27 novembro 2018
Um estranho no espelho
Há mais de três décadas, sempre perto dos
finais de tarde, eu tinha o hábito ir até a biblioteca municipal da minha
cidade para ficar ‘folheando’ algumas obras. Enquanto os meus amigos, após o
serviço, iam direto para os barzinhos ou butecos da vida, o rato de biblioteca,
aqui, se enfunava no meio dos livros para mergulhar em viagens fantásticas que
só alguns enredos tinham o poder proporcionar. No final, sempre levava um livro
para ler em casa.
Foi naquela saudosa biblioteca, onde hoje funciona a
Companhia de Polícia Militar, que ‘peguei’ gosto pelos livros de Sidney
Shelson. Ainda me lembro que havia uma coleção de uns 10 livros do autor, a
qual acabei devorando toda. Pois é, “Um estranho no espelho”, fazia parte dessa
coleção. Gostei tanto do livro que acabei relendo-o outras vezes, sendo a mais
recente no mês passado.
Discordo daquelas pessoas que consideram essa obra uma
das menos famosas de Sheldon ou então uma
das mais fracas. Nada a ver. Pelo menos para mim, “Um estranho no espelho” é
fantástico.
24 novembro 2018
Um Passe de Mágica
Eu estava
em dúvida se lia o livro de William Goldman ou se assistia ao filme com Anthony
Hopkins. No final, optei pelo livro que serviu de inspiração para a produção
cinematográfica de 1978 com um Hopkins ‘quarentão’ e ainda lutando para se
firmar nas telonas.
O
livro é bom. Vejam bem, eu disse bom e não ótimo ou excelente. A história de um
ventríloquo famoso que passa a ser aterrorizado pela sua própria criação, ou
seja, um boneco, consegue prender a atenção, mas somente a partir do meio do
romance, já que o início é um pouco morno. As páginas relacionadas a infância e
juventude do ilusionista e ventríloquo Corky Withers são ‘arrastadas’, evitando
que a leitura flua normalmente. Com isto, o leitor acaba se cansando, mas a
partir do momento que o boneco Fats entra em cena, o contexto muda
radicalmente.
Êta
bonequinho maligno! Sem contar que o boneco é o próprio Corky. Explico melhor.
O boneco não tem vida própria. Isto mesmo. Quem dá vida ao boneco é o seu dono:
Corky, o ventrícolo e ilusionista. Por isso, o enredo não tem nada de
sobrenatural, se encaixando com perfeição no gênero suspense ou quem sabe,
forçando um pouco a barra, na categoria terror psicológico.
21 novembro 2018
O Judoka é relançado em edição luxuosa pela AVEC Editora
Na
semana passada ao verificar o meu Email quase tive um troço. Fiquei
entusiasmado, alegre, exultante, sei lá; o que posso dizer é que adorei a
notícia recebida. Afinal de contas estava relacionada com um de meus heróis
preferidos e que marcou a minha adolescência. Estou me referindo ao Judoka
(veja mais sobre o herói aqui). Este singularizou tanto a minha geração que com
o passar dos anos, os seus gibis acabaram ganhando o status de cult. Não só os
gibis, mas também o filme de 1972 com Pedrinho Aguinaga, que apesar de ter
recebido uma saraivada de críticas na época de seu lançamento, hoje é
considerado não só um produto cult como também raro. Portanto, se você tem essa
película, não desgrude dela nem mesmo quando for tomar banho. Quanto aos gibis,
apesar de estarem seguindo o mesmo caminho do filme, por enquanto ainda podem
ser encontrados em alguns sebos.
A
notícia bombástica que recebi e motivou todo esse entusiasmo foi o retorno do
Judoka, agora com uma nova roupagem. Verdade galera! Depois de quase 50 anos, a
fera imbatível do judô está volta.
17 novembro 2018
Cinco promoções literárias imperdíveis pré-Black friday
Conheço diversos gritos de guerra que servem para expressar
o nosso estado de espírito. Quem acompanha o blog e a fanpage do Livros e
Opinião sabe que o meu grito de alegria é o “Iahuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!”,
presente em tantas postagens. Quanto ao
seu pode ser “Ahhhhhhhhhhh!!!” ou aquele ““OooooooooAaaaaaaaaa!!!!” com as duas
vogais únicas esticadas no último volume. Sei lá, depende do estilo e
também da personalidade de cada pessoa.
Os mais desinibidos terão gritos de guerra mais ousados, enquanto que os mais
tímidos terão o seu brado mais contido.
Mas um detalhe que sempre me intrigou foi a forma
como um colega meu, o Maurinho – ele permitiu que o seu nome verdadeiro fosse
citado – sempre extravasou a sua alegria ao ser surpreendido por um fato bom.
13 novembro 2018
Biografia autorizada e inédita de Agatha Christie chega nas livrarias
Uma biografia sobre a “Rainha do Crime” que contasse
tudo, absolutamente tudo, mas sem mentiras e exageros. Acredito que esse é o
sonho da maioria dos fãs de Agatha Christie. Após a sua morte em janeiro de
1976, foram lançadas várias biografias, mas em nenhuma delas, os autores
tiveram acesso à documentos ou cartas de Agatha que ficavam sempre guardadas a
sete chaves pelos seus herdeiros, longe dos olhares curiosos.
Por isso, essas obras eram desprovidas de muitas
informações, tornando-se superficiais, não despertando o interesse dos
leitores. Quase sempre, os seus autores apelavam para depoimentos pouco
confiáveis de amigos, parentes ou pessoas que juravam ter participado de pelo
menos dois ou três minutos da vida social da Rainha do Crime. Ora! Tudo isso,
obviamente, muito pouco para escrever uma biografia no mínimo razoável.
Agora, tudo indica que acabamos de ganhar algo à
altura da maior escritora de histórias policiais de todos os tempos. A editora
Bestseller do Grupo Record lançou em outubro “Agatha Christie – Uma Biografia”
da escocesa Janet Morgan que teve acesso a todas as cartas e informações
sigilosas sobre Agatha, incluindo o seu diário pessoal.
10 novembro 2018
Cinco filmes baseados em livros de Nicholas Sparks que irão lhe fazer chorar
Quem
nunca chorou ao ler um livro de Nicholas Sparks? Acredito que mesmo que a
história tenha sido meia-boca, pelo menos uma ou duas lágrimas insistiram em
rolar de seus olhos. Sparks é sempre Sparks. Se ele está inspirado, você cai no
choro; se está nos seus maus dias, você chora do mesmo jeito. Costumo dizer que
o autor é o “Rei dos Dramalhões” com muito mais poder de fogo do que as novelas
mexicanas que são recheadas de amores trágicos e mal resolvidos.
Se
os livros de Sparks são barra pesada, imagine, então, os filmes baseados nessas
obras! Digo isso, porque a maioria dos diretores e roteiristas gostam de dar
uma exagerada no enredo original para transformar as salas exibidoras em
verdadeiros vales de lágrimas.
06 novembro 2018
Os melhores contos de H.P. Lovecraft
O meu erro foi querer ler numa tacada só as mais de
740 páginas de “Os Melhores Contos de H.P. Lovecraft. Por isso, aconselho que
você jamais faça isto. Por que? Simples. Lovecraft é um autor inteiramente e
visceralmente descritivo; diálogos, com certeza, não fazem parte do seu menu.
Resultado: você vai ter pela frente um livro com 741 páginas todo descritivo e
praticamente sem nenhuma interação direta entre os personagens, ou seja, sem
aquele bate papo gostoso entre mocinhos, heróis e vilões, recheado de
travessões ou aspas. Para não ser tão pessimista, talvez nos 19 contos do livro
você consiga pescar dois ou três diálogos e só.
Há algum tempo, li “Sobre a escrita” de Stephen King,
onde o mestre do terror - um dos maiores admiradores do trabalho de Lovecraft -
dizia que elaborar diálogos não era a
praia do criador dos “Mitos de Cthulhu”.
Vejam bem, não estou afirmando que pela falta de
diálogos a obra seja ruim; longe dessa injúria. O que estou querendo dizer é
que dedicar-se, exclusivamente, à leitura desse calhamaço de 741 páginas vai te
esgotar e muito. No meu caso, quando cheguei perto do final do livro já estava
caçando, desesperadamente, algum diálogo como se procura água no deserto e por
isso, a leitura começou a travar, simplesmente, não fluía mais.
03 novembro 2018
Seis livros infantis recomendados para falar sobre a morte com as crianças
Há
alguns anos aconteceu algo curioso com um amigo. Um fato, envolvendo uma
criança, que eu achei atípico. Confesso que naquele momento não concordei com a
maneira como esse meu amigo tentou resolver o problema. Já antecipo que esta
situação em que participei passivamente foi a inspiração para escrever o post que
você está lendo agora.
A
filha pequena do Humberto (nome fictício) – hoje já adolescente - havia acabado de perder a sua avó por quem
tinha uma verdadeira paixão. Quando a avó morreu, a menina ficou muito triste e
queria saber o que tinha acontecido. Na tentativa de tornar menor o sofrimento
da filha, seu pai disse que a vovó foi fazer uma longa viagem. Ainda me lembro
que após algum tempo, a filha do Humberto sempre cobrava o retorno de sua
querida avó. Resultado: quando soube, por outras bocas que ela jamais iria ver
a velhinha novamente, a situação complicou-se. Resumindo: foi necessário até
mesmo ajuda psicológica.
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