O horror de Dunwich

10 outubro 2018
Capa do livro da editora Hedra

O livro “O Horror de Dunwich” é espetacularmente fodástico. Uma das melhores histórias de H.P. Lovecraft que já li. À exemplo de “A cor que caiu do céu”, o autor vai nos conduzindo, aos poucos, para os meandros do mais puro terror. É incrível como os personagens esquisitões que saíram da cabeça de Lovecraft ao longo de sua carreira literária tem o dom de perturbar os leitores. Cara, eles incomodam demais, ao ponto de exclamarmos: “Eu heimmm! Não quero encontrar com um sujeito desses nem que a vaca tussa e crie asas!!”. E olha que estou me referindo a seres humanos – ou algo parecido – e não à monstros. Porque quando o assunto descamba para o lado daquelas criaturas cheias de tentáculos e olhos espalhados por cada milímetro dos seus corpos disformes e escamosos; o medo que sentimos deixa de incomodar e passa a aterrorizar. Aliás, a mitologia criada por Lovecraft é muito perturbadora.
O personagem Wilbur Whateley e a criatura conhecida apenas por ‘blasfêmia invisível’ tem a capacidade de inquietar e aterrorizar o leitor. Eles não negam fogo.
Três partes do livro conseguiram mexer e muito comigo. A primeira delas foi o momento em que Wilbur deixou cair a máscara e mostrou quem realmente era. Isto acontece no momento em que ele invade uma biblioteca, durante a madrugada, à procura do Necronomicon, um livro maldito com fórmulas mágicas para invocar o sobrenatural, além de poder dominar completamente a relação espaço-tempo. Quando o bibliotecário Dr. Henry Armitage e mais dois catedráticos, entram na biblioteca da universidade e se deparam com o ‘verdadeiro’ Wilbur, sem disfarces... Brrrrrrr!!! Esta parte do enredo, além de assustadora também chega a ser nojenta. Putz, fiquei com aquela cena na cabeça durante ‘uns’ dois ou três dias e confesso que tinha de fazer um pouco de sacrifício na hora do almoço ou jantar, mesmo tendo a minha frente pratos saborosos. Acho que deu prá entender, né?
A segunda parte que me apoquentou foi a hora em que Armitage consegue localizar e decifrar o diário de Wilbur, todo escrito em códigos, e quase perde a razão ao descobrir quais são as suas verdadeiras intenções.
E finalmente, a ultima parte que corresponde ao desfecho da história que é de derrubar o queixo. No meu caso, apesar de desconfiar que a conclusão do enredo já estava se encaminhando para algo perto do óbvio, mesmo assim, fiquei surpreso. Pois é galera, para Lovecraft até o óbvio é surpreendente.
Não posso me esquecer também do capítulo em que o professor Armitage e seus dois amigos decidem ir até Dunwich enfrentar a ‘blasfêmia invisível’ que vem espalhando um rastro de sangue e destruição na cidade. O confronto final, certamente, merece ser lembrado.
A história de “O Horror de Dunwich” começa em 1913, no momento em que Lavínia Whateley uma mulher albina de 35 anos e com algumas deformidades  no corpo dá à luz um menino de pele escura e com feições de bode, filho de um pai desconhecido. Wilbur causa espanto devido à rapidez sobrenatural com que cresce e se desenvolve, e os estudos precoces levam-no à descoberta do Necronomicon. Mais tarde, ao descobrir que dispõe apenas de uma tradução inglesa incompleta do livro maldito, Wilbur sai em busca de uma rara impressão latina para dar continuidade ao misterioso ritual em que pretende libertar – através da criação de uma abominável criatura – uma entidade maligna que desencadeará uma fúria destruidora sobre a Terra.
Como já disse, um dos melhores livros de Lovecraft que já li.
Apesar de ter adquirido “Os Melhores Contos de Lovecraft” que tem em seu contexto essa história, optei por ler o livro, também da editora Hedra, lançado em 2012.
Foram 106 páginas da mais pura emoção, quero dizer... do mais puro terror.


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