29 agosto 2015
Morri Para Viver
Li “Morri Para Viver” da ex-modelo Andressa Urach em
menos de um dia. Não que eu tenha devorado a sua história, mas simplesmente
porque tinha que devolver o livro para um amigo que havia acabado de comprá-lo,
mas como naquele momento não podia lê-lo, resolveu me emprestar, bem... não sem
antes me arrancar a promessa de que o devolveria no dia seguinte, o que
significa hoje.
Comecei a ler o livro ontem e terminei no mesmo dia.
Por contingência da situação só me restou adotar a tática de uma leitura ‘ultra-dinâmica’
e foi o que fiz, conseguindo dessa maneira cumprir o meu primeiro desafio
literário. Confesso que achei algumas revelações da ex-modelo pesadas demais e
talvez até desnecessárias, como no caso do orgasmo que ela teve com um cachorro
durante a sua infância, quando tinha de 10 para 11 anos. Sinceramente não sei
qual a relevância dessa informação, já que a zoofilia é uma prática comum nos
pequenos centros, principalmente no campo, em regiões bem interiorizadas – tudo
bem: nojenta, vergonhosa, mas comum nesses locais. Além do mais, muitas
crianças quando começam a descobrir a sua sexualidade – principalmente aquelas,
cujos pais tratam o assunto como tabu ou algo pecaminoso, privando os filhos de
qualquer orientação – geralmente aprontam verdadeiras ‘artes’, incluindo a
zoofilia. Sei lá, acho que Urach não precisaria expor o seu passado, de graça,
com esse tipo de informação que não acrescenta nada para os leitores.
Há outras revelações que achei descartáveis e
sensacionalistas, como no capítulo em que ela descreve os seus programas com
clientes que digamos... tinham algumas manias esquisitas. Esta passagem me fez
lembrar daquelas obras sensacionalistas narradas por ex-prostitutas, hoje pessoas
famosas, mas falidas, que precisam ‘soltar’ alguns podres cabeludos do passado
para faturar ‘uns’ troquinhos.
Quando aceitei ler “Morri Para Viver” queria saber quais
foram as conseqüências na vida de uma pessoa comum – no caso, Andressa Urach,
ex-bailarina do cantor Latino e depois uma modelo pouco conhecida como tantas
outras - que para ficar famosa havia decidido romper um festival de paradigmas
e preceitos, chegando perto de trocar os parâmetros que regem a conduta dos
seres humanos na sociedade, por tudo o
que há de errado, transformando a sua vida num verdadeiro inferno. Para aqueles
que ainda não leram o livro, vale lembrar que Urach era viciada na fama e para
conseguir atingir o seu objetivo foi capaz de praticar gestos cruéis, verdadeiramente
abomináveis. O interessante, pelo menos para mim, era saber as causas que
transformaram a ex-modelo nesta máquina em busca da fama e beleza perfeita.
Depois, quais foram os efeitos em sua vida dessa busca desenfreada? Como a sua
família conviveu com a mudança de seu comportamento? Quais os motivos que
levaram à sua ‘redenção’?
No contexto das informações que eu desejava obter,
não havia espaço para taras, manias ou posições sexuais de alguns ex-clientes
famosos; muito menos para a prática de zoofilia na infância ou se ela preferia
sexo anal ou oral; não, isso que está no livro, de fato, não tem a menor importância
para mim. Mas pêra aí, quer dizer que “Morri Para Viver”, além de ser uma obra
sensacionalista é ruim prá dedeú?! Também não. A obra tem passagens, realmente,
boas e que conseguiram ‘matar’ algumas das minhas curiosidades.
Por exemplo, Urach revela que por ter os cabelos e
os olhos pretos, seu pai não a achava parecida com as outras pessoas da
família. Este foi um dos motivos que a fêz pintar os cabelos de louro e usar
lentes azuis. Na ânsia pela busca da beleza perfeita ela chegou a computar
quase o mesmo número de cirurgias plásticas correspondente a sua idade; quase
30! No afã de obter o corpo perfeito, a ex-modelo aplicou hidrogel durante
cinco anos em seu corpo com o firme propósito de engrossar as coxas.
O trecho sobre os motivos que a levaram a se
prostituir também é interessante. Ela conta que tudo teve início em 2009,
quando ainda trabalhava como funcionária de recursos humanos. Ela teria passado
mais de uma hora ouvindo os lamentos de um desembargador do Tribunal de Justiça
do Rio, de aproximadamente 65 anos, enquanto tomavam champanhe. Mesmo sem ter
relação com Urach, o desembargador lhe deu um cheque de 500 reais. Ela revela
que esse gesto acabou lhe animando, de certa forma, a ingressar no mundo da
prostituição sempre com o objetivo de ficar famosa.
O livro desvenda
ainda toda aquela confusão envolvendo a ex-modelo no carnaval de São Paulo 2013,
onde a sua fantasia teria sido roubada. Confira o trecho do livro onde Urach
confessa que toda a situação acabou sendo forjada por ela com o objetivo de
atrair os holofotes. “No carnaval de São Paulo de 2013, houve uma situação
armada em nome da fama. Primeiro, inventei que assaltantes haviam roubado minha
fantasia da escola de samba Tom Maior, agremiação pela qual desfilaria, e, por
isso, surgi no Sambódromo do Anhembi com os seios completamente à mostra (...)
Foi um bate-boca só. Acabamos hostilizados em meio a tanta gritaria. Tudo exibido
ao vivo pela TV Globo, emissora brasileira que detém os direitos exclusivos de
transmissão do carnaval. Por fim, não desfilei e passamos a madrugada
registrando boletim de ocorrência por injúria e ameaça. Meu objetivo era ser
famosa a qualquer preço.”
Enfim galera, é isso aí. Leitura concluída, desafio
cumprido e livro emprestado devolvido. “Morri Para Viver” tem altos e baixos.
Não sei se mais altos ou menos baixos, isso vai depender da sua ótica de
leitura; do que está procurando na obra: segredos banais acompanhados de
sensacionalismo e fofocas, ou informações consistentes sobre os motivos que
levam um ser humano comum a vender a própria alma em busca da fama.
Ah! Antes que me esqueça. O livro foi escrito por
Doulgas Tavolaro que é vice-diretor de jornalismo da Rede Record. Ele também é
autor dos best-sellers “O Bispo e Nada A Perder”, sobre a
trajetória de Edir Macedo, dono da Record e fundador da Igreja Universal.
Andressa começou a frequentar essa linha evangélica desde o início do ano, após
sua alta quando quase morreu por causa da aplicação de hidrogel.
26 agosto 2015
Uma Criança de Sorte: Memórias de Um Sobrevivente de Auschwitz
Se existiu algo parecido com o inferno, este ‘algo’
foi o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, onde um milhão de judeus
perdeu a vida. No auge da carnificina, o conjunto de campos da cidade polonesa,
implantado pelos nazistas, exterminava 20 mil pessoas por dia. Delas, muitas
eram crianças que por não serem aptas ao trabalho forçado iam direto para as câmaras
de gás. Cara, se ha uma forma de medir a desumanidade na história mundial ao
longo dos anos, sem dúvida o extermínio desses menores ocupa o primeiro lugar
da tabela.
De acordo com alguns historiadores, os campos de
Auschwitz eram os mais violentos e desumanos de todos. Neles, as crianças
recebiam os mesmos castigos impostos aos pais. Os menores que mais sofriam eram
os deficientes físicos, mentais e
epiléticos, passando depois para os mais franzinos, doentes e os grupos
considerados inferiores aos da raça ariana. Os nazistas fechavam o cerco
seletivo com os ‘culpados’ de terem avós judeus.
Acreditem, essas crianças enfrentaram os mais cruéis
e insanos meios de tortura e morte. Algumas eram jogadas pelas janelas ou então
agarradas pelos cabelos e atiradas com violência em caminhões com passagem
apenas de ida; outras tinham a estrela gravada com ferro em brasa no corpo,
quase sempre nas costas ou no rosto. Fazia ainda parte do pacote os
fuzilamentos, as câmaras de gás disfarçadas de chuveiros e as terríveis e
bizarras experiências médicas com o carniceiro Dr. Josef Mengele.
Um antigo professor de história - da época dos
cursinhos pré-vestibulares - me relatou algo que estilhaçou a alma: o genocídio
durante o Holocausto chegou a tal ponto que muitas crianças eram jogadas vivas
às fornalhas. Putz, putz e putz!!
Mêo, se ao recordar esse quadro diabólico, você –
assim como eu – já fica com o seu emocional abalado, imagine então, os judeus -
que viveram tudo isso? Agora, pense no emocional das crianças que presenciaram
todas essas cenas pavorosas?! A maioria que conseguiu sobreviver ao Holocausto sem
seqüelas, principalmente mentais, optou pelo silêncio, pois queria apenas esquecer todo
o sofrimento; mas uma delas preferiu revelar tudo o que viu e sentiu neste
horror: Thomas Buergenthal. Nasceu, assim, o livro “Uma Criança de Sorte”. Aos
seis anos, Buergenthal foi enviado para o gueto de Kielce, na Polônia. Com
dez, separado de sua família, foi
para... adivinhe onde? Auschwitz, lá mesmo. Apesar da pouca idade, conseguiu
sobreviver a todo o festival de terror que já narrei no início do post. “Uma
Criança de Sorte” traz as memórias dessa criança do passado, hoje um
proeminente professor, juiz de direito e escritor com formação na cobiçada
Universidade de Harvard. O autor eslovaco ganhou em 2008, o prêmio Gruber Prize
for Justice por defender os direitos humanos.
Li o livro de
Buergenthal e recomendo para todos os leitores que quiserem conhecer de maneira
aberta, sem segredos, a vida por detrás das cercas de Auschwitz. Numa linguagem
fluida, ele esmiúça a rotina do campo de concentração e quais ‘táticas’ foi
obrigado a utilizar para sobreviver à matança em massa.
Ele conta que primeiramente foi separado de sua mãe –
com apenas cinco anos – e pouco depois perdeu o seu pai, sendo obrigado a ‘se virar’
no meio das monstruosidades do campo nazista para continuar vivo.
Um dos momentos mais emocionantes da obra é aquele
em que o autor revela o esforço quase sobre-humano de seu pai para livrá-lo da
câmara de gás e das experiências com Mengele. Ele revela que calculava o tempo
em Auschwitz pelo numero de horas que precisava esperar para receber a próxima
refeição ou pelos dias que restavam até o momento em que Mengele faria uma de
suas seleções mortais.
Todo o sofrimento vivido no Holocausto exerceu em Buergenthal um impacto substancial, fazendo com que se
tornasse professor de direito internacional, advogado de direitos humanos e
juiz internacional.
Um livro indispensável para todos que quiserem
conhecer detalhes sobre um dos períodos mais tristes da nossa história.
Detalhes
técnicos
“Uma Criança de Sorte”
Autor:
Thomas Buergenthal
Editora:
Nova Fronteira
Páginas:
224
Ano:
2012
23 agosto 2015
Crash: Estranhos Prazeres
Acabei de ler “Crash: Estranhos Prazeres” de J.G.
Ballard e posso classificá-lo como um livro fóda. Apesar de alguns leitores
mais puritanos ficarem chocados com o termo, peço desculpas, não há outra
palavra para defini-lo em sua ambigüidade. De fato, a obra é fóda no bom e
também no mau sentido; depende da maneira de como você encarar as 240 páginas
escritas pelo autor. Li inúmeras resenhas que endeusaram a história, enxergando
um monte de metáforas escondidas no texto cru e indigesto de Ballard. Por outro
lado, alguns segmentos de leitores e blogueiros só conseguiram ver pornografia
no livro. Se você se enquadra no primeiro grupo, o livro foi maravilhosamente
fóda, mas se você faz parte do segundo grupo, “Crash: Estranhos Prazeres” foi
simplesmente fóda; um fóda daqueles que servem para registrar os piores
momentos de sua vida, quando você atinge o fundo do poço numa situação extrema
e exclama: - “Putz, tô fudi...!”
Eu estou na segunda categoria, porque achei o livro
muito ruim. Tudo bem que os aficionados da obra enxergaram um monte de
metáforas nas linhas e entrelinhas escritas por Ballard, mas eu não enxerguei. Tudo
isso que estou escrevendo no post, transformei em palavras para um ex-colega de
universidade – gosto muito do cara – o Marquinhos, um leitor voraz e
inteligente. Após me ouvir, acredito que ele só não me chamou de “Rei dos Asnos”
por é muito meu amigo.
Ele me disse:
–“Mêo! Você não entendeu que, na obra, a
masculinidade é medida pelo tamanho do carro que o cara possui!?”
- “Não, não entendi, isso não.
“ Você não entendeu que os todos aqueles carros são
uma metáfora aos órgãos sexuais masculinos!?”
- “Piorou! Entendi menos ainda”
Esta foi uma parte do nosso diálogo há dois dias
trás.
Na minha opinião a história de Ballard envolvendo
pessoas que se excitam com acidentes de carros é o fóda no pior dos sentidos.
Achei as fobias, neuras e taras descritas pelos personagens muito cansativas.
Pô! Não saia daquilo! O sujeito contava uma tara, você virava a página e lá
vinha o mesmo sujeito contando outra tara. Depois chegava uma mulher e contava
a sua tara ou neura, dava um ‘tempinho’, e lá vinha a ‘muié’ com mais uma tara.
A leitura foi ficando repetitiva e juro, novamente, que não enxerguei metáfora
nenhuma nesse festival de taras.
Ao final, cheguei a conclusão que estava lendo uma
obra pornográfica. Mais uma vez, me desculpe os fãs ardorosos de “Crasch:
Estranhos Prazeres”, mas foi o que senti.
O livro escrito em 1973, é narrado
em primeira pessoa por um roteirista de cinema e publicidade, James Ballard
(mesmo nome do autor), e retrata uma espécie de irmandade de indivíduos
doentios, obcecados pelas possibilidades eróticas dos desastres de automóvel.. Os caras só sentem prazer quando vêem pessoas destroçadas em acidentes de veículos. Entendam, eles não sentem prazer ao presenciarem a colisão, mas após; ou seja, quando os corpos estãoexpostos no meio das ferragens.
O líder
do grupo, Robert Vaughan, passa seus dias nas vias expressas da região do
aeroporto de Londres, procurando acidentes sangrentos, que ele fotografa em
todos os detalhes escabrosos. Depois, com prostitutas colhidas à beira da
estrada, busca reproduzir, em bizarros atos sexuais no interior do carro, as
posições das vítimas lesionadas.
A
história é conduzida por um narrador cada vez mais perplexo e fascinado com a
descoberta desse mundo em que o erótico, o mecânico e o macabro parecem se
fundir.
Após sofrer um acidente, o narrador
conhece no hospital o líder do grupo viciado em acidentes e com isso, acaba
ingressando na seita ou irmandade, sei lá.
James e sua mulher Catherine já
eram bizarros antes de ingressarem no grupo de Vaughan. Há um trecho no livro
que retrata bem a bizarrice do casal, descrita pelo marido: “Durante
nossos primeiros atos sexuais eu inspecionava deliberadamente cada orifício que
podia encontrar. Passava a língua por suas gengivas, na esperança de sentir
algum fragmento de vitela retido entre os dentes; enfiava a língua por sua
orelha, na esperança de encontrar um vestígio do gosto de cera; examinava suas
narinas e umbigo, e, por último, a vulva e o ânus. Tinha de meter o dedo até o
fundo antes de extrair matéria fecal, um vestígio marrom na unha”.
Enfim, “Crash: Estranhos Prazeres” é isso: taras,
taras e mais taras. Metáforas entre tantas taras, não encontrei. Com certeza, o
cineasta David Cronemberg localizou as trais metáforas, pois em 1996, decidiu
filmar com algumas amenizações a história de Ballard. E diga-se, a produção
recebeu muitos elogios; mas opiniões são opiniões, cada leitor ou cinéfilo tem
a sua.
E pensar que há pouco tempo, após ler várias
resenhas positivas, cheguei a elogiar o livro de Ballard. Erro crasso o meu.
Inté!
22 agosto 2015
Respirando aliviado: “Irmandade de Copra” será uma trilogia
Juro que estou respirando mais aliviado. A autora de
“Irmandade de Copra”, Caroline Defanti, esclareceu que a saga dos “Irmãos
versus Sherriell” será uma trilogia. Isto explica o final do primeiro livro que
ficou assim ‘meio que no ar’; inclusive na resenha que fiz sobre a obra (ver aqui) deixei evidente que gostei demais da história, excetuando o final. Cara, eu queria saber muito, mas muito mais sobre o destino de
Chess, Arcanjo, Revanche, Fera, Mindinho e principalmente de Dakarai e Musa.
Quando terminei a leitura de “Irmandade de Copra”
pensei com os meus botões: - “Putz, a história é boa demais pra
terminar dessa maneira.” Mas agora, a decepção com o final foi substituída pela
expectativa, aliás uma grande expectativa, para o lançamento do segundo volume
da saga de ficção científica que, certamente, irei devorar.
“Irmandade de Copra” é a saga de
humanos versus alienígenas pela conquista do planeta Terra. Em um futuro
distante, a quase extinção do ser humano fez com que os poucos que restaram
lutassem pela sobrevivência em colônias construídas na lua e em Marte.
Entretanto, uma raça alienígena se apossa da Terra e a curam, mas os homens
desejam ter o seu planeta e suas vidas de volta. Ocorre que os seres não
parecem dispostos a abrir mão de seu novo lar. Por isso, os homens criam
novos soldados capazes de combater essas criaturas e recuperar o planeta. Assim
nasce a Irmandade de Copra.
O livro apresenta momentos de muita
ação, como uma das primeiras tentativas frustradas de ataque da Irmandade
contra os alienígenas, mas também traz à tona os conflitos pessoais existentes
entre os integrantes da Irmandade.
Quando terminei a leitura do livro
fiquei feliz com a descoberta de um nova escritora brasileira de talento,
dessa vez, no gênero Sci-Fi. Da mesma
forma que vibrei com a descoberta de Cesar Bravo – este, no gênero terror –
vibrei com o surgimento de Caroline Defanti que me surpreendeu por causa da
pouca idade, somente 22 anos. –“Caraca! Como ela consegue desenvolver um enredo
fantástico com tantos personagens – espalhados em mais de 400 páginas - sem transformá-lo
numa verdadeira salada russa indigesta?”. Foi esta a exclamação que fiz após
concluir a leitura de “Irmandade de Copra”.
Agora, só resta contar nos dedos a
vinda do segundo livro; torcendo para que seja tão bom quanto o primeiro.
Fui!
19 agosto 2015
10 livros inspirados em crimes chocantes que intrigaram a polícia
Alguns crimes ocorridos
no Brasil e também em outros países deixaram os seus moradores chocados, além
de terem intrigado a polícia pela forma macabra como foram cometidos. Vários
deles, após décadas, ainda continuam sem solução com os seus mentores envoltos
numa aura de mistério. De uma forma ou de outra, esses crimes dominaram as
manchetes dos meios de comunicação, além de terem sido os assuntos
predominantes nas redes sociais.
Muitos deles inspiraram
filmes e livros ao longo dos anos, mostrando detalhes das tramas macabras
engendradas por mentes doentias e impiedosas.
No post de hoje, vamos
conferir 10 livros de sucesso inspirados em crimes que abalaram o mundo e
desafiaram a polícia. Alguns recentes, outros nem tanto. E valos a lista.
01
– A Sangue Frio (Truman Capote)
“A Sangue Frio” de
Truman Capote relata o brutal assassinato de quatro membros de uma respeitada família
de uma pequena cidade localizada no interior do estado do Kansas, nos Estados
Unidos. O crime aconteceu em 15 de novembro de 1959 e chocou todos os moradores
da pacata Holcomb devido aos requintes
de crueldade. Herb Clutter, o patriarca da família, tinha 48 anos e era um
fazendeiro muito estimado na comunidade. Bonnie Clutter, sua esposa, era três
anos mais nova e sofria de "problemas psicológicos". O casal vivia
com os dois filhos mais novos, Kenyon e Nancy, ainda adolescentes. Os quatro
foram amarrados e amordaçados (Herb também teve a garganta cortada); depois,
foram mortos a tiros de espingarda.
Misturando narrativa
jornalística com a literária, Capote consegue fazer com que o leitor ‘mergulhe’
no centro do caso. Ele mostra minuciosamente o perfil dos assassinos, das
vítimas e também de pessoas da cidade onde aconteceu o crime. Depois relata
como foi o assassinato, revelando, posteriormente, os bastidores da prisão, do
processo e terminando com a execução dos culpados.
A obra é constantemente
recomendada nos cursos de Comunicação Social, sendo leitura obrigatória aos
aspirantes a jornalistas. Os professores e experts da área consideram “A Sangue
Frio” um verdadeiro exemplo de investigação apurada e de envolvimento com o
objeto estudado.
02
– O Sequestro de Carlinhos – A Verdade Relatada por Seu Pai (João Mello)
Apesar de ter apenas 13
anos no dia em que Carlos Ramirez da Costa, o Carlinhos, foi seqüestrado, eu me
lembro muito bem da comoção nacional provocada pelo crime.
Era noite de
quinta-feira, 2 de agosto de 1973. Maria da Conceição Ramirez assistia à novela
das 20h com cinco de seus sete filhos em casa, na Rua Alice, em Laranjeiras, no
Rio de Janeiro. Seu marido, João Costa, havia saído de carro com as duas
crianças menores. De repente, um queda de luz deixa a casa toda escura. É neste
momento que um homem portando um revolver e com o rosto coberto por um lenço,
invade o portão da residência, vai até a sala e seqüestra apenas Carlinhos, que
havia acabado de completar 10 anos de idade. O seqüestrador ainda deixou um
bilhete exigindo o resgate de ‘cem mil cruzeiros’, uma fortuna, na época. O pai
do garoto conseguiu arrecadar o dinheiro – após uma campanha popular – que não
foi entregue porque o criminoso nunca mais entrou em contato.
Carlinhos está
desaparecido há 42 anos e a sua família não sabe se ele está vivo ou morto. O
caso vem intrigando a polícia e o imaginário popular há mais de quatro décadas.
Em 1986, João Mello,
pai de Carlinhos, que chegou a ser preso como suspeito por ter participado do
seqüestro escreveu um livro dando o seu ponto de vista sobre o caso. Ele fala
do sofrimento da família, das linhas de investigação – todas elas atrapalhadas
– adotadas pelo polícia e que não levaram a nada, além de explicar os motivos
que fez a polícia prendê-lo em 1973.
O livro lançado pela
editora Record pode ser encontrado apenas em sebos, pois as suas edições estão
esgotadas.
03
– O Espetáculo Mais Triste da Terra (Mauro Ventura)
O jornalista Mauro
ventura reconstrói em seu livro, a maior tragédia circense da história e o pior
incêndio com vítimas do Brasil. Mais de 3 mil espectadores, a maioria crianças,
lotavam a matinê do Gran Circo Norte-Americano, anunciado como o mais famoso da
América Latina, quando a trapezista Antonietta Stevanovich deu o alerta de
“fogo!”. Em menos de dez minutos, as chamas devoraram a lona, justamente no
momento em que o principal hospital da região se encontrava fechado por falta
de condições. O prefeito de Niterói (RJ) estabeleceu em 503 o número oficial de
mortos, mas a contabilidade real nunca será conhecida. Curto-circuito ou crime?
Era a pergunta que todos se faziam. A polícia logo descobriu um suspeito, Adilson
Marcelino Alves, o “Dequinha” que passou a ser considerado um dos mais
terríveis genocidas de que até hoje se tem notícia no Brasil. Ele havia sido
Mas até que ponto ele
era o verdadeiro culpado ou o bode expiatório ideal para dar satisfações
rápidas à sociedade e encobrir possíveis falhas das autoridades e do dono do
circo?
“O Espetáculo Mais
Triste da Terra” revela uma trama que mistura drama e heroísmo, oportunismo e
solidariedade, dor e superação. O autor mostra como a catástrofe fez surgir a
figura do profeta Gentileza e ajudou a projetar o nome do cirurgião plástico
Ivo Pitanguy.
O impacto da tragédia
em Niterói, então capital do estado do Rio de Janeiro, foi tamanho que o
assunto permanece encoberto até hoje.
04
– Retrato de um Assassino (Patricia Cornwell)
Dessa vez, Patrícia
Cornwell tira de cena Kay Scarpetta, a médica legista que protagoniza a maior
parte de seus livros de ficção, para ela mesma assumir o comando da história. E
diga-se, uma história voltada para o jornalismo investigativo.
“Retrato de um Assassino” narra
as investigações que a escritora fez para descobrir a identidade de Jack, o
Estripador, que no final do século XIX aterrorizou a cidade de Londres com uma
série de bárbaros assassinatos cometidos contra prostitutas. Além de nunca ter
sido preso, a polícia não conseguiu descobrir até hoje seu verdadeiro nome.
Cornwell recorreu ao trabalho de especialistas em diversas áreas e vasculhou documentos disponíveis sobre pessoas que viveram na época. Com base nessas informações, ela revela a identidade de Jack, O Estripador que teria morrido em 1942.
Cornwell recorreu ao trabalho de especialistas em diversas áreas e vasculhou documentos disponíveis sobre pessoas que viveram na época. Com base nessas informações, ela revela a identidade de Jack, O Estripador que teria morrido em 1942.
A autora afirma que durante
o trabalho de reunir provas da autoria das mortes enfrentou dificuldades, não
apenas por conta do tempo transcorrido desde que aconteceram os crimes, mas
também porque, depois de morto, Jack foi cremado, impossibilitando a realização
de testes de DNA. Mesmo assim, foram feitos testes a partir de resquícios de
material genético encontrados em selos de cartas enviadas por Jack.
A conclusão da
escritora é, sem dúvida, controversa e ainda passível de verificação, mas se
baseia em evidências que poderiam justificar a reabertura do caso.
05
– Canibais: Paixão e Morte na Rua do Arvoredo (David Coimbra)
Este crime que
aconteceu em Porto Alegre, no século 19, foi tão macabro, tão repugnante, que
até hoje a maioria dos moradores gaúchos evitam falar sobre o assunto. O caso
ficou conhecido nos meios policiais da época como
“Os Crimes da Rua do
Arvoredo” e devido a sua aura macabra acabou se tornando uma lenda urbana na
cidade, mas muitos garantem que, de fato, aconteceu.
O crime ocorreu em 18
de abril de 1864. Neste dia, a polícia de Porto Alegre deparou-se com uma cena
horripilante: no porão da casa de José Ramos e Catharina Palse, na Rua do
Arvoredo, onde também funcionava o açougue do casal, estavam enterrados os
pedaços de um corpo humano, já em avançado estado de decomposição. O cadáver
havia sido retalhado, com a cabeça e membros separados do tronco, e este, por
sua vez, repartido em vários pedaços. A vítima identificada era o alemão Carlos
Claussner, antigo dono do açougue da Rua Arvoredo. Ao examinar um poço
desativado, no terreno dos fundos da casa, a polícia encontrou os corpos do
taverneiro Januário Martins Ramos da Silva e de seu caixeiro, José Ignacio de
Souza Ávila, de apenas 14 anos, igualmente esquartejados.
Reza a lenda que o
açougueiro Ramos degolava, esquartejava, descarnava, fatiava e guardava as
vítimas em baús, moendo-as aos poucos e transformando-as nas famosas linguiças,
que eram vendidas em seu açougue. Os gaúchos faziam fila para comprá-las e nem
desconfiavam de que estavam praticando canibalismo ‘por tabela’.
Para escrever “Canibais: Paixão e Morte na Rua do Arvoredo”, David Coimbra pesquisou aproximadamente 18 obras sobre os referidos crimes, construindo uma narrativa simplesmente empolgante que tem como cenário uma Porto Alegre de escravos fugidos, imigrantes desgarrados, enfim, bandidos de todos os tipos. Interessou-se pelo livro? Confira, então, post completo sobre a obra aqui.
Para escrever “Canibais: Paixão e Morte na Rua do Arvoredo”, David Coimbra pesquisou aproximadamente 18 obras sobre os referidos crimes, construindo uma narrativa simplesmente empolgante que tem como cenário uma Porto Alegre de escravos fugidos, imigrantes desgarrados, enfim, bandidos de todos os tipos. Interessou-se pelo livro? Confira, então, post completo sobre a obra aqui.
06
– Aracelli, Meu Amor (José Louzeiro)
Em 18 de maio de 1973,
Aracelli Cabrera Crespo, de apenas 8 anos, foi raptada, drogada, estuprada,
morta a dentadas e em seguida carbonizada. Ela teria sido assassinada por um
grupo de jovens da alta sociedade de Vitória, em uma festa regada a bebidas
alcoólicas, cocaína e sadismo.
O desaparecimento da
menina acabou de completar 42 anos, mas até o presente momento ninguém foi
punido pelo crime. Após a prisão, julgamento e absolvição dos acusados, o
processo foi arquivado pela Justiça.
No livro “Aracelli, Meu
Amor”, o escritor e jornalista José Louzeiro relata o assassinato que comoveu o
Brasil. O autor revela que entre os envolvidos, estavam membros de famílias
influentes no Espírito Santo e que pelo menos duas pessoas morreram por
denunciar os
criminosos. Por isso, ninguém em Vitória quer falar sobre o crime
sórdido, temendo pelas suas vidas, mas Louzeiro demonstrando muita coragem dá
“nome aos bois” revelando a identidade de todas as pessoas envolvidas no caso
e também todas as falhas da Justiça que possibilitou a impunidade dos
criminosos.
Segundo o autor, o caso
gerou a morte até de pessoas determinadas em desvendar o crime. Ele, próprio,
enquanto investigava em Vitória as causas da morte de Aracelli para escrever o
seu livro foi ameaçado de morte.
A obra publicada
originalmente na década de 1970 e ganhou, recentemente, nova edição pela
editora Prumo.
07
– Helter Skelter (Vincent Bugliosi)
“Helter Skelter” aborda
com profundidade um dos crimes mais cruéis e bizarros que o mundo já conheceu:
o assassinato de Sharon Tate (grávida de oito meses e meio) e de um grupo de
amigos que se encontravam em sua casa. A atriz, de 26 anos, muito famosa naquela época, além de ser considerada
um símbolo sexual, era esposa do renomado diretor de cinema Roman Polanski.
Na noite de 9 de agosto
de 1969, Tate e outros quatro amigos - Jay Sebring, Abigail Folger, Wojciech Frykowski e Steven Parent –
foram assassinados na mansão localizada na
Cielo Drive.
A mando de Charles
Manson, um grupo de seus seguidores, todos eles jovens entre 20 e 23 anos, invadiu a casa da atriz e massacrou seus moradores. Sharon
Tate implorava
para ser deixada viva para ter seu bebê e ofereceu-se como refém
ao grupo de Manson em troca da vida da criança. Dois dos seguidores da seita
não lhe deram ouvidos e a esfaquearam 16 vezes, várias das facadas na barriga.
Os outros amigos da mulher de Polanski também foram torturados e mortos de uma
forma macabra e cruel. Uma das vítimas, Frykowski levou 51 facadas. “Helter Skelter” foi
escrito pelo promotor do caso, Vincent Bugliosi e relata todos os pormenores do
crime que abalou o mundo. O livro ainda tenta explicar como uma pessoa, no caso
Manson, conseguiu persuadir um grupo de “hippies” normais e bonitos a sair
matando à esmo pessoas completamente desconhecidas, sem apresentar nenhum tipo
de arrependimento ou remorso.
Atriz Sharon Tate |
Prisão de Charles Manson |
Considero “Helter
Skelter” referencia no assunto porque foi escrito por uma pessoa que viveu de
perto toda essa situação, além de ter mantido contato e ouvido todos os
envolvidos. Pena que a obra não foi traduzida para o português.
08
– Richthofen – O Assassinato dos Pais de Suzane (Roger Franchini)
Neste
livro, o escritor e ex-policial Roger Franchini, leva o leitor aos bastidores
de um crime terrível, pela visão de um homem que acompanhou de perto o
desenrolar dos fatos. Ele desmonta o caso da estudante de
direito, Suzane Von Richthofen que foi a
mandante do assassinato dos próprios pais, mortos a pauladas por seu namorado,
Daniel Cravinhos e por seu cunhado, Christian Cravinhos num dos crimes mais
famosos na história do país e que até hoje atrai grande atenção da imprensa.
O livro faz revelações
surpreendentes como o alcoolismo dos pais assassinados e o ambiente familiar
violento em que Suzane vivia com seu irmão. Franchini consegue trazer as
informações que a imprensa até hoje não conseguiu articular, contando a
história sob diversos pontos de vista.
Eu não tive a oportunidade
de ler a obra que foi lançada em 2011 - aliás, nem sei se a lerei, já que não
me interesso muito pelo caso - mas um colega de trabalho devorou o seu conteúdo
e me disse que Franchini deu conta do recado. Segundo esse colega, o autor fez
um livro enxuto (192 páginas), mas recheado de informações interessantes, pelo
menos para aquelas pessoas que ainda se interessam pelo crime que foi divulgado
à exaustão pelos meios de comunicação.
Christian e Daniel Cravinhos ao lado de Suzane Von Richthofen |
O que mais teria
chamado a atenção em “Richthofen – O Assassinato dos Pais de Suzane” foram as
informações inéditas dos bastidores da investigação policial, as suspeitas, as
evidências, os responsáveis pelo inquérito e mesmo os chocantes depoimentos de
Suzane e dos irmãos Cravinhos.
09
– Chico Mendes: Crime e Castigo (Zuenir Ventura)
O assassinato de Chico
Mendes, aos 44 anos, em 22 de dezembro de 1988 causou uma verdadeira comoção
nacional, além de ter sido manchete nas principais redes de televisão do mundo.
Mendes foi considerado o maior líder ambientalista que o Brasil já teve, mundialmente
reconhecido por sua luta pela preservação da Amazônia.
“Chico Mendes - Crime e
Castigo” reúne reportagens escritas por Zuenir Ventura, do jornal O
Globo, a respeito do caso, além de contar detalhes sobre a vida de Mendes.
No Estado do Acre, à frente dos seringueiros que organizou, Chico desenvolveu táticas pacíficas de resistência para defender a floresta, que a partir da década de 70 sofrera um acelerado processo de desmatamento para dar lugar a grandes pastagens de gado. Chico lutou contra a devastação e chamou a atenção do mundo para essa luta.
O New York Times já o havia considerado "um símbolo de todo o
planeta" e a ONU já o premiara, mas Chico Mendes precisou ser assassinado
para ser reconhecido no Brasil. O líder seringueiro havia anunciado sua morte
iminente, depois de ter recebido inúmeras ameaças. Em cartas, artigos e
entrevistas, denunciou os suspeitos às autoridades brasileiras, que não tomaram
nenhuma providência de fato para evitar sua morte.
O livro de Ventura é dividido em três partes. A primeira, "O crime", reúne as reportagens feitas para o Jornal do Brasil no começo de 1989, logo após o assassinato do seringueiro. Na segunda, "O castigo", estão as reportagens produzidas dois anos depois, em 1990, juntamente com Marcelo Auler, durante a segunda e a terceira viagens do repórter ao Acre, para cobrir o julgamento dos assassinos. "15 anos depois" é a terceira parte, com textos de outubro de 2003, quando Zuenir revisitou lugares e personagens envolvidos no crime.
No Estado do Acre, à frente dos seringueiros que organizou, Chico desenvolveu táticas pacíficas de resistência para defender a floresta, que a partir da década de 70 sofrera um acelerado processo de desmatamento para dar lugar a grandes pastagens de gado. Chico lutou contra a devastação e chamou a atenção do mundo para essa luta.
Jornalista e escritor Zuenir Ventura |
O livro de Ventura é dividido em três partes. A primeira, "O crime", reúne as reportagens feitas para o Jornal do Brasil no começo de 1989, logo após o assassinato do seringueiro. Na segunda, "O castigo", estão as reportagens produzidas dois anos depois, em 1990, juntamente com Marcelo Auler, durante a segunda e a terceira viagens do repórter ao Acre, para cobrir o julgamento dos assassinos. "15 anos depois" é a terceira parte, com textos de outubro de 2003, quando Zuenir revisitou lugares e personagens envolvidos no crime.
10
– A Prova é a Testemunha (Ilana Casoy)
29 de março de 2008.
Esta data ficou marcada na vida da maioria dos brasileiros que ao ligar a sua
televisão viram estarrecidos o assassinato brutal de uma garota de apenas 8
anos chamada Isabela Oliveira Nardoni. Ela foi espancada, estrangulada e jogada
do 6º andar do Edifício London, zona
norte de São Paulo, onde o seu pai morava com a madrasta e seus dois irmãos,
filhos do casal.
O pai e a madrasta da
menina: Alexandre Alves Nardoni e Anna Carolina Trotta Peixoto jatobá foram julgados pelo
Tribunal do Júri na noite de 27 de março de 2010 e condenados por homicídio
doloso, triplamente qualificado, tendo as seguintes penas aplicadas: 31 anos de
prisão, em regime fechado, (ele) e 26 (ela).
Isabela Nardoni |
A impressão que o
leitor tem ao acompanhar a obra de Ilana Casoy é de que está dentro da sala de
audiência onde aconteceu o julgamento do casal acusado de matar a pequena
Isabela. Mais do que isso: imagine-se nos bastidores desse tribunal, tendo
acesso a informações confidenciais que só advogados, juízes e outros
magistrados teriam. Ilana Casoy – também
autora de “Serial Killer: Louco ou Cruel” - acompanhou o Caso Isabella Nardoni
durante dois anos e nesse período se debruçou em pilhas e pilhas de papéis
sobre o assunto.
Ilana procura mostrar
numa linguagem fluida e de fácil compreensão tudo que se passou dentro do
Tribunal até o momento em que foi dado o veredicto.
Agora é só escolher o
seu livro e... boa leitura!
15 agosto 2015
Irmandade de Copra
Já vou avisando logo de cara que não serei
exagerado; apenas sincero: “Irmandade de Copra” foi nos meus 53 anos de vida,
um dos melhores livros de ficção científica que já li; excetuando o seu final,
que não gostei. Mas como refletia um antigo professor de literatura que me
ensinou muito: “Finais são apenas finais”. O que o mestre queria dizer é que
finais de obras literárias são relativos, podendo agradar a alguns, mas
desagradar a outros. A prova dessa certeza é que teve muitos finais escritos
por Stephen King que odiei; mas outros amigos leitores, incluindo críticos
literários muito mais capacitados do que eu, simplesmente deliraram, chegando
perto de ter um orgasmo de prazer com os tais epílogos. A conclusão da história
de a “Irmandade de Copra” não vai escapar dessa certeza absoluta da literatura
mundial: “agradar alguns e desagradar a outros”.
Por outro lado a leitura de suas mais de 400
páginas, incluindo o prólogo fantástico, foi prazeroso, perto do viciante. Li o
livro em uma ‘tacada só’ e cheguei a fazer algo que não estou acostumado: ler
em meu trabalho. “Irmandade de Copra” sempre esteve na minha bolsa (007 e não
modelo feminino – rs) e ao sobrar uma folga no trampo, lá estava eu com o livro
nas mãos.
“Irmandade de Copra” já começa a conquistar o leitor
em seu Prólogo, onde a autora carioca Caroline Defanti, em apenas três páginas,
explica numa narrativa cheia de suspense como são criados os super-soldados que
irão combater os alienígenas que se apossaram do planeta Terra. A transformação
de Gabriel em Arcanjo e de Aeris em Musa, de fato prende o leitor, e já dá uma
noção de como funciona o polêmico e questionado projeto que une o DNA
alienígena ao dos humanos, alterando toda a sua genética e conferindo-lhes poderes especiais, mas não sem antes cobrar
um alto preço por isso. Dos inúmeros aspirantes à “Irmãos” – é assim que são
conhecidos os super-soldados já que fazem parte de uma Irmandade – nem todos
conseguem sair vivos do processo de mudança. Após adquirirem os seus dons, eles
ainda são obrigados a passar por uma prova final de vida ou morte para testar a
suas novas habilidades.
Defanti explica de uma maneira crua – sem meias
palavras – o processo de ‘amadurecimento forçado’ desses jovens que ao
ingressarem na escolinha da Irmandade são obrigados a esquecer que são crianças
ou adolescentes para se tornarem adultos prematuros, queimando etapas
importantes de suas vidas. Neste aspecto, a autora foi muito feliz ao beber na mesma
fonte de Orson Scott Card e seu fantástico ‘O Jogo do Exterminador’.
Autora Caroline Defanti |
Apesar da pouca idade, apenas 22 anos, Defanti se
revelou uma escritora muito amadurecida ao fugir de estereótipos comuns que
estão presentes na maioria das obras de ficção científica envolvendo conflitos
entre humanos e alienígenas, entre os quais, um que faz qualquer monge recluso perder
a calma: o conhecido efeito ‘sai no braço’. Infelizmente, muitos autores
de livros do gênero dão mais ênfase para
a ação do que para o desenvolvimento da trama. Em “Irmandade de Copra”, Defanti
soube dosar muito bem a testosterona de terráqueos e alienígenas. O livro
apresenta momentos de muita ação, como uma das primeiras tentativas frustradas
de ataque da Irmandade contra os alienígenas, mas também traz à tona os
conflitos existentes entre os ‘Irmãos’.
A autora também foi cuidadosa ao evitar criar
personagens estereotipados, ou seja, quem é mocinho é mocinho e quem é bandido
é bandido para todo o sempre. Não; ela
compôs personagens complexos, como Musa, Arcanjo, Chess (o líder dos Irmãos),
Malika ( a criança extra-terrestre) e principalmente o alienígena Dakarai, pelo
qual me apaixonei. Em determinado ponto da trama, acabei ficando indeciso, não
sabendo se torcia pela perseverança dos humanos em recuperar o seu planeta ou
pela ideologia dos alienígenas.
No enredo da autora, em um futuro distante, a quase
extinção do ser humano fez com que os poucos que restaram lutassem pela
sobrevivência em colônias construídas na lua e em Marte. Entretanto, uma raça
alienígena se apossa da Terra e a curam, mas os homens desejam ter o seu
planeta e suas vidas de volta. Ocorre que os seres não parecem dispostos a
abrir mão de seu novo lar. Por isso, os homens
criam novos soldados capazes de combater essas criaturas e recuperar o
planeta. Assim nasce a Irmandade de Copra.
Cara, a trama estava muito, mais muito envolvente e
durante a leitura a minha mente já estava criando “N” possibilidades de
desfecho para alguns personagens. Foi quando chegou o final onde uma das
cientistas que idealizou o projeto de criação dos super-soldados decidiu
simplesmente... Bem, é melhor você ler. Com certeza, alguns leitores irão
gostar da conclusão da história, outros não. Como já dizia o meu antigo mestre:
“Finais são apenas finais...”
Ponto positivo para a editora Arwen por ter
descoberto uma grande escritora.
12 agosto 2015
Vaquinha Virtual deu certo! Está confirmado para outubro o lançamento de “As Crônicas de Miramar – O Segredo do Camafeu de Prata”. Capa da obra já foi definida.
Em abril deste ano publiquei um post sobre um
projeto maluco, mas ao mesmo tempo genial, de uma dupla de escritores brazucas
que tentavam a qualquer custo lançar o seu primeiro livro. Os caras eram
arrojados demais e ao invés de ficarem esperando a boa vontades de algumas
editoras, decidiram eles mesmos, ‘descolar’ recursos financeiros para a
publicação da obra. Nascia assim a campanha que ficou conhecida nas redes
sociais como “Vaquinha Virtual”: um projeto colaborativo lançado no site
Catarse.me onde qualquer pessoa poderia contribuir com o valor que quisesse
para a publicação do livro. Se o valor proposto fosse atingido, a obra seria
publicada e distribuída nas principais livrarias do Brasil e de Portugal,
contando com edições impressas e digitais. E tinha mais um detalhe: cada pessoa que
colaborasse com a campanha receberia em troca, cópias autografadas da obra. Agora,
se a campanha naufragasse, todas as
contribuições seriam devolvidas aos doadores. Pronto! Estava lançada a sorte
para a publicação do livro “As Crônicas de Miramar – O Segredo do Camafeu de
Prata”. Aqueles que quiserem conhecer mais detalhes sobre a história, incluindo
o seu primeiro capítulo, basta acessarem aqui.
Mêo! Achei a idéia da dupla ‘incrivelmente’
fantástica! E juro que torci, mais do que nunca, para que os escritores
paranaenses Flávio St James e Wemerson Damásio conseguissem ‘juntar’ dinheiro
suficiente para realizar o seu sonho. Eu já havia lido e gostado demais do primeiro
capítulo da história, ficando aquele gostinho de quero mais.
No último final de semana ao abrir a minha caixa de
e-mail bati os olhos numa mensagem que me deixou muito feliz. St James e
Damasio agradeciam pelo apoio do blog na divulgação de seu projeto e ao mesmo
tempo informavam que haviam conseguido atingir a meta proposta e até mesmo
ultrapassar o valor necessário para o financiamento de seu livro. Portanto, a publicação de “As
Crônicas de Miramar – O Segredo do Camafeu de Prata” está mais do que
garantida.
Os autores revelaram com exclusividade a imagem da
capa do livro que foi criada pela equipe de designers da Editora Chiado sediada
em Portugal. A imagem mostra Liz, Dan, Isaac, Sara e Gabriel, os cinco
protagonistas da história que precisarão usar as suas habilidades especiais na
luta contra os mistérios que envolvem Miramar.
Com data de lançamento marcada para outubro deste
ano, “As Crônicas de Miramar – O Segredo do Camafeu de Prata” é a primeira
parte desta saga de aventura e fantasia que deve ter mais duas sequências.
O livro será lançado pela Editora Chiado
simultaneamente no Brasil e em Portugal em versões impressa e digital.
Maiores informações poderão ser obtidas no facebook
do futurolivro: facebook.com/ascronicasdemiramar
08 agosto 2015
79 Park Avenue
Harold Robbins fez parte da minha fase de leitor
adolescente. Cara, eu não lia; eu devorava os seus livros. ‘Religiosamente’ no
horário de almoço do meu primeiro emprego – auxiliar de escritório – ia direto
para a biblioteca à procura de seus livros e também dos de Sidney Sheldon.
Trocava meia hora ou 40 minutos do meu horário de ‘rango’ pelos livros do
escritor americano. Saía da biblioteca, levando sempre dois livros: um de
Robbins e outro do Sheldon. Se hoje, sou um devorador literário devo muito há estas duas saudosas ilustres figurinhas. Aliás, considero Robbins
um Sidney Sheldon mais ousado, mais safado. Poder, traições e claro, sexo (esse,
não poderia faltar) eram os ingredientes principais de suas histórias; algumas
vezes o autor ia fundo, rasgando o verbo sem fronteiras deixando os leitores
mais puritanos com taquicardia. Exemplo
disso é o livro “O machão”, onde logo no prólogo a ‘coisa’ esquenta, ou melhor,
pega fogo!
Ontem, ao chegar em casa tive um insight daqueles
tempos de leitor iniciante e então, recordei de um livro de Robbins que marcou
muito a minha pré-adolescência, afinal de contas, foi a primeira obra que li do
autor. Desta forma, resolvi escrever um post dedicado a 79 Park Avenue que até
hoje trago guardado em minha estante – o adquiri há uns 20 anos. Antes de
escrever esse texto, fiz uma leitura dinâmica da obra para recordar alguns
trechos que já havia esquecido, e olha... confesso: viajei novamente com a saga
da fantástica deMaryann Flood. Mêo, que m-u-l-h-e-r! Esqueça o conceito de
Beleza – apesar de Robbins descrevê-la como muito bonita – estou me referindo à
ela como um ‘mulherão de personalidade’, ‘forte prá dedéu’ como dizia meu
saudoso pai, o insequecível ‘Kid Tourão’. Maryann dirige a Park Avenue, uma
agência de modelos em Nova York que revela por trás de sua fachada, o drama de
lindas jovens que são levadas à prostituição e exploradas por um sindicato de
gangsters.
Flood que após uma infância e adolescência de
violência doméstica e sexual – passando por um reformatório – acaba sendo obrigada
a viver como prostituta e com o tempo, torna-se a responsável pela tal agência.
Ela acaba indo parar no banco dos réus, não se importando em ser condenada, já
que o promotor do caso é o único homem que amou em toda a sua vida.
Robbins, de cara, já abre “79 Park Avenue” com o
julgamento de Maryann para, depois, no decorrer da história ir utilizando do
recurso de flashback para contar a sua história
na infância, adolescência e finalmente na fase adulta. Flood expõe de
maneira aberta os motivos que a levaram a se prostituir.
O livro mistura dois estilos: policial e romance com
direito a um amor impossível. E por se tratar de Robbins, conta também com
cenas bem pesadas explorando o submundo da prostituição e o drama das pessoas
que acabam sendo obrigadas a explorar o seu corpo.
Cara, juro que ainda não acredito que a
bibliotecária ultra recatada de décadas atrás deixou-me ler “79 Park Avenue”.
Sorte a minha!
05 agosto 2015
Depois de Holocausto Brasileiro, Daniela Arbex lança outro livro polêmico: Cova 312
Após denunciar as atrocidades cometidas contra ‘supostos’
doentes mentais internados – ou melhor, esquecidos – no Hospital Colônia, de
Barbacena (MG) em seu elogiado “Holocausto Brasileiro”; Daniela Arbex lança mais
uma obra polêmica e corajosa. No livro “Cova 312”, que já está à venda, a jornalista mineira conta a história
real de como as Forças Armadas mataram pela tortura um jovem militante político,
sumiram com seu corpo e forjaram um suicídio.
A vítima se chamava Milton Soares de Castro, único civil a
participar da guerrilha de Caparaó, na divisa dos estados de Minas Gerais e
Espírito Santo, considerada a primeira tentativa de levante armado contra a
ditadura militar brasileira.
Escrito na forma de romance, “Cova 312” destrincha os
detalhes da saga do jovem guerrilheiro gaúcho, nascido em Santa Maria. Ao
conseguir unir jornalismo investigativo e romance num ‘bolo só’, sem
transformar esse bolo em algo indigesto, Arbex prova porque é considerada uma
das melhores ‘jornalistas-autoras’ de sua geração. Cara, “Cova 312” abrange são
dois estilos completamente diferentes! Tá pensando que é fácil? Vai, tenta aí
unir ficção e realidade, mas sem desvirtuar a realidade. Dureza, né? Mas, Arbex
conseguiu fazer isso com maestria em seu novo livro – pelo menos até o capítulo
em que eu li antes de escrever esse post (eu e a minha velha mania de ler dois
livros ao mesmo tempo).
Castro foi preso no dia 1º de abril de 1967, junto com sete
companheiros, e levado para a Penitenciária de Linhares, em Juiz de Fora (MG).
No dia 28 de abril, apareceu morto. A versão oficial divulgada na época foi
suicídio. Mas pêra aí. E quanto ao corpo? É, cadê o corpo?! Pois é galera, o
corpo sumiu!
Milton Soares de Castro se tornou um desaparecido político. E
é dessa forma que o guerrilheiro é identificado no relatório final da Comissão
nacional da Verdade (CNV). Mas em 2002, Arbex soltou uma tremenda bomba numa
reportagem publicada no jornal Tribuna de Minas: ‘o corpo de Castro está
enterrado como se fosse um indigente na sepultura 312, uma cova rasa, do
Cemitério Municipal de Juiz de Fora. Depois de 35 anos, documentos da empresa
funerária e da prefeitura comprovaram a localização do corpo. No entanto, como
a família optou por não fazer a exumação, a Comissão Nacional da Verdade
continuou a considerá-lo um desaparecido.
O subtítulo de “Cova 312” já explica em poucas palavras a
filosofia de trabalho adotada pela escritora
mineira: “A longa jornada de uma repórter para descobrir o destino de um
guerrilheiro, derrubar uma farsa e mudar o capítulo da história do Brasil”.
Na obra, ela derruba a tese ‘plantada’ pela ditadura militar
de que Castro se suicidou, além de recuperar a trajetória da guerrilha do
Caparaó e da penitenciária de Linhares, um dos principais centros de detenção
do regime autoritário.
O livro de 344 páginas, lançado pela Geração
Editorial já está à venda nas principais livrarias físicas e virtuais do País
pelo preço de R$ 22,30.
01 agosto 2015
Sobre a Escrita
Só mesmo os fãs de carteirinha de Stephen King para
entender a importância de “Sobre a Escrita”. Imaginem os alquimistas, durante a
Idade Média, fazendo das tripas coração para descobrir a pedra filosofal que –
segundo as lendas – tinha o poder de transmutar metais inferiores em ouro. Ok,
se você é um dos fãs invioláveis de King – assim como eu – pode se sentir como
um daqueles alquimistas ao ter descoberto a tal pedra lendária, mas... desde
que esteja de posse do livro.
Pôrra José Antônio! Mas por que você está endeusando
tanto essa obra? É simples galera: em “Sobre a Escrita”, além de dar uma aula
sobre como escrever um livro corretamente, King escancara a sua vida aos
leitores, desde a sua infância até a fase das ‘vacas gordas’. Resultado: os fãs
acabam ganhando dois livros valiosos em um só. Mêo! Quer presente melhor do que
isso para um ‘super-fã’ do cara?!
Logo de início, no primeiro prefácio (o livro tem
três!) o autor explica os motivos que o levou a escrever uma obra de não ficção
e ainda por cima sobre a arte da escrita,
dando dicas valiosas de como se tornar um escritor, ao menos razoável. Depois
dos três prefácios – não quero falar escrever sobre os outros dois para
não estragá-los com spoilers (são curtos, mas muito especiais) – King ‘ataca’
com as suas memórias, revelando detalhes da infância, vivida em grande parte na
casa de suas tias, já que sua mãe, abandonada pelo marido, foi obrigada a sair pelo
mundo à procura de um emprego onde pudesse sustentar seus dois filhos. King
conta em detalhes essa fase.
Ele também relata as molecagens das quais participou
com o seu irmão mais velho. Cara, tem cada uma! A experiência científica
(trabalho de escola) que deixou parte do
bairro sem luz, além de todos os eletrodomésticos das casas vizinhas queimados
é hilário.
King optou pela narrativa cronológica, contando os
fatos marcantes de sua infância-adolescência e por fim, da fase adulta. Ele não
esconde absolutamente nada, revelando todos os seus segredos vividos em cada
uma dessas fases: segredos felizes e outros nem tanto.
Ao ler essa parte do livro descobrimos que King já
nasceu com um talento nato para a escrita, começando a escrever pequenas
histórias ainda criança, sempre incentivado pela sua mãe.
O mestre do suspense abre o seu coração, não
escondendo nem mesmo a fase mais obscura de sua vida quando mergulhou de cabeça no álcool e nas drogas,
só conseguindo livrar-se do abismo, graças a ‘comida de rabo’ (me desculpe o
termo chulo, mas é o que mais se adéqua ao contexto) de sua esposa. Se não
fosse a atitude ‘bruta’ de Tabitha King, hoje o seu esposo seria um alcoólatra,
além de viciado em drogas pesadas, e talvez, nem metade do escritor que é atualmente.
Já na segunda parte, o livro se dedica
exclusivamente à escrita, King arrebenta e dá uma verdadeira aula de como
escrever um texto corretamente, dispensando advérbios, voz passiva, parágrafos
mau estruturados, etc. Não bastasse essa aula, ele ainda revela detalhes sobre
as suas obras mais importantes e como surgiram as idéias e as oportunidades de
escrevê-las. Você vai conhecer as origens de “Carrie, A Estranha”, “O
Iluminado”, “A Dança da Morte”, “Misery – Louca Obsessão”,”Buick 8” e outras.
“Sobre a Escrita” é fechado com duas chaves de ouro.
A primeira, a narração em detalhes do acidente quase fatal que o matou em 1999
e como a vontade de escrever o ajudou em sua recuperação. E a segunda chave: a
publicação de parte do rascunho de uma de suas obras famosas (segredo...
Ehehehe, só faltava eu revelar o nome da obra...) e como ele transformou esse
rascunho num manuscrito final, com todas as correções, pronto para publicação.
Acho que chega né? Só basta dizer: - “Se você é fã
de Stephen King, tem a obrigação de ler esse livro”. Por outro lado, se você é um
escritor iniciante, essa obrigação se torna um mandamento.
Fui!
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