26 setembro 2014

Revelação (Assédio Sexual)



Sabem quando um escritor é bom, de fato? No momento em que ele consegue transformar um personagem amorfo, sem sal ou açúcar –  com toda a minha sinceridade: um cú de vaca que não presta prá nada – no sujeito mais carismático e fodástico do enredo. Mêo! Prá conseguir essa proeza, o autor tem que ser fera, bom mesmo; e pode crer, Michael Crichton fez isso.
Tom Sanders, o personagem do livro “Revelação”, idealizado pelo saudoso autor  é um cara medíocre ao extremo. Ele só leva ‘cala-boca’ da esposa e do chefe, além de demonstrar toda a sua incompetência ao chegar atrasado no serviço – justamente no dia da sua promoção!! - para poder suprir a inabilidade da esposa em preparar os filhos para irem à escola.
Então, o belezura chega no serviço e recebe a informação de que não será mais promovido porque eles encontraram uma outra pessoa bem mais jovem e impetuosa do que ele, além de ter o perfil da empresa. Estou falando escrevendo sobre a linda e estonteante Meredith Johnson. Ok, você deve estar pensando que Sanders depois que recebeu a notícia esbravejou, gritou, esperneou e cuspiu poucas e boas para o velhote de seu chefe metido. Ah! Ta! Me engana que eu gosto! Pode acreditar que ele  simplesmente deu algumas resmungadas bem baixinhas pra ninguém ouvir, se fêz de vítima e parou por aí mesmo. Mêo, para vai! Você acha que os leitores conseguem se simpatizar com um sujeito assim?! O pior, é que conseguem!! Bem mais do que isso: nós conseguimos torcer por Sanders e passamos – com o virar das páginas – até mesmo a descobrir virtudes no pobre coitado que estavam escondidas.
Sei que Crichton morreu, que eu sou seu fã, que ele é um gênio da escrita, mas em “Revelação”, o cara se ‘Revelou’ (desculpem o pleonasmo) num grande dum calhorda machista ao ter transformado o seu principal personagem masculino num herói valente e santo e a sua linda Meredith Johnson, sua principal personagem feminina, numa Cruela dos diachos; numa vilã tão maléfica, mas tão maléfica, capaz de fazer com que as feministas de carteirinhas – aquelas bem fanáticas – fiquem com vontade de esganá-la e depois trucidar o seu cadáver. Johnson é um poço de maldade bem profundo e muito mais.
Ao longo da história, Sanders vai crescendo e mostrando aos poucos que não é tão bobo quando imaginamos. Ele acaba conseguindo até mesmo, fazer a cabeça de uma advogada para que o defenda. Pois é, eu falei uma advogada e não advogado. A extensão da crueldade e safadeza de Johnson é tão extensa que consegue fazer com que uma outra mulher acabe aceitando como cliente um homem que diz ter sido vítima de assédio sexual. A advogada acredita mais no sujeito do que na mulher que, por sua vez, inverte os papéis, passando a afirmar que a abusada foi ela!
No enredo do autor, Tom Sanders é um executivo bem sucedido da DigiCom, uma empresa especializada no desenvolvimento de sistemas de computador. Seus sonhos de alçar-se à alta gerência da organização que ele ajudou a progredir, no entanto, começam a ruir quando ele reencontra Meredith Johnson, uma antiga amante, com quem viveu uma relação atribulada no passado, e descobre que ela foi escolhida para ser a nova diretora em seu lugar.
Apesar da frustração e do constrangimento, ele resolve, em nome do profissionalismo, acatar as ordens de sua chefe. Logo descobre que uma das determinações dela é seduzi-lo.
Pronto! Está armada a armadilha. Assediado sexualmente, Sanders acaba envolvido numa trama em que a verdade dos fatos não corresponde às aparências.
A manipulação cínica de dados atinge sua máxima tensão quando ele é acusado precisamente de assédio sexual pela chefe. Processado, Sanders com a ajuda de sua advogada, percebe que a DigiCom esconde um mistério que caberá a eles desvendar.
Portanto galera, deu pra ver que o livro de Crichton não se resume apenas aos ataques sexuais de Johnson para cima de um acuado marido fiel. Por trás disso, esconde algo muito maior; um segredo que a ‘Cruela Malévola’ e a DigiCom guardam a sete chaves e o qual Sanders pretende descobrir a qualquer custo.
A Rocco lançou o livro no Brasil em 1993 com o título de “Revelação”; um ano depois, Barry Levinson levaria para as telonas a adaptação cinematográfica, mas com um outro nome: “Assédio Sexual”. E a Rocco que não é ‘boba, nem nada’, aproveitaria a polêmica do filme para relançar, em conjunto com a L&PM a história de Crichton, mas agora com o mesmo título do filme.
Mas deixem o cinema para lá... o livro é muito melhor!

20 setembro 2014

Linha do Tempo



“Pronto! Lá vem ele falando, novamente, sobre Michael Crichton”. Antigamente, pouco tempo antes de ter esse blog, era dessa maneira que eu era recebido pelos meus amigos nas rodinhas de assuntos em que nos encontrávamos. E olha que eles tinham razão, aliás muita razão. Sempre fui um fã fissurado desse autor, ao ponto de ter a maioria de suas obras em minha estante. Fissurado, ao ponto, de ter ficado hiper abatido com a sua morte que ocorreu à seis anos.
Olha, Crichton é o cara. Ele é capaz de transformar temas maçantes, como física quântica e história medieval, tratados de maneira sonolenta por professores em salas de aula, em assuntos interessantes, capazes de viciar quem os lê. Agora, se o tema já é interessante, como por exemplo a teoria do caos e a biogenética, Crichton faz desses assuntos enredos incomensuráveis. Comparando grosseiramente, seria como se você colocasse um prato de comida suculento na frente de uma pessoa que não se alimenta há vários dias. Resultado: o sujeito vai devorar tudo, até o próprio prato.
Em “Linha do Tempo”, o autor faz os leitores viajarem numa eletrizante aventura no universo medieval, tendo como ponto de partida a física quântica. Na história, três  estudantes do mundo contemporâneo encontram um meio de voltar à França feudal do século XIV para salvar um professor em apuros. A narrativa é rica em detalhes, desde a descrição das lutas e do ambiente medieval. É interessante ver o choque de hábitos dos séculos XIV e XX (época em que o livro foi escrito – 1999). Imagine você vivendo naquele período? Pois é galera, saiba que uma expressão corriqueira ou até mesmo um corte de cabelos considerado comum hoje em dia, naquele século, teria uma importância enorme, capaz de desencadear uma série de atitudes e acontecimentos que poderiam beirar a catástrofe. Isso fica evidente quando uma das estudantes é alertada à usar uma peruca, já que mulheres com cabelos curtos naquela época eram consideradas bruxas ou desonradas. É nesse mundo que os três jovens ingressam e apesar de todos os preparativos feitos com esmero e antecedência, há sempre algo imprevisto. Crichton faz desse imprevisto uma verdadeira montanha russa.
E como é a máquina do tempo idealizada pelo escritor para levar os jovens estudantes à França feudal? Bem, esqueça aqueles trambolhões esquisitos, cheios de botões e alavancas ou então aquelas ‘batidas’ fendas temporais; o autor teve uma idéia muito mais ousada, ou seja, uma espécie de fax quântico, que permite "transmitir" pessoas para o passado. Isso mesmo! Bem louco, não é? Mas você deve estar se perguntando como isso é possível? Bem, na diluição que ele faz da teoria de Albert Einstein, a distância que separa duas épocas não seria uma questão de tempo, e sim de espaço – como se os séculos fossem universos paralelos. Capiche?
Na verdade, “Linha do Tempo” não difere muito de “Micro”, obra póstuma de Crichton, concluída por Richard Preston. Nos dois livros, o homem sai de seu habitat natural e acaba sendo obrigado a se virar num ambiente desconhecido e hostil. Em “Micro”, alguns jovens cientistas, após serem miniaturizados são deixados numa floresta tropical onde se vêem cercados de várias ameaças, desde insetos a aves gigantes. Já em “Linha do Tempo”, a floresta tropical e os insetos cedem os seus lugares para uma terra  medieval bruta, povoada por monges e guerreiros com hábitos bem diferentes do homem do novo século.
Ah! Antes que me esqueça, a história foi adaptada para o cinema em 2003 e pra variar não chegou aos pés do livro. Por isso, siga um conselho de amigo: Deixem de lado a bomba do filme dirigido por Richard Donner e invistam na leitura da obra escrita fantasticamente desenvolvida por Crichton.

15 setembro 2014

Arqueiro lança em outubro o box de livros “As Aventuras de Robert Langdon”



O Marcos, um antigo colega dos tempos de universidade, é completamente fissurado em box de livros. Sabem, aquelas caixas ultra-trabalhadas que abrigam três, quatro, cinco ou mais livros de um mesmo autor? Pois é, o Marquito fica ‘endoidecido’ quando vê uma dessas embalagens nas livrarias virtuais. Prá ser sincero, quando o assunto é box, o sujeito pira!
Dia desses, ele me falou: - “Zé, não sei o que acontece comigo, acho que essas ‘caixinhas’ tem o poder de me enfeitiçar. É como se estivesse vendo uma princesa semi nua executando a dança do ventre, enquanto me chama apontando aquele dedinho que eu tenho vontade de....” Bem, melhor eu parar por aqui, mas acho que já deu prá entender como o Marcos perde o controle ao ver essas coletâneas de livros guardadas numa caixa. Inclusive, já o questionei dizendo que era perda de tempo comprar, novamente, livros que ele já tinha em sua estante, simplesmente porque esses mesmos livros acabaram de ser relançados com uma nova capa dentro de uma caixa de papelão ‘me engana que eu gosto”. – “Tú tá me chamando de trouxa?!!” E prosseguiu: “Para e pensa na heresia que você acabou de vomitar desses seus lábios impuros!”. Após gritar essas palavras, meu colega virou as costas e foi embora, me deixando ali plantado no chão com os meus ‘lábios impuros’; não sem antes de me apontar o dedo médio em riste naquele sinal característico de “Vai se fud...”
Cara, o Marquitão só voltou a conversar comigo depois de vários dias e mesmo assim, meio ressabiado.
Contei esse fato, pra galera que me acompanha no blog, para que entendam a importância desses tais boxes na vida de alguns leitores inveterados com alma de colecionadores. Na verdade, leitores que primam pelo visual de suas estantes e prateleiras de livros e que não admitem nenhuma obra fora do seu devido lugar. E é pensando nesse nicho de consumidores que as editoras usam e abusam dos lançamentos dos famosos boxes que não tem nada de  originais, pelo contrário, são obras repetidas e facilmente encontradas em qualquer livraria. Sei lá, às vezes, penso que o sujeito está pagando um preço absurdo apenas pela embalagem. Pô, o cara já tem os livros! Mas tudo bem, vamos respeitar as manias alheias.
Bem, se você se enquadra nessa categoria de leitores, podem se preparar porque no dia 16 de outubro próximo, a editora Arqueiro estará lançando um box (minha antiga professora de português do antigo 2º grau garante que o correto é boxe e não box, mas...) com os quatro livros protagonizados pelo mais famoso personagem criado por Dan Brown. Será que eu preciso responder quem é? Tá bem, é o próprio, galera: Robert Langdon.
Devo admitir que a ‘casca’, quer dizer o box, que abriga o recheio, digo, os livros, é estonteante, como a dança do ventre citada pelo Marquito no início do post. Mêo, é muito b-o-n-i-t-a. E bota bonita nisso. Já o livros, podem esquecer; nada de novo: as mesmas capas, o mesmo tipo de papel e as mesmas letras das edições originais.
O box que tem o título sugestivo de “As Aventuras de Robert Langdon” e reúne as obras: “O Código da Vinci”, “Anjos e Demônios”, “O Símbolo Perdido” e “Inferno”, já está em pré-venda nas principais livrarias virtuais.
Fiquem à vontade para comprar ou não. Eu já decidi. Vou economizar o meu suado dinheirinho para adquirir livros que eu ainda não tenho. Cara, venhamos e convenhamos: R$ 89,90 (R$ 85,40, em caso de promoção) é muita ‘bufunfa’ para uma simples caixa bonitinha... muito bonitinha.
Inté!

07 setembro 2014

Depois de “Anatomia do Mal"; a DarkSide ataca de “Serial Killers: Louco ou Cruel’ e “Serial Killers: Made in Brazil”



Prepararem-se para ingressar, novamente, no mundo dos psicopatas – digo novamente porque, com certeza, muitos leitores que acompanham esse blog já pegaram em suas mãos a obra “Serial Killers – Anatomia do Mal”. Vem aí numa ‘paulada só’ dois novos livros sobre o assunto: “Serial Killers: Louco ou Cruel’ e “Serial Killers: Made in Brazil”, todos eles lançados pela Editora DarkSide Books, a mesma de “Anatomia do Mal”. Para quem curte esse estilo de literatura, a compra se torna indispensável. E digo mais, se os dois próximos lançamentos da editora seguirem os mesmos passos de “Serial Killers: Anatomia do Mal”, com certeza essa compra será uma das melhores já feitas por você, amigo leitor. Em “Anatomia...” que li há alguns meses, o autor  Harold Schechter - professor de literatura e cultura americana no Queens College, na Universidade da Cidade de Nova York - faz um estudo minucioso da mente dos serial killers, desde a sua infância até a fase adulta, apontando as possíveis causas que poderiam ter levado uma criança normal a se transformar num assassino cruel, sanguinário e sem remorsos. Posso afirmar, sem medo de errar, que se trata de um “livraço”.
Depois de Schechter chegou a vez de uma brasileira explorar o mesmo assunto. Ilana Casoy, a autora de “Serial Killers: Louco ou Cruel” e “Serial Killers: Made in Brazil”, já publicou outros livros sobre crimes que ficaram famosos no Brasil, como “A Prova é a Testemunha“, relato inédito do Caso Nardoni, e “O Quinto Mandamento – Caso de Polícia”, sobre o assassinato do casal Richthofen.
Ela também colaborou com o site do canal Investigação Discovery entre 2012 e 2013. A escritora participou, a convite da Fox Brasil, da criação de um perfil do psicopata Dexter Morgan, anti-herói e protagonista da série que leva o seu nome e que se tornou uma das mais cultuadas dos últimos anos.
Bem, por aí, já dá pra ver que a mulher é fera no assunto, o que faz aumentar ainda mais a expectativa da galera quanto ao lançamento de seus dois livros.
Para escrever “Louco ou Cruel?”, a escritora mergulhou em arquivos da polícia e da Justiça, do FBI e da Scotland Yard. A obra aborda os serial killers sob diversos aspectos: à luz da Criminologia, do Direito, da Psiquiatria e da Psicologia, e dedica-se a dissecar este universo e o perfil do criminoso.
Já “Serial Killers: Made in Brazil” investiga os assassinos brasileiros, no que viria a ser o primeiro livro do gênero dedicado aos assassinos em série do Brasil. Foram cinco anos de pesquisas, visitas a arquivos públicos, manicômios e penitenciárias, além de entrevistas cara a cara com os criminosos.
Em “Made in Brazil”, Casoy relata sete casos de serial killers brasileiros, três dos quais ela entrevistou pessoalmente: Marcelo Costa de Andrade, o vampiro de Niterói, um dos casos e depoimentos mais chocantes do currículo da autora; Francisco Costa Rocha, o Chico Picadinho; e Pedro Rodrigues Filho, o Pedrinho Matador. Um relato cruel feito pelos próprios assassinos, conduzido com maestria por quem entende do assunto, que procura guiar o leitor pela sinuosa mente de pessoas frias e com movimentos mais que premeditados para o mal. Além deles, a autora se debruça sobre a vida e os crimes de José Augusto do Amaral (Preto Amaral), Febronio Índio do Brasil, Benedito Moreira de Carvalho (Monstro de Guaianases) e José Paz Bezerra (Monstro do Morumbi).
Os dois livros fazem parte de um box ultra-luxuoso que só mesmo o pessoal que cuida dos layouts das obras da DarkSide sabem fazer. Aqueles que já leram “Anatomia do Mal”, sabem que não estou mentindo e pelos releases distribuídos pela editora já dá pra ter uma noção do que virá pela frente.
O box com os dois livros já está em pré-venda nas principais livrarias virtuais pelo preço promocional de R$ 84,90. Vale lembrar que o preço normal, sem desconto, é de R$ R$ 119,80.
Agora, se você estava pretendendo adquirir apenas um dos dois livros, fique tranqüilo porque eles também podem ser comprados separadamente por R$ 52,90, cada. Mas se eu fosse você, aproveitaria para comprar o box lacrado porque iria economizar uma graninha considerável.
Anotem aí pessoal: os livros de Ilana casoy ‘desembarcam’ nas livrarias físicas e virtuais em 29 de setembro.
Inté!

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