30 abril 2013

"Inferno" de Dan Brown tem 1º capitulo vazado na Net.


Bom dia galera!! Tenho novidades prá vocês... quer dizer, para os fãs de Dan Brown que estão ansiosamente aguardando o lançamento do livro "Inferno". Vazou na Net, o primeiro capítulo do livro. 
Não me perguntem como isso aconteceu porque não saberei responder. Só digo que ao dar aquela vasculhada básica na Net na manhã de hoje, vi que alguns sites - pouquíssimos pra ser sincero - haviam publicado o primeiro capítulo de Inferno, inclusive uma livraria virtual!!!!!!
Mas, como tenho eu certeza de que vcs não estão afim de lê-lo resolvi apenas avisá-los sobre a novidade. Ehehehehe... é claro que é brincadeirinha né pessoal (rs). Segue abaixo tal do capítulo:

'As lembranças se materializaram lentamente, como bolhas vindo à tona da escuridão de um poço sem fundo.

Uma mulher com o rosto coberto por um véu.

Robert Langdon olhava para ela do outro lado de um rio cujas águas agitadas corriam vermelhas, tingidas de sangue. De frente para ele, na margem oposta, a mulher o encarava, imóvel, solene. Trazia na mão uma faixa azul, uma tainia, que ergueu em homenagem ao mar de cadáveres aos seus pés. O cheiro da morte pairava por toda parte.

Busca, sussurrou a mulher. E encontrarás.

Langdon ouviu as palavras como se ela as tivesse pronunciado dentro de sua cabeça. "Quem é você?", perguntou ele, sem que sua voz produzisse som algum.

O tempo urge, sussurrou ela. Busca e encontrarás.

Langdon deu um passo à frente, em direção ao rio, mas então viu que as águas, além de ensanguentadas, eram profundas demais para que ele as atravessasse. Quando tornou a erguer os olhos para a mulher de véu, os corpos aos seus pés tinham se multiplicado. Eram agora centenas, milhares talvez, alguns ainda vivos, contorcendo-se de agonia, padecendo mortes inimagináveis... consumidos pelo fogo, enterrados em fezes, devorando uns aos outros. Podia ouvir os lamentos humanos ecoarem acima da água.

A mulher se moveu em sua direção com as mãos esguias estendidas, como quem pede ajuda.

"Quem é você?!", gritou Langdon outra vez.

Em resposta, a mulher levou a mão ao rosto e ergueu lentamente o véu. Sua beleza era arrebatadora, porém ela era mais velha do que Langdon imaginara: 60 e poucos anos talvez, altiva e forte, como uma estátua atemporal. Tinha um maxilar anguloso, de aspecto severo, olhos penetrantes e intensos e longos cabelos grisalhos, cujos cachos lhe caíam em cascata sobre os ombros. Um amuleto de lápis-lazúli pendia de seu pescoço --uma serpente solitária enroscada em um bastão.

Langdon teve a sensação de que a conhecia, de que confiava nela. Mas como? Por quê?
Ela então apontou para duas pernas que brotavam da terra, se contorcendo. Aparentemente eram de alguma pobre alma enterrada até a cintura, de cabeça para baixo. Uma letra solitária escrita com lama se destacava na coxa pálida do homem: R.

R?, pensou Langdon, intrigado. R de... Robert? Será que esse... sou eu?

O rosto da mulher nada revelava. Busca e encontrarás, repetiu ela.

Subitamente, ela começou a irradiar uma luz branca... cada vez mais forte. Todo o seu corpo começou a vibrar com intensidade e, então, com um estrondo repentino, ela explodiu em mil faíscas.

Langdon acordou sobressaltado, aos gritos.

Estava sozinho no quarto iluminado. O cheiro pungente de álcool hospitalar pairava no ar. Ali perto bipes de máquina soavam em discreta sintonia com o ritmo de seu coração. Tentou mover o braço direito, mas uma dor lancinante o impediu. Olhou para baixo e viu que um cateter intravenoso repuxava a pele de seu antebraço.

Sua pulsação se acelerou e as máquinas acompanharam o ritmo, passando a emitir bipes mais rápidos.

Onde estou? O que aconteceu?

A nuca de Langdon latejava, uma dor torturante. Com cautela, ele ergueu o braço livre e tocou o couro cabeludo, tentando localizar a origem da dor de cabeça. Sob os cabelos emaranhados, encontrou as extremidades duras de uns dez pontos incrustados de sangue seco.

Fechou os olhos e tentou se lembrar de algum acidente.

Nada. Branco total.

Pense.

Apenas escuridão.

Um homem com roupa cirúrgica entrou apressado, aparentemente alertado pela aceleração dos bipes do monitor cardíaco de Langdon. Tinha barba desgrenhada, bigode cerrado e olhos bondosos que irradiavam uma calma atenciosa por baixo das sobrancelhas revoltas.

-- O que... o que houve? -- Langdon conseguiu perguntar. -- Eu sofri algum acidente?

O barbudo levou um dedo aos lábios e tornou a sair às pressas para chamar alguém no corredor.

Langdon virou a cabeça, mas o movimento fez uma pontada de dor atravessar seu crânio. Respirou fundo várias vezes e esperou a dor passar. Então, com cuidado e de forma metódica, examinou o ambiente estéril ao seu redor.

O quarto de hospital continha uma cama só. Não havia flores. Não havia cartões. Viu as próprias roupas em cima de um balcão próximo ao leito, dobradas dentro de um saco plástico transparente. Estavam cobertas de sangue.

Meu Deus. Deve ter sido grave.

Langdon girou a cabeça bem devagar em direção à janela ao lado da cama. Estava escuro lá fora. Era noite. A única coisa que ele conseguia ver no vidro era o próprio reflexo: um desconhecido abatido, pálido e exausto, ligado a tubos e fios e cercado por equipamentos hospitalares.

Ouviu vozes se aproximando pelo corredor e tornou a olhar para o quarto. O médico voltou, dessa vez acompanhado por uma mulher.

Ela parecia ter 30 e poucos anos. Usava roupa cirúrgica azul e tinha os cabelos louros presos em um rabo de cavalo grosso que balançava ao ritmo de seus passos.

-- Sou a doutora Sienna Brooks -- apresentou-se, abrindo um sorriso para Langdon ao entrar. -- Vou trabalhar com o dr. Marconi hoje à noite.

Langdon assentiu com um débil meneio de cabeça.

Alta e graciosa, a dra. Brooks se movia com a desenvoltura assertiva de uma atleta. Mesmo com aquela roupa folgada, conservava uma elegância esguia. Por mais que Langdon não percebesse nenhum traço de maquiagem, sua pele tinha uma suavidade incomum, a única mácula era uma pinta minúscula logo acima dos lábios. Os olhos, de um tom castanho suave, pareciam estranhamente penetrantes, como se houvessem testemunhado experiências de rara profundidade para alguém tão jovem.

-- O dr. Marconi não fala inglês muito bem, então me pediu que preenchesse sua ficha de admissão -- disse ela, sentando-se ao seu lado. Voltou a sorrir.

-- Obrigado.

-- Certo -- começou ela, assumindo um tom de voz sério. -- Qual é o seu nome?

Ele precisou de alguns instantes.

-- Robert... Langdon.

Ela apontou uma lanterninha para seus olhos.

-- Profissão?

Ele respondeu ainda mais devagar:

-- Professor universitário. História da Arte... e Simbologia. Em Harvard.

A dra. Brooks baixou a lanterna, mostrando-se surpresa. O médico de sobrancelhas revoltas pareceu igualmente espantado.

-- O senhor é americano?

Langdon a encarou com um olhar intrigado.

-- É só que... -- Ela hesitou. -- O senhor não tinha documento nenhum quando chegou. Como estava de paletó de tweed da Harris e sapatos sociais, imaginamos que fosse britânico.

-- Eu sou americano -- assegurou-lhe Langdon, exausto demais para explicar sua preferência por alfaiataria de qualidade.

-- Está sentindo alguma dor?

-- Na cabeça -- respondeu Langdon, o latejar em seu crânio agravado pelo brilho forte da lanterna. Felizmente, a médica a guardou no bolso e pegou seu pulso, para medir os batimentos. -- O senhor acordou gritando -- falou. -- Consegue se lembrar por quê?

Langdon voltou a ter um lampejo da estranha visão da mulher de véu, cercada de corpos em agonia. Busca e encontrarás.

-- Tive um pesadelo.

-- Sobre o quê?

Langdon lhe contou.

A dra. Brooks manteve uma expressão neutra enquanto fazia anotações numa prancheta.

-- Alguma ideia do que possa ter provocado uma visão tão apavorante?

Langdon vasculhou a memória e então balançou a cabeça, que latejou em protesto.

-- Muito bem, Sr. Langdon -- disse ela, sem parar de escrever --, agora vou fazer alguma perguntas de rotina. Que dia da semana é hoje?

Langdon pensou por alguns instantes.

-- Sábado. Eu me lembro de estar andando pelo campus hoje mais cedo... de participar de um simpósio à tarde e depois... acho que essa é a última coisa de que me lembro. Eu levei um tombo?

-- Já vamos falar sobre isso. O senhor sabe onde está?

Langdon deu seu melhor palpite:

-- No Hospital Geral de Massachusetts?

A dra. Brooks fez outra anotação.

-- Existe alguém para quem devamos telefonar avisando? Mulher? Filhos?

-- Ninguém -- respondeu Langdon sem precisar pensar.

Sempre gostara da solidão e da independência que sua vida de solteiro lhe oferecia, embora precisasse admitir que, nas condições em que se encontrava, preferiria ter um rosto conhecido ao seu lado.

-- Eu poderia telefonar para alguns colegas, mas não vejo necessidade.

Quando a dra. Brooks terminou de medir o pulso de Langdon, o médico mais velho se aproximou. Alisando as sobrancelhas revoltas, sacou um pequeno gravador do bolso e o mostrou à colega. Ela assentiu, indicando que entendera, e voltou a encarar o paciente.

-- Sr. Langdon, quando chegou hoje mais cedo, o senhor estava murmurando repetidamente uma coisa.

Ela lançou um olhar ao dr. Marconi, que ergueu o gravador digital e apertou um botão.

Uma gravação começou a tocar e Langdon ouviu a própria voz grogue balbuciar repetidas vezes a mesma frase: "Ve... sorry. Ve... sorry."

-- Me parece -- continuou a doutora -- que o senhor estava dizendo "Very sorry. Very sorry".

Langdon concordou, embora não se lembrasse de nada daquilo.

A dra. Brooks o fitou com um olhar tão intenso que chegava a ser perturbador.

-- Tem alguma ideia de por que diria isso? O que o senhor lamenta tanto?

Enquanto se esforçava para tentar lembrar, Langdon tornou a ver a mulher de rosto velado parada à margem de um rio vermelho-sangue, cercada de corpos. Sentiu outra vez o fedor da morte.

Foi invadido pela sensação repentina, instintiva, de que estava correndo perigo... não só ele como todos os demais. Os bipes do monitor cardíaco aceleraram na mesma hora. Seus músculos se retesaram e ele tentou se sentar.

A dra. Brooks se apressou em pousar a mão com firmeza sobre seu peito, forçando-o a se deitar novamente. Então lançou um olhar rápido para o médico barbudo, que foi até um dos cantos do quarto e começou a preparar alguma coisa.

Em pé ao lado de Langdon, a doutora voltou a falar com um sussurro:

-- Sr. Langdon, ansiedade é uma reação comum a traumatismos cranianos, mas o senhor precisa manter sua pulsação baixa. Não deve se mexer nem se agitar, apenas fique deitado e descanse. Vai ficar tudo bem. Aos poucos, vai recuperar a memória.

O outro médico voltou com uma seringa, que entregou à dra. Brooks. Ela injetou o conteúdo no acesso intravenoso de Langdon.

-- É só um sedativo leve para acalmá-lo -- explicou -- e para aliviar a dor. -- Ela se levantou para ir embora. -- Vai ficar tudo bem, Sr. Langdon. Agora durma. Se precisar de alguma coisa, aperte o botão ao lado da cama.

Ela apagou a luz e se retirou junto com o médico barbudo.

No escuro, Langdon sentiu o efeito quase imediato da medicação em seu organismo, arrastando-o de volta para as profundezas do poço do qual havia emergido. Combateu a sensação, forçando os olhos a permanecerem abertos na escuridão do quarto. Tentou se sentar, mas seu corpo parecia feito de concreto.

Ao mudar de posição na cama, Langdon se viu outra vez de frente para a janela. As luzes estavam apagadas e, no vidro escuro, seu próprio reflexo havia desaparecido, substituído por um horizonte distante e iluminado.

Em meio às silhuetas de torres e domos, uma fachada em especial se destacava em seu campo de visão. A construção era uma imponente fortaleza de pedra, com ameias no parapeito e uma torre de mais de 90 metros, que ficava mais larga perto do topo projetado para fora, também com ameias munidas de balestreiros.

Langdon se sentou na cama com as costas eretas, fazendo a dor na cabeça explodir. Lutou contra o latejar violento e fixou o olhar na torre.

Conhecia bem aquela estrutura medieval.

Era única no mundo.

Infelizmente, porém, ficava a quase 6.500 quilômetros de Massachusetts.

Do lado de fora, escondida nas sombras da Via Torregalli, uma mulher robusta desmontou sem o menor esforço de uma moto BMW e avançou com o andar decidido de uma pantera que persegue sua presa. Tinha um olhar feroz. Os cabelos curtos e espetados se destacavam contra a gola levantada de uma jaqueta de couro preta. Ela verificou a arma equipada com silenciador que trazia nas mãos e ergueu os olhos para a janela do quarto de Robert Langdon, onde a luz acabara de se apagar.

Mais cedo naquela mesma noite, sua missão original dera terrivelmente errado.

O arrulho de uma simples pomba havia mudado tudo.

Agora ela estava lá para consertar o estrago.'

28 abril 2013

Depois de O Massacre da Serra Elétrica, a coleção ‘Dissecando – Filmes Clássicos de Terror’ ataca de “A Morte do Demônio”



“A Morte do Demônio (Evil Dead)” foi um dos filmes de terror que marcou a minha geração. Lembro que, nessa época, tinha apenas  22 anos de idade e todos os finais de semana saía da locadora de minha cidade com duas sacolas cheias de VHS para assistir em casa. Quantos finais de semana com os amigos, namorada, bebidas e curtição foram deixados de lado em troca de multi-sessões de filmes regadas à muito VHS na tranqüilidade de meu quarto.
Posso garantir que de todos os clássicos de terror que assisti nesse período especial de minha vida, excetuando “O Exorcista” (é evidente), “A Morte do Demônio” foi aquele que mais mexeu comigo e com a minha ‘tchurma’. Presença constante em minhas manjadas sacolinhas de VHS; o filme de Sam Raimi era o tema preferido em nossas rodinhas de amigos. Um dos comentários mais constantes era o de que o filme possuía cenas tão impressionantes que não era aconselhável assistir sozinho e muito menos à noite. Enquanto vou redigindo esse post, as lembranças do passado vão sendo reativadas em minha memória e me lembro, agora, de que eu e minha turma decidimos assistir “A Morte do Demônio” numa madrugada, na casa dos meus pais, após chegarmos do que vocês chamam hoje de balada . Uhauauaua!! E que balada foi aquela! Já era bem tarde da noite e colocamos a fitona no saudoso videocassete que tinha no quarto e pimba! Começamos assistir. Caraca, quase mijei de medo. O Silva, um colega nosso, metido a valentão, na cena em que o demônio caminha pela floresta – que tem um impacto muito grande no filme – soltou um miado de pavor. Hahahahaha...Hahahahahaha... Hahahahahahaha... Pera um pouquinho aí pessoal, ainda estou me esborrachando de ir... Hahahahahahahahahaha!!! É só lembrar daquilo que eu não consigo segurar a gargalhada. Logo o Silva! O mais valente e destemido dos colegas do passado. Logo o Silva! O escoteiro que tinha o hábito de acampar em matas virgens, fosse de noite ou de dia, ao lado de cobras, aranhas e escorpiões. Logo ele!!
Mesmo após quase 30 anos, o miado de medo do Silva ficou gravado em minha mente. Sabem aquele miado sofrido sem a vogal “a”. Coisa do tipo: Mi__uuuuuuuuuu!!!!! Com o “u” sumindo aos poucos no final? É assim que me lembro do Silva que hoje ocupa um cargo importante na Polícia Militar da capital.
Depois que o Silva soltou o miado de medo, tivemos de suspender temporariamente a “sessão videocinematográfica” para que soltássemos toda a risada do peito. Então depois, mais relaxados, recomeçamos a ver o filme de Raimi e garanto que eu e meus amigos (estávamos em cinco, se não me engano) não miamos como o Silva, mas abafamos muitos gritos e exclamações de medo.
Acredito que até hoje, “A Morte do Demônio” ainda provoque calafrios. O filme nunca perderá a sua atualidade, pois já entrou para o rol das produções antológicas, mesmo sem nunca ter sido lançado nos cinemas brasileiros. O filme estreou em 1981 nos Estados Unidos, mas só chegou em terras tupiniquins dois anos depois e direto em vídeo.
Nós da geração VHS não éramos presenteados com cenas extras, entrevistas e muito menos making of no final do filme, como acontece nos dias de hoje. A brontossáurica fitinha não dispunha de recursos que possibilitassem essa tecnologia. Por isso, tão logo terminava o filme ficávamos chupando o dedo, morrendo de vontade em saber como teria sido gravada aquela cena que nos deixou vidrados na tela ou então, a opinião de diretores e atores sobre o roteiro. Podem acreditar, há quase três décadas já tínhamos essa curiosidade ‘pós filme’ ou você achava que esse interesse só surgiu com a geração DVD? (rs)
Cena do filme de Raimi lançado diretamente em video no Brasil em 1983
Eu e meus amigos, incluindo o amedrontado Silva ficamos morrendo de vontade de ouvir a opinião do Raimi e principalmente do ator Bruce Campbell que interpretou o impagável Ash. Então, quando soube que “A Morte do Demônio”  havia sido lançado em DVD, não pensei duas vezes, comprei logo o meu, mas quando verifiquei as informações na capa... Cadê os extras??? Só havia uma breve biografia e a sinopse do filme!!!! Cara, fiquei derrubadaço! O golpe foi certeiro e atingiu o queixo me levando à nocaute.
Só fui me recuperar do golpe há pouco tempo, quando soube que a editora carioca DarkSide já havia definido qual seria o filme a ser abordado no segundo volume da coleção “Dissecando – Filmes Clássicos de Terror”. E adivinhem qual foi a produção selecionada? Fácil né? O próprio: “A Morte do Demônio!” Ihauuuuuuu!! Cara, vibrei muito, pois agora tinha a certeza de que iria ‘ ficar por dentro’ de tudo, absolutamente tudo o que rolou nos bastidores das filmagens. Sem contar as entrevistas e fotos inéditas. Caraca! Demaisss!
Fiquei eufórico e confiante porque já conhecia a qualidade do primeiro volume da série que dissecou outra produção fantástica do cinema de terror: “O Massacre da Serra Elétrica”. Pensei comigo: “- Lógicamente o pessoal da DarkSide vai querer manter a qualidade inicial”. Não marquei bobeira e já reservei a obra que está em pré-venda nas principais livrarias virtuais.
O livro “ A Morte do Demônio” foi escrito por Bill Warren que é um conceituado crítico de cinema. De acordo com a DarkSide, Warren que teve acesso total ao arquivo de Raimi e também das três produções -‘A Morte do Demônio’ (Evil Dead 1), ‘Uma Noite Alucinante (Evil Dead 2) e ‘Uma Noite Alucinante 2 (Evil Dead 3) – revela detalhadamente em sua obra o making of dos filmes, incluindo entrevistas exclusivas com o elenco e equipe de produção. O livro ainda promete trazer uma miscelânea de fotos raras e inéditas da filmagem; o storyboard; esboços dos concepts e figurinos dos demônios; histórias dos bastidores das filmagens e mais isso e aquilo. Enfim, um oceano de informações sobre a obra-prima de Raimi.
A previsão é de que o segundo volume da coleção “Dissecando – Filmes Clássicos de Terror: A Morte do Demônio” chegue às livarias no dia 30 desse mês. Por isso, paciência galera que já está chegando a hora.
PS: Não fiz citações ao remake do filme no post, porque ainda não assisti. E para ser sincero... nem sei se assistirei.

26 abril 2013

Hospital



Com certeza muitos internautas e blogueiros que passam por aqui com frequencia, ao lerem esse post, irão exclamar: -“ Putz, lá vem ele, novamente, com o Touro!!”. Para essa galera eu peço desculpas, mas não posso ficar calado com o que acabei de presenciar há alguns minutos atrás, antes de começar a redigir esse texto. A cena que vi foi antológica e merece entrar para os anais da comédia da vida real. O que escutei do Touro, então, é digno de registro; digno de risos.... risos não; gargalhadas. Isto mesmo; gargalhadas e daquelas bem esculachadas.
Galera, ao chegar em casa, me respondam o que é que eu vejo na sala de estar que fica anexa ao meu quarto?? O Tourão dormindo e roncando ao lado de uma outra mulher... que, por sua vez, também estava dormindo e roncando!!! Acontece que eu percebi que o ronco do Kid Tourão era meio estranho; sei lá, meio artificial. O da mulher não; esse sim, parecia um ronco original... genuíno.
Quando o Tourão ouviu a minha voz exclamando: “Meu Deus! O que está acontecendo!!??”; ele imediatamente abriu os olhos, fez um sinal de psiuuu com o dedo indicador colocado nos lábios e falou com a voz meio agoniada: “Ajuda euuu!”. Depois fez um sinal para que eu dispensasse a mulher que roncava o ronco dos anjos. Depois disso, voltou a fingir que estava dormindo. Bem, entendi a mensagem e após, educadamente, acordar a senhora dorminhoca e roncadora e agradecê-la pela visita, fui esclarecer o fato com o vovô arteiro. Queria saber o que ele havia aprontado. Ah! Antes que me esqueça. A mulher que dormia sentada na cadeira ao lado do sofá onde estava o Tourão é a dona Dirce, um antiga amiga de solteira de minha saudosa mãe, a Toura (verdade, esse era o apelido de mamãe... Putz que saudades me bateu agora...), e muito conhecida da família. Dona Dirce chegou se sentou na cadeira e começou a conversar com o Tourão, relembrando os histórias engraçadas do passado. O problema é que a dona Dirce fala pelos cotovelos e após mais de uma hora e meia só escutando e pouco falando, o velhinho que ainda não está andando - por isso deixa o seu ‘papagaio’, o qual ele chama de ‘purunguinha’ sempre por perto, ao lado de um lavatório móvel – sentiu uma vontade insuportável de fazer xixi, por causa dos diuréticos que vem tomando no pós-operatório. “- Meu filho, eu queria fazer xixi, mas ela não parava mais de falar. Eu estava desesperado prá tirar prá fora o ‘pingolin” (é assim mesmo que ele chama o dito cujo) mas a Dirce só matraqueava e matraqueava... Jesus amado! Como ela falava!  Então não me restou outra coisa se não fingir que estava dormindo para ela se tocar e ir embora”, disse ele.
Então galera o que é que acontece?? Ok, eu respondo. O plano do Tourão foi completamente implodido pela dona Dirce, porque ao ver a sua “vitima” cair no sono, ela deve ter pensado: - “Bem vou puxar um ‘rango’ também e depois continuo com o assunto!!!” Kkkkkkk!!! Resultado: um dormiu de mentirinha e a outra... de verdade!! O Tourão me disse depois que jamais iria se aliviar ao lado de uma visita, mesmo que ela estivesse dormindo. “Santa madre de Deus!! Isso é falta de respeito!!”, bradou ele. Depois mais descontraído disse: “Meu pingolin é educado”.
Cara! Estou aqui redigindo essa ‘comédia’  e chorando de rir.... Pronto. Me desculpem a enrolação e a fugida do tema desse post, mas não deu prá segurar. Prometo que nos próximos posts serei mais cometido. Pelo menos, vou tentar.
Mas agora,vamos ao que interessa: escrever sobre esta beleza de obra literária que se chama “Hospital”, de Arthur Hailey, o mesmo criador de outra obra-prima chamada “Aeroporto”.
Sabem de uma coisa galera; às vezes os leitores da nova geração, cometem as maiores injustiças com aquelas obras velhinhas das décadas de 50, 60 ou 70. E observem que eu deixei de ir fundo, pois caso contrário poderia ainda citar aquelas das décadas de 20 ou 30! Quase sempre, preferimos menosprezar as tais obras, deixando que elas fiquem esquecidas no fundo das nossas prateleiras. Acredito que alguns de vocês já “bateram” os olhos na capa super brega e mal feita da edição brasileira de 1966 de “O Hospital” lançada pela Nova Fronteira e desistiram, na mesma hora, de lê-la. Mais do que isso, chegaram a sentir ojeriza de encostar as mãos naquele “produto”. Então, após algumas horas, você se depara em, outra livraria, com a capa ultra-trabalhada de um “Fallen”, “Sussurro”, “Despertar” ou então, outros livrinhos descartáveis escritos por escritores e escritoras novatas e desconhecidas e que... me perdoem... escrevem muito mal.
Lanço aqui um desafio para você que fugiu ao ver o livro de Hailey. Que tal voltar aquele sebo e comprar a obra?. Vamos lá! Pode fazer isso sem medo. Leia e depois me conte se gostou ou não. Combinado?
Gente, não tem como falar mal de um livro em que o autor demorou aproximadamente quatro anos para escrever, sendo dois anos só de pesquisas. E foi isso que aconteceu com “Hospital”, lançado nos Estados Unidos em 1959.
Hailey chegou ao ponto de cometer uma loucura para buscar subsídios que deixassem a sua obra ainda mais completa. Sabem o que ele fez? Pasmem: o autor se disfarçou de médico e se infiltrou numa grande clínica nos Estados Unidos, com o objetivo de conhecer melhor o drama dos profissionais que por lá trabalhavam. Não me perguntem como Hailey conseguiu fazer isso. Com certeza deve ter contado com a ajuda de um “padrinho” poderoso, mas a verdade é que ele conseguiu e pronto. Dessa forma, pôde entender como funciona um “novo mundo”, bem diferente daquele mundo em que nós vivemos. Hailey se tornou um expert no mundo onde homens e mulheres vivem por apenas um ideal: salvar outras vidas. E como será que é a vida desses médicos e enfermeiras na intimidade? Como é um hospital na sua intimidade, longe dos olhos dos pacientes? Todos estes questionamentos são discutidos de maneira profunda e sem meias verdades no romance de Hailey.
Cara! Parece coisa de cinema, mas pelo que pesquisei, o autor se passou despercebido nessa clínica ultra conceituada, sem que ninguém descobrisse que ele fosse um escritor. Não deu outra: o espertalhão acabou se passando por um cara da turma de branco, conseguindo ouvir revelações e confidências importantes.
“Hospital” pode ser considerado um romance referencia na área médica. Por isso, médicos, enfermeiros, provedores e diretores de hospitais de todo o mundo tem o dever e a obrigação de lerem a obra. Quanto aos leigos no assunto, também devem ler, pois duvido que nunca tenham sido obrigados a fazer uma visitinha para alguém num hospital.
O livro aponta abertamente e sem meias palavras os problemas enfrentados por médicos, diretores e pacientes num grande hospital, tendo como pano de fundo o romance cheio de reviravoltas envolvendo um jovem médico e uma enfermeira.
O enredo desenvolvido por Hailey é tão detalhista que mostra ao leitor os riscos de uma contaminação alimentar num hospital. Isso mesmo! Contaminação alimentar!! Eu já ouvi falar de pessoas que sofreram o diabo em hospitais ou clínicas após terem contraído infecções urinárias e – Deus me livre!!! – septicemia; mas infecção alimentar??!!  Pois é, já na década de 50, Hailey mostrava aos seus leitores que isso era possível. Mas como isso acontece? Jura que quer mesmo saber?? Tudo bem; então você que conseguiu chegar até aqui e agora está se preparando para almoçar, jantar ou lanchar, eu aconselharia que... bem... primeiramente comesse e depois do tradicional “kilo” recomeçasse a leitura.
Você já imaginou como um grande hospital consegue lavar centenas de pratos onde são servidas refeições aos seus pacientes? É evidente que essa limpeza não é feita manualmente, devido a grande quantidade de pratos e talheres, mas por meio de lavadores de louças e talheres. Mas... e se esses equipamentos não estiverem funcionando adequadamente, deixando de eliminar grande parte dos resíduos? Quantas pessoas com doenças graves e contagiosas utilizam esses pratos que passam de boca e boca numa grande rotatividade? E se houverem resquícios alimentares nos pratos ou talheres mal lavados? Acho melhor parar por aqui. Hailey aborda com detalhes esse assunto. E pensar que naquela época, os hospitais americanos e ingleses já se preocupavam com esses detalhes ignorados pela maioria dos grandes centros médicos.
Há ainda muitos outros segredos que acontecem entre quatro paredes de um hospital e que são desvendados por Hailey ao longo do enredo.
O leitor terá a oportunidade de conhecer um pouco mais o drama dos patologistas que trabalham nos laboratórios dos hospitais, camuflados de microscópios, tubos de ensaio e outros equipamentos.  “O médico que o paciente nunca vê” – é assim que muitas pessoas se referem ao patologista que tem a missão de realizar  sombrias autópsias e freqüentemente é consultado para o diagnóstico final que pode salvar uma vida. Em “Hospital”, O Dr. Joseph Pearson, é um áspero patologista de meia-idade, dirigente autocrático em seu pequeno império no Hospital Três Condados, transformando-se no desespero de seu novo cirurgião-chefe, Kent O´Donnel que já vinha percebendo que os padrões do hospital estavam caíndo muito, ameaçando a vida de seus pacientes.  Dr. Pearson se recusa a adotar métodos modernos e dirige sua equipe de maneira autocrática, surgindo assim, um verdadeiro embate entre os dois profissionais de saúde. O legal nesse conflito é que ambos, apesar de suas diferenças, reconhecem a capacidade um do outro. Essa queda de braço envolvendo Pearson e O’Donnel atinge o clímax quando um diagnóstico errado, um julgamento clinico incompleto pode  ameaça modificar a vida de um paciente... para pior.
Enfim, “Hospital” mostra para o leitor um mundo que os pacientes desconhecem.  Vale a pena procurar o livro num sebo e devorá-lo, apesar da capa (rsss).

19 abril 2013

Deixa Ela Entrar



Olha... mesmo que eu quisesse açoitar o livro de John Ajvide Lindqvist; mesmo que eu tivesse achado a história uma porcaria, pura perda de tempo; mesmo que eu desejasse pegar uma tesoura e picar a obra desse escritor para que outros leitores não perdessem o seu precioso tempo; jamais, em hipótese alguma, eu poderia fazer tudo isso. Sabem por que? Porque “Deixa Ela Entrar”  foi o meu confidente, companheiro e amigo solidário nas madrugadas solitárias que passei com o Tourão no hospital, em sua luta pela vida. Acredito que sem um livro – por pior que seja – seria difícil suportar tantas cenas ‘down’ que presenciei. Todas essas cenas restritas à perdas, perdas e mais perdas. Mães perdendo os filhos; esposas perdendo os esposos; filhos perdendo os pais. Caraca! Parece que o anjo da morte resolveu visitar todas as almas, cujos nomes estavam escritos no ‘livro do destino’, naquela fatídica noite em que eu estava por lá. Rapaz; como dói ver tudo isso! Não que eu seja um molenga, pelo contrário, já vi coisas de arrepiar em minha profissão, mas experimenta ouvir e ‘ver’  o choro agoniado de uma mãe que perde o seu filho único. Cara, é fod...!
E eram nessas horas que eu ‘grudava’ no livro de Lindqvist e mergulhava de corpo e alma na história... como se eu fosse um observador na pequena cidade sueca de Blackeberg, onde se desenrola a trama de Oskar e Eli.
Mas podem ficar tranqüilos porque eu não vou criticar a obra, afinal de contas ela é muito boa; boa não... brilhante. Talvez, depois do antológico “Drácula”  de Bram Stoker; o melhor romance sobre vampiros.
Ao contrário de  Vlad Tepes, ou seja, do nosso lendário Conde Drácula; o personagem criado por Lindqvist: a vampira Eli, é completamente ambígua, despertando a cada página, a curiosidade do leitor. Eu ficava ansioso para saber quais seriam as suas atitudes ao longo história. Tipo se ela iria fazer algo bom ou maquiavélico, já que ao mesmo tempo em que Eli amava, minutos depois, ela matava ou então depois de um abraço inocente de criança carente, vinha a catracada na veia jugular da vítima. Já o conde Vlad idealizado por Stoker é a caricatura do próprio mal. Por isso, desde a sua primeira aparição nas páginas de ‘Drácula’, o leitor já percebe que o sanguessuga vai aprontar poucas e boas, pois vive no mal, respira o mal e ama o mal. Entendemos isso, desde o momento em que Drácula prende Jonathan Hark em seu castelo com a desculpa de o tê-lo como um hóspede especial. Com o virar das páginas, essa maldade vai crescendo, crescendo até atingir o auge.
Já com Eli, de “Deixa Ela Entrar”, o espírito do mal caricato cede lugar para a ambigüidade. A vampira criada por Lindqvist, mostra inúmeras facetas: de criança inocente e abandonada à mercê de um pedófilo, à de vampira maléfica, pronta para devorar as suas vítimas. Mas se engana aqueles que pensam que Eli faz dessa ambigüidade um jogo de cinismo. Nada disso. O personagem não é cínico, pelo contrário; Eli é simplesmente o que é. Um ser humano dócil e amigo até em baixo d’ água – Oskar que o diga – mas quando ele precisa de sangue para continuar viva: que se dane o mundo; “quem estiver na minha frente eu traço”.  Então Eli se transforma no vampiro letal como fica evidente em vários trechos do livro, alguns com toques de humor negro, apesar da violência, como é o caso de uma inocente velhinha que por causa de sua grave doença é obrigada a tomar doses altíssimas de morfina. Ela acolhe Eli com todo o carinho em sua casa, ma a vampirona não quer saber de amor e atenção; ela quer sangue, pois está faminta. Então ataca a bondosa anciã e se enfastia, sem saber que o “produto”  está infestado de morfina. O resultado desse ataque vampírico inusitado chega a ser cômico, isto é, se deixarmos de lado a violência com que o autor descreve o ataque.
O autor sueco John Ajvide Lindqvist
Eli também é mesquinha ao extremo com Hakan, o homem que vive com ela e que mantém um relacionamento misterioso com o vampiro. A sanguessuga obriga o sujeito a sair em busca de vítimas que lhe possam fornecer sangue fresco para a sua sobrevivência. Chantagens e ameaças “comem solto” e Hakan sempre acaba cedendo. Em sua lista de vítimas cabe de tudo; desde crianças, mulheres e adultos.
Mas todo esse mau caráter recheado com muita violência desaparece da personalidade de Eli quando ela está ao lado de Oskar. Nesses momentos, a vampira mostra o outro lado de sua personalidade: o lado bom. Acredito que isso faz do personagem de Lindqvist, um dos mais ambíguos da literatura mundial. E foram essas nuances que me atrairam em Eli, deixando a leitura cada vez mais interessante. Quando começava a ficar com raiva do personagem, lá vinha a menina sanguessuga com um gesto legal que a fazia subir em meu conceito.
Outro ponto positivo do livro é o enredo multilateral, onde outros  personagens passam a ter a mesma importância dos protagonistas, tornando a história bem mais interessante e menos cansativa. O autor sueco optou por não transformar Eli e Oskar nos personagens centrais de sua história. Há outros, também importantes, cuja participação vai crescendo ao longo da narrativa. Isso ocorre, por exemplo, com a turma do boteco, como aprendi a chamá-los. O drama de Lacke, Virginia, Morgan, Larry, Karlsson e Gosta é tão essencial para o sucesso do roteiro como o drama vivido por Eli e Oscar. A transformação de um deles em vamnpiro é uma verdadeira obra prima da literatura. Lindqvist descreve em detalhes como o organismo de um ser humano normal se comporta ao ir se transformando aos poucos em um sistema vampírico. Sei que embolei o “meio de campo”, mas não encontro palavras melhores para descrever a incerteza, dúvida e espanto de um dos integrantes da turma do boteco, ao ver o seu corpo sofrer progressivamente estranhas mudanças, as quais acredita ser sintomas de uma doença comum. Então quando descobre que, na verdade, ele (a)  está se transformando num vampiro. Buuummm! A coisa pega! O coitado (a) chega perto da piração.
Há o drama de Gosta que é viciado em gatos, inclusive ele e os seus felinos são responsáveis por um trecho antológico do romance, quando o ‘bando’ de animais resolve atacar um vampiro. Cara! Palavra que fiquei com dó do sanguessuga! Lindqvist também descreve minuciosamente esse momento. “Ele tentou bater nos bichos, ouviu ossos se quebrando, mas, quando um caía, vinha outro, pois os gatos trepavam uns nos outros com sofreguidão cravando as garras em sua carne”. Na minha opinião um dos melhores momentos do romance.
O leitor ainda irá conhecer o revoltado Tommy, único amigo de Oskar, cuja mãe se apaixona por um policial que se transforma no pesadelo do enteado. Em sua revolta, Tommy procura encontrar meios de criar situações constrangedoras para o futuro padrasto. Prestem atenção no que ele apronta durante um culto numa igreja evangélica. Outra cena marcante.
Que sono........Zzzzzzzzzzz... Isso que dá escrever posts de madrugada
Sei que muitos de vocês que lêem esse post, agora, estão curiosos para saber se livro e filme são semelhantes. Eu respondo na lata: Não. A obra escrita e a obra cinematográfica são como água e óleo: diferentes ao extremo. Muitas cenas chocantes, incluindo algumas de pedofilia foram cortadas do roteiro dos dois filmes: sueco, de 2008 e o remake americano, de 2010. Alguns trechos do livro envolvendo o pedófilo Hakan são asquerosos. E é evidente que essas passagens da obra escrita foram completamente mutiladas da versão nas telonas. O Hakan dos cinemas chega a ser a madre Tereza de Calcutá se comparado com o seu sósia dos livros.
Na obra de Lindqvist algumas pessoas que foram atacadas por Eli chegam a se transformar em vampiros dando um trabalho danado para a polícia; o que já não acontece no filme.
Enquanto os dois filmes mantém o foco somente em Eli e Oskar, o livro explora – à exaustão – o drama de outros personagens.
O problema do bullying sofrido por Oskar na escola é bem mais aprofundado no livro. No início chegamos a ficar com raiva do personagem pela sua passividade perante os seus agressores. Ele não é humilhado... ele é – me perdoem os termos chulos – cagado pelos seus ‘algozes’. Só faltam dizer: “- Vai ô pirralho! Abre a boca para que nós possamos cagar nela!” E o pior é que o pobre infeliz obedece. Quando, a tropa de inimigos de Oskar pede para que ele imite um porco e o garoto faz o que eles determinam... mêo... dá vontade de entrar na história e dar uns tabefes em Oskar pela sua covardia.
 E quanto a Eli... Bem... perceberam a minha indecisão, toda vez que tinha de escrever sobre esse personagem? Dêem uma espiadinha ao longo do post. Algumas vezes me referia à Eli no feminino e em outras, no masculino. Assim, quando percebi, já tinha feito um verdadeiro samba do crioulo doido no texto. Fico imaginando o ataque de nervos de professores de língua portuguesa ou então de leitores mais detalhistas ao verem essa confusão de palavras. Mas mesmo assim, optei por deixar o texto sem nenhuma correção nessa parte, porque Eli é... deixa prá lá; melhor você ler o livro. O que posso dizer sem o risco de bancar o chato que publica spoilers é que na obra literária, temos a revelação do significado do nome Eli. E de quebra um relato completo da origem do personagem, inclusive como ‘ele’ se transformou em vampira. Êta, olha a confusão novamente aí. Já o filme, oculta essa parte.
Poderia passar muito mais tempo revelando outras diferenças entre livro e filme, mas paro por aqui, melhor você descobrir por si mesmo. Aconselho ler o livro primeiramente, depois veja o filme.
E quer saber de uma coisa? Cara, estou morrrreeendo de sono. Zzzzzzzzzz. 
PS: Acordando do cochilo em frente ao teclado do computer, somente para lembrar de um detalhe importante: o livro foi lançado no Brasil após oito anos!! Deus abençoe a Globo Livros! Voltando aos braços de Morfeu... Zzzzzzzz...

12 abril 2013

Cinco livros para ler num hospital



Cá estou eu, novamente, defronte à uma cama de hospital. Ehehehe... Que maneira mais tétrica de começar um post. Fazer o que né galera? Mas podem acreditar, essa é a mais cristalina das cristalinas verdades. E estou  ao lado de quem?  Vai; responde aí. Dou de brinde três noitadas como acompanhante de um Maradona completamente falido e esclerosado, internado no quarto individual de um hospital do SUS e com a equipe de enfermagem em greve. Bem... com isso, sobrará para você trocar os fraldões do cara, dar comidinha em sua boca e por aí afora. E nos momentos de folga, escutar de sua própria boca, várias provocações gringas contra nós, brasileiros. E então? Topas brincar de advinha quem? Como eu acho que ninguém quer arriscar; vou responder logo de cara: estou com o Kid Tourão. Cara, aliás, não sei pra que toda essa enrolação, já que tenho certeza que a maioria do pessoal já sabia, desde o início do texto, quem é a figura que está comigo.
Mas enganam-se aqueles que acreditam que estou triste. To não. Afinal de contas, estou ao lado do velhinho mais animado e alto astral do planeta. Nada ranzinza ou pessimista, apesar dos seus quase 90 anos, e consciente da operação arriscada que passará amanhã.
O problema é o tal do clima hospitalar. Como estou perto da ala cirúrgica, a coisa por aqui é meio baixo astral. Macas que passam por aqui e por ali transportando pacientes entubados e desacordados; enfermeiras correndo de um lado para o outro; cirurgiões debruçados nos postos de enfermagem confabulando sobre procedimentos cirúrgicos; mas olha... nada mais triste do que ver aqueles médicos saindo de uma portona anexa ao centro cirurgico com aquela expressão triste no rosto, dando a notícia que familiar de nenhum paciente em todo o mundo gostaria de escutar. Mêo... confesso que é uma facada na alma ouvir o choro agoniado de uma mãe que jamais voltará a ver o filho ou de uma esposa que jamais voltará a ver o seu esposo. Fico imaginando ieuuuzinho amanhã sentado naquele baita salão, aguardando com os dedos cruzados e o terço na mão a mensagem do médico que estará operando o velho Tourão. Espero que ele diga: “Cacete!! O velho é foda!! Ta pronto pra outra irmão!!” Já pensou que engraçado seria um médico assim! (rs). Pense nele saindo do centro cirúrgico com um MP4 acoplado nos ouvidos e curtindo aquele heavy metal pesado que foi tema do primeiro “Homem de Ferro”.
Tudo bem, galera, me desculpem as “viajadas”, a “tetricidade” e principalmente as “fugidas” de assunto, mas afinal de contas se eu não puder falar o que sinto com vocês que seguem esse espaço, vou falar com quem ?! Então guenta aí um pouquinho....
Ah! Esqueci ainda do que um dos médicos falou para o Touro durante o teste de anestesia realizado ontem. “Ô loko Tourão!! Vão colocar um carro dentro do senhor!!” Se referindo a qualidade da prótese endovenosa que estarão implantando no peito do velho. De imediato, Kid Tourão respondeu: O que? Um carrinho? Eu preferia um Fenemê sêo doutor...”. Caraca! Um Fenemê!! Afinal de contas o que significa isso? Só fui descobrir depois de pesquisar na Internert – antes de vir para o hospital, já que aqui estou sem sinal. Um Fenemê seria a marca ultra antiga de um caminhão,considerado top de linha há mil anos atrás, ou seja, na época doTourão (rsss).
Mas tudo bem, tudo bom, tudo legal... vamos ao que interessa: ao objetivo desse post que até há poucos instantes estava sem nenhum objetivo. Pensava apenas em ficar jogando palavras ao vento para desabafar um pouquinho, contando as minhas aventuras e do Kid Tourão neste hospital localizado num lugar tranqüilo, mas por outro lado, lá onde o avô do Judas perdeu a meia furada junto com o botinão. Mas, de repente, surgiu uma idéia meio maluca, do tipo, escrever sobre alguns livros que li durante as minhas andanças nos “hospitais da vida” e olha que foram muitas nessas mais de cinco décadas de vida.
Espero contribuir com algum de vocês que terão de passar por esse local, digamos não muito confortável, mas necessário em alguns momentos de nossas vidas. Enfim, obras literárias que me ajudaram e muito a enfrentar as noites traiçoeiras de uma ala hospitalar. Vamos à elas.
01 – Feliz Ano Velho (Marcelo Rubens Paiva)
A primeira vez que li “Feliz Ano Velho” do Marcelo Rubens Paiva – sim, a primeira vez, já que reli o livro ‘umas’ quatro vezes – foi numa horrível noite quando os espectros de uma cólica renal me atacou.
Cara! A coisa foi fatal. Gemia, chorava, urrava, mijava, babava e rolava de dor. A cólica renal que tive naquela noite pós formatura foi braba. Braba não; foi medonha!
Só sei que mesmo após ser medicado, a dor em forma de pontadas intermitentes nas costas, insistia em continuar que açoitando. Resultado: no dia seguinte, o médico plantonista que já havia me atendido na noite anterior, ficou tão compadecido do meu estado físico e psicológico (parecia o Zagalo após aquela vergonhosa e maxi-humilhante derrota do Brasil para a Holanda de Johan Cruyff nas semifinais da Copa de 74) que ele decidiu me deixar internado por mais um dia.
Pedi, então, para que meu irmão levasse o livro do Marcelo para que eu pudesse ler no leito de dor e sofrimento. Havia ganho o livro de uma colega de universidade, mas ele acabou ficando meio esquecido na estante. Mas de tanto ouvir os amigos contarem alguns detalhes sobre o livro me interessei pela história e resolvi lê-lo – digamos numa situação inusitada – numa cama de hospital.
Acabei me envolvendo tanto com a história do filho do deputado Rubens Paiva – um dos desaparecidos da ditadura militar – que no início da tarde, ao entrar em meu quarto para realizar um novo exame, o mesmo médico que havia dobrado o plantão exclamou: “- Rapaz! Me empresta esse livro que eu preciso dar uma reanimada”.
Gente, de fato! “Feliz Ano Velho” é um livro para levantar qualquer irmão que esteja à beira do abismo do desespero. Uma lição de vida para aqueles sujeitos que acreditam que os fatos negativos e não tão bons da vida só acontecem com eles e por isso passam a maior parte de suas vidas se lamentando.
Além de ser um livro do tipo “levanta defunto”, a história do Marcelo é engraçada, fazendo com que o leitor chore de rir em muitas passagens. Costumo dizer que o autor soube dosar com maestria drama, humor e até mesmo auto-ajuda na medida certa. Resultado um livro fantástico!
Na época, o Marcelo era um jovem que curtia a vida ao máximo, sugando cada momento de prazer e felicidade que o Sr. Destino nos oferece. Namorava, fumava, bebia, viajava, curtia as festas nos vitrolões com os amigos e principalmente amava o seu pai do fundo do coração. Mas, de repente, num tão não belo dia assim, ele resolve sair para nadar com os amigos num lago próximo à rodovia dos Bandeirantes e após um mergulho mal feito e calculado, acaba ficando tetraplégico.
Durante esse período brabo de adaptação à uma cama de hospital, completamente adverso ao estilo de vida que levava, o autor mostra a dificuldade que muitas pessoas sofrem com essa situação e a força de vontade que um homem tem de ter para se inserir novamente na sociedade, enfrentando seus problemas e medos.
Nesta fase de recuperação, Marcelo conta com carisma e sinceridade detalhes de sua infância e de sua juventude. Revela seus casos amorosos, retrata sua carreira musical, enfim, faz uma verdadeira viagem no tempo em seus 22 anos de idade.
Enquanto lia “Feliz Ano Velho” pensava comigo: -“PQP! O cara sofreu tudo isso e ainda teve força para tocar a vida com bom humor. Agora, porque eu, com uma dorzinha nos rins – quer dizer... não tão dorzinha assim -  não posso fazer o mesmo?
Tchannn!!! Lavei a cara com óleo de peroba e fui pra luta.
- “Seo doutor!!!! Quero sair daqui para curtir a minha vida linda e maravilhosa!!
02 – Pulmão de Aço (Eliana Zagui)
Sabem de uma coisa... Nós vivemos, a maior parte de nossas vidas, na vertical e ainda assim reclamamos que somos uns azarados, infelizes e desafortunados. Caraca! Sabem o que é viver toda a sua vida na horizontal?! Vai experimenta! E vê se assim para de reclamar um pouco da vida que leva! Para fazer esse teste, basta ficar um mês inteiro deitado em sua cama, sem se levantar e sem se mexer uma única vez. Pêra aí. Vou dar uma colher de chá. Pode mexer sim, mas só a cabeça. E aí? Topas?
No livro “Pulmão de Aço”, Eliana Zagui - que em 1976, antes de completar dois anos de idade, foi vítima de poliomelite - conta o seu drama ao chegar
no Hospital das Clinicas paralisada do pescoço  para baixo e dependente de um respiradouro artificial. Eliana reúne memórias de 36 anos vivendo em uma cama de hospital e conta como é a vida na "horizontal", como ela mesmo se refere.
Ela teria todos os motivos para ser uma pessoa frustrada, mas preferiu aproveitar as maçãs boas que a vida nos oferece, mesmo nas situações adversas. Prova disso é o seu bom humor ao afirmar que quem vive numa cama não tem a mesma perspectiva das outras pessoas. A autora diz que depois de tanto tempo deitada, não consegue mais ver o mundo na vertical. “No meu caso, principalmente, a perspectiva é toda horizontal. Há anos, por problemas respiratórios, não posso mais usar nem travesseiro. Vejo o mundo de baixo para cima ou de lado. Não sei o que é olhar para baixo", conta no livro.
O título do livro faz referência à máquina chamada "pulmão de aço", usada para exercer pressão negativa sobre o tórax e facilitar a respiração. No caso de Eliana, o tratamento não foi adequado, obrigando-a a usar o respirador artificial.
Ela revela em sua obra que não se recorda de quase nada de seus primeiros dias no hospital, mas tem vagas lembranças de sua infância vivendo dentro de verdadeiras geringonças que não entendia serem tão essenciais para a sua sobrevivência. Se lembra ainda de espelhos colocados sobre sua cabeça, presos aos pulmões de aço ou mesmo à cabeceira de sua cama.
Li esse livro numa tarde de sábado quando fui visitar um colega de trabalho que estava internado no hospital de sua cidade – pertinho da minha - com pneumonia. Enquanto aguardava o momento da liberação do horário de visitas, percebi que uma senhora de meia idade estava lendo esse livro. Me interessei pelo título e também pela capa. Logo ao chegar em casa, fui pesquisar na Net e entendi o motivo daquela mulher estar lendo uma obra desse tipo num lugar que muitas vezes nos traz uma mescla de sofrimento, dor e desesperança.
Rapaz! O livro é uma verdadeira lição de vida! Principalmente para os pacientes de hospitais que acreditam que a sua doença é a mais grave de todas. É ler e se levantar correndo da cama e gritando: “Eu sou o cara mais feliz do mundo!”. E na seqüência dar um chute em seu tenebroso estado de espírito.
03 – Hospital (Arthur Hailey)
Quáaaaaaaaaaaaaaaaaaa…. Quaaaaá!!! Estou gargalhando de peito aberto agora. Quem diria; eu aqui nesse hospital enorme e cheio de dramas, indicando um livro sobre um hospital também cheio de dramas! Ok, ok... podem me chamar de demodê, ‘ingnorante’ (como um colega meu costuma dizer. Pasmem, ele é jornalista!!!!), orelhudo, ‘descriativo’ (Iahuuu!! Essa foi boa!! – rs) e o escambau à quatro, por indicar um livro dramático sobre hospital para se ler num... hospital!! Mas confesso que não estou sendo nada sádico. É que o livro é bom mesmo! É bem antigo. Se não me engano foi publicado em 1959, mas é da hora.
Como se trata de uma lista pessoal, quero revelar que sempre tive curiosidade em conhecer o funcionamento interno de um hospital. Como é a vida e o trabalho de médicos, diretores, enfermeiros e etc que formam uma sistema responsável em salvar vidas humanas. Enfim, conhecer os bastidores desse conglomerado. E nada melhor do que fazer isso , digamos... ‘dentro do clima’, ou seja, num hospital. Agora não me diga que é a mesma coisa você ler, por exemplo, “O Destino do Poseidon” na cadeira de seu quarto, ao invés de uma cadeira localizada na proa de um navio?? Pronto; acho que já deu prá entender porque resolvi ler o livro de Hailey há quase três anos num hospital.
Acho que tive uma infecção intestinal e acabei ficando de molho durante dois dias no Pronto Atendimento de minha cidade me entupindo de antibióticos. Pedi para um primo que me trouxesse “Hospital”  para matar o tempo. Me envolvi tanto na história que li as mais de 300 páginas da obra nesses dois dias.
Hailey revela com maestria os segredos de um grande hospital, suas intrigas, seus triunfos, seus fracassos, o idealismo e a fé de homens e mulheres devotados em salvar vidas. O mundo que todo paciente desconhece.... E pra variar, eu fiquei conhecendo (rs).
Obra contagiante, ainda mais lendo num... hospital.
04 – Visões da Noite – Histórias de terror sarcástico (Ambrose Bierce)
Bem, como já disse escrevi acima, por se tratar de uma lista pessoal, posso escolher os livros que quiser, certo?? Ok, então, também incluo em minha listinha particular a obra prima de Bierce.
Li alguns contos do livro numa noite onde tudo deu errado num hospital, em que estava como acompanhante de uma tia, eu acho. Era meu dia de substituir um ‘primo bom samaritano’ que estava como acompanhante de ‘mia tia’, quando justamente no meu dia de turno, o que aconteceu?? Simplesmente ‘tia mia’ foi parar na UTI devido há uma falta de ar repentina. E segundo a regra do ‘maledeto’  hospital, um paciente não pode em hipótese alguma ter direito à dois leitos. Resultado: como titia foi conhecer um pouquinho os ares da UTI, perdeu a sua cama no quarto. Me explicaram que no momento em que ela saísse da Unidade de Terapia Intensiva seria deslocada para um outro quarto. E fazendo jus aquele velho ditado: “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco’ – digo isso, porque não era eu o protagonista daquela história, mas sim, tia mia. O menino aqui, não passava de um simples acompanhante (perceberam que até fonética da palavra acompanhante rima com figurante?) – a minha ‘humirdi’  cordinha arrebentou; e arrebentou bonito!
Após minha tia ser deslocada para a UTI, a assistente social do hospital – o qual me nego escrever o nome – disse com aquele ar de ‘profissional fria’: “- O senhor terá de retirar os seus pertences e os de sua tia daqui”. Em minha vã ignorância pensei que seria encaminhado para um novo quarto, onde aguardaria titia. De fato fui transferido, mas não para um quarto, mas para o saguão do maledeto hospital, como um desalojado. Explico melhor: como – lógicamente – não poderia ficar como acompanhante numa UTI, teria de ir embora e só retornar quando a ‘paciente tia’ já estivesse num quarto. Vai me pergunta agora, porque não fui embora e voltei depois? Vai pergunta logo, já que você deve estar me achando o cara mais tapado do mundo. Ocorre galera, que o hospital onde o menino aqui estava com a sua querida tia ficava isolado no meio do mato! Distante ‘quilômetros luz’ da cidade. Circular, só um por dia e pela manhã!! Lembrando que o meu desalojamento ocorreu às 18 horas. E pra variar, estava com pouco Money no bolso, cartão estourado e numa cidade estranha sem amigos e parentes. Quanto ao ‘priminho acompanhante’  já tinha pego o seu carrinho e se mandato para a sua city.
Bem, peguei a minha ‘tralha’ – edredom, travesseiro, sacolas de roupas, chinelos, etc,etc e mais etc, os quais quero esquecer e... me mandei para o saguão do ‘hospita’. Perguntei para o vigia se podia me deitar na cadeira tripla de espera. Ele disse: - “Olha irmão, sinto muito, mas não dá”. Irmão a PQP!! Quero ser irmão de uma onça, mas não daquele ... daquele... verme! O cara negou o ‘conforto’ de três cadeiras duras como pau para que o desalojado aqui pudesse passar a noite e ainda tem a cara de pau de me chamar de irmão... e com aquele sorriso sínico de quem diz: -“ Que otário...”
Resumindo. Fiquei sabendo que minha tia sairia da UTI na tarde seguinte – se tudo corresse bem – portanto, teria apenas de enfrentar uma madrugada braba e solitária num saguão brabo e solitário... bem, não solitário por inteiro, já que contei com a companhia de uma recepcionista e do vigia infeliz. Pensei comigo: -“Caramba, não trouxe nenhum livro para matar as horas”. Então me lembrei que ‘tia mia’  também era uma ávida leitora. Abri uma sacolinha, sua, e descobri um livro de Ambrose Bierce. Sabia que esse autor era um dos bam-bans do gênero terror e que havia desaperecido misteriosamente. Fora isso, não tinha lido nada sobre ele. Como não tinha outra opção, para enfrentar a noite agarrei o livro e comecei a ler. Rapaz!! Que coisa!! Fantastic!! Olha, não se deixe enganar pelo subtítulo “Histórias de terror sarcástico”. Nada a ver. Pelo contrário, os contos de Bierce não tem nada de sarcástico. Pelo contrário, eles são arrepiantes. Brrrrrrr.. Me tornei fã do sujeito... e já no segundo conto! Na minha opinião “Cruzando o Umbral” e “O Ambiente Adequado”  são os melhores. No primeiro, Bierce narra em estilo jornalístico o desaparecimento de pessoas que literalmente sumiram no ar, ‘sem mais-nem menos’. O conto tem um clima angustiante e por ser escrito num clima jornalístico, dá a impressão ao leitor que aquele fato fictício realmente aconteceu. Já em “O Ambiente Adequado”, Bierce narra o drama de um homem que para entrar no clima decide escrever uma história de terror num lugar assustador, que provoca calafrios na espinha. O final do conto também deixa o leitor com calafrios.
Resultado, quando terminei o livro já estava quase amanhecendo. Comecei a ler por volta da 1 da madruga. Confesso que não senti medo, mas prazer. Um livro muito bom... principalmente para se ler no saguão solitário de um hospital (rs).
05- Deixa Ela Entrar (John Advide Lindqvist)
Deixei para finalizar esse post com o livro de Lindqvist, por um motivo muito simples: foi a obra que escolhi – aleatoriamente, é verdade – para ser a minha companheira nesse momento em que o Kid Tourão está se preparando para enfrentar mais uma luta pela sua vida.. Sei lá pessoal; não me pergunte o por que de ter escolhido esse livro. Simplesmente escolhi, sem um motivo aparente. Havia acabado de ler “Micro”, de Michael Crichton e Richard Preston, quando vi em minha lista de leitura que o livro do autor sueco era o próximo. Passei a mão na obra, coloquei na bagagem e pronto. Estou lendo  o livro nos intervalos desse post. Garanto que a história de Oskar e Eli está contribuindo muito para que eu enfrente esse momento  meio ‘baixo astral’.
Tão logo conclua a leitura de “Deixa Ela Entrar” , estarei fazendo um post sobre a história de Lindqvist. Enquanto isso, se quiser saber algo mais sobre a obra entre aqui.
Gente... e por falar escrever em “Deixa Ela Entrar”, agora que conclui esse post,  preciso voltar à leitura dessa obra, enquanto o Tourão puxa uma sonada por aqui com direito há um ronco que mais se parece uma orquestra regida por um pedreiro.... Que me desculpem os pedreiros.
Ah! Antes de encerrar o post; como já expliquei no facebook do Livros e Opinião fiquei todo esse tempo sem postar por causa dos problemas de saúde do Senior Tourão. Espero que agora, retome a regularidade.
Inté pessoal!!

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