28 junho 2018
Pássaros Feridos
Ao dar a minha opinião sobre “Pássaros Feridos” de
Collen Mccullough, com certeza estarei indo na contramão de críticos, leitores
e imprensa que exaltaram a obra, considerando-a uma das melhores sagas
familiares já escritas. Não achei tudo isso.
Não que seja ruim. O problema é que a obra é muito
cansativa em algumas partes, fazendo com que o leitor morgue, ou seja, perca o
interesse pela história. Isto se deve ao excesso de descrição, já que a autora
usa e abusa dessa técnica literária – da qual não sou muito fã - para retratar as
paisagens das cidades, fazendas e demais recantos da Austrália, local onde se passa
grande parte do enredo.
Acredito que das suas 546 páginas, pelo menos 150
poderiam ser eliminadas. Descrever situações envolvendo personagens ou até
mesmo as suas origens é diferente de descrições de lugares. Esta ultima
categoria, cansa pacas! Vai minando a paciência do leitor aos poucos. E no caso
de “Pássaros Feridos” é uma pena, porque a essência da história é muito boa,
mas boa mesmo, tanto é que se a saga fosse mais enxuta, menos descritiva,
certamente, seria uma obra perfeita.
A saga de “Pássaros Feridos” começa no início do
século XX e conta os acontecimentos de três gerações da família Cleary,
misturando ambição, amor e ódio; conquistas e derrotas. Ao contrário do que
muitos leitores pensam não se trata de uma simples história de amor proibido envolvendo uma mulher e um padre. O enredo vai muito mais além.
A autora australiana narra a saga de três gerações de uma família no período de
1915 a 1969.
O livro aborda as alegrias e tristezas da família Cleary
- formada pelo casal Paddy, Fee e os seus
sete filhos – que devido a dificuldades financeiras decidem mudar-se de sua
humildade propriedade na Nova Zelândia e emigrar para a Austrália, após
receberem um convite de Mary Carson, irmã
de Paddy . Como ela não vê o irmão há muitas
décadas e encontra-se sozinha e com a saúde debilitada, decide convidá-lo,
juntamente com a sua família, á morarem e trabalharem em sua propriedade
chamada Drogheda, uma vasta e rica fazenda de criação de carneiros. A partir
daí começam os momentos bons e ruins vividos pelos Cleary’s. Alguns personagens
morrem, outros nascem; tristezas e alegrias chegam e vão; e por aí afora.
É importante frisar, novamente, que o livro não se
resume a uma história de amor proibida, no caso: Meggie Cleary e o
padre/cardeal Ralp de Bricassart. A autora vai mais a fundo, contando a saga
dos outros filhos e também do próprio casal: Paddy e Fee.
O livro é dividido em sete capítulos, cada um deles
dedicado a um personagem da história e a determinado período temporal, deixando
a leitura muito mais organizada.
Galera, enfim, se não fosse o excesso de descrição, “Pássaros
Feridos” teria todas as condições de ser incluído no rol dos melhores romances
de sagas familiares, mesmo assim, se você se interessou pela obra, aconselho
que faça a leitura em doses homeopáticas para não enjoar.
Inté!
24 junho 2018
Estado Bruto, o lançamento literário de um grande amigo sumido
“Amigos vem, amigos vão”. Não. Nada disso. Na minha
maneira simples de analisar os fatos - sem complicações e muito menos sem aqueles horrorosos
símbolos lingüísticos ou de semântica - os amigos apenas vem, pelo menos os
verdadeiros. Cara, não é necessário que eles fiquem por perto só para
continuarem sendo amigos. Se um dia, eles tiverem de se ausentar, não é por
isso que deixarão de fazer parte da minha ou da sua “Canção da América”. O que
interessa são as lições, os exemplos, ou seja, o ‘edifício’ que foi construído
enquanto esses amigos estavam convivendo com você.
Um desses sujeitos chama-se Márcio Antônio Blanco
Cava ou simplesmente Márcio ABC que eu conheci nos anos 80 quando estava
começando a cursar jornalismo na Fundação Educacional de Bauru, atual Unesp. Outras
duas figurinhas que fazem parte desse mesmo pacote e que também se evaporaram
com o passar das décadas são o Dino Magnoni e a Maria Salete dos Reis Kuwaoka,
o ‘Saletão”, todos jornalistas. Os três
sumiram. Dino deve estar lecionando na Unesp, em Bauru; Saletão se evaporou a
‘milhares’ de anos, por isso mesmo não sei se está por aqui ou se mudou para
outro planeta. Quanto ao Márcio ABC virou escritor. E diga-se, um ótimo
escritor com cinco livros lançados – Parabala, Desrumo, Pater, Na Pele dos
Meninos e o mais recente, Estado Bruto.
Não vejo o Márcio há muitos anos, mas como já disse,
a amizade continua, por isso, fiquei muito feliz quando soube que ele havia
acabado de lançar "Estado Bruto", o qual ainda não li, mas se seguir os mesmos
passos de seus livros anteriores, certamente fará muito sucesso.
Segundo a sinopse da editora Epigrama, em "Estado
Bruto", a mulher de um capitão do exército é brutalmente assassinada no dia em
que o homem chega à Lua. Ao confessar o crime, o marido, afundado em planos de
guerrilha contra a ditadura, desencadeia uma comovente história construída sob
suspense, erotismo e todos os signos sociais de uma época de grandes
transformações mundiais.
Além do próprio capitão, o episódio muda para sempre
a história de um grupo comum de pessoas: a mulher frustrada e ao mesmo tempo
ousada que busca respostas para seus dilemas num consultório psiquiátrico; o
psiquiatra, então um profissional jovem, que mantém um sentimento platônico por
sua paciente; o ginasial precoce que lê instigado pelo pai professor de
literatura; e seu irmão recruta do exército cuja vida é alterada por um simples
acaso.
Narrado por Castelo, agora um velho professor, o
romance divide-se em camadas de tempo que se sobrepõem umas às outras e adentram
sem pudores o oceano obscuro e imprevisível da mente humana, testando
constantemente os limites da transgressão e da obscenidade. Voluptuoso, “Estado
bruto” abre corações e feridas. E os faz sangrar.
Gostei da sinopse; parece bem atrativa e sem dúvida irei adquirir o livro. "Estado Bruto" foi
lançado recentemente com uma noite de autógrafos em Bauru. Esquema semelhante
será realizado em São Paulo.
Boa sorte grande ABC. Muito sucesso com o seu novo
livro.
Você merece.
21 junho 2018
“A Máquina do Tempo” de H.G. Wells chega às bancas em edição luxuosa preparada pela Suma de Letras
Li “A Máquina do Tempo” de H.G. Wells há muitas
décadas. Ainda era um pré-adolescente quando aquela edição de 1972 da Ediouro
caiu em minhas mãos. Lembro-me de um professor de literatura que sempre dizia:
“conhecemos uma boa história, quando os anos passam e ela fica em nossa
memória”.
Pois é, acredito que “A Máquina do Tempo” se
enquadra nessa categoria porque apesar dos anos passados, muitos trechos do
enredo de Wells ainda estão guardados na minha cabeça. Tão bem guardados que
após ter visto, recentemente, a adaptação cinematográfica de 2002 acabei
exclamando no final da exibição: “Pera aí! Este filme não foi baseado no
livro!!”.
Gostei tanto do livro que li nos meus 15 ou 16 anos
que acabei comemorando - e muito – a
idéia da Suma de Letras em relançá-lo com uma nova roupagem. E quando digo nova
roupagem estou me referindo a capa dura, páginas com textura de qualidade,
ilustrações, nova tradução e outras
‘cositas mas’.
O livro de Wells escrito em 1895 – que desembarca
nas livrarias no dia 23 de junho - pode ser considerado o primeiro e o mais
famoso sobre viagem no tempo. A trama gira em torno de um cientista, conhecido
apenas com ‘viajante do tempo’, que vivia no final da época vitoriana e que
após criar uma máquina do tempo decide viajar até o ano de 802.700, onde
encontra um mundo completamente distópico.
Ele acaba indo parar numa época onde as criaturas parecem viver de
maneira harmoniosa, bem diferente da sua época, ou seja, a Londres do século
XIX. O cientista começa, então, a estudar as tais criaturas com o objetivo de
desvendar-lhes os segredos e regressar logo em seguida para o seu tempo, mas...
a sua máquina acaba sendo roubada, ‘entonce’ ... tudo se complica para o
viajante do tempo.
Resumidamente, é este o enredo da obra que encantou
gerações de leitores.
Wells aproveita esse mundo distópico para atiçar a
nossa curiosidade: “ como seria o mundo num futuro distante?”.
A edição especial da Suma de Letras terá ilustrações
inéditas, nova tradução, extras e prefácios e notas de Braulio Tavares.
Agora é só aguardar 28 de junho e fazer a festa!
Detalhes Técnicos
Título original: THE TIME MACHINE
Tradução: Braulio Tavares
Capa: Claudia Espínola de Carvalho
Páginas: 168
Formato: 16.10 X 23.60 cm
Peso: 0.417 kg
Acabamento: Capa dura
Lançamento: 18/06/2018
ISBN: 9788556510686
Selo: Suma de Letras
Tradução: Braulio Tavares
Capa: Claudia Espínola de Carvalho
Páginas: 168
Formato: 16.10 X 23.60 cm
Peso: 0.417 kg
Acabamento: Capa dura
Lançamento: 18/06/2018
ISBN: 9788556510686
Selo: Suma de Letras
17 junho 2018
Harper Collins relança livro que conta a história da amizade entre J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis
Quando li “As Crônicas de Nárnia” e “O Senhor dos
Anéis” jamais imaginei que C.S. Lewis e J.R.R. Tolkien tivessem sido grandes
amigos. Também jamais imaginei que com o passar do tempo, eles tivessem
desenvolvido uma relação do tipo “amor e
ódio”. Fiquei sabendo dessas nuances quando descobri um livro chamado “J.R.R.
Tolkien & C.S. Lewis – O Dom da Amizade” de Colin Duriez que será relançado
pela Harper Collins numa edição luxuosa. Digo relançado porque a sua primeira e
única publicação no Brasil aconteceu em 2006 pela editora Nova Fronteira.
Não li a obra há 12 anos, mas pretendo ler agora
porque admiro demais o trabalho dessas duas lendas da literatura mundial. E cá,
entre nós, qual fã de Lewis ou Tolkien não gostaria de saber algumas
curiosidades secretas de suas vidas?
O livro do escritor britânico Duriez mostra detalhes
interessantes da vida desses dois gênios literários, desde a infância até os
seus últimos dias; portanto, uma obra completa. O leitor terá a oportunidade de
acompanhar não somente a vida particular de ambos, mas também a construção de
suas carreiras profissionais e ver como um incentivava o outro em suas
criações.
O autor ainda revela que nem tudo era uma maravilha no
relacionamento de Lewis e Tolkien. Algo que quase teria azedado a amizade entre
os dois foi uma critica severa feita por Tolkien aos manuscritos de Nárnia, afirmando
que os considerava um instrumento proselitista, ou seja, algo para tentar
converter a fé das pessoas. Lewis não teria gostado da objeção e o
relacionamento entre os dois amigos começou a mudar... para pior.
Outra peculiaridade revelada na obra é que sem o
encorajamento de Lewis, Tolkien jamais teria escrito “O Senhor dos Anéis, por
outro lado, toda a ficção de Lewis é profundamente marcada pelas idéias de
Tolkien.
Pelo o que eu pude constatar nas zapeadas pelas
livrarias virtuais, o relançamento de “J.R.R. Tolkien & C.S. Lewis – O Dom
da Amizade” está previsto para o próximo dia 19 de junho.
Com certeza, uma excelente notícia para os fãs de
Tolkien e Lewis.
14 junho 2018
E O Vento Levou
Li “E O Vento Levou” de Margareth Mitchell há quase
10 anos, mas achei a história tão impactante que mesmo após muito tempo, ela
ainda continua guardada em minha memória.
Na época, eu nem sonhava em ter uma estante cheia de
livros, por isso matava a minha fome de leitor na biblioteca municipal de minha
cidade. Enquanto os meus colegas de trabalho faziam os seus ‘happy hours’ nos
bares ou lanchonetes nos finais de tarde; lá estava eu, selecionando alguns
livros na biblioteca. Ainda me lembro que uma das obras escolhidas foi “E O
Vento Levou”. Cara, assustei-me com o número de páginas: quase mil! A
bibliotecária que já havia se tornado uma colega, disse para que eu não se
preocupasse e ficasse com a obra até ter concluído a leitura.
Consegui terminar o livro antes do esperado, aliás,
bem antes. Através de uma linguagem fluida e fácil, a autora introduz os leitores
num dos períodos mais importantes da história americana: a Guerra Civil também
conhecida como Guerra de Secessão.
O conflito que durou de 1861 a 1865 e envolveu os
estados do Sul (Confederados), de um lado, e os estados do Norte (União), do
outro; provocou a morte de aproximadamente 600 mil pessoas. Os estados do Sul
tinham uma economia baseada no latifúndio escravista e na produção,
principalmente de algodão, voltada para a exportação. Enquanto isso, os estados
do Norte defendiam a abolição da escravidão e possuíam suas economias baseadas
na indústria. Esta diferença de interesses deflagrou o conflito.
Os estados do norte, mais ricos e preparados
militarmente, venceram e impuseram seus interesses sobre o país. Com a vitória
nortista, a escravidão foi abolida e deu-se início ao processo de expansão de
industrialização, gerando mais riqueza na região. Por outro lado, o sul que
tinha a sua economia baseada no latifúndio escravista e na produção,
principalmente de algodão, voltada para a exportação passou a enfrentar uma
enorme crise, perdendo influencia política e principalmente as suas terras.
Mitchell conta em seu livro o drama dos perdedores,
ou seja, dos sulistas, algo que não temos a oportunidade de ver nos livros de
história que dão ao tema uma abrangência mais genérica. O leitor fica sabendo
como ficou a situação dos latifundiários e aristocratas que após terem perdido
a guerra viram as suas economias ruírem. Eles eram um povo rico e próspero que
dependiam da terra para o seu sustento e confiantes em seu poder acabaram desencadeando
uma guerra por orgulho, a qual perderam, provocando a falência quase total
dessas famílias.
É dentro desse clima que passamos a conhecer a
família O’Hara e consequentemente a principal personagem da história: Scarlett
O’Hara, a corajosa e determinada dama sulista que perde tudo no conflito e é
obrigada a lutar muito para resistir à pobreza e à fome que se seguiu ao
conflito.
Na minha opinião, Scarlet é uma das anti-heroínas
mais admiráveis da literatura mundial. Ela é ao mesmo tempo detestável e encantadora,
amada e odiada. Se no início queremos que ela sofra; com o desenrolar dos fatos
narrados pela autora, passamos a torcer desesperadamente por ela.
Mitchell narra de maneira espontânea a transformação
de Scarlet de jovem mimada, egoísta e mesquinha em uma mulher prática e
disposta a lutar pela sobrevivência.
Um dos grandes responsáveis por essa transformação
em, Scarlett, além do próprio conflito entre os Confederados e a União, foi o
personagem Rhett Butler, o único homem com coragem para enfrentá-la. Aliás,
considero Scarlet e Rhett como um dos casais mais icônicos tanto da literatura
quanto dos cinemas. Mas “E O vento levou” não se resumo a saga amorosa de um
casal; a obra tem muitos outros personagens marcantes: Ashley, Melaine, Prissy
e tantos mais.
O livro escrito por Mitchell ganhou o prêmio
Pulitzer de 1937 e foi adaptado com sucesso para o cinema em 1939, sendo
indicado para 13 Oscars, dos quais ganhou oito, inclusive o de melhor filme e
de melhor atriz para a inesquecível performance de Vivien Leigh.
Gostei muito da obra e recomendo a sua leitura.
10 junho 2018
Frankenstein (O Prometeu Moderno)
Quando a DarkSide relançou “Frankenstein” da
escritora britânica Mary Shelley, apesar da edição luxuosa produzida pela
editora, optei por não comprá-la. Tinha muitos outros livros não lidos em minha
lista e como já conhecia a história do “Prometeu Moderno” acabei dispensando a
sua compra. Não estava tão empolgado em gastar dinheiro apenas com o layout do
livro, preferia investir em obras inéditas, pelo menos para mim.
Quando estava preparando um post sobre o famoso
enredo de Shelley que tenho no formato de um simples livro de bolso, eis que um
amigo que havia comprado o relançamento da Darkside me perguntou se eu não
queria ler a obra. E foi desta maneira que o “Frankenstein” luxuoso da Darkside
acabou indo parar em minhas mãos.
Como o meu contato com a história de Shelley tinha
acontecido há algum tempo – como já disse através de um simples livro de bolso
- optei por relê-la e garanto que não me arrependi. A Darkside caprichou não só
no visual como também no conteúdo do seu relançamento.
A tradução foi adaptada
para a nossa época com discretas modificações, mas ao mesmo tempo essenciais.
Sai aquela linguagem rebuscada de edições antigas e entra em cena uma linguagem
atualizada e consequentemente muito mais fluida.
A DarkSide não poupou
esforços para contratar Márcia Xavier de Brito, uma das principais tradutoras
de bestsellers no Brasil. Além da história principal, a editora brinda os fãs
da escritora britânica com um verdadeiro e inesperado ‘presentaço’: outros
cinco contos desconhecidos de Shelley – ‘Mortal imortal: um conto’,
‘Transformação’, ‘Roger Dodsworth: O inglês reanimado’, ‘O sonho’ e ‘Valério: O
romano reanimado’. Cara, e que contos!! Todos os cinco são fantásticos.
Agora com relação ao
visual, não é preciso gastar muitas palavras para descrevê-lo, pois com
certeza, você já conhece a tradição da editora carioca no quesito layout. A
capa dura conta com ilustrações feitas por Pedro Franz, artista visual e autor
de quadrinhos reconhecido internacionalmente. Outra novidade é que o livro é
impresso em duas cores: preto e sangue. Um luxo só.
Shelley escreveu
Frankenstein no ápice de sua juventude, aos 19 anos, em 1818. A obra pode ser
considerada um dos três pilares da literatura de Terror juntamente com
“Drácula” (Bram Stoker) e “O Médico e o Monstro” (Robert Louis Stevenson).
O romance é narrado através de cartas escritas pelo
capitão Robert Walton para sua irmã enquanto ele está ao comando de uma
expedição náutica que busca achar uma passagem para o Pólo Norte. O navio sob o
comando do capitão Walton fica preso quando o mar se congela, e a tripulação
avista a criatura de Victor Frankenstein viajando em um trenó puxado por cães.
A seguir o mar se agita, liberando o navio, e em uma balsa de gelo avistam o
moribundo doutor Victor Frankenstein. Ao ser recolhido, Frankenstein passa a
narrar sua história ao capitão Walton, que a reproduz nas cartas a irmã.
Frankenstein conta que criou um método para dar vida
a uma criatura feita de partes de vários cadáveres, mas ao ver o aspecto
horripilante de sua invenção, não suporta a responsabilidade de seu feito e
foge, abandonando a sua criatura. Sozinho, o monstro tenta se aproximar das
pessoas em vão, sendo sempre repelido. Certo dia ao se encontrar com a sua
criação, ele descobre uma criatura eloqüente e inteligente, o que não deixa de
ser uma surpresa para o cientista.
A odisséia entre criador e criação acaba tendo o seu
ápice no Polo Norte, onde ambos resolvem as suas diferenças de uma maneira bem
peculiar e muito distinta dos filmes.
Como vocês puderam perceber, o enredo da história é
muito diferente das produções cinematográficas antológicas da década de 30, em
preto e branco, com Boris Karloff no papel da criatura. Aliás, o filme que
realmente procurou adaptar ao pé da letra o livro de Shelley foi “Frankenstein
de Mary Shelley” (1994) do diretor Kenneth Branagh.
Enfim galera, um grande livro com uma grande
tradução e um grande layout.
Inté!
07 junho 2018
Uma Prece para Danny Fisher
Tudo bem que os enredos de Harold Robbins são
pesados e que rolam muito sexo, traição, inveja, sacanagem, enfim, um
verdadeiro ‘pega prá capar’. Os leitores ou leitoras acostumados com romances
mais tradicionais com certeza irão estranhar o estilo do autor que não nega
fogo em suas colocações.
Costumo dizer que Robbins não perdoa, ele atira e
muitas vezes o tiro é pesado. Daí, vocês poderão perguntar: “Pô, o cara só
escreve porcarias”?! Não galera, pelo contrário: o cara é muito bom e escreve
muito bem. O diferencial é que os seus enredos, como já disse, são pesados e
não irão agradar algumas pessoas adeptas de um estilo mais light. Foi assim com
“O Machão", “79 Park Avenue”, “O Garanhão”, “Os Pervertidos” e outros. Por isso,
quando li “Uma Prece para Danny Fisher”, lançado originalmente em 1951, levei um baque. Cara, a obra foge muito
dos elementos tão comumente usados por Robbins em suas histórias, ou seja,
sexo, perversão e traição. A obra é profunda, triste e emocionante, sem as
doses cavalares de ‘corpos-suor e sexo’.
Robbins narra a saga de Danny Fisher, um garoto que tinha
tudo o que desejava: um emprego, um animal de estimação e disponibilidade para flertar
com mulheres mais velhas, sem contar o seu talento fantástico para o boxe. Mas
sabe quando, de repente, tudo começa a dar errado na vida da pessoa? Algo
parecido com o exemplo de Jó narrado na Bíblia. Entonce, é isso que começa a
acontecer na vida de Danny. Sua família perde tudo e acaba sendo obrigada a
dispor de uma casa confortável, localizada num bairro nobre, para se mudar num
apartamento humilde em Manhattan. E assim, o personagem principal é obrigado a
deixar a sua infância prazerosa para trás, enfrentando a pobreza, o perigo e a violência
diária. Ele passa a lutar dentro e fora dos ringues para sobreviver.
Ao invés de lutas milionárias em recintos luxuosos e
com platéias de astros e pessoas famosas; Danny é forçado lutar em locais
obscuros comandados pelo submundo decadente da cidade. Os empresários, ídolos e
públicos de Danny são os mafiosos, prostitutas e miseráveis. É nesse mundo que
o jovem e obscuro lutador começa a viver e traçar os seus relacionamentos, tentando
buscar a sua redenção.
Uma Prece para Danny Fisher é uma história triste de
ambição, esperança e violência. Com certeza, o mais profundo escrito por
Robbins.
Fantástico! Vale a pena ser lido.
04 junho 2018
Suma de Letras define os dois novos lançamentos da Biblioteca Stephen King. Vem aí “A Metade Negra” e “Trocas Macabras”
E aí galera, preparados para o que vou revelar? Já
adianto que a notícia é bombástica e a emoção poderá bambear as suas pernas.
A informação diz respeito ao mestre do terror
Stephen King. Então sem perda de tempo vamos à ela: A Suma de Letras acabou de
confirmar os dois próximos lançamentos da “Biblioteca Stephen King”.
Seguraaaaaa!!! Porque vem aí “A Metade Negra” e “Trocas Macabras”!!!
Cara, veja só a magnitude dessa informação. “Trocas
Macabras” está praticamente extinto; consegui localizar apenas cinco – dois na
Estante Virtual e três no Mercado Livre. Os dois da Estante custam R$ 437,00 e
R$ 444,00, enquanto os do Mercado Livre estão avaliados em R$ 250,00, R$ 500,00
e R$ 595,00. Com relação “A Metade Negra”, apesar de mais baratos, os preços
dos únicos nove exemplares assustam: R$ 80,00 o mais barato e R$ 200,00 o mais
caro. Deu pra entender a importância dos relançamentos dessas duas obras pela
Suma?
Edição de 1991 lançada pela editora Francisco Alves |
Confesso que muitas vezes fiquei tentado a adquirir “A
Metade Negra”, mas sempre na hora H, o seu preço exorbitante falava mais alto e
eu acabava desistindo da compra. Quanto a “Trocas Macabras”, já havia se
transformado num sonho impossível, quer dizer... até a editora ter soltado essa
verdadeira bomba em suas redes sociais.
Fiquei sabendo da novidade através do Twitter da
Suma que sapecou a seguinte mensagem: “Pra
você que dormiu no ponto e perdeu essa notícia bombástica, a gente repete:
vamos lançar A METADE SOMBRIA e TROCAS MACABRAS na Biblioteca Stephen King! Dois
livros do mestre que estavam esgotados há anos no Brasil finalmente vão voltar
às livrarias em edição especial”. Na sequência veio outra sapecada da Suma:
" Os dois livros serão lançados como
parte da coleção Biblioteca Stephen King, ou seja, além de capa dura vai ter
projeto gráfico especial e conteúdo extra”.
Cara, quando li essas duas mensagens, palavra que quase
tive um treco.
Os fãs do mestre do terror que estavam ansiosos para
ler esses dois livros fora de catálogo ganharão agora a oportunidade de tê-los
em mãos com um novo layout, material extra, capa dura e tradução atualizada, ou
seja, um material a altura do mais exigente colecionador.
“Trocas Macabras” foi escrito originalmente em 1991e
conta a história de um
misterioso personagem chamado Leland Gaunt que decide
abrir uma pequena loja na cidade de Castle Rock onde, em troca do objeto de
desejo dos moradores, eles devem prestar um pequeno favor ao vendedor. Em pouco
tempo fica evidente que nessas trocas macabras os preços pagos pelos moradores
de Castle Rock serão altos demais.
Edição de 1989 da Francisco Alves |
“A Metade Negra” que será relançada com o título de “A
Metade Sombria” foi escrito em 1989. King conta a saga do escritor Thad
Beaumont, autor de uma série de sucesso assinada sob o pseudônimo de George
Stark. Decidido a abandonar a conhecida série
de livros, Thad enterra seu pseudônimo, com direito a um velório e um túmulo no
cemitério local. Mas quando pesadelos terríveis passam a atormentá-lo, além da ocorrência
de assassinatos brutais que parecem querer vingar a morte do fictício George Stark, Thad precisa descobrir por que é
tão difícil manter enterrada a parte mais sombria de si mesmo.
As datas de relançamento dos dois livros ainda não
foram definidas, mas a Suma garantiu em sua rede social que o primeiro deles
chega às livrarias no início de 2019.
Não tem problemas, com certeza a espera valerá muito
a pena.
E aí, gostaram?
Inté!
03 junho 2018
A história de cinco livros raríssimos que quase deixei de tê-los em minha estante
Hoje quando olho para a minha estante de livros
sinto um alivio gostoso. Daqueles que começam devarzinho e depois acabam
inundando todo o seu corpo. O motivo dessa sensação? Os livros, hoje raros, que
por muito pouco quase deixei de tê-los.
Só em pensar que por um triz quase escapou de minhas
mãos: “Primeiro Sangue” de David Morrell ou então “Os Eleitos” de Tom Wolfe já
me dá aquele frio na barriga.
Vejo os meus livros como um prolongamento da minha
vida, ou seja, cada um deles com uma história própria de como foram parar em
minha estante. Hoje, vocês vão conhecer um pouco sobra a ‘vida’ de seis livros
muito especiais que por pouco quase os perdi.
01
– Primeiro Sangue (David Morrell)
Havia muitos deles. Muuitos! No começo de 2011
enquanto fuçava alguns sebos, dei de cara com o livro de David Morrell. Cara,
lembro que na época havia vários exemplares no portal da Estante Virtual. Um
‘montão’ dos livros de Morrell. Cada sebo que eu visitava, lá estava o livro;
sobrando. Pensei comigo: “qualquer dia desses eu compro, pelo jeito, eles nunca
vão acabar”. Resultado: quase dancei.
Aproximadamente, seis meses depois, quando resolvi fazer
a compra, pasmem: só havia cinco ou seis exemplares com preços que já começavam
a ficar salgados. Não pensei duas vezes e agarrei o meu. Ufa!! Acabei escapando
por pouco.
“Primeiro Sangue” me ensinou uma lição: o que você
puder fazer hoje não deixe para amanhã, porque amanhã poderá ser tarde, muito
tarde. Desde aquele dia, quando vejo que um livro me interessa, mesmo tendo
‘milhares’ de exemplares a disposição, simplesmente eu compro e ponto final. Se
eu não tenho dinheiro naquele momento? Sei lá; empresto, entro no limite do
cartão, arrombo o cofrinho de moedas, peço um vale para o patrão. Nessas horas,
depois do susto com “Primeiro Sangue”, faço qualquer coisa.
Quanto ao enredo desenvolvido por Morrell é muito
bom e completamente diferente do filme de Sylvester Stallone (ver aqui). O
Rambo do livro é muito mais violento e inconsequente.
02
– Desejo de Matar (Brian Garfield)
Sabe aqueles livros que você compra pela capa?
“Desejo de Matar” de Brian Garfield, se encaixa nessa categoria... pelo menos
para mim. Comprei a obra há muitos anos,
bem antes do surgimento do portal Estante Virtual. Os sebos online ainda
estavam engatinhando e foi numa dessas lojas filiadas ao portal que eu comprei
o livro.
Quando fui ao médico numa cidade vizinha, aproveitei
para dar uma passadinha num sebo e dei de cara o livro numa estante. Fiquei
fissurado na capa que trazia estampado o ator Charles Bronson numa cena do
filme. Não me lembro o motivo de não ter comprado o livro, só sei que não
comprei. Passado algum tempo lembrei-me da visita que havia feito ao sebo e
pimba! Lá vem a tal imagem do Charles Bronson em minha cabeça novamente. Pensei: “Putz, preciso comprar esse livro”.
Como já conhecia um sebo online do Rio Grande do Sul, entrei em sua página e
encontrei “Desejo de Matar”. Dessa vez, não titubeei e comprei. Nem cartão de
crédito eu utilizei. Naquela época, você só pagava após retirar a sua encomenda
nos Correios. Era o tal do frete a pagar; opção que deixou de existir com o
advento dos boletos bancários.
A prova de que eu estava mais interessado na capa do
que no miolo é que apesar de ter adquirido a obra há quase duas décadas, só fui
lê-la há menos de dois anos.
No início de 2018, o livro de Garfield estava extinto nos sebos
virtuais. Por mais que você vasculhasse, era impossível encontrá-lo. Então,
pouco antes de escrever esse post o que é que eu vejo? O livro com a mesma capa
que havia me conquistado, há muitos anos, ali na Estante Virtual,‘bunitinhu’,
por R$ 40,00. Um único exemplar!
03
– Eu, Tina – A História de Minha Vida (Tina Turner e Kurt Loder)
Comprei “Eu, Tina - A História de Mina Vida" já faz
tempinho, na época das ‘vacas gordas’, quando os sebos estavam transbordando de
‘Tinas’, mas agora os tempos são outros, porque quem tem o livro, como eu, não
está querendo dispô-lo.
O show que a cantora realizou no Rio de Janeiro, no
estádio do Maracanã, em 1988, me levou a
comprar a obra escrita por Kurt Loder e a própria Tina Turner. ‘Rapaisss’!!
Jamais vou esquecer aquela entrada triunfal da “Leoa do Rock” num carro
alegórico preparado por Joãozinho Trinta especialmente para ela. Lembro que o
Neguinho da Beija Flor soltou a garganta e gritou: “Olha a Tina Turner aí
gente!!”. Ela abriu o espetáculo em ritmo de samba. Mêo, pode pará!
Há dez anos, após ter assistido ao vídeo do show da
cantora na casa de um amigo, ele me disse que havia um livro sobre a vida da
cantora. Quando cheguei em casa, já providenciei a comprinha esperada.
Na época, paguei baratinho devido a disponibilidade
de exemplares, mas hoje... esquece; a obra virou jóia rara. Localizei apenas
quatro livros na Estante Virtual com preços que variam de R$ 80,00 a R$ 150,00.
04
– Hell House - A Casa Infernal (Richard Matheson)
Quando comprei o livro, há nove anos, ele ainda
estava à venda nas livrarias físicas e virtuais. Acessei o site de uma delas e
adquiri a história de Matheson sem nenhuma dificuldade.
Bons tempos aqueles...
05
– Os Eleitos (Tom Wolfe)
Um golpe de sorte. Não há outra explicação plausível
de como essa obra raríssima foi parar em minha estante. Há muito tempo estava
querendo adquirir “Os Eleitos”, por isso, todas as noites, antes de escrever e publicar os meus posts, visitava uma batelada
de livrarias virtuais - incluindo aquelas cadastradas no portal da Estante
Virtual - na esperança de encontrar o enredo fantástico escrito por Tom Wolfe.
E nada. O livro simplesmente não existia. Cara, eu não conseguia encontrá-lo em
lugar nenhum.
O meu desânimo crescia a cada procura frustrada.
“Caraca, quando eu conseguir encontrar um exemplar desse livro, vou ser
obrigado a pagar uma fortuna” – imaginava. Então, na noite seguinte, naquela
que seria a minha última ‘corrida’ atrás de um sonho que já julgava
impossível... Lá está ele: belo e formoso em um dos sebos da Estante virtual.
Em todo o portal, um único volume e vendido por apenas 35,00!!
- PQP! Tenho que agarrar esse touro pelo chifre! –
exclamei. E foi o que eu fiz. Acho que foi a compra virtual mais rápida que eu
fiz. Não consultei absolutamente nada, para mim o mais importante era ter “Os
Eleitos” em minhas mãos; e consegui.
Este golpe de sorte aconteceu em janeiro de 2017. Depois
disso, sempre entro na internet para saber se há algum outro exemplar à venda.
Acredite: o livro sumiu, novamente. Acho que estou com uma jóia rara em mãos.
Inté galera!
Assinar:
Postagens (Atom)