26 fevereiro 2016

“A Profecia” vira série de TV. “Damien” estréia no canal A&E no início de março

Prometo que serei econômico nas palavras já que estou chegando neste exato momento do trabalho, ‘meio assim’... esgotado, com as baterias descarregadas. Man, man e man; posso garantir que não foi um dos meus melhores dias, com chiliques e tremeliques de um dos ‘supostos’ chefes que, acho, estava pra lá de possesso, hoje. O sujeito estufou o peito e soltou cobras e lagartos na redação. Coisa do tipo: #$%@#$%¨$@! Sobrou pra todo mundo: jornalistas, editores, locutores, secretária, faxineira, copeira, enfim, qualquer pobre coitado que cruzasse o seu caminho.
Por isso, quero mais é esfriar a cabeça, tomar uma ducha da hora, ler um bom livro e quem sabe, depois, se o sono deixar, assistir a um dos capítulos de Arquivo X, um de meus seriados favoritos.
E por falar em seriado, vamos direto ao assunto: o livro “A Profecia” de  David Seltzer vai virar uma série de TV chamada “Damien” que será exibida pelo canal A&E. O tal do Damien, aquele menininho para lá de maldito, será vivido pelo ator Bradley Jones, o Merlin do seriado da BBC One.
A boa noticia é que o produtor da série será Glen Gazarra que foi um dos responsáveis pelo sucesso de “The Walking Dead”. “Damien” será uma continuação da história do Anticristo que foi contada no filme de 1976 e no remake de 2006 baseados no livro de Seltzer. No original, o garoto Damien é secretamente adotado após sua mãe morrer durante o parto. Na série, já adulto, ele precisa encarar o fato de ser o Anticristo.
Mazzara escreve os roteiros e também ficará a cargo da produção-executiva. Em comunicado, o canal diz que Mazzara reimagina Damien "como um anti-herói sombrio e romântico". A primeira temporada terá seis episódios.
Ah! Sabem a Barbara Hershey? Aquela de “Supernatural”? Pois é; ela também está no elenco e viverá a mulher mais poderosa do mundo que tem a missão de garantir que o anticristo Damien siga o seu destino.
Quanto ao livro, está em minha estante e pretendo lê-lo brevemente; mas amigos que já devoraram as suas páginas amaram.
Ah! Com certeza, você deve estar perguntando quando será a estréia do seriado na A&E. Ok, eu respondo. Será no dia 07 de março próximo.

Fui!

23 fevereiro 2016

10 livros de terror fantásticos que se tornaram filmes antológicos

No post de hoje decidi fazer uma lista de livros de terror famosos que renderam filmes inesquecíveis. Neste caso, tanto escritor quanto roteiristas foram competentes ao máximo. É triste quando alguns ‘roteiristas açougueiros’ de grandes ou pequenos estúdios mutilam o enredo de um livro considerado uma verdadeira obra prima. Agora, transformar um livro ruim num enredo supimpa, acredito que seja bem mais difícil.
Mas vamos ao que interessa: o top list dos 10 livros antológicos de terror que foram adaptados para os cinemas com muita competência. Resultado: filmes, também, antológicos.
01 – O Exorcista (William Peter Blatty)
Livro fenomenal. Filme estupendo. Falar o quê mais da obra literária de William Peter Blatty e da produção cinematográfica de William Friedkin? Cara, “O Exorcista” conseguiu a façanha de vender 13 milhões de cópias em todo o mundo, transformando-se num dos livros mais impactantes e polêmicos de todos os tempos. Quanto ao filme, pode ser considerado o melhor do gênero de todo o século. Tanto é que até agora, não surgiu nenhum outro para destroná-lo.
O início do livro já cria um clima assustador, mostrando o trabalho em vão de médicos, psiquiatras e psicólogos em tentar descobrir a estranha doença de  Regan, uma menina de apenas 12 anos. Logo de cara, o leitor já vai se preparando para a “carga pesada” que está por vir, ou seja, o famoso embate entre o bem e o mal,  representados na história pelo demônio Pazuzu (que possui a alma de Regan) e os padres Merlin e Damien Karras.
Nos cinemas, as cenas de Reagan descendo a escadaria de sua casa imitando uma aranha e a virada de 360 graus em seu pescoço durante a sessão de exorcismo deixaram muitos expectadores histéricos.
Fantásticos livro e filme.
02 – A Casa Infernal (Richard Matheson)
Assisti “A Casa da  Noite Eterna” quando tinha 12 ou 13 anos. Gostei tanto que acabei adquirindo o VHS e posteriormente o DVD , o qual continuo assistindo após muitos anos. O filme é uma aula sobre o gênero ‘casa mal assombrada’. Vou mais além, acredito que a produção cinematográfica de 1973 foi a pedra filosofal sobre o tema, já que tudo começou ali. Muitos outros filmes de terror produzidos em anos posteriores utilizaram “A Casa da Noite Eterna” como referência.
A produção do diretor John Hough, que teve nos papéis principais Roddy Mc Dowall, Pamela Franklin e Clive Revill foi baseada no livro “A Casa Infernal” de Richard Matheson escrito em 1971.
Livro e filme tem poucas diferenças. No enredo, um milionário excêntrico quer comprovar a existência de vida após a morte. Para isso, ele financia um estranho e perigoso projeto no qual uma equipe de cientistas formada por quatro pessoas deve passar alguns dias isolada num antigo casarão conhecido como mal assombrado. Se aceitarem o desafio, cada um dos participantes receberá 100 mil libras.
A “Mansão Belasco”, palco da experiência, é considerada a o Monte Everest das casas mal assombradas. Há 40 anos, ela se mantém imponente, desfiando todos aqueles que tentam decifrar os seus segredos. Nesse período houve duas tentativas de investigá-la, uma em 1931 e outra em 1940. Ambas foram desastrosas. Oito dos mais renomados pesquisadores de fenômenos paranormais do mundo envolvidos nessas tentativas foram mortos, cometeram suicídio ou enlouqueceram. 
E agora, chegou a vez dessa nova equipe investigar o local. Tanto o livro quanto o filme são impressionantes. Sustos, atrás de sustos e com um final surpreendente.
03 – O Iluminado (Stephen King)
Stanley Kubrick remexeu em toda a essência do romance de Stephen King. Ah! Em toda a essência e também nas características dos personagens. Resumindo: mudou toda a estrutura do romance lançado em 1977. Por isso mesmo, o filme de 1980 se tornou uma espécie de “me ame” ou “me deixe” o que não o impediu que ganhasse o status de cult em todo o mundo.
Não é segredo para nenhum dos leitores que acompanham de perto a carreira de King que ele detesta o filme de Kubrick. “Não é o meu livro e não é um bom filme, para mim. É todo estilo e nenhuma substância”.
É meu amigo! Sem tirar uma vírgula, essas foram as palavras exatas do mestre do terror e suspense numa de suas recentes entrevistas.
Bem, independente da opinião do grande King, a verdade é que o filme ‘bombou’ (no bom sentido) em todos os cinemas de norte a sul nos países onde foi exibido. Quanto ao livro, dispensa comentário. Foi um dos maiores sucessos do escritor.
A obra literária dá maior atenção ao desenvolvimento psicológico de Jack Torrance, o patriarca da família que vai morar com o filho Danny e a esposa num hotel isolado no meio de nada. O leitor vai descobrindo aos poucos e sequencialmente todos os meandros da mente do pai que se revela um alcoólatra com graves problemas psicológicos.
Também mergulhamos, gradualmente, na mente de Danny. É saboroso ir virando as páginas e familiarizando-se com os poderes paranormais do garoto.
Já no filme: Buuuummmmm!! O terror psicológico inicial some e os cinéfilos ficam sem saber o que irá acontecer na sequencia. Com isso, cada tomada de cena é uma surpresa, já que a família Torrance é introduzida no Overloque Hotel do nada e só depois é que o ‘nada’ vai se esclarecendo.
Não sei se fui claro, mas é isso que acontece na produção de Kubrick. Independente dos erros e acertos existentes no livro e no filme; ambos fizeram o maior sucesso.
04 – Drácula (Bram Stoker)
O livro de Bram Stoker foi adaptado para os cinemas várias vezes. Algumas adaptações bagaceiras, outras meia-bocas e em raras exceções: clássicos. Incluo nessas raras exceções os filmes de 1931 com Bela Lugosi, o de 1958 com a dupla Christopher Lee e Peter Cushing e a elaboradíssima produção de 1992 com Gary Oldman.
Quanto a obra literária de Stoker, publicada em 1897, dispensa comentários. O que dizer de um livro que ainda é editado após séculos, quebrando todas as barreiras do tempo?
O autor se inspirou em relatos do folclore romeno sobre o nosferatu e na saga do Príncipe Vlad III Drakulea, cavaleiro da Ordem do Dragão que havia jurado a proteção do Cristianismo e a defesa armada das fronteiras da Europa contra o movimento de expansão islâmica liderado pelos Turcos Otomanos no século XV. Vlad ficou conhecido pelo modo abominável como tratava seus inimigos.
O enredo no formato de epístolas se passa no final do período vitoriano (1837-1901) e traz um jovem advogado, Jonathan Harker, que tem como objetivo ir ao castelo do Conde Drácula e ajudá-lo a comprar uma propriedade em Londres.
Quando Harker chega ao castelo... Mama mia!! A ‘coisa fica feia!”. Sobra até para a sua noiva Mina. Depois disso, só mesmo os conhecimentos do professor Van Helsing para tentar mandar o conde de volta para as profundezas do inferno.
As epístolas escritas por Harker e pelo capitão Demeter foram aquelas que mais mexeram comigo. De fato, são de arrepiar. Tanto é, que há algum termpo, escrevi um post só para elas (conferir aqui).
O livro e os três filmes que citei são obrigatórios para os fãs do gênero.
05 – Deixa Ela Entrar (John Ajvide Lindqvist)
Depois de “Drácula de Bram Stoker’, “Deixa Ela Entrar” é o melhor livro de vampiros de todos os tempos. O autor sueco John Ajvide Lindqvist estava inspirado quando escreveu a história de Eli e Oskar.
Ao contrário do lendário Conde Drácula, o personagem criado por Lindqvist: a vampira Eli, é completamente ambígua, despertando a cada página, a curiosidade do leitor. Eu ficava ansioso para saber quais seriam as suas atitudes ao longo história. Tipo se ela iria fazer algo bom ou maquiavélico, já que ao mesmo tempo em que Eli amava, minutos depois, matava ou então após um abraço inocente de criança carente, vinha a catracada na veia jugular da vítima. Já o conde Vlad idealizado por Stoker é a
imagem do próprio mal. Desde a sua primeira aparição nas páginas de ‘Drácula’, o leitor já percebe que o sanguessuga vai aprontar poucas e boas, pois vive no mal, respira o mal e ama o mal.
Já com Eli, o espírito do mal definitivo cede lugar para a ambigüidade. A vampira de “Deixa Ela Entrar”, mostra inúmeras facetas, entre as quais: de criança inocente, abandonada à mercê de um pedófilo e também a de vampira maléfica, pronta para devorar as suas vítimas.
Do livro saíram duas adaptações para os cinemas – 2008 e 2010 – e por incrível que pareça, as duas foram fantásticas. O filme sueco de 2008 foi uma sensação internacional, recebendo rasgados elogios da crítica. Dois anos depois teríamos a refilmagem americana que contrariando todas as expectativas, conseguiu se igualar ao seu antecessor.
06 – Frankenstein (Mary Shelley)
Mary Shelley escreveu Frankenstein para participar de um concurso de histórias de terror onde competiu com grandes nomes da literatura universal. Ela redigiu uma das mais impressionantes histórias de horror de todos os tempos. E é claro, venceu o concurso, superando outros autores, na época, muito mais experientes.
Basicamente, a trama gira em tono de um cientista chamado Victor Frankenstein que se dedica criar um ser humano gigantesco, sacrificando o contato com a família e a própria saúde, e após dois anos obtém sucesso. Porém, Victor enoja-se com sua criação, e abandona-a, fugindo.
Depois de um tempo, o cientista descobre o mal que causou a si mesmo e também as pessoas próximas, pois a aberração criada por ele foge e começa a destruir todas as coisas e pessoas que Victor mais ama em sua vida.
“Frankenstein”, á exemplo de “Drácula de Bram Stoker”, ganhou muitas versões cinematográficas, mas apenas duas se salvaram: “Frankenstein” (1931) com a atuação impecável de Boris Karloff como o monstro, que lhe rendeu muitos prêmios e elogios e “Frankenstein de Mary Shelley” (1994) do diretor Kenneth Branagh, considerada a versão mais fiel da obra de Shelley. As atuações de Robert De Niro e Branagh como criatura e criador, respectivamente, também merecem elogios.
07 – O Bebê de Rosemary (Ira Levin)
Os filmes de Roman Polansky sempre foram polêmicos. Cultuados, mas jamais unanimidades. Com “O Bebê de Rosemary” não foi diferente. A produção de 1968 com Mia Farrow e John Cassavetes ao mesmo tempo que recebeu elogios de crítica e publico, também foi esmagada por parte dessa mesma crítica e público. Alguns consideraram o filme uma verdadeira obra de arte no gênero terror psicológico, outros consideraram-no ridículo: sem medo e sem emoção, além de um roteiro fraquíssimo.
O livro escrito por Ira Levin, ao contrário do filme, agradou a gregos e troianos na época de seu lançamento em 1967. Muito elogiado e vendendo horrores, não haveria outro caminho a seguir, senão a compra de seus direitos para uma adaptação cinematográfica.
No enredo de Levin, os recém-casados Rosematy e Guy Woodhouse alugam um apartamento em antigo prédio de Nova Iorque e organizam suas vidas com pequena ajuda dos vizinhos Minnie e Roman Castevet. Guy é ator e luta por um papel de destaque, enquanto Rosemary decora com ar mais alegre o apartamento onde
anteriormente foi cometido um crime. Guy consegue um papel graças a um acidente com o ator titular e, logo depois, Rosemary tem um pesadelo no qual é possuída pelo demônio. Passado algum tempo, Rosemary descobre que está grávida e é tratada por Minnie e o médico desta, Dr. Sapirstein com vitaminas especiais. Fatos estranhos levam Rosemary a desconfiar que todas estas pessoas estão envolvidas com magia negra, começando a suspeitar que o marido, um ator que, literalmente, venderia a alma ao diabo para conquistar o sucesso, mantém ligações perigosas com vizinhos praticantes de bruxaria, que desejam possuir o filho dela que vai nascer.
08 – Horror em Amityville (Jay Anson)
O livro publicado em  1977 e que se tornou um grande sucesso editorial - com mais de três milhões de cópias vendidas - também serviu de inspiração para várias adaptações cinematográficas. A melhor de todas foi “Cidade do Horror” exibida em 1979. Tanto livro quanto o primeiro filme arrepiam.
O enredo escrito por Jay Anson foi baseado em fatos reais e narra os eventos sobrenaturais vividos pela família Lutz que se mudou para uma residência maligna que parecia ter vida própria.
No dia 18 de dezembro de 1975 um casal jovem com três filhos muda-se para uma bela e enorme casa situada na Avenida Ocean 112, em Amityville, Nova Iorque, EUA. Vinte e oito dias depois eles fugiram aterrorizados, abandonando praticamente todos os seus bens, alegando a existência de entidades malignas assombrando a casa. Vale lembrar que um ano antes, na mesma casa, havia acontecido um assassinato brutal.
Nem mesmo um padre conseguiu ajudar, pois ao tentar benzer a residência, foi ameaçado por uma voz que ordenou que ele saísse imediatamente.
09 – Psicose (Robert Block)
Livro e filme são dois verdadeiros clássicos. A obra escrita por Robert Bloch ganhou as telas de cinema em 1960, dirigido pelo mestre do suspense Alfred Hitchcock. O personagem Norman Bates, interpretado nas telas por Anthony Perkins teve como inspiração Ed Gein, mais conhecido como o “Assassino de Wisconsin. A cena do assassinato no banheiro se tornou um verdadeiro ícone, servindo de referência para outros filmes e até mesmo peças publicitárias.
O enredo de Block conta a história de Marion Crane que rouba 40 mil dólares para se casar. Durante a fuga, erra o caminho e vai parar num velho motel, onde é amavelmente atendida pelo dono, sem perceber que se trata de um perigoso psicopata atormentado pelo fantasma de sua mãe controladora.
O filme que custou US$ 800 mil, conseguiu arrecadar US$ 50 milhões nas bilheterias de todo o mundo, tornando-se um clássico. Quanto ao livro, foi sucesso de vendas e mesmo após cinco décadas, continua ganhando novas edições. A mais recente foi lançada pela editora Darkside.
10 – Angústia (Misery) (Stephen King) 
O livro Angústia de Stephen  King, lançado em 1987, é um dos mais pesados do autor no estilo terror psicológico. Daqueles que faz jus ao título, já que a sua leitura deixa qualquer leitor angustiado. E como!
King criou uma vilã horripilante, a verdadeira essência da maldade: Annie Wilkes, uma psicopata capaz das piores crueldades para atingir o seu objetivo.
Em “Angústia” ou “Misery”, um famoso escritor de romances chamado Paul Sheldon tem sua vida transformada em um pesadelo sem fim, quando em uma terrível nevasca perde a direção do carro e sofre um acidente horrível, quebrando uma perna, deslocando a bacia e esmagando o joelho. Mas o pior ainda estava por vir. Pois ele é ajudado por sua fã nº 1, a enfermeira Annie Wilkes, que o  colocará em cárcere privado, submetendo-o a uma série de torturas. O motivo? Ela descobre que Sheldon resolveu matar sua personagem preferida, Misery Chastain. Por isso, ela decide usar todos os recursos possíveis para mantê-lo aprisionado e sofrendo, até que o seu “paciente” reescreva a história da maneira que ela julgue correta.
O livro foi adaptado para os cinemas em 1990 com o nome de “Louca Obsessão” e teve nos papéis principais: James Caan como Paul Sheldon e Khaty Bates como a psicopata Annie Wilkes. Aliás, Bates deu um verdadeiro show de interpretação o que lhe valeu o Oscar de melhor atriz.


19 fevereiro 2016

No Coração do Mar

“No Coração do Mar” do historiador Nathaniel Philbrick é um livro estritamente jornalístico, à exemplo de “A Tormenta: Ahistória real de uma luta de homens contra o mar”, de Sebastian Junger. Por isso, se você estiver a fim de ler uma versão romanceada do famoso naufrágio do navio baleeiro Essex, no século XIX, absolutamente esqueça. Se bem que eu ache muito difícil qualquer leitor – mesmo aqueles que não apreciem o gênero – abandonar o livro no início da leitura. O enredo é uma teia de aranha e te prende logo no prefácio. Depois... você não consegue mais escapar.
Logo de cara, o autor já adianta o final da história, ao contar como foi o resgate de dois sobreviventes do naufrágio que permaneceram três meses perdidos no meio do Oceano Pacífico. Pelo relato, já nas primeiras páginas, o leitor tem uma noção do que irá encontrar no decorrer da obra. A leitura, meu amigo, é do tipo ‘trucão’ com direito a canibalismo, jogo da sorte pra decidir quem morre para ser devorado, beber a própria urina para matar a sede, comer ‘craca’ das madeiras de barco ou então cozinhar entranhas de tartarugas em seu próprio casco para amenizar a fome descontrolada e animal.
Os oito, dos 21 tripulantes do Essex, que sobreviveram passaram por uma verdadeira via crucis.
A estrutura narrativa de “No Coração do Mar” é, basicamente, dividida em seis momentos: a história da ilha de Nantucket, localizada na costa leste dos Estados Unidos, considerada no século XIX como a capital baleeira do mundo. A apresentação dos 21 tripulantes do Essex. O ataque do cachalote de 26 metros que afundou o baleeiro. A luta pela sobrevivência em alto mar da tripulação que se dividiu em três botes. O resgate dos oito sobreviventes (cinco nos botes e outros três que optaram por ficar numa ilha deserta, perdida no meio do Pacífico). E, finalmente, o destino dos sobreviventes após alguns anos da tragédia.
Em vários momentos, a leitura se torna angustiante. Cara, imagine você perdido no meio do Oceano Pacífico, dividindo o espaço de um bote minúsculo com outras pessoas? Quer mais? Ok, lá vai: enfrentando, ainda, um sol escaldante ou então vendáveis com raios, trovões e ondas enormes capazes de virar a sua frágil embarcação a qualquer momento. Dureza heimm?!
Philbrick narra os limites de sobrevivência enfrentados pelos marujos do Essex em meio as águas geladas do Pacífico. O primeiro grande desafio  foi a fome. A pouca comida resgatada proporcionava apenas 500 calorias para cada um dos 21 tripulantes divididos nas três minúsculas baleeiras.
O próximo martírio foi a sede. “A violência da sede delirante não encontra paralelo no catálogo das calamidades públicas”, observou Owen Chase – o primeiro imediato do Essex - na época. Resultado: gargantas irritadas, saliva grossa e língua inchada. Pouco mais de 20 dias depois, a solução foi beber a própria urina.
Quando a fome atingiu níveis incontroláveis, a saída foi comer os cadáveres daqueles que morreram por inanição. Lembrando que antes da falta de alimentos, os mortos eram jogados no mar.
Não demorou muito para o desespero atingir níveis ainda maiores. Diante da absoluta falta de comida, decidiu-se fazer uma espécie de votação para definir quem seria o próximo a servir de alimento aos sobreviventes. Para saber quem seria o eleito, eles tiravam a sorte como num jogo de cartas ou palitos. Enfim, uma verdadeira roleta russa macabra.
Philbrick mescla em sua narrativa, depoimentos dos cinco sobreviventes - principalmente do capitão do Essex, George Pollard Jr.; do 1º Imediato, Owen Chase e do camareiro, Thomas Nickerson – com informações técnicas relacionadas a tragédia.
Mais do que uma aventura, a tragédia desses homens – alguns ainda adolescentes, na época – desafia o leitor a refletir sobre a capacidade de resistência do espírito humano diante de adversidades insuperáveis.

Enfim, uma leitura obrigatória para aqueles que quiserem conhecer detalhes sobre o naufrágio mais comentado do Século XIX.

16 fevereiro 2016

Vírus

Às vezes acontecem ‘coisas’ inexplicáveis na vida de um leitor e por mais que você tente encontrar uma explicação... não consegue. Veja o meu caso. Li um único livro de Robin Cook. Simplesmente, adorei. Livraço. Apesar de ter devorado todas as páginas, nunca mais li qualquer outro livro do autor. Pelo menos até agora. Será que aqueles resumos de contracapa não me atraíram? Será que me deixei influenciar por críticas negativas de algumas de suas obras? De fato, não sei; e nem quero saber.
Hoje, o que eu quero meeessssmo é ‘falar’ de “Vírus”, o livro de Cook que me conquistou. Na época de seu lançamento, 1988, o vírus Ebola – descoberto em 1976 – era o grande ‘bicho-papão’ do momento, engolindo outras pragas tão mortais quanto ele. Aproveitando a onda, o autor acabou decidindo usar o Ebola como o astro principal de seu 7º romance. Ponto para ele porque acabou criando um enredo que é puro suspense: não só devido ao conhecido vírus, mas também por causa do carisma de uma personagem s-e-n-s-a-c-i-o-n-a-l: Drª Marissa Blumenthal. Caraca! Apaixonei-me por ela. A personagem desenvolvida por Cook, fez tanto sucesso que voltaria a protagonizar outro romance, três anos depois, chamado “Sinais Vitais”.
A Drª  Blumenthal é bonita, sedutora, educada, inteligente e perspicaz. Putz! Quem não sonha com uma mulher dessas?!
Em “Vírus”, a pesquisadora luta para desmascarar uma conspiração que pode colocar em risco a vida de milhares de pessoas.  Tudo começa na África quando um médico morre de uma doença misteriosa. Logo em seguida, também morre um grande numero de africanos com sintomas semelhantes. Depois de algum tempo, várias pessoas começam a morrer em um centro médico de Los Angeles de um vírus misterioso e devastador. O contágio vai avançando como um rastro de pólvora.
A Drª Blumenthal do CDC (Centro de Controle de Doenças) começa a investigar a doença, a fonte de contágio e a cura para um vírus que, até então, estava restrito apenas à laboratório de pesquisa.
A médica tem agir logo, antes que o Ebola ganhe as ruas e comece a contaminar as pessoas, fazendo com que a epidemia fuja totalmente do controle das autoridades de saúde, o que teria resultados devastadores.
Numa situação tão dramática como esta, a médica, a cada passo dado, irá descobrir que há, por entre os seus superiores, pessoas interessadas em que a verdade não apareça.
O estilo fluido de Cook faz com que o leitor não leia, mas devore a história. A conspiração vai sendo desvendada aos poucos, num artifício muito bem utilizado pelo autor que não joga numa ‘lapada só’ tudo na cara do leitor quebrando, assim, o suspense. Até as páginas finais, você não tem noção do que as pessoas envolvidas desejam com a liberação do vírus.
O final é surpreendente. Li as últimas páginas num impulso só.

Valeu a pena!

14 fevereiro 2016

“No Coração do Mar”: A história real do ataque de uma baleia que inspirou a criação do romance Moby Dick

Estou terminando a leitura de "No Coração do Mar" de Nathaniel Philbrick, a história real que inspirou o antológico romance "Moby Dick" de Herman Melville. A obra é um relato jornalístico 'recheado' de depoimentos dos sobreviventes de uma das mais angustiantes tragédias marítimas do século XIX: o naufrágio do baleeiro Essex e a luta pela sobrevivência de sua tripulação. No final, os poucos sobreviventes foram obrigados a conviver - pelo resto de suas vidas - perturbados psicologicamente por lembranças aterradoras.
Nunca se imaginava que uma baleia pudesse atacar um navio. Em 1820, porém, o baleeiro Essex foi abalroado por um cachalote enfurecido e afundou rapidamente. Os marujos reuniram o que puderam em três botes e, durante três meses, navegaram milhares de milhas pelo Pacífico, em busca de salvação. Os rigores da natureza, a fome e a sede lhes impuseram sofrimentos atrozes e os levaram aos extremos da loucura, da morte e do canibalismo.
Segundo relato do capitão do baleeiro Dauphin, que avistou um dos botes com dois sobreviventes do Essex, a cena dantesca observada por ele permaneceria na sua memória e de toda a tripulação pelo resto de suas vidas.
Primeiro, viram ossos – ossos humanos – espalhados pelas bancadas e pelo chão, como se o bote fosse a toca, em alto-mar, de alguma fera devoradora de homens. Em seguida, viram dois sobreviventes encolhidos nas extremidades opostas do barco, a pele coberta de chagas, os olhos salientes nas cavidades de seus rostos descarnados, a barba convertida em uma pasta pelo sal e pelo sangue. Eles chupavam o tutano dos ossos dos companheiros de bordo mortos.
Como já disse, o naufrágio do Essex foi um dos desastres marítimos mais famosos do século XIX. Quase todas as crianças nos Estados Unidos liam a respeito na escola. Foi o acontecimento que inspirou a cena culminante do romance Moby Dick de Melville.
Mas o momento em que o romance de Melville termina – o naufrágio do navio – foi apenas o início da história do verdadeiro desastre do Essex.
Philbrick esmiúça a história da tripulação do baleeiro num relato jornalístico que, de fato, prende a tenção do leitor.
Estou terminando a leitura do livro e brevemente estarei postando a resenha no blog.

Aguardem.

13 fevereiro 2016

Goldfinger

Livro lançado pela BestSeller em 1965
Comprei “Goldfinger” num sebo, já que a obra de Ian Fleming, na época, estava esgotada e sem nenhuma previsão de relançamento por parte de alguma editora. Hoje o panorama mudou, já que o título foi relançado em 2013 pela Alfaguara e ainda pode ser encontrado com facilidade em qualquer livraria ou sebo.
Fiquei muito feliz ao ter fisgado a edição capa branca da BestSeller lançada em 1965: uma verdadeira preciosidade. O livro, a exemplo do filme, é muito bom e devorei as suas páginas em pouco tempo.
Acho “Goldfinger”, juntamente com “Dr. No”, “Moscou Contra 007” e “Viva ou Deixe Morrer” os melhores de toda a série original escrita por Fleming.
A maioria dos posts que li comparando livro e filme são quase unânimes em afirmar que não há muita diferença entre eles, com os roteiristas da produção cinematográfica de 1964 optando por manter as características do romance escrito por Fleming.
Eu concordo com essa colocação, mas até certo ponto. De fato, o enredo do livro se parece muito com o roteiro do filme, mas o pouco do livro que não faz parte do filme, faz com que o livro se torne muito melhor do que filme.  Viche! Acho que promovi um festival de redundâncias por aqui! Mas, paciência, esta foi a melhor maneira que encontrei para explicar que por mais que se pareçam, o livro sempre irá superar o filme com Sean Connery.
Para começar, a Pussy Galore do cinema – vivida pela competente Honor Blackman –
Edição mais recente lançada pela Alfaguara
não chega aos pés da Pussy Galore das páginas. Apesar de viver numa época cheia de preconceitos e tabus – principalmente sexuais – Fleming foi ousado ao criar uma personagem declaradamente lésbica. Ele foi ainda mais longe ao incluir no enredo um relacionamento homossexual entre duas mulheres. A Galore idealizada por Fleming é o máximo. Tão ousada quanto o seu criador. Ela domina todos os trechos do enredo onde aparece.
Os diálogos entre a personagem e James Bond são imperdíveis. Bem que no início, o agente inglês ainda tentou jogar o seu charme e conversa fiada para cima da ‘moça’, mas dançou bonito.
Deixando de lado as suas preferências sexuais, Galore é uma personagem carismática ao extremo, daquelas que conquista os leitores logo de cara pela sua força, coragem e sinceridade, mesmo sendo uma ladra pertencente ao time de capangas do vilão, mas que no final acaba trocando de lado.
Toda essa complexidade da personagem foi podada nas telas. Com medo de ousar, os produtores decidiram amenizar – e muito -  o homossexualismo de Galore, matando assim, toda a sua essência, ambigüidade e consequentemente o interesse do cinéfilo.
Outro momento marcante do livro completamente modificado no filme foi o confronto entre 007 e a montanha de músculos chamada Oddjob, o guarda-costas de Auric Goldfinger. Nas telas, o confronto acontece no interior do Fort Knox, onde o grandalhão morre eletrocutado ao tentar retirar o seu ‘chapéu voador’ com aba de navalha que havia ficado grudado num cabo de alta tensão. Nas páginas, o ‘pega-pra-capá’ é muito mais tenso, já que acontece no interior de um avião em pleno vôo.
Honor Blackman como Pussy Galore no filme 007 Contra Goldfinger
Fleming descreve uma luta de tirar o fôlego, só decidida no último momento.
Quanto aos diálogos entre Bond e Goldfinger durante uma partida de golfe que muitos acharam cansativos no livro; eu simplesmente, os devorei. Eles exprimem toda a tensão existente entre os dois rivais; tensão que vai aumentando a cada novo lance e troca de palavras entre os rivais. Portanto, o que se passa rapidamente nas telas, acaba sendo amplamente detalhado no livro.
A participação do agente da Cia, Felix Leiter, no clímax final da história é outro trecho imperdível da obra. Sou fã do cara nos livros. Ao contrário daquele Félix chato e sisudo dos cinemas interpretado por Jack Lord, o personagem das páginas é gozador ao extremo e dono de um humor ácido.

Cara, com certeza, o filme é muito bom, mas o livro é melhor. E como é!

10 fevereiro 2016

Novo livro da série Maze Runner será lançado em setembro

 Cara, a crítica especializada ou então, aqueles leitores que abominam distopias (como é o meu caso) podem torcer o nariz, excomungar, rosnar e até mesmo cuspir fogo ou marimbondos, mas uma coisa terão que engolir: Tanto os livros quanto os filmes da saga “Maze Runner” conquistaram milhões de pessoas em todo o mundo. Não importa se esses leitores ou cinéfilos são teens, a verdade é que as livrarias e os cinemas estão sendo ‘invadidos’ por uma horda de fãs sedentos em busca de novas peripécias de
Thomas, Tereza e Cia.

E agora para delírio dessa galera, o autor James Dashner confirmou para 2016 o lançamento do 6º livro da saga. “The Fever Code” (Código da Febre, na tradução literal) será um prequel que se passa entre “Ordem de Extermínio” e “Correr ou Morrer”
O enredo abordará a história de Thomas e Tereza na época em que eles trabalhavam para o Cruel, além de acompanhar a juventude dos clareanos e tudo o que os levou a entrarem no labirinto.
E para aqueles fãs da saga que ainda estão com um pé atrás quanto ao lançamento da obra, eu digo pra relaxarem, já que o autor confirmou – desde o ano passado - a vinda do novo livro em seu blog. Confiram o que ele disse:

“The Fever Code”: Caso você ainda não ouviu falar, anunciamos este livro faz alguns meses. É mais um prequel de Maze Runner, ou como minha mãe gosta de chamá-lo, a “sequência do prequel”. Embora o feedback sobre “Ordem de Extermínio” seja muito positivo, eu poderia dizer que muitos de vocês queriam outro livro, mergulhar nos personagens que todos se apaixonaram em primeiro lugar como Thomas, Minho, Newt, Chuck, Alby, Teresa, e o resto. Este livro vai ser exatamente o que você pediu. Você vai ver tudo dos bastidores, indo até Thomas entrar no labirinto. Você pode achar que sabe de tudo. Você não sabe. Prepare-separa ser surpreendido. Eu vou estar escrevendo esse livro ao longo dos próximos meses e ele vai sair em 2016.

O 6º livro da saga Maze Runner deve chegar as livrarias da ‘Terra do Tio Sam’ em setembro próximo. Ainda não se sabe se o livro será lançado no Brasil no mesmo período.
Tudo bem que eu não goste de distopias, mas não posso negar que tanto os filmes quanto os livros da série Maze Runner se tornaram uma verdadeira febre mundial. Da mesma forma que aconteceu com “Jogos Vorazes” de Suzanne Collins.
Fazer o que? (rs)

07 fevereiro 2016

O Homem do Revólver de Ouro

Sabem aquela história da água e do óleo que jamais se misturam? Entonce, a mesma prática se aplica ao livro “O Homem do Revolver de Ouro” e ao filme “007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro”. Os roteiros de ambos são distintos ao extremo. Como já escrevi num post anterior, os produtores e roteiristas do filme mandaram as favas o contexto da obra literária de Ian Fleming. Acho que eles disseram: “Olha, vamos aproveitar só parte do nome da obra; o resto, a gente inventa”. E até que inventaram um filme ‘meia-boca’ com Roger Moore vivendo James Bond pela segunda-vez.
No filme, Francisco Scaramanga dá uma de galo de briga e chama 007 para o terreiro com a intenção de descobrir quem é o “Rei do Gatilho”. Para isso, ele envia uma bala dourada, calibre 42 com a inscrição 007 à sede do Serviço Secreto Britânico. Com a ameaça feita à seu principal funcionário, “M” sugere a Bond que tire férias. O agente sabe, porém, que a chance de ser morto é grande e que tem apenas uma alternativa para virar o jogo a seu favor: encontrar antes o vilão. Durante a caçada, ele descobre que Scaramanga roubou uma estranha engenhoca que produz células de energia e que poderá vir solucionar o problema da falta de petróleo. Fica evidente que o vilão quer usar essa máquina para destruir Bond. 
Achei o enredo do filme apenas regular, meio bobinho; ao contrário do livro que é fodasticamente sério e tenso. A obra de Fleming funciona como continuação de “A Morte no Japão”, onde um ano depois de James Bond desaparecer durante a missão naquele País,  é dado como morto. Em seguida, um homem que se diz ser Bond, aparece em Londres para se encontrar com M. Após alguns exames e interrogatórios, a identidade do agente secreto é confirmada, mas, durante sua entrevista de balanço com M, 007 tenta matá-lo com uma pistola de cianeto, mas a tentativa falha.
Então, o Serviço Secreto Britânico logo descobre que depois da destruição do castelo de Blofeld no Japão, Bond sofreu um ferimento na cabeça, ficando com amnésia subseqüente. Tendo vivido como um pescador japonês durante vários meses, 007 viajou para a União Soviética afim de saber a sua verdadeira identidade. Mas, ele acaba sofrendo uma lavagem cerebral e é mandado de volta à Inglaterra para matar M.
Após passar por um processo contrário à lavagem cerebral, é dada à James Bond uma chance de provar seu valor como um membro da seção “00″. “M” lhe atribui uma missão na Jamaica aparentemente impossível: localizar e matar Francisco “Pistolas” Scaramanga, um assassino cubano – considerado um às no gatilho - que acredita-se ter matado vários agentes secretos britânicos.  Ele e  outros investidores ainda estão envolvidos em um esquema para desestabilizar os interesses ocidentais na indústria de açúcar do Caribe e aumentar o valor da safra cubana. O grupo também comanda o tráfico de drogas nos EUA, o contrabando de prostitutas no México e a operação de cassinos na Jamaica.
Achei o duelo do livro entre 007 e Scaramanga bem mais tenso do que o do filme.  Aliás, Fleming caprichou no enredo, porque ao contrário de um, nós, leitores somos brindados com dois duelos. O primeiro ocorre quando o agente secreto, o vilão e seus capangas estão em um trem. Já o embate final – para saber quem é o melhor no gatilho – tem como local um pântano onde o ‘negócio’, de fato, pega.
Um detalhe interessante sobre a obra é que Fleming faleceu sem terminar o livro, ficando a cargo de Kingsley Amis, a função de finalizar a obra. Amis não levou os créditos pela co-autoria de “O Homem do Revólver de Ouro”, mas em compensação, escreveu o primeiro livro do agente pós-Fleming, Colonel Sun (1968), sob o pseudônimo de Robert Markham.
É isso aí galera!


02 fevereiro 2016

“Guia dos Curiosos” de Marcelo Duarte completa 20 anos e ganha edição comemorativa

Como dizia um antigo professor, um dos melhores que já tive: “Para tudo o que fazemos na vida precisamos ter uma referência. Que frase sábia! Quantos narradores esportivos começaram a sua carreira se espelhando em Osmar Santos ou José Silvério? Quantos novos talentos da literatura tiveram em Stephen King a sua inspiração para escrever os seus primeiros livros? E por aí vai.
Hoje, podemos dizer que o Brasil tem uma referência no gênero curiosidades. Esta referência se chama Marcelo Duarte, o cara que escreveu uma verdadeira obra prima sobre o tema: o “Guia dos Curiosos”.
Mêo, o livro é uma lenda! A maioria – para não dizer todos - dos blogs, jornais, revistas, sites, rádios e TV estão sempre recorrendo aos assuntos garimpados pelo jornalista da Rádio Bandeirantes. Quando alguém ‘corre atrás’ de algo sui generis que não encontra em lugar nenhum, sempre existe uma pessoa que grita: “Procura no Guia dos Curiosos que você acha!”
Para que os nossos leitores entendam a dimensão da importância do Guia dos Curiosos no universo literário, basta dizer que ao todo, são 600 mil exemplares distribuídos em nove volumes. Só o primeiro, vendeu 265 mil. Um verdadeiro marco para obras do gênero.
E pensar que tudo começou com uma fila de banco. Verdade! A semente da qual nasceria o mais famoso guia sobre curiosidades do Brasil, das Américas e quem sabe do mundo surgiu graças a uma das filas mais odiosas do planeta.
Na época, Duarte era editor da revista Veja São Paulo. Ao produzir uma reportagem sobre atendimento bancário, comparou sua espera na fila - 2h10min - ao tempo que uma lesma levaria para completar o trajeto até o caixa - 1h40 min.  A partir daí, devido ao sucesso da matéria, o jornalista começou a usar curiosidades nos seus artigos e o mais importante: passou a guardá-las.
Não demorou muito para que as informações fossem reunidas no primeiro almanaque. Em uma viagem para o interior de São Paulo, Duarte encontrou na casa da tia a coleção "Enciclopédia Curiosa", de 1962.  Imediatamente ‘bateu’ o insight: "Por que não atualizá-la?!". 
Marcelo Duarte
Devido ao sucesso do “Guia dos Curiosos”, ele acabou se transformando num programa de rádio na Band. Todos os sábados,  desde 2001, Duarte apresenta o "Você é Curioso?"  E tem mais: em 2006, o programa de Duarte ganhou o troféu da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor programa de educação da rádio brasileira. Caraca! Esse guia é mesmo fodástico!!
A boa notícia para os leitores é que o “Guia dos Curiosos” ganhou, recentemente, uma edição comemorativa em homenagem aos seus 20 anos – lembrando que o livro foi publicado pela primeira em 1995 pela editora Companhia das Letras, mas depois, evidentemente ganhou muitas outras edições. E agora, para comemorar os 20 anos de sucessos, foi relançado pela Panda Books – editora fundada por Duarte.
Na nova versão do guia, o autor inclui dados da cultura pop do últimos 20 anos, como a biografia de Bob Esponja e o numero atualizado de casamentos da cantora Gretchen (17, até o momento).
Quer mais? Ok. Anote aí: Quantas bíblias são vendidas por minuto em todo o mundo? Qual é a velocidade que o espirro sai do nariz? Qual era o tamanho do sapato de Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua? Quais são os nomes dos filhos de todos os presidentes do Brasil? E a média de vítimas que Arnold Schwarzenegger matou em seus filmes? 
São 704 páginas que certamente serão devoradas com toda avidez.


Instagram