30 março 2017
Os Segredos Perdidos da Arca Sagrada – Revelações Surpreendentes sobre o Incrível Poder do Ouro
Tô pasmado com as teorias de Laurence Gardner. Cara,
o sujeito bebeu todas! Viajou na maionese. Olha, sou o tipo de leitor
persistente; daqueles que não foge da luta mesmo quando o livro é medonho. Não
adianta, não abandono a contenda de maneira alguma; sempre acredito que o
enredo dará uma virada mágica nos momentos finais, salvando a obra. Por isso,
grudo o ‘inimigo’ com unhas e dentes e só solto em último caso, mas confesso
que não resisti a ‘Os Segredos Perdidos da Arca Sagrada’ de Laurence Gardner.
Cara, o livro é muito louco, sem pé nem cabeça. Não consegui terminar de ler as
pataquadas do autor. Abandonei as 366 páginas antes de chegar na metade. Tentei
ir até o fim, mas juro que não deu.
Acredito que um dos mistérios que mais intriga os
religiosos, arqueólogos e a comunidade científica, de um modo geral, é a arca
da aliança. Segundo relatos bíblicos, a arca foi
construída no século 13 a.C., por ordem de ninguém menos que Moisés para
guardar as tábuas dos Dez Mandamentos. O Antigo Testamento a descreve como um
móvel de madeira revestido de ouro. Quem a visse ou tocasse nela tinha morte
certeira, com exceção do sumo sacerdote dos hebreus. Antes de desaparecer, ela
era guardada no templo de Jerusalém, erguido no reinado de Salomão. No ano de
642 a.C., para proteger a arca de uma possível invasão ao templo, o rei Josias
teria mandado escondê-la. Depois disso, a Bíblia não faz mais referências sobre
o paradeiro do baú sagrado.
Mas onde está a arca? Ela, de fato,
existiu? Qual o seu poder? Qual a opinião da comunidade religiosa e científica?
Qual a relação dos templários com o artefato? Eram tantas as minhas dúvidas que
acabei indo com toda sede ao pote. Pena que ele caiu e se quebrou.
O livro de Gardner não esclareceu
nenhum desses questionamentos. Parecia que estava lendo um livro sobre
alienígenas.
A primeira chutada de balde do
autor é a de que Moisés não seria judeu, mas um faraó egípcio chamado Akhenaton que fugiu do Egito após tentar
cultuar um único Deus.
O soco no estômago fica por conta
da revelação de que o Monte Sinai não está localizado onde todos pensam que
está: no sul da península do Sinai, no Egito, onde em seu sopé encontra-se o
Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina. Na cabeça do autor, o famoso monte fica em
outra montanha onde foram descobertos os vestígios de um antigo templo egípcio
para uma deusa. Mêo, se prepara porque as pataquadas vão piorando cada vez
mais! Gardner diz que a arca da aliança já existia há muito tempo nesse templo
da deusa egípcia e tinha um poder incalculável. Sabe qual? transformar ouro em
um pó chamado mfkzt. O tal pozinho teria propriedades curativas e... mágicas,
já que permitia que a Arca levitasse.
Desta maneira, de acordo com
Gardner não havia nenhum deus no Monte Sinai só um equipamento qualquer, muito
poderoso, capaz de fabricar um pó também muito poderoso.
Outras teorias amalucadas foram
surgindo no decorrer da leitura, mas ao chegar antes da metade do livro, entreguei
os pontos. Acabei sendo nocauteado, após vários diretos no queixo e no fígado.
Desisti.
Juro que tentei, mas não deu.
27 março 2017
Presos Que Menstruam
Após ter lido o livro de Naná Queiróz, cheguei a
conclusão de que os presídios brasileiros não estão preparados para receber
mulheres em cumprimento de pena. Cara, as nossas cadeias e penitenciárias foram
concebidas para ‘abrigar’ homens; aliás, tudo – desde a construção física ao
atendimento dado aos sentenciados, visa preencher as necessidades masculinas.
Se não vejamos: o kit-higiene mensal distribuído -
tanto nos presídios femininos quanto nos masculinos - contém, entre outros
itens, apenas dois rolos de papel higiênico, o que pode ser suficiente para um
homem, mas nunca para uma mulher, que os usam para duas necessidades distintas.
Fazem parte ainda desse kit, dois pacotes com oito absorventes cada, ou seja,
uma mulher com um período menstrual de quatro dias tem que se virar com dois
absorventes ao dia; uma mulher com um período de cinco, com menos que isso.
Queiróz ouviu o relato de presidiárias que são obrigadas a sair catando jornal
e pedaços de papel sujos no chão – com muita sorte, quando os encontram – para
se limparem após as suas necessidades.
Por incrível que pareça, por causa do baixo número
de presídios femininos construídos no Brasil, muitas mulheres ainda são
encaminhadas para presídios mistos, sendo obrigadas a conviver em celas com
homens, correndo o risco de serem estupradas. Outra informação alarmante é que
até mesmo as presidiárias que acabaram de dar a luz, muitas vezes, são forçadas
a dormir no chão, nessas celas, com os seus bebês.
Outro detalhe que deixa evidente o descaso com as
mulheres que cumprem pena está relacionado aos sanitários dos presídios mistos
e, pasmem, de algumas penitenciárias femininas, recentemente readaptadas, que
não passam de um simples buraco no chão. Para essa situação inusitada vale até uma
pergunta mais do que lógica: ‘Como uma detenta que esteja com a sua gravidez
avançada conseguirá fazer as suas necessidades nestas condições... de
cócoras?!!
Jornalista Naná Queiróz |
‘Presos Que Menstruam’ explora ainda o drama das
presidiárias que após serem trancafiadas pelos seus crimes acabam perdendo a
guarda de seus filhos ou então daquelas que são obrigadas a dar a luz na prisão
com o bebê já nascendo preso.
A autora do livro vai a fundo, fazendo uma viagem no
âmago dos problemas enfrentados pelos presídios femininos e mistos de vários
estados. Confesso que muitos relatos me deixaram estupefato devido às situações
que de tão graves chegam a se tornarem surrealistas, como os casos de agressões
de carcereiros e guardas em presidiárias que estão nos meses finais de gestação.
Alguns podem pensar que ‘Presos Que Menstruam’ não
passa de um livro sobre vítimas do cárcere. Nada a ver, na realidade, a
jornalista mostra os dois lados da moeda: o das presidiárias que entraram no
mundo do crime contra a sua vontade e daquelas que são criminosas assumidas,
tendo praticado atos terríveis, mas todas elas enfrentando o mesmo problema: conviverem
em locais sem nenhuma estrutura capaz de atender as suas necessidades femininas
mais básicas.
O livro de Queiróz não fica preso somente ao relato
da situação das detentas dentro do presídio, mas também fora dele. Além do
cotidiano no cárcere, a autora também revela os episódios que levaram essas
mulheres à cadeia. Várias dessas histórias, de fato, conseguem prender a
atenção dos leitores como por exemplo, o relato de Safira que entrou no mundo
do crime após ver todas as suas tentativas de sobrevivência esgotadas numa
sociedade regidas por normas legais. Sem ter o que comer, com um filho pequeno
no colo, sem apoio dos pais ou marido, não enxergou outra possibilidade se não o
de ingressar na marginalidade.
Há, também, a história daquelas que entraram no crime
pelas portas do fundo, sem terem nenhuma culpa ‘no cartório’. São os casos de
Júlia, estudante de Direito, que carregou a sina de se apaixonar por sujeitos
errados, como seqüestradores e ladrões, sem saber o ofício dos namorados; e
também da índia Glicéria que foi presa, injustamente, por participar de uma
manifestação com outros índios de sua tribo a favor da demarcação de suas
terras.
Até mesmo duas presas famosas dão as caras na obra.
A autora descreve como é o dia a dia de de Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de
prisão por matar os pais; e de Caroline Jatobá, acusada do assassinato de
Isabela Nardoni, de cinco anos. Lesbianismo, sexo entre presas e guardas em
troca de favores, além de outros temas polêmicos também fazem parte do pacote.
Um tipo de leitura pesada, mas que
consegue prender o leitor da primeira a ultima página.
Recomendo.
23 março 2017
Livros e Opinião e Grupo Editorial Scortecci fecham parceria para 2017
Posso dizer que esta quinta-feira (23) se tornou
muito especial para o ‘Livros e Opinião’; afinal, o blog fechou a sua primeira
parceria com uma editora. Trata-se do Grupo Editorial Scortecci.
Atualmente, várias editoras colocam o número de
seguidores como condição indispensável para fechar parcerias com blogs. Não
importa se o blogueiro apenas copia textos de orelhas de livros ou se os seus posts
estão recheados de erros crássos. Enquanto isso, outros blogs simples e com
poucos seguidores, mas com publicações originais e de qualidade são completamente
ignorados por tais editoras.
Não importa se os seguidores, em questão, são
fantasmas, comprados ou trocados. O que sempre interessa é a quantidade e não a
qualidade.
Conheço blogueiros que escreviam muito bem e por
isso, recebiam um grande numero de visitas, mas após terem, por inúmeras vezes,
o seu pedido de parceria rejeitado, desanimaram e encerraram o seu trabalho.
Alguns desses colegas da blogosfera chegavam ao cúmulo de pensar que os posts que
escreviam não tinham qualidade, já que os editores os ignoravam. Triste, não?
Pois é, no meu caso, apesar do grande número de ‘nãos’
que levei ao longo dos anos, ainda não desisti. Continuo insistindo, quem sabe
um dia, a mentalidade de alguns editores se modifique.
O motivo da minha alegria em ter fechado parceria
com a Scortecci é que logo na primeira tentativa já consegui. Verdade! Li a
proposta da editora, gostei e então arrisquei enviar o formulário
candidatando-me a uma vaga de parceiro. Entendo que os editores da empresa literária
não levaram em consideração o numero de seguidores do meu blog, mas do meu
trabalho.
Aproveitei para vasculhar na rede e descobri que
outros blogs pequenos e com poucos seguidores, mas muito bem planejados também
fecharam parceria com o grupo editorial. Bom sinal.
A Scortecci é uma editora laureada, com
mais de 35 anos no mercado editorial brasileiro. Edita, imprime e comercializa
livros em pequenas tiragens desde 1982. Possui gráfica própria com tecnologia
Digital, acabamento de qualidade, sofisticado controle de vendas e central de
logística. Já recebeu os prêmios: Jabuti, APCA, FBN, ABL e PEN Clube. Em
sua história conserva os mesmos objetivos e propósitos desde a sua fundação:
publicar livros, organizar e apoiar concursos e prêmios literários, realizar
recitais e eventos culturais, editar e coordenar antologias de novos talentos,
desenvolver o mercado literário através de cursos, palestras e oficinas,
trabalhar pela formação de bibliotecas e fomentar o hábito da leitura.
João Scortecci, diretor do Grupo Editorial Scortecci |
O Grupo Editorial Scortecci foi fundado por João
Scortecci. Ele nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1956. Veio para São Paulo em
1972, onde reside até hoje. Fez sua estreia na Revista Poetação (FAU-USP), em
1973, com a poesia “Mulher de Rua”.
É escritor premiado: Prêmio Sesquicentenário da
Independência (1972) e Prêmio Itajaí de Poesia, com o livro O Eu de Mim (1982).
Tem doze livros publicados, que somam mais de 40 edições, com destaque para as
obras: A Morte e o Corpo, O Eu de Mim, Água e Sal, Na Linha do Cerol, A Maçã
que Guardo na Boca, Guia do Profissional do Livro (coautoria com Maria Esther
Mendes Perfetti), e os livros infanto-juvenis O Touro de Ouro, O Peixe Voador,
A Pulga Elétrica e As Aventuras de Olga Wap. Foi membro da CNIC, Ministério da
Cultura, Lei Rouanet, Área de Humanidades, de 1996 até 2007, Diretor-Adjunto da
Câmara Brasileira do Livro, por duas vezes, e Vice-Presidente Administrativo e
Financeiro da entidade, no biênio 2002/2003. É Diretor EDITORIAL da Abigraf/SP,
membro do Conselho Editorial da Revista Abigraf, Diretor do Espaço Scortecci,
docente da Escola do Escritor, editor responsável do Portal Amigos do Livro,
consultor, palestrante e especialista nas áreas de impressão digital, livros
sob demanda, direito autoral, marketing editorial e mercado editorial
brasileiro.
Taí galera! Espero que essa parceria possa render
bons frutos.
Deixo abaixo os links do site da editora e também de
suas redes sociais para que vocês possam conhecê-la melhor.
Inté!
GRUPO
EDITORIAL SCORTECCI
Twitter: https://twitter.com/scortecci_ed
Instagram: https://www.instagram.com/SCORTECCIEDITORA/
22 março 2017
Muito antes de Dr. Estranho, as gerações dos anos 30 aos 60 já se deliciavam com as aventuras de ‘Mandrake, O Mágico’
Se eu lhe perguntar qual o mágico, ilusionista ou
mago que você mais curte nas histórias em quadrinhos, com certeza a resposta
será Dr. Estranho. Ainda mais agora com a febre do filme sobre o personagem.
Cara, no meu caso, acredite, a resposta seria diferente. Sem pestanejar eu
diria: Mandrake.
Esta ‘fera’ que tinha como companhias inseparáveis a
sua cartola preta e um príncipe africano chamado Lothar fez a alegria dos
adolescentes das décadas de 1930 a 1960.
Mandrake foi criado em 1934 por Lee Falk (também
autor do Fantasma). Falk encarregou Phil Davis (1906 -1964) de desenhar as
suas histórias. Nos últimos anos de vida, Davis desenhava a tira com a
assistência de sua esposa, Martha. Após a sua morte quem assumiu os desenhos
foi o versátil artista Fred Frederick.
O Dr. Estranho conhecido como o ‘Mago Supremo’ só
surgiria 30 anos depois, em 1963, pelas mãos de Stan Lee e Steve Ditko. Por
isso, considero Mandrake o ‘pai’ do Dr. Stephen Vincent Strange; Dr. Estranho
para os íntimos. Quem sabe Lee e Ditko
não se inspiraram no personagem dos anos 30 para compor o seu Doctor
Strange. Pois é, quem sabe.
Mandrake é um ilusionista de fraque e cartola que se
valia de uma impossível técnica de hipnose instantânea, aplicada com os
olhos e gestos das mãos, e de poderes telepatas. Quando o narrador informava
que ele executava seu gesto hipnótico, a arma do vilão se transformava em um
buquê de rosas ou numa pomba.
Boa parte das aventuras de Mandrake, especialmente
as primeiras, foram ambientadas em locações exóticas na África e na Ásia,
continentes para os quais o mágico viajava quando saia dos Estados Unidos, onde
residia numa cidade não identificada.
Nos primeiros anos, o personagem possuía habilidades
sobrenaturais – bem parecidas com a do Dr. Estranho – mas depois seus poderes
se tornaram mais verossímeis ficando restritos aos seus conhecimentos de
hipnose e ilusionismo.
Uma curiosidade interessante é que Mandrake foi
inspirado em um mágico da vida real chamado Leon Mandrake – amigo particular de
Lee Falk – que atuava de bengala, cartola, fraque e bigodinho (fisionomia
idêntica ao famoso personagem) fazendo um enorme sucesso nos teatros daquela
época.
Sacha Baron Cohen que estará vivendo Mandrake nos cinemas |
A trama era ambientada nos anos 30, onde
"Mandrake" enfrentava criminosos e bandidos dos mais variados: assaltantes, espiões, e até
alienígenas e seres extra-dimensionais (Olha o Dr. Estranho novamente aí!). O
mágico também podia contar com a ajuda de sua noiva: A princesa
"Narda" (de um reino da Europa Oriental) e de seu amigo:
"Lothar" (príncipe africano que usa a "força bruta" no
combate ao crime).
Lothar, inclusive, possui o mérito de ser o primeiro
personagem negro de destaque numa história em quadrinhos norte-americana, antes
dele, os poucos negros que apareciam nos quadrinhos eram personagens
secundários ou não mais do que meros figurantes.
No Brasil, "Mandrake" estreou no ano
seguinte à sua criação, no "Suplemento Juvenil" (de 1935), uma publicação
dedicada à quadrinhos de heróis e tiras de jornal, tipo "Flash
Gordon", "Tarzan", e "Pato Donald". Até o começo dos
anos 50 o personagem não teve revista própria, mas suas aventuras eram
publicadas com grande destaque em jornais e revistas mix: "Mirim",
"Gibi" e "Globo Juvenil". No finalzinho de 1950, ‘Mandrake,
O Mágico’ passaria a ganhar o seu gibi exclusivo no Brasil. e cara, como eu me deliciei com as suas aventuras!! Posso afirmar, sem medo de errar, que antes de "mergulhar" no meu hobby por livros; os quadrinhos desse mágico elegantérrimo - que só usava ternos finos, fraque, cartolo, capa de seda com forro vermelho e o seu inconfundível bigodinho a 'la escovinha' - eram os meus favoritos.
O sucesso de “Mandrake, O Mágico” não ficou apenas
nos gibis. Em 1939, a Columbia Pictures, inspirada no sucesso dos quadrinhos,
resolveu fazer o seriado “Mandrake, The Magician”, estrelado Warren Hull. O
seriado teve 12 capítulos e fez muito sucesso naquela época.
Cartaz do filme da Columbia Pictures de 1939 |
E apesar da demora – já tivemos adaptações de
‘Spirit’ e até mesmo de ‘O Sombra’ – o personagem de Lee Falk finalmente
ganhará as telonas. Segundo
informações do The Tracking Board, a produção ‘Mandrake – O Mágico’ está
em desenvolvimento na Warner Bros e trará Sacha Baron Cohen,
conhecido por ‘Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País
Cazaquistão Viaja à América’, no papel principal.
O site norte-americano
também confirma que o roteiro será escrito por Tom
Wheeler, David e Janet Peoples. Na direção, quem assume
é Etan Cohen, de ”O Durão”. Ele é mais conhecido por seu trabalho como
roteirista em MIB: Homens de Preto 3 e Trovão Tropical.
Iahuuuuu! E dá-lhes
Mandrake!!
19 março 2017
Vem aí ‘Abominação’. Nova aposta de sucesso da DarkSide
E aí galera! Tudo na paz? Pois é, cá estou eu
novamente, voltando com mais novidades da DarkSide. Tudo bem que já falei
escrevi, há dois dias, sobre um livro da editora que será lançado
brevemente, mas como sei que a maioria dos seguidores do Livros e Opinião (blog
e fanpage) são fãs das histórias
publicadas pela Caveirinha, não poderia omitir outra grande novidade que estará
bombando nas prateleiras das livrarias físicas e virtuais a partir de 29 de
março, mesma data da chegada de ‘The Beauty of Darkness’. Estou me referindo a ‘Abominação’
de Gary Whitta.
Mas quem é esse tal Gary Whitta? Ok. Hoje, vou romper
o paradigma de sempre falar, primeiramente, sobre o livro, deixando o autor por
ultimo. ‘Abominação’ é o primeiro livro de Whitta. Acho importante essa
iniciativa da editora carioca em dar oportunidade para novos escritores, pois
só assim iremos descobrir revelações, ampliando o rol de romancistas nos vários
gêneros literários, principalmente no terror e fantasia. Cara, caso contrário,
não sairemos daquele ‘circulo vicioso’ (tudo bem que seja no bom sentido, mas
não deixa de ser um círculo vicioso) de lermos apenas obras de autores
consagrados. E quando eles se forem? É! Quando eles partirem para aquela viagem
que sabemos que não tem retorno? Olha, deixando de ser tétrico, o que eu quero
dizer é que quando esse tempo chegar, nós iremos ser obrigados a ficar
revivendo e relendo apenas histórias antigas dessas feras da literatura. Cara, se
vocês soubessem como eu sinto falta das obras de Michael Crichton... Como sinto
não ter surgido até agora, um escritor com características semelhantes a dele...
Putz! Por isso, sempre falo para os meus amigos: - King, agüente aí, amigão! Escreva
muitos livros ainda; adie essa viagem o quanto puder.
Por isso mesmo, que a proposta da DarkSide é
super-louvável. E o mais importante: vem dando certo. E como! O livro ‘UltraCarnem’, de César Bravo, foi um grande sucesso; ‘O Circo Mecânico’, de Genevieve
Valentine, arrebentou em vendas; Brad Dukes com o seu ‘Twin Peaks: Arquivos e
Memórias’ seguiu o mesmo caminho. Todos eles, novos autores descobertos pela
DarkSide.
Gary Whitta, autor de 'Abominação' |
Quanto a Whitta, como já disse, ‘Abominação’ é o seu
primeiro romance. Ele Foi editor-chefe da PC Gamer e roteirista de jogos como
The Walking Dead: The Game e Halo 5: The Guardians. Mas em minha opinião, o seu
maior crédito cabe ao thriller-apocaliptico ‘O Livro de Eli’, com Denzel
Washington, grande sucesso de público e crítica, lançado nos cinemas em 2010.
Whitta, simplesmente, escreveu o roteiro desse filme fantástico. O sujeito também
é um dos criadores do enredo de Rogue One: Uma História Star Wars. Portanto,
acredito que o seu livro de estréia tem grande chances de se transformar um
grande sucesso.
Bem, sobre ‘Abominação’, trata-se de um romance
de fantasia dark que reconta um dos capítulos mais sangrentos da história da
Inglaterra: as invasões vikings do século IX, apresentando personagens e
batalhas reais, com influências que vão de H.P. Lovecraft a Game of Thrones.
De acordo com a sinopse da obra, o reinado de Wessex
foi o único de toda a Inglaterra que escapou dos invasores dinamarqueses. Seu
rei, Alfredo, o Grande, negocia um acordo com os bárbaros do Mar do Norte,
mesmo sabendo que eles não são exatamente os maiores adeptos da paz. É preciso
estar preparado, a guerra pode recomeçar a qualquer momento. O arcebispo
de Canterbury oferece proteção ao reino, através de feitiços descobertos por
ele em velhos pergaminhos. O rei só não poderia imaginar que a magia seria
ainda mais perigosa que os próprios vikings.
Pera aí galera! Esta sinopse lembra algo? Vai, pensa
um pouco aí! Cara, preste atenção, ela tem um toque de Crônicas Saxônicas! E com
um ‘dedinho’ de magia a lá Merlin e Nimue de ‘As Crônicas de Artur’! Concorda?
O livro já foi lançado lá fora e quem leu elogiou
muito as cenas de batalhas, consideradas bem reais.
Vamos aguardar a chegada de 29 de março para
conferirmos mais esse lançamento da DarkSide, nova aposta de sucesso da
editora.
17 março 2017
DarkSide lança no fim de março ‘The Beauty of Darkness’, a conclusão da saga ‘Crônicas de Amor e Ódio’
Conforme demonstra a Pesquisa Retratos da Leitura no
Brasil, divulgada recentemente, já é unanimidade no mercado literário que a
fatia de leitores teens está ficando cada vez maior. Antevendo esse
crescimento, a DarkSide, saiu na frente das outras editoras e lançou a coleção
DarkLove onde a maioria de suas personagens principais são jovens e
principalmente mulheres. Bimba! Novo tiro certeiro da editora da caveirinha.
Por que certeiro? Simples: as últimas pesquisas de um modo geral indicam que a
maioria das leitoras que compõem o universo teen é formada por garotas que se
identificam com muitas heroínas das histórias que lêem. Resultado: os livros da
DarkLove arrebentaram em vendas.
Com esse sucesso, nada mais óbvio do que a caveirinha
investir pesado nesta coleção, cujo destaque sem duvida nenhuma, é a trilogia ‘Crônicas
de Amor e Ódio’ iniciada em 2016 com ‘The Kiss of Deception’. A obra é considerada
uma das melhores ficções voltadas para o público teen, recebendo muitos
elogioos dos integrantes do comitê da Young
Adult Library Services Association (YALSA).
Após o grande sucesso de publico e
critica, a transformação de ‘The
Kiss of Deception’ em uma trilogia ficou mais do que definida. Assim, também em
2016, chegou as livrarias o segundo livro com o título de ‘The Heart of Betrayal’ que também estourou em
vendagens.
Confesso que não li os dois livros, mas com certeza
a autora deve ter deixado nos últimos capítulos ganchos viciantes, relacionados
aos personagens principais, que deixaram os leitores desesperados para conhecer
a conclusão da história.
Dessa forma, nada mais óbvio do que o lançamento de
um terceiro volume da final da fantasia que conquistou os leitores teens de
todo o País. O livro ‘The Beauty of Darkness’ chega no dia 29 de março nas
livrarias brasileiras. Nele, Pearson define o destino de todos os personagens
da saga.
Segundo release fornecido pela editora, no terceiro
volume da saga ‘Crônicas de Amor e Ódio’, Lia
sobreviveu a Venda, mas não foi a única. Um grande mal pretende destruir o
reino de Morrighan, e somente ela pode impedi-lo. Com a guerra no horizonte,
Lia não tem escolha a não ser assumir seu papel de Primeira Filha, como uma
verdadeira guerreira — e líder.
Enquanto
luta para chegar a Morrighan a tempo de salvar seu povo, ela precisa cuidar do
seu coração e seus sentimentos conflituosos em relação a Rafe e as suspeitas
contra Kaden, que a tem perseguido. Nesta conclusão de tirar o fôlego, os
traidores devem ser aniquilados, sacrifícios precisam ser feitos e conflitos
que pareciam insolúveis terão que ser superados enquanto o futuro de todos os
reinos está por um fio e nas mãos dessa determinada e inigualável mulher.
Taí galera teen! Agora é só esperar ‘The Beauty of
Darkness’ desembarcar nas livrarias tupiniquins e devorá-lo. Afinal de contas, 29 de março já está aí.
Inté
14 março 2017
Por que ler dá sono?
Fugindo
um pouco, quero dizer... fugindo muito, das propostas desse blog que são as
publicações de resenhas, listas e novidades literárias, hoje eu quero explorar
um assunto diferente, mas nem por isso menos interessante para o leitor: “Por
que ler dá sono?” É sobre isso que eu quero falar escrever hoje.
Resolvi
abordar esse tema após descobrir que estou ficando muito mole para encarar os
meus livros no único período de leitura mais produtivo para mim: à noite. Cara,
antigamente, o menino aqui, devorava páginas e mais páginas madrugas afora, mas
hoje... broxou. Fiquei revoltado, entende? Tudo bem que não foi um broxou com
apelo sexual, mas mesmo assim, a preocupação chegou perto. Este
‘broxou-literário’ me obrigou a realizar algumas pesquisas na Net na esperança
de encontrar um motivo para a tal ‘desanimada’ – não por falta de vontade de
ler, mas por falta de forças para ler.
Nestas
vasculhadas pela Rede, descobri um artigo de Fábio Haggstram que é diretor do
Centro de Disturbios do Sono do Hospital São Lucas, de Porto Alegre. Segundo
ele, não
é ler um livro que dá sono, mas as substâncias químicas que agem no corpo. Uma
delas é a adenosina, que se acumula ao longo do dia. Esta tal adenosina, a qual
eu nunca tinha ouvido falar, é uma substância capaz de inibir o nosso estado de
vigília. O seu acúmulo leva àquela vontade irresistível de dormir. Se você optar por realizar leitura à noite, por
exemplo, seu corpo terá acumulado uma grande quantidade dessa substância e,
consequentemente, você começará a dar breves cochilos. Por isso, quanto mais
adenosina, maior o sono, ou seja, o problema, na verdade, é a hora da leitura.
Experimente ler em outro horário. Você pode até sentir preguiça, não conseguir
nem virar a página e se entediar. Mas não terá sono.
Já a segunda substância envolvida é
a melatonina. Ela regula o sono, pois é liberada quando o ambiente escurece.
Por isso dormimos, normalmente, à noite. E, como a luz inibe a produção de
melatonina, quem lê no tablet, por exemplo, tende a sentir menos sono do que
quem lê no papel. É por esse mesmo motivo que é mais fácil passar horas na
internet ou vendo televisão do que ler um bom livro de madrugada. Portanto, não
se sinta culpado se a TV estiver mais agradável às 4h.
Nas minhas zapeadas e vasculhadas pela Net encontrei
também três dicas para não dormir enquanto se lê um livro. Vamos à elas:
1. Começou a bocejar? Levante e dê uns pulinhos. Estar acordado é reagir a estímulos, e esse pequeno exercício nada mais é do que um estímulo motor. Depois dos pulinhos, experimente lavar o rosto, com certeza isso vai ajudar a quebrar a monotonia.
1. Começou a bocejar? Levante e dê uns pulinhos. Estar acordado é reagir a estímulos, e esse pequeno exercício nada mais é do que um estímulo motor. Depois dos pulinhos, experimente lavar o rosto, com certeza isso vai ajudar a quebrar a monotonia.
2. Ler em voz alta exercita outras partes do
cérebro, como o lobo temporal (relacionado à audição) e o lobo frontal
(relacionado à produção da fala), e vai acabar com aquela preguiça momentânea.
3. Leia sentado. É lógico: a não ser que você
tenha problema na coluna, é mais difícil dormir sentado do que deitado, já que,
para dormir, é preciso relaxar toda a musculatura, o que não ocorre sentado.
Taí! Galera, entendam que a culpa não é do livro,
mas das senhoras adenosina e melatonina que arrebentam com todos nós
devoradores de livro.
Fora elas, é claro, ainda há o cansaço provocado por
nós mesmos, a chamada privação do sono: dormir menos horas do que necessitamos
para se sentirmos restaurados no dia seguinte. Nossa sociedade é, cada vez
mais, uma sociedade de 24 horas, o que exige um grande número de profissionais
trabalhando dia e noite, ininterruptamente e como conseqüência menos horas de
sono e sonolência no dia seguinte.
Cara, acredite, é tiro e queda o sono chega
rasgando, de fato; principalmente se você se esborrachou de trabalhar durante todo
o dia, ‘coisa’ do tipo: acordar as 5h00 e trampar, sem parar, até as 21 horas.
Mêu, independente de adenosina, melatonina ou o escambau a quatro, quando
chegar a noite, você vai estar arrebentado, sem ânimo para encarar qualquer
leitura, por melhor que seja.
Taí pessoal, espero ter ajudado.
Inté!
10 março 2017
Contos de Horror do Século XIX
Devo fazer um alerta importante para os leitores que
são chegados em histórias de terror modernas. E quando digo modernas, estou me
referindo aos autores do nosso século, sejam eles teens ou não. Pra ser mais
exato: autores que lançaram os seus livros nos últimos 20 anos. Com certeza,
vocês não irão gostar dos contos selecionados por Alberto Manguel; o que, cá
entre nós, é uma pena. Cara, o escritor e tradutor argentino estava ‘de bem com
a vida’ quando escolheu as histórias que compõem os livro ‘Contos de Horror do
Século XIX’. Os enredos são a nata do terror. Divinamente fantásticos.
A galera que se amarra no gênero terror teen ou gore,
onde os sustos quase sempre chegam
acompanhados de sangue e membros mutilados irão excomungar a seleção de Manguel
porque o seu universo de histórias abrange o lado mais psicológico da ‘coisa’.
O tipo de enredo que dispensa a escatalogia, monstros, vampiros, gargantas
cortadas e outras coisas do gênero. Em ‘Contos do Horror do Séc. XIX’ o que
causa o medo são as situações comuns vividas por nós seres humanos, ou seja, os
fantasmas e monstros estão em nossa mente e não em nossa frente; mais ou menos
isso. Quem já leu Guy de
Maupassant ou Edgar Allan Poe sabe do que estou falando escrevendo. É
evidente que em alguns contos, os leitores irão encontrar elementos próximos ao
gore, como mortos-vivos ou alguns ‘monstrenguinhos’, mas a maioria das
histórias explora os monstros que nós mesmos criamos.
O cenário onde
acontecem as histórias são dos mais variados; desde igrejas em ruínas, subsolos
pútridos, jardins abandonados, espelhos encantados à criaturas invisíveis.
Na introdução da obra,
Manguel explica detalhadamente como foi criado o gênero terror, além de uma
explicação do que vem a ser terror e horror. Ele ainda nos brinda com detalhes
sobre o conto e o autor, além da época em foi escrito. Dessa forma, cada conto
tem uma introdução detalhando o mesmo.
Outro ponto que achei
interessante é que cada conto tem um tradutor diferente. E que tradutores! De
Rubem Fonseca a Moacyr Scliar; preciso dizer mais? Cara, tem até um conto de
horror de Eça de Queiróz!
Ok, agora você deve
estar se perguntando quem é esse tal Alberto Manguel? Tá bem, eu conto. Ele editou
uma dúzia de antologias de contos sobre temas que vão do fantástico à
literatura erótica. Autor de livros de ficção e não-ficção, também contribui
regularmente para jornais e revistas do mundo inteiro. Atualmente vive no
interior da França, num antigo priorado transformado em residência onde
instalou sua vasta biblioteca.
Belê?
Entonce, espero ter lhe convencido a ler ‘Contos de
Horror do Século XIX’, mesmo você sendo fã daquelas histórias de terror
explícito.
Agora a má notícia: no portal da Estante Virtual só sobraram
dois livros; um custando R$ 390,00 e ou outro R$ 395,00. Preços tão altos assim,
merecem até uma piadinha infame: “Ainda bem que o frete é grátis”.
Valeu galera!
05 março 2017
Ed e Lorraine Warren: Demonologistas (Arquivos Sobrenaturais)
Cara, tenso demais. Tão tenso que cheguei a ter algumas
atitudes – vocês podem até considerá-las hilárias, tudo bem, eu não ligo – que após
a leitura do livro, com os batimentos cardíacos já normalizados, pensei que
jamais as teria. Classifico ‘Ed e Lorraine Warren: Demonologistas’, da série 'Arquivos Sobrenaturais', lançado
recentemente pela editora DarkSide, como uma obra fodasticamente fodástica. A
leitura impressiona os crentes e também os descrentes em assuntos polêmicos
como espíritos opressores, possessões, fantasmas, casas mal assombradas e por
aí afora.
Ah! Imagino que vocês estejam curiosos para descobrir
algumas das minhas atitudes incomuns após ter encarado a obra escrita por
Gerald Brittle. Ok, eu conto; mas apenas uma. Lá vai, na lata: rasguei e joguei
fora a foto promocional da boneca Annabelle que acompanha o livro, um brinde
super bem sacado da editora. Disse para mim mesmo: - Meu! Quero essa foto na
minha casa não! Sei lá, vai que esse treco tá carregado com influências
negativas ou então acompanhado de alguma outra coisa metafísica. E quando eu
digo ‘alguma outra coisa’, entendam como... Cara, melhor deixar pra lá. Aposto
que você está rindo, né? Tudo bem ‘El Valenton’, leia o livro e com certeza você
irá parar de gargantear.
Há uma diferença enorme de obras ficcionais de
terror para obras reais de terror. Com relação ao primeiro exemplo, você sabe
que o enredo é fantasioso e saiu da mente fértil de um romancista. Quanto ao segundo,
o ‘negócio’ muda de figura, já que a história contida nas páginas foi baseada em
fatos reais e, confesso, que os fatos documentados no livro de Brittle
impressionam, até mesmo os mais céticos.
As 272 páginas do lançamento da DarkSide faz com que
o leitor repense todas aquelas brincadeiras bobas feitas no passado com grupos
de amigos que envolviam o sobrenatural e o preternatural. Os tabuleiros Ouija e
as brincadeiras do copo. Lembram-se? Ufa! Ainda bem que não tive essa
curiosidade.
Casal de demonologistas Ed e Lorraine Warren |
O livro é praticamente uma entrevista com o famoso casal
de demonologistas Ed e Lorraine Warren, onde eles narram detalhes dos seus
casos mais famosos – entre os quais ‘Amityville’, ‘Família Perron’, ‘Caso
Beckford’, ‘Caso Foster’ e, claro, o da famosa boneca ‘Annabelle’ - entremeados
com orientações sobre os riscos de se envolver com o mundo metafísico; uma
brincadeira que pode custar bem caro.
O casal Warren explica a diferença entre espíritos
humanos e inumanos; o drama e o sofrimento de pessoas que fizeram conjurações, muitas
vezes como uma simples brincadeira; como ocorrem as opressões e possessões por
entidades inumanas e outras coisas do gênero.
Segundo os demonologistas, o espírito demoníaco se
faz presente na vida das pessoas por meio do livre-arbítrio quando elas querem
ou convidam através de um contato espiritual sem nenhuma necessidade para isso.
São as leis da ‘Atração’ e do ‘Convite’.
Ed explica que a ‘Lei da Atração’ é
algo do tipo: “semelhante atrai semelhante’. Dar atenção ao positivo atrai
positivo; dar atenção ao negativo atrai o negativo. Portanto, pessoas que fazem
coisas negativas ou claramente contrárias à natureza – maldades praticadas de
maneira voluntária por um homem contra outro, indivíduos com satisfação de
cometer atos cruéis e perversos, etc - estão basicamente fazendo o trabalho do
Diabo por ele e, de fato, atraem espíritos negativos para junto de si. Pela ‘Lei
do Convite’, prossegue Ed, “a coisa” é ‘peça e receberás’, ou seja, uma pessoa
pode invocar o espírito demoníaco por meio de um ritual ou via um canal de
comunicação sincero, tipo: cerimoniais de magia, encantamentos, sessões
espíritas, uso de tabuleiro Ouija ou rituais profanos secretos em que o
individuo voluntariamente convida uma presença demoníaca para si.
Annabelle do filme (à esquerda) e Annabelle verdadeira no colo de Lorraine |
Achei interessante, também, o trecho onde é revelado
os detalhes de um ritual de exorcismo, como um padre ou clérigo se prepara para
esse momento e quais são as condições impostas pela Igreja para que aconteçam esses
rituais.
Mas sem dúvida alguma os capítulos mais
interessantes do livro se referem aos casos investigados por Ed e Lorraine. Os
que mais me impressionaram foram os casos ‘Beckford’ e ‘Annabelle’. No primeiro
ocorrido em 1974, uma família passou a ser atormentada por espíritos inumanos
após uma de suas filhas ter utilizado um tabuleiro Ouija para se comunicar com
espíritos. Vicky Beckford, então com 19 anos de idade, havia saído da linha:
ela convidou um espírito demoníaco a se manifestar. Embora a garota iludida
tenha dado essa permissão sem querer, pensando se tratar de um espírito humano,
segundo os Warren, ela cometeu uma transgressão sobrenatural da maior
gravidade. O resultado foi talvez o pior caso de ataque diabólico já vivenciado
pelo casal de demonologistas.
Brittle descreve em detalhes todo o drama dessa
família – do início ao fim – incluindo o exorcismo da casa com o objetivo de
expulsar as entidades malignas.
‘Annabelle’ também impressiona. O caso real da
boneca - possuída por uma entidade demoníaca – que, sozinha, fica mudando de
lugar é de arrepiar. O livro traz a história completa da boneca de pano maligna
que acabou indo parar nas telas do cinema em 2014, além de uma ‘ponta’ no filme
“Invocação do Mal” (2013).
E já que estamos falando escrevendo sobre filmes,
vale lembrar que todos os casos que inspiraram os filmes ‘Invocação do Mal 1 e
2’, ‘Annabelle’ e ‘Horror em Amityville’ são descritos em detalhes no livro de
Brittle.
Enfim, ‘Ed e Lorraine Warren: Demonologistas’ é um
livro de terror que dá medo, aliás, muito medo, pois são fatos reais e
documentados vividos pelo casal de demonologistas mais famoso dos últimos tempos.
Tão famoso que teve vários filmes baseados em seus casos e também em sua vida.
Vale a leitura.
03 março 2017
10 escritores famosos com manias muito estranhas
Olha, a ‘culpa’ desse post é do Otávio, um ex-colega
de trabalho que era responsável pela editoria de um dos jornais que tive a
sorte de estagiar.
Otávio, Otávio... que figuraça! Todo dia ao chegar
na redação, ele tinha uma mania ‘estranha ao quadrado’: fazer algumas flexões
antes de começar a executar os seus afazeres profissionais. Tirava o paletó,
ficava apenas de camisa e gravata, apoiava as duas mãos no chão e lá vamos nós!
‘Umas’ dez, pelos menos. Ele dizia que esse hábito ajudava a oxigenar o cérebro,
fluindo melhor as idéias, deixando o raciocínio mais rápido.
Lembro que lhe perguntava porque não fazia essas
tais flexões em sua casa, ao que ele me respondia que realizá-las minutos antes
do trabalho era bem mais salutar. Por isso, ele chegava antes de todos na
redação para ficar mais a vontade. Como o meu horário geralmente era de
madrugada, o ‘menino, aqui’ acabava sendo o único a constatar esse fato
surreal.
Pois é, vendo o Otávio com essa sua mania escabrosa,
certo dia tive um insight: “Cara, será que tem algum autor famoso que não
consegue escrever sem antes colocar em
prática alguma mania maluca? E quão malucas são essas manias?” Pronto! Surgia
assim, o tema do post. Guardei a idéia, mas com o tempo acabei me esquecendo
dela. Na semana passada, vasculhando as gavetas da minha escrivaninha,
encontrei o pedaço de papel com esse insight escrito, então resolvi elaborar o
texto.
Cara, você não imagina quantos escritores famosos de
bestsellers recorrem as mais estranhas artimanhas antes de começar a escrever.
Fiz uma lista de 10 autores conhecidos e seus hábitos peculiares. Vamos à eles:
01
– Kurt Vonnegut
Obras
de destaque: ‘Matadouro
5’ e ‘Pequeno Almoço de Campeões’
Este escritor estadunidense de ascendência germânica
que morreu em 11 de abril de 2007 tinha – guardados as devidas proporções – o
mesmo hábito do meu ex-colega de trabalho, o qual não vejo há muitos anos.
Vonnegut não conseguia escrever uma linha sequer, sem antes fazer várias
flexões e abdominais, além de correr e nadar.
Sua rotina de trabalho era acordar, fazer as
flexões, os abdominais, tomar um breve fôlego, correr alguns quilômetros e
finalmente: Ufaaa!! Dar algumas ‘braçadas’ na piscina. Somente depois dessa
maratona é que Vonnegut estava apto para escrever os seus livros. E tudo indica
que esses exercícios físicos ‘pré-escrita’ valeram à pena, já que de sua cabeça
saiu uma obra antológica, elogiada em todo o mundo: ‘Matadouro 5’ publicado em
1969, em plena Guerra do Vietnã.
02
– A.J. Jacobs
Obra
de destaque: ‘Um
Ano Bíblico’
Não sei se ele fez isso para aparecer ou se, de
fato, tinha essa mania ao escrever. A verdade é que o jornalista americano,
A.J. Jacobs, atual editor da revista Esquire, escreveu ‘Um Ano Bíblico’
enquanto andava numa passadeira rolante ou esteira, como queiram.
Devia ser engraçado vê-lo digitando a sua obra num
tablet acoplado na esteira. Caraca, como ele conseguia fazer isso?! Sei lá! O
que posso dizer é que essa mania maluca rendeu o livro ‘Um Ano Bíblico’.
O jornalista se propôs a dar cabo a uma tarefa
insólita: reunir todas as regras da Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse, e
segui-las à risca durante um ano. Neste bem-humorado livro, Jacobs descreve seu
dia a dia como um bíblico fundamentalista e experimenta uma espiritualidade à
qual não estava acostumado.
03
– Truman Capote
Obra
de destaque: ‘A
Sangue Frio’
Coloco a minha mão no fogo se a maioria dos leitores
desse post não ‘bateram os olhos’ em ‘A Sangue Frio’, considerada a primeira
obra do New Journalism. Estou com o livro em minha estante e certamente será um
dos próximos em minha lista de leitura.
Galera, vocês sabiam que Capote escreveu a sua obra
máxima deitado em sua cama? Isto aconteceu porque ele não conseguia concatenar
as suas idéias se estivesse sentado numa escrivaninha. Para raciocinar e
escrever os seus livros, o autor tinha que estar deitado em sua cama ou no sofá.
Ah! Ele também tinha outro hábito peculiar; era
incapaz de escrever o que quer que fosse sem, antes, certificar-se de que, no
lugar onde estava não havia um único inseto.
Aliás, Capote era exageradamente
supersticioso: não colocava no mesmo cinzeiro três bitucas de cigarro; se
estava visitando alguém, guardava os restos dos cigarros em seus bolsos para
não encher o cinzeiro; e na sexta-feira não podia começar nem terminar nada.
Que coisa, hienn?
04 – Isabel Allende
Obras de destaque: ‘A Casa dos Espíritos’, ‘Zorro – Começa a
Lenda’ e ‘O Caderno de Maya’
O que começou como uma superstição
acabou terminando como disciplina. A autora chilena de ‘A Casa dos Espíritos’,
‘Zorro – Começa a Lenda’ e ‘O Caderno de Maya’ tinha a mania de começar a
escrever os seus romances sempre no dia 8 de janeiro. O motivo desse hábito foi
o estrondoso sucesso de ‘A Casa dos Espíritos’, seu primeiro livro. Isabel Allende
se baseou na história de sua própria família, à qual adicionou acontecimentos e
personagens fictícios, que deram grande riqueza e dramaticidade à história.
Talvez, Allende tenha associado o
sucesso de seu primeiro romance a data em que começou a escrevê-lo, o que a
levou a iniciar as suas obras posteriores sempre no dia 8 de janeiro.
Porém, como a própria autora já
disse em várias entrevistas, atualmente não se trata de uma susperstição, mas
sim de uma questão de hábito e disciplina, visto que devido ao fato de possuir
uma vida tão ocupada, ter uma data fixa para começar a escrever é bom para si e
para todas as pessoas à sua volta.
05 – Gabriel Gárcia Márquez
Obra de destaque: ‘Cem Anos de Solidão’
Nem mesmo o grande Gabriel José
Gárcia Márques, um dos escritores mais admirados e traduzidos do mundo – com
mais de 40 milhões de livros vendidos em 36 idiomas - era imune as estranhas
manias antes de escrever os seus enredos. Consta que ele precisava estar num
quarto com uma temperatura determinada e com uma flor amarela na mesa, senão
não sentava para escrever. Tem mais; o autor colombiano que faleceu em 2014
sempre trabalhava descalço.
Marquez nunca revelou a ninguém o
motivo desses cacoetes antes de escrever as suas histórias. Agora com a sua
morte, jamais ficaremos sabendo a origem dessas peculiaridades.
06 – Dan Brown
Obras de destaque: ‘O Código da Vinci’, ‘Anjos e Demônios’ e
‘Inferno’
Taí mais um escritor que ficou com
inveja e decidiu copiar a receita do Otávio. Dan Brown é o tipo do cara que
leva a máxima: ‘corpo são, mente sã’ ao pé da letra. O sujeito acorda todos os
dias as 4 horas e quando está escrevendo um romance faz questão de interromper
a sua escrita para fazer algumas flexões e abdominais. Logo depois, retorna a
sua produção literária.
Não me pergunte se ele faz esses
exercícios no seu escritório, ao lado da mesa onde está desenvolvendo a sua
obra ou se procura por um lugar mais adequado. Para esclarecer esse enigma só
mesmo o próprio Brown ou, talvez, a sua esposa.
07 – Honoré de Balzac
Obra de destaque: ‘A Comédia Humana’
O francês Honoré de Balzac
considerado o fundador do Realismo na literatura moderna era um viciado em
café. Man, sem brincadeira, durante a fase produtiva de um livro, ele consumia
em média 50 xícaras do ‘pretinho’ por dia!! Fico imaginando a quantidade total
de café consumido durante o período em que escreveu ‘A Comédia Humana’,
considerada sua principal obra, composta por 95 romances. My God! Deve ter sido
garrafões e mais garrafões de café.
Agora, se formos analisar a
quantidade de café que ele tomou durante toda a sua vida de escritor, bem...
Podemos trocar os garrafões por tonéis.
08 - Alexandre Dumas
Obras de destaque: ‘Os Três Mosqueteiros’ e ‘O Conde de Monte
Cristo’
Talvez, a mania deste outro
escritor francês seja a mais bizarra dessa lista. O grande Alexandre Dumas
escrevia pelado! Ele agia dessa maneira para não perder o foco na história.
Como? Ok, eu explico. Ele tirava toda a sua roupa e dava aos seus criados para
esconderem porque assim, não tinha como sair de casa antes de concluir o
trabalho. É importante frisar que uma vez começado um livro, Dumas trabalhava
dia após dia, noite após noite, sem cessar, até ver concluído o trabalho.
Epa...Pera aí. e quanto ao seu guarda
roupa? Pois é, acho que Dumas também dava ordem para que escondessem as chaves,
pois assim, ele não tinha a chance de apanhar uma calça ou camisa reservas.
Outra mania do autor era o amor por
maçãs. Elem devorava dúzias de maçãs por dia; escrevendo ou não.
09 – Victor Hugo
Obras de destaque: ‘Os Miseráveis’ e ‘O corcunda de Notre Dame’
Cara, como a França tinha
escritores com manias estranhas! Depois de Balzac e Dumas, apresento-lhes
Victor Hugo e o seu estranho hábito de escrever de pé. Saiba que ele produziu
‘Os Miseráveis’ e muitas de suas outras obras dispensando cadeira e mesa. Como
ele conseguia fazer essa proeza?! Caraca...melhor deixar pra lá. O que
interessa é que esse poeta,
dramaturgo e estadista francês conseguiu escrever verdadeiras obras primas como
"Os Miseráveis", "O Homem que Ri", “O Corcunda de
Notre-Dame", "Cantos do Crepúsculo", entre outros enredos
célebres.
Victor Hugo pode ser considerado o
grande representante do romantismo, tanto é que chegou a ser eleito para a
Academia Francesa.
10 – Pablo Neruda
Obras de destaque: ‘Vinte Poemas de Amor e uma Canção
Desesperada’, ‘Versos do Capitão’ e ‘Confesso que Vivi’
O poeta chileno Pablo Neruda provou os prazeres da
vida, amou as mulheres e se comprometeu com o socialismo no Chile, onde morreu poucos dias
depois de seu amigo Salvador Allende.
O escritor morreu 12 dias após o golpe militar de Augusto Pinochet, há 40 anos, e hoje a justiça investiga se ele teria sido assassinado.
Após o suicídio de Allende no palácio de La Moneda,
Neruda, Prêmio Nobel de Literatura 1971 e comunista, era talvez a figura mais
emblemática do caminho traçado pelo Chile para o socialismo, que tantas
esperanças despertou.
Esta emblemática figura da literatura chilena só
escrevia com tinta verde. Inclusive certa vez escrevia um poema quando à tinta
se tornou escassa. Quando o estoque voltou ao normal já era tarde, perdeu a
inspiração e seu poema ficou inacabado.
E você? Tem alguma mania estranha que influencia o
seu trabalho?
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