30 março 2017

Os Segredos Perdidos da Arca Sagrada – Revelações Surpreendentes sobre o Incrível Poder do Ouro

Tô pasmado com as teorias de Laurence Gardner. Cara, o sujeito bebeu todas! Viajou na maionese. Olha, sou o tipo de leitor persistente; daqueles que não foge da luta mesmo quando o livro é medonho. Não adianta, não abandono a contenda de maneira alguma; sempre acredito que o enredo dará uma virada mágica nos momentos finais, salvando a obra. Por isso, grudo o ‘inimigo’ com unhas e dentes e só solto em último caso, mas confesso que não resisti a ‘Os Segredos Perdidos da Arca Sagrada’ de Laurence Gardner. Cara, o livro é muito louco, sem pé nem cabeça. Não consegui terminar de ler as pataquadas do autor. Abandonei as 366 páginas antes de chegar na metade. Tentei ir até o fim, mas juro que não deu.
Acredito que um dos mistérios que mais intriga os religiosos, arqueólogos e a comunidade científica, de um modo geral, é a arca da aliança. Segundo relatos bíblicos, a arca foi construída no século 13 a.C., por ordem de ninguém menos que Moisés para guardar as tábuas dos Dez Mandamentos. O Antigo Testamento a descreve como um móvel de madeira revestido de ouro. Quem a visse ou tocasse nela tinha morte certeira, com exceção do sumo sacerdote dos hebreus. Antes de desaparecer, ela era guardada no templo de Jerusalém, erguido no reinado de Salomão. No ano de 642 a.C., para proteger a arca de uma possível invasão ao templo, o rei Josias teria mandado escondê-la. Depois disso, a Bíblia não faz mais referências sobre o paradeiro do baú sagrado.
Mas onde está a arca? Ela, de fato, existiu? Qual o seu poder? Qual a opinião da comunidade religiosa e científica? Qual a relação dos templários com o artefato? Eram tantas as minhas dúvidas que acabei indo com toda sede ao pote. Pena que ele caiu e se quebrou.
O livro de Gardner não esclareceu nenhum desses questionamentos. Parecia que estava lendo um livro sobre alienígenas.
A primeira chutada de balde do autor é a de que Moisés não seria judeu, mas um faraó egípcio chamado  Akhenaton que fugiu do Egito após tentar cultuar um único Deus.
O soco no estômago fica por conta da revelação de que o Monte Sinai não está localizado onde todos pensam que está: no sul da península do Sinai, no Egito, onde em seu sopé encontra-se o Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina. Na cabeça do autor, o famoso monte fica em outra montanha onde foram descobertos os vestígios de um antigo templo egípcio para uma deusa. Mêo, se prepara porque as pataquadas vão piorando cada vez mais! Gardner diz que a arca da aliança já existia há muito tempo nesse templo da deusa egípcia e tinha um poder incalculável. Sabe qual? transformar ouro em um pó chamado mfkzt. O tal pozinho teria propriedades curativas e... mágicas, já que permitia que a Arca levitasse.
Desta maneira, de acordo com Gardner não havia nenhum deus no Monte Sinai só um equipamento qualquer, muito poderoso, capaz de fabricar um pó também muito poderoso.
Outras teorias amalucadas foram surgindo no decorrer da leitura, mas ao chegar antes da metade do livro, entreguei os pontos. Acabei sendo nocauteado, após vários diretos no queixo e no fígado. Desisti.
Juro que tentei, mas não deu.


27 março 2017

Presos Que Menstruam

Após ter lido o livro de Naná Queiróz, cheguei a conclusão de que os presídios brasileiros não estão preparados para receber mulheres em cumprimento de pena. Cara, as nossas cadeias e penitenciárias foram concebidas para ‘abrigar’ homens; aliás, tudo – desde a construção física ao atendimento dado aos sentenciados, visa preencher as necessidades masculinas.
Se não vejamos: o kit-higiene mensal distribuído - tanto nos presídios femininos quanto nos masculinos - contém, entre outros itens, apenas dois rolos de papel higiênico, o que pode ser suficiente para um homem, mas nunca para uma mulher, que os usam para duas necessidades distintas. Fazem parte ainda desse kit, dois pacotes com oito absorventes cada, ou seja, uma mulher com um período menstrual de quatro dias tem que se virar com dois absorventes ao dia; uma mulher com um período de cinco, com menos que isso. Queiróz ouviu o relato de presidiárias que são obrigadas a sair catando jornal e pedaços de papel sujos no chão – com muita sorte, quando os encontram – para se limparem após as suas necessidades.
Por incrível que pareça, por causa do baixo número de presídios femininos construídos no Brasil, muitas mulheres ainda são encaminhadas para presídios mistos, sendo obrigadas a conviver em celas com homens, correndo o risco de serem estupradas. Outra informação alarmante é que até mesmo as presidiárias que acabaram de dar a luz, muitas vezes, são forçadas a dormir no chão, nessas celas, com os seus bebês.
Outro detalhe que deixa evidente o descaso com as mulheres que cumprem pena está relacionado aos sanitários dos presídios mistos e, pasmem, de algumas penitenciárias femininas, recentemente readaptadas, que não passam de um simples buraco no chão. Para essa situação inusitada vale até uma pergunta mais do que lógica: ‘Como uma detenta que esteja com a sua gravidez avançada conseguirá fazer as suas necessidades nestas condições... de cócoras?!!
Jornalista Naná Queiróz
‘Presos Que Menstruam’ explora ainda o drama das presidiárias que após serem trancafiadas pelos seus crimes acabam perdendo a guarda de seus filhos ou então daquelas que são obrigadas a dar a luz na prisão com o bebê já nascendo preso.
A autora do livro vai a fundo, fazendo uma viagem no âmago dos problemas enfrentados pelos presídios femininos e mistos de vários estados. Confesso que muitos relatos me deixaram estupefato devido às situações que de tão graves chegam a se tornarem surrealistas, como os casos de agressões de carcereiros e guardas em presidiárias que estão nos meses finais de gestação.
Alguns podem pensar que ‘Presos Que Menstruam’ não passa de um livro sobre vítimas do cárcere. Nada a ver, na realidade, a jornalista mostra os dois lados da moeda: o das presidiárias que entraram no mundo do crime contra a sua vontade e daquelas que são criminosas assumidas, tendo praticado atos terríveis, mas todas elas enfrentando o mesmo problema: conviverem em locais sem nenhuma estrutura capaz de atender as suas necessidades femininas mais básicas.
O livro de Queiróz não fica preso somente ao relato da situação das detentas dentro do presídio, mas também fora dele. Além do cotidiano no cárcere, a autora também revela os episódios que levaram essas mulheres à cadeia. Várias dessas histórias, de fato, conseguem prender a atenção dos leitores como por exemplo, o relato de Safira que entrou no mundo do crime após ver todas as suas tentativas de sobrevivência esgotadas numa sociedade regidas por normas legais. Sem ter o que comer, com um filho pequeno no colo, sem apoio dos pais ou marido, não enxergou outra possibilidade se não o de ingressar na marginalidade.
Há, também, a história daquelas que entraram no crime pelas portas do fundo, sem terem nenhuma culpa ‘no cartório’. São os casos de Júlia, estudante de Direito, que carregou a sina de se apaixonar por sujeitos errados, como seqüestradores e ladrões, sem saber o ofício dos namorados; e também da índia Glicéria que foi presa, injustamente, por participar de uma manifestação com outros índios de sua tribo a favor da demarcação de suas terras.
Até mesmo duas presas famosas dão as caras na obra. A autora descreve como é o dia a dia de de Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão por matar os pais; e de Caroline Jatobá, acusada do assassinato de Isabela Nardoni, de cinco anos. Lesbianismo, sexo entre presas e guardas em troca de favores, além de outros temas polêmicos também fazem parte do pacote.
Um tipo de leitura pesada, mas que consegue prender o leitor da primeira a ultima página.
Recomendo.


23 março 2017

Livros e Opinião e Grupo Editorial Scortecci fecham parceria para 2017

Posso dizer que esta quinta-feira (23) se tornou muito especial para o ‘Livros e Opinião’; afinal, o blog fechou a sua primeira parceria com uma editora. Trata-se do Grupo Editorial Scortecci.
Atualmente, várias editoras colocam o número de seguidores como condição indispensável para fechar parcerias com blogs. Não importa se o blogueiro apenas copia textos de orelhas de livros ou se os seus posts estão recheados de erros crássos. Enquanto isso, outros blogs simples e com poucos seguidores, mas com publicações originais e de qualidade são completamente ignorados por tais editoras.
Não importa se os seguidores, em questão, são fantasmas, comprados ou trocados. O que sempre interessa é a quantidade e não a qualidade.
Conheço blogueiros que escreviam muito bem e por isso, recebiam um grande numero de visitas, mas após terem, por inúmeras vezes, o seu pedido de parceria rejeitado, desanimaram e encerraram o seu trabalho. Alguns desses colegas da blogosfera chegavam ao cúmulo de pensar que os posts que escreviam não tinham qualidade, já que os editores os ignoravam. Triste, não?
Pois é, no meu caso, apesar do grande número de ‘nãos’ que levei ao longo dos anos, ainda não desisti. Continuo insistindo, quem sabe um dia, a mentalidade de alguns editores se modifique.
O motivo da minha alegria em ter fechado parceria com a Scortecci é que logo na primeira tentativa já consegui. Verdade! Li a proposta da editora, gostei e então arrisquei enviar o formulário candidatando-me a uma vaga de parceiro. Entendo que os editores da empresa literária não levaram em consideração o numero de seguidores do meu blog, mas do meu trabalho.
Aproveitei para vasculhar na rede e descobri que outros blogs pequenos e com poucos seguidores, mas muito bem planejados também fecharam parceria com o grupo editorial. Bom sinal.
A Scortecci é uma editora laureada, com mais de 35 anos no mercado editorial brasileiro. Edita, imprime e comercializa livros em pequenas tiragens desde 1982. Possui gráfica própria com tecnologia Digital, acabamento de qualidade, sofisticado controle de vendas e central de logística. Já recebeu os prêmios: Jabuti, APCA, FBN, ABL e PEN Clube. Em sua história conserva os mesmos objetivos e propósitos desde a sua fundação: publicar livros, organizar e apoiar concursos e prêmios literários, realizar recitais e eventos culturais, editar e coordenar antologias de novos talentos, desenvolver o mercado literário através de cursos, palestras e oficinas, trabalhar pela formação de bibliotecas e fomentar o hábito da leitura.
João Scortecci, diretor do Grupo Editorial Scortecci
O Grupo Editorial Scortecci foi fundado por João Scortecci. Ele nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1956. Veio para São Paulo em 1972, onde reside até hoje. Fez sua estreia na Revista Poetação (FAU-USP), em 1973, com a poesia “Mulher de Rua”. 
É escritor premiado: Prêmio Sesquicentenário da Independência (1972) e Prêmio Itajaí de Poesia, com o livro O Eu de Mim (1982). Tem doze livros publicados, que somam mais de 40 edições, com destaque para as obras: A Morte e o Corpo, O Eu de Mim, Água e Sal, Na Linha do Cerol, A Maçã que Guardo na Boca, Guia do Profissional do Livro (coautoria com Maria Esther Mendes Perfetti), e os livros infanto-juvenis O Touro de Ouro, O Peixe Voador, A Pulga Elétrica e As Aventuras de Olga Wap. Foi membro da CNIC, Ministério da Cultura, Lei Rouanet, Área de Humanidades, de 1996 até 2007, Diretor-Adjunto da Câmara Brasileira do Livro, por duas vezes, e Vice-Presidente Administrativo e Financeiro da entidade, no biênio 2002/2003. É Diretor EDITORIAL da Abigraf/SP, membro do Conselho Editorial da Revista Abigraf, Diretor do Espaço Scortecci, docente da Escola do Escritor, editor responsável do Portal Amigos do Livro, consultor, palestrante e especialista nas áreas de impressão digital, livros sob demanda, direito autoral, marketing editorial e mercado editorial brasileiro.
Taí galera! Espero que essa parceria possa render bons frutos.
Deixo abaixo os links do site da editora e também de suas redes sociais para que vocês possam conhecê-la melhor.
Inté!
GRUPO EDITORIAL SCORTECCI

22 março 2017

Muito antes de Dr. Estranho, as gerações dos anos 30 aos 60 já se deliciavam com as aventuras de ‘Mandrake, O Mágico’


Se eu lhe perguntar qual o mágico, ilusionista ou mago que você mais curte nas histórias em quadrinhos, com certeza a resposta será Dr. Estranho. Ainda mais agora com a febre do filme sobre o personagem. Cara, no meu caso, acredite, a resposta seria diferente. Sem pestanejar eu diria: Mandrake.
Esta ‘fera’ que tinha como companhias inseparáveis a sua cartola preta e um príncipe africano chamado Lothar fez a alegria dos adolescentes das décadas de 1930 a 1960.
Mandrake foi criado em 1934 por Lee Falk (também autor do Fantasma). Falk encarregou Phil Davis (1906 -1964) de desenhar as suas histórias. Nos últimos anos de vida, Davis desenhava a tira com a assistência de sua esposa, Martha. Após a sua morte quem assumiu os desenhos foi o versátil artista Fred Frederick.
O Dr. Estranho conhecido como o ‘Mago Supremo’ só surgiria 30 anos depois, em 1963, pelas mãos de Stan Lee e Steve Ditko. Por isso, considero Mandrake o ‘pai’ do Dr. Stephen Vincent Strange; Dr. Estranho para os íntimos. Quem sabe Lee e Ditko  não se inspiraram no personagem dos anos 30 para compor o seu Doctor Strange. Pois é, quem sabe.
Mandrake é um ilusionista de fraque e cartola que se valia de uma impossível técnica de hipnose instantânea, aplicada com os olhos e gestos das mãos, e de poderes telepatas. Quando o narrador informava que ele executava seu gesto hipnótico, a arma do vilão se transformava em um buquê de rosas ou numa pomba.
Boa parte das aventuras de Mandrake, especialmente as primeiras, foram ambientadas em locações exóticas na África e na Ásia, continentes para os quais o mágico viajava quando saia dos Estados Unidos, onde residia numa cidade não identificada.
Nos primeiros anos, o personagem possuía habilidades sobrenaturais – bem parecidas com a do Dr. Estranho – mas depois seus poderes se tornaram mais verossímeis ficando restritos aos seus conhecimentos de hipnose e ilusionismo.
Uma curiosidade interessante é que Mandrake foi inspirado em um mágico da vida real chamado Leon Mandrake – amigo particular de Lee Falk – que atuava de bengala, cartola, fraque e bigodinho (fisionomia idêntica ao famoso personagem) fazendo um enorme sucesso nos teatros daquela época.
Sacha Baron Cohen que estará vivendo Mandrake nos cinemas
A trama era ambientada nos anos 30, onde "Mandrake" enfrentava criminosos e bandidos  dos mais variados: assaltantes, espiões, e até alienígenas e seres extra-dimensionais (Olha o Dr. Estranho novamente aí!). O mágico também podia contar com a ajuda de sua noiva: A princesa "Narda" (de um reino da Europa Oriental) e de seu amigo: "Lothar" (príncipe africano que usa a "força bruta" no combate ao crime).
Lothar, inclusive, possui o mérito de ser o primeiro personagem negro de destaque numa história em quadrinhos norte-americana, antes dele, os poucos negros que apareciam nos quadrinhos eram personagens secundários ou não mais do que meros figurantes.
No Brasil, "Mandrake" estreou no ano seguinte à sua criação, no "Suplemento Juvenil" (de 1935), uma publicação dedicada à quadrinhos de heróis e tiras de jornal, tipo "Flash Gordon", "Tarzan", e "Pato Donald". Até o começo dos anos 50 o personagem não teve revista própria, mas suas aventuras eram publicadas com grande destaque em jornais e revistas mix: "Mirim", "Gibi" e "Globo Juvenil". No finalzinho de 1950, ‘Mandrake, O Mágico’ passaria a ganhar o seu gibi exclusivo no Brasil. e cara, como eu me deliciei com as suas aventuras!! Posso afirmar, sem medo de errar, que antes de "mergulhar" no meu hobby por livros; os quadrinhos desse mágico elegantérrimo - que só usava ternos finos, fraque, cartolo, capa de seda com forro vermelho e o seu inconfundível bigodinho a 'la escovinha' - eram os meus favoritos.
O sucesso de “Mandrake, O Mágico” não ficou apenas nos gibis. Em 1939, a Columbia Pictures, inspirada no sucesso dos quadrinhos, resolveu fazer o seriado “Mandrake, The Magician”, estrelado Warren Hull. O seriado teve 12 capítulos e fez muito sucesso naquela época.
Cartaz do filme da Columbia Pictures de 1939
E apesar da demora – já tivemos adaptações de ‘Spirit’ e até mesmo de ‘O Sombra’ – o personagem de Lee Falk finalmente ganhará as telonas. Segundo informações do The Tracking Board, a produção ‘Mandrake – O Mágico’ está em desenvolvimento na Warner Bros e trará Sacha Baron Cohen, conhecido por ‘Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América’, no papel principal.
O site norte-americano também confirma que o roteiro será escrito por Tom Wheeler, David e Janet Peoples. Na direção, quem assume é Etan Cohen, de ”O Durão”. Ele é mais conhecido por seu trabalho como roteirista em MIB: Homens de Preto 3 e Trovão Tropical.
Iahuuuuu! E dá-lhes Mandrake!!


19 março 2017

Vem aí ‘Abominação’. Nova aposta de sucesso da DarkSide

E aí galera! Tudo na paz? Pois é, cá estou eu novamente, voltando com mais novidades da DarkSide. Tudo bem que já falei escrevi, há dois dias, sobre um livro da editora que será lançado brevemente, mas como sei que a maioria dos seguidores do Livros e Opinião (blog e fanpage)  são fãs das histórias publicadas pela Caveirinha, não poderia omitir outra grande novidade que estará bombando nas prateleiras das livrarias físicas e virtuais a partir de 29 de março, mesma data da chegada de ‘The Beauty of Darkness’. Estou me referindo a ‘Abominação’ de Gary Whitta.
Mas quem é esse tal Gary Whitta? Ok. Hoje, vou romper o paradigma de sempre falar, primeiramente, sobre o livro, deixando o autor por ultimo. ‘Abominação’ é o primeiro livro de Whitta. Acho importante essa iniciativa da editora carioca em dar oportunidade para novos escritores, pois só assim iremos descobrir revelações, ampliando o rol de romancistas nos vários gêneros literários, principalmente no terror e fantasia. Cara, caso contrário, não sairemos daquele ‘circulo vicioso’ (tudo bem que seja no bom sentido, mas não deixa de ser um círculo vicioso) de lermos apenas obras de autores consagrados. E quando eles se forem? É! Quando eles partirem para aquela viagem que sabemos que não tem retorno? Olha, deixando de ser tétrico, o que eu quero dizer é que quando esse tempo chegar, nós iremos ser obrigados a ficar revivendo e relendo apenas histórias antigas dessas feras da literatura. Cara, se vocês soubessem como eu sinto falta das obras de Michael Crichton... Como sinto não ter surgido até agora, um escritor com características semelhantes a dele... Putz! Por isso, sempre falo para os meus amigos: - King, agüente aí, amigão! Escreva muitos livros ainda; adie essa viagem o quanto puder.
Por isso mesmo, que a proposta da DarkSide é super-louvável. E o mais importante: vem dando certo. E como! O livro ‘UltraCarnem’, de César Bravo, foi um grande sucesso; ‘O Circo Mecânico’, de Genevieve Valentine, arrebentou em vendas; Brad Dukes com o seu ‘Twin Peaks: Arquivos e Memórias’ seguiu o mesmo caminho. Todos eles, novos autores descobertos pela DarkSide.
Gary Whitta, autor de 'Abominação'
Quanto a Whitta, como já disse, ‘Abominação’ é o seu primeiro romance. Ele Foi editor-chefe da PC Gamer e roteirista de jogos como The Walking Dead: The Game e Halo 5: The Guardians. Mas em minha opinião, o seu maior crédito cabe ao thriller-apocaliptico ‘O Livro de Eli’, com Denzel Washington, grande sucesso de público e crítica, lançado nos cinemas em 2010. Whitta, simplesmente, escreveu o roteiro desse filme fantástico. O sujeito também é um dos criadores do enredo de Rogue One: Uma História Star Wars. Portanto, acredito que o seu livro de estréia tem grande chances de se transformar um grande sucesso.
Bem, sobre ‘Abominação’, trata-se de um romance de fantasia dark que reconta um dos capítulos mais sangrentos da história da Inglaterra: as invasões vikings do século IX, apresentando personagens e batalhas reais, com influências que vão de H.P. Lovecraft a Game of Thrones.
De acordo com a sinopse da obra, o reinado de Wessex foi o único de toda a Inglaterra que escapou dos invasores dinamarqueses. Seu rei, Alfredo, o Grande, negocia um acordo com os bárbaros do Mar do Norte, mesmo sabendo que eles não são exatamente os maiores adeptos da paz. É preciso estar preparado, a guerra pode recomeçar a qualquer momento. O arcebispo de Canterbury oferece proteção ao reino, através de feitiços descobertos por ele em velhos pergaminhos. O rei só não poderia imaginar que a magia seria ainda mais perigosa que os próprios vikings.
Pera aí galera! Esta sinopse lembra algo? Vai, pensa um pouco aí! Cara, preste atenção, ela tem um toque de Crônicas Saxônicas! E com um ‘dedinho’ de magia a lá Merlin e Nimue de ‘As Crônicas de Artur’! Concorda?
O livro já foi lançado lá fora e quem leu elogiou muito as cenas de batalhas, consideradas bem reais.

Vamos aguardar a chegada de 29 de março para conferirmos mais esse lançamento da DarkSide, nova aposta de sucesso da editora.

17 março 2017

DarkSide lança no fim de março ‘The Beauty of Darkness’, a conclusão da saga ‘Crônicas de Amor e Ódio’

Conforme demonstra a Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada recentemente, já é unanimidade no mercado literário que a fatia de leitores teens está ficando cada vez maior. Antevendo esse crescimento, a DarkSide, saiu na frente das outras editoras e lançou a coleção DarkLove onde a maioria de suas personagens principais são jovens e principalmente mulheres. Bimba! Novo tiro certeiro da editora da caveirinha. Por que certeiro? Simples: as últimas pesquisas de um modo geral indicam que a maioria das leitoras que compõem o universo teen é formada por garotas que se identificam com muitas heroínas das histórias que lêem. Resultado: os livros da DarkLove arrebentaram em vendas.
Com esse sucesso, nada mais óbvio do que a caveirinha investir pesado nesta coleção, cujo destaque sem duvida nenhuma, é a trilogia ‘Crônicas de Amor e Ódio’ iniciada em 2016 com ‘The Kiss of Deception’. A obra é considerada uma das melhores ficções voltadas para o público teen, recebendo muitos elogioos dos integrantes do comitê da Young Adult Library Services Association (YALSA).
Após o grande sucesso de publico e critica, a transformação de  ‘The Kiss of Deception’ em uma trilogia ficou mais do que definida. Assim, também em 2016, chegou as livrarias o segundo livro com o título de ‘The Heart of Betrayal’ que também estourou em vendagens.
Confesso que não li os dois livros, mas com certeza a autora deve ter deixado nos últimos capítulos ganchos viciantes, relacionados aos personagens principais, que deixaram os leitores desesperados para conhecer a conclusão da história.
Dessa forma, nada mais óbvio do que o lançamento de um terceiro volume da final da fantasia que conquistou os leitores teens de todo o País. O livro ‘The Beauty of Darkness’ chega no dia 29 de março nas livrarias brasileiras. Nele, Pearson define o destino de todos os personagens da saga.

Segundo release fornecido pela editora, no terceiro volume da saga ‘Crônicas de Amor e Ódio’, Lia sobreviveu a Venda, mas não foi a única. Um grande mal pretende destruir o reino de Morrighan, e somente ela pode impedi-lo. Com a guerra no horizonte, Lia não tem escolha a não ser assumir seu papel de Primeira Filha, como uma verdadeira guerreira — e líder.
Enquanto luta para chegar a Morrighan a tempo de salvar seu povo, ela precisa cuidar do seu coração e seus sentimentos conflituosos em relação a Rafe e as suspeitas contra Kaden, que a tem perseguido. Nesta conclusão de tirar o fôlego, os traidores devem ser aniquilados, sacrifícios precisam ser feitos e conflitos que pareciam insolúveis terão que ser superados enquanto o futuro de todos os reinos está por um fio e nas mãos dessa determinada e inigualável mulher.
Taí galera teen! Agora é só esperar ‘The Beauty of Darkness’ desembarcar nas livrarias tupiniquins e devorá-lo. Afinal de contas, 29 de março já está aí.

Inté 

14 março 2017

Por que ler dá sono?

Fugindo um pouco, quero dizer... fugindo muito, das propostas desse blog que são as publicações de resenhas, listas e novidades literárias, hoje eu quero explorar um assunto diferente, mas nem por isso menos interessante para o leitor: “Por que ler dá sono?” É sobre isso que eu quero falar escrever hoje.
Resolvi abordar esse tema após descobrir que estou ficando muito mole para encarar os meus livros no único período de leitura mais produtivo para mim: à noite. Cara, antigamente, o menino aqui, devorava páginas e mais páginas madrugas afora, mas hoje... broxou. Fiquei revoltado, entende? Tudo bem que não foi um broxou com apelo sexual, mas mesmo assim, a preocupação chegou perto. Este ‘broxou-literário’ me obrigou a realizar algumas pesquisas na Net na esperança de encontrar um motivo para a tal ‘desanimada’ – não por falta de vontade de ler, mas por falta de forças para ler.
Nestas vasculhadas pela Rede, descobri um artigo de Fábio Haggstram que é diretor do Centro de Disturbios do Sono do Hospital São Lucas, de Porto Alegre. Segundo ele, não é ler um livro que dá sono, mas as substâncias químicas que agem no corpo. Uma delas é a adenosina, que se acumula ao longo do dia. Esta tal adenosina, a qual eu nunca tinha ouvido falar, é uma substância capaz de inibir o nosso estado de vigília. O seu acúmulo leva àquela vontade irresistível de dormir. Se você optar por realizar leitura à noite, por exemplo, seu corpo terá acumulado uma grande quantidade dessa substância e, consequentemente, você começará a dar breves cochilos. Por isso, quanto mais adenosina, maior o sono, ou seja, o problema, na verdade, é a hora da leitura. Experimente ler em outro horário. Você pode até sentir preguiça, não conseguir nem virar a página e se entediar. Mas não terá sono.
Já a segunda substância envolvida é a melatonina. Ela regula o sono, pois é liberada quando o ambiente escurece. Por isso dormimos, normalmente, à noite. E, como a luz inibe a produção de melatonina, quem lê no tablet, por exemplo, tende a sentir menos sono do que quem lê no papel. É por esse mesmo motivo que é mais fácil passar horas na internet ou vendo televisão do que ler um bom livro de madrugada. Portanto, não se sinta culpado se a TV estiver mais agradável às 4h.
Nas minhas zapeadas e vasculhadas pela Net encontrei também três dicas para não dormir enquanto se lê um livro. Vamos à elas:
1. Começou a bocejar? Levante e dê uns pulinhos. Estar acordado é reagir a estímulos, e esse pequeno exercício nada mais é do que um estímulo motor. Depois dos pulinhos, experimente lavar o rosto, com certeza isso vai ajudar a quebrar a monotonia.
2. Ler em voz alta exercita outras partes do cérebro, como o lobo temporal (relacionado à audição) e o lobo frontal (relacionado à produção da fala), e vai acabar com aquela preguiça momentânea.
3. Leia sentado. É lógico: a não ser que você tenha problema na coluna, é mais difícil dormir sentado do que deitado, já que, para dormir, é preciso relaxar toda a musculatura, o que não ocorre sentado.
Taí! Galera, entendam que a culpa não é do livro, mas das senhoras adenosina e melatonina que arrebentam com todos nós devoradores de livro.
Fora elas, é claro, ainda há o cansaço provocado por nós mesmos, a chamada privação do sono: dormir menos horas do que necessitamos para se sentirmos restaurados no dia seguinte. Nossa sociedade é, cada vez mais, uma sociedade de 24 horas, o que exige um grande número de profissionais trabalhando dia e noite, ininterruptamente e como conseqüência menos horas de sono e sonolência no dia seguinte.
Cara, acredite, é tiro e queda o sono chega rasgando, de fato; principalmente se você se esborrachou de trabalhar durante todo o dia, ‘coisa’ do tipo: acordar as 5h00 e trampar, sem parar, até as 21 horas. Mêu, independente de adenosina, melatonina ou o escambau a quatro, quando chegar a noite, você vai estar arrebentado, sem ânimo para encarar qualquer leitura, por melhor que seja.
Taí pessoal, espero ter ajudado.

Inté!

10 março 2017

Contos de Horror do Século XIX

Devo fazer um alerta importante para os leitores que são chegados em histórias de terror modernas. E quando digo modernas, estou me referindo aos autores do nosso século, sejam eles teens ou não. Pra ser mais exato: autores que lançaram os seus livros nos últimos 20 anos. Com certeza, vocês não irão gostar dos contos selecionados por Alberto Manguel; o que, cá entre nós, é uma pena. Cara, o escritor e tradutor argentino estava ‘de bem com a vida’ quando escolheu as histórias que compõem os livro ‘Contos de Horror do Século XIX’. Os enredos são a nata do terror. Divinamente fantásticos.
A galera que se amarra no gênero terror teen ou gore, onde os sustos  quase sempre chegam acompanhados de sangue e membros mutilados irão excomungar a seleção de Manguel porque o seu universo de histórias abrange o lado mais psicológico da ‘coisa’. O tipo de enredo que dispensa a escatalogia, monstros, vampiros, gargantas cortadas e outras coisas do gênero. Em ‘Contos do Horror do Séc. XIX’ o que causa o medo são as situações comuns vividas por nós seres humanos, ou seja, os fantasmas e monstros estão em nossa mente e não em nossa frente; mais ou menos isso. Quem já leu Guy de Maupassant ou Edgar Allan Poe sabe do que estou falando escrevendo. É evidente que em alguns contos, os leitores irão encontrar elementos próximos ao gore, como mortos-vivos ou alguns ‘monstrenguinhos’, mas a maioria das histórias explora os monstros que nós mesmos criamos.
O cenário onde acontecem as histórias são dos mais variados; desde igrejas em ruínas, subsolos pútridos, jardins abandonados, espelhos encantados à criaturas invisíveis.
Na introdução da obra, Manguel explica detalhadamente como foi criado o gênero terror, além de uma explicação do que vem a ser terror e horror. Ele ainda nos brinda com detalhes sobre o conto e o autor, além da época em foi escrito. Dessa forma, cada conto tem uma introdução detalhando o mesmo.
Outro ponto que achei interessante é que cada conto tem um tradutor diferente. E que tradutores! De Rubem Fonseca a Moacyr Scliar; preciso dizer mais? Cara, tem até um conto de horror de Eça de Queiróz!
Ok, agora você deve estar se perguntando quem é esse tal Alberto Manguel? Tá bem, eu conto. Ele editou uma dúzia de antologias de contos sobre temas que vão do fantástico à literatura erótica. Autor de livros de ficção e não-ficção, também contribui regularmente para jornais e revistas do mundo inteiro. Atualmente vive no interior da França, num antigo priorado transformado em residência onde instalou sua vasta biblioteca.
Belê?
Entonce, espero ter lhe convencido a ler ‘Contos de Horror do Século XIX’, mesmo você sendo fã daquelas histórias de terror explícito.
Agora a má notícia: no portal da Estante Virtual só sobraram dois livros; um custando R$ 390,00 e ou outro R$ 395,00. Preços tão altos assim, merecem até uma piadinha infame: “Ainda bem que o frete é grátis”.

Valeu galera!

05 março 2017

Ed e Lorraine Warren: Demonologistas (Arquivos Sobrenaturais)

Cara, tenso demais. Tão tenso que cheguei a ter algumas atitudes – vocês podem até considerá-las hilárias, tudo bem, eu não ligo – que após a leitura do livro, com os batimentos cardíacos já normalizados, pensei que jamais as teria. Classifico ‘Ed e Lorraine Warren: Demonologistas’, da série 'Arquivos Sobrenaturais', lançado recentemente pela editora DarkSide, como uma obra fodasticamente fodástica. A leitura impressiona os crentes e também os descrentes em assuntos polêmicos como espíritos opressores, possessões, fantasmas, casas mal assombradas e por aí afora.
Ah! Imagino que vocês estejam curiosos para descobrir algumas das minhas atitudes incomuns após ter encarado a obra escrita por Gerald Brittle. Ok, eu conto; mas apenas uma. Lá vai, na lata: rasguei e joguei fora a foto promocional da boneca Annabelle que acompanha o livro, um brinde super bem sacado da editora. Disse para mim mesmo: - Meu! Quero essa foto na minha casa não! Sei lá, vai que esse treco tá carregado com influências negativas ou então acompanhado de alguma outra coisa metafísica. E quando eu digo ‘alguma outra coisa’, entendam como... Cara, melhor deixar pra lá. Aposto que você está rindo, né? Tudo bem ‘El Valenton’, leia o livro e com certeza você irá parar de gargantear.
Há uma diferença enorme de obras ficcionais de terror para obras reais de terror. Com relação ao primeiro exemplo, você sabe que o enredo é fantasioso e saiu da mente fértil de um romancista. Quanto ao segundo, o ‘negócio’ muda de figura, já que a história contida nas páginas foi baseada em fatos reais e, confesso, que os fatos documentados no livro de Brittle impressionam, até mesmo os mais céticos.
As 272 páginas do lançamento da DarkSide faz com que o leitor repense todas aquelas brincadeiras bobas feitas no passado com grupos de amigos que envolviam o sobrenatural e o preternatural. Os tabuleiros Ouija e as brincadeiras do copo. Lembram-se? Ufa! Ainda bem que não tive essa curiosidade.

Casal de demonologistas Ed e Lorraine Warren
O livro é praticamente uma entrevista com o famoso casal de demonologistas Ed e Lorraine Warren, onde eles narram detalhes dos seus casos mais famosos – entre os quais ‘Amityville’, ‘Família Perron’, ‘Caso Beckford’, ‘Caso Foster’ e, claro, o da famosa boneca ‘Annabelle’ - entremeados com orientações sobre os riscos de se envolver com o mundo metafísico; uma brincadeira que pode custar bem caro.
O casal Warren explica a diferença entre espíritos humanos e inumanos; o drama e o sofrimento de pessoas que fizeram conjurações, muitas vezes como uma simples brincadeira; como ocorrem as opressões e possessões por entidades inumanas e outras coisas do gênero.
Segundo os demonologistas, o espírito demoníaco se faz presente na vida das pessoas por meio do livre-arbítrio quando elas querem ou convidam através de um contato espiritual sem nenhuma necessidade para isso. São as leis da ‘Atração’ e do ‘Convite’.
Annabelle do filme (à esquerda) e Annabelle verdadeira no colo de Lorraine
Ed explica que a ‘Lei da Atração’ é algo do tipo: “semelhante atrai semelhante’. Dar atenção ao positivo atrai positivo; dar atenção ao negativo atrai o negativo. Portanto, pessoas que fazem coisas negativas ou claramente contrárias à natureza – maldades praticadas de maneira voluntária por um homem contra outro, indivíduos com satisfação de cometer atos cruéis e perversos, etc - estão basicamente fazendo o trabalho do Diabo por ele e, de fato, atraem espíritos negativos para junto de si. Pela ‘Lei do Convite’, prossegue Ed, “a coisa” é ‘peça e receberás’, ou seja, uma pessoa pode invocar o espírito demoníaco por meio de um ritual ou via um canal de comunicação sincero, tipo: cerimoniais de magia, encantamentos, sessões espíritas, uso de tabuleiro Ouija ou rituais profanos secretos em que o individuo voluntariamente convida uma presença demoníaca para si.
Achei interessante, também, o trecho onde é revelado os detalhes de um ritual de exorcismo, como um padre ou clérigo se prepara para esse momento e quais são as condições impostas pela Igreja para que aconteçam esses rituais.
Mas sem dúvida alguma os capítulos mais interessantes do livro se referem aos casos investigados por Ed e Lorraine. Os que mais me impressionaram foram os casos ‘Beckford’ e ‘Annabelle’. No primeiro ocorrido em 1974, uma família passou a ser atormentada por espíritos inumanos após uma de suas filhas ter utilizado um tabuleiro Ouija para se comunicar com espíritos. Vicky Beckford, então com 19 anos de idade, havia saído da linha: ela convidou um espírito demoníaco a se manifestar. Embora a garota iludida tenha dado essa permissão sem querer, pensando se tratar de um espírito humano, segundo os Warren, ela cometeu uma transgressão sobrenatural da maior gravidade. O resultado foi talvez o pior caso de ataque diabólico já vivenciado pelo casal de demonologistas.
Brittle descreve em detalhes todo o drama dessa família – do início ao fim – incluindo o exorcismo da casa com o objetivo de expulsar as entidades malignas.
‘Annabelle’ também impressiona. O caso real da boneca - possuída por uma entidade demoníaca – que, sozinha, fica mudando de lugar é de arrepiar. O livro traz a história completa da boneca de pano maligna que acabou indo parar nas telas do cinema em 2014, além de uma ‘ponta’ no filme “Invocação do Mal” (2013).
E já que estamos falando escrevendo sobre filmes, vale lembrar que todos os casos que inspiraram os filmes ‘Invocação do Mal 1 e 2’, ‘Annabelle’ e ‘Horror em Amityville’ são descritos em detalhes no livro de Brittle.
Enfim, ‘Ed e Lorraine Warren: Demonologistas’ é um livro de terror que dá medo, aliás, muito medo, pois são fatos reais e documentados vividos pelo casal de demonologistas mais famoso dos últimos tempos. Tão famoso que teve vários filmes baseados em seus casos e também em sua vida.
Vale a leitura.

03 março 2017

10 escritores famosos com manias muito estranhas

Olha, a ‘culpa’ desse post é do Otávio, um ex-colega de trabalho que era responsável pela editoria de um dos jornais que tive a sorte de estagiar.
Otávio, Otávio... que figuraça! Todo dia ao chegar na redação, ele tinha uma mania ‘estranha ao quadrado’: fazer algumas flexões antes de começar a executar os seus afazeres profissionais. Tirava o paletó, ficava apenas de camisa e gravata, apoiava as duas mãos no chão e lá vamos nós! ‘Umas’ dez, pelos menos. Ele dizia que esse hábito ajudava a oxigenar o cérebro, fluindo melhor as idéias, deixando o raciocínio mais rápido.
Lembro que lhe perguntava porque não fazia essas tais flexões em sua casa, ao que ele me respondia que realizá-las minutos antes do trabalho era bem mais salutar. Por isso, ele chegava antes de todos na redação para ficar mais a vontade. Como o meu horário geralmente era de madrugada, o ‘menino, aqui’ acabava sendo o único a constatar esse fato surreal.
Pois é, vendo o Otávio com essa sua mania escabrosa, certo dia tive um insight: “Cara, será que tem algum autor famoso que não consegue escrever sem antes  colocar em prática alguma mania maluca? E quão malucas são essas manias?” Pronto! Surgia assim, o tema do post. Guardei a idéia, mas com o tempo acabei me esquecendo dela. Na semana passada, vasculhando as gavetas da minha escrivaninha, encontrei o pedaço de papel com esse insight escrito, então resolvi elaborar o texto.
Cara, você não imagina quantos escritores famosos de bestsellers recorrem as mais estranhas artimanhas antes de começar a escrever. Fiz uma lista de 10 autores conhecidos e seus hábitos peculiares. Vamos à eles:
01 – Kurt Vonnegut
Obras de destaque: ‘Matadouro 5’ e ‘Pequeno Almoço de Campeões’
Este escritor estadunidense de ascendência germânica que morreu em 11 de abril de 2007 tinha – guardados as devidas proporções – o mesmo hábito do meu ex-colega de trabalho, o qual não vejo há muitos anos. Vonnegut não conseguia escrever uma linha sequer, sem antes fazer várias flexões e abdominais, além de correr e nadar.
Sua rotina de trabalho era acordar, fazer as flexões, os abdominais, tomar um breve fôlego, correr alguns quilômetros e finalmente: Ufaaa!! Dar algumas ‘braçadas’ na piscina. Somente depois dessa maratona é que Vonnegut estava apto para escrever os seus livros. E tudo indica que esses exercícios físicos ‘pré-escrita’ valeram à pena, já que de sua cabeça saiu uma obra antológica, elogiada em todo o mundo: ‘Matadouro 5’ publicado em 1969, em plena Guerra do Vietnã.
02 – A.J. Jacobs
Obra de destaque: ‘Um Ano Bíblico’
Não sei se ele fez isso para aparecer ou se, de fato, tinha essa mania ao escrever. A verdade é que o jornalista americano, A.J. Jacobs, atual editor da revista Esquire, escreveu ‘Um Ano Bíblico’ enquanto andava numa passadeira rolante ou esteira, como queiram.
Devia ser engraçado vê-lo digitando a sua obra num tablet acoplado na esteira. Caraca, como ele conseguia fazer isso?! Sei lá! O que posso dizer é que essa mania maluca rendeu o livro ‘Um Ano Bíblico’.
O jornalista se propôs a dar cabo a uma tarefa insólita: reunir todas as regras da Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse, e segui-las à risca durante um ano. Neste bem-humorado livro, Jacobs descreve seu dia a dia como um bíblico fundamentalista e experimenta uma espiritualidade à qual não estava acostumado.
03 – Truman Capote
Obra de destaque: ‘A Sangue Frio’
Coloco a minha mão no fogo se a maioria dos leitores desse post não ‘bateram os olhos’ em ‘A Sangue Frio’, considerada a primeira obra do New Journalism. Estou com o livro em minha estante e certamente será um dos próximos em minha lista de leitura.
Galera, vocês sabiam que Capote escreveu a sua obra máxima deitado em sua cama? Isto aconteceu porque ele não conseguia concatenar as suas idéias se estivesse sentado numa escrivaninha. Para raciocinar e escrever os seus livros, o autor tinha que estar deitado em sua cama ou no sofá. Ah! Ele também tinha outro hábito peculiar; era incapaz de escrever o que quer que fosse sem, antes, certificar-se de que, no lugar onde estava não havia um único inseto. 
Aliás, Capote era exageradamente supersticioso: não colocava no mesmo cinzeiro três bitucas de cigarro; se estava visitando alguém, guardava os restos dos cigarros em seus bolsos para não encher o cinzeiro; e na sexta-feira não podia começar nem terminar nada.
Que coisa, hienn?
04 – Isabel Allende
Obras de destaque: ‘A Casa dos Espíritos’, ‘Zorro – Começa a Lenda’ e ‘O Caderno de Maya’
O que começou como uma superstição acabou terminando como disciplina. A autora chilena de ‘A Casa dos Espíritos’, ‘Zorro – Começa a Lenda’ e ‘O Caderno de Maya’ tinha a mania de começar a escrever os seus romances sempre no dia 8 de janeiro. O motivo desse hábito foi o estrondoso sucesso de ‘A Casa dos Espíritos’, seu primeiro livro. Isabel Allende se baseou na história de sua própria família, à qual adicionou acontecimentos e personagens fictícios, que deram grande riqueza e dramaticidade à história.
Talvez, Allende tenha associado o sucesso de seu primeiro romance a data em que começou a escrevê-lo, o que a levou a iniciar as suas obras posteriores sempre no dia 8 de janeiro.
Porém, como a própria autora já disse em várias entrevistas, atualmente não se trata de uma susperstição, mas sim de uma questão de hábito e disciplina, visto que devido ao fato de possuir uma vida tão ocupada, ter uma data fixa para começar a escrever é bom para si e para todas as pessoas à sua volta.
05 – Gabriel Gárcia Márquez
Obra de destaque: ‘Cem Anos de Solidão’
Nem mesmo o grande Gabriel José Gárcia Márques, um dos escritores mais admirados e traduzidos do mundo – com mais de 40 milhões de livros vendidos em 36 idiomas - era imune as estranhas manias antes de escrever os seus enredos. Consta que ele precisava estar num quarto com uma temperatura determinada e com uma flor amarela na mesa, senão não sentava para escrever. Tem mais; o autor colombiano que faleceu em 2014 sempre trabalhava descalço.
Marquez nunca revelou a ninguém o motivo desses cacoetes antes de escrever as suas histórias. Agora com a sua morte, jamais ficaremos sabendo a origem dessas peculiaridades.
06 – Dan Brown
Obras de destaque: ‘O Código da Vinci’, ‘Anjos e Demônios’ e ‘Inferno’
Taí mais um escritor que ficou com inveja e decidiu copiar a receita do Otávio. Dan Brown é o tipo do cara que leva a máxima: ‘corpo são, mente sã’ ao pé da letra. O sujeito acorda todos os dias as 4 horas e quando está escrevendo um romance faz questão de interromper a sua escrita para fazer algumas flexões e abdominais. Logo depois, retorna a sua produção literária.
Não me pergunte se ele faz esses exercícios no seu escritório, ao lado da mesa onde está desenvolvendo a sua obra ou se procura por um lugar mais adequado. Para esclarecer esse enigma só mesmo o próprio Brown ou, talvez, a sua esposa.
07 – Honoré de Balzac
Obra de destaque: ‘A Comédia Humana’
O francês Honoré de Balzac considerado o fundador do Realismo na literatura moderna era um viciado em café. Man, sem brincadeira, durante a fase produtiva de um livro, ele consumia em média 50 xícaras do ‘pretinho’ por dia!! Fico imaginando a quantidade total de café consumido durante o período em que escreveu ‘A Comédia Humana’, considerada sua principal obra, composta por 95 romances. My God! Deve ter sido garrafões e mais garrafões de café.
Agora, se formos analisar a quantidade de café que ele tomou durante toda a sua vida de escritor, bem... Podemos trocar os garrafões por tonéis.
08 - Alexandre Dumas
Obras de destaque: ‘Os Três Mosqueteiros’ e ‘O Conde de Monte Cristo’
Talvez, a mania deste outro escritor francês seja a mais bizarra dessa lista. O grande Alexandre Dumas escrevia pelado! Ele agia dessa maneira para não perder o foco na história. Como? Ok, eu explico. Ele tirava toda a sua roupa e dava aos seus criados para esconderem porque assim, não tinha como sair de casa antes de concluir o trabalho. É importante frisar que uma vez começado um livro, Dumas trabalhava dia após dia, noite após noite, sem cessar, até ver concluído o trabalho. 
Epa...Pera aí. e quanto ao seu guarda roupa? Pois é, acho que Dumas também dava ordem para que escondessem as chaves, pois assim, ele não tinha a chance de apanhar uma calça ou camisa reservas.
Outra mania do autor era o amor por maçãs. Elem devorava dúzias de maçãs por dia; escrevendo ou não.
09 – Victor Hugo
Obras de destaque: ‘Os Miseráveis’ e ‘O corcunda de Notre Dame’
Cara, como a França tinha escritores com manias estranhas! Depois de Balzac e Dumas, apresento-lhes Victor Hugo e o seu estranho hábito de escrever de pé. Saiba que ele produziu ‘Os Miseráveis’ e muitas de suas outras obras dispensando cadeira e mesa. Como ele conseguia fazer essa proeza?! Caraca...melhor deixar pra lá. O que interessa é que esse poeta, dramaturgo e estadista francês conseguiu escrever verdadeiras obras primas como "Os Miseráveis", "O Homem que Ri", “O Corcunda de Notre-Dame", "Cantos do Crepúsculo", entre outros enredos célebres.
Victor Hugo pode ser considerado o grande representante do romantismo, tanto é que chegou a ser eleito para a Academia Francesa.
10 – Pablo Neruda
Obras de destaque: ‘Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada’, ‘Versos do Capitão’ e ‘Confesso que Vivi’
O poeta chileno Pablo Neruda provou os prazeres da vida, amou as mulheres e se comprometeu com o socialismo no Chile, onde morreu poucos dias depois de seu amigo Salvador Allende.
O escritor morreu 12 dias após o golpe militar de Augusto Pinochet, há 40 anos, e hoje a justiça investiga se ele teria sido assassinado.
Após o suicídio de Allende no palácio de La Moneda, Neruda, Prêmio Nobel de Literatura 1971 e comunista, era talvez a figura mais emblemática do caminho traçado pelo Chile para o socialismo, que tantas esperanças despertou.
Esta emblemática figura da literatura chilena só escrevia com tinta verde. Inclusive certa vez escrevia um poema quando à tinta se tornou escassa. Quando o estoque voltou ao normal já era tarde, perdeu a inspiração e seu poema ficou inacabado.
E você? Tem alguma mania estranha que influencia o seu trabalho?


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