29 setembro 2021

DarkSide publica obra antológica de terror que estava esgotada há quase dez anos. "Hell House" de Richard Matheson já está em pré-venda

A notícia que darei agora para todos os leitores que acompanham o “Livros e Opinião” é tão antológica que terei de utilizar um jargão também antológico. Estou me referindo ao “Buemba! Buemba!” do grande jornalista José Simão. Ele sempre usa essas palavras - que já ganharam o status de jargão popular - quando anuncia um assunto bombástico. E no meu caso, a revelação é deliciosamente bombástica. Lá vai: A editora DarkSide vai relançar um dos maiores clássicos da literatura de terror; livro que estava esgotado há décadas e vendido nos sebos pela “bagatela” de R$ 200,00 à 250,00. Estou me referindo A Casa Infernal de Richard Matheson e que por sua vez, deu origem ao filme também antológico e reverenciado por todos os amantes do gênero terror: “A Casa da Noite Eterna” (1973) com Pamela Franklin e Roddy McDowall.

Matheson escreveu A Casa Infernal em 1971, mas o livro só foi desembarcar no Brasil 38 anos depois! Verdade, galera. A história chegou em terras tupiniquins em 2009 pela editora Novo Século. Pouco tempo depois, já estava esgotada. Mas antes de entrar para o rol das ‘obras usadas super-valorizadas’ e com preços nas alturas nos sebos, o meninão aqui, conseguiu agarrar o seu exemplar. My God! Thanks, thanks e thanks!

Pois é, mas acontece que a edição que será lançada pela Darkside está tão bonita - na verdade, um luxo só - que apesar de já ter o livro de 2009 da Novo Século, vou acabar fazendo um sacrifício e...  comprando a nova publicação ou quem sabe, não pinte um presente antecipado de aniversário. Lulu, juro que não foi nenhuma indireta (rssss).

A editora da Caveira optou por fazer uma pequena alteração no título da obra de 2009, ou seja, sai A Casa Infernal e entra Hell House: A Casa do Inferno. O lançamento fará parte da nova coleção da DarkSide chamada “Dark House”, arquitetada para homenagear as narrativas de assombração que habitam os pesadelos dos leitores. E para inaugurar com chave de ouro esse novo selo, a editora escolheu a história de Matheson que está completando 50 anos. Arrebentou a boca do balão, heinnn Caveirinha?!

Achei a nova capa do livro fantástica, aliás falar sobre isso é chover no molhado já que a editora carioca se tornou especialista em produzir layouts literários de encher os olhos.

A história gira em torno de uma mansão mal assombrada pelo fantasma do terrível Emeric Belasco. Se as casas mal assombradas fossem montanhas, a “Mansão Belasco”, como ficou conhecida, seria considerada o Monte Everest das casas mal assombradas. Há 40 anos, ela se mantém imponente, desafiando todos aqueles que tentam decifrar os seus segredos. Nesse período houve duas tentativas de investigá-la, uma em 1931 e outra em 1940. Ambas foram desastrosas. Oito dos mais renomados pesquisadores de fenômenos paranormais do mundo envolvidos nessas tentativas foram mortos, cometeram suicídio ou enlouqueceram. Apenas um conseguiu sobreviver e o terror que presenciou foi tão grande que até hoje sofre os efeitos do desastre do passado. Esse sobrevivente, Benjamin Franklin Fischer, participou da equipe que tentou desvendar os mistérios da casa em 1940. Na época, ele era uma criança prodígio, com apenas 15 anos, considerado o maior médium sensitivo do mundo. Devido a sua fama, acabou sendo um dos convidados para a excursão à mansão macabra. Todos morreram, só ele sobreviveu.

Para que o leitor tenha uma noção da malignidade de Emeric Belasco, basta dizer que Fisher – considerado há 4 décadas uma criança destemida, tendo conseguido desvendar segredos de várias casas mal assombradas - foi encontrado caído na varanda da frente da mansão encolhido como um feto, tremendo de medo e pavor. Quando as equipes médicas o colocaram na maca, ele começou a gritar e vomitar sangue, com os músculos rijos como pedra. Ficou em coma por três meses. Mais tarde, especialistas definiram o medo como a causa desses sintomas.

Capa do livro de 2009 da Novo Século

Outra prova do “poder de fogo” de Belasco é que ele conseguiu trucidar uma equipe formada pelos cinco maiores pesquisadores de fenômenos psíquicos do mundo e que já tinham enfrentando e desvendados os mais aterrorizantes mistérios. A mesma equipe da qual Benjamin Fischer fez parte em 1940.

Matheson descreve com detalhes o que aconteceu com os cinco paranormais. Uma médium auto-confiante que achava que podia, sozinha, solucionar o mistério da casa infernal acabou cortando a garganta com as próprias mãos; um professor cético que teve um derrame, após sofrer uma experiência tão terrível na mansão que foi incapaz de relatá-la; um paranormal famoso que enlouqueceu na mansão após presenciar fenômenos que ultrapassavam os limites da razão. Ele acabou indo parar num hospício, onde permanece trancado. E por aí afora.

Passados 40 anos dos desastres envolvendo os dois grupos de pesquisadores, um milionário excêntrico resolve comprar a mansão e contratar novos cientistas e paranormais, incluindo Fischer que sobreviveu a catástrofe de 1940, para fazer mais uma tentativa de descobrir os mistérios do local. Eles terão o prazo de uma semana para solucionar o segredo e se conseguirem ganharão 100 mil dólares. À princípio, Fischer reluta em fazer parte do novo times de pesquisadores”, mas depois o dinheiro fala mais alto e ele decide aceitar a proposta.

Conseguirá o novo grupo de cientistas e paranormais desvendar o segredo do ‘Mansão Belasco’ e saírem com vida?

Caras, não tem como não se interessar por um enredo desses, ainda mais escrito pela fera Richard Matheson.

“Hell House – A Casa do Inferno” já está em pré-venda na maioria das livrarias virtuais. O livro deve chegar as prateleiras das livrarias em 03 de novembro de 2021.

Não deixem de comprar. Livraço!

 




25 setembro 2021

As 100 Melhores Histórias da Mitologia – Deuses, heróis, monstros e guerras da tradição greco-romana


Como um grande fã de mitologia grega já li muitos livros do gênero, mas notei uma grande diferença em As 100 Melhores Histórias da Mitologia – Deuses, heróis, monstros e guerras da tradição greco-romana com os demais. Esta diferença está na abordagem de alguns mitos, ou seja, enquanto grande parte das obras que exploram o tema optam por narrar mitos de deuses, heróis ou de acontecimentos que ao longo dos anos se tornaram comuns e do conhecimento de todos os amantes da mitologia grega, o livro de A.S. Franchini e Carmen Seganfredo brinda os seus leitores com uma grande variedade de mitos pouco conhecidos, mas nem por isso menos interessantes.

Na minha opinião, essa linha de abordagem escolhida pelos autores deixou a obra muito mais interessante, muito mais atrativa, fugindo um pouco da mesmice de histórias tradicionais como “Jasão e o Velocino de Ouro”, “Os 12 Trabalhos de Hércules”, “A Guerra de Tróia”, “Odisséia”, “O Pomo da Discórdia”, “A Caixa de Pandora”, etc. Os autores vão mais além e exploram mitos como: “O Castigo de Eresictão”, “O Javali de Calidon”, “Titão e Aurora”, “Fedra e Hipólito”, Etéocles e Polinice”, “Creúsa e Ion”, além muitos, mas muitos outros. Estes mitos pouco lembrados em outras obras do gênero deixam a leitura mais interessante porque, como já disse escrevi no início saem da mesmice dos contos que já se tornaram do conhecimento de todos os leitores que são fãs da mitologia grega.

Outro ponto positivo do livro é o seu estilo narrativo que foge dos padrões tradicionais. Por exemplo, no capítulo “A Morte de Heitor”, Franchini e Seganfredo optaram por contar a história sob a perspectiva de dois mendigos que moram nos destroços de Tróia há vários anos. Eles relembram, então, como foi a morte de Heitor após o combate com Aquiles. Os sem tetos estabelecem um diálogo muito interessante relembrando um dos momentos mais icônicos da guerra entre gregos e troianos. A narrativa chama ainda mais a atenção quando descobrimos que os dois sem tetos participaram indiretamente desse combate quando há muitos anos, no auge da guerra, eles eram ajudantes – uma espécie de criados – de Aquiles e Príamo, esse último, rei de Tróia e pai de Heitor. Por esse detalhe, ficaram sabendo de muitas novidades que não aparecem em outros livros sobre o assunto.

Os autores também apresentam novos detalhes com relação aos mitos já conhecidos de “Teseu e o Minotauro”, “Jasão e o Velocino de Ouro”, “Hércules” e outros. Eles escolheram contar essas histórias não de um modo distanciado e acadêmico, mas como ocorria no início: como histórias de pessoas reais, de carne e osso, que realmente existiam. Resultado: as narrativas tornam-se hiper-interessantes e os leitores as devoram com prazer.

Vale lembrar que aquilo que hoje conhecemos por mitologia greco-romana começou como histórias mágicas e alegóricas que os antigos inventaram para, na falta da ciência, responder a algumas perguntas. Coisa do tipo: Como começou o universo? Como surgiram os homens? O que há no além-mar? Para onde vão as pessoas quando morrem? De onde surgiram os animais que habitam a terra? O que ocasiona os relâmpagos. As respostas para essas e outras questões foram sendo forjadas pela sabedoria popular, isto é, não foram obradas por um autor específico, mas nasceram espontânea e anonimamente da necessidade delas próprias e passaram de geração em geração em relatos flexíveis, que se modificaram e se modificam conforme as circunstâncias.

De tempos em tempos, um compilador decide fixa-las na forma que melhor lhe convém, daí porque hoje podemos encontrar tantas versões de cada mito. Mas, para mim, a forma de narrativa desses mitos, escolhida pela dupla de autores de As 100 Melhores Histórias da Mitologia foi a mais interessante até agora de todos os livros que li sobre o assunto.

Como diz o próprio título da obra, são 100 histórias diferentes que irão deliciar os leitores. Adorei todas elas e tenho certeza de que os fãs de mitologia grega também irão amá-las.

Boa leitura... boa viagem com os mitos narrados por A.S. Franchini e Carmen Seganfredo.




21 setembro 2021

Jasão e Medeia, uma história que me deixou com uma baita ressaca literária

Bastaram apenas poucas páginas do livro As 100 Melhores Histórias da Mitologia para provocar em mim uma baita ressaca literária, mas uma ressaca no bom sentido, do tipo: “Putz! Vai ser difícil esquecer essa história da maneira como foi narrada”. Estou me referindo ao mito de “Jasão e Medéia” que faz parte da coletânea selecionadas pelo autores A.S. Franchini e Carmen Seganfredo.

Já li esse mito várias vezes e cada vez, escrito de uma maneira diferente, mas sempre mantendo a sua essência, com cada autor organizando a narrativa a seu bel prazer. A grosso modo vejo o mito de Medeia como a receita de um prato especial onde os chefs de cozinha usam temperos diferentes. Com isso, os pratos mantem – como já disse – a sua essência, mas dependendo do tempero utilizado, alguns terão os seus sabores realçados e outros nem tanto. Agora, transfira tudo isso para o contexto literário e teremos no lugar de um prato delicioso, a história de Jasão e Medéia, e ao invés de chefs de cozinha, teremos os autores que organizam as publicações da história. E posso garantir que até agora, o prato mais saboroso foi o servido por Franchini e Seganfredo.

Os autores/organizadores não pouparam detalhes no conto. No meu caso, por exemplo, desconhecia algumas atitudes tomadas por Medeia como prova de seu amor por Jasão. E aqui cabe um spoiler: ‘para garantir sua fuga da Cólquida onde Jasão foi buscar ou melhor... roubar o velocino de ouro, Medeia chegou ao ponto de matar o seu irmão Apsirto e desmembrar todo o seu corpo, jogando os pedaços ao mar, sabendo que seu pai, Rei da Cólquida, ficaria devastado com a perda e pararia para coletar os restos do filho, garantindo-lhe um funeral adequado’. Desta forma, Medeia e Jasão conseguiram embarcar na nau Argos e fugir da Cólquida.

Medeia foi capaz de outras atrocidades para proteger o seu amado. Comparo essa famosa feiticeira da mitologia grega como uma leoa selvagem capaz de atacar qualquer um que ouse se aproximar ou fazer qualquer mal para a sua prole.

Franchini e Seganfredo narram outras duas atitudes digamos... pesadas de Medeia que afetaram diretamente a vida de outras pessoas que desejavam prejudicar Jasão das piores maneiras. A feiticeira acabou sendo mais esperta e como diz o ex-rubronegro Gerson: “Vapo”.  Resultado: mandou os conspiradores para o reino de Hades e Proserpina. ‘Entonce’, no decorrer da narrativa, a ganancia de Jasão vai florescendo e ele resolve meter o pé na b... de Medeia. Pior, abandona a mulher com os seus dois filhos e a coloca no olho da rua com uma mão na frente e outra atrás.

Franchini e Seganfredo narram a briga do casal detalhadamente, o que não vi em outros livros. A metamorfose de Jasão também é muito bem explicitada em As 100 Melhores Histórias da Mitologia. Num primeiro momento vemos um herói corajoso, decidido e honesto, um verdadeiro líder à ser respeitado, capaz de comandar outros heróis tão ou até mais famosos do que ele, entre os quais: Hércules, Teseu, Castor e Pólux, e outros. Depois, ao recuperar o velocino de ouro, vemos a sua metamorfose; aos poucos, ele vai se tornando mesquinho, ardiloso, traiçoeiro e o pior: covarde. Toda essa transformação também é mostrada detalhadamente pelos autores.

Medeia é uma personagem da mitologia grega, descrita extensivamente na peça Medea, de Eurípedes e no mito de Jasão e os Argonautas. Medeia era uma mortal filha do rei da Cólquida, e neta do deus do sol Hélio. Em diversos mitos Medeia é descrita como uma feiticeira, muitas vezes ligada à Hécate (deusa da bruxaria e das encruzilhadas).

Jasão e Medeia no filme "Jason and the Argonauts" de 1963

A história de Jasão e Medeia inicia-se com a chegada do herói a Cólquida, para obter o Velo ou Tosão de Ouro (a lã de ouro de um mitológico carneiro) necessário para sua volta ao trono da Tessália. Medeia apaixona-se por Jasão e promete ajudar-lhe, com a condição de que se ele obter o Velo de Ouro, a leve junto com ele, já que ela passará a ser vista como traidora de seu povo. Para que Jasão obtenha o poderoso Velo, ele teve de realizar várias tarefas consideradas mortais, mas graças a Medeia, ele consegue completar todas elas.

A personalidade vil de Jasão chega ao ápice quando ele confronta Medéia e tenta explicar-se, dizendo que vai se casar com a filha do rei de Corinto pois só assim conseguirá ser o mandatário supremo daquele reino. Por isso, Jasão não poderia deixar passar a oportunidade de se unir com uma princesa já que Medéia é apenas uma mulher bárbara e sem instrução. Dizendo isso, ele a expulsa de casa.

O fim de ambos é muito triste, principalmente o de Medeia e de seus dois filhos. Na minha opinião é uma das histórias mais melancólicas e dramáticas da mitologia grega porque além do “The End” trágico, o enredo mostra, aos poucos, a desconstrução moral de um grande herói, mais que isso, a desconstrução do amor.

No início vemos Jasão como o protótipo do herói perfeito com virtudes que todos nós sonhamos ter, mas aos poucos essa imagem se desfaz: O altruísmo cede lugar para a ambição e a honradez para a falsidade. Enfim, Jasão vai perdendo todas as suas qualidades morais até chegar ao fundo do poço, tornando-se um ébrio, esquecido por todos.

Quanto a história de amor vivida pelo herói e por Medeia também vai se metamorfoseando gradativamente. No início, vemos ambos completamente apaixonados, mas depois esse amor vai se degradando, convertendo-se num sentimento falso e até mesmo doentio.

Enfim, um conto tenso e dramático, mas que merece ser lido pelos amantes da mitologia grega.

 


17 setembro 2021

Cinco livros lançados recentemente que não podem faltar em sua estante

Acredita que o lançamento do 13º e derradeiro volume da saga “Crônicas Saxônicas” acabou passando despercebido?! Verdade! Estava tão entupido de trabalho que acabei perdendo a oportunidade de adquirir o livro de Bernard Cornwell durante o seu pré-lançamento como havia feito com todos os outros 12 volumes.

Quando vi O Senhor da Guerra todo ‘belo e formoso’ nas livrarias virtuais aproveitei para dar uma zapeada geral para se inteirar das novidades literárias recentemente lançadas. Foi assim que surgiu a ideia dessa postagem. Vamos conferir cinco livros lançados entre julho e setembro e que merecem estar em nossas estantes.

01 – O Senhor da Guerra (Bernard Cornwell)

Lançamento: 5 de julho

Começo com o livro de Bernard Cornwell que marca o fim de uma das sagas literárias mais aclamadas dos últimos tempos: Crônicas Saxônicas que começou em 2004.  Foram aproximadamente 17 anos convivendo com um dos heróis mais emblemáticos da literatura contemporânea: “Uhtred, O guerreiro pagão”.

O Senhor da Guerra mostra o desfecho épico das Crônicas Saxônicas. Após anos lutando para recuperar a fortaleza que era sua por direito, Uhtred retornou à Nortúmbria e a tomou de seu tio traiçoeiro. Agora, com seus guerreiros leais e uma nova companheira, a fortaleza de Bebbanburg parece em segurança. O guerreiro, entretanto, está longe de gozar da mesma tranquilidade. Para além das muralhas inexpugnáveis de Bebbanburg, tem início uma disputa por poder.

Ao sul, o rei Æthelstan unificou os reinos de Wessex, da Mércia e da Ânglia Oriental, e agora tem os olhos voltados para a realização irrevogável do sonho de seu avô Alfredo: a criação de um único reino unificado na Britânia. Enquanto isso, ao norte, o rei Constantino e outros líderes escoceses e irlandeses desejam ampliar suas fronteiras, cientes da ameaça que Æthelstan representa. O jovem rei ainda não conquistou a Nortúmbria, o último reino ao norte, as terras que fazem fronteira com a Escócia de Constantino.

No olho da tempestade está Uhtred. Preso por um juramento a Æthelstan, mas em busca de paz em sua querida Nortúmbria, ele se vê ameaçado e subornado pelos dois lados do conflito, enquanto precisa encarar uma escolha impossível: manter-se longe da disputa, arriscando sua liberdade e a perda da formidável Bebbanburg, ou se lançar na guerra rumo à mais terrível batalha que os reinos já enfrentaram. Só o destino dirá o resultado.

O Senhor da Guerra é o 13º volume das Crônicas Saxônicas. Depois de anos acompanhando a saga de Uhtred para recuperar a fortaleza de Bebbanburg e a luta de Alfredo e seus descendentes em busca da unificação dos reinos da Britânia, temos, enfim, seu desfecho antológico: a batalha mais sangrenta travada até então, um dia histórico que pode ser considerado o evento fundador da Inglaterra.

02 – Um único avião no céu: Uma história oral do 11 de setembro (Garrett Graff)

Lançamento: 16 de agosto

Em O Único Avião no Céu – Uma História Oral do 11 de Setembro, o historiador e jornalista Garrett Graff reconstitui minuto a minuto os atentados terroristas que mudaram o rumo da história, através do olhar de pessoas que sobreviveram aos ataques ou foram afetadas de alguma maneira. A tragédia que abalou o mundo é contada nas palavras de quem a vivenciou.

Com base em transcrições nunca antes publicadas, documentos recentemente tornados públicos, entrevistas e relatos de quase quinhentos funcionários do governo, bombeiros, testemunhas, sobreviventes, amigos e familiares das vítimas, Graff pinta um retrato vívido e humano do 11 de Setembro. Assim, ouvimos a voz dos funcionários do aeroporto que, sem saber, conduzem os terroristas para seus voos, e também a dos comissários de bordo dentro dos aviões sequestrados.

Em Nova York, os bombeiros enfrentam uma cena de horror inimaginável nas Torres Gêmeas. Mais do que simplesmente uma coleção de depoimentos de testemunhas oculares, O único avião no céu é a história de como pessoas comuns lutaram contra eventos extraordinários: o pai e o filho trabalhando na Torre Norte, pegos em extremos diferentes da zona de impacto; o bombeiro em busca de sua esposa que trabalha no World Trade Center; a telefonista que promete compartilhar as últimas palavras de um passageiro com a família dele. O único avião no céu narra as experiências de homens e mulheres que se viram no centro de um acontecimento sem precedentes na história.

03 – A Natureza da Terra Média (editado por Carl F. Hostetter)

Lançamento: 02 de setembro

A Natureza da Terra-média é um livro inédito sobre o universo de O Senhor dos Anéis. A obra lançada pela Harper Collins traz os ensaios de J.R.R. Tolkien sobre a Terra-Média. É importante frisar que mesmo após a publicação de O Hobbit e, posteriormente, O Senhor dos Anéis, Tolkien nunca deixou de escrever sobre seu mundo imaginário. Para ele, a Terra-média era parte de um mundo inteiro a ser explorado, e os escritos compilados em A natureza da Terra-média revelam alguns de seus esforços para compreender e aprimorar sua criação única.

O livro trata de temas mais abrangentes, complexos e profundos, como a metafísica da imortalidade, a reencarnação élfica e os poderes dos Valar, até assuntos mais específicos, como a fauna e a flora de Númenor, as especificidades geográficas de Gondor e quais espécies tinham barba. Trata-se de uma oportunidade única para os leitores conhecerem em detalhes o mundo mágico criado por Tolkien e que serviu de cenário para suas obras antológicas: a saga O Senhor dos Anéis e o livro O Hobit.

O livro foi editado por Carl F. Hostetter, um dos maiores especialistas na obra de Tolkien, e contou com a aprovação de Christopher Tolkien, terceiro filho do famoso autor, que deu o seu consentimento para a publicação da obra antes de morrer.

04 – Bruce Lee: Uma Vida (Matthew Polly)

Lançamento: 08 de julho

Tenho um colega que é fã de Bruce Lee. Ele, tão logo soube do lançamento da biografia ilustrada do ator e mestre do Kung Fu que morreu em 20 de julho de 1973, aos 32 anos de idade, não pestanejou um segundo sequer e na lata comprou o livro de mais de 700 páginas.

Em Bruce Lee – Uma Vida, lançamento da Editora Seoman, Matthew Polly premiado jornalista e autor de best-sellers, traz passagens inéditas sobre a trajetória de Lee, além de mais de uma centena de entrevistas – até mesmo com a atriz em cuja cama ele veio a falecer – e relatos surpreendentes sobre a carreira do homem que abriu as portas das artes marciais para a indústria cinematográfica norte-americana.

A obra é considerada um retrato complexo e humano desse ídolo, por meio de muitas pesquisas e entrevistas da família de Lee, amigos e colegas de trabalho.

O autor narra detalhes da infância até a idade adulta do artista e sua controversa morte. Ele reuniu ainda dezenas de fotos raras, além de apresentar uma visão dos momentos finais do ator e lutador.

05 – A Canção de Aquiles (Madeline Miller)

Lançamento: 06 de agosto

O livro conta a história de Pátroclo, o melhor amigo e companheiro do herói da Ilíada, Aquiles. Pátroclo, um jovem e tímido príncipe, acaba exilado no reino de Fítia, após um acontecimento trágico. Em seu novo lar, longe de tudo o que conhecia, ele encontra Aquiles – filho do rei e da deusa Tétis.

Aquiles é tudo o que Pátroclo não é: extraordinário em todos os sentidos, belo e com um futuro brilhante já delimitado por uma profecia. Mesmo com essas diferenças, eles desenvolvem uma conexão profunda e se tornam inseparáveis. Durante anos, passam a vida assim, lado a lado, crescendo juntos. E, quando se tornam jovens adultos, esse relacionamento muda para algo ainda mais intenso.

A vida idílica que levam é interrompida quando surge a notícia de que Helena de Esparta foi raptada e que os homens gregos devem partir imediatamente para Troia a fim de libertá-la. Aquiles vê nessa guerra a oportunidade perfeita para enfim cumprir seu destino heroico e decide deixar para trás a corte e seguir para a batalha. Pátroclo, movido pelo amor que sente por Aquiles, o acompanha. No entanto, mal sabem eles que, além de glória e amor, o destino também tem reservado uma grande dose de sacrifícios.

Baseada na Ilíada, A Canção de Aquiles é uma reconstituição da épica Guerra de Troia.

É isso aí gelera, livros lançados recentemente e que merecem estar em nossas estantes.

Escolham o seu e boa leitura!

11 setembro 2021

Oito livros de bolso pulp fiction que fizeram a cabeça da geração dos anos 70

Vale uma divagação antes do post? Uma divagação engraçada, pelo menos para mim, e que surgiu durante um bate papo com os meus irmãos. Tudo começou quando conversávamos sobre a cirurgia da próstata que o meu irmão do meio terá que realizar dentro de mais alguns dias. Conversa vai, conversa vem, eu acabei me lembrando que o mano mais velho também terá que passar por uma cirurgia, mas nos testículos. Então, eu lancei a pérola para o Lango, o do meio: 

- Pera aí mano, Você vai operar da próstata, o Beto dos testículos e eu, fatalmente, vou entrar na faca por causa de hemorroidas de segundo grau em estágio avançado, sem contar que já passei por uma fístula perianal,

- Verdade; e tudo naquele lugar! – disse o Lango rindo.

- Aliás, todos nós vamos passar por cirurgias “naqueles lugares”. – respondi, rindo também.

O cômico disso tudo e que nos fez dar boas gargalhadas foi o que dissemos depois. Falei para ele que parecia praga porque os três vão ter que encarar cirurgias em ‘pontos estratégicos’, digamos assim. Um na “porta de trás” e os outros dois na “porta da frente”. Rindo muito, o Lango soltou uma joia rara:  

– Parece praga. Será que os nossos pais tiveram alguma desavença com o Bento Carneiro e com isso, aquele vampiro mardito rogou alguma praga na gente? – Então, eu fui no embalo e completei – “Quem sabe né? Coisa do tipo: ‘Puquê eu tenhu podê. Se eu quisé é só balança a minha capa que dois desse aí vão tomá na pimba e o outro vai tomá no fiocó!

Rimos muito, mas muito mesmo. Este momento de descontração serviu, até mesmo, para esquecermos das cirurgias que teremos de realizar. Afinal de contas, toda cirurgia gera apreensões.

Mas tudo bem, chega de divagações e vamos ao que interessa. Na postagem de hoje quero escrever, novamente, sobre os livros de bolso que foram considerados verdadeiras sensações na década de 70 quando estavam no auge da popularidade no Brasil. Nesta época era comum vermos as pessoas ‘sacando’ da bolsa ou do bolso, os seus livrinhos pulp fictions das coleções ZZ7, FBI, Trevo Negro, entre outras e lendo tranquilamente nas filas de bancos, nos ônibus, nos consultórios médicos, enfim, nos mais diversos lugares.

Na lista de hoje, escolhi oito livros de bolso da era das ‘pulp fiction’ que fizeram um baita sucesso na década de 70. A boa notícia é que alguns títulos dessas coleções ainda podem ser encontrados nos sebos.

01 – Brigitte Montfort

Abro a nossa top list com a personagem considerada a rainha das pulp fictions. Brigitte Montfort ou simplesmente “Baby” é uma agente da Cia letal até a ‘última gota’.  Perita no manejo de vários tipos de armas, desde as mais simples até as mais bélicas, também fala fluentemente vários idiomas. É mole ou quer mais. Ela fez a alegria de muitos marmanjos na década de 1970.

Criada pelo escritor espanhol Antônio Vera que assinava suas histórias com o pseudônimo de Lou Carrigan - foi considerada o principal produto da Monterrey, editora especializada na publicação de livrinhos de bolso em papel jornal. Os traços estonteantes da espiã nas capas dos livros eram desenhados pelo brasileiro José Luiz Benício.

Os livros de bolsa de Brigitte Montford eram uma verdadeira coqueluche entre os cinquentões e sessentões da minha geração.

02 – Trevo Negro

Em meados dos anos 70, principalmente a partir de 1976, o gênero terror estava na moda o que acabou originando várias edições de bolso sobre o tema, principalmente em quadrinhos. A mais conhecida foi a série “Trevo Negro”.

A publicação da editora Cedibra conquistou os amantes das histórias de terror. Cheguei a ler alguns enredos de Trevo Negro e posso garantir que eram assustadoras. Brrrrrrr.

A Cedibra publicava quatro séries mensais, uma a cada semana: Trevo Negro séries Vermelha, Verde, Amarela e Azul.

Garanto que muitas pessoas que estão lendo esse post, já sentiram aquele calafrio incômodo ao terem topado no passado com alguma história de “Trevo Negro”.

03 – K.O. Durban

Outra série famosa da Monterrey foi K. O. Durban do escritor brasileiro Hélio do Soveral. O personagem era uma paródia dos espiões da cultura pop como James Bond de Ian Fleming. Esta série também teve as capas produzidas por José Luiz Benício.

Vale lembrar que Soveral, criador de K.O. Durban, chegou a escrever cerca de 230 livros, além de várias novelas para o rádio e peças teatrais. Aliás, consta que Hélio foi um dos pioneiros da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

K.O. Durban, se transformou rapidamente numa verdadeira febre nos anos 70. O personagem protagonizou as mais inusitadas aventuras de espionagem conquistando um grande número de leitores.

04 – Coleção FBI

O escritor espanhol Antonio Vera Ramírez, que assinava como Lou Carrigan, além de ter sido o autor dos enredos de Brigitte Montfort também escreveu as histórias da coleção FBI, outro selo de sucesso da editora Monterrey. Era comum Ramirez usar vários outros pseudônimos diferentes – além de Lou Carrigan - para escrever os enredos de espionagem que conquistaram leitores em todo o mundo.

FBI foi uma das primeiras coleções de bolsilivros com temática de espionagem, lançada pela Monterrey. No número 317, a série mudou para o nome FB7, pois foi proibida de usar a sigla FBI.

Também teve uma segunda edição republicando as mesmas histórias, apenas com capas diferentes, a maioria desenhadas pelo ilustrador brasileiro Benício.

O meu irmão mais velho adorava essa coleção. Todas as semanas chegavam novos livrinhos em casa. E para variar, o menino aqui, pegava carona nas compras e devorava as histórias.

05 – Chumbo Quente

Os livros de bolso da Monterrey eram divididos por séries: HH (guerra), FBI (policial), além dos inúmeros selos de faroeste, entre os quais: Oeste Carga Pesada, Oeste Beijo e Bala, Tiroteio, Chumbo Quente, Chumbo Mortal, entre outros. O mais famoso deles, no gênero faroeste, sem dúvida, era Chumbo Quente.

Naquela época, eu tinha o hábito de dizer que toda vez que abríamos esse livro de bolso chovia bala para todos os lados. Os enredos eram recheados de duelos, vilões, mocinhos, desafios em saloons e por aí afora.

Além da série FBI, o meu irmão também era um grande fã de Chumbo Quente e claro, Brigitte Montfort. Uma curiosidade dessa série da Monterrey é que as histórias eram escritas por nomes como Donald Curtis, Mortimer Cody e Peter Kapra, mas na realidade todos esses nomes não passavam de pseudônimos de um único autor. Já pensou?!

06 – Mulher e Colt

Não me diga que você acreditava que o velho oeste era território apenas dos homens? E que somente eles eram bons no gatilho? Pois é, sinto dizer, mas você se enganou e muito. A Monterrey tinha um selo chamado “Mulher e Colt”, muito popular nos anos 70, onde as garotas é que davam as cartas nos enredos.

Tudo bem que Chumbo Quente era a campeã de vendas da editora nesse gênero, mas Mulher e Colt não ficava atrás e também conquistou um grande número de leitores e leitoras.

07 – Perry Rhodan


“Perry Rhodan” foi o título de uma série de livros de ficção científica publicada a partir de 1961. Os livros de bolso do personagem atingiram décadas de sucesso comercial e tornaram a série um fenômeno de vendas.

As histórias faziam uma crítica feroz à realidade da época fazendo os leitores refletirem em 1960 sobre a Guerra Fria, em 1970 sobre a New Age e em 1980 sobre o movimento pacifista e por aí afora, tudo isso, nas entrelinhas das histórias.

Escrito por uma equipe de autores que se alternam, “Perry Rhodan” tinha periodicidade semanal.

A série foi criada em 1961 por K. H. Scheer e Clark Darlton. Inicialmente concebida para ser uma trilogia, ela se tornou um sucesso duradouro.

08 – O Coyote


Brigitte Montford e o Coyote foram os grandes responsáveis pelo sucesso editorial da Monterrey, dando aos seus criadores, respectivamente, Lou Carrigan e José Mallorqui o status de grandes estrelas, assegurando o sucesso de vendas da editora.

O Coyote pode ser considerado o pai dos livros de bolso no país, já que tudo começou com ele em meados dos anos 50. Em 1956, logo após a sua fundação, a Monterrey lançaria o formato no Brasil tendo como protagonista o justiceiro mascarado. Brigitte Montford só apareceria anos depois. Por isso, o Coyote foi o grande desbravador do gênero livro de bolso aqui na terrinha.

Mallorqui escreveu a primeira história do justiceiro mascarado em 1944 (“A Chegada do Coyote”), o personagem fez tanto sucesso entre os leitores, que Mallorqui resolveu transformar a sua história – que a princípio deveria caber em apenas um lívro, e Zefini – em uma série. Resultado: o autor espanhol acabou escrevendo 192 títulos até 1953. As edições de bolso de “O Coyote” continuaram sendo relanças pela Monterrey na década de 1970.

Taí galera, valeu!

Por hoje é só.

 

 

05 setembro 2021

Perseverança: o segredo para manter ativo um blog literário

Cara, o sujeito tem que ser perseverante para manter um blog literário e trabalhar, ao mesmo tempo; e mais perseverante ainda se for casado e tiver filhos. Por que? E o tempo para a esposa e os filhos? E o ‘money’ para ajudar nas despesas do lar? Por isso, eu sempre alerto os blogueiros e blogueiras iniciantes que estão com os hormônios a flor da pele para que reflitam muito bem antes de quererem abraçar o mundo. E o que é abraçar o mundo, nesse caso? Simples. É querer, numa lapada só, administrar um blog, um canal no Youtube, além das três tradicionais redes sociais: Face, Insta e Twiter. 

Não estou bancando o pessimista ou então querendo desestimular o surgimento de novos blogueiros. Longe disso. Eu, mais do que ninguém, torço a cada dia para o aparecimento de novos blogs literários, mas blogs de qualidade que sejam sinceros em suas opiniões e resenhas e não meros lobistas ou porta-vozes de editoras. Quando vejo um novo blog e percebo que o seu administrador continua postando resenhas sinceras, elogiando quando necessário e criticando, também, quando necessário, olha... você não imagina a minha felicidade. Faço questão de colocar esses blogs na minha lista de favoritos.

Por isso, encare esse texto - que você está lendo agora - como um conselho. Isso mesmo, o conselho de um blogueiro literário que já está na luta há mais de 11 anos e que durante esse período já passou por poucas e boas. Um blogueiro que tentou abraçar sozinho outras plataformas digitais; que pensou em mudar as características de sua página, seduzido por filmes e séries de TV e finalmente... que pensou em desistir de tudo. Verdade. Há algum tempo, pretendia parar com o blog e se dedicar apenas a leitura dos meus livros. Por todos esses perrengues vividos, acho que aprendi algumas lições, as quais gostaria de dividir com os blogueiros iniciantes.

Acredito que antes de nortear as metas de seu blog, é preciso fazer uma perguntinha básica: "Você estuda e trabalha ou somente estuda?” 

Ah! Ia me esquecendo, mais dois questionamentos: “Você ajuda na manutenção do seu lar? Tem filhos?”

Agora podemos começar. Vamos lá. Veja bem, se você só estuda e não tem um emprego ou então, está com a matricula de sua escola trancada por algum motivo, chegou a hora de abraçar o mundo. Quer ter além do blog, um canal literário no Youtube? Manter suas fã pages nas redes sociais? Vá lá, arrisque! Mas saiba que uma parcela significativa de seu tempo vai ser dedicada para essa finalidade. Escrever bons textos e produzir bons vídeos denota tempo, mas como nesse caso, tempo não será problema para você, mãos a obra!

Agora, se você estuda e trabalha ou apenas trabalha, o cenário muda de figura. O meu conselho é escolher apenas um canal: Blog ou Youtube. Sinceramente, encarar os dois nessa situação não dá. Éééé.... até dá, mas o resultado final não vai ficar legal e os leitores ou aqueles que assistirem aos seus vídeos irão perceber que o material foi preparado na correria. Falando claramente e sem meias palavras: foi preparado nas coxas.

Mas se você colocou em sua cabeça que quer ter um blog e um canal no Youtube, mesmo estudando e trabalhando, o mais sensato é convidar um outro colega que também goste de literatura e, assim, dividir as funções: um escreve e o outro produz os vídeos. Simples. Agora, quanto maior for a sua equipe, melhor. “Não, Jam. Não adianta, eu quero ter o meu próprio espaço com a minha identidade”. Ok, sem sevgredos: escolha blog ou canal no Youtube.

Vou exemplificar. Suponhamos que você tenha sido contratado para trabalhar oito horas diárias conforme determina a CLT. Digamos que o horário a ser cumprido seja das 8 às 11 e das 13 às 18 horas com duas horas de almoço. Como bônus, durante a noite, você encara os estudos. Nesta rotina corrida sobram as duas horas de almoço ou as madrugadas para você se dedicar ao blog. Outra opção é você “tirar” os finais de semana para produzir textos e vídeos e liberá-los aos poucos no decorrer da semana. Não aconselho. Isto porque as suas postagens vão ficar desatualizadas e outra, né... final de semana foi feito para nós, simples mortais, descansar, recompor as energias. Por isso, na minha humilde visão, aqueles que tem a rotina de estudar e trabalhar, manter apenas um blog ou um canal literário no Youtube é possível, com muita dedicação. Os dois... aí a ‘coisa’ já muda de figura.

Costumo dizer aos meus amigos que é melhor um passarinho na mão do que dois voando. Dentro do contexto dessa postagem, isso significa que devemos escolher algo que dominamos e fazê-lo bem feito, ou seja, se a você escreve melhor do que fala, o caminho são os blogs. Agora, se o seu texto é de meia boca para baixo, mas a sua comunicação verbal é fantástica, mergulhe de cabeça nos canais literários do Youtube.

Definida essa questão, vamos para uma outra também bem muito séria: as, quase sempre, malfadadas parcerias com editoras. Admito que o sonho de todos nós, devoradores de livros, é ter muuuuuitos livros, só que esses muuuuuitos livros devem ser degustadas e não engolidos. O problema das parcerias é o compromisso assumido pelo blogueiro de publicar resenhas num curto espaço de tempo. Imagine só, você lendo um livro com mais de 500 páginas, sabendo que tem de produzir uma resenha em poucos dias. Toda vez que você começa a leitura, o ‘fantasma’ da obrigação de termina-la o mais rápido possível acaba ‘matando’ o seu prazer de curtir a história. Este processo se transforma num círculo vicioso porque depois desse livro, o blogueiro tem uma fila de outras obras para ‘engoli-las’. Assim... Tchau, tchau prazer de se ler. Sem contar, aquelas editoras que enviam obras horrorosas ou então de gêneros que você não aprecia.

Ah! Tem mais. Muitas vezes, o seu blog ou canal do Youtube acaba se transformando num mero divulgador de obras de editoras já que o blogueiro ou youtuber não pode opinar que não gostou de um livro, caso contrário, adeus parceria. Triste, não acham?

Portanto, cuidado com as parcerias; mas se for o seu desejo seguir por esse caminho, escolha uma editora que não apresse a sua leitura obrigando-o publicar resenhas num espaço de tempo massacrante e, também, que aceite críticas honestas e não apenas elogios gratuitos. Cá, entre nós, acho que vai ser difícil descobir alguma editora que se enquadre nessas características.

Para finalizar, tenha sempre em mente que podem surgir situações em sua vida que lhe forçarão a parar de ‘blogar’. Pode ser uma decepção, alguns comentários maldosos, um tropeço em sua vida particular ou até mesmo uma desmotivação. Nestes onze anos de blog passei por várias dessas situações. Com certeza, elas aparecerão e por isso, será necessário lidar com elas; acho que domá-las, seria a palavra mais correta.

O que eu posso dizer é que você se lembre do seu público fiel, aquelas pessoas que periodicamente acessam a sua página para conferir os seus novos posts; e acredite, desde que você produza um material de qualidade, mesmo o seu blog ou canal no Youtube sendo pequeno, muitos leitores darão as caras por lá ansiosos para ver o que foi produzido. Será que isso não supera qualquer decepção?

Espero ter ajudado os novos blogueiros.


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