Como havia lido e gostado de “O Caso de Charles Dexter”, aproveitei e já
engatei um segundo livro de H.P. Lovecraft,
torcendo para que fosse tão bom quanto a obra citada acima. A torcida
deu certo. “A Cor Que Caiu do Céu” é fantástico. Você não consegue desgrudar do
livro, tanto é que o li em menos de dois dias, mesmo estando com a minha vida
completamente atarefada e bagunçada. O enredo engendrado por Lovecraft é muito bom e consegue te prender
como uma teia de aranha.
Sabem aqueles livros que você vai lendo, vai lendo e
aos poucos se desliga de tudo ao seu redor? “A Cor Que Caiu do Céu” tem esse
poder. A história já começa tensa quando um representante de uma empresa de reservatórios
chega a uma pequena e misteriosa cidade
com a intenção de construir uma represa. Ao descobrir fatos ao mesmo tempo
pitorescos e macabros relacionados ao local, o sujeito se assusta e vai embora ‘voando’,
abandonando até mesmo a idéia da obra.
Depois disso, vem a pauleira, de fato. Um meteoro
cai numa fazenda localizada nesta cidade, trazendo algo medonho que vai mudar
completamente a vida do local e também de todos os seus moradores provocando
terríveis mutações em tudo o que consegue tocar.
Quando uma equipe de cientistas e policiais decide
ir até a fazenda para investigar as mutações, o bicho pega. Algo misterioso que
veio junto com o meteoro prende o grupo na casa com a intenção de eliminar todos
da pior maneira.
“A Cor Que Caiu do Céu” foi escrito em março de 1927
e foge das características de Lovecraft, o qual sabemos ser um mestre
literário, mas do gênero terror. Ocorre que esta obra é um conto de ficção
científica o que prova a grande versatilidade do autor, capaz de escrever
histórias que fogem totalmente de seu perfil. O que eu admiro em Lovecraft é a
sua competência em conseguir provocar sustos homéricos nos leitores escrevendo
outros gêneros, além do terror.
Lovecraft começou a escrever “A Cor Que Caiu do Céu”
imediatamente após terminar “O Caso de Charles Dexter”. Buscando criar uma
forma de vida verdadeiramente alienígena, ele se inspirou em inúmeras fontes de
ficção e não-ficção. “A Cor Que Caiu do Céu” tornou-se uma das obras mais
populares do escritor, e algo que poucas pessoas sabem é que essa história é
considerada a sua favorita.
Os críticos geralmente tratam "A Cor Que Caiu
do Céu" como uma de suas melhores obras e a primeira em que ele mistura ficção
científica e horror. Vários estudiosos de Lovecraft se referem ao enredo como um
de seus contos estilísticos e conceitualmente mais finos. Outros vão além e
apontam “A Cor Que Caiu do Céu” como o seu conto mais assustador.
A história foi adaptada para os cinemas em 1965,
1987 e 2010.
Os críticos cinematográficos são unânimes em afirmar
que o badalado filme “Aniquilação”, de 2018 - baseado no romance homônimo de
Jeff VanderMeer - contém numerosas semelhanças com a história de Lovecraft.
Galera, um tremendo livraço.
Com certeza, vocês irão devorá-lo rapidamente.
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