28 setembro 2016

O Colecionador de Ossos


Existem livros que criam raízes em nossas memórias. Podem passar anos ou décadas que você sempre se lembrará daquele enredo que teve o poder de lhe prender como uma teia. “O Colecionador de Ossos’ de Jeffery Deaver é uma dessas obras; pelo menos para mim.
O livro que faz parte da “Coleção Negra” da editora Record foi um dos primeiros que ‘invadiu’ a minha estante quando resolvi montar uma pequena sala de leitura.
Ainda me lembro que devorei avidamente as suas páginas até altas horas da madrugada. Cara, eu não parava de ler! O Thriller policial envolvendo a novata policial Amelia Sachs e o brilhante criminologista Lincoln Rhyme - que correm contra o tempo para prender um perigoso serial killer que trucida as suas vítimas de uma maneira cruel, deixando, propositadamente, pistas espalhadas pelo caminho – é de prender o fôlego do mais frio dos leitores.
Deaver (o mesmo de “Carte Blanche”) conta a história de Rhyme, um criminologista brilhante, considerado um dos melhores da área. O cérebro do sujeito é uma verdadeira máquina, capaz de fazer deduções fantásticas, esclarecendo crimes considerados impossíveis. Quando o negócio aperta no Departamento de Polícia, o pessoal já grita socorro para o Rhyme.
Ele é uma verdadeira sumidade nomeio policial americano, mas a sua carreira acaba sendo interrompida por um acidente que o deixa tetraplégico - ele consegue mexer apenas a cabeça e um dedo -  e preso a uma cama. Por um tempo, o famoso  investigador fica isolado do mundo, tendo contato apenas com a enfermeira que cuida dele, até que entra em cena um assassino tão inteligente quanto Rhyme e que começa a agir de maneira meticulosa e cruel, retalhando as suas vítimas. O assassino dá um nó na cabeça dos investigadores mais experientes. Caraca!! Justamente agora que o maior criminologista de todos os tempos está definitivamente preso numa cama e tão desiludido com a vida a ponto de querer a eutanásia! Pois é galera, é nesse exato momento que o seu chefe ou ex-chefe entra em seu quarto e ‘suplica’ para que ele aceite trabalhar nesse caso, traçando o perfil psicológico do assassino.
Denzel Washington e Angelina Jolie na adaptação cinematográfica
Do outro lado do enredo está a policial Sachs que por motivos de saúde está em seu ultimo dia de trabalho como patrulheira, já que no dia seguinte, ela passará a ocupar um cargo burocrático na polícia. Entonce, quando a moça está prestes a concluir a ronda para depois seguir até a  sua casa, tomar um banho gostoso e esquecer a loucura das ruas, eis que ela se depara com um corpo enterrado com somente uma das mãos. Sachs, de maneira correta e inteligente, decide isolar a área. Ocorre que essa tal área é um local de grande movimentação onde está acontecendo um evento muito importante. Apesar disso, ela tem ‘peito’ suficiente para tomar tal atitude. Resultado:  graças a essa iniciativa perfeita de preservar o local do crime, Sachs perde a chance de conseguir o cargo administrativo solicitado e é convidada a integrar a equipe de Rhyme que decide entrar no caso. A moça será os braços, pernas, enfim o corpo do criminologista na caça ao assassino.
A policial consegue devolver o animo que Rhyme havia perdido e os dois se unem para capturar o perigoso serial killer.
Atentem para o final da história. Mêo, que reviravolta!! O leitor jamais poderia imaginar que ‘aquilo’, de fato, poderia acontecer. Um dos finais mais surpreendentes envolvendo trhrillers policiais.

Vale lembrar que o livro de Deaver, lançado em 1997 foi adaptado para os cinemas dois anos depois e recebeu criticas muito positivas. Denzel Washington foi o criminologista Lincoln Rhyme e Angelina Jolie, a policial Amélia que nas telonas teve o seu sobrenome Sachs trocado por Donaghy. Amelia Donaghy, portanto. Independente desse detalhe, brilhantemente interpretada por Jolie há 17 anos. 

23 setembro 2016

Guerreiros da Tempestade (Crônicas Saxônicas – Livro IX)

Uhtred definitivamente é o cara! Já perto do final de “Guerreiros da Tempestade” quando o seu minguado exército estava prestes a confrontar uma hoste muito maior e com uma parede de escudos amedrontadora, eis que ele solta o seu grito de guerra: - Puta! Puta! Puta! - Antes disso ele começa a gritar outro nome inesperado, o qual não posso revelar agora porque acabaria ‘matando’ a história de Bernard Cornwell com um spoiler gigante. O que posso dizer é que se trata do nome mais improvável que um comandante guerreiro possa berrar à frente de uma parede de escudos antes do início de um embate sangrento. 
Mêo! Para levantar o ânimo de seus guerreiros que tinham uma missão praticamente impossível pela frente, Uhtred poderia gritar o nome da rainha da Mércia, Aethelflaed, ou então palavras aleatórias que inspirassem coragem, como: “Matar! Matar!” ou “Venham morrer seus bostas de vacas!”. Cara, sei lá; Uhtred já gritou tantos desafios antes dos confrontos com as temíveis paredes de escudos inimigas que eu já perdi a conta, mas o seu ‘berro de confiança” mais recente superou todos os outros.
Morri, suei, rolei, mijei, babei de tanto rir. E não só eu, mas todos os guerreiros de Uhtred, até mesmo os mais sisudos, começaram a gargalhar quando o seu chefe puxou o refrão com os dois nomes inimagináveis para uma batalha.
Este capítulo do 9º volume das “Crônicas Saxônicas’ é antológico e merecia abrir o post. Aliás, a batalha final - quando os homens de Uhtred e Sigtryggr enfrentam o exército dinamarquês do cruel Ragnall Ivarson – é repleta de surpresas e reviravoltas. As atitudes surpreendentes de Finan, Sigtryggr e Uhtred “filho”, além do velho Uhtred deixam os leitores boquiabertos. Você imagina uma coisa e acontece outra totalmente diferente.
Acredito que tenha sido a batalha mais rápida de toda a saga, acho que foram somente três páginas, nem isso; mas mesmo assim, foi uma das melhores por causa das surpresas proporcionadas pelos personagens que já citei.
Agora, analisando a obra de um modo geral, posso dizer que “Guerreiros da Tempestade” é o melhor dos nove livros, com exceção de “Os Senhores do Norte” que na minha opinião continua sendo o grande “bam-bam-bam” de toda a série.
Neste novo livro, Cornwell brinda os seus leitores com uma surpresa atrás da outra, uma verdadeira montanha russa. Gomer, a esposa de Leofstan, novo bispo da Mércia, não é nada daquilo que o leitor imagina. Ela tem fama de velha, feia, encolhida e não pronuncia uma palavra sequer durante grande parte da trama, sem contar que o leitor nunca sabe como é o seu rosto, já que está sempre coberto. Perto do fim da história quando é revelado quem é a verdadeira Gomer... Caraaaaacaaaaaaa!!!! Não pode ser verdade!!!
Cara, juro que levei um choque porque jamais imaginava que o bispo Leofastan fosse capaz de ... Bem, melhor você saber por si próprio. Mas já adianto para aqueles que estão duvidando da  masculinidade do bispo, que ele não é gay; pelo contrário. Portanto, a tal Gomer é um enigma que após descoberto, de fato, derruba o queixo da galera.
O mistério envolvendo Gomer é apenas um dos muitos existentes em “Guerreiros da Tempestade”. Temos ainda uma prostituta chamada Ratinha que tem os seus segredos surpreendentes; temos o retorno de Sigtryggr e Stiorra, genro e filha de Uhtred, respectivamente; temos um inimigo cruel que não mede as conseqüências de seus atos para conquistar a Northumbria e apor aí afora.
Mas uma das maiores surpresa do livro é a volta de Brida - amiga inseparável de Uhtred e também sua primeira amante em “O ÚltimoReino” (1º volume da saga) - que retorna como uma perigosa inimiga.
A transformação de Brida chega a ser assustadora. Comparo a sua metamorfose com a de outro personagem famoso criado por Cornwell: “Nimue” de as “Crônicas de Artur”  Na saga arturiana, a doce e sedutora Nimue vai se transformando, aos poucos, numa mulher rancorosa, vingativa e má o que acaba refletindo em sua imagem. Em “Excalibur”, volume que encerra as crônicas, vemos Nimue transformada numa perigosa bruxa.
A mesma transformação ocorre com Brida em “Guerreiros da Tempestade”. Chega a ser chocante para aqueles leitores que acompanharam a personagem desde a sua aparição em “O Último Reino”. Muito chocante..
Por todas essas surpresas e reviravoltas é que “Guerreiros da Tempestade” pode ser considerado um dos melhores livros da série “Crônicas Saxônicas”.

Ansioso pela chegada do 10º volume!

19 setembro 2016

A Casa dos Espíritos

Edição lançada pelo Círculo do Livro em 1982
Acabei de ler “A Casa dos Espíritos” da autora chilena Isabel Allende e sinceramente não sei o que escrever nesse post, porque tudo o que tinha que ser dito sobre a obra – coisas boas e ruins – já foi dito. O que me levou a criar inspiração para escrever esse texto foi o comentário de um amigo que me disse: - O livro é cansativo, mas apesar disso, consegue prender a atenção do leitor – Ele concluiu dizendo – Mas afinal, todas as sagas tem os seus momentos cansativos.
Mil vezes caraca! Eu não penso dessa maneira. Por discordar dessa opinião, acabou surgindo esse post como uma forma de protesto.
Acredito que um livro cansativo nunca irá conseguir prender a atenção do leitor. Você pode ser até um cara teimoso e enfrentar – aos trancos e barrancos –  o enredo até o final, mas vai achá-lo dose prá leão. Quanto as sagas, de um modo geral, terem os seus momentos cansativos ou arrastados, não é bem assim. Quando o enredo é ‘costurado por mãos hábeis’ ele se torna perfeito.  Que o digam: “Harry Potter” de J.K. Rowling, “As Crônicas de Artur” de Bernard Cornwell (ver aqui, aqui e aqui) e “Médicos de Homens e de Almas” de Taylor Caldwell, sobre a vida do apóstolo São Lucas (ver aqui). São histórias notáveis que prendem os leitores da primeira a ultima página. Portanto, existem sagas diferenciadas, sim. Dessa forma, quebra-se o mito de que todas elas tem os seus momentos cansativos. “A Casa dos Espíritos” se encaixa nessa categoria.
Não estou querendo bancar o advogado de defesa do livro de Allende; quero apenas dar a minha opinião. Dizer o que senti ao ler a obra. E o enredo é perfeito. Só isso.
“A Casa dos Espíritos” narra a saga da família Trueba no período de 1905 a 1975 e funciona como uma biografia disfarçada sobre vida da autora - principalmente na segunda parte da saga que conta o golpe militar ocorrido no Chile em 11 de setembro de 1973 e que culminou coma deposição do presidente  Salvador Allende.
A escritora é sobrinha do ex-presidente do Chile e relata na última parte do livro – mesclando personagens reais e fictícios - os momentos tensos que culminaram com a eleição de Salvador Allende e logo depois com a sua deposição e suicídio. Apesar de Isabel Allende não dar nomes próprios aos personagens reais apenas da trama, sabemos muito bem quem são eles. O “Candidato” é o seu tio Salvador Allende e o Poeta é ninguém menos do que Pablo Neruda. Os personagens fictícios que formam o núcleo da família “Del Valle foram baseados nos familiares da autora: pais, avós e tios.
A segunda parte do romance é densa e muito triste, mas também serve para reconstruir um dos personagens principais: Esteban Trueba. Costumo dizer que nos capítulos finais da saga, ele morreu para renascer e, renascer muito melhor.
No início vemos um Trueba centralizador, arrogante, perverso, maldoso e defensor ferrenho de um governo que menospreza as camadas sociais menos abastadas. Após o golpe militar, esse Trueba morre; nasce, então, um novo homem, com novos ideais e capaz de atitudes que o leitor jamais poderá  imaginar. E uma dessas atitudes é a reconciliação com um personagem que ele sempre fez questão de hostilizar. Cara, essa parte do enredo te emociona, e muito!
Se a segunda parte de “A Casa dos Espíritos” é repleta de tensões, a primeira parte é dedicada a magia. E que magia gostosa!
As excentricidades da “Família Del Valle”, principalmente de Clara, são o contrapeso para o ‘pega pra capá’ que chega na segunda parte da saga. Temos o esquisito e adorável Barrabás, um cão do tamanho de um boi e que apronta verdadeiras peripécias na história; o senador Severo Del Valle e a sua mania por carros velozes e esquisitos; Marcos, o tio de Clara, que vive aprontando confusões antológicas; e por aí afora.
Nem mesmo momentos macabros como aquele em que Clara decide sair procurando a cabeça de um personagem que ficou perdida após ter sido decepada num acidente automobilístico, deixa de ser engraçada.
Galera, enfim, um livraço. E nada cansativo.
Comprei num sebo a edição capa dura e com letras miudíssimas lançada pelo saudoso Circulo do Livro e a devorei em dois dias.

Valeu muito.

13 setembro 2016

“Histórias: Batman e Superman no Cinema” conta a trajetória dos dois super-heróis mais emblemáticos das HQs

Acredito que os fãs de Batman e Superman irão soltar foguetes durante toda a madrugada de hoje, após lerem esse post, sem se preocupar com os vizinhos ou a polícia. O motivo dessa alegria é o presentaço que eles irão ganhar no dia 22 de setembro. Um presente digno de fã fissurado. Bem... pelo menos é o que eu espero, já que não li o livro, apenas tive acesso ao release. Mas tudo bem, o autor tem pedigree. Longe de compará-lo com um pet puro sangue, o que eu quis dizer é que André Luiz de Albuquerque Azenha tem um histórico de respeito o que aumenta a expectativa com relação a chegada do livro.
O jornalista de 36 anos que também é crítico de cinema e produtor cultural, é o responsável pela edição do site CineZen Cultural  (www.cinezencultural.com.br) e colabora com textos e comentários sobre cinema e música para emissoras de TV, rádio, revistas, jornais e sites de Santos, São Paulo, Maceió e Rio de Janeiro. Quando sobra um tempinho, ainda ministra cursos e oficinas de cinema e jornalismo cultural. E para finalizar, foi colaborador do conceituado crítico de cinema Rubens Ewald Filho. Em resumo, dá pra botar fé no livro do cara.
André Luiz Azenha
Ah! O livro! Pois é, vamos ao que interessa. No dia 22 de setembro, uma quinta-feira, a partir das 19 horas, acontece o lançamento de “Histórias: Batman e Superman no Cinema”, em São Paulo, no Instituto HQ, localizado na Avenida  Pompéia, 2040. No dia seguinte, a obra já estará marcando presença nas livrarias de todo o País.
“Histórias: Batman e Superman no Cinema” conta a trajetória desses dois super-heróis emblemáticos das histórias em quadrinhos que invadiram a televisão e o cinema. Ambos os personagens já passaram dos 75 anos de existência e têm sido retratados de diferentes formas desde os anos 40, quando surgiram as primeiras séries nas matinês cinematográficas dos EUA. Quase não havia televisão e esse tipo de programa era um dos mais famosos na época. Fã de Batman e Superman desde pequeno, André Azenha decidiu contar essas histórias em um livro.
O livro é um resgate dessas trajetórias e conduz o leitor a uma viagem no tempo. Mesclando jornalismo e crítica de cinema, o autor criou um presente de fã para fã e para quem pretende se iniciar pela história dessas duas figuras tão importantes da cultura pop a partir do século XX. Com ilustração da capa desenhada pelo artista plástico Waldemar Lopes, o trabalho tem curiosidades sobre a produção de séries e filmes, atores, cineastas, etc.  
O prefácio é do jornalista e cinéfilo Gustavo Klein. Ele adianta que o livro tem informações valiosas tanto para os fãs hardcore quanto para os espectadores eventuais. “Como não gostar da história daquelas primeiras tentativas de levar o Batman para o cinema, em forma de seriado, com aquele herói triste, de orelhas caídas e cigarros voando do bat-cinto de utilidades? A história de ambos na indústria audiovisual é coberta sem falhas”, explica.
E aí galera de Metrópolis e de Gotham City? Preparados para o foguetório?
Manda ver!

Ficha técnica: 
Histórias: Batman e Superman no Cinema. 
Autor: André Azenha. 
Ilustração da capa: Waldemar Lopes. 
Foto da contracapa: Paula Cristina Cagnani Fernandes Azenha. 
Identidade gráfica: Factor. 
Revisão: Adriana Martins. 
Produção: independente. 
Impressão: PoloPrint
Diagramação: Anne Charlyne Raviani
Formato: Bolso (12cmx21cm). 
114 páginas. 
ISBN: 
978-85-5522-112-5
Valor do exemplar: R$ 30.

10 setembro 2016

Suma de Letras anuncia lançamentos de livros raros e esgotados de Stephen King. “Cujo” será o primeiro

O Oswaldo, um amigo meu, tem o hábito de gritar um sonoro e esculachado UIAAA!!, toda vez que é fisgado por uma surpresa agradável. Graças a sua mania, ele acabou ganhando o apelido de ‘Osvardo Uia’. E não é que o danado do apelido pegou?!. Hoje ninguém mais o chama pelo nome de Oswaldo Antunes Silva, mas de ‘Uia” ou então, ‘Osvardinho Uia’, e por aí vai.
Há alguns dias, o espírito do Uia baixou em mim; e tudo por ‘culpa’ de uma notícia bombástica divulgada pela Suma de Letras. A editora que mantém os direitos de publicação dos livros de Stephen King no Brasil anunciou que estará relançando obras raras e esgotadas do mestre do terror. Uiaaaaa!! O vizinho deve ter se assustado com o meu ‘Uia” que saiu tão alto e caprichado quanto o do ‘Osvardinho’. Confesso que fiquei euforicamente eufórico – desculpe-me o pleonasmo – mas foi assim que me senti ao tomar conhecimento dessa iniciativa da Suma de Letras.
Edição rara lançada pela Record em 1981
O tal projeto que pretende colocar no mercado vários livros esgotados do autor se chama “Biblioteca Stephen King” e de cara já irá publicar uma verdadeira obra prima: “Cujo”. O livro foi lançado no Brasil pela Record com o título de “Cão Raivoso”. Ele chegou às prateleiras das livrarias em 1981 e teve apenas uma edição. Caraca! Não entendo os motivos que levaram a Record a não colocar no mercado novas edições. Resultado: atualmente a obra está esgotada e sendo vendida a preços exorbitantes. Tomando por parâmetro o portal da Estante Virtual que agrega a maioria dos sebos do País, só existem no mercado brasileiro três livros “Cão Raivoso”. Um deles custa R$ 180,00; o segundo, R$ 239,00 e o último, R$ 249,00.
Então, após tomar conhecimento desses preços desanimadores e fora da realidade do mercado literário, chega a Suma de Letras e anuncia: “Gente, o São Bernardo raivoso chegará brevemente”. Mêo, quase tenho um treco! Agora me responda: vale ou não vale um “Uiaaa” caprichado? Claro que sim!
Quer mais? A editora foi além e confirmou o lançamento do segundo volume da
Livro lançado pela Record em 1980
Biblioteca Stepehn King. Trata-se de “A Incendiária”, também lançado pela Record, mas em 1980, e que dez anos depois ganharia uma nova publicação em capa dura pelo extinto Círculo do Livro. E ficou nisso. De lá pra cá não tivemos outras edições. Apesar dos preços de “A Incendiária” estarem mais acessíveis do que “Cão Raivoso”, existem poucos livros no mercado. No portal da Estante Virtual podem ser encontrados somente 10 por preços que variam de R$ 30,00 por R$ 74,00.
Tanto “Cão Raivoso” quanto “A Incendiária” foram adaptados para o cinema. O primeiro, em 1983, conta a história de uma mulher e seu filho de 4 anos que são aterrorizados por um gigantesco cão de 91 quilos da raça São Bernardo que se torna uma fera assassina e cruel após ser mordido por um morcego. Quanto ao segundo, foi lançado nas telonas em 1984 com o título de “Chamas da Vingança” e teve no papel principal a atriz Drew Barrymore ainda criança.
Cena do filme "Chamas da Vingança" com Drew Barrymore
“Chamas da Vingança” teve um roteiro fiel ao livro de King, onde um homem no passado, quando jovem, participou de uma experiência científica na faculdade e, depois que uma substância misteriosa foi injetada em sua corrente sanguinea, sua filha Charlie acabou herdando a capacidade de provocar incêndios com a ajuda da mente. Juntos, pai e filha são obrigados a fugir de uma agência governamental que descobre os poderes adquiridos pela garota.
Fica agora a expectativa com relação aos outros lançamentos da Biblioteca Stephen King. Tomara que venham obras consideradas raras, de fato, e não livros que ainda possam ser encontrados facilmente em livrarias e sebos à preços módicos.
Quando me refiro a obras raras quero dizer: “A Metade Negra”, “A Hora do Lobisomem”, “Trocas Macabras”, “Os Estranhos” e... “Os Livros de Bachman”, mas no caso desse último, acho que seria sonhar muito.

Inté!

04 setembro 2016

5 blogs literários especiais que jamais deveriam ter sido desativados

Há mais de cinco anos quando decidi criar o “Livros e Opinião” tive a oportunidade de conhecer blogs fantásticos  que apesar de estarem há pouco tempo da blogosfera tinham um conteúdo muito atrativo; tão atrativo que acabei virando um grande fã.
Naquela época, muitos desses blogueiros eram estudantes universitários apaixonados por livros e que assim como eu, decidiram criar um espaço para expor as suas opiniões.
Foi com muita tristeza que percebi que vários desses espaços foram desaparecendo da Web. A maioria deles ‘faliu’ por algum contratempo. Sei lá, talvez o blogueiro desanimou-se com o pouco numero de seguidores, talvez não conseguiu conciliar estudo-trabalho-blog, talvez sofreu alguma decepção ou perda em sua vida que acabou refletindo negativamente em seu trabalho de blogueiro. Cara, podem ter sido tantos motivos. O que eu sei é que esses blogs estão fazendo muita falta, pelo menos para mim.
O curioso é que eles não tinham um visual elaborado e quase sempre o numero de seguidores era ínfimo. Alguns, nem mesmo dispunham de facebook, mas o seu conteúdo... PQP, como eram bons! Bons não; fantásticos!!
Ontem à noite ao chegar em casa para acessar as métricas do “Livros e Opinião”, aproveitei para visitar alguns desses blogs e percebi que o número daqueles que resolveram encerrar as suas atividades aumentou ainda mais. Então bateu uma nostalgia enorme dos primeiros blogs que conheci no início da minha jornada de blogueiro – isto, repito, há mais cinco anos – os quais não via a hora de devorar os seus posts.
Dessa forma, decidi escrever um post para homenagear esses blogueiros que por algum motivo decidiram dar um basta em seus trabalhos. Mas quer saber de uma coisa? Esse post tem mais um objetivo: tentar fazer com que essa galera volte a escrever. Quem sabe lendo esse texto, eles decidam retornar. Saibam que, certamente, além de mim, vocês tinham outros fãs, muitos deles ocultos e que hoje sentem falta das suas postagens.
E vamos aos blogs que jamais deveriam estar ausentes da Web:

01 – Bom Livro 1811
Blogueiro: Maurilei Teodoro
Maurilei, que pedrada! Verdade cara. Quando vi a sua mensagem anunciando o encerramento das atividades do “Bom Livro 1811”  levei um golpazo. Comecei a acompanhar os seus posts quando você deixou um comentário em minha página com o endereço de seu blog. Achei o nome “Bom Livro 1811” bem incomum e, assim, acabei visitando. A partir daí tornei-me fã e então, passei a acompanhá-lo regularmente.
Não sou o tipo de pessoa que dá muita importância ao visual de um blog. Pelo menos, para mim o que vale é o conteúdo. De nada adianta o sujeito ter um blog com template de ultima geração e cheio de novidades visuais, se os seus posts são vazios. É fácil colar resenhas de sobrecapas de livros ou releases de editoras ou então, simplesmente, fazer um texto dizendo que amou a obra e pronto.
O “Bom Livro 1811”, apesar do layout simples, tinha um “recheio” incrível. O Maurilei tem a capacidade de colocar muitas informações importantes dentro de um texto enxuto. E olha... conseguir sintetizar 400 ou até 1.000 páginas sem omitir detalhes importantes é muito complicado; não é para qualquer um, mas esse carinha que decidiu fechar o blog tem esse dom.
Maurilei preste atenção: falta de tempo e desânimo foram os dois motivos que você encontrou para encerrar as suas atividades como blogueiro, correto?  Então, diminua a publicação de seus posts: duas vezes por semana ou uma vez, que seja. Quanto ao desânimo, pense se vale a pena deixar no limbo todo o material que você escreveu e publicou, porque vai chegar o dia que o Blogger sumirá definitivamente com a sua página. Capisce?
02 – Gato Smuck
Blogueiro: Augusto Fernandes Salles
Não perdia nenhuma postagem do "Gato Smucky". Devorava os posts do Augusto. Texto fluido, detalhado e nada rebuscado. Se não me falhe a memória, o nome original do blog era Reg Thorpe; depois de algum tempo, foi alterado para Gato Smucky.
Além de literatura, incluindo quadrinhos, o “Gato Smucky” também tinha um vasto material sobre cinema. Sempre admirei o domínio do Augusto com relação aos quadrinhos e filmes. Não foi a toa que ele se tornou um cineasta muito competente de filmes curta-metragem que são exibidos com sucesso no YouTube.

Li posts antológicos e fiz questão de guardá-los temendo o dia em que o Blogguer encerrará definitivamente a página do “Gato Smucky”.  Vou citar algumas jóias lapidadas que tive a oportunidade de conferir: “A Gênese do Morcego”, “Vertigem”, “Sessão da Tarde” e “Sandman”.
Já estava pra falar um ‘treco’ para o Augusto há algum tempo, mas sempre protelei; acredito que agora chegou o momento: “Man, seus textos são tão bons que chegam a superar posts produzidos por jornalistas e blogueiros profissionais. Como você conseguiu ‘passar o machado’ num trabalho tão especial que demorou mais de três ou quatro anos para ganhar forma?
Eu me lembro que na época do lançamento de “Batman vs Supertman: A Origem da Justiça”, o dono do Gato Smucky me revelou através do Facebook que talvez, o filme de Zack Snyder conseguisse lhe devolver o ânimo para reativar o blog.
Juro que nunca torci tanto para que um filme fizesse sucesso. Verdade! Mas até agora, nadado Gato Smucky. O seu último post foi publicado em 02 de fevereiro de 2014.
03 – Clique Neurótico
Blogueira: Joelma Alves
“Bem ,esse é meu primeiro post , como todos podem ver. =D
Já faz um tempo que eu queria fazer um blog, mas faltava a coragem de todo o desocupado…
Como diria meu namorado, eu descobri a internet esse ano!Pois só agora (depois de 4 anos com internet em casa) passei a me interessar por coisas que não Orkut e MSN!!Agora adoro ficar procurando blogs legais, imagens fofas, notícias, novas tendências, entre milhões de outras coisas.”
Pois é galera, já deu pra perceber – nesse primeiro post publicado no Clique Neurótico há sete anos – que a Joelma era muito autentica, expondo as suas idéias de uma maneira bem espontânea. Costumava dizer que ela escrevia o que lhe vinha na cabeça, mas de um jeito que conquistava o leitor. Foi esta naturalidade dos seus posts que me transformou num grande admirador de seu trabalho.
O internauta encontrava de tudo no “Clique Neurótico”; desde resenhas de livros, dicas de moda, filmes e é claro, as deliciosas ‘pitadas’ da Joelma em vários assuntos do dia a dia. Muito bom meeesmo!
Há tempo que venho tentando acessá-lo, mas não consegui. No ano passado, descobri um Clique Neurótico na Web, mas com temas completamente diferentes daqueles que eram postados pela blogueira. Não satisfeito, vasculhei ainda mais na Rede e, então, ‘desenterrei’ um Clique Neurótico que estava aberto apenas para leitores convidados. Fiquei na dúvida se esse o blog de acessos restritos era aquele que eu curtia. Caraca! Confuso, né?
Uma pena...
04 – Parece Tamarindo
Blogueiro: Cássio Nandi
Olha, sem demagogia, sinto muita tristeza quando acesso o http://parecetamarindo.blogspot.com e aparece a mensagem: “O blog foi removido”. Acho que o Cássio Nandi começou o seu blog no mesmo período que o meu. Se houver uma diferença cronológica, acredito que seja muito pequena.
Naquela época, após escrever os meus posts, tinha o hábito de ficar zapeando os blogs que assinava e curtia; o “Parece Tamarindo” era um deles. Apesar do nome do blog não ter nada a ver com literatura, a maioria de seu conteúdo era de resenhas de livros novos e antigos. O Cássio tinha uma maneira peculiar de escrever. Ele procurava explorar detalhes desconhecidos da obra e também do autor, algo que eu achava o máximo. Resultado: você ficava conhecendo segredos inimagináveis da obra analisada.
Por isso, sempre falava para os meus colegas blogueiros que trabalhavam comigo – Agora vou ver o que o Cássio descobriu. – Pena que essas deliciosas descobertas literárias se encerraram.
Quem sabe após ler esse post, o grande Cássio não resolva reiniciar o seu trabalho de blogueiro literário. Uma sugestão é que republique todo o material do “Parece Tamarindo”. Tudo o que é bom tem que continuar.
05 – Quero Morar em uma Livraria
Blogueira: Lia
Acompanho o blog “QueroMorar em uma Livraria” há anos, mas fui pego de surpresa com duas afirmações da Lia. A primeira: Vou parar com o blog. A segunda: perdi um pouco a vontade de escrever quando descobri alguns  blogs com resenhas muito melhores do que as minhas. Naummmmm acredituuuu!! Foi este o meu grito e esta a minha reação ao ver as justificativas da blogueira para ‘matar’ um blog que eu fazia questão de acompanhar com frequência. Cara, como eu gostava dos textos. A postagem “Porque ler Jane Austen” é fantasticamente sedutora. Nela, a blogueira cita as vantagens de lermos a proeminente escritora inglesa. Os argumentos utilizados convencem qualquer pessoa a ler os romances da autora.
As dicas de leitura do “Quero Morar numa Livraria” também eram sui generis. Foi através do blog que conheci o livro “Clarice” de Benjamin Mozer, o qual li e adorei. Aliás, obrigado por essa dica, Lia.
À exemplo, da Joelma Alves – que já citei acima – a Lia era muito espontânea em seus textos. Parecia que estava batendo um papo cara a cara com os seus leitores. Esta originalidade, que falta para muitos blogs, quebra o gelo da escrita, deixando o texto muito mais atraente e gostoso de ler.
Uma pena que terminou.
Tomara que essa galera se reanime e volte a escrever. Vocês não imaginam como os seus posts estão fazendo falta.

Inté!

01 setembro 2016

O Nimitz, Volta ao Inferno

Os filmes sobre viagens no tempo sempre despertaram o meu interesse. Não foi a toa que cresci assistindo uma série antológica de TV dos anos 60 chamada “O Túnel do Tempo”. Esta paixão acabou se estendendo aos livros, fazendo com que eu me tornasse um fã de carteirinha do gênero ficção cientifica.
Ainda me lembro que perto de completar os meus 20 anos de idade, foi lançado um filme que me chamou muito a atenção. O enredo falava de um poderoso porta-aviões nuclear americano que após atravessar uma fenda no tempo acabou indo parar no meio do conflito da 2ª Guerra Mundial, horas antes do ataque dos japoneses a base militar de Pearl Harbor.  Com todo aquele poder bélico à disposição, o comandante do porta-aviões poderia mudar o rumo daquele ataque que dizimou a base militar dos Estados Unidos, causando comoção em todo o mundo. Mas havia um dilema: Teria ele o direito de interferir na história? E se interferisse, será que os americanos acabariam entrando na 2ª Guerra Mundial, já que até aquele momento, eles estavam neutros? E se não entrassem no conflito, será que o nazismo acabaria levando a melhor?
O filme lançado em 1980 se chama “Nimitz – De Volta ao Inferno” e como já deu para perceber, o nome do porta-aviões é o USS Nimitz que até hoje se encontra em serviço ativo.
A produção cinematográfica tinha nos papéis principais: Kirk Douglas, Martin Sheen, Katharine Ross e James Farentino. Cara, que filmaço! Um dos melhores que já assisti. Gostei tanto que acabei comprando o DVD (hoje, muito difícil de encontrar) e volta e meia, lá estou eu assistindo-o novamente.
Há algumas semanas, zapeando na Net descobri uma novelização do filme escrita por Martin Caidin e confesso que apesar da minha ojeriza por esse gênero literário, soltei um grito de alegria. Pensei comigo – Caraca, talvez essa novelização, é tão boa quanto “O Segredo do Abismo” - afinal Caidin está no mesmo nível de Orson Scott Card que fez a releitura do roteiro do filme de James Cameron para as páginas.
Fui dormir na dúvida: compro ou desprezo? No final, resolvi comprar: o preço módico de R$ 5,00 foi o ‘fiel da balança’. Mesmo tendo uma semana corrida no trabalho, consegui ler as 261 páginas de “O Nimitz, Volta ao Inferno” (o nome do livro é quase igual ao título do filme; as duas únicas diferenças são as letras “O” a mais e  “De” a menos) em dois dias. Adorei! Putz, não acredito que estou ‘falando’ isso sobre uma novelização de filme. Mas tudo bem, fazer o que? Eu gostei, assim como gostei de “O Segredo do Abismo”.
Caidin, à exemplo de Scott Card, mudou muita coisa do roteiro escrito para o cinema, principalmente no que se refere na composição dos personagens. A personalidade e as dúvidas do capitão do USS Nimitz, Matthew Yelland, foram exploradas até  a “gota”; os conflitos dentro do porta-aviões, por causa da divergência de idéias também ganharam ênfase. Sem contar o estilo narrativo de Caidin que imprime grandes doses de suspense no enredo.
“Nimitz, De Volta ao Inferno” foi lançado nos cinemas americanos em 1º de agosto de 1980. A novelização com base no roteiro do filme foi lançada no mesmo mês.
Caidin conta a história do mais poderoso porta-aviões nuclear dos Estados Unidos que durante manobras militares no Oceano Pacífico é atingido por uma estranha tempestade elétrica que o arremessa de volta ao tempo para 09 de dezembro de 1941, poucas horas antes do ataque japonês a Pearl Harbour.
Enquanto o esquadrão inimigo voa em direção ao Havaí, o capitão do Nimitz, um perito do Departamento de Defesa e um senador precisam decidir o que fazer. Será que eles devem permitir que os japoneses concluam um dos maiores massacres da história ou devem lançar um pesado contra-ataque com seus poderosos aviões de ultima geração, mudando para sempre o curso da história?
Dúvida cruel, né?
Podem comprar a novelização; sem medo.

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