10 grandes detetives dos romances policiais

02 outubro 2018

Eles são intrépidos, bonachões, dissimulados e até mesmo paranóicos. Tudo vai depender do seu tipo preferido. Afinal de contas, a literatura policial presenteou os seus leitores ao longo dos anos com as mais variadas castas de detetives.
No post de hoje, resolvi homenagear essa galera que nasceu para solucionar crimes perfeitos; seja com truculência ou então com toda a sutileza.
Escolhi dez detetives dos livros que, pelo menos para mim, são  considerados os melhores do gênero.
Ah! Antes que me esqueça, fiquem à vontade para acrescentar os seus favoritos na relação. E sem mais delongas, vamos ao toplist.

01 – C. Auguste Dupin (Edgar Allan Poe)
Livro principal: “Assassinatos na Rua Morgue”
Seria uma baita injustiça abrir esse post omitindo o nome de C.Auguste Dupin, considerado o pai de todos os detetives. Muitos se enganam ao afirmar que foi Sherlock Holmes o primeiro detetive a aparecer nas páginas de um livro. Não. Este mérito deve-se a Auguste Dupin no romance “Assassinatos na Rua Morgue” escrito por Edgar Allan Poe em 1841. Por isso, o escritor americano é considerado o criador do primeiro detetive dos romances policiais. O curioso é que algum tempo depois, Poe ficou conhecido como um dos mestres do terror, ou seja, nada a ver com a literatura policial.
Além de “Asasassinatos na Rua Morgue”, Dupin só apareceu em outros dois contos: “A Carta Roubada” e “O Mistério de Marie Roget”, ambos publicados em 1845.
Nos três livros de Poe em que aparece, Dupin é retratado como uma pessoa excêntrica.
Nas histórias, Dupin não é um detetive profissional e suas motivações mudam ao longo das histórias. Ele investiga “Os Assassinatos da Rua Morgue” por diversão e para provar a inocência de um homem acusado injustamente, não aceitando recompensas. Já em “A Carta Roubada”, Dupin sai propositalmente em busca de recompensa. Na realidade,  o personagem é um poeta amador e solitário, mas com um grande poder dedutivo.
02 – Hercule Poirot (Agatha Christie)
Livros Principais: “Assassinato no Expresso Oriente”, “Morte no Nilo” e “O assassinato de Roger Ackroyd”.
Hercule Poirot surgiu em 1920 no romance “O Misterioso Caso Styles”. O detetive belga é o principal personagem criado pela “Rainha do Mistério” Agatha Christie. Ele esteve presente em dezenas de livros da autora, mas as suas principais aparições foram em “Assassinato no Expresso Oriente”, “Morte no Nilo” e “O Assassinato de Roger Ackroyd”.
Poirot é um personagem muito peculiar e nada modesto quanto a sua inteligência. Aliás, ele vive se gabando da forma como consegue utilizar as suas células cinzentas do cérebro. Sua marca característica é um grande e belo bigode, além de uma aparência elegante.
Trata-se de um investigador meticuloso e organizado, não deixando escapar nenhum detalhe da cena do crime. Dono de uma memória fantástica pode ser considerado um dos detetives mais inteligentes de todos os tempos.
03 – Miss Marple (Agatha Christie)
Livros Principais: “Convite para um homicídio” e “Testemunha ocular do crime”.
Esta velhinha que vive no vilarejo de St. Mart Mead, na Inglaterra, é fodástica! Não bastasse a inteligência de Hércule Poirot, a escritora Agatha Christie também nos presenteou com a lógica e a sagacidade de Jane Marple ou simplesmente Miss Marple.
Aparentemente é uma idosa comum, que se veste com roupas de lã e é vista, frequentemente, tricotando e tirando as ervas daninhas de seu jardim. Às vezes, é considerada confusa ou caduca, mas quando passa a resolver mistérios, mostra ter uma mente lógica e afiada, e um conhecimento incomparável da natureza humana com todas as suas fraquezas, forças, truques e excentricidades.
Ela protagonizou 12 romances e 20 contos escritos pela ‘Rainha do Crime’. Tanto crítica especializada quanto leitores são unânimes em afirmar que “Convite para um homicídio” é o seu melhor livro.
04 – Sherlock Holmes (Arthur Conan Doyle)
Livros Principais: “O Cão dos Baskerville”, “O Signo dos Quatro”, “O Problema Final” e “A Casa Vazia”.
O cara é fera. E como! Não existe crime perfeito para este investigador, do final do século XIX e início do século XX, idealizado por Arthur Conan Doyle. Famoso por utilizar, na resolução dos seus mistérios, o método científico e a lógica dedutiva baseada na observação dos fatos, Holmes é tido como o detetive perfeito.
Carismático e astuto, o personagem desvendou ao longo de seus quatros romances e 56 contos, crimes, à primeira vista, insolúveis.
Além da sua lógica dedutiva infalível, Holmes também é um mestre dos disfarces, tendo usado muitos deles em suas histórias, dos quais podemos citar: um marinheiro (em O Signo dos Quatro), um noivo embriagado (em "Um Escândalo na Boêmia"), um fumante de ópio (em "O Homem do Lábio Torcido"), um venerável padre italiano (em "O Problema Final") e uma mulher idosa (em "A Aventura da Pedra Mazarin").
Em 1983, Sir Arthur Doyle ficou cansado de se dedicar tanto às histórias de Holmes e resolveu matar o personagem no romance “O Problema Final” onde ele enfrenta pela última vez o seu arquiinimigo professor Moriarty que tem um intelecto á altura de Holmes.
O autor, depois da publicação de “O Problema Final”, passou a ser rejeitado pelos seus leitores e até sofreu agressões na rua e foi  obrigado a “ressuscitar” Holmes em “A Casa Vazia”.
05 – Philip Marlowe  (Raymond Chandler)
Livros principais: “O Sono Eterno”, “Janela para a morte”, “Para Sempre ou Nunca mais (Playback)”
Beberrão e sedutor, mas muito competente em suas investigações. Taí um rápido perfil do personagem criado por Raymond Chandler. A sua estréia aconteceu em 1939 no livro “O Sono Eterno”.
Como dito acima, Philip Marlowe é um beberrão incorrigível, além de ter uma atitude contemplativa e filosófica. Ele gosta  de xadrez e poesia. O detetive não teme riscos físicos nem de usar violência quando necessário. Moralmente correto, ele encontra em suas aventuras várias "mulheres fatais". Marlowe tem 38 anos e nasceu na California. Estudou em uma faculdade e tinha alguma experiência de investigador trabalhando para uma companhia de seguros e para a Promotoria de Los Angeles; foi despedido desse emprego por desacato. Ele é descrito como tendo 1,85 m de altura e 86 quilos. Seu escritório fica no número 615 do sexto andar do Edifício Cahuenga Building, situado na Hollywood Boulevard. Ele fuma e prefere cigarros Camels. Em casa, faz uso de um cachimbo.
O detetive particular bebe uísque ou conhaque e costuma embriagar as pessoas durante os trabalhos de investigação quando precisa que elas falem.
Marlowe aparece em oito livros escritos por Chandler.
06 – Alex Cross (James Patterson)
Livros principais: “Na Teia da Aranha”, “O beijo da Morte” e “Eu, Alex Cross”
James Patterson criou um personagem que ganhou a simpatia dos leitores amantes do gênero policial contemporâneo. Ao longo de uma década, os livros do investigador Alex Cross estouraram em vendagens em todo o mundo, atingindo os primeiros lugares na lista dos bestsellers  policiais.
O personagem criado há 25 anos no livro “Na Teia da Aranha” - que acabou sendo adaptado para o cinema em 2001 com o fantástico Morgan Freeman no papel de Cross – é um dos mais inteligentes e dedutivos investigadores da era moderna.
Cross era uma estrela em ascensão na Polícia de Washington DC quando um desconhecido assassinou sua mulher, Maria, à sua frente. Anos mais tarde, Alex deixa as forças de segurança e regressa à carreira de psicólogo, revelando-se um bem-sucedido escritor de livros policiais. A vida com a sua avó, Nana Mama, e os filhos Damon, Jannie e o pequeno Alex parece correr na perfeição, e o detetive admite mesmo viver um novo amor.
É nesta fase que John Sampson, o seu antigo parceiro na Polícia, lhe pede ajuda para capturar um perigoso criminoso. Cross, então,  regressa à ação, sem saber que se prepara para enfrentar o assassino da sua própria mulher.
Por ser psicólogo, ele tem condições de traçar com perfeição o perfil psicológico dos criminosos através de seu modus operandi, estando sempre um passo á frente dos assassinos ou serial killers que enfrenta.
07 – Sam Spade (Dashiell Hammett)
Livros Principais: “O Falcão Maltês”
Sam Spade é apontado como o primeiro investigador durão da literatura policial. Ele ficou imortalizado nas páginas do clássico “O Falcão Maltês”. O personagem é do tipo que fala a linguagem das ruas e não leva desaforo para a casa. Os bandidos que cruzarem o seu caminho estão arriscados a levar alguns sopapos ou até mesmo chumbo quente.
Spade rompeu o paradigma do detetive bom moço, sobrevivendo em círculos regados a violência e corrupção, e valendo-se de pitadas de astúcia, sarcasmo e jogo de cintura para driblar as ciladas da vida. Ele mora
e trabalha em San Francisco, Califórnia, onde mantém um modesto negócio de investigação. Sendo um fumante inveterado, os seus cigarros da marca Bull Durham, são cuidadosamente feitos à mão.
O seu criador, Dashiell Hammett, descreve Spade em “O Falcão Maltês” como um homem de 38 anos com compleição física bem delineada. Cabelos castanho-claro, 1,90 metros de altura, olhos amarelo-pardos, nariz adunco, maxilar longo e ossudo, além de espessas sobrancelhas.
O livro “O Falcão Maltês” lançado em 1930 fez tanto sucesso que acabou adaptado para o cinema em 1941com Humphrey Bogart no papel de Sam Spade.
Vale lembrar que Hammett escreveu apenas um romance (“O Falcão Maltês) e três contos com Sam Spade
08 – Cormoran Strike (Robert Galbraith)
Livros principais: “O Chamado do Cuco”, “O Bicho da Seda” e “Vocação para o Mal”
Para quem não sabe, Robert Galbraith é o pseudônimo usado por J.K. Rowling para escrever a série de livros policiais com o detetive Cormoran Strike. E esse detetive é da hora. Tão da hora que resolvi incluí-lo nesta  galeria. Até agora foram publicados três livros com o personagem – “O Chamado do Cuco”, “O Bicho da Seda” e “Vocação para o Mal” – sendo que o quarto – “Lethal White” - já está a caminho.
O carisma de Strike é tão grande que as suas aventuras acabaram se tornando uma série de televisão. Isto mesmo! A BBC One produziu e a HBO distribuiu.
O personagem desenvolvido por Rowling é um detetive particular, que serviu no Afeganistão com o exército, mas foi obrigado a pedir licença médica após perder a perna num acidente. Por isso é ele usa uma prótese que não o impede nada de mergulhar nos mais intrincados e perigosos casos.
Ele conta com a ajuda de uma secretária chamada Robin que tem uma intuição incrível para o ramo e um certo fascínio pela profissão.
No livro que abre a série (“O Chamado do Cuco”), Strike é contratado para investigar o caso da morte de uma supermodelo chamada Lula Landry, que todos pensam ter cometido suicídio, mas na realidade foi assassinato.
09 – Delegado Espinosa (Luiz Alfredo Garcia-Roza)
Livros principais: “O Silencio da Chuva”, “Uma janela em Copacabana” e “Céu de Origamis”
Pois é galera, eu não poderia deixar de incluir nesta toplist um detetive da nossa literatura brasileira e, diga-se, muito bem representada pelo incrível delegado Espinosa.
Trata-se de um personagem marcante da literatura policial brasileira criado em 1996 pelo escritor Luiz Alfredo-Roza, professor universitário que se tornou romancista e acabou escrevendo uma série de livros com o personagem. A estréia do delegado Espinosa foi na obra “O Silencio da Chuva”,  muito elogiado pela crítica.
No enredo, Espinosa é um delegado e investigador de polícia em Copacabana, onde está localizada a sua delegacia. Suas histórias, embora ambientadas no Rio de Janeiro, fogem do estereótipo ao apresentar casos muito mais relacionados a dramas pessoais mal-resolvidos do que aos temas recorrentes do narcotráfico e da venda de armas. 
Espinosa é um investigador culto, metódico e principalmente ético. Para ser mais exato: incorruptível. O personagem criado por Garcia-Roza virou protagonista de uma série de TV chamada “Romance Policial – Espinosa” exibida em 2015 no canal GNT. O metódico detetive foi interpretado pelo saudoso ator Domingos Montagner.
10 – Lisbeth Salander (Stieg Larsson)
Livros Principais: Saga Millennium (“Os Homens que não amavam as mulheres”, “A menina que brincava com fogo” e “A rainha do castelo de ar)
Esta garota é incrível. Olha lá, heim... não vá me dizer que você detesta Lisbeth Salander da série literária Millennium escrita pelo sueco Stieg Larsson. Não faça isto. Cara, a personagem é muito peculiar e não tinha como deixá-la fora dessa lista.
Lisbeth está longe de ser considerada uma investigadora comum. Vejam só: ela é uma jovem hacker, magra e pálida cheia de piercings e tatuagens - da qual se destaca um enorme dragão em suas costas. Tem uma personalidade hostil, violenta, obsessiva, vingativa, paranoica, altamente introvertida e antropófoba, ou seja, tem pavor ao contato humano. “Pera aí? E você ainda me diz que essa personagem é fantástica?!!” - Olha, não preciso explicar nada, basta você ler a série de  livros escrita por Larsson e entenderá o meu gosto. Capisce?
A hacker apanha os criminosos utilizando meios tecnológicos, É inteligente, tem memória fotográfica e raciocínio rápido. Lisbeth presta serviços para uma empresa de espionagem corporativa.
Taí galera, qual o seu detetive preferido?
Até mais!

4 comentários

  1. Colocaria o Sherlock Holmes em primeiro seguido de Nero Wolfe, que foi o culpado por me apresentar e fazer gostar do gênero rsrs. A maioria da lista não conheço ainda, vou dar uma olhada. Parabéns pelo blog. Abraço.

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    1. Olá Roger,
      Foi muito pertinente a sua colocação. Aproveito para explicar que a numeração correspondente aos nomes dos personagens não tem caráter classificatório. Quando escrevo posts do gênero costumo acrescentar a palavra lugar - ex: 1º Lugar, 2º Lugar e assim por diante.
      Por fim, quem bom que gostou do blog, fico muito feliz.
      Volte sempre!

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  2. Muito bom o blog, gosto tanto do sherlock holmes que criei um blog para falar sobre o personagem.

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    1. Valeu Guilherme! Que bom que gostou do blog. Obrigado, ainda, pelos comentários nos outros posts. Visitei a sua página e também gostei dos assuntos abordados.
      Abcs!

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