28 fevereiro 2025

Carnaval literário: 6 histórias de amor que farão o seu coração bater mais forte nesses dias de folia

Tenho um amigo que vive dizendo que é uma pessoa de “extremos” ou seja, em um momento deseja fazer algo e depois de poucas horas ou até mesmo minutos já deseja seguir um outro caminho totalmente inverso. 

Certo dia ao me afirmar isso, eu lhe respondi que todo o ser humano – ou pelo menos, a maioria - é uma pessoa de extremos porque numa fase de suas vidas tem certos desejos mas depois, com a chegada de outras fases, esses desejos mudam, as vezes, radicalmente. Por exemplo, na juventude gostamos de algo, já na terceira idade passamos a detestar.

Vejam o meu caso, quando era jovem, adorava fígado bovino frito, hoje, eu passo. O mesmo vale para o Carnaval que eu amava – era um dos últimos a sair do salão – mas hoje, confesso que não morro mais de amores pela festa de momo. Prefiro ficar em casa vendo algumas séries no streaming e principalmente, lendo; mas lendo bastante. Aliás, aproveito esse período em que a maioria dos brasileiros estão nas ruas ou nos salões pulando ou dançando, para colocar as minhas leituras em dia ou então, ‘maratonar’ algum gênero literário.

Ainda me lembro que no Carnaval passado tomei a decisão de reler os três livros da chamada Saga LecterO Silêncio dos Inocentes, Dragão Vermelho, Hannibal e Hannibal, A Origem do Mal. E posso garantir para a galera que foi um carnaval literário inesquecível.

Por isso, como acredito que muitas pessoas preferem passar o carnaval na tranquilidade de seus lares com um livro nas mãos, resolvi escrever esse post onde indico seis livros para a galera que aprecia o gênero romance. Se você aprecia uma história de amor de qualidade, com certeza irá amar esses livros. Vamos nessa? Então, bom carnaval! Ooops! Quero dizer: boa leitura!

01 – O Diário de Uma Paixão (Nicholas Sparks)

O livro de Nicholas Sparks é uma das obras mais românticas que já li. Um livro daqueles que fazem o seu coração verter em lágrimas. Putz! Que história de amor! Uma das mais emocionantes que eu conheço.

A história é o retrato de uma relação rara e bela, que resistiu ao teste do tempo e das circunstâncias. Com um encanto que raramente é encontrado na literatura atual. Os personagens Noah e Allie se tornaram os meus preferidos e até agora posso afirmar que nenhum outro conseguiu desbancar essa posição.

Basta dizer que O Diário de Uma Paixão (veja resenha que escrevi em 2014 aqui) é uma história de amor entre duas almas gêmeas e que nem mesmo as piores dificuldades enfrentadas na juventude e também na velhice foram capazes de separá-los. Pelo contrário, esses obstáculos serviram para uni-los ainda mais. Pronto! Isso basta para resumir a história de Noah e Allie cujo romance vendeu aproximadamente 12 milhões de cópias e foi traduzido para mais de 20 línguas.

02 – O Diário de Suzana para Nicolas (James Patterson)

Quer passar um carnaval fofo? Então leia O Diário de Suzana para Nicolas de James Patterson. Galera, que livrinho fofo!

Li as 222 páginas num dia só. Comecei às 7 da manhã de um sábado e terminei por volta das 15 horas. Antes de ler, pensei que seria algo bem clichê, mas mesmo assim, pensei comigo: para quem assistiu “Love Story” e gostou, uma leitura clichê não seria problema algum. Mas o livro de Patterson é muito bem elaborado, com reviravoltas que chocam os leitores e outras que emocionam. Não tem nada de clichê. A linha narrativa consegue manter, sem enrolação, o suspense de um segredo incrível que só é revelado nas páginas finais.

A obra conta a história do poeta Matt Harrison que acaba de romper o seu relacionamento com Katie Wilkinson, uma jovem editora que não tinha qualquer dúvida quanto ao amor que os unia. Por isso, ela não consegue entender como um relacionamento tão perfeito pôde acabar tão de repente.

No dia seguinte ao rompimento, Katie encontra um pacote deixado por Matt na porta de sua casa. Dentro dele, um pequeno volume encadernado traz na capa cinco palavras, escritas com uma caligrafia que ela não reconhece: “Diário de Suzana para Nicolas”

Ao folhear aquelas páginas, Katie logo descobre que Suzana é uma jovem médica que, depois de sofrer um enfarto, decidiu deixar para trás a correria da cidade grande e se mudar para um lugar tranquilo onde acaba conhecendo Matt e se apaixonando. É neste lugar tranquilo que nasce o filho deles, Nicolas.

Ao tomar conhecimento disso, várias dúvidas começam a povoar a mente de Katie, sendo a principal: ‘Por que Matt teria lhe deixado aquele diário?’

Confusa e sofrendo com o fim do relacionamento, é nas palavras de outra mulher que Katie encontrará as respostas para esse enigma.

03 – Novembro de 63 (Stephen King)

Antes que alguém pergunte o que Stephen King está fazendo numa lista de livros românticos, eu proponho à essa pessoa que leia o livro e depois me diga o que achou do casal Jake Epping e Sadie Dunhill. Cara, eles me fizeram chorar com aquele final! Fiquei desmontado.

A relação entre Jake e Sadie é o coração emocional da narrativa e funciona como uma metáfora para os sacrifícios exigidos pelo destino. Bem, resumindo, é impossível não amar esse casal e deixar de chorar com aquele final ou chegar bem perto.

O mestre do terror preparou um dos enredos mais fantásticos de toda a sua carreira de escritor. Tanto é que grande parte dos leitores consideram Novembro de 63 o seu melhor livro. O autor conduz o leitor pelos Estados Unidos do fim da década de 50 para narrar a história de Jake Epping, um professor que encontra uma maneira de voltar no tempo e com isso tentar

impedir o assassinato de John F. Kennedy.

Livraço! E acredite, King, o mestre do terror me fez chorar, não de medo, mas de emoção

04 – Marina (Carlos Ruiz Zafón)

E aí galera? Vamos se emocionar mais um pouquinho nesses dias de carnaval? E se emocionar com direito a lágrimas e lencinho na mão para enxuga-las. A exemplo de Novembro de 63, o final de Marina de Carlos Ruiz Zafón – o mesmo autor de a saga O Cemitério dos Livros Esquecidos; ver aqui – consegue demolir o mais insensível dos corações. É nesse momento que o pequeno Oscar Drai desvenda todo o mistério envolvendo a sua querida e amada Marina. Caráculas, haja coração!

Marina é o tipo do livro para se ler numa ‘tacada’ só. O enredo te prende do início ao fim e faz com que o leitor, mesmo cansado e todo arrebentado depois de um dia extenuante de serviço, acabe brigando com o sono para poder continuar lendo sempre uma página a mais.

Zafon cria uma história de suspense envolvente na antiga Barcelona dos velhos casarões. Oscar Drai, um garoto de 15 anos que estuda num internato, passa o seu tempo livre andando pelas ruas e se encantando com a arquitetura de seus casarões. É um desses antigos casarões que desperta a atenção do garoto que logo resolve se aventurar no interior da construção. O motivo que levou o pequeno Oscar a entrar na casa foi a voz linda e suave de uma mulher reproduzida num vitrolão. Ao mesmo tempo, ele fica completamente vidrado num relógio de bolso quebrado e muito antigo. Mas, ele se assusta com uma presença na sala e acaba fugindo com o relógio. Depois de alguns dias, Oscar retorna ao casarão para devolver o objeto roubado, e então... conhece Marina. A partir daí prepare o seu coração nesse carnaval.

05 – P.S. Eu te Amo (Cecelia Ahern)

Uma história de amor ideal para você ler nesses dias de folia se não estiver afim de enfrentar salões cheios, empurrões e outros contratempos característicos do nosso querido “Momo”. O primeiro livro escrito pela autora irlandesa publicado em 2004 conquistou os leitores que apreciam o gênero romance.

P.S. Eu te Amo! sabe ser romântico sem ser meloso. O livro tem muitas cenas engraçadas que certamente farão os leitores rirem muito, mas também há trechos emocionantes.

Ahern conta a história de Holly e Gerry. Almas gêmeas, tiveram a sorte de estarem juntos desde a escola — terminavam as frases um do outro, andavam sempre lado a lado e, até quando brigavam, se reconciliavam rindo. Até que o inesperado acontece: a morte de Gerry. Após a tragédia, Holly não consegue encontrar mais motivos para sorrir. Mas ela é surpreendida ao descobrir que o marido a deixou uma série de cartas, uma para cada mês do ano, todas assinadas com P.S. Eu te amo. Através das cartas de Gerry e do apoio da família e dos amigos, aos poucos, Holly encontrará alívio e conforto em meio ao luto. A obra conta com uma adaptação cinematográfica estrelada por Hilary Swank e Gerard Butler, que encantou o público. E, em novembro de 2020, foi publicada a sequência O Clube P.S. Eu te amo, que já vendeu mais de 15 mil cópias no Brasil, segundo dados da HarperCollins. Merece muito estar, aqui, em nosso “Carnaval Literário”

06 – Morte e Vida de Charlie St. Cloud (Ben Sherwood)

Fecho a lista com esse romance que gostei muito. Morte e Vida de Charlie St. Cloud tem todos os ingredientes que uma história de amor que se preze deve ter, excetuando... o seu final, o qual não gostei. Mas nem por isso poderia deixar de indicar a obra de Bem Sherwood que, de fato, emociona e muito.

O livro conta a história de Charlie St. Cloud, um jovem que não consegue superar a morte de seu irmão mais novo, após um acidente de carro do qual ele julga ser o principal culpado. Tanto é que ele aceita um emprego como zelador do cemitério onde seu irmão está enterrado, simplesmente para ficar perto dele. Charlie acaba adquirindo um dom, o qual faz com que todas as noites ele se encontre com o espírito do irmão e juntos os dois possam se divertir e matar as saudades. Mas Charlie conhece uma menina chamada Tess e se apaixona por ela. Agora ele precisa escolher entre continuar com seu irmão ou ir atrás da garota que ele ama.

Taí galera, agora mãos a obra ou melhor, mãos aos livros. Escolham os seus e desfrutem de um “Carnaval Literário” muito especial.

23 fevereiro 2025

Cinco novelas brasileiras que estouraram em audiência baseadas em cinco livros que estouraram em vendas

Com a volta da novela “Tieta”, muitos leitores e noveleiros passaram a se interessar pela obra Tieta do Agreste de Jorge Amado que serviu de base para a produção da telelágrima que bombou na Rede Globo no final dos anos 80 e início dos anos 90. Fez tanto sucesso que o canal de TV da Família Marinho resolveu reprisá-la, agora, no horário da tarde dentro do “Vale a Pena Ver de Novo”.

Ontem, numa roda de amigos, um fã da produção que tem a Bety Faria - no auge de sua beleza e talento - no papel de Tieta me sugeriu uma postagem sobre livros que viraram novelas. Achei a sugestão interessante apesar de já ter escrito algo, um pouco parecido, em 2020 (ver aqui), mas mesmo assim, aceitei a proposta e cá estou eu escrevendo esse post.

Escolhi cinco novelas baseadas em livros que bombaram em audiência. Quanto aos livros, por sua vez, bombaram em vendas. Vamos conferir?

01 – As aventuras de Poliana (SBT)

Livro: Pollyanna (Eleanor H. Porter)

Taí uma novela e um livro que tem algo em comum: o sucesso. Ambos estouraram em audiência e vendas. A telelágrima baseada no livro de Eleanor H. Porter pode ser considerada a novela mais vista do SBT – depois de Carrossel – nas últimas décadas. A prova desse baita sucesso é que “As aventuras de Poliana” ficou no ar por mais de dois anos. No período de 16 de maio de 2018 até 13 de julho de 2020, a novela infantil protagonizada por Sophia Valverde e que substituiu “Carinha de Anjo” ajudou a rechear os cofres da emissora do “Patrão” graças as suas cotas de publicidade já que todos queriam anunciar no horário da novela.

O livro Pollyanna da escritora americana no qual a produção do SBT foi baseada não ficou para trás. A obra literária lançada originalmente em 1913 ganhou ao longo dos anos o status de clássico da literatura infanto-juvenil.

Pollyanna fez muito sucesso o que levou a sua autora a publicar, em 1915, uma continuação chamada Pollyanna Grows Up (no Brasil, Pollyanna Moça). Pensa que parou por aí? Não; não parou. Outras onze edições de Pollyanna se seguiram, muitas delas escritas por outras autoras. A mais recente publicação da obra original escrita por Porter foi feita pela editora Ciranda Cultural em 2018.

Porter narra a saga de uma menina de 11 anos, órfã de pai e mãe, que é acolhida pela tia Polly, sua única parente viva. Rica e intransigente, a tia é desprovida de compreensão e afetividade, e recebe a menina em sua casa como um dever.

Pollyanna, por sua vez, é uma menina encantadora, que a todos conquista com sua paixão pela vida e pelas pessoas, seu otimismo e sua alegria de viver.

02 – Éramos seis (Record, Tupi e Globo)

Livro: Éramos seis (Maria José Dupré)

A história de Dona Lola e sua família, uma bondosa e batalhadora mulher que faz de tudo pela felicidade do marido, Júlio, e dos quatro filhos: Carlos, Alfredo, Julinho e Maria Isabel emocionou milhares de leitores brasileiros que amaram o livro Éramos Seis transformando-o num verdadeiro fenômeno de vendas. A obra de Maria José Dupré, lançada pela primeira vez em 1943 se tornou um clássico da literatura brasileira e passou a ganhar novas edições ao longo dos anos. A última edição que tenho conhecimento é da editora Ática publicada em dezembro de 2019.

Na televisão, o enredo de Maria Dupré ganhou cinco versões em formato de novela, sendo a primeira delas em 1958, pela RecordTV. Nessa versão Lola e Julio eram interpretados por Gessy Fonseca e Gilberto Chagas. Os filhos eram vividos por Randal Juliano (Carlos), Fábio Cardoso (Alfredo), Silvio Luiz (Julinho) e Arlete Montenegro (Isabel). Um detalhe: Silvio Luiz é ele mesmo, o locutor esportivo.

A segunda adaptação, na TV Tupi, chegou nove anos depois, em 1967, com direção de Hélio Souto e Cleyde Yáconis assumindo o papel de Lola, com Sílvio Rocha interpretando Júlio. Os filhos dessa vez foram Plínio Marcos (Carlos), Roberto Orosco (Alfredo) Tony Ramos (Julinho) e Guy Loup (Isabel). Para interpretar personagem tia Emília foi escolhida a atriz Dina Lisboa.

A TV Tupi voltaria a apostar no clássico de Maria José Dupré em 1977, dessa vez com adaptação de Sílvio de Abreu e Rubens Ewald Filho. Nicette Bruno e Gianfrancesco Guarnieri assumiram os papeis de Lola e Júlio, e os quatro filhos foram interpretados por Carlos Augusto Strazzer (Carlos), Carlos Alberto Riccelli (Alfredo), Ewerton de Castro (Julinho) e Maria Isabel de Lizandra (Isabel). Nydia Lícia foi a tia Emília e Jussara Freire fez Olga.

Em 1994, “Éramos seis" marcou uma aposta do SBT em investir mais seriamente em telenovelas. Exibida em dois horários, às 19h45 e 21h45, trazia Irene Ravache e Othon Bastos nos papeis de Lola e Julio. Os filhos foram Jandir Ferrari (Carlos), Tarcísio Filho (Alfredo), Leonardo Bricio (Julinho) e Luciana Braga (Isabel), com Nathalia Timberg como a tia Emília. Foi ainda a estreia de Ana Paula Arósio como atriz, no papel de Amanda, uma namorada de Carlos.

Em sua quinta versão na TV, em 2019, a novela chegou à TV Globo, com adaptação de Ângela Chaves. Os papeis principais dessa vez ficaram com Glória Pires (Lola), Antonio Calloni (Julio), Danilo Mesquita (Carlos), Nicolas Prattes (Alfredo), Giullia Buscacio (Isabel), André Luiz Frambach (Julinho) e Susana Vieira (tia Emília).

Creio que as adaptações de maior sucesso foram as 1977, da TV Tupi e a de 2019, da Globo.

03 – A Escrava Isaura (Globo)

Livro: Escrava Isaura (Bernardo Guimarães)

A Escrava Isaura, o maior sucesso do escritor mineiro Bernardo Guimarães, marcou época na literatura, ganhou o cinema e rodou o mundo em formato de telenovela.

A obra foi publicada em 1875, quando a causa abolicionista estava no centro do debate sobre o Brasil ainda Imperial, treze anos antes da abolição definitiva. Àquela altura, o Brasil era um dos únicos dois países do continente americano que ainda permitiam legalmente a prática da escravidão. O outro era Cuba.

A presença da história de Bernardo Guimarães na cultura popular brasileira em grande parte se deve à novela “Escrava Isaura”, exibida pela TV Globo, na faixa das 6 da tarde, entre 11 de outubro de 1976 e 5 de fevereiro de 1977. Exibida em 100 capítulos, ela foi o primeiro grande sucesso do autor Gilberto Braga, que dois anos mais tarde estouraria no horário nobre com “Dancin’ Days”.

 “Escrava Isaura” catapultou a audiência das 18 horas e é considerada uma das novelas de maior sucesso na história da Globo. Lucélia Santos viveu a protagonista Isaura e Edwin Luisi e Rubens de Falco fizeram os papeis de Álvaro e Leôncio, respectivamente.

04 – Gabriela, Cravo e Canela (Tupi e Globo)

Livro: Gabriela (Jorge Amado)

A história do livro de Jorge Amado lançado originalmente em 1958 gira em torno de Gabriela, uma jovem e bela retirante sertaneja que chega a Ilhéus, na Bahia, em busca de trabalho.

Sua chegada desperta a atenção de Nacib, dono do bar Vesúvio, que decide contratá-la como cozinheira. Gabriela, com sua beleza exuberante e sua personalidade cativante, conquista a todos na cidade, tornando-se uma figura icônica. Além disso, a moça é uma excelente cozinheira e seu tempero atrai muita clientela para o bar Vesúvio.

Com sua sensualidade inocente, Gabriela não apenas conquista o coração de Nacib como também seduz um sem-número de homens ilheuenses, colocando em xeque a lei que exigia que a desonra do adultério feminino fosse lavada com sangue.

Publicado em 1958, o livro logo se tornou um sucesso mundial. Na televisão, a história se transformou numa das novelas brasileiras mais aclamadas mundo afora. Estou me referindo a telelágrima de 1975 na Globo, adaptada por Walter George Durst e com Sonia Braga no papel principal. Esta novela fez sucesso não só no Brasil mas também em Portugal onde o comércio chegava a parar ou então fechar mais cedo para que as pessoas não perdessem os capítulos.

O livro de Jorge Amado teve ainda outras duas adaptações para a telinha: 1960, na extinta TV Tupi e em 2012, novamente na Globo, contando agora com Juliana Paes no papel que consagrou Sonia Braga.

05 – 0 Meu Pé de Laranja Lima (Tupi e Bandeirantes)

Livro: O Meu Pé de Laranja Lima (José Mauro de Vasconcelos)

O romance de José Mauro Vasconcelos (ver resenha aqui), publicado em 1968, é a obra mais conhecida do escritor e constitui uma referência na literatura infanto-juvenil brasileira.

Traduzido para mais de cinquenta línguas, a criação influenciou gerações no Brasil e no exterior. Após o estrondoso sucesso do livro, surgiram adaptações para o cinema e para a televisão.

A novela que estreou na Band em 29 de setembro de 1980, a exemplo do livro, emocionou todo o País. Obra literária e novela narram a história de Zezé, um menino de seis anos, inteligente, sensível e carente, que mora nos arredores da cidade do Rio de Janeiro, e cujo pai se encontra desempregado, ficando a mãe a sustentar a casa. Zezé faz várias asneiras e traquinices, sendo, portanto sucessivas vezes castigado.

Vivendo num ambiente pobre, solitário e duro, Zezé procura refugiar-se num mundo de fantasia, imaginando animais e árvores com vida. A partir da sua imaginação, o rapaz cria amizade com um pé de laranja lima, que se encontrava nas traseiras da casa nova, e que se torna o seu grande confidente.

Zezé encontra ainda ternura e afeto, de que tanto necessitava, em Manuel Valadares, o Portuga, um velho rico e solitário, que torna mais feliz a vida da criança. Antes da novela da Band, tivemos a adaptação que foi ao ar em 1970 na extinta TV Tupi.

O livro de Mauro de Vasconcelos ganharia ainda uma terceira adaptação, também na Band, em 1998, mas ao contrário da história de 1980, a novela não fez o sucesso esperado. Com o fracasso da trama, a emissora desistiu de produzir telelágrimas e passou a apostar em séries.

Mas se o remake de 1998 não agradou a galera noveleira, as duas anteriores, 1970 e 1980, que exibidas, respectivamente, pela extinta TV Tupi e a Rede Bandeirantes, fizeram muito sucesso.  

Bônus - Tieta (Globo)

Livro: Tieta do Agreste (Jorge Amado) 

E como bônus para os seguidores do blog deixo o livro Tieta do Agreste de Jorge Amado que inspirou o megassucesso “Tieta” exibida na Rede Globo em 1989 e em reprise, atualmente, no mesmo canal.

A novela acabou fazendo muito mais sucesso do que o livro que, por sinal, é muito bom. A obra conta a história de Tieta, uma mulher expulsa do vilarejo onde nasceu após ser estuprada, que retorna às suas origens com mais poder e dignidade social.

“Tieta” compõe, junto de “Roque Santeiro” (1985) e “Vale Tudo” (1988), a tríade de novelas de maior audiência da história da teledramaturgia nacional.

Por hoje só galera.

Inté!

18 fevereiro 2025

Erupção

Confesso que ao saber que o espólio de Michael Crichton tinha lançado um novo livro póstumo em parceria com um outro escritor fiquei muito animado, mas animadíssimo, de fato. Os motivos dessa animação mesclada à expectativa – e uma boa expectativa – eram dois. Primeiro: sou ‘fanzaço’ confesso do autor e segundo: a minha última experiência envolvendo um livro póstumo de Crichton concluído por um outro escritor foi fantástica. Adorei Micro que foi finalizado por Richard Preston. Cara, que livraço! Amei! Amei!

Por “culpa” de toda essa empolgação fui ‘babando’ em busca de Erupção, enredo iniciado por Crichton que faleceu antes de concluí-lo. Dessa forma, a sua esposa Sherri Crichton que cuida do espólio do autor decidiu chamar James Patterson para concluir a história.

Comecei a ler Erupção com a certeza de que iria “topar” com uma narrativa envolvente e viciante, além de personagens carismáticos, duas características importantes na composição de um enredo e que fizeram com que eu devorasse Micro em poucos dias. Mas, então, veio a decepção, já que não encontrei nada disso.

A narrativa é lenta e arrastada até mesmo durante os momentos de ação; e os personagens não convencem nem um pouco porque além de serem chatos pra caramba, ainda carecem de desenvolvimento. A impressão que tive é que vários deles foram simplesmente jogados na narrativa deixando os leitores perdidos já que não tinham nenhuma informação adicional sobre esses personagens.

Perceberam que eu citei, acima, vários personagens? Pois é, de fato, são muitos personagens; uma miscelânea deles. Tantos que os leitores até se perdem durante a leitura, esquecendo alguns nomes. E sabemos que a partir do momento que um autor opta por incluir em sua trama literária muitos personagens, ele corre o risco de queimar alguns deles. O que estou tentando explicar é que nem todos os personagens ganham o desenvolvimento que merecem, ficando ali, simplesmente, jogados aleatoriamente no enredo ou então esquecidos. E foi, exatamente, isso que aconteceu com Erupção. Por exemplo, a personagem Drª Rachel Sherrill, uma botânica muito conceituada, responsável pelo Jardim Botânico de Hilo, no Havaí, que logo no início da trama descobre algo que “nada mais é” do que o plot principal da trama só aparece no prólogo; depois no decorrer da trama, seu nome é citado apenas uma ou duas vezes, e acrescente-se a isso, uma única aparição relâmpago da personagem no meio do livro. Na minha opinião, a Drª Rachel Serrill poderia ser muito mais aproveitada.

Quanto ao personagem principal da história, John Mac Gregor, além de não ter nenhum carisma, é chato de doer: mal humorado, sabichão das coisas, sem educação e teimoso. Dois outros personagens importantes pertencentes ao Exército dos Estados Unidos, não ficam atrás de Mac Gregor. Quanto a uma outra personagem que poderia contrabalancear esse lado chato de Mac Gregor e dos dois comandantes acabou morrendo no meio da trama. Já com relação aos outros muitos personagens “jogados” na história não há muito o que acrescentar.

A trama, também não me prendeu, nem mesmo nos momentos de ação perto das páginas finais. As explicações técnicas sobre vulcões quebram o ritmo já arrastado da narrativa. A obra trabalha com dois plots: a erupção do Mauna Loa, considerado o maior vulcão ativo do mundo situado no Havaí e um segredo terrível que o Exército americano guarda a sete chaves numa caverna localizada nas imediações desse vulcão. Quando o Mauna Loa entra em erupção, a lava expelida por ele pode destruir não só o Havaí, mas todo o planeta se atingir o tal segredo guardado pelo Exército americano. É aí que entra o chato do Dr. John Mac Gregor e outros personagens para tentar salvar o mundo.

Terminei Erupção no osso ou como costumo dizer: em “primeira marcha”. Se quiserem ler uma obra póstuma de Crichton, recomendo Micro; esse sim, vale a pena.

13 fevereiro 2025

Harold Robbins: um dos mestres que despertou em mim o gosto pela literatura de ficção

Harold Robbins. Hoje acordei com vontade de escrever sobre esse cara que marcou a minha geração de leitores. Saudosos anos 70 que eu vivi da melhor maneira possível: discoteca, discos de vinil, calças boca de sino, John Travolta no auge arrebentando nas pistas, e, claro, livros... livros saudosos que marcaram a minha passagem da infância para a adolescência. E posso garantir que Robbins fez parte da minha puberdade no que se refere a literatura.

Ainda me vejo fuçando camufladamente o armário guardado a sete chaves onde o meu irmão depositava todos os sábados, religiosamente, os seus tesouros. E que tesouros! Não se tratavam de joias ou diamantes, mas sim de livros, a maioria deles livros de bolso e de... adivinhem? Pensou Harold Robbins? Acertou na mosca.

Acho que o meu irmão desconfiava que o seu irmão mais novo, um molecote naquela época, já vinha “vasculhando” o seu armário sagrado e por isso fingia que esquecia a chave na fechadura. Fazia isso porque no fundo estava muito feliz que o seu mano, apesar da pouca idade, já era um devorador de livros. Demorei para chegar a essa conclusão, mas naquele momento queria apenas aproveitar o “deslize” ou “esquecimento” do meu irmão e “atacar” os seus livros.

As primeiras obras que despertaram o meu interesse foram as de Harold Robbins. Achava as capas de seus livros muito chamativas e os títulos curiosos. Depois, vinham as obras de Sidney Sheldon. Coincidência ou não, as capas de seus livros também chamavam a minha atenção. Por isso, posso dizer que aprendi a ler ficção não pelo texto, mas pelas capas das obras de Robbins e Sheldon.

O primeiro romance que li de Robbins foi a edição de bolso de O Machão. Ficava imaginando o meu irmão chegando de repente e me pegando no flagra. Galera, eu tinha 13 anos ou menos e naquela época, ler Harold Robbins era um privilégio exclusivo de alguns adultos por causa do erotismo pesado arraigado em seus enredos. Então, acho que a somatória de uma história interessante com uma leitura proibida contribuiu para que O Machão e consequentemente Robbins marcasse precocemente o início da minha vida de leitor inveterado. E vocês sabem que o nosso cérebro é uma caixa de surpresas. Às vezes, uma lembrança importante de nossa infância que estava esquecida há décadas, de repente, explode trazendo com elas um verdadeiro tsunami de emoções e saudosismo. Hoje, esse tsunami se resumiu aos livros desse controvertido autor americano. O Machão foi a porta de entrada para outras histórias como: 79 Park Avenue, A Mulher Só,  UmaPrece para Danny Fisher e por aí afora.

A falta de modéstia era um dos muitos traços marcantes da personalidade Robbins, que morreu de insuficiência respiratória no dia 14 de outubro de 1997, aos 81 anos, em um hospital de Palm Springs.

Sentimental, melodramático, pornográfico. Não foram poucos os rótulos que o autor colecionou durante a sua vida. Nem sempre se irritava com eles. Entre frases às vezes muito bem humoradas, o escritor, que vendeu mais de 750 milhões de livros, costumava se comparar a ninguém menos que Victor Hugo, Charles Dickens e Henry Miller, a quem considerava seu avô. “Minha autobiografia poderia se chamar Depois do Trópico de Câncer”, disse certa vez.

Os críticos diziam que o autor era um mestre do clichê e da prosa vulgar, além de seus personagens serem considerados brutos, simplórios e pouco inteligentes. Cara, esquece tudo isso porque dessa vez, a crítica errou feio. Porque prosa vulgar e personagens chatos não conseguem vender 750 milhões de livros. No meu caso, eu adorava os personagens de Robbins e as situações criadas pelo autor.

Seus leitores sempre estavam ávidos por novos livros, que traziam detalhes das vidas de celebridades como Howard Hughes e Marilyn Monroe, assim como outras figuras de Hollywood, socialites e milionários de Mônaco a Miami.

Os críticos diziam ainda que os seus enredos tinham descrições apelativas de sexo, além de situações de ódio, vingança, traição, ultraje; enfim, um “pacotaço” de sentimentos mais pesados do que o “mundo que Atlas segura nas costas”. Mas apesar das críticas nesse sentido, suas obras foram traduzidas em 32 idiomas.

Pois é galera, hoje a nostalgia bateu forte (rs).

08 fevereiro 2025

10 livros de faroeste que ganharam 5 estrelas dos leitores da Amazon

Estive analisando o alcance das postagens do blog através do Google Analytics e percebi que um post onde indico vários livros de faroeste para os nossos seguidores (ver aqui) é um dos mais acessados do “Livros e Opinião”. Obviamente, cheguei à conclusão que a galera que visita essa página com frequência tem uma quedinha por esse gênero literário. Por isso, resolvi escrever uma outra postagem sobre o assunto dedicada especialmente para essa tchurma.

Fiz questão de visitar o site da Amazon, considerado uma referência no que diz respeito a venda de obras literárias, e selecionei os livros de faroeste com melhores avaliações dos leitores que apreciam o gênero.

Vamos conferir? Selecionei dez livros de faroeste que foram muito bem avaliados pela galera leitora da Amazon. Anotem aí.

01 – O último homem (Jérôme Félix e Paul Gastine)

Com roteiro de Jérôme Félix e ilustrações de Paul Gastine, a novela gráfica O Último Homem foi considerado um dos maiores fenômenos dos quadrinhos europeus dos últimos anos. Público e crítica na Europa, simplesmente, amaram; e no início do segundo semestre de 2024, essa publicação antológica, finalmente, chegou ao Brasil através da editora QS Comics.

O Último Homem foi lançado por aqui em formato grande, capa dura, páginas impressas em papel offset de alta gramatura, além de extras com a incrível arte de Paul Gastine. Não preciso “dizer” que os leitores da Amazon vibraram com a publicação. Basta ver as avaliações daqueles que tiveram a oportunidade de ler o livraço de Jérôme Félix.

Félix narra a aproximação do fim da era dos cowboys. Em breve, serão os trens que levarão o gado para os matadouros de Chicago. O personagem Russel que decidiu pendurar as esporas para se tornar vaqueiro em Montana - acompanhado por Benett, um rapaz simplório de 20 anos – no caminho de volta para as suas casas, decidem parar no Saloon Sundance. No início da manhã, Benett foi encontrado morto.

O prefeito do lugarejo prefere pensar em um acidente em vez da possibilidade de ter um assassino entre seus concidadãos e expulsa Russell de sua aldeia. Mas o velho cowboy retorna à frente de um bando de bandidos para exigir a verdade sobre a morte de seu amigo. A partir daí a vingança ‘fala’ mais alto e balas começam a ser cuspidas de todos os lados.

02 – Onde os velhos não tem vez (Cormac McCarthy)

Escritor elogiado pela crítica, com os prêmios Faulkner Award, National Book Award e National Book Critics Circle Award no currículo, Cormac McCarthy apresenta em Onde os velhos não têm vez um ''faroeste sem compaixão'', que lembra os filmes de Quentin Tarantino, como comparou o jornal The New York Times.

O livro mistura ação, suspense e violência numa prosa ágil e enxuta. Ambientado nos anos 80, na fronteira do Texas com o México, a trama tem três personagens centrais: Llwelyn Moss, um caçador que acidentalmente encontra um carro com corpos crivados de bala, um carregamento de heroína e mais de dois milhões de dólares abandonados no meio do deserto; o xerife Bell, encarregado de investigar o caso; e o psicopata Anton Chigurh, contratado por um cartel para reaver o dinheiro. Quando decide pegar o dinheiro e fugir, Moss passa de caçador a caça.

A narrativa se transforma, então, em uma eletrizante história de suspense e perseguição. A maior parte do texto é narrada em terceira pessoa, intercalada com as reminiscências do xerife Bell, em primeira pessoa.

Há muitos anos fora de catálogo, a nova edição de Onde os velhos não têm vez traz de volta ao mercado uma das obras mais marcantes de McCarthy, considerado um gênio da literatura americana.

Na Amazon, o romance recebeu uma chuva de elogios dos leitores.

O livro fez tanto sucesso que em 2007 foi adaptado para o cinema pelos consagrados irmãos Joel e Ethan Coen com o título de “Onde os fracos não tem vez”.

03 – Bouncer: Primeiras Histórias (Alejandro Jodorowsky e François Boucq)

Taí mais um lançamento da editora QS Comics. Obra que repetiu o sucesso da graphic novel O Último Homem. Bouncer: Primeiras Histórias foi lançado no Brasil em abril de 2024. A obra foi produzida pelo lendário roteirista chileno Alejandro Jodorowsky e ilustrada pelo quadrinista francês François Boucq.

Bouncer é uma série de western publicada originalmente para o mercado franco-belga a partir de 2001 e que gerou até o momento 12 volumes. Esta edição brasileira reúne os sete primeiros volumes da série, publicados lá fora entre 2001 e 2009.

O livro que os leitores da Amazon cravaram cinco estrelas narra a história de um homem que decide cortar os laços com a família e deixar para trás uma vida de bandidagem e assassinatos. Para isso, ele abandona o próprio nome e adota a alcunha de Bouncer; e assim acaba nascendo uma lenda.

Como segurança do Saloon Inferno, Bouncer é responsável pela manutenção da ordem no estabelecimento que está localizado em Barro City, típica cidade do Velho Oeste, onde impera a lei do mais forte e a violência corre solta.

Ao longo da obra, Bouncer nos revela seu passado, descobre segredos do presente e impede que interesses inescrupulosos destruam o futuro de Barro City.

Um faroeste nada típico, com tragédias familiares e intrigas amorosas que mais parecem uma peça de Shakespeare. Não é à toa que a obra de Jodorowsky e Boucq se tornou um clássico moderno. O livro tem capa dura com 432 páginas e é recomendado para maiores de 18 anos.

04 – Os Irmãos Sisters (Patrick deWitt)

Taí mais uma obra de faroeste queridinha dos leitores da Amazon. Os irmãos Sisters, do canadense Patrick deWitt, se passa em 1851 e conta a violenta, trágica e atrapalhada trajetória de Eli e Charlie Sisters à procura de Hermann Kermit Warm, um homem que eles foram contratados para matar.

Os irmãos pistoleiros, famosos e temidos no Velho Oeste, deixam um rastro de sangue e destruição por onde passam. Mas, ao longo do caminho, Eli enfrenta uma crise de consciência e passa a questionar o tipo de vida que leva, o que causa inúmeros conflitos com Charlie.

Os irmãos são realmente violentos e têm as atitudes mais questionáveis — e isso gera muita revolta. Ao mesmo tempo, por mais que trapacear e matar seja fácil para eles, existe humanidade na dupla de poistoleiros, especialmente em Eli. Os leitores ficam na expectativa para descobrir qual rumo eles tomarão, se Charlie será convencido pelo irmão a mudar de vida, se o personagem Warm será encontrado e assassinado, e o que eles farão com as várias possibilidades que se apresentam ao longo do caminho.

O romance foi adaptado para os cinemas em 2018 pelo diretor Jacques Audiard e conta com Joaquin Phoenix e John C. Reily dando vida aos personagens principais.

05 – Os melhores contos de faroeste (Autores diversos)

A coletânea de histórias lançada pela José Olympio Editora em 2004 reúne 17 contos clássicos ambientados no velho oeste americano, escritos por verdadeiras feras, entre os quais: Elmore Leonard, Jack London, Stephen Crane e até mesmo Mark Twain – juro que eu não sabia que ele também tinha escrito temas de bang-bang. 

Faz parte da antologia, um dos maiores clássicos do velho oeste. Estou me referindo ao conto Um Homem Chamado Cavalo de Dorothy M. Johnson que no início dos anos 70 foi adaptado para os cinemas. O filme homônimo tinha no papel principal o saudoso ator Richard Harris (o Dumbledore de “Harry Potter”) que vivia um aristocrata inglês (John Morgan), de modos refinados, que fazia parte de uma expedição em Dakota em 1821, quando acaba sendo capturado por índios Sioux. Com o tempo, ele aprende a

respeitar a cultura dos seus captores, ao mesmo tempo em que inicia um aprendizado sobre os seus costumes. Desta maneira, o aristocrata vai ganhando, aos poucos, o respeito dos índios.

A presença dessa história em Os Melhores Contos de Faroeste chamou-me a atenção devido a sua raridade. O conto de Johnson nunca veio a ser lançado no Brasil. Ele apareceu pela primeira vez na revista Coller, em 7 de janeiro de 1950, depois foi reeditado em 1968, como uma pequena história dentro do livro Indian Country, também de autoria da escritora americana.

06 – Jesse James (Doobs e Chris Regnault)

“Quando a lenda ultrapassa a realidade, publicamos a lenda”. Essa frase vem do clássico western “O Homem que Matou o Facínora” (1952) e serve para resumir o impacto de Jesse James (1847-1882) na cultura norte-americana. O fora-da-lei é lembrado até hoje por seus roubos escalafobéticos com a gangue James-Young, compartilhada com seu irmão Frank James e situada no estado do Missouri.

Vários livros e filmes retrataram a vida desse personagem lendário do faroeste. Um dos mais elogiados, pelo menos pelos leitores do portal da Amazon, se chama simplesmente Jesse James. Trata-se de uma graphic novel com ilustrações muito caprichadas de Chris Regnault, artista francês com mais de 15 anos de experiência e que atuou em projetos como Os Grandes Clássicos da Literatura em Quadrinhos e A Verdadeira História do Faroeste. Quanto ao autor da obra chamado Doobs – isso mesmo, sem sobrenome e outras informações adicionais, mesmo após ter vasculhado muito na Internet  - o release da editora Alta Geek revela que é um autor europeu de quadrinhos. Só isso e nada mais. Apesar do autor ser praticamente desconhecido – até mesmo para o ‘Sr. Google’ –, se levarmos em conta as avaliações dos leitores da Amazon, eles adoraram a obra. Das 32 opiniões, todas elas foram positivas.  

07 – Trilogia Gatilho (Carlos Estefan)

Querem saber quantas avaliações positivas a obra antológica lançada pela Pipoca & Nanquim teve no portal da Amazon? OK; eu conto. Anotem aí: 1.549, até o dia em que escrevi esse post. Caráculas!! Nem preciso dizer o quanto essa novela gráfica de faroeste é amada pela galera.

Se você é fã de Histórias em Quadrinhos e, claro, de faroeste do tipo cavaleiro solitário que chega em uma cidadezinha do velho Oeste para se vingar de algo que lhe aconteceu no passado, então está intimado a comprar os três livros da série Gatilho. A editora Pipoca & Nanquim decidiu, em 2021, presentear os seus leitores com uma edição hiper luxuosa agregando toda a trilogia. Verdade! As três histórias em quadrinhos lançadas separadamente em 2017, 2018 e 2019 - que já estavam esgotadas em suas edições originais - estão reunidas num único volume.

Quando foi publicada em 2017, a graphic novel Gatilho chegou sem fazer muito alarde, com os seus autores - os brasileiros Carlos Estefan e Pedro Mauro - não tendo a intenção de escrever uma continuidade tanto é que o enredo foi formatado para se tornar uma história única. Mas o sucesso foi tanto que Estefan e Mauro resolveram sequenciar a aventura do pistoleiro sem nome transformando-a numa saga. Logo depois, em 2018 e 2019, foram lançados os dois próximos quadrinhos que se tornaram um fenômeno de vendas. Hoje as três histórias em quadrinhos estão esgotadas e se não fossem a Pipoca & Nanquim, os amantes de novelas gráficas, principalmente aqueles que são fãs do gênero western estariam privados de ler essas três preciosidades.

A trilogia do “pistoleiro sem nome”, composta pelos volumes Gatilho, Legado e Redenção é amplamente ovacionada por público e crítica como um dos melhores faroestes já feitos no Brasil.

A edição definitiva da editora Pipoca & Nanquim tem formato grande, com capa dura de papel linho, lombada redonda e 260 páginas em papel de alta gramatura.

08 – Todos os belos cavalos (Cormac McCarthy)

E vamos com outra obra do lendário escritor, autor do mega romance A Estrada. Desta vez, escolhi Todos os Belos Cavalos, livro de faroeste cinco estrelas na Amazon.

O enredo ambientado em 1949, foi publicado pela Editora Alfaguara em 2017. É totalmente diferente da história futurística e cataclísmica de A Estrada. Todos os Belos Cavalos é uma ode aos vaqueiros do velho oeste.  Traz cenas de travessia, de busca pela liberdade e de respeito pela natureza. É o primeiro livro da trilogia Fronteira, ganhador do Prêmio National Book.

A obra pode ser considerada um dos pilares da literatura americana contemporânea. Segundo release promocional da editora Alfaguara, o personagem John Grady Cole é o último sobrevivente de uma longa geração de rancheiros texanos. Privado da vida que ele acreditava que teria, Cole parte em uma viagem para o México com o amigo Lacey Rawlings. Encontrando um terceiro viajante pelo caminho, eles descobrem um país muito maior do que imaginavam: devastado e belo, árido e cruelmente civilizado, um lugar onde sonhos são pagos com sangue.

Todos os belos cavalos é considerado por muitos uma obra-prima de Cormac McCarthy, uma história sobre o amor, sobre o fim da infância e da inocência e sobre a sabedoria advinda da perda. O release da editora define a história como ‘uma parábola magnífica sobre responsabilidade, vingança e sobrevivência’.

09 – A filha do demônio (Mayara Cordeiro)

Este é um outro livro de faroeste muito bem avaliado na Amazon. Tive a oportunidade de ler a obra de Mayara Cordeiro e gostei muito. A Filha do Demônio conta a história de uma jovem menosprezada em sua pequena comunidade, inclusive pelos seus próprios familiares, e que sai em busca de vingança por algo que fizeram à sua mãe. A sua jornada será cheia de surpresas. Ela encontrará pelo caminho vários personagens dispostos a ajudar e outros com prazer em lhe prejudicar. 

Não quero estragar o enredo com spoilers, mas já adianto que é impossível não se apaixonar por Yanan, uma típica heroína ‘a la Sheldon’ ou então, querer fazer parte da história para moer de pancadas o FDP do Rael Amaya, um dos vilões mais cruéis que já vi num livro.

Os últimos capítulos são bem tensos com direito a duelos, tiroteios e perseguições. Os leitores ficarão com uma vontade enorme de mergulhar nas páginas para tomar partido de determinados personagens. Destaque para um reencontro que acontece no final, muito emocionante. Sem dúvida, uma excelente história de faroeste.

10 – Bravura indômita (Charles Portis)

Não imaginava que o clássico dos cinemas “Bravura Indômita” havia sido baseado em um livro. Fiquei sabendo somente no momento em que escrevia essa postagem. 

Em minhas pesquisas para preparar esse post, descobri que Charles Portis é um dos mais importantes e aclamados escritores norte-americanos e que Bravura indômita, seu romance mais famoso, foi publicado pela primeira vez em 1968 e deu origem à cultuada adaptação cinematográfica de mesmo nome, estrelada por John Wayne e que o fez ganhar seu único Oscar. Depois, em 2010, o livro ganhou uma nova adaptação feita pelos irmãos Joel e Ethan Coen com Jeff Bridges e Matt Damon no elenco. Considerado uma obra excêntrica e, sobretudo, cômica, Bravura indômita conta a história de Mattie Ross, uma menina de Dardanelle, Arkansas, que aos 14 anos decide abandonar a fazenda natal para caçar o homem que matou traiçoeiramente seu pai e roubou os seus poucos pertences. Com a ajuda de Rooster Cogburn - o mais inclemente dos agentes federais à sua disposição - e de um homem da lei texano, ela parte numa jornada em território desconhecido à procura de vingança.

Com uma incrível personalidade, a jovem protagonista tem de enfrentar homens violentos e a própria inconstância de seus aliados. Sua obstinação, no entanto, tem a capacidade de enfraquecer toda e qualquer resistência ao seu redor.

A obra teve 57 avaliações de leitores da Amazon, todas positivas. Por isso, com certeza, vale a pena compra-la.

Taí galera, amante dos enredos de faroeste; espero que tenham apreciado a nossa lista e que ela os ajude no momento em que decidirem comprar qualquer livro do gênero.

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