Todos os posts da Categoria Resenha

06 setembro 2025

Pequenos Segredos


O livro de Jennifer Hillier conta a história de um sequestro misterioso e muito rápido. Uma mulher está num centro comercial movimentado, cercada de pessoas, com o seu filho de apenas quatro anos. No momento em que ela solta a mão da criança para atender o telefone... o menino desaparece. As imagens das câmeras de segurança mostram o pequeno Sebastian saindo do local de mãos dadas com um homem fantasiado de Papai Noel. Desde então sua mãe, Marin Machado tem como único foco na vida descobrir o que aconteceu e reencontrar o filho.

Aqueles que lerem essa sinopse, certamente pensarão que o enredo é bem frenético e com muitas reviravoltas ao longo da trama. Esta expectativa ficará ainda maior após os leitores terem contato com a campanha promocional de lançamento da obra pela editora Faro Editorial que na época da publicação de “Pequenos Segredos”, em 2023, prometeu uma avalanche de plot twists.

Sinto “dizer”: mero engano. Esqueça o sequestro, as reviravoltas em torno desse sequestro; dicas sobre os possíveis envolvidos; a busca desesperadora para encontrar o garoto; enfim, esqueça tudo isso. Estes detalhes só irão aparecer perto do final da trama, em suas últimas páginas quando o mistério começa a ser esclarecido e por fim o vilão é revelado.

Pois é, comecei a ler Pequenos Segredos muito motivado, pensando encontrar todo esse “tempero” em seu enredo, mas no final o que encontrei, de fato, foi um drama familiar. Grande parte da trama é centrada no drama vivido pelos pais de Sebastian após o seu sequestro, ou seja, quais mudanças o rapto da criança provocou na vida de Marin e Derek, um casal de classe média-alta que vê toda a sua vida se desestruturar após essa situação. É aí que entram as traições, mentiras, brigas, etc.

O problema é que esse drama familiar torna a história lenta deixando a leitura muito arrastada e sem perspectivas. Por exemplo, a autora perdeu muito tempo descrevendo o dia a dia de um grupo de apoio para mães com filhos desaparecidos da qual Marin faz parte. Os relatos dos integrantes desse grupo não tem nenhuma ligação com o núcleo central da trama que é o sequestro de Sebastian; saber quem o sequestrou e porquê.

Com o virar das páginas, vemos também a deterioração do relacionamento de Marin e Derek que vai se desgastando com traições e até mesmo tentativas de suicídio.

Nem mesmo quando Marin contrata uma detetive particular, a história engrena. Juro que nessa parte da trama fiquei animado porque pensei que finalmente com a entrada de uma detetive, com certeza, Hillier voltaria ao núcleo central da trama que é o sequestro, mas não foi isso que ocorreu. As descobertas de Vanessa Castro no decorrer da trama não tem nada a ver com o sequestro. As revelações interessantes da detetive só acontecem perto do final do livro.

Os tais ‘pequenos segredos’ do título da obra de Hillier diz respeito, portanto, aos relacionamentos do casal Marin e Derek e não ao sequestro. Surgem pequenas (não grandes) reviravoltas, mas envolvendo, somente,  o relacionamento dos dois. Só quase perto do final que iremos descobrir quem tramou todo o sequestro de Sebastian. E cá, entre nós, não tive nenhuma surpresa; já havia “matado” fácil o nome do vilão bem antes. Estava muito na cara.

Por hoje é só, valeu galera!

21 novembro 2024

O segredo da empregada

Millie é fodástica. E neste segundo volume da trilogia, ela provou ser mais fodástica ainda porque orquestrou uma vingança perfeita, posso dizer um verdadeiro supra-sumo das vinganças (rs). Millie se vingou por outras mãos, ou seja, utilizou um anjo vingador para cumprir a sua missão.

Confesso que me empolguei com a leitura de O Segredo da empregada, mais do que o primeiro volume A empregada. Agora, vemos uma Millie mais segura e confiante, enfim, uma personagem mais amadurecida. Este amadurecimento não impede que ela continue tomando as dores de mulheres que são abusadas fisicamente ou psicologicamente pelos seus maridos. Nessas horas, ela ‘despe’ a sua aura de uma faxineira humilde e ‘veste’ a sua verdadeira personalidade: uma ex-presidiária condenada por um homicídio por ter defendido uma amiga que estava prestes a ser estuprada. Ela é sagaz, esperta, inteligente e muito carismática. Não há como os leitores deixarem de se simpatizarem com essa garota.

Neste segundo volume, Millie está desempregada e começando a ficar sem dinheiro. Ela começa a sentir na pele como é difícil para uma mulher que já esteve presa, condenada por homicídio, conseguir um emprego. Quando o desespero começa a bater na porta, ela mal consegue acreditar no momento em que um milionário chamado Douglas Garrick a contrata.

Após alguns dias, ela começa a desconfiar que algo está muito errado naquela cobertura que mais se parece com uma mansão: Wendy, a esposa do Sr. Gasrrick nunca sai do quarto. Na verdade, ela e Millie nunca foram sequer apresentadas.

Certo dia, ao colocar a roupa para lavar, Millie nota manchas de sangue em uma camisola – e não é a primeira vez. Ela decide, então, descobrir o que está acontecendo. Quando finalmente descobre, ela chega à conclusão de que alguém precisa pagar um preço caro pelo o que está fazendo.

A narrativa de Freida McFadden, a exemplo de A empregada, continua fluida fazendo com que os leitores devorem as páginas. O estilo, também segue o mesmo, com a autora dividindo o enredo em duas narrativas, ambas em primeira pessoa. Millie narra a primeira parte, enquanto um outro personagem narra a segunda. Antes, temos um prólogo que ocupa pouco mais de uma página, mas com o poder de aguçar a curiosidade dos leitores. O mistério que esse prólogo apresenta será esclarecido apenas nas páginas finais do romance.

Juro que enquanto lia o livro tentava de todas as maneiras descobrir qual era o plot twist que MCFadden havia reservado para os seus leitores. Criei as mais tresloucadas hipóteses. Teve um momento, durante a narrativa de Millie, que pensei ter certeza do que iria acontecer e então me decepcionei porque parecia algo muito obvio. “Entonce”... vem a segunda parte narrada por um outro personagem e o “tonto” aqui leva um tapa na cara e fica abestalhado. Cara, não esperava por aquele plot twist, verdade.

Na parte 4 da história, já perto da vingança de Millie, os leitores levam mais uma lapada, tão dolorida quanto a primeira. Um plot do tipo: - Caráculas! Por essa eu jamais esperava”!

Atribuo o sucesso de O Segredo da Empregada, principalmente, a essas duas reviravoltas na trama. Dois plot twists incríveis, tão bons ou até melhores do que aqueles que a autora mostrou em primeiro livro da saga.

Uma leitura que certamente fará com que você adquira sem preâmbulos o último livro da trilogia: A empregada está de olho.

Instagram