28 agosto 2013

Calafrios da Noite



Cara, vou lhe dizer uma coisa: eu detesto esse lance de leitura eletrônica. Podem me chamar de ‘brucutu’, ‘leitor de Neanderthal’, ‘matuto das letras’ e o escambau á quatro; eu não ligo, mas livro para o chato aqui, tem que ser o velho e tradicional calhamaço de papel com capa e sobre-capa. Se no meu trabalho, a informática e os equipamentos que possibilitam transmissões via satélite são os meus melhores amigos, quando chego em casa e me escarrapacho na poltrona da minha sala de leitura, o texto que irá invadir as áreas mais recônditas do meu cérebro devem vir do bom e velho papel. Por isso, quando vejo algum livro digital fujo dele como o diabo foge da cruz.
Já adianto que “Calafrios da Noite”, do escritor brazuca César Bravo é uma obra no formato digital e mais: ...”acreditem galera, eu li todos os seus 15 contos”.
Certo dia, recebi uma mensagem do Bravo perguntando se eu queria receber um livro de contos de terror para temperar os meus medos. “É prá já! Pode mandar!”. Respondi sem pestanejar. O tonto, aqui, pensou que já ia ganhar mais uma obra literária para engrossar a sessão “terror e suspense’ de sua estante de livros. Imagine só a decepção quando fiquei sabendo que o autor só tinha disponível – naquele momento – versões digitais. Então o “PODE MANDAR!!”, supremamente exclamado do fundo do peito e da alma, se transformou num: ‘pode mandar’, minúsculo, sem vergonha e tímido. Pensei comigo: - “Cara, não vai dar”. Além do mais estava com a leitura de “A Passagem” de Justin Cronin em ponto de bala, ou seja, já tinha vencido aquela fase morna da história e havia mergulhando no chamado ‘pega prá capá’. E olha ‘man’, ler dois livros simultaneamente, sendo um deles com mais de 800 páginas é uma injeção letal. Digo isso, porque ainda sou obrigado – digo obrigado, de fato, porque os temas são um chute no saco – a ler uma batelada de livros técnicos, manuais de redação e isso e aquilo diariamente. Então, quando chego em casa, fica quase impossível grudar um livro na mão direita e outro na esquerda e lê-los ao mesmo tempo.
Por todos esses fatores, a versão digital de “Calafrios da Noite” estava fadada a cair no limbo do esquecimento. Mas, então, numa dessas noites em que me sento à frente do computer para verificar as minhas mensagens, vi lá, o anexo do Bravo com a sua obra. Resolvi ler as primeiras linhas, assim, sem compromisso. Talvez, o título do primeiro conto (Torniquete) me chamou a atenção. Depois me lembrei que havia lido um livro chamado “A Corrente: Passe Adiante”, do Estevão Ribeiro, o qual havia gostado muito e chegado a conclusão de que autores brasileiros também sabem escrever ótimas histórias de terror. Sei lá, sei lá e sei lá. O que sei é que comecei a ler as primeiras linhas e pronto; quando percebi já estava no quinto conto! “- Caraca! Isso aqui é muito bom mêo!”. Dei um tempo, fui comer alguma coisa, adiantei algumas pautas e pimba! Voltei a leitura dos contos do Bravo.
No dia seguinte, resolvi ler o livro digital nos intervalos do meu serviço e “A Passagem”, à noite. Se sobrava um tempinho após editar uma matéria, lá estava eu ‘abrindo’ o texto em pdf.
Foi então que percebi que os tais contos do Bravo haviam conseguido quebrar várias regras em meu perfil de leitor. Primeira delas e a mais séria de todas: a ojeriza aos livros eletrônicos. Segunda: ler dois livros ao mesmo tempo. Terceira: ler um romance nos intervalos do meu trabalho.
Bem, já deu prá entender que gostei muito dos contos; alguns, realmente, incomodam, pois apesar de serem situações fantásticas, podem perfeitamente fazer parte do nosso cotidiano; quer dizer, eu ou você pode vir a enfrentar pesadelos e medos semelhantes aqueles vividos pelos personagens das histórias. A maioria delas podem ser consideradas terror de primeira, o que me deixa muito contente, pois afinal de contas, é mais um autor brazucão que está se aventurando com competência nesse gênero literário, cuja maioria dos escritores são gringos da terra do Tio Sam.
Os personagens dos contos de “Calafrios da Noite” pertencem ao mundo marginal. É o cara revoltado que foi demitido do emprego por ter agredido o patrão; o sujeito que foi traído pela mulher, perdendo a esposa para um verdadeiro lixo, uma escória da sociedade; o bêbado sem amor próprio que se mete numa enrascada; o profissional fracassado em sua área que quer dar a volta por cima, prejudicando outras pessoas, nem que seja a própria mãe e por aí vai. Por isso mesmo, a linguagem usada por esses personagens também é bem marginal.
Apesar desses personagens pertencerem ao submundo, eles possuem carisma e por isso mesmo, o leitor acaba se identificando com a maioria deles e até mesmo torcendo para que muitos acabem levando a melhor.
Bravo não perde tempo com aqueles preâmbulos enjoativos em suas histórias. Ele já parte direto para a ação e a ação no seu caso se chama terror e suspense. Dessa forma, o medo e a tensão já tomam conta da gente logo nas primeiras linhas.
A maioria dos contos são narrados em primeira pessoa, no formato de diário, com o próprio personagem contando o seu drama, o que contribui para aumentar ainda mais o grau de suspense.
Como já disse escrevi no início desse post, o conto que abre “Calafrios da Noite” se chama ‘Torniquete’ e posso garantir que é um ‘trucão peso pesado’. Prova disso é que a história conseguiu segurar, de cara, um certo sujeito que detesta ficar lendo ‘livros de computador’. A história de um homem que decide amputar a própria perna foi responsável por despertar em mim o interesse pelos outros contos. Pensei comigo: - “Bem, se os contos seguintes forem iguais a esse, valerá a pena ficar plantado aqui na frente do monitor rolando as tais páginas virtuais”. O trecho mais pesado da narrativa é o momento em que o personagem decide explicar em detalhes quais serão os cuidados imediatos que tomará após a amputação, visando amenizar as hemorragias e também as dores atrozes. Baldes de gelo, torniquetes, anestésico, vale tudo. O cara faz questão de descrever como agirá ‘tim-tim por tim-tim’. Arghhhh!!!
O que levou o pobre coitado a decidir pela amputação de sua perna? Porque ele mesmo decidiu se auto-mutilar? Bem... leia o conto, não estou afim de remomorar a leitura, sério. Ah! Antes que me esqueça. Segundo o autor, esse conto foi baseado numa história real.
Na sequencia, Bravo ataca de “Pague a sua conta”, onde um cara mau caráter chamado Jason após conquistar tudo o que queria na vida, acaba perdendo o gosto pelas suas conquistas e, então, através de um amigo fica sabendo de uma velha bruxa ou cigana – sei lá, o que sei é que a anciã é mais feia que a morte – que tem o poder de fazer os outros enxergarem a vida de uma outra maneira, bem mais zen, bem melhor. Após tomar uma poção oferecida pela velha bruxa, os seus olhos passarão a ver ‘coisas’ e imagens aterradoras, levando o infeliz as raias da loucura.
No terceiro conto, “Cavalo bravo”, um pai de família, no momento mais miserável de seus dias recebe uma proposta irrecusável de um estranho, um velhinho aparentemente inocente. O homem que está numa pendura total acaba aceitando a oferta e depois de pouco tempo, a sua vida muda totalmente. De simples funcionário assalariado, ele se transforma – da noite para o dia - num milionário. O que o sujeito não sabe é que o estranho voltará depois de muitos anos para cobrar a sua dívida, fazendo com que o  infeliz se arrependa amargamente de ter aceitado a proposta do velhinho maligno.
O que leva alguém a pular de um prédio de "Vinte Andares"? O passado? Futuro? E quem encontrará lá em cima? Deus? Diabo? Ele mesmo? Quem sabe encontre a paz... Essa é a temática de “Vinte andares”.

Há também a história do China; o maldito chinês gótico que entra num bar onde encontra um grupo de pinguços e acaba oferecendo algo que tem o poder de deixar os ‘paus d’águas’ bêbados  para sempre. Cara, você já imaginou o que pode acontecer quando alguém dorme e acorda bêbado continuamente sem que seu fígado apodreça? O final de “Posso fumar aqui” irá surpreender o leitor.
"O homem que falava palavrão" fala de algo que todos nós já vivenciamos... De repente, aquele seu amigo chato dos tempos de colegial que era um nada na escola, aparece no Facebook. Bonitão, rico; carreira de sucesso e pedindo para que você o adicione. Pronto!  O terror já começa a entrar em sua vida.
Cara! Impagável! Definitivamente impagável o conto “Violão de Johnny”, onde Bravo fala de um violão mal assombrado que toca sozinho todos os anos no dia do aniversário de morte de seu dono. Dois amigos mais do que drogados decidem desafiar o sobrenatural. Um deles cria coragem e decide tocar o instrumento. Mal sabe ele o que acontecerá com a sua vida.
Confesso que tive do conto “Kid-Caranguejo”, mas também dei boas risadas. A história assusta, mas também diverte. Um grupo de jovens, todos góticos, decidem invadir o cemitério de madrugada para invocar o espírito de um pistoleiro que jamais errava o alvo. Esta história do Bravo fez com que me lembrasse de um episódio da série “Além da Imaginação” que assisti nos anos 70 quando criança sobre o espírito de um índio. O pele vermelha chamado ‘Flecha Ligeira’, após ser invocado num centro espírita, saia disparando flechas naqueles que não acreditavam na vida após a morte. Cara, na época, me borrei de medo. “Kid-Caranguejo” lembra muito esse episódio da famosa série criada por Rod Serling.
O bobalhão Herman é o personagem principal de “Não há vagas”. Ele é feito de gato e sapato pela megera de sua mulher. Elaine se diverte humilhando o marido, só faltando fazer o infeliz lamber o chão que ela pisa. O que Elanie desconhece é que Herman tem um morador secreto em sua cabeça chamado Jack que começa a ditar ordens. Entonce num belo dia...
Em “Dor nas costas”, dois amigos hipocondríacos cismam que estão com implantes alienígenas pelo corpo. O final da dupla será assustador... muito assustador.
"Alguém a olhar por você" é uma homenagem a sociopatia. Conta uma manhã qualquer de um cara que está na fila errada, mas na hora certa. Um tipo caladão que não aguenta mais ver velhinhas doces com cabelo de algodão cortando a frente da fila. E quando uma dessas velhinhas, mas não tão amável quanto aparenta, corta a sua frente na fila. Hummmm!! O ‘forrobodó’  está armado.
"Danação" é um thriller psicológico onde um sujeito começa a ver os seus próprios fantasmas que representam as coisas erradas que fez na vida. Digamos que sejam os seus remorsos mais íntimos.
"Colheita obrigatória" é uma loucura ‘man’!! Um cara considerado uma escória em sua cidade, num certo dia sofre um surto de loucura e começa a ver os moradores como demônios. Resultado: Decide limpar a cidade desses ‘demônios’, torturando e matando todos eles.
Fechando “Calafrios da Noite” vem o "Lado oculto" que narra a história de um escritor fracassado que ao parar numa encruzilhada, em busca de carona, recebe uma visita inesperada que poderá mudar a sua vida. Quem é o visitante? Bom... leia o conto, é melhor.
È evidente que numa coletânea de histórias curtas nem todas conseguirão lhe agradar, mas isso é muito relativo, pois o bom para você pode ser ruim para mim. No meu caso, saboreei a maioria das histórias contadas pelo Bravo. Gostei muito, tanto é que escrevi esse post recomendando a obra para aqueles que são aficcionados do gênero terror.
Depois do Estevão Ribeiro, fico feliz em saber que temos mais uma jovem promessa desse gênero literário que consagrou Stephen King e tantas outras feras.
Fui!

22 agosto 2013

Quando será que a Suma de Letras irá relançar as obras raras de Stephen King? Eu disse ‘R-A-R-A-S’.



Posso dizer o que eu acho? Na lata? Ok, lá vai: -“Estão brincando com os fãs de Stephen King, caraca! Mas brincando legal, de fato”.  Depois do desabafo – que me desculpe a Suma de Letras, mas essa é a minha opinião – quero escrever o que estou pensando. Acredito que seja a mais pura perda de tempo – pelo menos para o leitor – fazer o relançamento de um livro que ainda não está esgotado, ou seja, uma obra que é facilmente encontrada no mercado; e  encontrada aos borbotões.
Um dia desses vi a notícia de que a Suma de Letras, editora responsável pela publicação dos livros de King no Brasil, irá relançar neste segundo semestre a antológica obra ‘kingniana’ “A Dança da Morte”. – “Êpa! Pera aí! Acho que tem alguma coisa errada!” Esta foi a indagação que fiz, após ler a notícia numa rede social. E uma indagação com três exclamações para frisar bem o meu espanto.
Bem, vamos colocar os neurônios prá funcionar. Porque relançar um livro que você pode encontrar facilmente no mercado? Numa rápida zapeada na net, consegui localizar “A Dança da Morte (The Stand)”, edição de 2005, lançada pelo Objetiva em sete livrarias. Então, resolvi fazer uma busca mais detalhada, incluindo os sebos virtuais (Santa Estante Virtual!) e localizei mais um batalhão dessa obra; se não me engano, ‘uns’ 18 livros, incluindo a publicação da Bertrand de 1990. Caso semelhante acontece também com “O Apanhador de Sonhos”, lançado no Brasil, também pela Objetiva, entre 2004 e 2005. A edição original pode ser encontrada em qualquer livraria virtual. Se falarmos, então, de sebos, a ‘coisa’ muda de assunto. Nas lojas cadastradas no portal do Sebo Virtual, os interessados irão ‘dar de cara’ com um verdadeiro batalhão desse livro.
Então, voltando a nossa indagação inicial: porque relançar uma obra que continua com presença marcante nas prateleiras das livrarias, sejam elas físicas ou virtuais? Quer mesmo saber? De verdade? Não sei. É isso aí, simplesmente ‘n-ã-o  s-e-i’. Prefiro evitar ficar levantando hipóteses sem nenhum embasamento ou então criando certas teorias da conspiração. Agir dessa maneira seria muita leviandade da minha parte. Estaria maquiando esse post com inverdades somente para deixá-lo mais interessante. E sabemos que não é por aí. Prefiro disser escrever que desconheço os motivos que levaram a Suma de Letras a optar por essa estratégia, mas por outro lado, tenho o direito de discordar. E uso esse post pra isso. E não só para discordar, mas também para tentar encontrar uma resposta que satisfaça não apenas a minha curiosidade, mas com certeza, a de milhares de fãs do Rei do Maine que estão ansiosos por relançamentos de obras raras. E aqui vale um adendo: Na minha concepção, entende-se por obras raras, aquelas que estejam esgotadas, verdadeiras jóias do ‘baú kingniano’. Exemplos? Ok. Mêo, são tantos!! Anote algumas: “A Metade Negra”, “A Hora do Lobisomem”, “Trocas Macabras”, “Eclispe Total”. Putz! Putz! E Putz, de novo!!! Vou dar um tempo porque estou ficando nervoso; ‘cabrero’ mesmo (rs).
Falando escrevendo por mim; não quero comprar um livro simplesmente porque ele foi relançado com uma nova capa e tradução atualizada. Quero adquirir uma obra que foi lançada há mais de 20 ou 30 anos e que não encontro em nenhuma livraria desse ou do outro mundo. Então sim, valerá a pena! Deu pra entender galera? É por isso, que na minha humilde opinião, a estratégia da Suma de Letras está furada. Pessoal da Suma, desculpa aí, mas esse é o meu ponto de vista. E diga-se de passagem, opinião de um grande fã desse cara fantástico chamado Stephen King.
Para que gastar tempo e dinheiro colocando no mercado livros fáceis de achar. Tudo bem, que demore um pouco mais, nem que seja mais de um ano, quase dois, vá lá, mas o relançamento de uma obra rara que o leitor já não consegue encontrar em nenhuma livraria é muito especial.
A maioria das obras raras de King, todas elas esgotadas e que se transformaram na ‘menina dos olhos’ de milhares de leitores foram publicadas pela finada Francisco Alves; uma ou outra pertencem a editoras diferentes, mas muito pouco. Anotem aí: “Os Livros de Bachman”, “Os Estranhos”, “Eclipse Total”, “Angustia”, “Cão Raivoso”, “A Metade Negra”, “Depois da Meia-Noite”, “Trocas Macabras” e “A Hora do Lobisomem”. Talvez possa incluir nessa relação mais alguns livros que estão começando a rarear no mercado, tornando-se difíceis de encontrar, como por exemplo: “A Coisa” e “A Incendiária”. É importante frisar que a editora já confirmou o relançamento de “A Coisa” para breve.
Desconheço como funciona o esquema de compra de direitos de tradução e publicação de uma obra de King, mas creio que relançar obras raras de 20 ou 30 anos atrás não seja uma missão impossível. Tanto é que a Suma de Letras já confirmou “Angústia” para 2014, além de declarar que o processo de compra dos direitos de tradução de “Cão Raivoso” está bem adiantado. Pôxa vida, será que a Suma não poderia seguir nessa mesma toada ao invés de ficar recolocando no mercado ‘figurinhas fáceis’, apenas com um visual diferente?
Gente, confesso que é frustrante você passar horas e horas na internet à procura de “A Hora do Lobisomem”, “A Metade Negra” ou “Os Livros de Bachman” para no final da busca, descobrir um sebo que lhe ofereça o seu “sonho” por R$ 300,00 ou mais.
É muita areia para o caminhão do ‘menino’ aqui.

17 agosto 2013

O Incrível Livro do Vaticano e Curiosidades Papais



Como será a vida de um Papa na intimidade? Pêra só um pouquinho porque eu acho que essa pergunta merece dois sinais de interrogação. Dois não; mas três. Isso mesmo, três interrogaçõezinhas! Então vou repetir a indagação: “Como será a vida de um Papa na intimidade???” Cara, vai me dizer que você – independente de seu credo – não gostaria de saber o que os Papas que passaram pela Igreja Católica faziam nos seus raros momentos de lazer ou então, quais eram as suas manias? Aqueles que responderam que sim, gostariam e muito; já podem erguer as mãos para céu e exclamar: -“Obrigado Santo Nino!” Calma aí pessoal; não se trata de nenhum santo, mas de um conhecido jornalista e escritor (mais conhecido como jornalista) norte-americano, falecido em 1997, chamado Nino Lo Bello. Ele é o autor de “O Incrível Livro do Vaticano e Curiosidades Papais” que revela numa linguagem fácil e divertida as grandes manias e os pequenos vícios de alguns cardeais que tiveram a oportunidade de ocupar a Cátedra de São Pedro.
Quando comprei esse livro, me recordo que ainda estava começando a montar a minha humilde sala de leitura. Tudo era início: início das estantes, início da poltrona, início da pintura e principalmente início dos livros. Tudo bem que eu já tinha algumas obras para ‘brindar’ as estantezinhas novinhas que iriam ficar afixadas na parede da sala, mas percebi que a categoria ‘Religião’ iria ficar bem rébinha, fraquinha mesma. Talvez, porque o meu interesse por obras do gênero não seja tão abrangente. Por isso resolvi juntar essa categoria com outra: História. Huhuhu!! Essa doeu heinn?!!
Foi nessa época que comecei a passar muitas das minhas horas nas livrarias físicas e virtuais fuçando, fuçando e fuçando na esperança de encontrar algumas obras religiosas que engrossasse um pouquinho aquela que seria a parte esquecida e abandonada da minha estante.
Confesso que peguei muita porcaria, mas também ‘pesquei’ obras interessantes. E uma delas foi esse livro de Lo Bello que já reli ‘umas’ três vezes. Não há como negar, o texto te prende mesmo. Uhauu! E como prende! O que deixa o livro atraente é a linguagem descompromissada do autor que ignora totalmente as questões políticas e dogmáticas – que cá entre nós, às vezes se tornam chatas e maçantes – para centrar fogo nos assuntos pouco relevantes. E posso garantir que são essas informações irrelevantes que tornam a obra charmosa com o poder de fisgar os leitores.
Esqueça aquelas informações burocráticas relacionadas a eleições papais ou então sobre como um represente de Pedro deve se comportar ou ainda como é o dia a dia de um Papa. Não, não. Nada disso. Se prepare para um festival de curiosidades. E quantas curiosidades! Uma melhor do que a outra. Curiosidades sobre os Papas e também sobre o Vaticano, diga-se de passagem. Todas elas muito ‘deliciosamente gostosas’ de serem lidas, quer dizer... devoradas.
Por exemplo, você sabia que Pio XII, papa durante a II Guerra, é lembrado pela aversão que tinha por moscas. Era visto com freqüência nos jardins do Vaticano com um inseticida numa das mãos e um mata-moscas na outra, perseguindo os insetos. Ele também ficou conhecido nos bastidores da Santa Sé pelo seu famoso pão-durismo. Para economizar energia, antes de ir para a cama, percorria corredores e salões apagando as luzes.
Já, o austero Pio IX, Papa na época do Concílio Vaticano I, que proclamou a infalibilidade papal, era um jogador de bilhar inveterado. Um verdadeiro ás com um taco na mão. O autor narra em seu livro que o papa costumava dar surras memoráveis nos cardeais da Cúria e nos soldados da Guarda Suíça.
João XXIII, o papa que entrou para a História por ter convocado o Concílio Vaticano II, responsável pela modernização da Igreja nos anos 60 era um fumante também inveterado. Ele traçava um maço de cigarros por dia e seu latim era péssimo. Tinha como passatempo preferido subir na Torre dos Ventos, a mais alta do Vaticano, e ficar bisbilhotando ruas e janelas romanas com um binóculo. Lo Bello conta ainda em seu “O Incrível Livro do Vaticano e Curiosidades Papais” que Paulo VI, sucessor de João XXIII, que completou a obra de renovação da Igreja, adorava velocidade. Aliás, ele foi o primeiro pontífice a cruzar o Atlântico de avião, ele levava sempre um cronômetro e, do banco traseiro do carro oficial, pedia ao motorista que pisasse fundo no acelerador.
Quanto a João Paulo II, um dos Papas mais queridos de toda a história da Igreja, foi o primeiro a usar relógio de pulso. Lo Bello conta em profusão de detalhes todas essas manias e outros pequenos vícios dos nossos Papas.
“O Incrível Livro do Vaticano e Curiosidades Papais” também aborda em suas 208 páginas questões históricas sobre o alto escalão da Igreja Católica, como, por exemplo, se houve um papa judeu, o salário do sumo pontífice e se existe "impeachment" dos papas.
Além disso, o volume traz o nome do verdadeiro estilista das estranhas fardas usadas pela guarda suíça, que, segundo o autor, não foi Michelangelo, como muitos imaginam.
O livro foi lançado em junho de 2000 na Itália e três anos depois chegaria ao Brasil pela Editora Santuário.
Uma obra literária escrita descompromissadamente por Lo Bello, para uma leitura também descompromissada, mas nem por isso, desinteressante.

12 agosto 2013

Duvida cruel: Almanaque da TV ou dos Seriados???



Judaaaaa euuuuuuuu!!!!!! Galera que acompanha o "Livros e Opinião" ‘tô’ numa dúvida cruel. Primeiro detalhe: grana curtíssima. Orçamento para os próximos 3 três meses totalmente comprometido. Cara! Estourou, explodiu!!! Não que eu seja um mau administrador, mas as despesas extras com farmácia, viagens por motivo de saúde e aquela mania infelizzzzzzzzz de mestre cuca... Eu adoro cozinhar (o pior é que my love Lulu já está acostumando e sabe né... isso é mau, muito mau- rsss) e com isso vai mousse de um lado, lasanha quatro queijos de outro e isso e aquilo.... Jesuss!! Pobre dinheirinho... Segundo detalhe: grana curta, curtíssima para comprar meu livros. Galera, tinha o hábito de adquirir uma média de quatro a seis livros por mês; hoje, nadica de nada. Vou ter de ficar nessa maré por três meses, até acertar a minha situação. Será que eu aguento?!!!! Sei não.... Terceiro detalhe: Estou com mais de 15 livros na fila para serem adquiridos. Confesso que estava louco para comprar os novos lançamentos de Zafon "O Príncipe da Névoa" e "O Palácio da Meia Noite". Bem... quer dizer... até surgir duas tentações marditas ou benditas; sei lá: "Almanaque dos Seriados" e "Almanaque da TV". Uma coisa é certa: já decidi! Vou 'estoporar' o orçamento, mas só tenho coragem para fazer isso com apenas um livro.
Pronto!! Tomei a iniciativa!! Que Zafon se mande para um segundo plano! Vá com Deus Zafon; se manda! Putz! Não acredito que disse esse sacrilégio... Zafon...perdão, mil vezes perdão, mas.... entende né pessoal... é que tô seduzido por essas duas tentações....
Etchaaa nóisss! Não sei qual virá para a minha estante daqui há dois ou três dias.....
Bem, segue primeiramente a matéria escrita pelo jornalista Paulo Ricardo Moreira do Globo sobre o Almanaque da TV,publicada em 2007 no jornal O Globo. É... já faz tempinho né? Pois é, o ‘lerdo aqui’ já foi descobrir que a obra existia quase seis anos depois!
Confiram a resenha do jornal O Globo que diz tudo. Segue aí pessoal:
" As curiosidades do ‘Almanaque da TV’, livro que registra a história da televisão no Brasil

Você sabia... Que Silveira Sampaio foi o pioneiro do talk-show no país, ao estrear o programa “À procura do bate-papo perdido”, na TV Rio, em 1957? Que a primeira cidade cenográfica foi construída pela TV Excelsior para a novela “Redenção”, em 1966? Que Vera Fischer estreou na Tupi como assistente do programa esportivo “Jogo limpo”, em 1971? Essas e outras curiosidades estão no “Almanaque da TV”, lançamento da Ediouro que registra a história e os bastidores da TV no Brasil. Os autores são a jornalista Bia Braune e o publicitário Ricardo Xavier, o Rixa, redatores do “Video show”, da Globo, que não se preocuparam em fazer um livro didático. Confira outras histórias e curiosidades. Joana d'Arc enforcada:

Aconteceu na versão carioca do teleteatro “Processo contra Joana”, ao vivo, com Nathália Timberg vivendo Joana d'Arc, em 1958. O ator Oscar Felipe, que vivia o bispo Cauchon, condenou a heroína a morrer na forca. Reza a lenda que o autor Manoel Carlos, na época ator e interpretando um sentinela, corrigiu a história: “Monsenhor, não seria melhor queimá-la?”.Xuxa faz a cabeça:

Quando estreou no “Clube da criança”, em 1983, na extinta TV Manchete, Xuxa Meneghel tinha 20 anos e usava um penteado bem infantil. A partir dali, os dois tufos de cabelos presos passaram a ser chamados de “xuxinha”. Anos mais tarde, já na Globo, a loura foi uma fonte inesgotável de fofocas e lendas urbanas. A mais popular entre elas dizia que as canções dos discos de Xuxa continham diabólicas mensagens subliminares, se ouvidas de trás para frente.Locomotiva desgovernada:

Foi guiando um automóvel numa gravação da novela “Locomotivas” (1977) que a atriz Célia Biar atropelou de verdade a colega Ilka Soares. O acidente não teve maior gravidade, mas apressou a contratação de dublês para as cenas de perigo nas novelas da Globo. Bastidores do JN:

Por muitos anos dizia-se que Cid Moreira apresentava o “Jornal Nacional” usando paletó, gravata e... bermuda! Mas o máximo que o apresentador se permitia era usar tênis sem meia. De 1969 até 1996, quando deixou a bancada do telejornal, Cid desejou cerca de 8.914 “boas-noites” aos telespectadores. ‘Quem matou?’:

O recurso para segurar a audiência é antigo na telenovela. Mas, em “Assim na terra como no céu” (1971, na Globo), aconteceu algo muito curioso: o próprio autor, Dias Gomes, apareceu em cena no final, dando três hipóteses com os principais suspeitos do crime. O assassino de Nívea (Renata Sorrah) foi Mário Maluco (Osmar Prado). Farofa de madeira:

O telespectador que assistia a TV Continental não percebeu. Em 1959, em vez da salada pedida no texto do programa “Isto é estória”, o contra-regra pôs serragem no prato do ator Roberto Maya. Ao vivo, ele raspou o prato como se estivesse comendo uma deliciosa farofa. "
Olha, não venha mentir, dizendo que não ficou nem um pouco interessado nesse livro...Pode parar se não vou ter que lhe chamar de cínico.
E agora, a resenha de "O Almanaque dos Seriados" estampada no site da Submarino...
"Aqui você vai encontrar algumas séries que muitos curtiram na infância, como Nacional Kid e O Vigilante Rodoviário, Agente 86, Magnum, a Ilha da Fantasia e tantos outros. Divididos por décadas, de 1950 a 2000, foram selecionadas as séries mais populares com dados sobre atores, produção e muitas curiosidades. São séries exibidas em 50 anos de televisão no Brasil, estrangeiras e nacionais. Aproveite a leitura e embarque neste túnel do tempo."
Ah! Antes que me esqueça. O livro foi escrito pelo jornalista Paulo Gustavo Pereira. Pelo que eu pesquisei na Net, o autor demorou mais de 20 anos pesquisando e escrevendo o “Almanaque dos Seriados” que foi lançado em 2008. Ih...Olha o lerdo aí de novo!!
Pelo que eu sei são aproximadamente 1.000 seriados tratados pelo autor em suas mais de 300 páginas, entre eles: “As Aventuras de Rin Tin Tin”, “Ultramen”, “Nacional Kid”, “Battlestar Galática”, “Alf”, “Armação Ilimitada”, “Carga Pesada” e etc e mais etc.
Curiosidades dos bastidores, como o seriado era produzido, intrigas entre atores e fotos, muitas fotos.
Taí! Qual heinn... esse ou aquele... aquele ou esse??
Como dizia um turquinho, reitor da universidade particular onde estudava: - "Sêo José sua mensalidade vence depois de amanhã. Vê se paga em dia. Juda eu!". E olha que eu não atrasava um dia se quer (rs)!

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