29 março 2016
O espião que me amava
Dos 14 livros sobre James Bond escritos por Ian
Fleming, “O Espião que me amava” (1962) foi o mais complicado para ler. Ruinzinho,
mesmo. A história original perde feio para o filme com Roger Moore.
Cara, se hoje estou suando para terminar a leitura
de “Contos Fantásticos do Século XIX”, no passado sofri para encarar o livro de
Fleming. Só não desisti porque sou um leitor muito perseverante, daqueles que
agarra o touro à unha e só larga depois que o bicho cai.
Reza a lenda que por causa da enxurrada de críticas
dos fãs e da imprensa - que acharam a história medíocre - Fleming teria ficado muito
frustrado com o que escreveu e por isso proibiu novas reimpressões - incluindo
a versão de bolso – além de uma possível adaptação cinematográfica. Este é o
motivo principal porque o filme de 1977 só leva o nome do livro.
Acredito que o autor inglês deve ter dito aos seus
herdeiros que voltaria do além túmulo para assombrá-los, caso eles fizessem
alguma maracutaia para liberar a adaptação integral do livro para as telonas. Cara, mas nem precisou tudo isso,
porque o enredo é tão bravo, tão aquém das outras histórias envolvendo 007 que
o veto partiu do próprio Albert Brocoli, o ‘todo poderoso’ produtor da franquia,
na época. Ele achou o livro tão ruim que preferiu aproveitar apenas o título em
seu filme. Mamma Mia!!
Brocoli
com o apoio de seu parceiro Harry Saltzman contratou roteiristas conceituados
de Hollywood para elaborar uma história completamente independente e diferente da
obra de Fleming. E quer saber mais? Deu resultado mêo! É verdade! "O espião que me amava" dos cinemas engoliu o seu homônimo dos livros. A história com Roger Moore foi um grande sucesso, recebendo elogios tanto do público quanto da crítica especializada.
No livro, a história é narrada em primeira pessoa pela personagem
Vivienne Michel que trabalha num motel de beira de estrada que durante uma
madrugada recebe a visita de dois mafiosos que tem planos de incendiar o local
e matar a moça. Eis então que após ter um pneu de seu carro furado, 007 surge
no motel e pede para passar a noite no local. O agente secreto inglês troca
tiros com os dois gangsters, mandando-os para as profundezas do inferno, dorme com a tal Vivienne e no dia seguinte vai embora. E só!Putz,
desculpe aí Fleming, mas etchaa romancinho rebinha... jamais daria um filme,
sequer mediano.
Já no o filme do diretor Lewis Gilbert, Bond e
uma linda agente soviética unem-se para investigar o desaparecimento de
submarinos atômicos e acabam enfrentando um perigoso e astucioso vilão, o
bilionário magnata e armador
Stromberg, logo Bond e sua companheira são a esperança de toda a humanidade.
O filme marca também a estréia do ‘capanga de vilão’ Jaws ou “Dentes de
Tubarão” como ficou conhecido. O grandalhão desajeitado com aqueles dentes de
metal fez tanto sucesso que voltou a participar de um novo filme do agente
secreto na chamada “Era Moore”.
Taí! Ponto para Brocoli!
25 março 2016
Darkside relança em maio “Menina Má”, obra que serviu de inspiração para Damien, Chucky, Samara, Annabelle e outros personagens clássicos dos filmes de terror
Fiquei sabendo pelas redes sociais que a Darkside
promoveu um festão de arromba onde convidou alguns blogueiros e parceiros para
apresentar os seus novos lançamentos para 2016. Quem esteve por lá garante que
foi algo do outro mundo. Outro mundo mesmo; já que contou até mesmo com a
presença de Freddy Krueger como mestre de cerimônias. Brrrrrrrr!!!
Um dos livros que mais chamou a atenção da galera
presente no evento foi “Menina Má” de William March. Trata-se de um
relançamento, já que o livro original foi publicado há 64 anos, ou seja, em
1954. Sabem aquelas obras consideradas cult que continuam a ter admiradores e
consumidores mesmo após não estarem mais em evidência, devido à produção
interrompida ou cancelada? Pois é, “Menina Má” se enquadra nesse gênero.
Na época de seu lançamento, o livro se transformou
quase imediatamente em um estrondoso sucesso. Polêmico, violento, assustador
eram alguns adjetivos comuns para descrevê-lo. Os críticos britânicos
consideraram o livro “apavorantemente bom”. Ernest Hemingway se declarou um fã.
Em menos de um ano, Menina Má ganharia uma montagem nos palcos da Broadway e, em
1956, uma adaptação ao cinema indicada a quatro prêmios Oscar, incluindo o de
melhor atriz para a menina Patty McComarck, que interpretou Rhoda Penmark.
Personagens inspirados em "Menina Má" |
Bem... chegamos então a era contemporânea, e a obra
de March continuou influenciando mentes transformadoras de opinião, entre as
quais, aquelas que fazem parte da ‘Meca do cinema’, conhecida por Hollywood. Lembram-se
de Henry Evans de “Anjo Malvado”, com Macaulay Culkin quando ainda era um dos
atores mirins mais famosos do mundo? E de Samara? Aquela menina horrenda que ai
rastejando para fora de um televisor? PQP! Eu tinha que me lembrar dessa
cena de “O Chamado”! Adeus sono! Mas vamos
em frente. E de Chucky, aquele bonequinho maldito? Damien, o anticristo? Ah!
Esta pirralha, com certa, você se recorda: Annabelle!
Entonce, pode acreditar, todos esses personagens de
filmes de suspense ou terror foram influenciados por “Menina Má”.
E amigo, vai um lembretinho aí: prepare o seu
coração de duas maneiras. A primeira, para a história que deve ser um thriller
psicológico sufocante; e a segunda, para a capa. É cara, a capa! Com certeza, a
Darkside fará jus a sua reputação de editora que produz as capas mais ‘maravilhosamente
cobiçadas do mundo literário’.
Para quem ainda não teve
a oportunidade de ler “Menina Má”, o enredo desenvolvido por March fala de Rhoda,
uma linda garotinha de 8 anos de idade. Mas quem vê a carinha de anjo, não
suspeita do que ela é capaz. Seria a pestinha responsável pela morte de um
coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine,comece
a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine consegue
desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado
também.
“Menina Má” deve
desembarcar nas livrarias brasileiras no mês de maio. Taí mais uma obra da hora
que foi desenterrada pela Darkside.
Vale um grande Iahuuuuuu!
22 março 2016
Darkside lança em abril o 1º volume de “Crônicas de Amor e Ódio” (The Kiss of Deception). O livro chega com uma super capa, marca registrada da editora
Um dia desses, enquanto devorava algumas capas dos
livros lançados pela Darkside ‘pingou’ na minha cabeça um questionamento do
tipo: “Quem foi o cara que teve a idéia de apostar todas as fichas em capas
ultra-elaboradas, não esquentando a cabeça com os custos, pois tinha a certeza do
retorno financeiro? Será que foi um dos sócios-fundadores da Darkside? O
editor-chefe? Algum executivo da empresa? O designer gráfico? Algum amigo ou
parente dessa tchurma?
Cara, sei lá e pra ser sincero nem quero saber. O
que me interessa é que o dono da idéia foi muito feliz. Imagino até que ele
tenha sofrido uma pressãozinha, já que a maioria das grandes editoras – para
não dizer todas – estão ‘segurando’ o investimento em capas com layout
arrojados por culpa da “Dona Crise”. Talvez o tal cara inteligente deva até ter
ouvido: “Tú tá louco meu irmão! Não dá pra fazer isso não!” Mas no final, a
editora carioca foi arrojada, lembrando muito aquela frase antológica que abria
os seriados - também antológicos – de Jornada nas Estrelas: “audaciosamente
indo onde nenhum homem jamais esteve”.
Acredito que o dono da idéia deve estar com o seu
ego inflado, pois graças a ele, as capas dos livros da Darkside fazem tanto
sucesso que muitos leitores, apesar de já terem uma edição antiga de
determinado livro, fazem questão de comprar o seu relançamento somente por
causa do layout. Foi assim, por exemplo, com “Tubarão” de Peter Benchley,
lançado originalmente em 1974. Um ex-colega de trabalho já havia lido o livro e
não tinha gostado, mas fez questão de comprar a nova edição da Darkside,
unicamente, por culpa da “Dona Capa”
E para não fugir dessa deliciosa rotina, vem aí mais
um livraço com uma capa fantástica: “Crônicas de Amor e Ódio” (Kiss of
Deception) da escritora Mary E. Pearson. A obra faz parte do gênero “Dark
Love”, recentemente lançado pela editora, que abrange histórias de amor com
toques de mistério.
O primeiro volume de “Crônicas de Amor e Ódio” – o livro
faz parte de uma saga - arrebentou em vendagens no exterior, tornando-se uma
verdadeira coqueluche em vários países. Pearson conta a história de Lia, uma princesa - primeira filha de um rei – que
após ter um casamento arranjado, sem conhecer o noivo, decide fugir no
dia das núpcias. Dessa forma, Lia passa a viver uma vida simples numa cidade
bem longe da sua terra natal.
Bem galera, o problema, além das consequências de
sua fuga, é que ela passa a ser seguida por duas pessoas: um assassino e o príncipe com quem ela
deveria se casar. Um tem boas intenções, o outro não. Resta saber quem
encontrará a princesa primeiro. Detalhe: ela não conhece nem um dos dois,
portanto não sabe quem é o ‘mocinho’ e o ‘bandido’.
“Crônicas de Amor e Ódio” chega com a sua super-capa
nas livrarias brasileiras em abril próximo. O livro foi escolhido pelo comitê
da Young Adult Library Services Association como umas das melhores ficções de
2015 e escolhido uma das principais fantasias de 2014 pelos leitores no
Goodreads.
Quanto a Mary E. Pearson; é uma premiada escritora
do sul da Califórnia, conhecida por seus outros sete livros juvenis — entre
eles a série popular The Jenna Fox Chronicles. Mary é formada em artes pela Long
Beach State University.
21 março 2016
10 autores que não publicam novos livros há muitos anos
Um dia desses ao reler “O Silencio dos Inocentes”
acabei ficando P. da Vida. Caraca! É muita sacanagem do cara, meo! A minha
revolta tinha como endereço certo o autor da obra. Um cara pra lá de talentoso
chamado Thomas Harris que criou um dos mais icônicos personagens da literatura
policial: Dr. Hannibal Lecter.
Harris seu sacana sem coração... há dez anos que nós
– seus inveterados ‘leitores-fãs’ – estamos esperando um novo livro e nada.
Mas a minha revolta e frustração com os chamados
‘escritores-ursos’ que após lançarem livros antológicos, simplesmente entram
num buraco e hibernam por décadas, atinge também outros caras folgados: Arthur
Golden, Patrick Rothfuss, Dan Brawn, entre muitos outros.
Caramba, por onde andam esses caras?! Quando será
que irão lançar um novo livro? (se de fato, vão lançar). Será que eles estão
enfrentando uma crise de criatividade?
Neste post vamos saber por onde andam os
‘autores-ursos’ e porque estão demorando tanto para lançar um novo livro.
01
– Thomas Harris
Obra
principal: O Silêncio
dos Inocentes
O escritor e jornalista Thomas Harris foi o pai de
um dos personagens mais fascinantes da literatura policial: Dr. Hannibal
Lecter. O famoso serial killer esteve presente nos livros “Dragão Vermelho”
(1981), “O Silêncio dos Inocentes” (1988), “Hannibal" (1999) e “Hannibal, A Origem do Mal” (2006). Todos eles adaptados com sucesso para os cinemas, mas
foi “O Silêncio dos Inocentes” que transformou o Dr. Lecter num dos símbolos
das cultura pop dos anos 80; o serial killer mais emblemático das páginas e
também das telonas.
Harris não lança um novo livro há uma década. Cara,
é tempo de mais para um autor que revolucionou a literatura policial. Vasculhei
vários sites, blogs e outras redes sociais, incluindo a página oficial do
escritor, mas não há nenhuma informação de que esteja preparando um novo livro.
Juro que estou temendo pelo pior. Harris já está com
75 anos, logo entrará na casa dos 80; e nessa fase sabemos que é normal ocorrer
uma desaceleração criativa num autor. Temo que a vinda de uma nova história -
quem sabe até mesmo mais uma sequencia envolvendo Dr. Lecter - está cada vez
mais difícil.
02
– John Grogan
Obra
principal: “Marley e Eu”
Muitos leitores acreditam que John Grogan escreveu
apenas “Marley e Eu”, em 2005, mas não; ele também foi o autor de outros cinco
livros que vieram na esteira do estrondoso sucesso da história do cãozinho que
conquistou o mundo. As obras posteriores foram “Marley, O Cãozinho Atrapalhado”
(2007), Meu Querido Christopfer” (2007), “De Volta Pra Casa” (2008), “Cachorros
Encrenqueiros se Divertem Mais (2008), “O Natal de Marley” (2009) e Meu Barco e
Eu (2010).
Já deu pra ver que Grogan não escreve há mais de
cinco anos. Agora se as estatísticas entrarem no jogo, podemos afirmar que o
autor americano está há quase 11 anos sem conhecer um novo sucesso, já que os
livros lançados depois de “Marley e Eu” são obras desconhecidas para grande
parte dos leitores.
Por ter gostado muito da história daquele cachorro
labrador, torço demais para que Grogan ‘desperte’ e escreva um segundo
Bestseller tão bom quando o primeiro lançado em 2005. Aliás, esperança é a
ultima que morre.
03
– Rhonda Byrne
Obra
principal: “O Segredo”
A escritora australiana Rhonda Byrne sacudiu o ‘mundo literário’ em 2006 ao lançar
“O Segredo”, uma espécie de chave da sorte que abriria todas as portas da
felicidade, do prazer e principalmente do sucesso. Para ter essa chave nas
mãos, bastaria ler “O Segredo”.
Cara, recordo-me que na época foi um ‘bafafá’ danado
nas livrarias de vários países, incluindo o Brasil. Filas, empurra-empurra e
mais isso e aquilo para conseguir a famosa chave da sorte, quero dizer, o
famoso livro.
Alguns anos depois, em março de 2012, ela lançou
outra obra nesse mesmo estilo chamada “Magia”.
Agora, decorridos seis anos, ninguém mais ouviu
falar em Byrne. Tudo indica que ela se tornou um segredo.
04
– Dan Brown
Obra
principal: “O Código Da Vinci”
Aos 51 anos de idade, Dan Brown já vendeu milhares
de livros em vários países e criou polêmicas e mais polêmicas envolvendo o
Vaticano e o cristianismo. Robert Langdon
- o famoso simbologista de Harvard, metido a investigador na horas vagas
– saiu da mente criativa de Brown para se consolidar como um dos mais
carismáticos personagens dos romances policiais.
O que ‘enche o saco’ dos leitores de Brown é a demora
para lançar os seus livros. Para que você tenha uma idéia desse grande lapso de
tempo, “O Símbolo Perdido” (2009) só chegou após seis anos do lançamento de “O
Código da Vinci” (2003). Já, “Inferno” (2013) só deu as caras depois de quatro
anos.
Agora fica a pergunta com relação ao próximo livro
do autor, pois já fazem quatro anos que ele está ausente do prelo nas
livrarias.
A boa notícia é que Brown deu sinal de seu novo
romance numa palestra realizada, recentemente, em Dublin onde revelou que já está
trabalhando em mais enredo para Langdon.
Quanto tempo vai demorar esse trabalho? Ninguém
sabe.
05
– Patrick Rothfuss
Obra
principal: “O Nome do Vento – A Crônica do Matador do Rei – Primeiro Dia”
Já estamos há seis anos sem receber nenhuma notícia
sobre Kvothe, “O Arcano”, o personagem principal da saga “A Crônica do Matador
do Rei” ("O Nome do Vento" e "O Temor do Sábio"). Os fãs da trilogia estão a beira de um ataque de nervos, já que
Patrick Rothfuss, até agora, não definiu a data de lançamento.
A falta de informações acabou originando uma
explosão de boatos sobre possíveis datas de lançamento, todas elas furadas.
Alguns sites garantiram que o livro sairia em outubro de 2014, outros apostaram
num dia qualquer de 2015 e assim por diante.
Na verdade, “As Portas de Pedra” – título provisório
do livro que deverá fechar a trilogia sobre Kvothe – não tem nenhuma previsão
de lançamento. Pode demorar um ou dois anos, quem sabe.
A demora é justificada pelo enorme esmero que o autor preserva durante a escrita e também por suas
repetidas revisões que acabam deixando o trabalho mais lento, o que
sempre resulta num trabalho final primoroso como aconteceu com os dois
primeiros volumes da saga.
06 – Kim Edwards
Obra principal: O Guardião de Memórias”
Esta autora norte-americana não é
fraca não. Seu primeiro livro, “O Guardião de Memórias” (2005) vendeu cerca de
500 mil cópias somente no Brasil. Quer mais? Ok. A coletânea de contos “Os
Segredos do Rei do Fogo” (2008) lhe valeu os prêmios Whiting
e Nelson Algren, dois dos mais importantes da literatura americana. Mas,
infelizmente, Kim Edwards tomou Doril e depois sumiu.
Seu livro mais recente – “O Lago dos Sonhos” - foi
lançado em 2011 e de lá pra cá, absolutamente nada. E pior, não há nenhuma
informação nas redes sociais de que ela esteja trabalhando em um novo romance.
07
– Orlando Paes Filho
Obra
principal: “Angus: O Primeiro Guerreiro”
O escritor brasileiro Orlando Paes Filho, de 54
anos, é o criador da épica série “Angus”. Ele criou o personagem em 1978 quando
tinha apenas 16 anos e então, a partir daí, começou a produzir os enredos. O sonho de adolescente de Paes tornou-se o seu
objetivo de adulto e durante os últimos anos, o escritor se dedicou a uma saga
composta por um número ‘infindável’ de livros.
Pena que as aventuras do guerreiro
medieval Angus deram uma desacelerada e pararam em 2010 no terceiro volume. Não
tem livro novo do autor nos toplists há mais de cinco anos. Os fãs de Angus
continuam ansiosos por uma nova aventura do herói.
08 – Arthur Golden
Obra
principal: “Memórias de Uma Gueixa”
Arthur Golden faz jus ao título de “autor de um
livro só”. É de sua autoria o bestseller “Memórias de uma Gueixa” que foi um
grande sucesso não só entre os leitores, mas também entre os críticos
literários. Lançado em 1997, o livro é rico em
minúcias, revelando um conhecimento profundo da cultura e da história do Japão.
Golden traz as confissões e as experiências
de vida da gueixa Nitta Sayuri. Conduzido pela personagem, o leitor entra num
mundo onde o que mais conta são as aparências, onde se pode leiloar a
virgindade de uma criança, onde as mulheres são treinadas para enfeitiçar os
homens mais poderosos e onde o amor é desprezado como uma ilusão.
Devido ao mega-sucesso da obra
literária, a Columbia Pictures em conjunto com a Dream Works produziram 2006, o
filme “Memórias de uma Gueixa”.
Parece algo surreal, mas pode
acreditar: Temos um autor que escreveu um baita romance, do qual originou um baita
filme e mesmo assim, está sem lançar um novo livro há 19 anos!
09 – Eric Garcia
Obra principal: “Os Coletores”
“Os Coletores” foi um dos melhores
livros de ficção cientifica que eu já li. Ele foi indicado ao Prêmio Philip K.
Dick, para autores do gênero, ganhando posteriormente uma adaptação cinematográfica,
estrelada por Jude Law e Alice Braga. Na história, uma tecnologia chamada
"artiforgs", permite reproduzir artificialmente qualquer órgão do
corpo humano. Praticamente indestrutíveis, os novos órgãos de metal e plástico
são aparentemente muito mais confiáveis e eficientes do que os rins falíveis e
os pulmões sujeitos a câncer. Mas é importante ressaltar que, em casos de
inadimplência, um dos profissionais da companhia fará uma rápida visita, extrairá
o produto e o levará de volta imediatamente.
Não entendo porque Eric Garcia, autor dessa
preciosidade, está sem publicar uma história inédita desde 2009. Estaria ele
sofrendo dos famosos bloqueios de criatividade que ‘volta e meia’ atacam alguns
escritores?
10
– Winstom Groom
Obra
principal: Forrest Gump
Este autor americano lançou até agora sete livros,
mas somente um foi publicado no Brasil com tradução para o nosso idioma: “ForrestGump”. Os outros podem ser encontrados, mas todos em inglês.
Forrest Gump escrito em 1986 deu origem ao filmaço
homônimo, oito anos depois, estrelado por Tom Hanks e com uma trilha sonora
m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a.
Winstom Groom está sem escrever desde 1998, data de
seu último livro: Such a Pretty, Pretty Girl. Realmente, um desperdício para uma mente
brilhante da qual saiu um personagem como Forrest Gump.
18 março 2016
Os 10 livros mais vendidos no início de março em todo o Brasil
Antes de comprar um livro, a maioria dos leitores
tem o habito de pesquisar vários toplists para conferir a relação dos mais
vendidos em todo o País. Confesso que também faço isso. Não dá pra negar que
esses paradões – desde que confiáveis – servem de parâmetros para aquisições de
obras que irão nos proporcionar uma leitura prazerosa.
Confio em dois toplists: o da revista Veja e do
portal PublishNews. Como anteriormente já publiquei um post com os mais
vendidos, segundo pesquisa da Veja, hoje mudo o esquema, dando preferência para
o paradão da PublishNews.
O ranking de livros
mais vendidos organizado pela Publish é elaborado a partir da soma simples das
vendas de todas as livrarias consultadas, no caso: Argumento, Cultura,
Curitiba, FNAC, Laselva, Leitura, Livraria da Vila, Martins Fontes, Nobel,
Saraiva, SuperNews e Travessa.
O Toplist corresponde
ao período de 07 a
13 de março de 2016.
E vamos que vamos:
10º Lugar: Philia (Pe. Marcelo Rossi)
Editora: Principium
Categoria: Autoajuda
Páginas: 136
Sinopse: Neste livro,
padre Marcelo Rossi aborda a depressão e outros males como ansiedade, medo,
tristeza, pessimismo, remorso, vício, desemprego, maledicência, inveja, ciúme,
ira, ingratidão e autoimagem. O padre fala sobre cada um dos males, sugere
orações específicas para combatê-los, recomenda reflexões a partir de trechos
da Bíblia e dá dicas práticas para eliminá-los nossas vidas.
São 14 capítulos que buscam curar
os males da alma: depressão, ansiedade, tristeza, pessimismo, medo, remorso,
vício, desemprego, maledicência, inveja, ciúme, ira, ingratidão e autoimagem.
09º Lugar: Dois mundos,
um herói (Rezende Evil)
Editora: Suma de Letras
Categoria: Infantojuvenil
Páginas: 144
Sinopse: “Dois mundos, um
herói” lembra um filme que assisti há algum tempo: “Trom – Uma Odisséia Eletrônica”,
onde um cara, considerado um gênio em informática acaba sendo ‘chupado’ para
dentro de um computador. O livro de Rezende Evil é mais ou menos isso. No
enredo, um sujeito acorda dentro de um jogo de Minecraft. Nesse mundo de pixels
ele encontra todos os pequenos amigos que criou: inclusive uma versão de si
mesmo. E quando um mal ameaça destruir o vilarejo virtual onde se encontra, o
personagem se torna a única esperança. Usando sua criatividade, o herói vai ter
que enfrentar com as próprias mãos os inimigos que estava acostumado a vencer
com o teclado e o mouse.
O autor do livro é um brasileiro de
Londrina chamado Pedro Afonso – mais conhecido pelo nome ‘artístico’ de Rezende
Evil - um cara fissurado em videogames e
que tem um canal no Youtube bambambam em Minecraft, o seu jogo favorito. Ah!
Ele tem apenas 18 anos.
08º Lugar: O nome de
Deus é misericórdia (Andréia Tornielli / Jorge Bergoglio)
Editora: Planeta do
Brasil
Categoria: Não ficção
Páginas: 112
Sinopse: Olha o Papa aí
gente! Considerado o primeiro livro do Papa Francisco, “O nome de Deus é misericórdia”
traz uma entrevista exclusiva concedida ao vaticanista Andrea Tornielli, na
qual o pontífice explica o porquê do Ano da misericórdia que teve inicio em 8
de dezembro de 2015.
Ao longo de vários capítulos, Francisco analisa o
conceito de misericórdia, tema central do seu pontificado e a que recentemente
decidiu dedicar um jubileu extraordinário, que começou a 8 de Dezembro,
prolongando-se até Novembro deste ano.
Na obra Francisco escreve que o sentimento de
vergonha diante da misericórdia de Deus é uma graça, compara os conceitos de
pecado e de corrupção, dizendo que não são sinônimos, e confessa que quando
está diante de reclusos sente que ele próprio também merecia estar preso.
Por ser sincero em suas respostas aos jornalistas,
até mesmo as mais polêmicas, acredito que uma entrevista com o Papa
Francisco é sempre interessante.
07º Lugar: O funcionamento
da mente (Augusto Cury)
Editora: Cultrix
Categoria: Auatoajuda
Páginas: 279
Sinopse: O autor do mega-sucesso
da coletânea “Analise da Inteligência de Cristo” está de volta. Nesta
obra, o Augusto Cury esmiúça a Teoria da Inteligência Multifocal, desvendando
algumas áreas vitais dos bastidores da psique. O que é o Eu? Como os
pensamentos são construídos? De que modo as emoções influenciam a
racionalidade? Como acessamos a nossa memória? Estas e muitas outras questões
são discutidas nesta obra. Segundo o autor, a mente é de fato um mundo a se
explorar dentro de cada ser humano.
06º Lugar: A sereia
(Kiera Cass)
Editora: Seguinte
Categoria: Infantojuvenil
Páginas: 368
Sinopse: Anos atrás,
Kahlen foi salva de um naufrágio pela própria Água. Para pagar sua dívida, a
garota se tornou uma sereia e, durante cem anos, precisa usar sua voz para
atrair as pessoas para se afogarem no mar. Kahlen está decidida a cumprir sua
sentença à risca, até que ela conhece Akinli. Lindo, carinhoso e gentil, o
garoto é tudo o que Kahlen sempre sonhou. Apesar de não poderem conversar -
pois a voz da sereia é fatal -, logo surge uma conexão intensa entre os dois. É
contra as regras se apaixonar por um humano, e se a Água descobrir, Kahlen será
obrigada a abandonar Akinli para sempre. Mas pela primeira vez em muitos anos
de obediência, ela está determinada a seguir seu coração.
“A sereia” é o primeiro livro escrito por Kiera
Cass, mas só lançado agora.
05º Lugar: Segredos da
Bel para meninas (Bel/Fran)
Editora: Única
Categoria: Infantojuvenil
Páginas: 128
Sinopse: Bel e Fran são
mãe e filha. Verdade galera! E elas resolveram lançar um livro que deu certo,
se levarmos em conta a ‘leva’ de exemplares que foram vendidos. A
dupla é criadora também do canal ‘Bel para Meninas e do Penteados para Meninas’,
Bel é uma menina de apenas oito anos e que se tornou
um fenômeno no You Tube com o seu canal. O sucesso foi tanto que a garota
acabou ganhando a oportunidade de lançar um livro pela editora Única.
Totalmente colorido, o livro apresenta as melhores
idéias de Bel e sua mãe, Fran, para estimular pessoas de todas as idades a se
divertirem juntas. Traz ainda uma cartela de adesivos exclusivos, um desafio
inédito, páginas interativas e segredos nunca revelados.
Apontado pelo Google como o maior canal kids do
Brasil e um dos 10 mais vistos em todo o território nacional, a Bel foi a
primeira criança brasileira a conquistar a marca de 1 milhão de inscritos no
Youtube e conta, atualmente, com mais de 1,4 milhão de seguidores e 580 milhões
de visualizações só no seu canal.
04º Lugar: Authentic
Games (Marco Túlio)
Editora: Astral Cultural
Categoria: Infantojuvenil
Páginas: 160
Sinopse: Pelo amor de
Deus!! Só estão sendo lançados livros com youtubers!! Acho que vou ‘virar’ um.
Taí mais uma obra do gênero “Youtuber”
marcando presença no Paradão da Publishnews. A exemplo de Rezende Evil, o autor
de “Authentic Games” é vidrado em jogos do estilo Minecraft.
Marco Túlio transformou o seu canal
chamado Authentic Games em ponto de encontro para quase 4 milhões de crianças e
adolescentes. É lá que eles trocam ideias, aprendem estratégias secretas sobre
Minecraft e acompanham as séries exclusivas.
Neste livro, os fãs vão saber como
surgiu o projeto do canal, quem são os amigos da internet que o Authentic levou
para a vida real.
03º Lugar: Depois de você
(Jojo Moyes)
Editora: Intrinseca
Categoria: Ficção
Páginas: 320
Sinopse: “Depois de você”
é a sequência do bestseller “Como eu era antes de você”, da mesma autora. O
primeiro livro que vendeu mais de 5 milhões de exemplares em todo o mundo conta
a história do relacionamento entre Will Traynor e Louisa Clark, cujo fim
trágico deixou de coração apertado os milhares de fãs da autora Jojo Moyes.
Em “Depois de você”, Lou ainda não superou a perda de Will. Morando em um flat em Londres, ela trabalha como garçonete em um pub no aeroporto. Certo dia, após beber muito, Lou cai do terraço. O terrível acidente a obriga voltar para a casa de sua família, mas também a permite conhecer Sam Fielding, um paramédico cujo trabalho é lidar com a vida e a morte, a única pessoa que parece capaz de compreendê-la.
Ao se recuperar, Lou sabe que precisa dar uma guinada na própria história e acaba entrando para um grupo de terapia de luto. Os membros compartilham sabedoria, risadas, frustrações e biscoitos horrorosos, além de a incentivarem a investirem Sam. Tudo
parece começar a se encaixar, quando alguém do passado de Will surge e
atrapalha os planos de Lou, levando-a a um futuro totalmente diferente.
Em “Depois de você”, Lou ainda não superou a perda de Will. Morando em um flat em Londres, ela trabalha como garçonete em um pub no aeroporto. Certo dia, após beber muito, Lou cai do terraço. O terrível acidente a obriga voltar para a casa de sua família, mas também a permite conhecer Sam Fielding, um paramédico cujo trabalho é lidar com a vida e a morte, a única pessoa que parece capaz de compreendê-la.
Ao se recuperar, Lou sabe que precisa dar uma guinada na própria história e acaba entrando para um grupo de terapia de luto. Os membros compartilham sabedoria, risadas, frustrações e biscoitos horrorosos, além de a incentivarem a investir
02º Lugar: Ruah (Pe.
Marcelo Rossi)
Editora: Principium
Categoria: Autoajuda
Páginas: 96
Sinopse: Se em Philia, padre
Marcelo Rossi se abriu sobre sua depressão, além de abordar temas relacionados a
doença; em seu novo livro chamado “Ruah”, ele recorda o período em que chegou a
pesar 128 kg ,
devido ao uso de anti-inflamatórios e à depressão. O padre conta como uma dieta desequilibrada o fez
perder peso demais e divide conosco o que aprendeu com essa experiência, como a
importância de uma reeducação alimentar com acompanhamento médico.
“Ruah” é o resultado de uma fase de
aprendizado, orações, mudanças de hábitos em busca de bem estar. Em seu
processo de perda de peso, o religioso manteve sua rotina de atividades
físicas, se viu livre das dores na coluna e percebeu que precisava se alimentar
de forma equilibrada. No livro ele explica que às vezes estar no peso correto
não é garantia de estar saudável, se a pessoa não tem uma alimentação
balanceada, deixa de dormir o necessário para renovar suas energias e não tem
uma atitude otimista diante das dificuldades.
De acordo com o padre “este livro
tem a intenção de ajudar o leitor a perceber que Deus também se preocupa com o
seu corpo. Este seu corpo que é o templo do Espírito Santo. (...) Cuidar da
própria saúde e valorizar o seu corpo é estar em sintonia com o amor de Deus”.
01º Lugar: Como eu era
antes de você (Jojo Moyes)
Editora: Intrínseca
Categoria: Ficção
Páginas: 320
Sinopse: Olha Jojo Moyes,
atacando novamente! “Como eu era antes de você” fez tanto sucesso que
acabou rendendo uma continuação que
também está, aqui, no Paradão ocupando a 3ª colocação.
O enredo é mais ou menos assim: aos
26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe
solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde
que sofreu um derrame. Além disso, trabalha como garçonete num café, um emprego
que ela adora e que, apesar de não pagar muito, ajuda nas despesas. E namora
Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe.
Quando o café fecha as portas, Lou se vê obrigada a procurar outro emprego. Sem
muitas qualificações, a ex-garçonete consegue trabalho como cuidadora de um
tetraplégico de 35 anos. O sujeito é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a
uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo
Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto e planeja dar um
fim ao seu sofrimento. Entonce aparece
Louisa e a sua vida... já viu né.
Digamos que o livro seja um “Love
Story” ou “Uma Janela para o Céu” contemporâneo que está arrancando muitas
lágrimas até do mais empedernido dos corações.
Taí galera! Escolham os seus
preferidos e boa leitura!
13 março 2016
A saga ‘novos autores versus grandes editoras’ prossegue
Com freqüência me surpreendo com a força de vontade,
luta e perseverança dos novos autores brasileiros que buscam um lugar ao sol. E
esse lugar ao sol tão desejado é a guarita de uma grande editora brasileira.
Comparo essas pessoas - que nasceram com o dom de elaborar enredos fantásticos
- a verdadeiros lutadores de boxes talentosos que no ringue só recebem golpes
baixos. Quem aplica esses golpes baixos? As editoras. Quais são esses golpes?
Caraca, são tantos! É a editora que anuncia em seu site que está recebendo
originais para análise, mas nunca responde ao e-mail do autor. É a editora que
só acredita nos jovens autores enlatados. E finalmente, as editoras que dão a
chamada resposta política: “Sua história é muito boa, mas não tem o perfil dos
nossos leitores”. Oohohohoh! Então num belo dia... a tal editora ‘política
corretamente’ solta um livro mal escrito e com um enredo pobremente
desenvolvido, mas cuja trama é vagamente parecida com a sua. É meu amigo, com a
sua! Aquela mesma trama inicial que os editores figurões disseram que não iria
de encontro aos interesses dos seus leitores. Então, você urra, grita,
esperneia, dá socos na parede, mas não adianta nada porque o golpe baixo já foi
aplicado
E olha que são muuuuitos golpes baixos. E com isso,
nós leitores, vamos perdendo a oportunidade de ler histórias excelentes que
acabam indo parar numa lixeira ou então no formato pdf em algum site obscuro.
Ontem a noite recebi o e-mail de um autor brasileiro
me contando os bastidores dessa luta injusta e desigual. Como blogueiro e
leitor voraz fiquei muito triste com a situação dos nossos escritores que
buscam uma primeira oportunidade.
Galera, nós que estamos do lado de fora do sistema não
sabemos nem a metade da missa. A situação é mais complexa do que pensamos. Para
evitar retaliações não vou revelar o nome do autor que me enviou o e-mail, nem da
editora envolvida.
Vamos à missa.
Esse autor (li o seu livro: é ótimo!) após ter o original
de sua obra recusado por, praticamente, todas as grandes editoras, acabou
descobrindo outra, mas fora do País, que parecia ser um verdadeiro Oasis, mas se
revelou um ardente deserto. Apesar de editar a obra – mediante o pagamento de determinada
quantia – a editora, simplesmente, não distribui o livro para as principais
lojas (físicas e virtuais) do Brasil. O autor teve que se virar, colocando
alguns exemplares debaixo do braço e saindo de porta em porta tentando fechar as
vendas. Mas, nós sabemos que as grandes lojas e livrarias – quase sempre
multinacionais – não dão importância para esse tipo de relação comercial mais
intimista. A diferença, em termos de importância, entre um autor desconhecido que
faz o papel de divulgador de sua obra (também desconhecida) e de uma editora
que abrace essa missão através de seu departamento de marketing e vendas é
brutal.
Portanto quem opta por uma editora com essas características
vai ralar muito. Cara, pensa bem: de que adianta ter um livro publicado se ele
não é divulgado e tampouco distribuído?
Os autores que conseguem publicar suas obras através
dessas empresas devem ficar cientes que jamais irão ver os seus livros nas
vitrines de portais como Submarino e Americanas ou então na Saraiva, uma das
principais livrarias do País.
A maioria das editoras – que inicialmente abrem as
portas para os novos autores brasileiros não acreditam na
divulgação em lojas, por isso, não têm um departamento de marketing. Dessa
forma, a propaganda e venda do livro é
feita, apenas na página dessas editoras.
Nesta madrugada, após uma zapeada na Net, percebi
que os livros de uma certa editora - que se enquadra nesse contexto - não estão
em nenhuma loja de grande rede no Brasil. O argumento é que a empresa é nova no
Brasil, mesmo já estando por aqui há mais de dois anos.
Uma autora que encerrou o contrato com um desses ‘falsos
Oasis’, descobriu que os responsáveis não tinham nenhum acordo com algumas
grandes lojas e livrarias, porque não aceitavam os termos das redes, impedindo
que os livros fossem vendidos por lá.
Outros autores estão comendo o pão que o diabo
amassou, tentando fazer com que essas mesmas editoras distribuam os seus livros,
mas aparentemente isso não acontece porque quando uma loja se mostra
interessada em comprá-los para venda, a editora quer vender junto todo o seu
catálogo de livros, o que acaba sendo recusado pelas lojas.
E a missa termina por aqui.
Querem saber o que dói mais? É ver tantos autores
fantásticos, apesar de jovens, obrigados a se submeter a um sistema humilhante
para poder ter as suas obras publicadas.
E eu que pensava que a maioria das grandes editoras
brasileiras estava cometendo apenas um pecado mortal: acreditar e investir em
blogs que tem milhões de curtidas e seguidores, apesar de terem sido criados há
pouco tempo. Coisa do tipo, um blog ou fanpage com pouco mais de um ano de atividade,
com um pequeno número de postagens e
mesmo assim, com 40 ou 50 mil seguidores ou likes. Convenhamos que para um blog
iniciante essa ‘peripécia’ é quase impossível, mesmo gastando, todos os dias,
uma fortuna em campanhas de Ads . Então o que sobra? Obvio: as compras ou
trocas de curtidas.
Mas agora, vejo que essas mesmas grandes editoras
estão cometendo um segundo pecado mortal: descrer do talento dos novos autores,
aqui, da terrinha. Se existir sete pecados mortais dentro desse contexto, os
editores ‘bambans’ já deram um bom ‘ponta-pé’ inicial.
Inté
11 março 2016
Confirmado o lançamento de novo livro da saga Harry Potter
Os Pottermaníacos devem estar comemorando pra valer o anuncio
de um novo livro da saga, melhor dizendo, dois novos livros, já que a história
será segmentada em duas partes. No meu caso, bem... juro que estou com um pé
atrás com relação a “Harry Potter e a criança amaldiçoada”, parte I e II.
Este meu receio é que o livro será a transcrição direta do
roteiro de uma peça teatral. Então, já viu né? Adeus originalidade. Mas por
outro lado, o roteiro da peça - escrito por Jack Thorne com a supervisão de
J.K. Rowling – é muito supimpa, pois conta em detalhes a vida do personagem
após os eventos narrados em “Harry Potter e as relíquias da morte”. E de
quebra, ainda oferece como brinde as aventuras e os dramas envolvendo o seu
filho mais novo Alvo Severo.
Por esses pontos prós e contras é que acredito que “Harry
Potter e a criança amaldiçoada” ainda seja uma incógnita. E não se trata de um
receio só meu. A maioria dos fãs do menino bruxo também estão preocupados com o
projeto, já que preferiam o lançamento de um romance original, escrito somente
pela poderosa Rowling e ninguém mais.
Agora vamos falar escrever um pouquinho sobre a peça
teatral que foi lançada nos States no final do ano passado. Bem... a tal da dita cuja criou um forrobodó lascado
no ‘Universo Potter’. Enquanto alguns fãs aprovaram as mudanças nos
personagens, outros odiaram e queriam degustar vivos os roteiristas e a própria
Rolling que aprovou as alterações.
A primeira polêmica foi criada com o anuncio de que Noma
Dumezweni, uma atriz negra, viveria Hermione Granger. Depois
vieram outras e mais outras polêmicas, geralmente envolvendo escolha de elenco.
A história é a oitava da saga de Potter e se passa 19 anos depois da Batalha de Hogwarts –
sendo baseada na idéia original de Rowling.
Na sinopse divulgada no site “Mundo Bruxo”
criado por Rowling; Potter já adulto, precisa lidar com o seu passado
turbulento que ainda vive. Enquanto isso, seu filho mais novo, Alvo Severo, tem dificuldade em carregar o peso de um legado
familiar que ele não quis. Unindo passado e presente, os dois descobrem que, às
vezes, as trevas vêm de lugares inesperados.
Opa! Falei e falei, escrevi e escrevi, e
acabei me esquecendo da data de lançamento da obra! ôhohohohoh!
Anotem aí: o lançamento na Terra do Tio Sam
de “Harry Potter e a
criança amaldiçoada” está previsto para 31 de
julho, data que merca o aniversário da autora e de Harry. Quanto a chegada da
obra em terras tupiniquins, ainda não há nada definido. Mas não se preocupe
porque ela, certamente, chegará.
Inté!
06 março 2016
O livro do Destino
Fiz uma rápida pesquisa para saber quantos novos
autores brasileiros – quando digo novos, estou me referindo a escritores jovens
que estão tentando lançar o seu primeiro livro – conseguiram publicar a sua
obra numa grande editora. Vasculhei nas lojas virtuais e sites dessas editoras
e juro que fiquei muito triste. Cara, que decepção! Decepção por os grandes
editoras optarem por escolher novos “talentos” europeus ou americanos (notem as
aspas porque na realidade, grande parte deles não são talentosos, pelo
contrário, escrevem muito mal) ao invés dos novos talentos, aqui, da nossa
terrinha.
Então, só resta para a galera tupiniquim publicar o
seu primeiro romance de forma independente, arcando com todos dos custos. E
olha!! Quantos enredos ‘m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o-s’ estão espalhados por esse
mundão de Deus sem nenhuma divulgação, precisando ser garimpados. E quando os
encontramos, a sensação para nós, leitores de carteirinha, é a mesma que se
encontrássemos diamantes lapidados.
Tudo culpa da falta de visão daqueles que comandam
as editoras consideradas bam bam bans.
Cara, é muita falta de visão ou burrice das editoras
‘A-B-C-D e E’ que costumam dar as cartas no mundo editorial brasileiro. E por
essa falta de visão, elas perderam a chance de publicar uma obra fantástica de
um jovem talento brasileiro: o escritor botucatuense Raphael Miguel. Sorte da
editora portuguesa Chiado que está engolindo as tais ‘bam bam bans’ e recrutando
esses jovens talentosos à procura de uma chance no mercado literário.
Foi assim com “Crônicas de Miramar – O Segredo do Camafeu de Prata” de Flavio St Jaime e Wemerson Damasio e, agora, a história se
repete com “O Livro do Destino”, publicado no início desse ano pelo escritor de
Botucatu.
O livro é muito bom. Um enredo que consegue prender
o leitor em suas 208 páginas. Por ser o seu primeiro livro solo, o autor foi
ousado ao desenvolver várias subtramas paralelas ao enredo principal. E se saiu
muito bem. Aliás, são essas subtramas que dão um tempero especial, tornando a
história hiper-interessante.
Como ponto de partida há um garoto de 17 anos,
pacato e que vive uma vida tranqüila e sem preocupações. No entanto, ao receber
um poderoso artefato capaz de alterar o destino das pessoas ao seu redor, interferir
no futuro e provocar até mesmo o apocalipse, sua vida muda da noite para o dia.
De repente, ele se vê portador de um poder infinito capaz de praticar o bem ou
mal; sanar desgraças no mundo e também alcançar objetivos egoístas.
É evidente que um objeto tão especial assim, acabe
despertando a ganância de outras pessoas e instituições mal intencionadas que
querem tirar proveito da situação para moldar o mundo à sua maneira.
E é nesta parte do enredo que autor evita que a história
caia na mesmice. Ele poderia muito bem centrar a sua narrativa num ‘pega prá
capá’ do tipo garoto com um poder descomunal nas mãos foge de vilões dispostos
a roubar esse poder. Bem, para quebrar o
galho, ele acrescentaria alguma crise de consciência no adolescente, algo parecido
com ‘será que uso essa coisa para melhorar a minha vida ou de outras pessoas?’
Não, Miguel foi mais fundo do que isso. Ele inseriu
na história conflitos familiares: um irmão casca grossa, um tio egoísta, um avô
que todos nós gostaríamos de ter e até mesmo noções de física quântica ao
abordar o controvertido tema: universos paralelos. Aliás, a idéia de que o
nosso universo pode ser só mais um em uma série de universos paralelos – alguns
muito parecidos, outros absurdamente diferentes
- é abordado de uma maneira que prende o leitor, através de um
personagem místico chamado Nathaniel, muito importante na trama.
Ao fundir, com competência, as subtramas – avô ‘gente
boa’, irmão maquiavélico (o leitor terá uma surpresa com ele de derrubar o
queixo), tio ranzinza e oportunista, além de universos paralelos – ao enredo
principal - poder nas mãos de um adolescente com crise de consciência e que
foge de vilões - “ O Livro do Destino” se torna um livraço.
No decorrer da leitura, a obra reserva muitas
reviravoltas, incluindo o final apoteótico.
Raphael Dal Farra Miguel tem 29 anos, nasceu na
cidade paulista de Botucatu e além de escritor é advogado e já escreveu
diversas antologias e coletâneas, mas “O Livro do Destino” é seu primeiro
romance solo público.
Vale a pena a leitura.
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