25 outubro 2012
Livro “A Família Corleone” que aborda a mocidade de Don Vito chega na Terra do Tio Sam. Agora, só falta o Brasil
“O Poderoso Chefão” pode entrar tranquilamente para a galeria
dos ‘clássicos dos clássicos’. O livro escrito por Mário Puzo e publicado em
1969, apesar de mais de quatro décadas decorridas, ainda continua atual, sendo
lido por jovens e adultos de diferentes ideologias. Certamente, um livro
diferenciado. Pena que não posso escrever o mesmo sobre os seus sucessores. “O
Chefão”, também de Puzo, não agradou tanto a crítica especializada quanto os
leitores. Aqueles que leram disseram que a história sobre a Máfia siciliana
perdeu completamente o foco quando o autor decidiu “misturá-la” aos bastidores
de Hollywood. Quanto “A Volta do Poderoso Chefão” de Mark Winegardner, apesar
da edição ultra-luxuosa, foi um verdadeiro desastre. História cansativa e com
personagens nada carismáticos. Aliás, acho que Winegardner ‘matou’ o personagem
Michael Corleone, transformando-o num ser amorfo, sem sal nem açúcar, muito
diferente do Michael brilhantemente elaborado por Puzo em sua obra máxima. Com
relação ao livro, “A Vingança do Poderoso Chefão”, também de Winegardner, ainda não arrisquei a lê-lo. Pretendo encará-lo,
mas confesso que devido a decepção com o seu antecessor, estou... digamos que
um pouco receoso. Quando criar coragem, certamente o estarei tirando da minha
estante; mas por enquanto, deixe ele quietinho por lá. Sei que o trauma, um
dia, vai passar (rss).
“Migo” deixa eu confessar vai: a surra que levei com “A Volta
do Poderoso Chefão” foi grande. Fiquei todo lanhado, arrebentadinho da Silva. A
convalescença demora um tempo, os traumas foram grandes. Por isso quero manter
distância, pelo menos por enquanto, de uma outra obra genérica a “La Puzo”.
Bem... quer dizer... bom... Cara, quer saber de uma coisa, vamos trocar o
presente do verbo “quero” que usei lá em cima pelo seu pretérito imperfeito!!
Pronto! Basta!! Eu “Q-U-E-R-I-A” manter distância dessas obras genéricas de
Puzo; mas agora, mesmo estando todo quebrado após a surra que levei do Chefão
de Winegardner, acabei de cair de quatro no chão, completamente rendido pela
“Família Corleone” que chegou nas lojas americanas em maio.
Confesso que após tomar conhecimento do enredo do novo
“genérico”, dessa vez escrito por Ed Falco, um professor universitário – Ai Jesus!!
Winegardner também é professor universitário!! - me esqueci da “Volta do
Poderoso Chefão” e passei a recordar os momentos marcantes que tive com a leitura
da obra original escrita por Puzo.
Pois é, onde já se viu se empolgar com um roteiro... com uma
história... não sabendo quem a escreveu, não é verdade? Tudo bem, confesso que
esse é um dos meus defeitos. Dar um voto de confiança para todos os “Zé
Ninguéns” que tem uma excelente idéia sobre como desenvolver uma história ou um
roteiro, mas... antes de colocá-la inteirinha, ali no papel. Já me estrepei
muitas vezes por isso. Mas, fazer o que?
Mas, vê se me entende. No caso da “Família Corleone”, essa
minha empolgação tem uma razão. É que Falco escreveu a sua história baseado num
roteiro do próprio Puzo que não chegou a ser utilizado no cinema. Após algumas
pesquisas virtuais fiquei sabendo que Puzo pretendia produzir um prequel de sua obra máxima “O Poderoso
Chefão”. Foi assim, que decidiu escrever um roteiro sobre os primórdios dos
mafiosi Corleone. Algo bem mais profundo do que teria sido apresentado na
película “O Poderoso Chefão II com o grande Robert De Niro que interpretou o
jovem Vito Corleone.
Vejam bem, ao contrário de Mark Winegardner que escreveu uma
história inédita, criada por ele e mais ninguém, tendo por base, apenas os
personagens do romance de Puzo; Falco escreveu um livro baseado num roteiro
praticamente concluído de Puzo. E ainda mais: um roteiro inédito! Isto mesmo,
inédito, já que ninguém teve acesso à ele, excetuando, é evidente, os herdeiro
do saudoso escritor americano. Vou ser mais claro ainda: Winegardner escreveu
uma história sua, sem nenhuma ajuda, enquanto Falco contou com a assessoria de
Mário Puzo. Tudo bem, que foi uma assessoria “a la ghost”, já que a ‘fera’
estava descansando no além; mas contou! Resultado, enquanto Winegardner
escreveu uma bagaceira, Faco tem a obrigação de produzir algo, ao menos aceitável. Poxa vida, ele tinha
um verdadeiro diamante lapidado em suas mãos: o roteiro de Puzo.
![]() |
Escritor Ed Falco |
Será que a minha empolgação não vale? Acho que sim. Espero
que não me decepcione novamente; caso contrário, ficarei parecendo o Rambo com
aquela cara de bobo no cartaz de cinema com os dizeres: “Ele foi torturado,
humilhado e o escambau a quatro”.
No livro de Falco, o enredo se desenrola no de 1933, na
cidade de Nova York durante o período da Grande Depressão. Nesta época, as
famílias que vivem do crime estão prosperando, mas coisas vão ficando cada vez
mais complicadas e algumas delas podem chegar a um final violento. Enquanto os
filhos de Vito Corleone estão na escola, apenas Sonny, o mais velho, sabe do
verdadeiro negócio da família. E apesar dos esforços do pai em enviá-lo para
uma faculdade, o que o garoto quer é seguir os passos da profissão do pai.
Mas de acordo com informações da imprensa americana, “A
Familia Corleone” aborda situações bem anteriores a essa, ou seja, é um
PREQUEL, de fato, com todas as letras maiúsculas. O leitor tem a oportunidade
de conhecer Vito Corleone antes de entrar no mundo do crime, seus pais, sua
educação, sua infância, mocidade. É claro que a ascendência de Vito no mundo da
Máfia até ter se tornado um Don também foi abordado pelo autor, mas o foco,
mesmo, é para o Vito jovem.
Antes de fechar o post, vale a pena informar algo curioso
sobre o lançamento do livro, tipo uma fofoquinha de bastidores. O romance,
simplesmente perigou não sair do prelo!
A Paramount entrou com processo contra os herdeiros do
escritor no início desse ano, alegando que eles permitiram a publicação de “A
Família Corleone” sem sua permissão. O estúdio teria assegurados os direitos de
filmagem dos roteiros e livros originais, e a família Puzo, os direitos dos
livros. Ocorre que, segundo a Paramount, a história de “A Família Corleone” foi
baseada num roteiro cinematográfico, já que Puzo pretendia levar a história
para a tela grande. Mas parece que foi firmado um acordo entre as partes
envolvidas e o livro acabou saindo... por muito pouco, mas acabou saindo.
Agora só resta aguardar a sua tradução para o português e
consequentemente o seu lançamento em terras tupiniquins.
Valeu!!
20 outubro 2012
“Marvels”: Uma minissérie onde o que conta são as pessoas comuns e não os super-heróis
Calma gente, calma... Este blog não abandonou as suas origens
literárias. Não decidi esquecer os livros e mergulhar de cabeça nas histórias em quadrinhos. Acredito
que a minha fase de leitura ávida e deliciosamente descontrolada dos quadrinhos
da Marvel e DC Comics já passou. Agora estou “de boa” somente nos livros e não
me arrependo. Não que eu esteja menosprezando os quadrinhos, prova disso é o
post que vocês estão lendo agora, mas tudo em nossa vida passa e os quadrinhos
passaram; passaram mas deixaram um grande legado na minha história de leitor
inveterado. Foi graças aos quadrinhos que fui aprendendo a ganhar o gosto pela
leitura. Que o diga Tio Patinhas, Mickey, Os Metralhas e mais recentemente
Batman, Superman, Homem Aranha e companhia.
Acho que perdi o hábito de ler quadrinhos nos meus 18 anos.
Lembro bem, porque foi a época em que me tornei um réco, sabe? Um recruta,
entendeu? (rs). Tinha acabado de entrar no Tiro de Guerra, sendo obrigado a
sacrificar os meus cabelos ultra-rebeldes, mas que eu julgava inocentemente e
estupidamente ser o meu charme. Vruuuummmm. Até hoje tenho trauma do barulho
dessas máquinas zero utilizadas pelos barbeiros. Vejam bem que utilizei o termo
“barbeiros”, já que os cabeleireiros mais moderninhos usam máquinas mais
moderninhas sem aquele barulho infernal.
Recordo que um dos últimos quadrinhos que li foi uma história
em que o Batman encontrava-se perdido num deserto, quase nas últimas, após ter
sido picado por uma cobra no tornozelo. Ainda pensei comigo: - “PQP, mas que
botinha fina essa, heimm? O morcegão deve ter comprado em algum bazar da
pechincha!” Li essa história após receber a notícia de que havia sido aprovado
nos exames médicos e que passaria a me tornar um réco. Que felicidade! Que
felicidade! (rsss)
Bem, depois desse período me esqueci completamente dos
quadrinhos e só fui ter uma “recaída quadriniana” quinze anos depois. Neste
intervalo já tinha casado com os livros, e as histórias da Marvel e DC Comics
já não me interessavam mais.
Mas ao ingressar na idade do lobo, ou seja, após me tornar um
balzaqueano, vi, um dia, exposto na banca de revistas da minha cidade um gibi
diferente que me chamou a atenção. Cara! Me lembro como se fosse hoje: a capa
era muito realista! Trazia o personagem Tocha Humana entrando em combustão numa
rua movimentada, enquanto as pessoas fugiam em pânico, temendo serem queimadas
vivas. Sem brincadeira, parecia que o Tocha estava ali, vivo, em carne e osso, ou
melhor,
em pura chamas, pronto para sair das páginas.
Confesso que naquele momento me esqueci dos livros e da minha
humilde biblioteca que estava começando a montar. Só pensava em comprar aquele
gibizão que fugia um pouco do formato convencional para aquela época.
Li e adorei! Alguns dias depois soube que na realidade a
história continuava em outros três gibis, perfazendo um total de quatro.
Adivinha se não dei um jeitinho de adquirir os outros três que restavam.
Putz! Que recaída gostosa!! Por isso, hoje decidi escrever um
post sobre essa minissérie que conseguiu fazer com que o blogueiro aqui - após
mais de uma década e meia - se esquecesse, por alguns momentos, dos seus amados
livros. Como já deu prá perceber, estou falando escrevendo sobre a
minissérie “Marvels” idealizada pela dupla de gênios: Alex Ross e Kurt Busiek.
Quatro gibis que fizeram os fãs das histórias em quadrinhos arregalarem os
olhos e exclamarem: - “O que é isso!!! É verdade o que estou vendo e lendo?!!”
Cara, “Marvels” foge completamente dos padrões dos quadrinhos
convencionais, do tipo ‘super-herói versus vilão e esquece o resto’ ou então
‘problemas existenciais ou familiares dos super-heróis’. A minissérie de quatro
gibis lançada nos anos 90 deu uma virada ao avesso nesse tipo de visão que já
estava ficando ultrapassada.
Busiek chegou e deu um chute no traseiro desses roteiros
enfadonhos que já estavam cansando os leitores das histórias em quadrinhos. Ele,
simplesmente, esqueceu a cansativa luta contra vilões e passou a questionar
como seria o posicionamento do super-herói junto a sociedade humana. Resumindo:
Busiek criou um roteiro onde os seres humanos normais teriam mais importância
do que os super-heróis. Os leitores passariam, então, a ver o Universo Marvel
de uma forma diferente, ou seja, não pela ótica do super-herói, mas pela ótica
de um ser humano comum que convive no mesmo ambiente desses seres dotados de
poderes descomunais e até mesmo extraordinários. Como seria a convivência
dessas duas espécies tão distintas num mesmo espaço físico?
Imagine-se você vivendo em um mundo repleto de seres
super-poderosos que protegem os humanos de inúmeras adversidades? Como seria
conviver com esses super-seres? Agora imagine-se, você como repórter de um
jornal cobrindo algum fato envolvendo esses seres poderosos, parecidos com
semi-deuses? Suponhamos que o Homem Aranha estivesse enfrentando um vilão em
cima de um prédio e durante a luta, um pedaço da marquise - de “puro concreto”
– se soltasse do edifício e, literalmente, ‘despinguelasse ladeira abaixo’
caindo no chão e espalhando pedaços e
pontas de concreto para todos os lados no meio de uma multidão que atônita
assistia ao combate? Imagine-se você como repórter vendo um desses pedaços de
concreto indo em sua direção e atingindo-lhe em cheio?
Deu pra entender? É esse realismo que Kurt Busiek ‘despejou’
em suas histórias. Mas para conseguir atingir esse realismo, o premiado autor
de histórias em quadrinhos precisaria dotar o seu enredo de um grande impacto
visual. Foi, então, que entrou outro gênio no ‘lance’, o pintor de quadrinhos
Alex Ross.
Ross, através de imagens, conseguiu dobrar o impacto do
enredo desenvolvido por Busiek. Chega a ser chocante, por causa do realismo, a
imagem de Jim Hammond se transformando no Tocha Humana. Mais chocante ainda ver
as imagens de seres humanos sem super-poderes sofrerem o impacto dos embates
entre super-seres.
Nos quatro gibis que completam a minissérie idealizada por
Busiek e Ross, pessoas normais contam as suas experiências de como é viver ao
lado de super-heróis. É intrigante saber que um herói - comparado a um
semi-deus - era apenas um homem vestindo um uniforme, cujo tecido fazia dobras
ou tinha costuras ou remendos como as roupas de um cidadão normal.
Ross e Busiek conseguiram colocar nas páginas de “Marvels”
qual seria a reação de qualquer um de nós se um dia topássemos com o
Tocha-Humana, o mutante “Anjo”, Namor ou então o Homem Aranha. Fuja da
realidade, pelo menos um pouquinho, e imagine como seria esse encontro. Pois é,
é isso que sentimos ao ler “Marvels”.
Resumidamente, a minissérie lançada em 1994, retrata a
história do Universo Marvel desde o fim dos anos de 1930, com ênfase para o primeiro
Tocha Humana – Jim Hammond e não Johnny Storm, que nessa época nem sequer
pensava em nascer - que tem a sua origem retratada, deixando o leitor informado
sobre como surgiu o Tocha original. A minissérie prossegue até meados dos anos
1970, quando acontece a morte de Gwen Stacy, a namorada do Homem Aranha.
Durante esse período, acontece um desfile de super-heróis e vilões poderosos nas
páginas dos quatro gibis, entre eles, Namor, Quarteto Fantástico, Galactus,
entre outros. Tudo isso, seguindo um clima mais do que sombrio, por meio do
ponto de vista do fotógrafo Phil Sheldon, uma pessoa mais do que normal que
acompanha os heróis em suas aventuras.
A minissérie em quatro capítulos explodiu em sucesso e
catapultou a carreira de desenhista de Alex Ross que se tornaria um dos maiores
astros das histórias em quadrinhos.
Fucem nos sebos e confiram, pois vale a pena!
13 outubro 2012
Escritores nem tão santos assim. Um capítulo do “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” que certamente vale um post antecipado
Antes de ‘atacar’ “Sob a Redoma” do King, estou
concluindo a leitura do “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” do
jornalista Leandro Narloch. O livro – pelo menos até agora – está me agradando
em cheio, com o autor desmistificando algumas passagens sagradas da História do
Brasil ou então desmascarando vários personagens que pensávamos serem santos,
mas... bem... tiveram uma mocidade um tanto que rebelde, com atitudes mais
rebeldes ainda. Leitura para viajar e ao mesmo tempo ver a historia do nosso
país com outros olhos.
Ontem, perto da madrugada, após encerrar a leitura
do capítulo ‘Escritores’, não pude resistir a tentação de postar algo sobre o
assunto. Tudo bem que seja um pouco incomum e arriscado opinar sobre um livro
sem antes lê-lo num todo. Pode ser que a obra nos encante do início para o
meio, mas daí para adiante acabe se transformando numa verdadeira bucha de canhão.
Apesar disso, após ler o capítulo Escritores de “Guia Políticamente Incorreto
da História do Brasil” não pude resistir de falar escrever algumas
cositas.
Cara! Com todo respeito à Machado de Assis, José de
Alencar, Jorge Amado e outros; eu achava essas “feras” tão imaculadamente
geniais, ao cúmulo de não admitir enxergar nenhum defeito em suas
personalidades. Nesse rol de “escritores imaculados” que desfilavam em minha
cabecinha inocente, cabe uma ressalva a um deles: Euclides da Cunha, o qual,
digamos que, eu já tinha uma certa noção de sua personalidade do cão. Mas os
demais... Olha, confesso que foi difícil acreditar no ‘rompimento do mito’. Para
aqueles que estão se perguntando agora: - O vida boa leu apenas um livro e já
está crucificando essas lendas da nossa literatura.
Prá você que pensa dessa maneira gostaria, antes de
tudo, de recomendar o livro de Narloch. Você vai entender o motivo da minha,
digamos... mudança de ideologia com relação as nossas “lendas da literatura”. O
autor que é jornalista e já foi repórter da revista Veja, simplesmente, não
joga o assunto na sua cara e diz: - “fulano fez isso e aquilo porque eu sei que
fez”. Pelo contrário, Narloch entope o leitor de provas e, diga-se de passagem,
provas provenientes de fontes ultra-confiáveis de pesquisadores de grande
respeito.
Por outro lado, você que admira esses escritores,
não precisa ficar chateado comigo ou com o próprio autor do livro. A obra não
está ‘malhando’ ninguém, simplesmente mostrando uma fase nada ‘católica’ da
vida desse pessoal e que o tempo e a fama haviam escondido. Erros, besteiras e
cabeçadas que aconteceram, geralmente, na mocidade. E agora, me diga uma coisa:
quem de nós teve uma adolescência ou mocidade santa??? Porra! Nem o mais santo dos padres ou
pastores!!
Outros, também podem acusar Narloch de bisbilhoteiro
ou fofoqueiro, mas pêra lá... Esses escritores foram homens públicos,
formadores de opinião, além de estarem presentes em nossas vidas através de
suas obras. E aqui entre nós, toda personalidade acaba tendo a sua vida
vasculhada; não pela fofoca, mas pelo interesse de querermos conhecer essa
pessoa num todo, não só as suas virtudes, mas também os seus defeitos. E
Narloch faz isso: mostra o céu azul desses ilustres escritores e intelectuais,
mas também mostra as tormentas em suas vidas. Tudo baseado em fontes, como já
disse ultra-confiáveis.
Passam pelo clivo de Narloch, sete monstros sagrados
da literatura brasileira que aprontaram poucas e boas em suas vidas, algumas
atitudes terribles que não combinam em nada com a tal estampa imaculada que já citei.
Racismo, nazismo, stalinismo, inquisição... Ufa!! A
poeira que estava embaixo do tapete dessa gente e que agora foi revelada é
grande. Por exemplo, uma verdadeira lenda da nossa literatura foi um dos
maiores censores do governo, proibindo peças teatrais que julgava muito
libertinas, mas que de libertinas não
tinham nada. Outro autor, defendia abertamente a escravidão no Brasil como fica
evidente em uma de suas cartas descobertas por historiadores e publicadas por Narloch. “Se a escravidão não fosse
inventada, a marcha da humanidade seria impossível, a menos que a necessidade
não suprisse esse vínculo por outro igualmente poderoso.” Se espantaram? Este é
apenas o início da carta desse conhecido intelectual; tem muito mais!
O capítulo Escritores de “Guia Politicamente
Incorreto da História do Brasil” revela também o caso de um respeitado escritor
contemporâneo que conseguiu defender, ao mesmo tempo, dois dos maiores tiranos
que o mundo já conheceu.
Há ainda a história de um dos escritores e
pensadores brasileiros mais bambans que já conheci, criador de uma obra
considerada um verdadeiro marco para a história do país, que admirava a Ku Klux
Klan.
Quanto a Euclides da Cunha, o autor faz revelações
importantes sobre a sua vida e que vão bem mais além do que a sua tentativa de
matar o amante de sua mulher, o jovem cadete da Escola de Guerra Dilermando de
Assis. O descontrole e o destempero de Euclides da Cunha eram tão grandes que
ele chegou a trancar a sua esposa no quarto, quando descobriu que estava sendo
traído, o que culminou com a morte do filho da mulher que havia acabado de
nascer. Narloch conta em detalhes como ocorreu esse fato macabro e cruel,
evidenciando a falta de controle do conhecido autor de “Os Sertões”. Para
escrever tal passagem sobre a vida de Euclides da Cunha; Narloch se baseou na
biografia da própria mulher do escritor carioca: Anna, escrita por sua filha
Judite de Assis.
Enfim, um capítulo que me prendeu tanto e que acabou
valendo esse post antecipado sobre o delicioso guia politicamente incorreto da
história do nosso país, o qual estarei resenhando, num todo, brevemente por
aqui.
10 outubro 2012
“Sob a Redoma” já está nas livrarias brasileiras. Confiram o book trailer
Um dos livros mais aguardados de Stephen King
finalmente chegou ao Brasil. “Sob a Redoma” aterrissou nas livrarias
tupiniquins no dia 1º de outubro e logo de cara causou uma verdadeira febre
entre os fãs do mestre do terror e suspense.
Tudo indica que a obra entrará rapidamente na lista
dos mais vendidos no país, aliás, como sempre acontece com os lançamentos do
autor aqui na terrinha.
Já estou com o livro em mãos e não vejo a hora de
encarar as 960 páginas que foram traduzidas por Maria Beatriz de Medina, o que
já é garantia de uma tradução sem aqueles erros crassos que estamos cansados de
ver em obras por aí.
Tão logo termine a leitura de “Sob a Redoma” estarei
postando a minha opinião nesse espaço. Enquanto isso fiquem com o booktrailer
do livro... muito bom, por sinal.
“
Um campo de força se materializa subitamente em uma cidade do Maine, isolando
do resto do mundo as pessoas sob a redoma. O livro narra os conflitos, ações e
reações dos presos, que em meio ao caos também se perguntam qum ou o quê está
por trás do acontecimento”.
06 outubro 2012
Finalmente, após oito anos, Deixa Ela Entrar é lançado no Brasil
O que falar escrever de um livro que demorou
oito anos para ser traduzido e lançado no Brasil?? Só isso; Iahuuuuuuuuuu!!!!
Mas não um Iahu normal; estou me referindo a um absurdamente, descaradamente e
desgraçadamente IAHUUUUUUU!! Com todas as letras maiúsculas. Um Iahuu capaz de
me fazer esquecer o terror da cobertura das eleições 2012 que já está me
tirando do sério. Mais do que isso... capaz de fazer com que eu deseje que haja
eleições todos os meses só para que eu possa trabalhar como um camelo castigado
à chibatadas pelo seu dono cruel.
Cara, não se espante com tanta euforia, não! Afinal
de contas sabe o que é você ficar vasculhando um oceano de sites - desde os mais conhecidos aos mais obscuros
– na esperança de encontra um tal livro dos seus sonhos? Pois é, foi isso que
aconteceu comigo. O nome do livro? “Deixa Ela Entrar”, do escritor sueco John
Ajvide Lindqvist.
Mas porque esse livro me atraiu tanto? Por causa dos
dois filmes baseados na obra literária de Lindqvist. Depois que assisti a
“Deixa Ela Entrar” produção do cinema sueco de 2008 e, mais recentemente,
“Deixe-me Entrar”, super-produção ‘hollywoodiana’ de 2010 e descobri, por meio
da santa internet, que os dois filmes haviam sido baseados no sonhado livro,
fiquei loko. Completamente loko atrás do livro. E assim começou a minha jornada
de aproximadamente quatro anos.
Considero os dois filmes, com ênfase para a produção
da terra dos Vikings, verdadeiras obras-primas, bem diferentes daquela ‘melosidade’
da saga Crepúsculo. Vou mais além: “Deixa Ela Entrar” – vou pegar esse filme
como parâmetro já que é superior ao de 2010 – pode ser comparado a verdadeiros
clássicos do gênero como “Nosferatu” e “Horror de Drácula” este último
produzido nos áureos tempos da Hammer’s.
O filme baseado na obra de Lindqvist aborda o
vampirismo de uma forma nua e crua, sem meias palavras, explicitando que o
vampiro é mau, cruel e sanguinário. Isto fica evidente nos corpos pendurados,
retalhados e expostos como porcos num açougue. Explora ainda em profusão de
detalhes os mitos sobre o tema, entre os quais, aquele em que um vampiro só
pode entrar em sua casa se for convidado; daí o título da obra. Além dessa
temática, o autor aborda vários problemas comuns aos adolescentes do nosso milênio,
principalmente o bullying do qual é vítima o protagonista do romance. Tudo isso
tendo o vampirismo como pano de fundo.
Desde que assisti ao filme, há vários anos, me
transformei num caçador da obra literária do escritor. E agora, finalmente,
consegui localizá-la. Por isso: Iahuuuuuu!!, novamente.
A obra de 504, lançada pela editora Globo Livro já
está à venda em várias livrarias virtuais ao preço de R$ 49,90.
“Deixa Ela Entrar” conta a história de um garoto,
vítima de bullying em sua escola, que após comer o pão que o diabo amassou, acaba
conhecendo uma estranha menina, quase da sua idade que se torna sua vizinha. Os
dois ficam amigos inseparáveis, com a menina passando a protegê-lo. Só que o
garoto não sabe que a sua nova amiga, na realidade é uma vampira sanguinária..,
Taí o resumo. Após ler o livro, prometo que estarei
resenhando-o, com mais detalhes, nesse espaço. Prometo!
Inté.
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