29 julho 2021

Estou aqui com muito frio para falar de Ney Matogrosso – A biografia


Galera, estou passando para avisar que tá um baita frio por aqui. Caráculas! Que frio meu!! Acabei de chegar do meu trabalho. Estava fazendo a cobertura de um evento às 18H00; inauguração de um anfiteatro numa cidade da região de Bauru. Ah! Pelo amor de Deus! Olha o horário que o infeliz do sujeito foi escolher para inaugurar a tal obra, muito bonita por sinal. 

O evento contou com a presença de um escritor famoso, aqui na região e também um parlamentar mais ou menos famoso. Todos eles, quero dizer, todos nós – eu me incluo no bolo – tremendo de frio e torcendo para que o filho do homenageado que “emprestou” o seu nome para o anfiteatro fosse breve em seu discurso porque o parlamentar ainda queria falar. Ahahahaha! Mera ilusão porque o orador falou, falou, falou e mais falou. Fiquei com pena de um “senhorzinho” com os seus, aparentemente, setenta e poucos anos que estava encolhido, tremendo de frio e com uma cara de zangado, acho que zangado com o filho do homenageado que falava aos borbodões.

Resumindo: como eu já havia entrevistado o filho do homenageado – engraçado... na entrevista ele foi tão econômico com as suas respostas... – resolvi sair de cena.

Após viajar aproximadamente 100 quilômetros cheguei em casa cansado e com muito frioooooo! Gente me desculpem, tinha programado a postagem de uma nova lista literária para hoje, mas não estou em condições. Juro que não estou, queria estar, mas não estou.

Por isso, para não passar em branco e não deixar o blog com um espaço muito grande de uma postagem para a outra, passei aqui para avisar sobre o lançamento de uma nova biografia. Desta vez, do grande Ney Matogrosso que acabou de sair do forno.

Fiquei sabendo desse lançamento, hoje, durante o tal evento em que estive, ao conversar com alguns leitores que estavam comentando o assunto. Entonce, como sou um grande fã desse artista incrível, decidi, mesmo cansadaço e com – novamente – frioooooooo, muito frioooooo escrever essa nota.

Ney Matogrosso – A biografia foi lançado em 23 de julho pela Companhia das Letras.

Seis anos após ter apresentado a melhor biografia da cantora Elis Regina (1945 – 1982), Elis Regina – Nada será como antes (2015), o jornalista paulistano Julio Maria decidiu contar a vida de Ney de Souza Pereira, sujeito estranho que se tornou um dos maiores cantores do Brasil a partir de 1973 e que está a caminho dos 80 anos, a serem festejados em 1º de agosto deste ano de 2021.

Para recontar com maior profundidade uma história já apresentada por Denise Pirez Vaz na primeira biografia de Ney Matogrosso, Um cara meio estranho (1992), Julio Maria também esteve no quartel da aeronáutica em que Ney atuou como soldado, já na cidade do Rio de Janeiro (RJ), encontrou um irmão mais velho do cantor (irmão de quem nem a família de Ney tinha notícias) e levantou documentos da época em que agentes da repressão federal do Brasil dos anos 1970 vigiavam os movimentos libertários do cantor como vocalista do grupo Secos & Molhados.

Tudo indica que se trata de um livraço. Uma grande biografia, como foi aquela de Elis Regina, escrita pelo próprio Julio Maria.

Fica aí a pedida.

Cara.... que frioooooooo!

25 julho 2021

Oito casos cercados de mistério que renderam bons livros

Acredito que muitos leitores que acompanham o Livros e Opinião já ouviram falar de navios e aviões que desapareceram misteriosamente no Triângulo das Bermudas ou então de um disco voador com tripulantes de outra galáxia que caiu próximo à cidade de Roswell, no Novo México. Um número ainda maior de leitores, com certeza, assistiram, ouviram ou leram sobre o famigerado Chupa-Cabras que assustou os fazendeiros do Paraná e do interior de São Paulo nos anos 90.

É pessoal... o mundo em que vivemos é repleto de mistérios e fatos intrigantes que despertam a nossa curiosidade. Por isso, no post de hoje selecionei 8 casos que instigaram a imaginação popular e que renderam bons livros com os seus autores procurando de todas as formas elucidar as misteriosas tramas.

Vamos a eles!

Caso 01: O Triângulo das Bermudas

Livro: O Triangulo das Bermudas (Charles Berlitz)

O Triângulo das Bermudas é uma área do Oceano Atlântico que forma uma espécie de triângulo imaginário. Em suas pontas estariam a ilha de Bermudas, a cidade de San Juan (Porto Rico) e a cidade de Miami (Estados Unidos), conforme aponta o mapa nesta postagem. O local já vitimou inúmeras tripulações e é alvo de muito misticismo e superstições.

O mais antigo relato “sombrio” sobre o Triângulo das Bermudas foi feito por Cristóvão Colombo, que afirmava que a sua bússola apresentava um mau funcionamento no local, além de este ser muito perigoso e aparentemente emitir luzes embaixo do oceano. No entanto, o caso que fez com que o local ganhasse maior notoriedade foi um acidente ocorrido em 1945, quando cinco aviões americanos misteriosamente sumiram, vitimando dezenas de tripulantes.

Antes, em 1902, uma embarcação alemã chamada Freya, ficou um dia desaparecida. Saiu de Manzanillo, em Cuba, no dia 3 de outubro efoi encontrada no dia seguinte, no mesmo local de onde havia saído, porém sem nenhuma pessoa a bordo: todos os tripulantes desapareceram! Muitas outras embarcações e aviões sumiram no Triângulo das Bermudas.

Essas ocorrências instigaram o imaginário popular, fazendo com que autores de livros e a população como um todo passassem a elaborar teorias mirabolantes, como raptos praticados por extraterrestres, passagens para outro mundo, monstros aquáticos e muitas outras lendas.

O livro de Charles Berlitz, lançado em 1974, procura encontrar explicações científicas para esses misteriosos desaparecimentos, não se esquecendo também de algumas teorias mirabolantes. É possivelmente um dos melhores trabalhos a respeito do famoso e enigmático triângulo. O livro continua sendo muito vendido até hoje.

Caso 02: Caso Pavesi

Livro: Tráfico de Órgãos no Brasil – O que a máfia não quer que você saiba (Paulo Airton Pavesi)

Cara, este caso deixou todo o País chocado. O fato ocorreu em abril de 2000, quando os médicos José Luis Gomes da Silva, José Luis Bonfitto, Marco Alexandre Pacheco da Fonseca e Álvaro Ianhez foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado de Paulo Veronesi Pavesi, que na época tinha 10 anos.

Conforme a Justiça, os quatro médicos teriam sido responsáveis por procedimentos incorretos na morte e remoção de órgãos do garoto, após ele cair de uma altura de 10 metros no prédio onde morava. O exame que apontou a morte cerebral teria sido forjado e o garoto ainda estaria vivo no momento da retirada dos órgãos. Acredita nisso?!!

A descoberta de um suposto esquema para a retirada ilegal de órgãos de pacientes em Poços de Caldas fez com que a Santa Casa da cidade fosse descredenciada para a realização de transplantes e remoção de órgãos no ano de 2002.

A leitura de Tráfico de Órgãos no Brasil – O que a máfia não quer que você saiba escrito pelo pai da vítima é instigante. Paulo Airton Pavesi introduz o leitor no mundo sombrio do tráfico de órgãos, mostrando todas as nuances, os detalhes desse mercado ilegal que, infelizmente, predomina no Brasil. É como se você estivesse no lugar daquele pai que além de ter perdido o seu filho, passou a comer o pão que o diabo amassou por querer, apenas apurar a verdade.

Na obra, o leitor toma conhecimento do drama vivido por Pavessi após a morte do pequeno Paulinho, período em que passou a receber ameaças constantes de morte, mas mesmo assim, não desistiu de levar os responsáveis à Justiça.  Ele afirma que as ameaças foram tantas que ele teve de sair do Brasil temendo pela sua segurança e de seus familiares, obrigando-o a pedir asilo na Europa.

Caso 03: O Caso Roswell

Livro: Incidente em Roswell (Charles Berlitz e William L. Moore)

Esta história que ficou conhecida como “O Caso Roswell” se refere à queda, em 8 julho de 1947, de um objeto num rancho próximo à cidade de Roswell, no estado do Novo México, nos Estados Unidos, de início identificado como um disco voador. A base aérea local, inicialmente confirmou se tratar de um disco, mas depois, num segundo comunicado desmentiu o ocorrido afirmando que o objeto era um balão meteorológico.

Ufólogos afirmaram ao longo dos anos que, de fato, se tratava de uma nave extraterrestre e que os tripulantes alienígenas haviam sido recuperados por militares que depois encobriram a situação e tentaram esconder o que realmente tinha acontecido.

Segundo a revista Super Interessante, uma das curiosidades do “Caso Roswell” reside no que estava dentro do suposto disco voador: quatro legítimos ETs, cinzas, sem roupas e pequeninos, mas com cabeças e olhos enormes. A funerária local recebeu um pedido de quatro pequenos caixões e um funcionário teve que dar explicações sobre como conservar corpos. Segundo os teóricos da conspiração, o governo conduziu uma autópsia secreta nos alienígenas e aprendeu, por exemplo, que o sangue deles não é vermelho e que a proporção de seus estômagos em relação aos corpos é diferente do humano.

Incidente em Roswell de Charles Berlitz – mesmo autor de  O Triângulo das Bermudas – e William L. Moore tenta desvendar esse mistério com importantes revelações. O livro lançado em 1980 foi escrito no formato de documentário e contem depoimentos interessantes de pessoas que estiveram envolvidas nesse caso, incluindo o fazendeiro que encontrou a suposta nave extraterrestre; de jornalistas daquela época; cientistas e até mesmo pessoas que eram ligadas ao exército americano. Um bom livro paraquem quer se aprofundar sobre o que aconteceu em Roswell.

Caso 04: Os sobreviventes dos Andes

Livro: Milagre nos Andes - 72 Dias na Montanha e Minha Longa Volta para Casa (Nando Parrado e Vince Rause)

Milagre nos Andes - 72 Dias na Montanha e Minha Longa Volta para Casa, do escritor uruguaio Nando Parrado, conta o drama dos sobreviventes da queda de um avião da Força Aérea do Uruguai, em 1972, numa remota região dos Andes. Estavam a bordo 45 pessoas que viajavam de Montevidéu para Santiago, no Chile, entre elas um time de jogadores de rúgbi. Havia cinco tripulantes.

A aeronave chocou-se com os Andes e caiu. Dezesseis pessoas morreram na hora e, dos 29 sobreviventes, 13 foram morrendo ao longo dos 72 dias em que ficaram isolados na montanha. O grupo, do qual Parrado fez parte, conseguiu manter-se vivo alimentando-se da carne de seus companheiros mortos. Além da literatura, o fatídico episódio foi retratado também no cinema através do documentário “Vivos”, de Frank Marshall.

O leitor tem que ter estômago forte para enfrentar as páginas em que Parrado dá detalhes do canabalismo forçado. Para poderem continuar vivos, os sobreviventes dos Andes se alimentaram de carne humana por um período de aproximadamente dois meses. No início, segundo o autor, apenas de pedaços superficiais do músculo do antebraço dos mortos, mas quando o “alimento” começou a faltar, eles tiveram de comer também pulmões, rins, cérebro e até coágulos de artérias. Ele dá detalhes de tudo isso sem meias palavras.

Milagre nos Andes - 72 Dias na Montanha e Minha Longa Volta para Casa é acima de tudo o relato da luta de uma pessoa que jamais desistiu da vida, nem mesmo quando ouviu pelo rádio dos destroços do avião que as buscas pelos sobreviventes haviam sido encerradas. Foi à partir daí que Nando Parrado e seu amigo Roberto Canessa entenderam que tinham de enfrentar e vencer as montanhas dos Andes em busca de socorro, numa viagem – para muitos – sem esperança.

Caso 05: O sequestro de Carlinhos

Livro: O sequestro de Carlinhos. A verdade relatada por seu pai (João Mello)

Apesar de ter apenas 13 anos no dia em que Carlos Ramirez da Costa, o Carlinhos, foi sequestrado, eu me lembro muito bem da comoção nacional provocada pelo crime.

Era uma noite de quinta-feira, 2 de agosto de 1973. Maria da Conceição Ramirez assistia à novela das 20h com cinco de seus sete filhos em casa, na Rua Alice, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Seu marido, João Costa, havia saído de carro com as duas crianças menores. De repente, uma queda de luz deixa a casa toda escura. É neste momento que um homem portando um revolver e com o rosto coberto por um lenço, invade o portão da residência, vai até a sala e sequestra apenas Carlinhos, que havia acabado de completar 10 anos de idade. 

O seqüestrador ainda deixou um bilhete exigindo o resgate de ‘cem mil cruzeiros’, uma fortuna, na época. O pai do garoto conseguiu arrecadar o dinheiro – após uma campanha popular – que não foi entregue porque o criminoso nunca mais entrou em contato.

Carlinhos está desaparecido há 48 anos e a sua família não sabe se ele está vivo ou morto. O caso vem intrigando a polícia e o imaginário popular há quase cinco décadas.


Em 1986, João Mello, pai de Carlinhos, que chegou a ser preso como suspeito por ter participado do sequestro escreveu um livro dando o seu ponto de vista sobre o caso. Ele fala do sofrimento da família, das linhas de investigação – todas elas atrapalhadas – adotadas pelo polícia e que não levaram a nada, além de explicar os motivos que fez a polícia prendê-lo em 1973.

O livro lançado pela editora Record pode ser encontrado apenas em sebos, pois as suas edições estão esgotadas.

Caso 06: O Chupa-Cabras

Livro: Olhos de Dragão (Carlos Alberto Machado)

Uma figura folclórica mexeu com o imaginário do Brasil no fim da década de 1990. Há 20 anos, o aparecimento de animais mortos e praticamente sem sangue no Paraná e também no interior de São Paulo não deixava dúvidas aos moradores de áreas rurais: tratava-se do misterioso chupa-cabra.

A figura vampiresca causou temor, mobilizou investigações policiais e atraiu a atenção de ufólogos. As cenas eram praticamente as mesmas: galinhas, cabras, cavalos e bois mortos. No entanto, todos estavam praticamente sem sangue.

Mesmo 20 anos depois da lenda que se espalhou pelo país, pesquisadores e ufólogos ainda não tem uma opinião definitiva sobre o que causou a mortandade dos animais e drenou todo o seu sangue.

Quem leu Olhos de Dragão de Carlos Alberto Machado afirma que o autor fez um trabalho primoroso de pesquisa investigativa, englobando testemunhos e análises de biólogos, veterinários, criptozoólogos e pesquisadores mundiais do assunto, além de um completo levantamento fotográfico e estatístico, mapas e tabelas comparativas, sem contar análises laboratoriais de materiais colhidos nos diversos locais de ocorrência do fenômeno, tais como: pelos, fezes e sangue, buscando mais esclarecimento sobre o suposto predador.

Caso 07: As linguiças de carne humana

Livro: Canibais: Paixão e Morte na Rua do Arvoredo (David Coimbra)


Este crime que aconteceu em Porto Alegre, no século 19, foi tão macabro, tão repugnante, que até hoje a maioria dos moradores gaúchos evitam falar sobre o assunto. O caso ficou conhecido nos meios policiais da época como

“Os Crimes da Rua do Arvoredo” e devido a sua aura macabra acabou se tornando uma lenda urbana na cidade, mas muitos garantem que, de fato, aconteceu.

O crime ocorreu em 18 de abril de 1864. Neste dia, a polícia de Porto Alegre deparou-se com uma cena horripilante: no porão da casa de José Ramos e Catharina Palse, na Rua do Arvoredo, onde também funcionava o açougue do casal, estavam enterrados os pedaços de um corpo humano, já em avançado estado de decomposição. O cadáver havia sido retalhado, com a cabeça e membros separados do tronco, e este, por sua vez, repartido em vários pedaços. A vítima identificada era o alemão Carlos Claussner, antigo dono do açougue da Rua Arvoredo. 

Ao examinar um poço desativado, no terreno dos fundos da casa, a polícia encontrou os corpos do taverneiro Januário Martins Ramos da Silva e de seu caixeiro, José Ignacio de Souza Ávila, de apenas 14 anos, igualmente esquartejados.

Reza a lenda que o açougueiro José Ramos ou simplesmente Ramos, como era conhecido, degolava, esquartejava, descarnava, fatiava e guardava as vítimas em baús, moendo-as aos poucos e transformando-as nas famosas linguiças, que eram vendidas em seu açougue. Os gaúchos faziam fila para comprá-las e nem desconfiavam de que estavam praticando canibalismo ‘por tabela’.

Para escrever Canibais: Paixão e Morte na Rua do Arvoredo, David Coimbra pesquisou aproximadamente 18 obras sobre os referidos crimes, construindo uma narrativa simplesmente empolgante que tem como cenário uma Porto Alegre de escravos fugidos, imigrantes desgarrados, enfim, bandidos de todos os tipos. Interessou-se pelo livro? Confira, então, post completo sobre a obra aqui.

08 – Caso 08: Canibalismo em alto mar

Livro: No coração do mar (Nathaniel Philbrick)

Em 1820, sob o comando do capitão George Pollard Jr, o baleeiro americano Essex “ousou” enfrentar um enorme cachalote que atacou e afundou a embarcação no sul do Oceano Pacífico. Encalhada a milhares de quilômetros da costa da América do Sul, com pouca comida e água, a tripulação foi forçada a navegar até a costa nas baleeiras que restaram do navio.

Os oito, dos 21 tripulantes do Essex, que conseguiram sobreviver ao ataque do cachalote passaram por uma verdadeira via crucis. Eles sofreram severa desidratação, fome e exposição em mar aberto. Eles foram obrigados a comer os corpos dos tripulantes que haviam morrido. Quando isso se mostrou insuficiente, os membros da tripulação fizeram sorteios para determinar quem sacrificariam para que os outros pudessem se “alimentar”. Um total de sete tripulantes foram canibalizados.

No Coração do Mar de Nathaniel Philbrick é, basicamente, dividido em seis momentos: a história da ilha de Nantucket, localizada na costa leste dos Estados Unidos, considerada no século XIX como a capital baleeira do mundo. A apresentação dos 21 tripulantes do Essex. O ataque do cachalote de 26 metros que afundou o baleeiro. A luta pela sobrevivência em alto mar da tripulação que se dividiu em três botes. O resgate dos oito sobreviventes (cinco nos botes e outros três que optaram por ficar numa ilha deserta, perdida no meio do Pacífico). E, finalmente, o destino dos sobreviventes após alguns anos da tragédia.

Em vários momentos, a leitura se torna angustiante. Cara, imagine você perdido no meio do Oceano Pacífico, dividindo o espaço de um bote minúsculo com outras pessoas? Quer mais? Então segura essa: decidindo na sorte quem vai morrer para servir de comida para os sobreviventes. Brrrrrrr!!

Além do livro de Philbrick, a saga dos tripulantes do baleeiro Essex também foi levada para os cinemas no filme homônimo com Chris Hemsworth e Tom Holland.

A história serviu ainda de inspiração para que Herman Melville escrevesse a famosa obra Moby Dick.

Taí galera, espero que tenham gostado. Agora é só escolher os livros que mais lhe interessaram.

21 julho 2021

A filha do demônio



Mayara, sinceridade? Adorei o seu livro. Caráculas, que viagem! Após ter lido A Filha do Demônio da escritora mineira, Mayara Cordeiro, pensei comigo mesmo: quantas histórias boas de autores desconhecidos estão morrendo por motivo do descaso de grandes editoras. A arrogância de alguns editores chega a tal ponto que eles sequer aceitam ler os originais de uma história ao saber que se trata do debut, no meio literário, de um jovem escritor. Eles preferem investir em autores consagrados. Triste, não acham? Sabemos que a maioria desses jovens talentos desconhecidos desistem porque os custos para lançar uma obra literária independente são salgados demais e nem todos conseguem obter esses recursos através de vaquinhas virtuais. Com isso a maioria opta por não prosseguir escrevendo.

Ainda bem que Mayara Cordeiro acreditou em sua história e foi a luta e publicou a edição impressa de A Filha do Demônio de forma independente. Antes, ela já tinha lançado o e-book.

Quando recebi o seu livro para resenha e avaliação confesso que não estava afim de ler algo do gênero western já que tinha acabado de concluir a releitura de algumas historietas de Os Melhores Contos de Faroeste, por isso queria mudar de gênero naquele momento. Pretendia ler algo sobre mitologia grega, um assunto que adoro. Entonce... recebo A Filha do Demônio. Certamente, pretendia lê-lo mais para a frente. Acontece que o livro tinha uma capa tão bem produzida, mesmo simples; estava tão bem embalado; continha tantos mimos, entre os quais marcadores de páginas, mapas e imãs personalizados que acabou me convencendo as antecipar a sua leitura. Pensei: - Putz, para uma escritora investir tanto numa publicação independente é porque ela tem um carinho enorme pelo seu “filho” e acredita muito “nele”. Portanto, só me restou conhecer esse “filho”. E não me arrependi.



A obra, mesmo seguindo o gênero ‘Velho Oeste” não fica restrita a troca de tiros, duelos e socos dentro de um saloon. O seu foco está mais direcionado para drama e romance. Ainda ontem, quando acabei a leitura do livro, comentei com Lulu que o enredo idealizado por Mayara pode ser definido, de um modo genérico, como uma mistura de Sheldon e Sparks no Velho Oeste americano. A saga de Yanan, Eric Hetfield, Andy Martin, Rael Amaya, entre outros personagens tem pontos em comum com os plots criados por Sidney Sheldon e Nicolas Sparks em seus livros: mulheres fortes e resilientes; vilões sem escrúpulos e capazes de chegar as últimas consequências para atingir os seus objetivos; além de trabalhar com perfeição elementos como redenção, perdão e amizade.

Os personagens bem construídos somados a uma narrativa fluida faz com que os leitores devorem as páginas em pouco tempo. A Filha do Demônio não tem plot twists em seu enredo, mas por outro lado, tem muitas surpresas, algumas me deixaram desconcertado.

Não quero estragar o enredo com spoilers mas já adianto que não há como não se apaixonar por Yanan, uma típica heroína ‘a la Sheldon’ ou então querer invadir a história para moer de pancadas o FDP do Rael Amaya, um dos vilões mais cruéis que já vi num livro.

Os últimos capítulos são bem tensos com direito a duelos, tiroteios e perseguições. Os leitores ficarão com uma vontade enorme de mergulhar nas páginas para tomar partido de determinados personagens. Destaque para um reencontro que acontece no final, muito emocionante.

A Filha do Demônio conta a história de uma jovem menosprezada em sua pequena comunidade, inclusive pelos seus próprios familiares, e que sai em busca de vingança por algo que fizeram à sua mãe. A sua jornada será cheia de surpresas. Ela encontrará pelo caminho vários personagens dispostos a ajudar e outros com prazer em lhe prejudicar. Enfim, é isso. Não posso contar mais nada, caso contrário, acabarei estragando o romance com spoilers.

É uma pena que o livro não se encontra a venda, pelo menos por enquanto, nas grandes livrarias virtuais, mas os interessados poderão adquirir o e-book na Amazon. Quanto ao livro físico, as reservas podem ser feitas no site da escritora (ver aqui ) ou então, em seu Instagram.

18 julho 2021

10 livros marcantes que inspiraram grandes filmes na Netflix

A “legião” de filmes catalogados na Netflix é assustadora. Cara, o que tem de filmes por lá é algo incrível. Como diz o velho ditado popular: “Tem filmes saindo pelo ralo” ou... pela chaminé, como alguns dizem. Muitas dessas produções cinematográficas vieram das páginas de livros. Sabe de uma coisa? Sendo um leitor inveterado, adorei isso. Adorei tanto que resolvi fazer uma postagem sobre dez grandes best-sellers que viraram filmes excelentes nesse canal de streaming.

14 julho 2021

À Sombra da Lua

 


Já há algum tempo queria ler um livro sobre lobisomem. Ahahaha!! Tenho certeza que muitos agora estão ‘tirando’ com a minha cara. Tá bom! Mas e daí? Você não gosta de livros de vampiros adocicados e românticos do tipo Edward Cullen? Ou ainda dos “apocalipses” em clima de zumbilândia com aquele bando de zumbis tresloucados correndo sem rumo saboreando uma carninha humana? Entonce; fiquem com os seus vampiros e zumbis e deixe-me numa boa com os meus lobisomens (rs). 

11 julho 2021

As Portas de Pedra (The Doors of Stone): Patrick Rothfuss explica os motivos para a demora do lançamento do livro.

O objetivo inicial desta postagem é fazer um desabafo contra o atraso do lendário lançamento de As Portas de Pedra (The Doors of Ston) ra, livro final da trilogia A Crônica do Matador do Rei. Cara, estou P. da Vida com o Patrick Rothfuss. Caraca, são mais de dez anos de hiato do lançamento do segundo livro, O Temor do Sábio! Agora se O Nome do Vento entrar no jogo, esse hiato aumenta para quase 15 anos! Cá entre nós, é muito, mas muiiiito tempo para concluir uma trilogia. Temos que concordar que está demorando demais.

07 julho 2021

Medicina Macabra

 

Após ter lido Medicina Macabra de Thomas Morris lançado em 2020 pela editora DarkSide cheguei à conclusão de como a medicina, de fato, era macabra nos séculos XVII e XVIII. Agora se você me perguntasse como ficaria o século XVI nesse angu todo, olha... prefiro nem responder, é melhor. Por isso, nunca a DarkSide escolheu um título tão perfeito para uma obra como esse. Cara, cada caso tresloucado, cada médico e até mesmo cada paciente sem noção. Caráculas! Agora entendi o porquê daquela época ter ficado conhecida como a “Era da Medicina Heróica”. Muitos procedimentos, principalmente cirúrgicos eram realizados na raça e na coragem. 

03 julho 2021

A Paciente Silenciosa



O problema depois que lemos livros como Eles Merecem a Morte e Mentirosos é que ficamos mal acostumados e a partir daí qualquer thriller que encaramos passamos a exigir plot twists tão bons e inesperados quanto aqueles que lemos nas obras que citei acima. Mas na minha opinião, será difícil surgir reviravoltas tão chocantes quanto aquelas que presenciei nos enredos de Eles Merecem a Morte, de Peter Swanson e Mentirosos de E. Lockhart.

Resultado dessa frustração: uma baita ressaca literária. Confesso que ainda estou dependente desses dois livros e olha que essa ressaca já dura muito tempo. Li Mentirosos e Eles Merecem a Morte em 2019. Me envolvi tanto com a história, amei tanto os personagens e me surpreendi pacas com as reviravoltas no enredo que vários livros que li depois chegaram a me agradar, mas não surpreenderam,

chegaram a me envolver mas no fundo acabaram sendo apenas mais do mesmo.

Quando vi tantos elogios e notas altíssimas no Skoob com relação A Paciente Silenciosa de Alex Michaelides tive esperança de que essa obra conseguiria me curar dessa ressaca literária FDP. Por isso fui com muita sede ao pote e talvez, esse tenha sido o meu erro: “ir com uma sede avassaladora e cheio de expectativas". Resultado: quase acabei me afogando nesse pote.

A Paciente Silenciosa não foi o que eu esperava. Apesar da sua narrativa fluida e capítulos curtos, o enredo trabalha apenas com um plot twist e na minha opinião, apenas razoável. Querem saber se me surpreendi. Sim; me surpreendi, mas pouco. Foi o tipo da reviravolta que o leitor diz ao final: - Putz, só isto! – Foi assim que me senti no momento da solução do mistério que envolve os personagens principais.

Acredito que ao optar por trabalhar com apenas uma reviravolta em sua história – nesse caso, no final da trama – o autor tem que “quebrar o côco” ou “esquentar a moringa” (como dizia meu velho pai) para elaborar um plot twist portentoso, daqueles de deixar o leitor com a boca escancarada e cheia de dentes exclamando um Ohhhhhhhhhhh deliciosamente gostoso. Afinal, o escritor terá apenas um trunfo nas mãos, ao contrário daqueles que optam por incluir em seus enredos vários plots. Neste caso, o autor pode até se dar ao luxo de acrescentar algumas reviravoltas mais amenas na história, deixando a melhor delas para o grand finale. Para mim, esses plots distribuídos ao longo da trama servem para ir nos satisfazendo durante a leitura. Podemos fazer uma analogia com aqueles aperitivos que saboreamos antes do prato principal que é servido numa festa. Pense nesses aperitivos como sendo os plot twists menores que vão diminuindo a sua ansiedade, a sua fome, e no prato principal sendo o grande ‘plot finale’.

Ok, vamos agora inveter os papéis. Imagine, você numa festa, cheio de “expectativas culinárias” onde é servido apenas o prato principal. Esse prato tem que ser muito especial, muito saboroso para compensar a falta dos canapés, concordam?

Além disso, obras que tem apenas uma reviravolta em sua trama devem ter personagens carismáticos para segurar o rojão até a chega da reviravolta final.



O problema de A Paciente Silenciosa é que ela entrega um plot, como já disse acima, apenas razoável - tão razoável que no meu caso, já estava quase adivinhando qual seria a ‘grande sacada’ do autor – além de personagens sem nenhuma empatia. Por exemplo, o personagem principal, Theo Faber é chato demais: um cara fraco, nada confiável e que não aprende com os seus próprios erros e tropeços. Dessa forma, sobra para Alícia Berenson – a tal paciente silenciosa do título – segurar as pontas, mas infelizmente, ela também não consegue. Pelo menos para mim não gerou nenhuma empatia.

Quanto aos personagens secundários, achei muito mal desenvolvidos, principalmente Gabriel, o marido de Alícia; seu irmão Max e o professor Diomedes, o mentor de Theo. Além disso, com exceção do professor Diomedes – Diretor Clínico do Hospital Psiquiátrico Judiciário - eles não são nem um pouco carismáticos. Ah! Tem ainda a mulher de Theo, Kathy. Caráculas que personagem antipática, como não bastasse ter um hábito em nada aceitável.

Portanto, ficou difícil para mim - tendo pela frente personagens antipáticos ou amorfos, além de um plot twist apenas mediano - fazer parte do grupo de leitores que acharam a obra de Michaelides fantástica. Para esses leitores recomendo: Eles Merecem a Morte e Mentirosos.

Bem, vamos lá para um breve resumo do enredo de A Paciente Silenciosa. Uma pintora famosa chamada Alicia Berenson é acusada de matar o seu marido com cinco tiros no rosto. Ele é encontrado com os pés e mãos amarrados numa cadeira e com a cabeça esfacelada. O detalhe é que ela o amava muito. Depois do crime, a artista nunca mais disse uma palavra.

A sua recusa em falar ou dar qualquer explicação transformou essa tragédia doméstica em algo muito maior – um mistério que atrai a atenção do público e aumenta ainda mais a fama da pintora. No entanto, ao mesmo tempo que seus quadros passam a ser mais valorizados do que nunca, ela é levada para um hospital psiquiátrico judiciário.

Theo Faber é um psicoterapeuta forense que espera há muito tempo por uma oportunidade de trabalhar com Alícia. Ele tem certeza de que é a pessoa certa para lidar com o caso e tentar fazer com que ela volte a falar e assim, conseguir desvendar os segredos de toda essa tragédia.

A história é narrada no passado e presente. O enredo é intercalado com as narrativas do diário que Alícia escreveu nos dias que antecederam o crime e com as colocações de Theo no presente.

Enfim, é isso aí.




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