27 novembro 2016
Editora Estronho lança livros sobre séries antológicas de TV dos anos 60 e 70. Perdidos no Espaço é o primeiro.
“Perdidos no Espaço” e “Além da Imaginação” foram
duas séries que, definitivamente, marcaram a minha infância. Acho que tinha os
meus 10 ou 11 anos quando Dr. Smith, Will, Major Don West, o robô - que vivia
falando: Perigo!, Perigo! – enfim toda a família Robinson entrou em minha vida.
Muitas vezes deixa de jogar bola com os meus amigos para ficar grudado na TV
assistindo o seriado que no início da década de 70 era exibido, diariamente,
pela TV Globo no período da tarde.
Se eu deixava de jogar o meu futebolzinho com os
amigos para participar das aventuras na nave ‘Jupiter 2’ com Dr. Smith e Cia, também
troca o cinema pela TV em preto e branco para ver, roendo as unhas, à série
“Além da Imaginação”.
Pois é galera, e assim foi a minha infância e
pré-adolescência: dividido entre a leitura de livros e os seriados de TV. Se me
arrependo? Nem um pouco. Vivi um dos melhores períodos de minha vida. Quando
‘pegava’ um livro em minhas mãos me sentia o próprio Bastian de “História Sem
Fim”, mergulhando fundo no enredo e dando um adeus temporário ao mundo real.
Quanto as séries? Uhauuuu!! Sou grato por pertencer
a uma geração que nasceu assistindo Kung Fu, O Túnel do Tempo, Terra de
Gigantes, Viagem ao Fundo do Mar, Os Invasores e é claro “Além da Imaginação e
Perdidos no Espaço. Mêo, reclamar do que?!
Por ter vivido esse período mágico em minha vida,
fiquei descontroladamente feliz quando soube que a editora Estronho organizou uma coleção de livros sobre várias séries
de TV antigas. Cada volume da coleção é assinada por colecionadores e fãs
que, ao longo de anos, reuniram informações sobre a história oficial, os
bastidores, guia de episódios e os segredos das produções que marcaram época e
ainda são cultuadas por gerações que acompanharam sua exibição na TV.
Estes livros pretendem resgatar a
memória desses seriados antológicos que revolucionaram toda uma geração,
incluindo a minha. Confesso que há muitos anos, na época que assistia esses
seriados, tinha uma vontade enorme de saber tudo o que rolava nos bastidores.
Quem era o sujeito que se ‘escondia’ dentro do robô; além de ator, o que o Dr.
Smith fazia na vida real; será que ele era tão mala quanto no seriado?
Hoje, passadas décadas, essas
curiosidades aumentaram ainda mais, tornando-se menos inocentes. Hoje quero
saber qual o segredo de cenas tão caprichadas numa época em que os efeitos
digitais ainda eram uma utopia; como surgiu o convite para o time de atores
interpretarem os seus personagens; os segredos que rolavam atrás das câmeras;
será que todos se davam bem ou tinham algumas desavenças? Man, são tantas
coisas!
E agora, graças a iniciativa da
Estronho poderei esclarecer todas essas dúvidas. Uhauuuuu, novamente.
A coleção abre com Perdidos no Espaço,
série da década de 1960 criada por Irwin Allen que
ganhará um remake pelo serviço de streaming Netflix. O livro é assinado por Saulo Adami e Carlos Gomes.
Os próximos volumes já programados
serão dedicados às séries Shazan-Xerife & Cia.,
produção brasileira da Rede Globo; Kung Fu, ambos assinados por Adami; A Feiticeira, A Noviça Rebelde, Além da Imaginação, Batman, Doctor Who, Família Ultra, Galeria do Terror, Jornada nas Estrelas, O Elo Perdido, O Homem Invisível, O Prisioneiro, O Túnel do Tempo, O Vigilante Rodoviário, O Paladino da Justiça, Terra de Gigantes, U.F.O e Viagem ao Fundo do Mar, entre outras
produções que ainda não foram divulgadas.
O primeiro volume, com 212 páginas, está sendo
oferecido ao preço de R$44,90. A obra pode ser encontrada nas principais
livrarias virtuais e também no site da editora (http://www.estronho.com.br/editora/perdidos-no-espaco/).
O cérebro por detrás da Estronho se chama Marcelo
Amado. Ele é o dono da empresa, editor principal, líder; sei lá, entendam como
quiser. Amado fundou a editora em 2010 e começou a publicar, inicialmente, literatura
fantástica. Hoje, também trabalha com quadrinhos e principalmente com livros
sobre cinema.
Valeu!
23 novembro 2016
Elite da Tropa
Começo esse post afirmando o seguinte: “Ninguém
melhor para escrever sobre os caveiras do que alguém que já foi um caveira”.
Rodrigo Pimentel e André Batista, dois dos três autores de Tropa da Elite –
Luiz Eduardo Soares , é o outro – são esses caras. Resultado: um livro que
escancara os ‘causos’ do temido Batalhão de Operações Policiais Especiais do
Rio para os leitores interessados. E confesso que os tais ‘causos’, de fato, conseguem
prender a atenção.
Os três autores foram muito felizes ao adotar um
estilo narrativo de dentro para fora, ou seja, sob o olhar da polícia. Dessa forma,
o leitor tem a oportunidade de acompanhar a rotina de um integrante do Bope –
ouvindo sua própria voz, seguindo os seus passos, seu drama diário. Este tipo
de narrativa transforma o leitor numa espécie psicólogo que ouve o narrador do
livro como se ele fosse num paciente - deitado num divã - se abrindo, contando
os seus dramas, as ameaças que enfrenta todos os dias no cumprimento de seu
dever, os flagras envolvendo colegas corruptos, a descarga de adrenalina toda
vez que é obrigado a subir o morro para enfrentar traficantes, etc e mais etc.
Pimentel e Batista descarregam um vasto material nas
páginas de Tropa da Elite, também não poderia ser diferente, já que os dois
viveram o período mais ativo do Bope, na década de 90. Eles participaram de
importantes operações: algumas, verdadeiros sucessos; outras, grande fracassos.
Para quem não sabe, Batista que é major da Polícia
Militar do Estado do Rio, atuou como negociador do Bope no fatídico caso que
ficou conhecido como “Ônibus 174”. No ano 2000, Sandro Barbosa do Nascimento –
sobrevivente da chacina da Candelária, em que 8 crianças de rua foram mortas em
1993 – sequestrou o ônibus 174 e fez 10 reféns. O Bope foi chamado. Após quase
5 horas de negociação, o desfecho: Sandro desce do ônibus usando Geísa Firmo
Gonçalves como escudo. Um soldado do Bope atira contra o sequestrador, mas
acerta de raspão o queixo da refém. O criminoso dispara 3 tiros contra as
costas de Geísa e a mata. Preso com vida, Sandro é levado em uma viatura e
morto por asfixia. Levados a julgamento, os policiais militares acusados da
morte de Sandro foram absolvidos em 2002.
Quanto a Pimentel que, atualmente, trabalha como
consultor de segurança, comandou inúmeras operações policiais do Bope,
conhecendo detalhes de todas essas incursões.
Por isso, acredito que não haveria pessoas melhores
ou mais capacitadas com condições de escrever um livro com as características
de Elite da Tropa.
O livro é dividido em duas partes. Na primeira,
chamada “Diários de Guerra”, um capitão do BOPE sem nome, negro e estudante de
Direito, conta episódios envolvendo o batalhão. Algumas situações foram
vivenciadas por ele diretamente, outras indiretamente. Ele narra ainda casos
ocorridos com amigos, traficantes ou policiais corruptos.
Esta primeira parte é a cereja do bolo. As histórias
são muito interessantes e fazem com que
o leitor não desgrude os olhos do livro nem um minuto sequer. O capítulo em que
o personagem conta uma conspiração envolvendo os caveiras e Leonel Brizola é
impagável.
Quanto a segunda parte chamada “Dois anos depois: a
cidade beija a lona”, não chega a decepcionar, mas também não tem a mesma
fluidez de “Diários de Guerra”. Além do excessivo numero de personagens –
aproximadamente 60 - Isso mesmo meu amigo: 60!! – o grande número de alianças e
relacionamentos envolvendo personagens principais e secundários deixam o enredo
lento e cansativo. Mas como já disse escrevi acima, não chega a
decepcionar, além do mais, “Diários de Guerra” já vale o livro inteiro.
Ah! Mais uma coisa. Nem tente comparar livro e filme:
ambos são bem distintos. A obra literária foi lançada bem antes da produção
cinematográfica dirigida por José Padilha e estrelada por Wagner Moura como o
emblemático capitão Nascimento. O filme apanhou apenas poucos casos da primeira
parte de Elite da Tropa para servir (bem discretamente) de base para o roteiro.
Coisa bem sutil.
Outra curiosidade é que apesar de Rodrigo Pimentel e
André Batista negarem de pés juntos, fontes ligadas a produção cinematográfica “Tropa
de Elite” garantem que ambos serviram de inspiração para a criação dos
personagens Capitão Nascimento e André Mathias.
E Zefini!
20 novembro 2016
Rambo II – A Missão
Aqueles que acompanham o ‘Livros e Opinião’ há
tempos, com certeza, já conhecem a minha aversão pelas novelizações de filmes.
Acho que após um roteiro original ter sido levado para as telas é uma grande bobagem
querer adaptá-lo para as páginas. Ao contrário de uma obra literária que é
transformada num filme. Neste caso...Uhauuuu! Sai de baixo galera, porque a ‘coisa’
muda de figura já que o leitor entra em êxtase ao saber que os personagens que foram seus amigos, inimigos ou
amantes por dias, semanas ou meses – dependendo do ritmo de leitura de cada um –
irão ganhar vida, transformando-se em seres humanos na ‘pele’ de algum ator ou
atriz.
Quanto ao processo inverso, como já disse acima,
confesso que é uma droga. Sei lá, é o mesmo que você ‘ler o filme’ que
assistiu! Arghhhh”!
Pois é, mesmo com a minha famosa ojeriza pelas
malfadas novelizações resolvi encarar “Rambo II – A Missão”. O mesmo Rambo com
Sylvester Stallone que já assisti inúmeras vezes no decorrer de minha vida. Por
quê fiz isso? Por dois motivos.
O primeiro: por ter gostado de duas únicas novelizações
- “O Segredo do Abismo” e “Love Story” -
em toda a minha vida de leitor. É; milagres acontecem.
O segundo e, também, o mais importante: pela
novelização ter sido baseada num roteiro deJames Cameron, mas que foi desprezado
por Stallone. Explicando melhor:
Impressionados com o trabalho de Cameron em “O
Exterminador do Futuro”, os produtores de “Rambo II: A Missão”, incluindo
Stallone, decidiram convidá-lo para escrever o roteiro do filme. Apesar de
estar envolvido com outra história, no caso, “Aliens, O Resgate”, Cameron
aceitou escrever o roteiro da sequencia de Rambo. Só que, após ter a
confirmação de que “O Exterminador do Futuro” iria se transformar uma franquia
e que ele teria sido confirmado para escrever a sequencia do primeiro filme,
Cameron decidiu abortar Rambo, mesmo já tendo escrito boa parte do enredo. Foi então que Stallone acabou assumindo o
roteiro e modificando toda a história. Entonce... Tchan, Tchan! Eis que David
Morrell dá as caras nesse contexto. Ocorre galera, que após o sucesso nos
cinemas, os produtores do filme queriam faturar ainda mais, agora com a venda
de livros. Decidiram, então, convidar o autor de “Primeiro Sangue” – livro do
qual originou o personagem Rambo - para
escrever uma novelização da produção cinematográfica. No início, Morrell, ficou
relutante, mas acabou mudando de idéia, principalmente porque iria trabalhar
com parte de um roteiro que não chegou a ser aproveitado no filme, já que
Stallone mudou tudo o que Cameron havia escrito. Outro motivo é que foi dado a
Morrell a liberdade para acrescentar o que quisesse no enredo, incluindo os
trecho que Stallone havia reescrito. Resumindo: liberdade total. Pronto, surgia
assim, o livro “Rambo II – A Missão”.
Taí galera, esses foram os motivos que me levaram a
encarar a tal novelização. E posso dizer
que o livro tem muitas diferenças em relação ao filme.
Por exemplo, a obra traz detalhes sobre como John
Rambo se tornou um soldado tão eficiente das Forças Especiais do Exército
americano. Neste capitulo ficamos sabendo como foi o seu treinamento com o
Coronel Trautman. Descobrimos ainda como Rambo aprendeu a manejar o arco e
flecha, sua arma principal tanto no filme quanto no livro. Detalhe: Não foi
Trautman quem o ensinou, mas um monge budista, especialista nesse tipo de arma.
Morrell também dá pinceladas da infância e adolescência
do emblemático personagem, além de explicar detalhes técnicos sobre o
funcionamento do arco utilizado por ele e de suas flechas com pontas explosivas
que se tornaram famosas nos cinemas.
Ao aceitar escrever a novelização, o autor optou por
criar um Rambo mais violento para ser coerente com o personagem do romance
original (“Primeiro Sangue”), um sujeito irritado e psicótico.
O personagem de Co Bao, guia de Rambo em sua missão,
também é muito diferente no livro. Morrell decidiu seguir o raciocínio de
Cameron que havia idealizado uma mulher vietnamita, formada em economia na
Universidade de Saigon e que aprendeu falar inglês muito mal. Co também é
bastante vulgar no livro, enquanto que no filme ela não fala uma única
profanação. Ela menciona na novelização que teve um filho de um relacionamento
anterior; além de um irmão, do qual gosta muito. O romance entre Rambo e Co muito intenso nas
páginas. Em vários trechos da obra, ela se refere ao soldado como “meu homem”. Estes
detalhes foram omitidos completamente na
versão cinematográfica.
No momento em que Rambo é capturado pelo sargento Tay,
o autor aproveita o ‘gancho’ na trama para revelar o motivo do ódio mortal que o torturador vietnamita sente do combatente
americano. Eu adianto aos leitores que a razão desse ódio é algo que Rambo fez
no passado para o sargento.
O livro não segue uma narrativa distinta, sob o
ponto de vista de algum personagem (em primeira pessoa) ou de um narrador
particular, como é dito do ponto de vista do onisciente de terceira pessoa. Há
muitas cenas em particular que são contadas sob o enfoque do vilão. Existem
passagens que o sargento Tay, Co, Trautman, Murdock e até mesmo um soldado vietcong,
não identificado, participam da narração.
O livro também revela que Rambo não perdeu a sua
virgindade até a idade de 21 anos, e que foi recrutado antes que ele pudesse se
casar com a mulher. Quando ele voltou da guerra, com o coração partido, descobriu
que ela tinha se casado e estava com três filhos.
Há praticamente tantas diferenças entre livro e
filme que quase os tornam produtos distintos. Isso ocorre porque Stallone deu
toda a liberdade para que Morrell fizesse as alterações que julgasse necessárias
no roteiro.
Resultado: uma novelização muito bem feita e que não
é uma cópia descarada do filme.
Fui!
13 novembro 2016
Sherlock Holmes ganha novo box. Editora Nova Fronteira opta pela publicação das histórias em ordem cronológica
Nas últimas semanas, vários leitores me enviaram
e-mails dizendo estarem frustrados por não conseguirem encontrar o box vermelho
com os livros de contos de Sherlock Holmes, lançado em 2011 pela Zahar. Na
época a editora também colocou no mercado um box alaranjado contendo os quatro romances (“Um estudo em
vermelho”, “O Signo dos quatro”, “O cão dos Baskerville” e “O vale do medo) do
detetive vitoriano criado por Arthur Conan Doyle.
O box vermelho começou a vender como água no
deserto, bem mais do que a caixa com os quatro romances. Vendeu tanto, mas
tanto, que acabou se esgotando e hoje, não é encontrado em nenhuma livraria,
pelo menos naquelas que eu pesquisei, ao contrário do box alaranjado que está
circulando por aí à vontade, à preços aterradores, na faixa de R$ 125,00 à R$
140,00.
A iniciativa da Zahar estimulou outras editoras a
fazerem o mesmo e com isso, o mercado literário acabou sendo bombardeado por
uma avalanche de relançamentos de histórias de Holmes - todas elas com um visual muito bonito – mas
as tais caixas só continham os quatro romances; quanto aos contos... nada
nesses últimos cinco anos. Os leitores que quisessem as histórias curtas do
personagem tinham que sair vasculhando pelos sebos e livrarias, comprando um
livro avulso aqui e outro acolá, montando assim, a sua própria caixa.
Agora, para a felicidade geral dos fãs de Sherlock
Holmes, essa agonia chegou ao fim. Tudo graças a editora Nova Fronteira que
colocou no mercado, no início do ano – que falha a minha, que só descobri esse
achado hoje -, um box completo com todas as histórias (4 romances e 56 contos)
sobre o detetive mais inteligente do mundo.
O box é composto por quatro livros de capa
dura, cada um possui um elemento clássico de Sherlock Holmes, um cachimbo,
uma lupa, o chapéu, e um violino.
Considero a coleção de livros da Nova Fronteira
melhor organizada do que aquela lançada pela Zahar, isto porque, a editora
optou por respeitar a ordem cronológica das histórias escritas por Doyle,
evitando que o leitor leia um livro da caixa de romances e depois – para não
perder a sequência - seja obrigado a ‘pular’ para outro livro de um box
diferente. No lançamento da Nova Fronteira isso não acontece, já que a divisão de
romances e contos não é distinta: ambos estão misturados, mas em ordem
cronológica, respeitando o anos em que foram escritos.
Agora, os fanzaços de Holmes já podem comemorar: o
box “Sherlock Holmes – Obra Completa” da Nova Fronteira está aí para a alegria
de todos.
Mas seja esperto e compre logo o seu, antes que
esgote.
Informações
técnicas
VOLUME
1
Um estudo em vermelho (romance)
O sinal dos quatro (romance)
As aventuras de Sherlock Holmes (contos)
VOLUME 2
Memórias de Sherlock Holmes (contos)
O cão dos Baskerville (romance)
VOLUME 3
A volta de Sherlock Holmes (contos)
O vale do medo (romance)
VOLUME 4
Os últimos casos de Sherlock Holmes (contos)
Histórias de Sherlock Holmes (contos)
Um estudo em vermelho (romance)
O sinal dos quatro (romance)
As aventuras de Sherlock Holmes (contos)
VOLUME 2
Memórias de Sherlock Holmes (contos)
O cão dos Baskerville (romance)
VOLUME 3
A volta de Sherlock Holmes (contos)
O vale do medo (romance)
VOLUME 4
Os últimos casos de Sherlock Holmes (contos)
Histórias de Sherlock Holmes (contos)
Título:
Box Sherlock Holmes (4 volumes)
Autor:
Arthur Conan Doyle
Páginas:
1920
Formato:
23x15,5 cm
Edição:
1ª
Tipo
de Capa: Capa Dura
Editora:
Nova Fronteira
Ano:
2015
09 novembro 2016
O raríssimo “A Hora do Lobisomem” vem aí! Suma de Letras confirma o relançamento da obra na Biblioteca Stephen King
Iahuuuuu!! Abdiquei ao trono! Após sofrer com o
preparo para um exame de colonoscopia, posso dizer que estou livre-leve-solto.
O exame foi tranqüilo e realizado por um médico ‘bam-bam-bam’ de minha cidade.
O sujeito é fera quando o assunto é gastro. Confesso que fui tranqüilo para a
realização dos dois exames – colonoscopia e endoscopia – porque confio muito
nesse profissional. E no fim, deu tudo certo: exame e resultados. Graças à
Deus. Confesso que, de fato, o que é o
foda do foda é o tal do preparo.. Arghhh!! Ninguém merece! Cara, um vidro
inteiro de Farlac misturado com água e associado a um coquetel de laxantes,
aniquila a coragem de qualquer um.
Mas tudo bem, vamos ao que interessa. Hoje quero falar
escrever sobre os novos lançamentos literários que estarão fazendo parte da
“Biblioteca Stephen King” que, por sua vez, já lançou de cara uma verdadeira obra prima
com o status de “hiper-rara”: “Cujo”, que foi publicado no Brasil,
originalmente, pela Record em 1981. O livro encontrava-se completamente
esgotado e acredito que não existia nenhum exemplar disponível para venda no
mercado. Então, vem a Suma de Letras e dá esse presente de fim de ano para a
galera. Esta iniciativa da Suma merece ‘mil e um elogios’.
![]() |
Edição de bolso da L&PM lançada em 1983 |
Mas a cereja do bolo vem agora. A editora
responsável pela publicação dos livros de King no Brasil já anunciou os seus
dois próximos lançamentos. Man, cuidado! Pode
se segurar na cadeira para não cair. Os dois próximos livros serão “A
Incendiária” e .... o incrivelmente fantástico “A Hora do Lobisomem”!
Olha, vamos fazer o seguinte: esqueça “A Incendiária”
que ainda pode ser encontrada no portal da Estante Virtual por R$ 30,00, em
média; e foque o seu entusiasmo em “A Hora do Lobisomem” que é considerado um
dos livros mais raros de King. Os preços da obra variam nos sebos de R$ 130,00
à R$ 200,00. Tudo isso por uma edição de bolso! Pois é, agora essa história
será lançada em capa dura numa edição caprichadíssima, incluindo fotos e vários
extras. É mole?!
Lançado nos Estados Unidos em 1982, o livro narra a
história de assassinatos que estariam sendo ocasionados por um lobisomem.
A Hora do Lobisomem é um livro curto, menos de 100
páginas, dividido em 12 capítulos. Em 1985 veio a versão para o cinema. O filme
também é conhecido como Bala de Prata.
A pacata cidade de Tarker's Mill tem sua rotina abalada
por uma série de assassinatos cometidos por um lobisomem. Um garoto paralítico
descobre quem encarna o monstro, mas conta apenas com a ajuda de sua turma de
amigos para destruí-lo.
Cara, nunca torci tanto pelo lançamento de um livro
como agora. Que “A Incendiária” passe logo para dar passagem à “Hora do
Lobisomem”.
Inté pessoal!
05 novembro 2016
César Bravo lança “Ultra Carnem” pela DarkSide
Por isso, para relaxar um pouco, resolvi escrever um
post “rapi-10” antes que eu tenha que voltar correndo para o meu reino e sentar
no meu trono. Por isso serei breve.
O motivo desse post é expressar a minha alegria e
satisfação em ver mais um autor brasileiro conquistar o seu espaço no
concorrido mercado literário das grandes editoras. Estou me referindo a César
Bravo, que considero um dos grandes nomes do terror. Ele foi contratado, há
poucos meses, pela editora DarkSide, especialista no gênero.
Bravo ficou conhecido no meio literário pelas suas
publicações de e-books independentes através da Amazon. Vários de seus títulos alcançaram
centenas de vendas, conquistando um publico seleto que curte o gênero terror gore.
Cara, na minha opinião, os responsáveis pela
DarkSide ganharam um tesouro que outros editores não viram. Com certeza, Bravo
vai dar muitas alegrias para a conhecida editora carioca.
O seu livro de lançamento na DarkSide, já em pré-venda, se chama “Ultra Carnem” e expande em muito a mitologia criada por
Cesar Bravo, dando detalhes assustadores sobre a infância e a obra maldita de
Wladimir Lester, o estranho menino pintor. Além disso, o autor mostra até onde
vai a fome de um homem desesperado pela fama ou por uma vida mais digna por
direito. A caminhada segue sem pudores expondo a fragilidade de cada um de nós.
Por fim, o leitor fica com a sensação de que nós, humanos, não devemos bancar o
esperto. E que não existe a possibilidade de enganarmos o céu e o inferno.
A incursão de Bravo na literatura de horror
aconteceu bem cedo, influenciada por sua personalidade e gosto pessoal.
Mergulhado nos livros, nos filmes ou na arte em geral, não importava: essa
atmosfera macabra esteve sempre presente. Em meados de 2011, abraçou o medo
como matéria prima e decidiu dar início a uma carreira na literatura. Após
autopublicar antologias e romances na Amazon, ele foi ganhando cada vez mais
visibilidade e se tornou querido e admirado entre os fãs de terror nacional. Em
2013, foi premiado no concurso de Novos Talentos da Literatura realizado pela
FNAC.
Cesar é um admirador e seguidor dos grande mestres,
devoto de Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft. Com uma voz única e muito
brasileira, o terror nacional volta a respirar na pele da nova geração de
autores e leitores sedentos por histórias que dêem voz a nossa identidade, mas
que nos levem muito além da carne.
Escrevi várias resenhas sobre e-books do autor.
Gostei de todos aqueles que li e olha que detesto histórias no formato e-book.
Prova de que os enredos que saem da cabeça de Bravo são, de fato, viciantes.
Quem quiser conhecer um pouco mais sobre esse autor,
basta acessar aqui, aqui, aqui e novamente aqui.
Bem, está chegando o horário dos exames...
Inté galera e desejem-me boa sorte.
03 novembro 2016
Os 10 melhores livros de Stephen King
Este post é uma sugestão do meu amigo Augusto
Fernandes Sales – o sujeito é fera: diretor, ator, produtor de curtas metragens
e blogueiro. Por ser fanzaço de Stephen King, um dia desses, ele sugeriu que eu
escrevesse um texto sobre os 10 melhores livros do mestre do terror. E cá estou
encarando essa missão impossível. Por que impossível? Mêo! Como escolher 10
livros de um autor, considerado um monstro sagrado da literatura mundial, que publicou
mais de 80 livros, entre romances, antologias e obras de não ficção? E mais: a
maioria desses livros, elogiados à exaustão por crítica e publico?!
Pois é, para não deixar os fãs de King inconformados
com a minha lista, já aviso que se trata de uma seleção pessoal. Coloquei no
post os 10 livros que “eu” achei os
melhores. Pode ser que os seus 10 melhores sejam outras obras bem diferentes
das minhas.
Feito mos esclarecimentos, vamos à lista.
01
– A Coisa (It)
A maioria dos leitores considera “O Iluminado” a
obra máxima de Stephen King. Aquela que jamais poderá faltar em qualquer
biblioteca. Bem, concordo que o livro é um dos melhores do mestre do terror,
mas não se equipara a “A Coisa’ (It), publicado originalmente em 1986. Cara,
o livro do maligno palhaço Pennywise é tenso demais e em minha opinião pode ser
considerado o melhor dos melhores de King.
A história de
sete amigos que enfrentam uma criatura centenária que se alimenta do medo das
pessoas deixando um rastro de sangue e pavor por onde passa é assustadora. Dá
calafrios, verdade.
02
– A Metade Negra
Li “A Metade Negra” há alguns anos em pdf e
atualmente rezo para todos os santos intercederem pelo relançamento da história
pela Suma de Letras. Acredito que o projeto da editora de relançar obras raras
do autor – que começou com “Cujo” – foi o primeiro passo para a vinda de “A
Metade Negra. Estou torcendo por isso.
O livro estourou
em vendagens no Brasil em 1991. Na época, a editora Francisco Alves detinha os
direitos de publicação das histórias de King em nosso País. A obra foi traduzida para o português somente
dois anos depois de sua publicação na terra do Tio Sam. Foi o segundo livro mais vendido por lá e ganhou uma
adaptação (muito boa) para o cinema em 1990.
“A Metade Negra” conta a história
de um escritor de sucesso, mas que também produz literatura barata sob o
pseudônimo de Geroge Stark. No entanto, quando é ameaçado por alguém que
descobriu seu segredo, ele "enterra" George Stark. A partir desse
ponto, ele se torna o principal suspeito de uma série de assassinatos chocantes.
03 – O Cemitério
Olha, acho que a definição perfeita para o
“Cemitério” (1983) seria ‘a obra renegada que deu certo’. Stephen King escreveu
o livro após uma tragédia envolvendo o gato de sua filha, na época ainda
criança, que acabou sendo atropelado por um carro na porta de sua casa, no
Maine. Ela ficou tão inconsolável que King arrependeu-se de não ter dito à
filha que o animal que se chamava Smucky havia apenas fugido. O bichano foi
enterrado com todas as honras num cemitério de animais. Certo dia King pensou o
que aconteceria se Smucky voltasse ao mundo dos vivos. Pimba! Foi assim que
acabou surgindo o mote para “O
Cemitério”.
Ocorre que Tabitha, esposa de King, achou o
manuscrito muito ruim. À procura de uma segunda opinião, o autor procurou o
escritor Peter Straub, amigo e
colaborador em algumas de suas obras. Straub também detestou a história e
aconselhou King a não publicá-la.
Bem, pulando os detalhes que certamente contarei
algum dia, o manuscrito foi publicado e... se transformou num dos maiores
sucessos literários do mestre com mais de 650 mil exemplares vendidos em capa
dura apenas no primeiro ano de lançamento. Ehehehehe.... erraram feio heinn
Tabitha e Straus? Pior, o próprio King, errou, porque não acreditava muito na
história escrita por ele.
Li o livro e também achei um dos melhores do autor.
O enredo é muito mórbido, mas prende o leitor do início ao fim.
04
– Carrie
“Carrie”
foi o primeiro livro publicado por
King, em 1974. Entretanto, este não foi o primeiro livro escrito
por ele, e sim o primeiro a ser publicado. Na introdução de “Os Livros de Bachman”, ele conta que escreveu cinco livros antes de Carrie,
dentre eles 'Rage' (Fúria), que foi iniciado em 1966 e terminado em 1971, 3 anos antes, porém foi publicado muito tempo
depois.
King escreveu o livro num período
em que passava por uma grande instabilidade emocional o que refletiu
diretamente no enredo. Carrie é carregado de emoções fortes, pesadas e até
mesmo violentas, numa escrita crua.
O livro não poderia faltar nesta
lista já que abriu as portas do mercado literário para Stephen King.
O “Rei do Maine” deve
um enorme favor para aquela garota tímida, rejeitada por seus colegas e
super-protegida por sua mãe. Uma menina perigosa que com o seu poder
telecinético levou o terror para uma pequena cidade após sofrer uma brincadeira
de mal gosto durante um baile de formatura.
05 – O Iluminado
O terceiro livro
publicado pelo autor é fodástico. Lançado
em 1977, “ O Iluminado” fez tanto
sucesso que firmou King na carreira de escritor no gênero terror. Os cenários e
personagens foram influenciados pelas experiências pessoais do escritor,
incluindo suas visitas ao Hotel Stanley, no Colorado em
1974 e a sua reabilitação do alcoolismo.
“O Iluminado” centra-se na vida de
Jack Torrance, um aspirante a escritor e alcoólatra em recuperação que aceita o
emprego de zelador na baixa temporada do famoso Hotel Overlook, nas montanhas
do Colorado, para onde se muda com sua esposa Wendy e seu filho Danny. Danny é o
“Iluminado", que no contexto da história significa que o garoto possui um
conjunto de habilidades psíquicas que permitem que ele veja o passado horrível
do hotel. Uma tempestade de neve deixa a família presa nos arredores e forças
sobrenaturais que habitam o hotel começam a influenciar a sanidade Jack,
colocando em perigo sua esposa e filho.
Livraço!
06 – A Dança da Morte
Muitos leitores consideram “A Dança
da Morte” um verdadeiro épico. Outros vão mais além e o classificam como o
melhor livro escrito Stephen King. Deixando as comparações e os pequenos
exageros de lado, a história publicada em 1978 é muito boa, mas não supera
outros livros do autor como “A Coisa”, “O Iluminado” e o ‘renegado’ “O
Cemitério”.
Em “A Dança da Morte”, King escreve sobre um vírus
de gripe que foi modificado em laboratório pelos Estados Unidos para ser usado
como arma biológica. Acidentalmente, esse vírus acaba se espalhando pelo mundo,
matando mais de 90% da população.
A primeira parte da história mostra a gripe avançando
rapidamente pelo mundo, a segunda aponta o destino dos sobreviventes e a
terceira mostra a iminência do embate entre os dois grupos que sobreviveram à
dizimação.
07
– Tripulação de Esqueletos
Trata-se de uma coletânea com aproximadamente 20
contos; sendo o primeiro, ''O Nevoeiro", o maior com mais de 200 páginas e
também o mais angustiante. Nele, um
grupo de moradores de uma pequena cidade litorânea é obrigado a se refugiar no
interior de um supermercado quando um estranho nevoeiro invade a pacata
localidade. O nevoeiro traz junto consigo monstros horripilantes como aranhas
mutantes, polvos gigantes, aves e animais pré-históricos, entre outros. Destaque também para “O Sobrevivente”, “O
Macaco”, “A Balsa” e “Balada do Projeto Flexivel”.
A maioria dos
contos são assustadores. "Tripulação de Esqueletos" foi um dos livros mais
vendidos em 1985.
08
– À Espera de um Milagre
À Espera de um Milagre foi lançado em 1996,
originalmente, em seis volumes, intitulado “O Corredor da Morte”. O livro fez
tanto sucesso, mas tanto sucesso que três anos depois acabou sendo adaptado
para o cinema. O filme, à exemplo da obra escrita, transformou-se num
estrondoso sucesso.
O livro é narrado em
primeira pessoa por Paul
Edgecombe, um idoso que vive em um asilo. Ele
relembra o caso envolvendo um detento estranho e misterioso chamado John
Coffey, que chegou ao corredor da morte em 1932 ao ser condenado pelo assassinato de
duas meninas gêmeas. Aos poucos, desenvolve-se entre Edgecombe e Coffey uma
relação incomum, baseada na descoberta de que o prisioneiro possui um dom
mágico que é, ao mesmo tempo, misterioso e milagroso.
A editora Suma de
Letras lançou em 2013 uma edição, em volume único, com 400 páginas. Antes, em
2001, a Objetiva publicou o livro com a capa do filme. As duas edições fizeram
muito sucesso.
09 – Sombras da Noite
Acredito que “Sombras da Noite” é o melhor livro de contos e uma das
melhores obras já escrita por Stephen King em toda a sua brilhante carreira.
Galera, antologias de contos são complicadas; quase sempre tem umas
historietas ruins prá caramba; e o que é pior; uns 30% dessas obras são
recheadas com contos bobos ou estúpidos dos seus autores. E olha que isso é
regra geral para todos os livros do gênero. Portanto, não espere comprar uma
obra com 25 historias curtas escritas por um cara considerado ‘bam-bam’
pensando que as 25 serão fantásticas, de encher os olhos e a boca. Pensar dessa
maneira é navegar contra a maré... é ser muito inocente.
Bem, agora apague tudo isso que eu acabei de falar escrever,
mas apague bem mesmo! Sabe por quê? Porque estou me referindo aos 20 contos de
“Sombras da Noite”. Uma obra que foge totalmente do convencional, brindando os
leitores com uma ‘tempestade’ de histórias incríveis, daquelas que ficam
gravadas em nossa memória.
“Sombras da Noite”, simplesmente, não tem contos decepcionantes, todos
eles conseguem satisfazer a legião de leitores de Stephen King.
10 – Sobre a Escrita
Considero “Sobre a Escrita” a pedra filosofal da
literatura “Kingniana”. Verdade! Imaginem os alquimistas, durante a Idade
Média, fazendo das tripas coração para descobrir a tal pedra filosofal que –
segundo as lendas – tinha o poder de transmutar metais inferiores em ouro. Ok,
se você é um dos fãs invioláveis de King – assim como eu – pode se sentir como
um daqueles alquimistas ao ter descoberto a tal pedra lendária, mas... desde
que esteja de posse do livro.
Pô, José Antônio! Mas por que você está endeusando
tanto essa obra? É simples galera: em “Sobre a Escrita”, além de dar uma aula
sobre como escrever um livro corretamente, King escancara a sua vida aos
leitores, desde a sua infância até a fase das ‘vacas gordas’. Resultado: os fãs
acabam ganhando dois livros valiosos em um só. Mêo! Quer presente melhor do que
isso para um ‘super-fã’ do cara?!
Tai galera, os 10 melhores livros de King
publicados até agora... na minha opinião, é claro.
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