27 abril 2023
Obras clássicas de Agatha Christie serão revisadas para remover linguagem ofensiva
Depois da Ian Fleming Publications Ltd, companhia que
tem direito sobre as obras de James Bond, que recebe o nome de seu autor, decidir
promover uma série de atualizações nos livros do famoso agente secreto inglês
escritos entre o período de 1951 a 1966 excluindo todos os trechos considerado
racistas mas mantendo o texto o mais fiel possível ao original e ao período em
que ele se passa (ver aqui); agora chegou a vez dos editores dos livros da
“Rainha do Crime” tomara atitude semelhante.
Os livros clássicos da autora britânica Agatha
Christie (1890-1976) serão revisados para remover linguagens ofensivas
presentes nos textos, como referências racistas e descrições físicas consideradas
ofensivas por alguns leitores. A informação foi dada, recentemente, pelo jornal
The Telegraph do Reino Unido.
Segundo a imprensa britânica, a editora HarperCollins,
responsável pela publicação de romances policiais de Christie, como Rainha do Crime e Histórias de Miss Marple, detalhou que passagens como "um
judeu, é claro", que descreve o personagem Poirot em O Misterioso Caso de Styles, de 1920, foi retirada da nova versão.
Além disso, na obra Os Casos Finais de Miss Marple e Duas Outras Histórias, a descrição
de um servo como "negro" e "sorridente" foi substituída
apenas para "o que acena", retirando a alusão à sua raça. No romance
de 1937, intitulado Morte no Nilo, as
descrições ao "povo núbio" foram excluídas.
Conforme noticiado pela CNN, a prática de reedição dos
conteúdos literários está se tornando cada vez mais comum entre as editoras. Como
já escrevi acima, , as histórias de 007 escritas por Ian Fleming estão passando
por um processo similar; mas não é só: as produções de Roald Dahl, autor de A Fantástica Fábrica de Chocolate,
passou por esse mesmo processo. No entanto, as atuais mudanças dividiram as
opiniões entre os leitores e alguns alegaram que reescrever os clássicos é uma
forma de censurar documentos históricos.
A alternativa encontrada diante do debate por algumas
empresas é de lançar duas versões, uma corrigida e uma original, a fim de
permitir "a escolha dos ledores de decidir" qual história preferem,
como destacado em nota pela editora Puffin, dos livros de Dahl.
Sei não, mas tudo indica que teremos mais obras de
autores clássicos passando por esse mesmo processo que já está virando uma febre
entre muitos editores. Vamos aguardar quais outras editoras seguiram esses
passos; por enquanto apenas a Ian Fleming Publications Ltd e a editora
HarperCollins aderiram a moda.
23 abril 2023
Um blogueiro literário dando a volta por cima após ter beijado a lona
E aí galera, tudo na paz? Comigo foi osso, mas
daqueles ossos duro de roer – como diz o velho ditado popular. Aliás, tão duro,
mas tão duro que não garanto a qualidade desse post que estou tentando escrever.
Para ser sincero, estou escrevendo de teimoso já que ainda sinto no corpo os
resquícios de uma maldita dengue provocada por um maldito Aedes que foi criado
por vários malditos porcalhões que transformam os quintais de suas casas em
verdadeiros chiqueiros.
Segundo o meu médico, a minha situação se agravou
porque além da dengue tive uma forte reação vacinal contra a gripe o que
resultou na chamada tempestade perfeita. Resultado dessa mistureba: nocaute;
lona mesmo.
A tal da tempestade perfeita ficou mais perfeita ainda
porque antes da vacina e da dengue, eu já vinha enfrentando alguns problemas
particulares, principalmente no meu trabalho, que confesso, deram uma mexida
com o meu lado emocional. Cara, estava... digamos desacelerado, fragilizado,
sei lá, acho que qualquer um desses adjetivos nada salutares serviriam para
definir o meu estado de espírito e então para fechar a conta vieram as senhoras
dengue e vacina. Pronto; repito o que escrevi acima: nocaute; lona.
Hoje, pela manhã, tive a ideia de escrever esse post
na esperando de ajudar aqueles bloqueiros literários que estão desanimados e
por isso pensando em encerrar as suas atividades. Ok, ok, entendo que já
escrevi sobre isso várias vezes, mas sempre que tenho uma oportunidade procuro
explorá-la ao máximo porque é triste vermos blogues tão bons “fechando as
portas” ´porque os seus blogueiros, simplesmente perderam o fogo por causa de
alguma situação controversa ou triste que estejam enfrentando, quase sempre
somada a alguma doença.
Neste período em que estava na lona e acabei ficando ausente
do “Livros e Opinião” por quase duas semanas confesso que pensei em desistir.
Estava numa cama de hospital com dores pelo corpo todo, pedindo a Deus que me
livrasse de uma forma mais grave da dengue, mas como estava fragilizado pelos
meus problemas extras, esse tipo de pensamento ia e voltava. Chegou um ponto em
que pensei – vou parar com o blog, não tenho mais tesão para prosseguir. Estava
decidido a isso, mas certa noite no silêncio do meu quarto comecei a refletir sobre
essa situação.
Pensei em todas as alegrias que esses quase 12 anos de
blog me proporcionaram; e foram muitas, de fato. Pensei nos amigos que fiz.
Pensei na minha rotina gostosa de redigir um post no meu notebook na varanda de
casa durante as mágicas noites de verão. Pensei em cada história engraçada que
algumas postagens me presentearam. Pensei nos seguidores do blog que aguardam durante
todas as semanas as publicação de novas postagens. Mas pensei, principalmente o
seguinte: problemas todos nós temos, uns mais, outros menos, mas não podemos em
detrimento desses problemas, enterrarmos projetos que nos deram tanto prazer ao
longo de anos. Se fizermos isso, quando os nossos problemas ou mazelas do corpo
passarem, certamente iremos nos arrepender daquele ‘algo’ tão especial que
enterramos ou abandonamos.
Pois é, acho que essa foi a principal lição que fez
com que eu não desistisse do “Livros e Opinião” enquanto estava “beijando a
lona” nesses últimos dias. Espero que essa lição também possa ser útil para
aqueles que estão pensando em abandonar algo prazeroso por causa de um
perrengue ou uma fase complicada que estejam enfrentando. O perrengue e a fase
complicada passam. O importante é não deixarmos que eles levem juntos esse
“algo prazeroso”.
Valeu galera!
12 abril 2023
O hipnotista
Um plot principal que tinha tudo para agradar mas
acabou estragado por um plot secundário, desinteressante e com várias arestas
soltas. Esta é a melhor definição – pelo menos na minha opinião – para uma
resenha do livro O Hipnotista do
casal de escritores suecos Alexander Ahndoril e Alexandra Coelho Ahndoril que
assinam as suas obras com o pseudônimo Lars Kepler como se fossem um só
escritor.
Mas vamos voltar aos plots. O enredo principal que foi
mutilado pelos autores diz respeito ao massacre de uma família nos arredores de
Estocolmo que abala a polícia sueca por causa dos requintes de violência e
crueldade. Os homicídios chamam a atenção do detetive Joona Linna, que passa a
investigar os assassinatos. O criminoso ainda está foragido, e há somente uma
testemunha: o filho de 15 anos, que sobreviveu ao ataque.
O detetive decide, então, chamar um famoso hipnotista
(hipnotizador) que abandonou a carreira por causa de um trauma ocorrido no
passado para que tente hipnotizar o garoto fazendo com que ele “volte” ao
momento do massacre na esperança de ver o rosto do assassino ou então se
lembrar de detalhes importantes que possam ajudar na elucidação do caso. É
neste momento que acontece uma revelação surpreendente no enredo e que apanha
os leitores de surpresa, mas justamente nesse ponto, o autor, ou melhor, os
autores, cortam abruptamente esse plot e passam a explorar uma outra história
completamente diferente sem nenhuma ligação com o caso do massacre. Este
segundo plot envolve o sequestro de um adolescente que é filho de um dos
personagens que fazem parte do primeiro plot. Resultado: O Hipnotista se transforma num livro com dois enredos distintos, o
massacre da família que é resolvido logo no começo da história e o outro, o
sequestro, que se arrasta até o final da trama.
Cara, achei muito estranha essa linha narrativa
adotada por Lars Kepler, muito estranha, mesmo. No final, um enredo estragou o
outro. Confesso que o primeiro plot estava prendendo a minha atenção, já que a
história ficou turbinada logo depois que a vítima sobrevivente ao massacre foi
hipnotizada. Mas, como já escrevi acima, inexplicavelmente, os autores matam
essa trama e partem para o “lance” do sequestro.
Outro detalhe que me incomodou foram as descrições ‘cooooompridas’
demais sobre as técnicas de hipnotismo. No capítulo “10 Anos Antes” que narra
detalhes sobre o passado do hipnotista Dr. Eric Maria Bark, toda vez que ele
vai hipnotizar alguém, Lar Kepler exagera e muito as descrições sobre os
procedimentos que devem ser adotados durante esse processo. Juro que por um
triz não pulei esse capítulo. Ufa! Mas com muito custo consegui termina-lo.
Quanto ao plot do sequestro, não conseguiu me
empolgar, nem mesmo nos capítulos finais quando os autores apelam para uma
narrativa mais hollywoodiana com perseguições e enfrentamento do tipo “mocinhos
versus bandidos”. Olha... repito, uma pena que tenham “rifado” o plot inicial
da trama referente ao massacre da família do garoto.
A orelha do livro com o resumo da trama é a prova
maior de que esse plot esquecido merecia maior destaque. Na orelha capa
principal que traz a sinopse do enredo, são apresentadas apenas informações
sobre o massacre da família e nada sobre o segundo plot envolvendo o sequestro.
Vale lembrar que O
Hipnotista é o primeiro livro de uma série sobre o detetive Joona Linna. Confesso
que não estou animado para ler a série toda. Com certeza parei no primeiro.
08 abril 2023
Seis livros que abordam o tema “vida após a morte”
Existe vida após a morte? Apesar de estudos,
pesquisas, debates, simpósios e o escambau a quatro, acredito que jamais iremos
encontrar uma resposta exata para uma das maiores dúvidas que existem sobre a humanidade.
Mesmo assim, ciência e religião insistem em afirmar que tem a resposta para
esse mistério.
Não posso negar que acreditar que tudo termina aqui na
terra sem ter uma continuidade depois da morte é chato demais e até mesmo
angustiante. Por isso, prefiro acreditar que a minha vida não acaba aqui. E
quer saber de uma coisa? Cara, isso me faz um bem incrível! Tenho a minha
religião e acredito no que ela prega, bem... mas... vou ser sincero, vá
lá: confesso que também procuro pescar
um pouquinho aqui e também acolá sobre o assunto, ou seja, o que as outras
religiões e a própria ciência dizem. Acho que isso é mal de jornalista (rs)
O engraçado, mesmo, foi o que Lulu me disse enquanto
escrevia essa postagem. – Jam, não solta essa postagem na sequencia daquela
outra, se não os leitores vão achar o seu blog muito fúnebre, Tá loco! – expôs
ela.
O outro assunto a que Lulu se referia é uma postagem
sobre alguns livros para aceitar melhor a morte e vivenciar o processo de luto.
Eheheheh... acho que vou segurar um pouquinho mais aquele outro post.
Mas vamos ao que interessa, ou seja, postar sugestões
de alguns livros que explorem o tema “morte” de acordo com as perspectivas da
ciência e de algumas religiões e, correndo por fora, temos um livro que aborda
o tema pelo lado da fantasia. São obras interessantes que certamente
despertarão a curiosidade de muitos leitores que apreciam esse gênero de
narrativa.
01
– A travessia (William P. Younf)
Vou começar pela obra de William P. Young que ficou
famoso graças ao seu best-seller A Cabana
que vendeu milhares de cópias em todo o mundo. Em A Travessia, ele narra a saga pós morte de um personagem fictício
chamado Anthony Spencer. Trata-se de um romance, à exemplo do que foi A Cabana. Se você quiser ler algo leve e
descompromissado que deixe de lado questões científicas, filosóficas ou
religiosas sobre a morte, A Travessia
é o livro certo. Como já escrevi acima, é um romance que tem o tema morte como
pano de fundo.
De acordo com a sinopse da editora Arqueiro, um
derrame cerebral deixa Spencer, um multimilionário egocêntrico, em coma. Quando
"acorda", ele se vê em um mundo surreal habitado por um estranho, que
descobre ser Jesus, e por uma idosa que é o Espírito Santo.
À sua frente se descortina uma paisagem que lhe revela
toda a mágoa e a tristeza de sua vida terrena. Jamais poderia ter imaginado
tamanho horror. Debatendo-se contra um sofrimento emocional insuportável, ele
implora por uma segunda chance.
Sua prece é ouvida e ele é enviado de volta à Terra,
onde viverá uma experiência de profunda comunhão com uma série de pessoas e
terá a oportunidade de reexaminar a própria vida. Nessa jornada, precisará
"enxergar" através dos olhos dos outros e conhecer suas visões de
mundo, suas esperanças, seus medos e seus desafios.
Na busca de redenção, Tony deverá usar um poder que
lhe foi concedido: o de curar uma pessoa. Será que ele terá coragem de fazer a
escolha certa?
02
- A ciência das experiências de quase-morte (John C. Hagan)
Vamos agora “atacar” de ciência em nossa toplist. Com
o avanço das técnicas médicas e cirúrgicas tem sido cada vez mais comum o
relato de pacientes que, após parada cardíaca ou morte cerebral, voltaram à
vida cheios de histórias para contar. Tais fenômenos são conhecidos como
experiências de quase-morte.
Estima-se que, somente nos Estados Unidos, mais de 10
milhões de pessoas já passaram por esta experiência intensa e transformadora.
Este livro é uma compilação de artigos científicos sobre o tema publicados em
revistas especializadas e submetidos à revisão dos pares. O professor John C.
Hagan III reuniu treze estudos acadêmicos produzidos por médicos e
pesquisadores, entre eles renomados PHDs, que abordam múltiplas
questões relacionadas com as experiências de
quase-morte. De acordo com o release sobre a obra distribuído pela editora
Danúbio, é a primeira vez que o assunto é apresentado com o rigor e a seriedade
científica que merece. Só lendo para saber, não é? Mas não podemos negar que a
premissa do livro é muito interessante para aqueles que tem uma quedinha pelo
tema vida pós morte.
03
– O Céu é de verdade (Todd Burpo)
O
céu é de verdade escrito por Todd Burpo com Lynn Vincent,
é um best-seller que traz o relato de Colton Todd Burpo, o filho de 3 anos e 10
meses do pastor evangélico Todd Burpo que, após passar por uma cirurgia,
acordou contando a seguinte história aos seus pais: teria ido ao Céu e
conhecido a Jesus Cristo.
Segundo matéria do New York Times, no início a família
não sabia se acreditava que o pequeno Colton falava a verdade, contudo as
dúvidas foram dissipadas quando Colton passou a relatar em suas narrativas
eventos familiares do quais não tinha conhecimento prévio: disse ter falado, no
céu, com sua irmã que sua mãe teria perdido ainda quando estava gestante e
disse que essa irmã tinha sofrido um aborto e que parecia com sua irmã mais
velha; disse ter conhecido seu bisavô, que morrera cerca de 30 anos antes de
Colton nascer, além de outros fatos que ele não poderia saber por meios
normais.
A capa do livro apresenta a foto de Colton mais novo.
Hoje (2023), com 54 anos de idade, Colton toca piano e trompete, é fascinado
por mitologia grega, ouve rock cristão e ama futebol. Seu pai relata no livro
as histórias contadas por Colton, que diz ter conhecido Jesus, Maria (mãe de
Jesus) e João Batista. Jesus tinha olhos de cor azul-mar que pareciam brilhar e
viu Maria ajoelhando-se diante do trono de Deus e em outras vezes em pé ao lado
de Jesus.
04
– A morte na visão do espiritismo (Alexandre Caldine Neto)
Existem muitos livros espíritas que abordam o assunto
“vida após a morte” mas na opinião de alguns colegas de trabalho que seguem a
doutrina, esse é um dos mais completos. A
morte na visão do espiritismo de Alexandre Caldine Neto.
O autor inspirou sua obra na conversa com uma
adolescente que estava sofrendo com a morte inesperada da mãe; Caldini
compartilha o que aprendeu sobre o assunto em mais de 30 anos de estudo da
filosofia espírita.
Suas lições ensinam os leitores a lidar melhor com a
partida das pessoas que amamos e também ajudam na preparação para a nossa
morte. Afinal, afirma o autor, assim como nascer, morrer é apenas uma etapa da
vida.
Em sua narrativa, ele desvenda os princípios básicos
do espiritismo e esclarece algumas das principais dúvidas sobre a morte e
outros temas relacionados, entre ois quais: por que tememos a morte? O que
acontece no momento em que morremos? Sofremos? • Ao morrer, para onde vamos? Reencontraremos os que amamos e já morreram? O
que diz o espiritismo sobre eutanásia, aborto e suicídio? Como lidar com a dor
da culpa, do remorso e da saudade? Como consolar alguém pela morte da pessoa
amada?, entre outros assuntos.
05
– O cristão diante da morte (Professor Felipe Aquino)
Também faz parte da nossa lista um livro sobre essa temática,
mas sob o ponto de visto da religião católica. O cristão diante da morte foi escrito pelo professor Felipe Aquino
onde ele procura esclarecer algumas dúvidas segundo a doutrina católica. Por
exemplo: De onde vem a morte? O que vem depois da morte? Como enfrentar a morte
de um ente querido? Como se preparar para a morte? Deus determina a hora da
morte? Existe vida após a morte? O que é Purgatório, o Céu, o Inferno, o Juízo
Particular e o Juízo Final? Cristo voltará mesmo? Quando? A fé católica possui
respostas para estas perguntas.
Aquino diz em sua obra que a fé cristã nos apresenta a
certeza e a esperança da vida eterna em Deus, nosso Criador, e nosso destino. Afirma
ainda que o cristão rejeita a ideia do desaparecimento total, ou que a vida
humana seja um absurdo, sem sentido, pois sabe que Cristo nos deixou a certeza
da imortalidade que cada um de nós deseja.
Na opinião do autor, a Igreja nos ensina que logo após
a morte vem o Juízo particular da pessoa. Diante da justiça perfeita de Deus,
seremos julgados. Mas é preciso lembrar que o Juíz é o mesmo que chegou até o
lenho da Cruz para que ninguém fosse condenado, e tivesse à sua disposição,
através dos Sacramentos da Igreja, o perdão e a salvação que custaram a Sua
Vida.
Ele frisa em seu livro que o catecismo da Igreja
Católica diz que “cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a
partir do momento da morte, num Juízo Particular que coloca sua vida em relação
à vida de Cristo, seja através de uma purificação, seja para entrar de imediato
na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato para sempre”.
Isto mostra que imediatamente após a morte a nossa
alma já terá o seu destino eterno definido: o céu, mesmo que se tenha de viver
o estado de purificação antes (purgatório), ou o inferno.
06
– Visão após a morte (Deepak Chopra)
Em Visão após a
morte, Deepak Chopra enfoca as múltiplas abordagens culturais e religiosas
sobre a morte. O autor indiano, profundo conhecedor de textos religiosos do
Oriente e do Ocidente, desta vez mergulha nos mistérios do além a partir de
fábulas ouvidas na sua infância. Mesclando descobertas científicas e a grande
sabedoria das tradições espiritualistas, o autor fornece um mapa precioso para
quem deseja refletir sobre a própria espiritualidade.
O autor parte da lenda indiana de Savitri para dar
forma ao livro. Savitri é uma mulher plenamente feliz e casada com o belo
Satyavan. Sua alegria, porém, é comprometida quando descobre que o Lorde Yama,
ou o Senhor da Morte, esperava justamente seu marido para levá-lo para o outro
mundo. Desesperada, ela procura ajuda do monge Ramana. Ele se propõe a
ajudá-la. Mas não necessariamente poderá salvar o seu marido das garras do seu
algoz. O percurso de Savitri irá, contudo, despertar nela a sabedoria
necessária para aceitar e compreender os mistérios da existência.
O autor alterna a fábula com a exposição da
diversidade de concepções sobre a vida após a morte presente nos textos
sagrados. Conceitos judaico-cristãos presentes na Bíblia como, por exemplo,
Céu, Inferno e Pecado, se mesclam em uma proposta comparativa com os textos
sagrados hindus, encontrados nos Vedas. Desta maneira, o espaço após a morte,
denominado Akasha, por exemplo, aparece entre os hindus como um lugar pleno de
possibilidades de realização e que é necessário percorrer após a morte.
Dividido em duas partes, o livro contém também sugestões e ensinamentos para
que o leitor na sua vida cotidiana saiba lidar e compreender mais o processo de
morrer. Chopra nos questiona sobre o sentido da vida e das crenças arraigadas
por anos de condicionamento e inconsciência tanto no mundo físico, como no
universo espiritual.
São seis livros, creio que muito bons, para que os
leitores que apreciam o gênero possam esclarecer ou pelo menos atenuar as
dúvidas sobre vida e morte na visão de algumas religiões.
Inté e boa ou boas leituras!
04 abril 2023
Quatro livros com plot twists muito elogiados que acabaram me convencendo. Resultado: comprei três; o quarto já está na mira
Aqueles que acompanham o “Livros e Opinião” há algum
tempo conhecem a minha fissura por reviravoltas inesperadas na trama. Cara, sou
viciado nesses plot twists. Taí as várias postagens publicadas sobre o tema, ao
longo do blog, que não me deixam mentir. Gosto tanto desse estilo narrativo que
de cada quatro livros que compro, três tem que ter as tais reviravoltas.
E “para variar” acabei de fechar a compra de três
livros com plot twists, além de estar namorando um outro que entrou na minha
mira, mas primeiramente vou esperar os
meus três novos bebês chegarem; depois, “busco” o quarto.
Nesta postagem, vocês ficarão sabendo quais são essas
quatro obras que acabei de adquirir e também aquela outra que estou paquerando
e que logo pedirei em casamento (rs). Para escolhê-las levei em consideração
vários comentários positivos nas redes sociais e em alguns blogs literários os
quais já acompanho há algum tempo.
Espero que esses quatro “bebês” sirvam como sugestão
de leitura para a galera que está à procura de um bom livro com plot twist.
Bora conferir.
01
– A Grande Ilusão (Harlan Coiben)
Abro a nossa lista com o “rei dos plot twists” como
Harlan Coben ficou conhecido ao longo dos anos graças as reviravoltas
bombásticas que estão presentes em seus livros.
Descobri A
Grande Ilusão – lançado em 2021 – através de um outro livro também de
Coben. Enquanto zapeava nas livrarias virtuais, vi na Amazon um lançamento do
autor em pré-venda – Identidades Cruzadas.
Mas, na realidade, o que despertou o meu interesse foi uma outra obra de Coben,
cuja imagem estava ao lado do novo livro. Me apaixonei pela narrativa de A Grande Ilusão. Pelo o que eu pude ver
na sua sinopse, a narrativa desse livro tem twists incríveis, especialmente o
final. Não pensei duas vezes e, comprei.
Neste livro, Coben narra a saga da personagem Maya
Stern, uma ex-piloto de operações especiais, que voltou recentemente da guerra.
Um dia, ela vê uma imagem impensável capturada pela câmera escondida em sua
casa: a filha de 2 anos brincando com Joe, seu falecido marido, brutalmente
assassinado duas semanas antes.
Tentando manter a sanidade, Maya começa a investigar,
mas todas as descobertas só levantam mais dúvidas.
Conforme os dias passam, ela percebe que não sabe mais
em quem confiar, até que se vê diante da mais importante pergunta: é possível
acreditar em tudo o que vemos com os próprios olhos, mesmo quando é algo que
desejamos desesperadamente?
Para encontrar a resposta, Maya precisará lidar com os
segredos profundos e as mentiras de seu passado antes de encarar a
inacreditável verdade sobre seu marido – e sobre si mesma.
Interessante, não acham?
Detalhes
do produto
Editora:
Arqueiro
Ano:
15 de setembro de 2021
Capa:
Brochura
Páginas:
304
Dimensões:
16 x 1.7 x 23 cm
02-
Procure nas Cinzas (Charlie Donlea)
Taí um outro autor que adora plot twists. Os seus
livros são recheados de reviravoltas que deixam os leitores de queixo caíudo.
Para quem não sabe, Charlie Donlea é o autor de A Garota do Lago, um fenômeno de vendas em 2017, e que ocupou a
primeira posição de mais vendidos, durante vários meses, nas principais top
list literárias.
Li A Garota do
Lago e, mesmo, não tendo gostado do livro num todo, não posso dizer que o
enredo é ruim e a narrativa desinteressante. Pelo contrário. Bem, para não
confundir a cabeça dos leitores do blog vejam a resenha que escrevi sobre esse
thriller policial. Nela, eu explico melhor. Apesar desse detalhe, continuo
gostando do estilo narrativo de Donlea, por isso, o motivo de volta e meia,
ficar comprando os seus livros. Esta relação é parecida com aquele lance de
“amor bandido”, ou seja, apesar de você não gostar num todo da obra, lá está
você, abraçado e morrendo de amores pela tal obra (rs).
Em Procure nas
Cinzas, o autor usa o ataque terrorista às Torres Gêmeas do World Trade
Center que chocou o mundo há mais de 20 anos como pano de fundo.
A destruição dos edifícios deu fim à vida de Victória,
a principal suspeita de um crime brutal ― sem que ela tivesse a chance de se
defender. E sua irmã, Emma, ainda tinha um assunto pendente: naquele momento
extremo, pouco antes de o prédio desabar, Victoria conseguiu realizar uma
última ligação pedindo que Emma a ajudasse a provar sua inocência. O caso fica
abandonado por duas décadas, até que a evolução das técnicas forenses
possibilitou a identificação do DNA de uma das vítimas dos ataques ― justamente
da mulher que foi considerada culpada pelo assassinato de um conhecido
escritor.
Avery Manson, uma famosa apresentadora de TV, vê no
caso uma oportunidade de alavancar ainda mais a sua carreira. Seu faro
jornalístico a leva até Emma, e ela decide fazer o que for preciso para reabrir
o caso, expor as falhas da polícia e descobrir se Victoria era ou não inocente.
Sinceramente, o enredo me atraiu e por isso...
comprei.
Detalhes
do produto
Editora:
Faro Editorial
Ano:
10 de setembro de 2021
Capa:
Brochura
Páginas:
356
Dimensões:
23 x 4 x 16 cm
03
– A Garota no Espelho (Rose Carlyle)
Não adianta negar e, quem nega está mentindo. Existem
frases promocionais criadas por editoras para divulgar os seus livros que
acabam convencendo o leitor. Às vezes, a frase tem um impacto tão grande, mas
tão grande que pimba! Fisga o leitor por mais linha dura e pouco influenciável
que ele seja. Foi o que aconteceu comigo quando vi a seguinte frase na Net: “As aparências enganam, confundem e
despertam o pior em cada indivíduo. Nada – nem ninguém – é o que parece ser”.
Alguns podem até considerar uma frase boba ou
simplória, mas sei lá... no dia em que a vi, ela me pegou e pegou de jeito.
Talvez, eu estivesse nos meus dias (rs),
Esta frase me levou rapidinho a ler a sinopse de A Garota no Espelho de Rose Carlyle.
Percebi que o enredo prometia muitos plot twists; além do mais, a proposta de
narrativa da autora me agradou. Taí; esse conjunto de fatores foram suficientes
para comprar o livro da editora Astral Cultural – me desculpe a sinceridade,
mas nunca vi, nem ouvi alguém se referir a essa editora. Tomara que seja boa e
competente em seus lançamentos.
Carlyle narra a história das irmãs gêmeas Íris e
Summer. Elas são idênticas, mas, além do que a aparência pode revelar, há uma
estranha escuridão que as diferencia. Insegura e cínica, Íris nutre uma doentia
inveja da sorte aparentemente interminável de Summer, incluindo seu marido
perfeito, Adam.
Íris deseja ter uma vida como a da irmã – ou, por que
não, ter a própria vida da irmã. Mas até onde Íris seria capaz de ir para ter o
que sempre sonhou, ainda mais quando há a fortuna de seu falecido pai em jogo?
A sinopse da editora promete um thriller em que as
aparências enganam, confundem e despertam o pior de cada indivíduo, além de uma
trama intricada, cheia de reviravoltas, em que nada – nem ninguém – é o que
parece ser.
Resumindo, tudo o que eu quero encontrar numa trama
literária.
O cartão de crédito miou, mas mesmo assim, “agarrei” o
livro.
Sinceramente, o enredo me atraiu e por isso...
comprei.
Detalhes
do produto
Editora:
Astral Cultural
Ano:
02 de maio de 2022
Capa:
Brochura
Páginas:
304
Dimensões:
16 x 1.4 x 23 cm
04
– O Paciente (Jasper DeWitt)
Teve um filme chamado “O Asilo do Terror” de 1972 que
marcou a minha geração. Eu ainda era criança quando assisti esse baita sucesso
da Amicus que juntamente com a Hammer dominavam as produções de terror nos
cinemas durante os anos 70. Gostei tanto do filme que me esbaldei assistindo-o
em VHS e agora, após mais de 50 anos, continuo revendo em DVD, aliás um DVD
muito raro.Mas o que o filme tem a ver com o livro de Jasper
DeWitt? Eu explico: as suas premissas são parecidas. Ambos envolvem um
psiquiatra que tenta descobrir o que levou determinado paciente a enlouquecer.
O que esse médico desconhece é que tal descoberta poderá trazer sérias
consequências para a sua vida. Tudo bem que no filme havia vários pacientes,
cada um com os seus segredos, enquanto no livro há apenas um paciente; mas como
já revelei, a premissa é a mesma.
Este detalhe bastou para que incluísse O Paciente em minha lista de compras,
isto é... tão logo o meu estimado “cartãozinho” me dê um novo sinal verde para aquisição
de obras literárias.
O livro da editora Planeta Minotauro – Vichi! mais uma
editora que nunca ouvi “falar”. Planeta Minotauro?! Que nome! - escrito no
formato de um blog/diário mostra uma série de postagens na internet onde um
jovem – e extremamente autoconfiante – psiquiatra Parker H. conta suas
experiências como médico residente em um sombrio manicômio da Nova Inglaterra.
Nesse hospital, Parker assume a tarefa de tratar um
misterioso paciente. Trata-se do mais antigo caso do lugar: Joe, um homem
considerado de grande risco, internado na instituição desde que tinha apenas
seis anos de idade. Não há diagnóstico preciso para sua enfermidade, mas o
quadro parece piorar dia a dia.
Entre o medo e o desespero, aparentemente convencidas
de que Joe poderia representar uma ameaça ao mundo exterior, as autoridades do
hospital o mantêm estritamente isolado, confinado e com o mínimo de contato
humano possível. Aqueles que já tentaram curar o paciente – ou mesmo se
aproximar dele – acabaram se entregando à loucura... ou ao suicídio.
O jovem médico calcula mal os riscos dessa relação,
que se mostrará muito mais perigosa do que ele antecipava. Parker pensa ter a
solução para o caso, e de fato consegue ir mais longe que qualquer outro
profissional antes dele. Mas a que preço?
Pois é, também gostei do enredo e será o próximo da
lista.
Detalhes
do produto
Editora:
Planeta Minotauro
Ano:
01 de maio de 2021
Capa:
Brochura
Páginas:
192
Dimensões:
14 x 1.7 x 21 cm
Agora é só curtir essa expectativa gostosa que todo
devorador de livros experimenta após comprar os seus “bebês”. Estou contando
nos dedos a chegada da cegonha Amazon.
E tome plot twists! (rs)
01 abril 2023
Oito livros com personagens que passaram um verdadeiro perrengue no mar
Se existe algo que mete em mim um medo danado é o mar,
o oceano. Viche e mil vezes viche!! To fora! Ainda me lembro quando atravessava
o litoral paulista de balsa com os olhos fechados. Ninguém conseguia me persuadir
a abri-los. Sei lá galera; mar significa para mim abismos infinitamente
profundos cobertos por uma imensidão de água; abismos os quais se pudéssemos
ver a olho nu ficaríamos espantados. Espantados não, quero “dizer”:
estarrecidos.
Tudo bem, vocês podem até me chamarem de bobo, eu não
ligo, mas que o mar me amedronta; amedronta. Isso somado ao “lance” de que
também não sei nadar (rs).
Mas se o mar não me atrai na sua forma real, por outro
lado quando ele passa para as páginas de um livro, então... eu adoro. Amo
histórias que tem o mar como pano de fundo. Personagens destemidos que
enfrentam esse elemento da natureza com toda a coragem ou até com um certo
medo, mas com hombridade. Talvez eu goste tanto desses livros, mesmo detestando
o mar, porque... quem sabe eu queria ser como esses personagens, não é?
Ah! Quero agradecer a Lulu que me deu a ideia desse
post. Ela me disse – Jam, na realidade, você vive uma relação de amor e ódio
com o mar; então porque você não expressa isso numa postagem, escolhendo alguns
livros que tenham o oceano como “coadjuvante”? – Pois é, então complementei a
ideia de Lulu selecionando alguns enredos do tipo “homem versus mar”.
Vamos ao post? Escolhi oito livros onde os personagens
passaram por verdadeiros perrengues no mar. Alguns tiveram sorte e saíram com
vida, outros nem tanto.
01
- A Tormenta – A História Real de Uma Luta de Homens Contra o Mar” (Sebastian
Junger)
A Tormenta, como o próprio subtítulo aponta, é a história de
vários homens e mulheres que em outubro de 1991 enfrentaram uma tempestade
criada por uma combinação de fatores que os meteorologistas a consideraram de
“tempestade perfeita” ou a “tempestade do século”. A tormenta atingiu várias
cidades de Massachusetts, mas a pior parte ficou reservada para os pescadores
de espadarte do porto de Gloucester, principalmente aqueles que no momento do
fenômeno se encontravam com os seus barcos em alto mar, entre os quais os
tripulantes do Andrea Gail que praticamente estavam no olho da tempestade. É a
história desses heróis e heroínas que Sebastian Junger oferece – num cardápio
de primeira – para os seus leitores.
Neste contexto, o drama dos pescadores acaba se
fundindo com a história dos paraquedistas de resgate, conhecidos por PRs, que
muitas vezes são obrigados a driblar o terror de enfrentar ondas da altura de
um edifício de 10 andares para poderem salvar vidas que estão por um fio no mar
bravio.
Junger inicia A Tormenta: A História Real de Uma Luta de Homens Contra o Mar nos
apresentando a tripulação do Andrea Gail. Mais do que mostrar algumas
características desses pescadores, o autor brinda os seus leitores com a rotina
do dia a dia desses homens que entraram para a história de Gloucester ao
enfrentar a tempestade do século.
O filme “Mar em Fúria”, de 2000, com George Clooney,
Mark Wahlberg e Diane Lane foi baseado no livro de Junger.
02
– O Segredo do Abismo (Orson Scott Card)
O Segredo do Abismo do escritor norte-americano Orson Scott
Card é uma novelização do filme homônimo dirigido por James Cameron e que foi
um grande blockbuster em 1989. Apesar de não ser um grande adepto das
novelizações, devo admitir que Scott Card caprichou dessa vez. O livro é muito
bom.
Filme e livro contam a história de uma equipe de
mergulhadores que trabalham numa plataforma civil de exploração de petróleo. De
repente, eles se vêem envolvidos em uma missão de resgate do submarino nuclear
Montana que afundou misteriosamente com 156 tripulantes e, após o ocorrido, não
houve mais contato. A plataforma é usada para a operação que visa resgatar a
tripulação do Montana, pois apesar de saberem onde está o submarino, um furacão
se aproxima e, assim, a Marinha não teria tempo hábil de chegar ao local. Com
isso, a equipe da plataforma se torna a melhor opção para realizar o
salvamento, ficando acertado que o tenente Coffey supervisionará as operações.
Entretanto, Buddy Brigman, um mergulhador que chefia a plataforma, diz aos
militares responsáveis pela operação que a sua equipe não foi treinada para
esse tipo de serviço e se posiciona contra os seus superiores. Mesmo assim,
todos da plataforma acabam sendo obrigados a trabalhar nessa missão, colocando
as suas vidas em risco. O que eles não sabem é que o fundo do mar guarda um
segredo assustador e surpreendente que mudará a vida de todos.
03
– No Coração do Mar (Nathaniel Philbrick)
À exemplo de A Tormenta de Sebastian Junger, No Coração do Mar é uma história real de homens que, de fato, enfrentaram o mar.
No início do século XIX, essa caça às baleias era
considerada como profissão (altamente difícil e arriscada). Os barcos
baleeiros, normalmente medindo cerca de 8 metros, eram lançados ao mar com 6
homens a bordo. Depois de serem manobrados próximo ao gigante mamífero, era
lançado um arpão preso a uma corda atada à pequena embarcação. Assim que o
animal se cansava da luta, os marinheiros matavam-no com uma lança e
rebocavam-no para o deque do navio principal, onde a gordura e o óleo eram
extraídos.
Entre muitos desses barcos estava o Essex. Esse navio
se destacou não por ter um desempenho melhor do que qualquer outro, mas sim por
pela sua trágica e marcante história.
No dia 12 de agosto de 1819, pesando 238 toneladas, o
navio deixou Nantucket para uma expedição no mar que duraria 2 anos e meio. Na
tripulação havia 18 homens e, no comando, estava o capitão George Pollard Jr.
(28 anos). Após o Essex ter sido literalmente destroçado por uma baleia, os
seus sobreviventes tiveram de passar vários dias no mar em um pequeno barco
enfrentando sede e fome.
Diante da absoluta falta de comida, decidiu-se fazer
uma espécie de votação para definir quem seria o próximo a servir de alimento
aos sobreviventes. Para saber quem seria o eleito, eles tiravam a sorte como
num jogo de cartas ou palitos. Enfim, uma verdadeira roleta russa macabra.
Uma história real e chocante.
04
– Horas Decisivas – A história real do mais ousado resgate marítimo (Casey
Sherman)
Taí mais uma história real. O subtítulo do livro já
resume o perrengue vivido pelo guarda costeiro Bernard C. Webber, ou Bernie,
como era conhecido pelos amigos.
‘O pega pra capar’ aconteceu em 18 de fevereiro de
1952, quando o petroleiro SS Pendleton, com 32 tripulantes, que fazia o trajeto
Orleans-Boston, se rompeu ao meio durante uma forte tempestade em Cap Cod,
Massachussets.
Bernie e outros três jovens marinheiros foram convocados
para ajudar no resgate dos tripulantes. Enviados em uma pequena lancha
salva-vidas, eles superaram barreiras aparentemente intransponíveis numa missão
suicida para tentar salvar a vida de dezenas de marinheiros. E conseguiram.
O resgate dos sobreviventes do naufrágio do SS
Pendleton é considerado um dos mais ousados resgates da Guarda Costeira dos
Estados Unidos. Todos os quatro tripulantes do barco de Bernie foram agraciados
com a medalha Gold Lifesaving da Guarda Costeira.
Mais de 60 anos depois daquela noite fadítica, a
história real do resgate do petroleiro SS Pendleton acabou inspirando uma
produção cinematográfica dos estúdios Disney com Chris Pine no papel de Bernie.
Mas antes do filme, teve o livro de Casey Sherman (ver aqui). Aliás, um
livraço!
05
- À Deriva, 76 Dias Perdidos No Mar
(Steve Callahan)
Pelo jeito, histórias reais de homens que enfrentaram
o mar é o que não faltam por aqui. E para “variar” vamos com mais um fato.
Fato; não ficção.
Amante das navegações, Steven Callahan sempre
construiu embarcações e chegou a contribuir para edições da revista Cruising
World, especializada em iates e barcos. Aficionado pela arquitetura naval, ele
adiquiriu muita de sua experiência na prática.
Em meados de 1981, Callahan partiu de Newport, em
Rhode Island nos Estados Unidos, para embarcar em um barco à vela de seis
metros e meio que ele mesmo havia criado. Saindo dos Estados Unidos, ele foi
até as Bermudas e seguiu em direção à Inglaterra.
Após uma violenta tempestade, o seu pequeno barco não
resistiu e acabou naufragando. Ele teve de se arranjar com um pequeno bote
salva vidas. Imagine só, um minúsculo bote no meio de um oceano enoooorme. Brrrrrrrr! Podem acreditar. Callahan ficou
sozinho à deriva no Atlântico em numa balsa inflável de um pouco mais de 1 metro,
com 1kg e meio de comida e 1 litro e meio de água. Assim ele permaneceu por 76
dias, suportando as mais terríveis tempestades, sol escaldante e ataques de
tubarões, até que encontra a terra. Matou a fome comendo apenas peixes e aves,
quanto a sede, bem... leiam o livro.
06
– A Besta (Peter Benchley)
O oceano também tem os seus asseclas que o servem
fielmente. Um desses “capangas” foi a lula gigante, apelidada de “a besta”, que
deu muito trabalho para os personagens do livro A Besta de Peter Benchley, autor do grande sucesso Tubarão.
A besta que empresta o nome ao título do livro é uma
Architeuthis dux, ou seja, uma lula gigante que devido ao desequilíbrio
ecológico provocado pelo homem, começa a atacar e matar banhistas de uma cidade
praiana localizada nas costas das Bermudas. Após uma sucessão de ataques
fatais, Whip Darling, um pescador especialista em vida marítima, que quer
apenas levar uma vida normal ao lado de sua esposa e filha, acaba sendo forçado
a caçar o mostro marinho. O pai de uma das vítimas, um poderoso banqueiro,
promete 200 mil dólares se Darling aceitar a empreitada de sair em alto mar num
barco ultra-equipado juntamente com ele e um professor de oceanografia. Somente
os três, num embate de vida ou morte contra a lula gigante. Como Whip Darling
recusa a oferta, o banqueiro acaba por ameaçá-lo com um argumento infalível e
que não deixa outra opção ao experiente pescador, senão acompanhá-los. E é
nesta parte da obra que o negócio pega. No meu caso, não consegui largar o
livro de maneira alguma e quando percebi, já eram quase 5 horas da manhã! Mas
valeu à pena as horas de sono perdidas. Ação e suspense mesclam a caçada do
trio a Architeuthis dux, acredito que bem mais do que em “Tubarão”.
O combate final entre Darling e a lula é eletrizante.
O pescador enfrenta a besta, em seu barco, armado com uma serra elétrica,
deixando o leitor com a adrenalina nas últimas.
07
– O Destino do Poseidon (Paul Gallico)
Quer perrengue maior no oceano do que um
transatlântico ser atingido por uma onda gigantesca e depois ficar emborcado
abaixo da linha do mar? Ou “falando” o português bem claro: “ficar de cabeça
para baixo”? Deus me livre e me guarde! Entonce foi exatamente isso que
aconteceu com os tripulantes e passageiros do S.S. Poseidon atingido na véspera
de Ano Novo por uma onda gigantesca. Paul Gallico narra o drama dessas pessoas
em seu livro The Poseidon Adventure lançado em 1969 e que deu origem ao
filmaço “O Destino do Poseidon” (1972) com Gene Hackman, Ernest Borgnine e
Shelley Winters.
Livro e filme narram a saga de um grupo de
sobreviventes que está em um salão de baile de um convés superior do
transatlântico (mas que depois de virar, fica abaixo da linha d'água) e tenta
escapar da embarcação liderados pelo reverendo Frank Scott (Gene Hackman). Para
isso, devem chegar à casa de máquinas que se localiza no casco do navio (que
agora está acima da linha d'água), e durante o percurso acabam enfrentando
muitos perigos no navio instável que pode afundar a qualquer momento.
Haja coragem e sangue frio heim?
08
– Tubarão (Peter Benchley)
Fechamos a nossa lista com mais um assecla do “Sr.
Oceano”. E este assecla mete medo, muito medo. Ele deu uma dor de cabeça danada
para um grupo de pescadores que tentaram captura-lo, após ele ter provocado um
banho de sangue numa cidade praieira nos states.
O livro de Benchley lançado em 1974 foi adaptado um
ano depois para os cinemas e se tornou um fenômeno mundial. O filme dirigido
por Steven Spielberg arrebatou multidões aos cinemas.
Livro e filme foram os principais responsáveis em
elevar a fera de barbatanas dorsais ao status de perfeita encarnação do mal. Se
já existiu um bicho-papão na natureza, ele está dentro d’água. A história se
passa em Amity, um balneário ficcional situado em Long Island, Nova York.
Quando o corpo de uma turista é encontrado na praia o chefe de polícia Martin
Brody ordena o fechamento das praias da região. O prefeito Larry Vaughan,
porém, mais preocupado com o dinheiro dos veranistas, consegue abafar a notícia
e libera o banho de mar na cidade.
Quando a situação sai de controle, o xerife Brody
acompanhado de um oceanógrafo e de um pescador especialista em caçar turbarões
decidem sair por mar afora a procura da fera.
É isso aí galera! Espero que aproveitem a leitura
dessas obras, principalmente se você tem um tipo de amor bandido pelo mar:
amando-o mas ao mesmo tempo detestando-o; assim como eu.