26 fevereiro 2022
A Sociedade da Neve
20 fevereiro 2022
"Flores da Morte" chega ao Brasil no começo de março com um plot que tem tudo para fisgar a atenção dos leitores
Hoje pela manhã, durante as minhas zapeadas de praxe pelas
livrarias virtuais em busca de novidades, me deparei com um livro que chamou a
atenção. Antes, deixe-me avisar que sou um grande devorador de trhrillers
policiais e de suspense, o que explica o meu interesse por “Dog Rose Dirt” – já
lançado nos States – e que chegará ao Brasil em 1º de março pela editora Trama
com o título de Flores da Morte.
O estranho é que vi comentários em alguns sites e
blogs de que o livro já havia sido lançado por aqui em janeiro, mas de acordo
com as grandes livrarias como Amazon, Travessa e outras, além do próprio site
da Trama, Flores da Morte só chega ao
Brasil, de fato, no começo de março. Além do mais, ainda não há nenhum
comentário sobre o livro no portal do Skoob; portanto, acho que ele ainda não
desembarcou em terras tupiniquins ou quem sabe, alguns blogueiros mais sortudos
- que tenham parcerias com a editora - já receberam o presentão.
Mas vamos ao que interessa, ou seja, dar maiores
detalhes sobre o livro da escritora Jen Williams. Cara, achei o plot
interessantíssimo, daqueles que tem grandes chances de prender a atenção do
leitor da primeira à ùltima página, desde que a autora não tenha errado a mão.
Confiram o plot liberado pela editora e depois vejam
se não concordam comigo: “Após o
inexplicável suicídio da mãe, a ex-jornalista Heather Evans precisa retornar à
casa de sua infância e acaba descobrindo algo aterrador: centenas de cartas
trocadas entre sua mãe e o famoso assassino em série Michael Reave. O Lobo
Vermelho, como é chamado pela imprensa, está preso há mais de vinte anos pelas
mortes brutais e ritualísticas de inúmeras mulheres, embora sempre tenha
alegado inocência. Quando o corpo de uma jovem é encontrado decorado com
flores, exatamente da mesma forma como Reave deixava suas vítimas, ele é a
única pessoa que pode colaborar com a investigação. Depois de anos de silêncio,
Michael Reave enfim está disposto a falar… apenas com Heather. Para descobrir a
verdade sobre a morte da mãe e impedir que o sangue de outras vítimas seja
derramado, Heather vai precisar enfrentar o Lobo ― e este é apenas o início da
caçada. Até que ponto conhecemos de verdade nossos familiares? Até que ponto
conhecemos de verdade a nós mesmos?”
Na minha opinião não dá para negar que se trata de um
plot ‘da hora’ e que se bem desenvolvido, com certeza, se transformará numa
narrativa com o poder de fisgar o leitor que aprecia esse gênero de romance.
De acordo com alguns sites gringos, especificamente da
terra do Tio Sam – que estão elogiando muito a obra de Williams - embora a
ficção policial sobre serial killers seja relativamente comum, a autora
consegue dar um ângulo novo e original a esse gênero com algumas reviravoltas
inesperadas. A narrativa alterna entre a história de Heather no presente e uma
narrativa passada que alude ao passado de Michael Reave, o ‘Lobo Vermelho’.
Segundo critica publicada na NB Magazine, a tensão e o
humor do romance são capturados de forma brilhante, e Williams mantém uma
atmosfera completamente tensa e inquietante por toda parte.
Bem, galera, resumindo: Flores da Morte tem todas as chances de se tornar um grande best-seller
no Brasil. Lembrando que o livro já está em pré-venda nas principais livrarias
virtuais.
17 fevereiro 2022
Amigo Imaginário
Antes de tudo, é um absurdo comparar o livro de
Stepehn Chbosky com It de Stephen
King. O motivo é bem simples: enquanto você devora com avidez as mais de 1.000
páginas de It, em Amigo Imaginário, você empaca e se não
for persistente, acaba desistindo da leitura.
De fato, é uma pena, porque o plot da obra de Chobosky
é muito bom. Expondo de uma maneira bem resumida, é a história de uma criança
que tem o poder de vagar entre o mundo real e o mundo imaginário. Neste último,
ele acaba encontrando um amigo – o tal ‘amigo imaginário’ - que o alerta de uma
grande catástrofe que poderá ocorrer no mundo real caso, o garoto, não consiga
impedir uma trama diabólica que vem sendo engendrada por uma entidade maligna
que vive no mundo imaginário.
O problema é que o autor enche o enredo de linguiça;
enrola muito, mas muito mesmo. Na minha opinião, se ele tivesse reduzido as
mais de 750 para 350 ou 400, teria em mãos uma história incrível, perto da
unanimidade e não um divisor de águas com uma parte dos leitores detestando e a
outra adorando.
Além da história excessivamente longa, um outro
problema ao qual ‘batizei’ de “poda de narrativa” contribui para deixar o
enredo ainda mais cansativo, além de fazer com que o leitor vá perdendo, aos poucos,
a paciência. “Poda de narrativa” – termo criado por mim – é aquele momento em
que o enredo está perto do clímax e o autor opta por cortar abruptamente esse
clímax pulando para um novo capítulo, diga-se de passagem, um capítulo bem
morno. Esse capítulo do clímax que acendeu a curiosidade do leitor só volta
depois de ‘uns’ três ou quatro capítulos desinteressantes, isso por causa da
grande quantidade de personagens que fazem parte do enredo. Agora imagine só
enfrentar toda essa agonia em mais de 750 páginas. Aliás, o enredo tem tantos
desses capítulos anti-climax que a leitura entra numa espiral desgastante.
É uma pena que o excesso de páginas de Amigo Imaginário matou a narrativa que
tinha todos os elementos necessários para compor um plot fantástico, ou seja:
‘enredo-raiz’ e personagens muito bons, recheados com reviravoltas
interessantes. Na minha opinião, até mesmo as referências religiosas que fazem
parte da narrativa e que incomodaram alguns leitores, acabaram dando um toque
especial ao livro. A reviravolta, perto do final, envolvendo um personagem
importante do mundo imaginário é a prova disso.
Chbosky, poxa vida, bem que você poderia ter optado
por uma narrativa mais enxuta.
13 fevereiro 2022
Seis livros didáticos antigos de Português, História e Geografia que deixaram saudades
Volta e meia lá estou eu com a minha nostalgia. Ela
chega assim, meio que... sem avisar.
Nostalgia dos filmes que assistia no cinema em minha cidade e que hoje está
fechado; nostalgia das peraltices que vivia com os meus amigos de infância;
nostalgia das brincadeiras dançantes à base dos saudosos vitrolões e por aí
afora. Neste final de semana bateu uma nostalgia danada dos meus tempos de
infância quando frequentava o antigo Primeiro Grau. Assim, acabei me lembrando
dos saudosos boletins em papel; daqueles em cartolina onde os professores
colocavam as nossas notas em azul (ufa!!) ou em vermelho (vichiii!!) para que
levássemos para casa com a promessa de mostrarmos aos nossos pais.
Pois é, mas a nostalgia maior que bateu fundo foi
aquela relacionada com os livros e cartilhas didáticas daquele tempo, ou seja,
dos anos 60 e 70. Inclusive, já escrevi, no passado, uma postagem sobre elas
(ver aqui), mas hoje quero postar algo mais seletivo, abordando apenas os
materiais didáticos referentes à Língua Portuguesa, História e Geografia. Tive a
ideia porque eu era um péssimo aluno em matemática, mas por outro lado, adorava
Português, Geografia e História, fosse ela Geral ou do Brasil. Daí, a minha
opção em fazer esse post direcionado apenas para esses livros.
E aí? Preparados para ingressar em nossa máquina do
tempo? Então, se você viveu a sua infância ou adolescência nos anos 70 e
adorava os livros didáticos daquela época, com certeza, irá adorar essa viagem.
01
- Método ABC– Ensino prático para aprender a ler
Começo a nossa lista com esta cartilha que deixou
saudades em grande partes dos cinquentões ou sessentões de hoje. Método ABC – Ensino prático para aprender a
ler foi uma cartilha destinada tanto às crianças, quanto aos adultos
“analfabetos”, era um material de leitura, como o próprio nome esclarece, em
que os alunos eram levados a decorar o alfabeto e cada página da cartilha, que
era constantemente “tomada”, de acordo com uma sistematizada rotina.
A obra, apesar de compacta, com apenas 16 páginas,
buscava levar os alfabetizandos à memorização do alfabeto, de sílabas e de
algumas palavras. Era um material introdutório ou utilizado paralelamente a
outros livros nas salas de alfabetização e propunha o ensino prático para o aprendizado
da leitura.
Estava baseado no método alfabético, isto é,
iniciava-se das partes menores (as letras), até se chegar às palavras. Desse
modo, a obra era dividida em nove cartas que apresentavam uma sequência,
supostamente, linear, inicialmente com reflexões simples, que tornavam-se mais
complexas com o decorrer das lições. No entanto, antes de iniciar a primeira
carta, as quatro páginas iniciais apresentavam o alfabeto em letra de imprensa
maiúscula e em letra cursiva, as vogais e as consoantes minúsculas.
02
– Caminho Suave
Esta cartilha pode ser considerada antológica. Caminho Suave fez a cabeça de uma
geração de professores e alunos dos anos 60 e comecinho da década de 70.
Aprovado pela Comissão do Livro Didático do
Departamento de Educação do Estado de São Paulo. A cartilha de Leitura era
usada, geralmente, a partir do segundo ano primário. Aprovado pela Comissão
Nacional do Livro didático. Caminho Suave
foi um fenômeno de vendas no Brasil: calcula-se que todas edições, até a década
de 1990, venderam 40 milhões de exemplares. Há um exemplar de edição bem
posterior, dos anos de 1980, quando a cartilha foi modificada e vários
exercícios foram incluídos.
Apesar de não ser mais o método "oficial" de
alfabetização dos brasileiros, a cartilha idealizada pela educadora Branca
Alves de Lima virou uma verdadeira coqueluche no ambiente escolar dos anos 60 e
70.
Foi observando a dificuldade de seus alunos, a maioria
oriundos da zona rural, que a autora criou o método que ela própria denominou
"alfabetização pela imagem". A letra "a" está inserida no
corpo de uma abelha, a letra "b", na barriga de um bebê, o
"f" fica instalado no corpo de uma faca, a letra "o",
dentro de um ovo e assim por diante.
03
– Cartilha Sodré
A Cartilha de
Alfabetização Sodré, criada por Benedicta Sthal Sodré, chegou a vender mais
de 6 milhões de exemplares em suas 273 edições e, à exemplo de Caminho Suave, marcou uma geração de
‘leitores-estudantes’.
Posso imaginar a nostalgia que todos aqueles que estão
lendo essa postagem estão sentindo nesse momento. Principalmente você que teve
a oportunidade de utilizar tal cartilha memorável que hoje em dia passou a
valer muitos reais nos sebos.
A Cartilha Sodré
era meio quadrada, mais curta e mais larga do que um livro-padrão. Na capa
fosca e esverdeada, uma menina de tranças sorria pra gente e nos convidava à
ventura das primeiras letras. Com poucas páginas, tinha o tamanho parecido ao
das cadernetas que os donos de armazém marcavam as compras feitas no fiado
pelos nossos pais ou então daqueles conhecidos almanaques de farmácia.
A autora, Benedicta Stahl Sodré, aparecia com letras
miúdas na capa. Essa cartilha alcançou quase 300 edições e milhares de
exemplares vendidos.
04
– Geografia do Brasil
A década de 60 foi marcada por uma forte presença dos
livros de Aroldo de Azevedo produzidos
pela companhia Editora
Nacional. Esse autor foi o responsável por
uma vasta obra
didática de geografia, publicando
livros pelas décadas de
1940 1950 e
1960. Alguns desses livros foram considerados tão importantes que
continuaram fazendo parte do currículo escolar na década de 70. Várias de suas
obras didáticas, como Geografia do Brasil,
chegaram à centésima edição.
O geografo Aroldo de Azevedo (1910-174) se formou pela
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP. Ele foi um dos primeiros
professores de Geografia em nosso País, além de renomado autor de livros
didáticos.
05
– História do Brasil
Este livro escrito por Roberto Jorge Haddock Lobo fez
parte da vida escolar de muitos alunos que cursaram o antigo ginasial no início
dos anos 60. Há algum tempo atrás, fuçando uma velha estante que pertencia ao
meu irmão mais velho descobri a publicação História
do Brasil que traz a foto de um personagem histórico.
A grande produção didática de Haddock Lobo pode ser
explicada pela sua atuação como professor, tendo em vista que ele lecionou em
faculdades particulares como o Mackenzie e foi, também, um dos fundadores da
Faculdade de Economia, Finanças e Administração de São Paulo.
06
– Geografia Ativa – Estudos Sociais
Cara, que saudades dessa época. Eram os anos 70 quando
eu cursava o antigo Primeiro Grau na saudosa Escola Industrial. Putz que
saudades! Este livro didático fazia parte da grade curricular de Geografia com
a professora Maria Ângela. Apesar do tempo, ainda me lembro muito bem.
O livro trazia impresso na capa o desenho de três
garotos sobre uma espécie de plataforma - que na realidade, é o Palácio do Planalto - e que sobrevoava uma região do Brasil
onde algumas máquinas trabalhavam na abertura de uma estrada. Esta obra escrita
pela educadora Zoraide Victorello Beltrame
era uma das minhas preferidas.
A autora escreveu ainda em 1982, outro livro para o 2º
Grau com os mesmos personagens chamado Geografia
Ativa – As Regiões Brasileiras, mas o que marcou época, pelo menos pra mim,
foi o livro do 1º Grau.
Taí pessoal; espero que essa viagem no tempo tenha
agradado a todos os leitores que tiveram a felicidade de ter em mãos – nos seus
tempos de estudantes – qualquer um desses livros didáticos.
09 fevereiro 2022
Flores para Algernon
05 fevereiro 2022
10 livros de sucesso escritos por mulheres
A cada dia que passa cresce o número de mulheres
escritoras que estão dominando os top lists literários. Prova de que a mulher
está se saindo muito bem neste setor, escrevendo enredos que em pouco tempo
acabam se transformando em verdadeiros best-sellers. Mas não é de hoje que elas
marcam presença no mercado literário. Isto já é ‘coisa’ antiga. Basta voltarmos
décadas no tempo para vermos verdadeiras obras primas escritas por mulheres.
Escritoras contemporâneas como Chimamanda Ngozi
Adichie, Jojo Moyes, Jenny Han e outras seguiram o legado de Jane Austen, Emily
Bronthe e Clarice Lispector que no passado escreveram obras consagradas e que
venderam milhares de exemplares. Cada uma com o seu estilo: clássico ou popular,
não importa, o que interessa é que elas conquistaram e ainda conquistam uma
legião de fãs ávidos por uma boa história.
Confiram dez livros escritos por mulheres e que se
tornaram verdadeiros best-sellers. Obras que não podem faltar em sua estante.
01
– O Morro dos Ventos Uivantes (Emily Bronthe)
Abrimos a nossa top list com esse romance clássico
escrito por Emily Bronthe em 1847. Foi o único livro da escritora britânica.
No enredo criado por Bronthe, sai de cena a mocinha
frágil e amorosa, e em seu lugar, entra a mocinha forte e com personalidade
indomável, inclusive no amor. O galã atencioso, conquistador e de bom coração é
descartado para ceder espaço ao amante bruto e vingativo.
Por tudo isso, O Morro dos Ventos Uivantes não foi bem aceito numa época acostumada a
histórias de amor convencionais e estereotipadas. Bronthë rompeu todos esses
arquétipos, mandando-os para a PQP. Infelizmente, a sua obra só começaria a
conquistar o respeito merecido após a sua morte. Pena que a escritora britânica morreu ainda
jovem, aos 30 anos (1818-1848), e assim, não pode ver o sucesso de sua criação,
nem teve tempo de escrever novos livros.
A história é muito densa e tensa, recheada de
vinganças, amores mal resolvidos, raiva, cólera, ofensas, xingamentos, seres
humanos destruídos em seu amor próprio, mortes e etc. Não há como negar que Heathcliff
e Catherine Earnshaw formam um casal romântico completamente diferente de todos
aqueles que você já viu nos livros de romance.
02
– Americanah (Chimamanda Ngozi Adichie)
Chimamanda Ngozi Adichie é uma das autoras mais
celebradas atualmente. Nasceu em Enugu, na Nigéria, em 1977, e vive entre seu
país natal e os Estados Unidos. Escreveu os romances Meio sol amarelo, que ganhou o National Book Critics Circle Award e
o Orange Prize de ficção em 2007, Hibisco
roxo, e o hiper elogiado Americanah
escrito em 2013.
Em Americanah
podemos acompanhar a trajetória de Ifemelu, uma jovem nigeriana que vive o
idílio do primeiro amor com Obinze. O romance do casal sobrevive ao tempo, ao
silêncio e aos deslocamentos.
Enquanto Ifemelu e Obinze vivem essa paixão, a Nigéria
enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às
universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu
muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se destaca no meio
acadêmico, ela depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras
da vida de imigrante, mulher e negra.
Quinze anos mais tarde, Ifemelu é uma blogueira
aclamada nos Estados Unidos, mas o tempo e o sucesso não atenuaram o apego à
sua terra natal, tampouco anularam sua ligação com Obinze. Quando ela volta
para a Nigéria, terá de encontrar seu lugar num país muito diferente do que
deixou e na vida de seu companheiro de adolescência.
Apesar de ter crescido em uma família nigeriana
conservadora, Ifem (como é carinhosamente apelidada) recusa esse lugar esperado
às mulheres. Ela não se prende aos padrões de feminilidade, apresenta opiniões
fortes e demonstra desconforto com as relações familiares fincadas no
patriarcado.
Um livro muito elogiado pelos leitores e também pela
crítica.
03
– Como Eu Era Antes de Você (Jojo Moyes)
Antes que alguns torçam o nariz para essa escolha ou
digam como Jojo Moyes pode estar numa lista com nomes consagrados como Jane
Austen, Emily Bronthe, Mary Shelley e outras, basta dizer que a escritora
britânica foi uma das poucas autoras que ganharam o Prémio de Romance do Ano da
Associação de Romancistas duas vezes. Ela ganhou o prêmio em 2004, por A Casa das Marés e, em 2011, por A Última Carta de Amor. E olha que temos
muitos ‘monstros sagrados’ da literatura que ainda não conseguiram papar esse
importante prêmio.
Além do mais, Moyes que também é jornalista já foi a
autora mais vendida no Brasil e dois de seus livros (Como Eu Era Antes de Você e A
Última carta de Amor) ganharam adaptação para os cinemas tamanho o sucesso
de suas obras. O filme decorrente de uma de suas narrativas (Como Eu Era Antes de Você) foi sucesso
de bilheteria, consagrando a história como best-seller e sucesso nas telas. Por
isso escolhi esse livro – que considero o seu maior sucesso – para fazer parte dessa top list.
Como
Eu Era Antes de Você fez tanto sucesso que acabou virando uma
trilogia – os outros dois livros são: Depois
de Você e Ainda Sou. A excêntrica
personagem Lou Clark conquistou milhares de corações, inclusive o meu. Ela vive
vive no interior da Inglaterra e de repente se depara com um grande desafio:
ser cuidadora e acompanhante de Will Traynor depois que ele sofreu um acidente
que o deixou preso à uma cadeira de rodas. Will, que tem tudo o que o dinheiro
pode comprar, parece ter desistido da vida. Isto é... até Lou se determinar a
convencê-lo de que a vida vale muito a pena ser vivida.
Juntos em uma série de aventuras, tanto Lou quanto
Will acabam conquistando muito mais do que esperavam em suas vidas.
04
– O Conto da Aia (Margaret Atwood)
Nesta obra lançada em 1985 e que ‘volta e meia’
retorna às listas de livros mais vendidos, foi adaptado para uma bem-sucedida
série de televisão. O Conto da Aia da
escritora canadense Margaret Atwood é uma distopia em que as mulheres perdem
totalmente seus direitos e se tornam propriedades dos homens.
Na época da sua primeira publicação, o livro refletiu
a aderência americana ao conservadorismo com a eleição de Ronald Reagan como
presidente, assim como o crescente aumento da direita cristã e suas
organizações lobistas poderosas, como Maioridade Moral, Foco na Família e a
Coalizão Cristã - sem mencionar o aumento do televangelismo (o uso da televisão
para transmitir a fé cristã).
A personagem de Serena Joy em O Conto da Aia é uma
ex-televangelista que sugeriu políticas teocráticas que agora a obrigam, assim
como todas as mulheres, a uma vida dedicada inteiramente ao lar.
Como escrevi, O
Conto da Aia fez tanto sucesso ao longo dos anos que mesmo após três
décadas e meia ainda continua despertando o interesse dos leitores.
05
– Zorro: Começa a Lenda (Isabel Allende)
Eu já conhecia Isabel Allende dos livros Eva Luna, Meu País Inventado e A Casa dos Espíritos; obras fortes que eu li há vários anos e que me marcaram
muito. Obras dramáticas, introspectivas e até mesmo um pouco filosóficas. Então
eu parei para pensar. Espera aí?! Uma autora acostumada a escrever livros com
essas características, de repente resolve reescrever uma obra prima do gênero
capa e espada?! Não vai dar certo. Mas o menino, aqui, estava completamente
enganado porque a escritora chilena criou um livro antológico que explica as
origens do personagem mais famoso do gênero capa e espada.
Por essa ousadia de Allende, eu preferi escolher Zorro: Começa A Lenda para fazer parte
dessa top list em detrimento de A Casa
dos Espíritos considerada uma das sagas mais respeitadas da literatura
mundial.
Li e amei a versão de Allende que foge totalmente da
história original A Marca do Zorro
escrita na década de 20 por Johnston MacCulley.
O livro de MacCulley, apesar de muito bem escrito foca
apenas nas aventuras do herói mascarado e de seu alter-ego Don Diego De La
Vega. Já o de Allende explora a fundo a origem do Zorro, desde o seu
nascimento, passando pela sua infância e adolescência, chegando até o momento
em que ele decidiu usar a famosa capa e máscara preta.
Isabel que nasceu no Peru, mas tem nacionalidade
chilena, é considerada uma das principais revelações da literatura
latino-americana da década de 1980. É filha de Tomás Allende, funcionário
diplomático e primo-irmão de Salvador Allende que foi presidente do Chile no
período de 1970 a 1973.
06
– A Hora da Estrela (Clarice Lispector)
Clarice Lispector é um dos grandes ícones da
literatura brasileira. A escritora chegou ao Brasil nos braços dos pais em
1922, fugindo da perseguição aos judeus na Ucrânia. Clarice dizia não ter
nenhuma ligação com a Ucrânia - "Naquela terra eu literalmente nunca
pisei: fui carregada de colo" - e que sua verdadeira pátria era o Brasil.
Apesar de seus pais terem desembarcado em Maceió, a
escritora considerava como sua cidade natal o Recife, onde morou dos 4 aos 15
anos.
Sua obra está repleta de mergulhos psicológicos
profundos a partir de cenas do cotidiano. Além de romances, escreveu uma série
de contos e crônicas e passou pelas redações de jornais como A Noite e Correio
da Manhã.
A
Hora da Estrela lançado pouco antes do falecimento da
escritora em 1977 é um de seus livros mais conhecidos. O romance narra a
história da datilógrafa alagoana, Macabéa, que migra para o Rio de Janeiro,
tendo sua rotina narrada por um escritor fictício chamado Rodrigo S.M.
Desprovida de atrativos, Macabéa passa as horas vagas ouvindo o rádio e namora
o metalúrgico nordestino Olímpico, que acaba a deixando para ficar com Glória.
A protagonista continua sozinha até que um dia, seguindo uma recomendação de
Glória, visita uma cartomante que revela toda a inutilidade de sua vida, mas
também prevê o casamento com um estrangeiro rico.
É talvez o seu romance mais famoso, por trazer uma
narrativa diferenciada da que costuma apresentar em suas obras, muitas vezes
considerada hermética e intimista ao extremo. A Hora da Estrela ainda traz consigo as questões filosóficas e
existenciais que dão o tom característico da autora no romance. Foi adaptada
para o cinema com o mesmo título por Suzana Amaral em 1985.
07
– Assassinato no Expresso Oriente (Agatha Christie)
Segundo o Guiness Book, Christie é a romancista mais
bem sucedida da história da literatura popular mundial em número total de
livros vendidos, uma vez que suas obras, juntas, atingiram a marca de quatro
bilhões de cópias ao longo dos séculos XX e XXI. Esses números totais só ficam
atrás das obras vendidas do dramaturgo e poeta William Shakespeare e da Bíblia.
É claro que uma escritora com esses atributos jamais
poderia ficar fora dessa lista. Assassinatono Expresso Oriente foi o livro da autora que escolhi para integrar esse
top list. Na minha opinião, a melhor história protagonizada pelo famoso
detetive Hercule Poirot criado pela ‘Rainha do Crime’.
No enredo, em meio a uma viagem, Hercule Poirot é
surpreendido por um telegrama solicitando seu retorno a Londres. Então, o
famoso detetive belga embarca no Expresso do Oriente, que está inesperadamente
cheio para aquela época do ano. Pouco tempo após a meia-noite, o excesso de
neve nos trilhos obriga o trem a parar. Na manhã seguinte, o corpo de um dos
passageiros é encontrado, golpeado por múltiplas facadas. Com os passageiros isolados
por conta da neve, e tendo um assassino entre eles, a única solução é que
Poirot inicie uma investigação para descobrir quem é o criminoso ― antes que se
faça mais uma vítima.
O livro foi publicado pela primeira vez no Reino Unido
em janeiro de 1934 e ganhou ao longo dos anos traduções na maioria dos países.
08
– Orgulho e Preconceito (Jane Austen)
Orgulho
e Preconceito, publicado originalmente em 1813, é a
obra prima da escritora inglesa Jane Austen. Apesar de um grande número de
leitores acreditarem que esse posto pertence ao livro Razão e Sensibilidade, na verdade, foi Orgulho e Preconceito que fez de Fitzwilliam Darcy ou simplesmente
“Sr. Darcy” um dos personagens masculinos da literatura mais conhecidos no
mundo.
Em sua obra, Austen nos apresenta Elizabeth Bennet
como heroína irresistível e seu pretendente aristocrático, o sr. Darcy. Nesse
livro, aspectos diferentes são abordados: orgulho encontra preconceito,
ascendência social confronta desprezo social, equívocos e julgamentos
antecipados conduzem alguns personagens ao sofrimento e ao escândalo.
A personagem Elizabeth vive com sua mãe, pai e irmãs
no campo, na Inglaterra. Por ser a irmã mais velha, ela lida com diversos
problemas que estão relacionados à educação, cultura, moral e o casamento na
sociedade.
A personagem é a segunda de cinco filhas, seus pais
colocam uma pressão grande na mesma para que haja logo um casamento, mas ela
tem outros planos, como viajar o mundo, conhecer diversos lugares. Sendo assim,
casamento não é uma de suas prioridades.
As coisas começam a mudar quando Elizabeth é
apresentada ao rico Sr. Darcy. Embora seja perceptível a química que surge
entre eles, os objetivos de ambos e até mesmo o jeito reservado de Sr. Darcy é
algo que impede de se declararem.
09
– Ciranda de Pedra (Lygia Fagundes Telles)
Lygia Fagundes Telles ficou conhecida como "a
dama da literatura brasileira" e "a maior escritora brasileira viva”.
Lygia Fagundes Telles é considerada por acadêmicos, críticos e leitores uma das
mais importantes e notáveis escritoras brasileiras do século XX e da história
da literatura brasileira.
Lygia tem grande representação no pós-modernismo, e
suas obras retratam temas clássicos e universais como a morte, o amor, o medo e
a loucura, além da fantasia.
A obra lygiana já foi elogiada por renomados
escritores da literatura nacional e internacional, os quais se renderam à sua
elegante escrita. Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Caio Fernando
Abreu, José J. Veiga, José Saramago, entre outros, já expuseram opiniões importantes
e fizeram parte do público de admiradores da obra da escritora.
Ciranda
de Pedra publicado pela primeira vez em 1954 é uma de suas
principais obras. O romance foi utilizado como base de duas telenovelas
homônimas da Rede Globo, em 1981 e em 2008. A história acontece aproximadamente
entre as décadas de 1940/1950, em São Paulo, e explora as características
psicológicas dos personagens.
No enredo, quando um casal de classe média se separa,
a caçula, Virgínia, é a única das três filhas que vai morar com a mãe. É do
ponto de vista dessa menina deslocada e solitária que se narram os dramas
ocultos sob a superfície polida da família. Loucura, traição e morte são as
forças perversas que animam esse singular romance de formação, que já na época
de seu lançamento, em 1954, chamou a atenção para o talento e a originalidade
da literatura da escritora.
Ciranda
de Pedra mantém-se há meio século como um dos livros mais
amados da autora.
10
– Frankenstein (Mary Shelley)
Fecho a nossa top list com esse clássico do gênero
terror escrito por Mary Shelley. Frankenstein
é considerada a primeira obra de ficção científica da história. O romance
relata a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que
constrói um monstro em seu laboratório. Shelley escreveu a história quando
tinha apenas 19 anos, entre 1816 e 1817.
O romance obteve grande sucesso e gerou todo um novo
gênero de horror, tendo grande influência na literatura e cultura popular
ocidental. O aclamado autor de literatura de terror Stephen King considerou Frankenstein um dos três grandes
clássicos do gênero, sendo os outros dois Drácula
e O estranho caso do Dr. Jekyll e Sr.
Hyde.
O romance foi primeiramente adaptado para o teatro, e
posteriormente para um grande número de mídias, incluindo rádio, televisão e
cinema, além de quadrinhos.
Agora, ao completar 203 anos da publicação, Frankenstein permanece como uma das
maiores obras literárias de que se tem notícia. Até hoje reverberam os trovões
da “noite pavorosa de novembro”, quando Victor Frankenstein concluiu seu
trabalho e, por meio de uma combinação entre matemática e alquimia, insuflou a
vida na remendada criatura que tinha diante de si (na versão revisada de 1831,
Mary Shelley alterou esse método para a eletricidade).
Um verdadeiro clássico da literatura mundial com
presença obrigatória em qualquer estante de livros.