29 abril 2016

O Médico e o Monstro (O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde)

Fico imaginando a expressão de surpresa dos devoradores de livros europeus e americanos do século XIX ao concluírem a leitura de “O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde” que décadas depois seria lançado no Brasil com o título de “O Médico e o Monstro”. Temos que entender que na época da publicação do romance de Robert Louis Stevenson, o enredo envolvendo um médico distinto e educado que após beber uma poção acaba se transformando num ser bestial e violento era inédito, ou como queiram completamente virgem de spoilers. E a magia da obra do escritor escocês está justamente no mistério que envolve os dois personagens: Dr. Jekyll, o bonzinho, e Mr. Hyde, o sujeito mau.
O leitor só irá descobrir que os dois são um só perto do final do livro – antes que me excomunguem por ter revelado um spoiler fatal, lembrem-se que a essência da história de Stevenson, incluindo o seu final, já se tornou conhecida por milhares de pessoas em todo o mundo – através de duas epístolas escritas por Jekyll e seu amigo Dr. Lanyon; este último, inclusive, após presenciar ‘cara a cara’ a transformação de Mr. Hyde acaba perdendo a razão, mas antes disso, ainda consegue escrever uma carta.  
Enquanto essas cartas não são reveladas, os leitores acreditam piamente que Jekyll e Mr. Hyde são duas pessoas distintas que mantém um relacionamento misterioso e submisso. Quem não conhece o romance, com certeza, irá questionar os motivos que levam o Dr. Jekyll a ser tão subserviente com Mr. Hyde. E então, nas páginas derradeiras é revelado o ‘grand finale’ que deixa todos de queixo caído. Uma sacada e tanto de Stevenson.
Mas a obra-prima do autor não se resume apenas a esse ‘grand finale’. Longe disso. “O Médico e o Monstro” foi  uma obra pioneira no século XIX ao abordar o Transtorno Dissociativo de Identidade conhecido popularmente como “Dupla Personalidade”. Esta condição mental em que um único indivíduo demonstra características de duas ou mais personalidades ou identidades distintas, cada uma com sua maneira de perceber e interagir com o meio, só passou a ser abordada em livros, novelas e filmes ‘uma légua’ de anos depois. Podemos dizer que Stevenson foi o grande desbravador do tema. Ele teve coragem suficiente para adapta-lo numa história de ficção em uma época não muito propícia para esse tipo de abordagem.
Acredito que “O Médico e o Monstro”, mesmo discretamente, serviu de inspiração
para outros trabalhos no cinema, literatura e televisão, entre os quais: “Vestida para Matar” (Brian de Palma), “A Janela Secreta” (David Koepp), “Instinto Secreto” (Bruce A. Evans), “Irmãos Coragem” (novela da extinta TV Tupi), “Conte-me Seus Sonhos” (Sidney Sheldon), entre tantos outros.
Em 1886, o impacto do romance escrito por Stevenson foi tanto que se tornou parte do jargão inglês, com a expressão "Jekyll e Hyde" usada para indicar uma pessoa que agia de forma moralmente diferente dependendo da situação.
“O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde” foi um sucesso imediato e uma das obras mais vendidas do autor escocês. Adaptações teatrais começaram a ser encenadas em Londres um ano após o seu lançamento.
O aclamado autor de literatura de terror, Stephen King considerou a obra um dos três grandes clássicos do gênero, sendo os outros dois: “Frankenstein” (Mary Shelley) e “Drácula” (Bram Stoker).
Gostei muito do livro. O autor mescla investigação criminal com outros elementos como terror e suspense. Mesmo já sabendo o que aconteceria no final, as páginas de “O Médico e o Monstro” conseguiram prender a minha atenção.
A escrita de Stevenson é perfeita e o enredo transcorre de uma maneira tão natural que sem perceber, você já se vê envolvido – ou melhor, mergulhado até as profundezas – da trama. Cara, não sei como existem pessoas que ainda criticam o texto do sujeito, chamando-o de simplório. Mêo, menos né?!
A composição dos personagens também é perfeita, principalmente Mr. Hyde, muito diferente do monstrengo dentuço e peludo do filme de 1931 ou então daquela bizarrice em que John Malkovich se transformou no final de “O Segredo de Mary Reilly”, produção cinematográfica de Stephen Frears de 1996. Stevenson criou um Mr, Hyde que provoca calafrios, mas sem mudanças drásticas em sua aparência. Ele é a verdadeira essência do mal - tanto é que nenhuma pessoa consegue ficar muito tempo ao seu lado, pois já começa a se sentir mal e apavorada. Pois é, o Hyde idealizado pelo autor consegue transmitir essa aura de medo e mal estar sem, contudo, ser um monstro em sua aparência.
No romance, um respeitado médico, dr. Jekyll, faz pesquisas para entender os impulsos e os sentimentos humanos mais profundos e a acaba por criar uma droga que libera o seu lado mais primitivo e animal. Dessa maneira, ele assume a forma de Mr. Hyde. 
Se Jekyll é um médico educado e dedicado à pesquisas que visam o bem-estar geral através do conhecimento, a “monstruosidade” de Hyde está, essencialmente, em sua entrega aos prazeres e à luxúria como um fim em si, por quaisquer meios, incluindo a força física e até mesmo tortura e morte.
Devorei as 112 páginas do livro num piscar de olhos.

Inté!

25 abril 2016

Encontro em Berlim

“Encontro em Berlim” foi um dos livros de Ian Fleming mais difíceis de localizar. Caraca, como suei para encontrá-lo. Por sorte, após zapear por um sebo online, vi o danadão dando sopa e ainda com um preço pra lá de módico. Soltei um  tremendo grito de alegria e na sequencia fechei a compra. Concluía assim, a minha coleção de 14 livros sobre 007 escritos por Fleming. Todos eles estavam lá, bonitinhos e em lugar de destaque na minha estante. Este foi um dos momentos mais felizes da minha vida de leitor inveterado.
Bem, restava agora saber se os quatro contos do livro seriam bons, de fato, principalmente “Octopussy” e “The Living Daylights”, na tradução original: “James Bond Acusa!” e “Encontro em Berlim”, respectivamente. Como essas duas histórias foram adaptadas para o cinema queria lê-las para depois compará-las com os filmes.
Cara, livraço! Não me decepcionei. Se eu afirmar que qualquer um dos quatro contos da obra escrita por Fleming é ruim, com certeza, estaria mentindo. Tudo bem que os filmes tenham mais ação, mas em contrapartida, as histórias curtas do livro são mais tensas, daquelas que o leitor rói as unhas por causa das situações complicadas em que os personagens se envolvem, entre eles, 007. Um desses contos é “The Living Daylights” ou “Encontro em Berlim”, tanto faz – uma questão de tradução. O duelo entre James Bond e Trigger (assassina da KGB) não envolve lutas ou trocas de tiros, mas ‘tutano’ – como costumava dizer o Kid Tourão.
É uma delícia ver ler o jogo de ‘gato e rato’ entre eles. Os outros três contos seguem essa mesma linha, ou seja, trocam a ação pelo thriller.  
Os quatro contos do livro são: “Octopussy” (no Brasil: “James Bond Acusa!”), “The Living Daylights” (no Brasil: “Encontro em Berlim”), “The Property Of A Lady” (no Brasil: “A Propriedade De Uma Senhora”) e “007 In New York” (no Brasil: “007 Em Nova York”)
De todos eles, como já disse acima, apenas “Octopussy” e “The Living Daylights” foram parar nas telonas. Quer saber quais foram os filmes? Ok; anote aí: “Octopussy”, filmado em 1983 com o título “007 Contra Octopussy” e “The Living Daylights” em 1987 como “007 Marcado Para a Morte”. O primeiro com Roger Moore, já perto de deixar a franquia por causa da idade - dois anos depois ele faria seu último filme como o agente secreto inglês, “Na Mira dos Assassinos”, já com 57 anos - e o segundo com Timothy Dalton, na minha opinião o melhor 007 de todos.
Vamos com um breve resumo dos contos de “Encontro em Berlim”:
01 - James Bond Acusa!
 Bond é ordenado a capturar herói da Segunda Guerra Mundial, Major Dexter Smythe, acusado de roubar ouro nazista. A maior parte é contada em flashback pelo vilão. Inicialmente publicada em duas edições da Revista Playboy em 1966
02 - Encontro em Berlim
Bond é ordenado a ajudar um traidor do regime comunista, codenome "272", a fugir em Berlim Oriental. Bond fica de sniper, com a missão de prevenir que 272 seja morto por um assassino da KGB, Trigger. A missão se complica quando Bond descobre que Trigger é uma bela mulher que ele vira antes. Vale lembrar quer no filme 007 Marcado Para a Morte, 272 virou o General Koskov, e Trigger, a celista Kara Milovy. A história foi Inicialmente publicada no The London Sunday Times em 1962.
03 - A Propriedade de uma Senhora
James Bond investiga uma funcionária do Serviço Secreto, Maria Freudenstein, que é uma agente dupla paga pelos Russos para leiloar um relógio feito por Peter Carl Fabergé na Sotheby's. Inicialmente publicada no The Ivory Hammer (a publicação anual da Sotheby's) em 1963.
04 - 007 em Nova York
Uma história em que James Bond dá suas impressões sobre Nova York e pensa em uma receita de ovos mexidos, durante uma missão na "Big Apple" de avisar uma agente do MI6 que seu namorado é do KGB. Inicialmente publicada como "Agent 007 in New York" no New York Herald Tribune em 1963. 

Taí galera, divirtam-se!

23 abril 2016

Quinto livro da saga Millennium será lançado em 2017. Autor entregará o texto para editora em fevereiro

Tenho minhas duvidas se esta informação irá gerar uma onda de euforia nos fãs de Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist. Bem, vamos lá: o que eu tenho a dizer é que no ano que vem chega as livrarias o quinto livro da saga “Millennium”. E aí? Ficou empolgado? Não? Pois é, eu já sabia.
Galera, depois da decepção “A Garota na Teia de Aranha”, quarto livro da série, dessa vez escrito pelo jornalista sueco David Lagercrantz, os leitores ficaram com a pulga atrás da orelha.
Vale lembrar que o também sueco, Stieg Larsson – criador da série Millennium - foi fulminado por um ataque cardíaco aos 50 anos, em novembro de 2004, meses antes da publicação do primeiro volume da saga, “Os homens que não amavam as mulheres”. Desde então, uma contenda em torno do legado põe de um lado sua ex-companheira, Eva Gabrielsson, e do outro o pai e o irmão de Larsson, donos do espólio. Eva, que não era casada oficialmente com o escritor, ficou furiosa ao saber da continuação da série, a cargo de Lagercrantz, autor escolhido pelos donos do espólio.
Em “A Garota na Teia de Aranha”, Lagercrantz mudou radicalmente o estilo adotado por Larsson. O cara transformou Lisbeth numa super-mulher, capaz de fazer ‘coisas’ inimagináveis, além de ter incluído personagens rasos que não acrescentam nada, pelo contrário, só incham a história. São personagens chatos, maçantes e que atrapalham o ritmo do enredo. Como exemplo, posso citar: Gabriella Grane, agente do serviço de segurança sueco, e Hannah Balder, uma mulher que fuma 60 cigarros por dia. Cara, a coisa é braba.
David Lagercrantz

Acredito que por esses furos n’água, os fãs da saga estão com um pouco de medo do que vem por aí no quinto livro, ainda sem título definido.
Acredito que nem mesmo Legercrantz ficou feliz com o resultado de “A Garota na Teia de Aranha”, já que anunciou algumas mudanças em seu próximo livro. Ele disse  numa entrevista que pretende alinhar a sua escrita ao estilo do escritor amricano Raymond Chandler. "É muito mais difícil escrever ficção hardboiled (em estilo direto e realista) do que pensava. A boa prova (neste estilo) necessita de ritmo", confessou. "Millennium 5 será menos técnica", revelou.
O estilo "hardboiled" na literatura policial foi criado por Chandler, cujos heróis solitários realizam suas investigações como pano de fundo de uma crônica social em um país, Estados Unidos, corroído pela máfia e corrupção.
Portanto, vamos ver como Legercrantz – com a sua mudança de estilo - vai se sair nesse quinto livro da série. Aguardemos.
Ah! Ele deve entregar o texto em fevereiro de 2017 e já escreveu as primeiras 200 páginas do novo romance. E como já escrevi no início do post, a previsão de lançamento da obra nos states é para o final de 2017.

E só.

20 abril 2016

As 5 Bond girls mais fodásticas dos livros de Ian Fleming

Imaginem os livros e também os filmes de 007 sem as famosas e cobiçadas Bond girls. Aliás, melhor deixar pra lá. Só em pensar nessa hipótese já fico completamente down. Estas garotas são fantásticas e sem elas, com certeza, as histórias do antológico agente secreto inglês não seriam as mesmas. Ficariam sem charme, sem aquele tchan a mais.
Devido a importância das Bond girls nos enredos criados por Ian Fleming, resolvi elaborar um post só delas. Vamos conferir as cinco garotas mais empolgantes ou melhor, mais fodásticas dos livros do autor britânico considerado o “pai de 007”.
Antes de tudo, gostaria de esclarecer que se trata de uma lista pessoal e por isso mesmo, muitos leitores poderão discordar da minha opinião, afinal gosto não se discute. Fiquem a vontade para opinar, acrescentando outros nomes.
E chega de blá-blá-blá. Vamos as nossas cinco meninas.
01 – Vesper Lynd
Livro: Cassino Royale
Vesper Lynd e Teresa Di Vicenzo (Tracy) foram as duas únicas Bond girls que conseguiram virar a cabeça de 007. O espião ‘Macho-Man’ acostumado a levar todas as mulheres para cama e depois abandoná-las ou esquecê-las, acabou ‘dançando’ com as duas beldades. Vesper foi o primeiro interesse romântico de James Bond e a mulher -  além de sua esposa Tracy - a quem ele propõe casamento. Por isso, merece estar nessa lista.
A Bond girl também é uma pessoa com sua lealdade dividida ao meio. E é assim dividida, que no livro e no filme ela se apaixona e também trai James Bond. 
Na época, pessoas mais chegadas a Fleming, diziam que Vesper havia sido inspirada numa espiã polonesa nascida em 1º de maio de 1908, chamada Christine Granville e que também era amante de Fleming.
Christine foi encontrada morta no dia 15 de junho de 1952 assassinada a facadas em um quarto de hotel em Londres. Dennis Muldowney, um fuzileiro naval confessou o crime. Ele era um ex-colega da espiã e completamente obcecado pela mulher. Christine sempre rejeitou as investidas de Muldowney, criando um ódio mortal no sujeito. Ele foi condenado a forca.
02 - Teresa Di Vicenzo (Tracy)
Livro: A Serviço Secreto de Sua Majestade.
Putz! Esta mulher dilacerou o coração do nosso agente. Quando ela morreu, assassinada por Blofeld, Bond ficou acabadaço, entregue à baratas. Passou a beber  e a jogar muito, além de cometer erros infantis, transformando as suas missões em verdadeiros fiascos. Por isso, o agente de duplo zero e com permissão para matar acabou se transformando numa verdadeira piada no MI6.
Bond não conseguia tirar Tracy da cabeça. Para que você entenda a importância dessa mulher na vida de 007, basta dizer que ele a pediu em casamento!! Verdade! O sujeito mais mulherengo do mundo, que sempre teve ojeriza ao matrimônio, acabou caindo de quatro por Tracy, chegando ao ponto de pedir permissão ao pai da garota para se casar com ela. Ohohohoh!!
Quando Tracy morreu, Bond ficou arrebentado, moído por dentro. Esta fase conturbada na vida de 007 pode ser conferida em “A Morte noJapão”, obra que fecha a chamada “Trilogia Blofeld” formada ainda pelos livros “Chantagem Atômica” e “A Serviço Secreto de Sua Majestade”.
03 – Gala Brand
Livro: Moonraker
Gala Brand é a única Bond girl que a franquia não levou para o cinema. Em“007 Contra o Foguete da Morte”, a personagem foi batizada de Drª Holly Goodhead.
Ok, ok, ok. Você quer perguntar  porque escolhi uma personagem que foi rejeitada pelos produtores da série. É simples galera. Gala, ao contrário das outras Bond girls, foi a única que não se deixou levar pelos encantos e cantadas do agente secreto. Ela nunca foi para a cama com James Bond. Cara, veja só como a conversa de 007 é poderosa. Ele conseguiu arrastar para debaixo dos lençóis até mesmo Pussy Galore que no romance “Goldfinger” era lésbica e por isso tinha pavor de se relacionar com homens. Mas com Gala a conversa foi outra. Ela ditou as regras.  
Além do mais, a menina que no romance de Fleming é uma agente especial infiltrada como assistente do vilão Drax, enfrenta vários perigos ao lado de Bond com muita perseverança. Por exemplo: eles quase foram assados vivos pelo escapamento de um foguete.
Por tudo isso, sem duvida merece estar nesta lista.
04 – Pussy Galore
Livro: Goldfinger
Na lata: Pussy Galore é a Bond girl mais polêmica criada por Ian Fleming. Tão polêmica que precisou ter várias de suas características amenizadas para poder aparecer nas telas no filme “007 Contra Goldfinger”.
Será que Fleming tava doidaço sob o efeito de algum chá suspeito quando criou a personagem? Caraca, ele se livrou de todas as amarras da timidez e idealizou uma Bond girl lésbica, chefe de uma quadrilha de ladras, boa de briga e por fim com um nome que deixou os mais pudicos perto de um ataque dos nervos ou do coração.
Se você não sabe, pussy em inglês é um termo chulo para vagina e galore tem tradução de “aos montes”. Capiche? Agora experimente juntar as duas palavras e veja o resultado. Sem contar que o livro foi lançado em 1959, uma época repleta de tabus sexuais, tanto na prática quanto na linguagem.
No livro “Goldfinger”, a personagem domina o enredo toda vez que aparece. Com ela por perto não tem pra ninguém. Já a Galore dos cinemas vivida por Honor Blackman não é lésbica, ladra e nem briguenta.
A personagem das páginas conseguiu se manter imune ao charme de 007, até o final da história, quando finalmente jogou a toalha e caiu nos braços do agente “Don Juan”. Já a Galore dos cinemas não conseguiu resistir por muito tempo e rapidinho se enroscou com Bond.
05 – Dominetta Petacchi (Domino)
Livro: Chantagem Atômica
Honey, Solitaire, Vivienne Mitchell, Tatiana Romanova e outras terão que me desculpar, mas o nome escolhido para fechar essa lista é Domino. Se não fosse ela, hoje o nosso glorioso James Bond estaria sete palmos abaixo da terra.
No livro, Domino escapa de Emilio Largo enquanto ele tenta levar avante seu plano de detonar armas nucleares, mas quando o chefe da SPECTRE está prestes a matar Bond num barco, ela aparece de surpresa e manda Largo para o além com um tiro de arpão.
Vale lembrar que o vilão já havia matado o irmão da moça. Depois ela consegue concretizar a sua vingança e de bandeja, salva a vida de 007.
Domino é uma das Bond girl mais corajosas, tendo passado por verdadeiros enroscos. Após Largo descobrir que ela era cúmplice de Bond, decidiu torturá-la usando cigarros acessos como calor e gelo como frio. Mesmo assim, a moça manteve a cabeça erguida e agüentou firme.
Taí, pessoal! Espero que tenham gostado da lista.

Inté!

17 abril 2016

Diário de Busca

Resenhar “Diário de Busca” dos escritores catarinenses Wânio e Wolnéia Souza é muito complicado. Normalmente durante as resenhas, os blogueiros por mais discretos que sejam, sempre acabam deixando escapar alguns detalhes sobre a trama. Ocorre que os autores adotaram uma estratégia muito inteligente para divulgar a obra, represando toda e qualquer forma de spoiler. Quer seja no site da editora Chiado, no blog do autor ou nos releases distribuídos para os blogs literários, as informações sobre o enredo eram ínfimas, mas surpreendentemente curiosas. Geralmente tratavam-se de trechos aleatórios do enredo ou características de alguns personagens que não comprometiam a essência da história. Bem, essa estratégia de marketing somada ao título chamativo do livro, com certeza despertou a curiosidade dos leitores. 
Por isso, creio que seria injusto, escrever uma resenha que revelasse detalhes da trama, estragando assim, todo o trabalho de divulgação. Mesmo acreditando que já circulam na rede algumas resenhas com spoilers, prefiro ficar em paz com a minha consciência.
Deixando os floreios de lado, vou direto ao que interessa: o livro é muito bom. Não querendo bancar o ‘língua de spoiler’ posso dizer que parte da história se passa no planeta terra, em nossa época, e a outra parte no espaço sideral.
W-Souza (este é o codinome com o qual os dois irmãos assinam a obra) amarraram muito bem a linha narrativa, não deixando situações soltas, passagens mal explicadas ou personagens perdidos e desinteressantes na trama. Cara, são muitos personagens; mesmo porque na primeira parte da trama, W-Souza contam a saga de uma família, passando por três gerações. Na sequencia quando o foco narrativo se desloca para o espaço, somam-se mais personagens. Quando percebemos, estamos cara a cara com uma miscelânea de nomes e não precisa ser nenhum ‘bidu’ para descobrir que quanto mais personagens um autor coloca em sua história, maior o risco dele errar a mão.
Já li sagas parecidas com maioneses caseiras desandadas. Sabe quando você começa a bater uma maionese no liquidificador? Pois é, no início ela fica um ‘creme só’, linda de morrer; entonce, você erra a mão, coloca um pouco mais de óleo do que deveria e buuummm! Aquele creme bonito vira uma gosma feia e indigerível. È assim, também com as sagas literárias ‘forradas’ de personagens. Se o autor erra a mão, já era. Então, o  início promissor, a exemplo da tal maionese, também desanda.
Por isso, ao começar a ler “Diário de Busca”, cada vez que era inserido um novo personagem, juro que ficava receoso, porque estava gostando muito enredo e temia que ele ‘desandasse’. Mas conforme a leitura se desenvolvia, o receio também ficava para trás porque os personagens iam se adequando perfeitamente a trama.
“Diário de Busca” tem momentos tensos, alegres e tristes. Fiquei surpreso com a morte de uma personagem. No início até pasmado, mas depois no decorrer da leitura, entendi que aquela perda seria necessária para o crescimento de um outro personagem e consequentemente uma virada essencial no enredo.
Os personagens Leopoldo e Tony são muito carismáticos. Ana Paula, apesar de aparecer pouco, é encantadora.  Juliana, Russo, Drª Mey, Layla, Eval, Leopoldina, enfim, todos são carismáticos à sua maneira. Quanto aos vilões, estão mais presentes na segunda parte da história, mas vale à pena esperar porque eles não negam fogo e pior: e espalham o caos perto do final.
Confesso que é triste vermos autores brasileiros com enredos fantásticos como “W-Souza, Flavio St Jayme, Wemerson Damasio, César Bravo, Raphael Miguel e outros serem obrigados a lançar seus livros através de uma editora fora do País ou então de maneira independente em e-books.
Ponto a menos para as nossas editoras que estão perdendo verdadeiros filés literários.
Inté!


14 abril 2016

Viva e Deixe Morrer

Cara, que livro! Livraço com ‘aço’. “Viva e Deixe Morrer” é um dos melhores de toda a saga do agente secreto inglês. Acredito que Ian Fleming estava inspiradíssimo quando escreveu a obra em 1954.
Ele  brinda os seus leitores com muita ação, suspense e um vilão terrível. Mr. Big, de fato se impõe e consequentemente mete medo na galera.
O livro pode ser considerado uma sequencia de “Cassino Royale”, onde James Bond após ter se recuperado da tortura imposta por Le Chiffre - onde por um triz quase ‘bateu as botas’ - é convocado para investigar um caso de contrabando de moedas de ouro. E adivinhe quem está operando esse esquema? O temido Mr. Big. O vilão utiliza as moedas contrabandeadas para financiar as ações criminosas da SMERSH em território americano. A missão de 007 é chegar até Mr. Big e desmantelar o seu esquema, destruindo o tesouro, cortando assim, os recursos direcionados para a organização criminosa.
Fleming utiliza boa parte do capitulo três de “Viva e Deixa Morrer” para descrever a perigosa figura do vilão haitiano Mr. Big. Devido a sua desmesurada altura e corpulência, ele era chamado na infância de Big Boy ou simplesmente Big. Quando ele ganha fama no submundo do crime, passa a ser chamado por Mr. Big. Já que era mestre no culto vodu, sabiamente, plantou o boato de que era um zumbi ou o cadáver  animado do Barão  Samedi, o temido príncipe das trevas, segundo a crença vodu.
Mr. Big é a própria essência do mal. Matar para ele é um hobby, o qual desempenha por prazer e sem nenhuma ponta de remorso. Ardiloso, esperto, inteligente e carismático. Tudo isso o transforma num dos mais letais inimigos de 007.
O livro é muito diferente do filme de 1973 e que marcou a estréia de Roger Moore na ‘pele’ do icônico agente secreto inglês. Pra ser sincero, “Viva e Deixe Morrer” – que também foi lançado no Brasil com o título “Os Outros Que se Danem” -   virou picadinho nas mãos dos roteiristas e produtores.; Cara, a obra de Fleming emprestou fragmentos de sua história para três filmes: “007- Viva e Deixe Morrer”, “Somente para Seus Olhos” e “Licença para Matar”. Com relação à “Viva e Deixe Morrer”, os tais fragmentos emprestados foram maiores, entre eles: as características pessoais de Mr. Big – excetuando a sua doença no coração, já que no livro de Fleming, o vilão tinha o coração inchado -, a Bond-girl Solitaire também é bem parecida com a do filme ... que mais... que mais... Ah! Aqueles lances de vodu, macumba também são bem parecidos. E Zefini. Esqueça a cena de Bond pisando nas cacundas dos crocodilos, foi pura invenção do diretor Hamilton; esqueça também a ameaça (apenas ameaça) do capanga de Mr. Big/ Dr. Kananga em quebrar ou decepar um dos dedos das mãos de Bond após a sua captura. O livro pode ser considerado muito mais violento do que o filme. Por exemplo, na obra literária, o agente secreto tem, de fato, o dedo mindinho quebrado. Tanto é que ele passa a maior parte da investigação com o dedo – quero dizer, com o braço – engessado. Já no filme, Solitaire salva o dedinho de 007. O confronto entre Bond e Mr. Bog que culmina com a morte do grandão também é completamente diferente daquela que você assistiu nas telonas. No livro é muito mais dramática.
Li o enredo de Fleming numa tacada só. “Viva e Deixe Morrer” foge totalmente das características dos outros livros da saga do agente secreto de Sua Majestade onde a ação chega, mas em doses homeopáticas.

“Viva e Deixe Morrer” é pauleira do início ao fim.

10 abril 2016

Contos Fantásticos do Século XIX

Suei uma barbaridade para terminar de ler “Contos Fantásticos do Século XIX”. Posso dizer sem medo de errar que a minha leitura sucedeu-se aos trancos e barrancos. Tropecei, patinei, cai. Mesmo assim, não consegui terminar alguns contos, acabei pulando, pois já estava atordoado com as características das histórias.
Você deve estar pensando nesse momento, que a seleção de contos feita pelo escritor italiano Ítalo Calvino e publicada pela Companhia das Letras em 2004 é muito ruim. Não é bem assim; mesmo porque eu estaria fora do meu juízo normal se afirmasse que autores como Guy Maupassant, Edgar Allan Poe, Ernst Theodor A. Hoffmann, Ambrose Bierce, entre outros, são marreteiros, ou seja, não sabem escrever contos de terror.
Gente, tudo na vida evolui, inclusive a linguagem e juntamente com ela a maneira de escrever um texto. Adoro Machado de Assis – Taí Capitu, que não me deixa mentir – mas não consigo ler, na sequência, três ou quatro obras suas. Tenho que dar um tempo, se não a leitura trava. Confesso que o estilo de escrita de Assis é complexo e rebuscado, seguindo tendências gramaticais daquela época. Gente, fazer o que? No século 19 se escrevia daquela maneira. Isto significa que os autores de hoje, escrevem melhor? Não e não! Alguns são verdadeiras feras na escrita, enquanto outros... Cristo! São autênticos carniceiros. O que estou querendo dizer é que os leitores da minha geração estão familiarizados com as tendências literárias do século XX - por enquanto, vou deixar de lado o Séc. XXI, porque pouca coisa boa surgiu na última década e meia – e também com o estilo de escrita desse período.
Não posso negar que ao ter contato com uma obra contemporânea, a leitura flui como um rio que nunca desvia de seu curso, mas a partir do momento que caem em minha mãos livros dos séculos XVIII ou XIX, a leitura se desenvolve lentamente, pois o meu nível de concentração para poder entender as colocações, suposições e informações contidas no texto cresce. Se eu arrisco ler de uma vez só, dois enredos com essas características, fatalmente, deixarei de viajar nas ‘asas da história’.
Foi isso que aconteceu comigo com relação a “Contos Fantásticos do Século XIX”.
O início, o meio e o fim sempre fizeram parte do meu processo habitual de leitura. Não costumo manter contato com um livro a prestações, coisa do tipo: leio alguns capítulos um dia, dou uma esfriada, depois mudo o foco para outra obra.
Não estou habituado com essa logística de leitura e por isso, dificilmente a pratico. Mas... por mais insensato que possa parecer, digo com toda convicção que eu deveria ter agido dessa maneira ao ler os contos selecionados por Calvino. Cara, o meu erro foi querer ler o livro numa tacada só. Me estrepei. Leitura cansativa, travada e chata.
A maioria dos 26 contos tem características semelhantes o que prejudica a fluidez da leitura. Escritos em primeira pessoa, com descrições de personagens e lugares em excesso (peculiaridade comum dos autores do século XIX), além de uma linguagem rebuscada, definitivamente desestimula qualquer leitor. E para complicar ainda mais, a Companhia das Letras lançou uma edição com letras pequenas que preenchem as mais de 500 páginas da obra.
Jamais pensei que um dia chegaria ao ponto de dar um conselho desses, mas se você decidir ler “Contos Fantásticos do Século XIX”  nunca enfrente os 26 contos de uma só vez, pois irá se arrepender. Escolha outros livros para intercalar a leitura. Leia dois contos hoje, mais um depois de amanhã, espere três ou quatro dias, volte a ler outro e assim sucessivamente. Então, acredito que conseguirá aproveitar o conteúdo da obra.
O livro foi publicado originalmente em 1983 – dois anos antes da morte do autor – e circulou em dois volumes, O fantástico visionário e O fantástico cotidiano. A diferença entre ambos é que o primeiro reúne contos cheios de visões e terrores do subconsciente, que surgem em diferentes versões, das diabinhas traiçoeiras do polonês Jan Potocki em “A história do demoníaco Pacheco” ao jeito de bicho-papão de “O homem de areia”, de Hoffmann, que aterrorizava as criancinhas do mundo anglo-saxão.
Já os contos do segundo volume representam o fantástico construído à base do absurdo e da incerteza como em “Os construtores de pontes”, de Rudyard Kipling, ou escorado nas paixões dos reprimidos em “Amour dure”, de Vernon Lee.
Capiche?
Portanto, aqueles que irão ler os contos organizados por Calvino, nada de ir com muita sede ao pote. Um conto por vez e espaçadamente.

Inté!

06 abril 2016

“O Exorcista”, finalmente, é confirmado pela Fox. Livro de William Peter Blatty vira minissérie de TV

“Eu góstio!!” Esta frase faz com que eu me recorde da dona Santinha Pureza - da Escolinha do Professor Raimundo com o saudoso Chico Anísio. A humorista Nádia Carvalho interpretava uma aluna que apanhava do marido, mas era apaixonada por ele. Sempre que a dona Santinha explicava para o professor os motivos mais absurdos pelos quais ela havia apanhado, lá vinha a pérola: “Fazer o que professor? Eu góstio”!!
Esta frase com aura de sadomasoquismo exprime bem o que eu sinto com relação a minissérie televisiva “O Exorcista” - a exemplo da maioria das pessoas que miaram de medo ao ver nos cinemas a virada de pescoço ‘a la’ 360 graus de uma Reagan possuída.
Desde 2012, bandos de produtores de TV safados e indecisos estão anunciando aos quatro ventos que estarão produzindo uma minissérie baseada no livro de William Peter Blatty. O problema é que após  todo o estardalhaço inicial, a notícia esfria e os tais safados e indecisos homens da TV fogem de fininho. 
Os dois 'padres' vividos por Ben Daniels (esquerda) e Alfonso Herrea
E assim, nós, os fãs do livro de Blatty e do filme de William Friedkin, apesar de ficarmos P.da Vida com a notícia furada; no íntimo, depois que a raiva passa, nós a adoramos! Adoramos porque entendemos que ‘onde há fogo há fumaça’, afinal, os caras não iam comprometer suas grandes redes de TV despejando uma mentira absurda envolvendo um ícone da literatura de terror e também das telonas!
Pois é, e seguimos nessa toada há mais de três décadas, recebendo a cada 365 dias uma notícia furada e ao mesmo tempo mantendo a esperança de que no ano seguinte ela se torne real.
Cara, vale muito a pena ter esperança de que um dia esses FDP de produtores irão, de fato, anunciar hora, dia, mês e ano em que a minissérie “O Exorcista” estará estreando na TV. Afinal, os fãs dessa história icônica, mais do que ninguém, querem ver o embate entre o bem e o mal também na no formato de capítulos.
No início desse ano, novas informações  sobre a minissérie chegaram bombando nas
Geena Davis também está no elenco
redes sociais, como por exemplo, o  nome do roteirista escolhido para a nobre missão de adaptar o livro de Blatty para a tela pequena. Olha, confesso que fiquei preocupado, já que o roteirista selecionado é ninguém menos do que Jeremy Slater que recebeu o prêmio Framboesa de Ouro de 2016 pelo péssimo roteiro de “Quarteto Fantástico”. Vale lembrar que ele já havia acumulado críticas negativas em 2015 pelo roteiro de “Renascida do Inferno”, outra produção que não decolou.  
Mesmo com esses dois fiascos no currículo, a Fox – responsável pela produção de “O Exorcista” - decidiu dar uma nova chance ao rapaz.
Para quem não se recorda, o filme de 1973 trata sobre a possessão de uma menina de 12 anos chamada Reagan, filha de uma atriz famosa e que vai gradualmente sendo dominada pelo mal. No decorrer da deterioração da saúde física e mental da garota, dois padres assumem o ritual para libertar a garota. Todavia, o ser maligno explora os problemas particulares da dupla e não larga a garota tão facilmente.
A produção cinematográfica de 1974 papou dois Oscars. Quanto ao livro dispensa comentários; não é a toa que ele continua sendo  o monte Everest das obras de terror.
O início da obra já cria um clima assustador, mostrando o trabalho em vão de médicos, psiquiatras e psicólogos em tentar descobrir a estranha doença de  Regan, uma menina de apenas 12 anos.
Logo de cara, o leitor já vai se preparando para a “carga pesada” que está por vir, ou seja, o famoso embate entre o bem e o mal representados na história pelo demônio Pazuzu (que possui a alma de Regan) e os padres Merlin e Damien Karras.
Esperamos que esse mesmo clima sufocante esteja presente na minissérie.
Ah! Antes que me esqueça; dessa vez, os padres Merrin e Karras estarão fora do enredo. Os personagens Tomas Ortega e Marcus Lang serão os novos religiosos que terão a missão de enfrentar o mal. Os atores Alfonso Herrera (Sense8) e Ben Daniels (House of Cards) vestirão os hábitos desses dois religiosos na TV.
Ah! Pera aí porque tem mais novidades! Conhecem a atriz Geena Davis? Cara, que mulher! Entonce, ela viverá a mãe de Reagan que na realidade não será mais a Reagan. O roteirista que detonou a história do “Quarteto Fantástico”, deu o seu pitaco e decidiu trocar os nomes de todos os personagens do filme de Friedkin, assim, sai Reagan e entra uma nova possuída: Charlotte.
Ok, ok, não me esqueci não. Quanto ao nome do diretor, a Fox também já bateu o martelo. A fera que estará comandando a galera atrás das câmeras será Rupert Wyatt que dirigiu “Planeta dos Macacos: A Origem”.

Enfim, é isso aí galera!

02 abril 2016

5 serial killers que inspiraram a criação de personagens famosos dos romances policiais

Muitas vezes ao ler um romance policial você se depara com um serial killer que domina todas as páginas da obra. O sujeito pode ser carismático e lhe conquistar logo de cara ou então, pode ser um casca grossa sanguinário e maléfico que lhe causa ojeriza. O que importa é que ele tem o poder de direcionar todos os holofotes do enredo diretamente para ele.
O que muitos leitores nem imaginam é que alguns desses ‘bandidões’ dos livros de ficção, amados ou odiados, existiram na vida real.
Vários autores se inspiraram nessas ‘figuras’ de carne e osso para compor os seus personagens que provocaram tantas emoções nos leitores: boas e ruins.
Neste post selecionei 10 personagens fictícios que fizeram muito sucesso na literatura policial e que foram inspirados em serial killers verdadeiros.
01 – “Crime e Castigo” (Fiodor Dostoieviski)
Personagem: Rodion Raskolnikov
Serial Killer: Pierre François Lacenaire
Pierre François Lacenaire
Caraca! Quem é esse tal Pierre François Lacenaire?! Acredito que nem mesmo aqueles que leram “Crime e Castigo” do grande escritor russo Fiodor Dostoieviski sabem. Para a maioria dessa galera, Rodion Raskolnikov não passa de um personagem fictício que saiu da mente criativa do famoso autor. No! No! e No! Ele é real meu amigo. Verdade! Dostoieviski encontrou inspiração num assassino francês, ou seja, o próprio  Pierre François Lacenaire que em 14 de dezembro de 1834 assassinou uma mulher idosa e seu filho travesti a machadadas.
Lacenaire era um desconhecido poeta francês. Ele foi preso em 1835 e executado na guilhotina.
No romance de Dostoieviski, o personagem Rodion – inspirado no assassino francês – é um jovem estudante de Direito que acaba ficando na miséria. Ele comete um latrocínio matando uma mulher e sua irmã. No entanto, o remorso ‘bate forte’ no sujeito e ele acaba confessando o seu crime para uma mulher , a qual ele ama muito. Depois... bem leiam o livro.
02 - Psicose (Robert Bloch)
Personagem: Norman Bates
Serial Killer: Ed Gein
Ed Gein
O livro de Robert Bloch transformou-se no filme mais famoso do grande Alfred Hitchcock. Em sua obra literária, o autor conta a história de Norman Bates, um homem de 40 anos, super controlado pela mãe dominadora, e que gerencia um hotel de beira de estrada. Durante uma forte chuva, uma moça chamada Mary Crane resolve passar a noite no referido hotel até que o tempo melhore e então... começa o seu pesadelo.
Para escrever “Frenesi”, Bloch se inspirou livremente no caso do assassino de Wisconsin, Ed Gein. O protagonista Norman Bates, assim como Gein, era um assassino solitário que vivia em uma localidade rural isolada, teve uma mãe dominadora, construiu um santuário para ela em um quarto e se vestia com roupas femininas. 
O autor, morador de uma cidadezinha no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, soube por notas nos jornais de um caso assustador no vilarejo de Plainfield. Passou a anotar cada nova informação em um caderninho e chegou a um assassinato em série que perturbou os americanos em novembro de 1957.
Gein confessou ter desenterrado várias sepulturas de mulheres de meia idade que se pareciam com a sua mãe. O psicopata levava-as para casa, onde ele bronzeava as peles, um ato descrito como insano ritual travesti.
03 – O Silêncio dos Inocentes (Thomas Harris)
Personagem: Buffalo Bill
Serial Killers: Gary M. Heidnik e Theodore “Ted” Bundy
Gary M. Heidnik
Jame Gumb, vulgo Buffalo Bill, o vilão de “O Silêncio dos Inocentes” escrito por  Thomas Harris, foi inspirado em dois serial killers: Gary M. Heidnik e Theodore “Ted” Bundy.
Quem assistiu ao filme e leu o livro sabe que as vítimas de Gumb eram todas meninas cheinhas, das quais ele retirava a pele para confeccionar um macacão.
O serial killer optava por prender as suas vítimas no porão, dentro de um buraco, deixando-as privadas de alimentos para que elas ficassem ‘no ponto’ para
Ted Bundy
ter a pela retirada. Pois bem, Heidnik tinha essa mesma bizarrice cruel. Em 1987 ele foi preso acusado de seqüestro, cárcere privado e assassinato. Ao vasculharem a sua casa, a polícia encontrou um porão onde o serial killer prendia e torturava as suas vítimas, deixando-as ‘morrendo’ de fome.
Epa! Pera aí! Parece que Gumb também agia dessa maneira com as suas vítimas.
Quanto a Ted Bundy, o segundo serial killer que emprestou o seu modus operandi à Buffalo Bill, ele costumava atrair as suas vítimas para o carro usando um gesso falso no braço. Logo depois, ele as agredia e estuprava. Tudo bem, vamos esquecer o estupro, mas Gumb também utilizava a técnica do falso braço quebrado para enganar as suas vítimas indefesas e conduzi-las até o seu veículo.
04 – Frenesi (Arthur La Bern)
Personagem: Robert Rusk ( O Assassino da Gravata)
Serial Killer: Albert DeSalvo
Albert DeSalvop
O livro de Arthur La Bern ficou sempre na sombra do filme homônimo de Alfred Hitchcock. Enquanto a produção cinematográfica foi endeusada por crítica e público, o livro caiu no esquecimento. Fazer o que? Paciência.
Os enredos de livro e filme são praticamente semelhantes, já que La Bern foi contratado para supervisionar os trabalhos de  roteirização desenvolvidos por Anthony Shaffer. Creio que ele não permitiu que fossem feitas mudanças drásticas  no enredo de sua obra literária.
Em “Frenesi”, considerado o filme mais violento de
Hitchcock, Londres é aterrorizada por um assassino em série que estupra as suas vítimas e as mata estranguladas com uma gravata. Por esse motivo, o criminoso ficou conhecido como o “Assassino da Gravata”. Devido a uma série de mal entendidos, o veterano de guerra Richard Blaney, alcoólatra, divorciado e recentemente desempregado, acaba se tornando o suspeito número um dos crimes quando sua esposa é assassinada com o mesmo modus operandi.
O serial killer de “Frenesi” foi inspirado em um famoso criminoso: Albert DeSalvo, conhecido como o “Estrangulador de Boston”. Ele confessou ter matado 13 mulheres no período de 14 de junho de 1962 à 4 de janeiro de 1964. As vítimas eram estranguladas com peças do próprio vestuário.
05 – Do Inferno (Alan Moore e Eddie Campbell)
Personagem: Jack a William Gull (Jack, O Estripador)
Serial Killer: Jack, O Estripador
Para muitas pessoas, o mais famoso assassino real retratado nos livros e nos cinemas chama-se Jack, o Estripador. Responsável pelo assassinato de várias prostitutas em 1888, o misterioso serial killer nunca foi pego. Por isso não se sabe seu verdadeiro nome e sua história. O título “Jack, o Estripador” foi criado pelo próprio assassino em uma carta enviada para um jornal da época, acompanhada do fígado de uma vítima. Surgiram várias teorias sobre sua identidade: Alguns acreditam que ele era um imigrante polonês, já que em um rápido fluxo de imigração, vários poloneses chegaram a Londres e acabaram vivendo em extrema pobreza. Outros acreditavam, devido a remoção dos órgãos dos corpos das vítimas, que se tratava de alguém que tivesse conhecimentos cirúrgicos. Há quem acredite, até mesmo, que o assassino era o herdeiro da coroa, o príncipe Edward Albert. Como nunca chegou a ser capturado, a sua identidade continua envolta numa aura de mistério.
Jak rendeu vários livros, mas o um dos mais icônicos foi lançado em 2000 por Alan Moore e Eddie Campbell.
Moore baseia a sua narrativa em quadrinhos na hipótese de que os assassinatos nada mais foram do que uma conspiração para abafar o caso de um nascimento de um herdeiro ilegítimo do trono britânico – o que seria um escândalo na época. Para escrever a história, Alan Morre realizou uma extensa pesquisa bibliográfica e visitou com frequência o bairro londrino de Whitechapel, onde tudo aconteceu.


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