituras.

09 janeiro 2022

Seis livros que vão virar filmes, séries ou minisséries em 2022

Pois é galera, entra ano e sai ano e a curiosidade dos “leitores cinéfilos” quanto aos livros que irão virar filmes no decorrer dos 365 dias vindouros só aumenta. E o “Livros e Opinião”, claro né, não poderia deixar de embarcar nessa onda. Por isso, nos últimos anos sempre elaborei listas sobre os filmes e minisséries baseados em obras literárias que explodirão nas telas de todo o mundo, incluindo o Brasil.

Então, apertem os cintos para levantarmos voo. Vamos conferir alguns livros que serão adaptados para o cinema ou TV neste ano de 2022.

01 – Daisy Jones & The Six (Taylor Jenkins Reid)

Daisy Jones & The Six pode ser considerado um dos romances contemporâneos mais aclamados pelos amantes do universo literário. 

Li o livro e amei! Da mesma forma como acontece em Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, outro livro fantástico de Taylor Jenkins Reid, os personagens de Daisy Jones são tão carismáticos que parecem reais. A ilusão que temos ao ler a obra literária é que o “The Six”, grupo musical fictício dos anos 70, de fato, existe. A minha sensação foi a de que Daisy Jones, Billy Dune, Graham Dunne, Karen Sirko e os demais integrantes do grupo eram de carne e osso. Parecia que eu estava lá no meio da gritaria dos fãs assistindo um show da banda, vivendo o clima contagiante de uma apresentação ao vivo; presenciando os desentendimentos, erros e acertos do “The Six”; vendo uma Daisy Jones tão real que a minha impressão era de que a personagem estava se abrindo comigo revelando os seus segredos, as suas alegrias e principalmente as suas tristezas.

Cara, um livro tão bom assim só poderia ir parar no cinema ou na TV. E assim será. A obra literária de Jenkins Reid vai ganhar uma minissérie de 12 capítulos no Prime Video, streaming da Amazon. Entre os produtores do projeto está a atriz e produtora Reese Witherspoon – ganhadora do Oscar de 2006 pela sua participação em “Johnny e June”, filme sobre a vida do cantor Johnny Cash - que já assumiu ser fã da obra e até incluiu o título em seu renomado Clube do Livro.

As gravações da minissérie estavam previstas para começar por volta de março de 2020 mas devido a pandemia de Covid-19 acabou atrasando – a exemplo de outros projetos de Hollywood – mas a produção retomou os trabalhos e as filmagens no segundo semestre de 2021. 

Curiosos quanto aos atores que darão vida aos protagonistas? Ok. Vamos, então, matar essa curiosidade. Sam Claflin (Como Eu Era Antes de Você) foi confirmado no papel de Billy Dunne e Riley Keough (The Girlfriend Experience) será a icônica Daisy Jones. Ah! Antes que me esqueça: Keough é filha de Lisa Marie Presley e consequentemente neta do eterno rei do rock. Vamos lá, porque tem mais gente boa no elenco: Camila Morrone (Desejo de Matar) viverá Camila Dunne, Suki Waterhouse (Simplesmente Acontece) será Karen Sirko, Josh Whitehouse (Um Passado de Presente) será Eddie Roundtree, Will Harrison (It's Perfect Here) como Graham Dunne e Sebastian Chacon (Penny Dreadful) viverá Warren Rhodes. A atriz brasileira-jamaicana Nabiyah Be (Pantera Negra), filha do músico Jimmy Cliff, vai interpretar Simone Jackson.

Quanto ao lançamento da minissérie ainda não há uma data exata definida, apenas o ano: 2022.

02 – Morte no Nilo (Agatha Christie)

Se “Daisy Jones & The Six” vai para a TV, o destino de “Morte no Nilo”  será os cinemas. A produção cinematográfica baseada na obra icônica de Agatha Christie tem estreia confirmada para o dia 10 de fevereiro, inclusive, os trailers sobre o filme estão bombando á mil no Youtube.

O longa acompanha o detetive Hercule Poirot (Kenneth Branagh) de férias no Egito. Mas é claro que ele não iria conseguir folga. Durante sua estadia, acontece o assassinato de uma jovem herdeira.

De acordo com a sinopse divulgada pelos estúdios da 20th Century Fox,  “durante sua viagem de lua de mel pelo rio Nilo, o casal Linnet Ridgeway (Gal Gadot) e Simon Doyle (Armie Hammer), convidaram os entes mais queridos para embarcar no barco Karvak e celebrar a união do casal. Porém a rica herdeira é misteriosamente morta de noite e por quase todos os passageiros têm motivos para matá-la. Mas um dos convidados, por coincidência, é o mais famoso detetive do mundo, Hércules Poirot, que começa a investigar o caso. 

Enquanto as investigações têm início no próprio barco, novas mortes acontecem com o intuito de encobrir a verdade e o caso acaba sendo mais difícil de se solucionar a cada tempo que passa. Situado em uma paisagem épica de vistas panorâmicas do deserto egípcio e das majestosas pirâmides de Gizé, este conto de paixão desenfreada e ciúme incapacitante apresenta um grupo cosmopolita de viajantes impecavelmente vestidos entre voltas e reviravoltas”.

Gal Gadot - a “Mulher-Maravilha” - lidera o elenco, que ainda tem Armie Hammer, Rose Leslie, Tom Bateman, Emma Mackey e Letitia Wright. A curiosidade é que Kenneth Branagh, além de dar vida ao famoso detetive Hercule Poirot também dirige o filme.

03 – Um Lugar Bem Longe Daqui (Delia Owens)

Um Lugar Longe Daqui de Delia Owens, lançado em 2019, é um dos livros mais comentados dos últimos dois anos. Quem leu, adorou a história; e Reese Witherspoon que de boba não tem nada também adquiriu os direitos de filmagens da obra, à exemplo do que fez com Daisy Jones & The Six.

No livro, boatos sobre Kya Clark, a “Menina do Brejo”, assombram Barkley Cove, uma calma cidade costeira da Carolina do Norte. Ela, no entanto, não é o que todos dizem. Sensata e inteligente, Kya sobreviveu por anos sozinha no pântano que chama de lar, tendo as gaivotas como amigas e a areia como professora. Abandonada pela mãe, que não conseguiu suportar o marido abusivo e alcoólatra, e depois pelos irmãos, a menina viveu algum tempo na companhia negligente e, por vezes, brutal do pai, que acabou também por deixá-la. Anos depois, quando dois jovens da cidade ficam intrigados com sua beleza selvagem, Kya se permite experimentar uma nova vida — até que o impensável acontece e um deles é encontrado morto.

As gravações da adaptação do livro acontecem desde de abril do ano passado e a Sony Pictures liberou algumas fotos de bastidores do longa que tem Daisy Edgar-Jones no papel principal. 

O elenco conta também com Taylor John Smith, Harris Dickinson, Garret Dillahunt (Fear the Walking Dead), Michael Hyatt (Snowfall), Ahna O’Reilly (The Morning Show), Sterling Macer Jr. (Dragon: The Bruce Lee Story) e a novata Jojo Regina.

O filme é dirigido por Olivia Newman com roteiro de Lucy Alibar. A Sony Pictures marcou a estreia para 2022 mas não definiu uma data exata. Vamos aguardar e... com muita expectativa.

04 – Em Águas Profundas (Patricia Highsmith)

O filme baseado na obra homônima de Patricia Highsmith foi comprado pelo streaming Hulu, eles ficarão responsáveis pela transmissão do longa neste ano de 2022. O Amazon Prime Video fará o lançamento internacional. À princípio, a produção deveria ser lançada nos cinemas, mas a 20th Century Studios acabou desistindo da ideia. Com isso, o destino de Em Águas Profundas será mesmo o streaming.

Após mais de 15 anos, o diretor Adrian Lyne retorna a uma produção, esse é o marco de sua volta na direção de um longa. Ele também foi responsável por outros trabalhos considerados verdadeiras obras primas dos cinemas, como por exemplo “Atração Fatal”.

Em Águas Profundas, Highsmith narra a história de um casal muito estranho e misterioso: Vic e Melinda. Eles estão longe de ser um casal feliz ― seu casamento é mantido por um acordo nada convencional: Melinda pode ter quantos amantes quiser contanto que não arraste os dois e a filha para o caos de um divórcio. Tudo parece bem, mas, com o passar do tempo, Vic começa a se incomodar com os homens escolhidos pela esposa e adota uma estratégia inusitada para afugentá-los, assumindo a autoria do assassinato de um deles. Só que a notícia se espalha por toda a cidade do interior dos Estados Unidos e o antes cidadão-modelo, benfeitor, marido mais do que tolerante e empreendedor abnegado vira alvo da maledicência de todos.

Tudo levava a crer que a vida voltaria ao normal quando o verdadeiro assassino é descoberto, mas a revelação da mentira de Vic é o estopim de uma reviravolta nas convicções do próprio e nas relações que mantém com a comunidade, com os amigos e com Melinda e seus vários amantes. O que se cria é uma trama intrincada, repleta de segredos, manipulação psicológica e sangue.

A autora explora os abismos mais sombrios da psique humana e lança luz para o fato de que sob a superfície das personalidades mais pacatas e exemplares podem se esconder as mais sórdidas psicopatias.

O filme será protagonizado por Ben Affleck (“Batman versus Superman” e “Liga da Justiça”) e Ana de Armas (“007: Sem Tempo Para Morrer”).

05 – Sandman (Neil Gaiman)

Sandman é uma das histórias em quadrinhos mais celebradas da história, publicada pela Vertigo, antigo selo da DC Comics e escrita por Neil Gaiman.

A história é vista do ponto de vista de Sonho (que também é conhecido como Morpheus ou Sandman - um dentre os sete perpétuos, a representação antropomórfica do sonho). Sandman é o governante do Sonhar. Ele é um Pérpetuo - os Perpétuos são manifestações antropomórficas de aspectos comuns a todos os seres vivos: Destino, Morte, Sonho, Destruição, Desejo, Desespero e Delírio. Os 7 perpétuos não são deuses, mas sim entidades além, responsáveis pelo ordenamento da realidade conhecida. Só sua existência mantém coeso o universo físico e todos os seres vivos.

Em 1916, Sandman foi aprisionado durante um ritual de magia pelo britânico Roderick Burgess. A intenção do mago inglês era capturar a Morte, irmã de Morpheus, mas algo deu errado e o atraído foi o rei dos sonhos. Morpheus ficou aprisionado por mais de 70 anos, até ser libertado devido a um descuido de seus guardas. 

Quando voltou ao Sonhar, descobriu que seu reino estava semidestruído. Para restaurá-lo e também restaurar seu poder, Morpheus partiu atrás de três poderosos artefatos que foram roubados durante seu exílio forçado. Após aventuras que o levaram até o inferno e ao redor do mundo, Morpheus recuperou seus apetrechos, mas uma série de fatores o levariam a enfrentar situações perigosas ao longo dos anos seguintes.

A Netflix que está responsável pela adaptação dos quadrinhos para uma série de TV já divulgou parte de seu elenco principal. São eles: Tom Sturridge como Sonho/Sandman; Gwendoline Christie como Lúcifer; Vivienne Acheampong como Lucienne; Charles Dance como Roderick Burgess; Boyd Holbrook como o Coríntio; Asim Chaudhry como Abel; e Sanjeev Bhaskar como Caim.

Segundo a Netflix, a série que estreia nesse ano terá 10 episódios (mais um), totalizando 11 capítulos.

06 – Persuasão (Jane Austen)

E a Netflix não para, hein?! Taí mais uma produção financiada pela conhecida plataforma de streaming. O filme será baseado na obra Persuasão da escritora Jane Austen. Na trama, Dakota Johnson (50 Tons de Cinza) interpreta Anne Elliott, personagem que se reconecta com um antigo amante sete anos após ter sido persuadida por familiares e amigos a encerrar seu noivado com ele. Diante de novas circunstâncias, o casal arriscará então renovar o compromisso.

Os atores Cosmo Jarvis e Henry Golding serão, respectivamente, o interesse amoroso e o primo de Anne. O elenco conta ainda com Richard E. Grant e Suki Waterhouse em papéis secundários. O longa é dirigido pela estreante Carrie Cracknell.

Essa é a mais recente tentativa da Netflix de atualizar uma obra de Austen para atrair o público. A plataforma já desenvolve “The Netherfield Girls”, adaptação contemporânea de Orgulho e Preconceito.

Persuasão será lançado na Netflix em 2022.

Taí galera, leiam os livros e vejam os filmes. De preferência, leiam primeiro as obras literárias, afinal de contas, antes de sermos cinéfilos, somos leitores.

Inté.

 


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