Capa do livro da editora Hedra |
O
livro “O Horror de Dunwich” é espetacularmente fodástico. Uma das melhores
histórias de H.P. Lovecraft que já li. À exemplo de “A cor que caiu do céu”, o
autor vai nos conduzindo, aos poucos, para os meandros do mais puro terror. É
incrível como os personagens esquisitões que saíram da cabeça de Lovecraft ao
longo de sua carreira literária tem o dom de perturbar os leitores. Cara, eles
incomodam demais, ao ponto de exclamarmos: “Eu heimmm! Não quero encontrar com
um sujeito desses nem que a vaca tussa e crie asas!!”. E olha que estou me
referindo a seres humanos – ou algo parecido – e não à monstros. Porque quando
o assunto descamba para o lado daquelas criaturas cheias de tentáculos e olhos
espalhados por cada milímetro dos seus corpos disformes e escamosos; o medo que
sentimos deixa de incomodar e passa a aterrorizar. Aliás, a mitologia criada
por Lovecraft é muito perturbadora.
O
personagem Wilbur Whateley e a criatura conhecida apenas por ‘blasfêmia
invisível’ tem a capacidade de inquietar e aterrorizar o leitor. Eles não negam
fogo.
Três
partes do livro conseguiram mexer e muito comigo. A primeira delas foi o
momento em que Wilbur deixou cair a máscara e mostrou quem realmente era. Isto
acontece no momento em que ele invade uma biblioteca, durante a madrugada, à
procura do Necronomicon, um livro maldito com fórmulas mágicas para invocar o
sobrenatural, além de poder dominar completamente a relação espaço-tempo.
Quando o bibliotecário Dr. Henry Armitage e mais dois catedráticos, entram na
biblioteca da universidade e se deparam com o ‘verdadeiro’ Wilbur, sem
disfarces... Brrrrrrr!!! Esta parte do enredo, além de assustadora também chega
a ser nojenta. Putz, fiquei com aquela cena na cabeça durante ‘uns’ dois ou
três dias e confesso que tinha de fazer um pouco de sacrifício na hora do
almoço ou jantar, mesmo tendo a minha frente pratos saborosos. Acho que deu prá
entender, né?
A
segunda parte que me apoquentou foi a hora em que Armitage consegue localizar e
decifrar o diário de Wilbur, todo escrito em códigos, e quase perde a razão ao
descobrir quais são as suas verdadeiras intenções.
E
finalmente, a ultima parte que corresponde ao desfecho da história que é de
derrubar o queixo. No meu caso, apesar de desconfiar que a conclusão do enredo
já estava se encaminhando para algo perto do óbvio, mesmo assim, fiquei
surpreso. Pois é galera, para Lovecraft até o óbvio é surpreendente.
Não
posso me esquecer também do capítulo em que o professor Armitage e seus dois
amigos decidem ir até Dunwich enfrentar a ‘blasfêmia invisível’ que vem
espalhando um rastro de sangue e destruição na cidade. O confronto final,
certamente, merece ser lembrado.
A
história de “O Horror de Dunwich” começa em 1913, no momento em que Lavínia
Whateley uma mulher albina de 35 anos e com algumas deformidades no corpo dá à luz um menino de pele escura e
com feições de bode, filho de um pai desconhecido. Wilbur causa espanto devido
à rapidez sobrenatural com que cresce e se desenvolve, e os estudos precoces
levam-no à descoberta do Necronomicon. Mais tarde, ao descobrir que dispõe
apenas de uma tradução inglesa incompleta do livro maldito, Wilbur sai em busca
de uma rara impressão latina para dar continuidade ao misterioso ritual em que
pretende libertar – através da criação de uma abominável criatura – uma
entidade maligna que desencadeará uma fúria destruidora sobre a Terra.
Como
já disse, um dos melhores livros de Lovecraft que já li.
Apesar
de ter adquirido “Os Melhores Contos de Lovecraft” que tem em seu contexto essa
história, optei por ler o livro, também da editora Hedra, lançado em 2012.
Foram
106 páginas da mais pura emoção, quero dizer... do mais puro terror.
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