29 setembro 2022
Oito filmes antológicos baseados em romances e contos também antológicos de Stephen King
Em 2012, ainda nos primórdios desse blog, escrevi um
post sobre os fiascos dos filmes baseados em livros de Sidney Sheldon e Stephen
King. Na postagem “Stephen King e Sidney Sheldon: “competentes nas páginas e azarados no cinema”, selecionei alguns livros de King e Sheldon, considerados
sucessos de público e crítica, mas que deram origem a bagaceiras homéricas no
cinema e na TV.
No post de hoje quero fazer um mea-culpa com relação a
King. Tudo bem, concordo que vários de seus livros e contos viraram verdadeiras
bagaceiras nas telonas, mas por outro lado, o mestre do terror também teve várias
histórias transformadas em grandes sucessos nos cinemas. Quanto a Sheldon, a minha
opinião anterior continua a mesma, já que todas as adaptações de seus livros
foram ‘brabas’, algumas delas, verdadeiros desastres. Enfim, não escapou
nenhuma.
King, por sua vez, teve mais sorte. Prova disso é que
selecionei oito filmes baseados em obras literárias do autor que se tornaram
grandes sucessos de público e crítica. Vamos a eles.
01
– Bala de Prata (1985)
-
Baseado no livro: “A Hora do Lobisomem” lançado em 1983
Muitos críticos consideram “Bala de Prata” juntamente
com “Um lobisomem americano em Londres” (1981) os melhores filmes sobre
lobisomem produzidos nos anos 80.
Apesar da produção baseada no livro A Hora do Lobisomem ter feito mais
sucesso na TV e em vídeo, os críticos definem “Bala de Prata” como um filmaço.
Dirigido por Daniel Attias e roteirizada, a propósito,
pelo próprio King, a obra audiovisual narra a história de uma pacata
cidadezinha do interior dos EUA que tem sido atormentada por um lobisomem. Ninguém
no local acredita nessa possibilidade até que a situação sai de controle, com
muita gente morrendo e famílias entrando em pânico. Nesse contexto aterrorizante, sobra, então,
para o personagem Marty Coslaw, um garoto paralítico, interpretado por Corey
Haim - um jovem ator muito conhecido naquela época – juntamente com sua irmã Jane
(Megan Follows) e seu tio Red (Gary Busey) darem um jeito de parar a ameaça.
Apesar do orçamento baixo (sete milhões de dólares), o
mestre de efeitos especiais Carlo Rambaldi (“E.T., Contatos Imediatos do
Terceiro Grau” e “Duna” dentre vários outros) não faz feio se considerarmos as
restrições financeiras e a época em que o filme foi feito.
Filmaço. Quanto ao livro, não preciso ‘dizer’ nada, A Hora do Lobisomem é um verdadeiro clássico da literatura de
terror.
02
– Um Sonho de Liberdade (1994)
-
Baseado no conto Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank que faz parte da
coletânea “As Quatro Estações”, lançado em 1984.
“Um Sonho de Liberdade” com Morgan Freeman e Tim
Robbins apesar de ter recebido sete indicações para o Oscar, incluindo a de
“melhor filme”, não levou nenhuma.
Antes da premiação da Academia, o filme decepcionou
nas bilheterias, o público foi bem aquém do esperado, apesar dos críticos terem
amado a produção. “Um Sonho de Liberdade” só atingiria o tão esperado sucesso
de público quase um ano depois de sua chegada aos cinemas, em 1995, logo após
as pessoas terem tomado conhecimento das sete indicações ao prêmio Oscar.
O lançamento da versão VHS representou o sucesso que
ele tanto precisava. Em 1995, foi a fita mais alugada nos Estados Unidos. A TNT,
logo depois, adquiriu os direitos de exibição do longa que passou inúmeras
vezes na TV, caindo definitivamente no gosto do público.
O conto Rita
Hayworth e a Redenção de Shawshank é um dos mais surpreendentes do livro As Quatro Estações. Adorei o final,
aliás, muito parecido com o “The End” do filme.
03
– Conta Comigo
-
Baseado no conto O Corpo que faz parte da coletânea “As Quatro Estações”,
lançado em 1984
Taí mais um filmaço que saiu das páginas da coletânea As Quatro Estações. Desta vez, o conto O Corpo virou “Conta Comigo” nos
cinemas. Grande sucesso de público e crítica. Nesta adaptação cinematográfica, um
grupo de garotos de 12 anos (vividos por jovens Wil Wheaton, River Phoenix,
Corey Feldman e Jerry O’Connell) descobrem que o corpo de um jovem desaparecido
está abandonado próximo de um trilho de trem a quilômetros de sua cidade,
Castle Rock. Buscando a fama de heróis, eles decidem ir atrás do cadáver, sem
saber que uma gangue de adolescentes está com o mesmo plano.
Ausente de elementos sobrenaturais, o enredo foi o
primeiro drama de King a ser levado para o cinema e como já citei a galera
cinéfila amou.
até hoje, é muito respeitada pelo público. Grato com o
sucesso do filme, o diretor Rob Reiner, ajudou a fundar a Castle Rock
Entertainment, que seria responsável por lançar outros títulos importantes
derivados da obra de Stephen King, como “Louca Obsessão” (1990), “Trocas
Macabras” (1993) e “Um Sonho de Liberdade” (1994).
04
– O Iluminado (1980)
-
Baseado no livro “O Iluminado”, lançado em 1977
O curioso em relação a esse filme dirigido por Stanley
Kubrick (”2001- Uma Odisseia no Espaço”) é que Stephen King odiou a produção,
tecendo críticas bem ácidas e afirmando que haviam matado a sua obra. Ele
detestou tanto que anos depois, resolveu produzir uma nova história baseada em
seu livro. Apesar dos protestos de King, o filme dirigido por Kubrick fez um
baita sucesso e hoje é considerado um verdadeiro clássico do cinema de terror.
O diretor de “2001- Uma Odisseia no Espaço” fez um “O
Iluminado” espetacular, uma obra que tem a sua marca. Não esperem ver elementos
da obra do mestre do terror muito presentes, pois o roteiro filmado é bem
diferente do livro, o que demonstra muito bom senso e personalidade por parte
de Kubrick em adaptar a sua maneira, um dos maiores sucesso de King.
Em um de seus papéis mais icônicos, Jack Nicholson interpreta
Jack Torrance que decide ir para o elegante e isolado Overlook Hotel com sua
esposa (Shelley Duvall) e o filho (Danny Lloyd) para trabalhar como zelador
durante o inverno. Ao chegarem ao local, Torrance começa a mudar a sua
personalidade, para pior, como se o Hotel estivesse controlando a sua vontade.
05
– À Espera de um Milagre (1999)
-
Baseado no livro “À Espera de um Milagre”, lançado em 1996
Frank Darabont volta a dirigir um filme baseado numa
obra de Stephen King cinco anos depois de ter conduzido as filmagens de “Um
Sonho de Liberdade”.
“À Espera de um Milagre” foi indicado para o Oscar nas
categorias de melhor filme, melhor ator coadjuvante (Michael Clarke Duncan),
melhor som e melhor roteiro adaptado.
Na trama, John Coffey, personagem vivido por Clarke
Duncan, que se encontra no corredor da morte em uma penitenciária de Cold
Montain, é um gentil e gigantesco prisioneiro com poderes sobrenaturais que
trazem um senso de espírito e humanidade
aos seus guardas e colegas de cela. Ele também tem o poder de curar as pessoas
que estão enfermas.
Apesar das suas três horas de duração, o filme de Darabont
não cansa o espectador. O enredo é de uma sensibilidade ímpar; muito emocionante.
Tanto livro quanto filme são narrados em primeira
pessoa por Paul Edgecombe (Tom Hanks), um idoso que vive em um asilo. Paul
regressa em suas memórias e narra suas experiências como chefe dos guardas no
corredor da morte da penitenciária de Cold Mountain durante a Grande Depressão,
onde conheceu o estranho prisioneiro chamado vivido por Clarke Duncan.
06
- Carrie, A Estranha (1976)
-
Baseado no livro “Carrie”, lançado em 1974
Existe uma história real, mas para aqueles que não
acompanham a fundo a carreira de Stephen King, ela não passa de lenda. Podem
acreditar, não é lenda; trata-se da mais pura verdade. Saibam que se não fosse a
mulher do escritor, Tabitha King, talvez o mestre do terror não existiria, ou
seja, ele poderia ter sido qualquer ‘coisa’, menos escritor. Explico melhor: ao
escrever os primeiros capítulos de seu primeiro romance (Carrie), King não
gostou nenhum pouco do que escreveu e, por isso, decidiu jogar as folhas no
lixo. Quem as resgatou foi sua esposa, a também escritora, que insistiu para
que ele terminasse a história. Nascia assim, o primeiro grande sucesso
literário do autor que não pararia mais de crescer até ter se tornado uma
referência do gênero terror em todo o mundo.
Dois anos após o seu lançamento, Carrie ganharia uma adaptação cinematográfica com Sissy Spacek e
John Travolta (antes da fama com “Os Embalos de Sábado a Noite”) chamada
“Carrie, A Estranha”. A produção cinematográfica dirigida pelo mestre Brian de
Palma fez um enorme sucesso naquela época e com o passar do tempo acabou se
tornando um filme cult amplamente merecedor do status de antológico. Resumindo:
a obra de Brian de Palma arrebentou a boca do balão.
Pois é, tudo deveria ter parado por aí, mas então
vieram os produtores “papa níqueis” e resolveram criar mais três prequels horríveis;
um pior do que o outro. Como eu já mencionei, deveriam ter parado no original.
Assim vieram os medonhos: “A Maldição de Carrie” (1999), “Carrie, A Estranha”
(2002) e outra “Carrie, A Estranha” (2013).
Mas como estamos “falando” apenas de filmes baseados
em livros de King que se tornaram clássicos, melhor ficar com a primeira Carrie
e esquecer as demais.
07
– Louca Obsessão (1990)
-
Baseado no livro “Misery”, lançado em 1987
Misery,
o clássico do terror escrito por Stephen King inspirou o filme “Louca Obsessão”
que também se tornaria um clássico no início dos anos 90. A produção com Kathy
Bates e James Caan, é uma história chocante sobre o impacto da ficção em uma
mente obsessiva e a angústia do aprisionamento.
Na trama, Paul Sheldon, interpretado nas telonas por
James Caan, é um escritor famoso, reconhecido por uma série de best-sellers
protagonizados pela mesma personagem: Misery Chastain. Annie Wilkes é uma
enfermeira aposentada, leitora voraz e obcecada pela história de Misery. Quando
Paul sofre um acidente de carro em uma nevasca, ele é resgatado justamente por
Annie, e esse encontro entre fã e autor é o ponto de partida de uma das tramas
mais aterrorizantes criadas por Stephen King.
Insatisfeita com o final do último livro da série, a
fã isola o autor debilitado em um quarto em sua casa. Com torturas, ameaças e
uma vigilância persistente, ela faz de tudo para obrigá-lo a reescrever a
narrativa com o final que ela considera apropriado. Considerada uma das vilãs
mais assustadoras e complexas do universo King e interpretada por Kathy Bates
no filme que se tornou um clássico, Annie Wilkes é a figura que faz de Misery um livro e um filme essenciais.
08
– It, A Coisa – Capítulos I e II (2017 e 2019)
-
Baseado no livro It, lançado em 1986
It (A Coisa)
foi o 22º livro de Stephen King e seu 17º romance escrito em seu próprio nome.
As outras cinco histórias (“Fúria” (1977), “A longa marcha” (1979), “A
auto-estrada” (1981), “O Sobrevivente” (1982), e “A maldição do cigano” (1984)
foram escritas com o pseudônimo de Richard Bachman. A narrativa segue as
experiências de sete crianças, que são aterrorizadas por uma entidade maligna –
o diabólico palhaço Pennywise ou Parcimonioso - que explora os medos de suas
vítimas para se disfarçar enquanto caça suas presas.
O livro rendeu três adaptações, sendo uma para a TV e
duas para os cinemas. As duas últimas num enredo único, mas dividido em dois
capítulos que estrearam nos cinemas em 2017 e 2018.
As críticas apontaram que “It, A Coisa”, apesar de ser
um filme demasiadamente longo, tem um bom desfecho e momentos assustadores que
vão além dos efeitos especiais. Em outras palavras: apesar da longa duração, o que
obrigou os produtores a dividirem o filme em dois capítulos, “It, A Coisa”
agradou críticos e público.
Já a produção de 1990 lançada diretamente em vídeo e depois
na TV pode ser considerada mais modesta. Mesmo assim, “It – Uma Obra-Prima do
Medo” também não decepcionou, mas apesar disso, não consegue superar os dois
capítulos de “It, A Coisa” exibidos em 2017 e 2018.
Taí galera, é isso.
Por hoje, é só.
25 setembro 2022
Seis livros que estavam esquecidos, mas recuperaram o fôlego após ganharem adaptações nas plataformas de streamings
Fiquei sabendo pelas redes sociais que bastou a Amazon
Prime Video anunciar o lançamento da série “O Senhor dos Anéis: Os Anéis do
Poder” para que a trilogia antológica escrita por J.R.R. Tolkien voltasse ao
“paradão” das obras literárias mais vendidas no país. Acredito que esse efeito
também tenha ocorrido em todos os países onde a série está sendo exibida e não
apenas por aqui, na terrinha. Pena que até agora, os cinco capítulos da série exibidos
pela Amazon Prime não agradaram, pelo menos a mim. Eitchaaa Galadreiel chata!
Prefiro a elfa da trilogia de filmes dos cinemas interpretada pela atriz Cate
Blanchett.
Mas voltando ao assunto, não podemos menosprezar o
poder das chamadas gigantes do setor de streaming. O empoderamento dessas
plataformas cresceu muito, principalmente durante o período de pandemia quando
a maioria das pessoas – no auge do surto de Covid 19, com os lookdowns em alta
– não tinham outro remédio senão ficar em casa lendo ou assistindo séries e
filmes na TV. Agora, praticamente, com o fim da pandemia, essas plataformas
conseguiram manter o seu “poder”, garantindo a audiência que tinham no passado;
algumas delas, até mesmo, ampliando o número de assinantes graças as estreias
de novas séries.
Este ‘boom’ dos serviços de streamigs serviu ainda
para alavancar a venda de muitos livros. Hãnnnn!!! Como assim?! Vamos lá,
deixe-me explicar. Livros esquecidos que não despertavam o interesse dos
leitores, ficando abandonados no fundo das prateleiras das livrarias, acabaram
entrando nas listagens de mais vendidos após terem os seus enredos confirmados
em adaptações nas plataformas de streaming. Pois é, Bastou a Netflix ou então a
HBO, Gloplay, Amazon ou outras anunciarem que iriam levar para as telas a
história de determinados livros não tão conhecidos assim, para que eles se
tornassem os “reis da cocada preta”.
Nesta postagem, selecionamos algumas obras literárias
esquecidas pelos leitores que acabaram ganhando novo fôlego por causa do
sucesso de séries de streamings baseadas em seus enredos.
Vamos conferir.
01
– Nos porões da contravenção (Chico Otávio e
Aloy Jupiara)
Série:
“Doutor Castor” (Globoplay)
O livro de reportagem Nos porões da contravenção, de Chico Otávio e Aloy Jupiara, lançado
em 2015 pela editora Record, que serviu de fonte para a série documental
“Doutor Castor”, chegou a dobrar suas vendas mensais após a estreia da produção
no Globoplay em 11 de fevereiro de 2021.
O livro aborda em detalhes a história do jogo do bicho
no Rio de Janeiro que teve o seu início como uma estratégia criada pelo barão
de Drummond para aumentar as visitas ao seu Jardim Zoológico em Vila Isabel, no
Rio de Janeiro, no final do século XIX. Logo o jogo de azar ganhou as esquinas
e, à medida que se espalhou, infiltrou-se no aparelho do Estado, impondo-se
pela violência e pela corrupção.
No livro ficamos sabendo que a imagem romântica do
jogo de bairro oculta, na verdade, uma organização com qualidades mafiosas,
modelo empresarial, esquemas e planejamentos intrincados, fluxo de caixa e
divisão territorial.
Seus personagens principais são Anísio, capo da
Beija-Flor, Castor de Andrade, o benfeitor da Mocidade Independente, e Capitão
Guimarães, militar e torturador dos calabouços da ditadura.
Quanto a série que estreou em fevereiro de 2021 no
Globoplay procura centrar a sua narrativa em apenas um dos personagens do
livro: o bicheiro Castor de Andrade. De um lado, testemunhos colhidos na série
de streaming constroem um Castor de Andrade bonachão, benfeitor, malandro,
gente boa, simpático, líder, mão aberta e humano. Do outro, especialmente nas
falas da juíza aposentada Denise Frossard e do procurador de Justiça Antonio
Campos Moreira, um chefe de organização criminosa, intimidador, corruptor de
autoridades e de árbitros de futebol, violento, associado a homicídios e outros
crimes graves, que utilizou-se de duas das paixões mais populares do país —
samba e futebol — para angariar estima e legitimar-se junto à população.
02
– Saga Arsène Lupin -15 volumes (Maurice Leblanc)
Série:
Lupin (Netflix)
A série “Lupin” da plataforma Netflix, baseada nos
romances policiais de Maurice Leblanc, acompanha Assane Diop (Omar Sy), um homem
que, 25 anos atrás, viu sua vida virar de cabeça para baixo com a morte de seu
pai, então acusado injustamente de um crime. Agora, ele está em busca de
vingança e, para isso, se inspira em Arsène Lupin, o famoso "ladrão de
casaca" da literatura francesa. Conhecido como "Robin Hood da Belle
Époque", Lupin se tornou um gênio do crime na Paris do início do século 20
e Diop vai seguir seus passos nos dias de hoje.
Os episódios da série que estreou em janeiro de 2021
são de tirar o fôlego e recebeu muitos elogios da galera. Resultado: fez com
que a editora Principis relançasse em junho de 2021, os sete primeiros livros
de Lupin que estavam caídos no ostracismo. A volta às livrarias do personagem
criado por Leblanc em 1905 foi um estrondoso sucesso graças a série da
Netflix.
A caixa da Principis contém os seguintes volumes: Arsène Lupin, o ladrão de casaca; Arsène Lupin contra Herlock Sholmes; Arsène Lupin e a agulha oca; Arsène Lupin e a rolha de cristal; As confissões de Arsène Lupin; Arsène Lupin e o estilhaço de obus e Arsène Lupin e o triângulo de ouro.
03
– Saga Anne with an E – 13 livros (Lucy Maud Montgomery)
Série:
Anne with an E (Netflix)
A história da série “Anne with na E” que estreou na
Netflix em 2017 acompanha a vida de Anne Shirley, uma jovem órfã que, após uma
infância de abusos entre orfanatos e casas de estranhos, é enviada por engano
para viver com um casal de irmãos em idade avançada. Com o passar do tempo, a
pequena garota de 13 anos transforma a vida de Marilla, Matthew Cuthbert e de
toda a cidade com seu jeito extrovertido, sua inteligência e imaginação
brilhante.
As aventuras de Anne abordam temas atemporais e de
atual relevância como identidade, feminismo, bullying e preconceito.
A série de TV turbinou as vendas dos livros escritos
por Lucy Maud Montgomery, no qual o seriado foi baseado. A saga é composta por
13 livros que foram escritos no período de 1908 a 1939.
Até agora, ninguém entendeu por que a série da Netflix
foi cancelada na terceira temporada, mesmo com tanto material original para
continuar a adaptação. Fãs da série fizeram até um abaixo-assinado, mas nada
fez a Netflix mudar de ideia.
A notícia do cancelamento fez (ainda mais) os fãs da
série se voltarem para os livros para continuarem acompanhando a história de
Anne Shirley. A saga escrita Montgomery entre acompanha a protagonista durante
praticamente toda a sua vida. Os acontecimentos das três temporadas são
baseados em parte do primeiro livro: Anne de Green Gables.
04
– Se eu fechasse os olhos agora (Edney Silvestre)
Série:
Se eu fechasse os olhos agora (Globoplay)
No começo dos anos 1960 em uma cidadezinha pacata,
dois meninos encontram a moça mais bonita da cidade morta e decidem investigar
o crime por conta própria. Essa é a premissa de “Se eu fechar os olhos agora”,
série da Globo que estreou em abril de 2019 no Globoplay.
A trama foi inspirada no livro homônimo de Edney
Silvestre. Muitas pessoas não conheciam a obra literária que poucos dias depois
da estreia da série de TV passou a ser procurada à exaustão nas livrarias.
Já em sua estreia na ficção, justamente com esse
livro, o jornalista Edney Silvestre ganhou merecidamente o 52º Prêmio Jabuti na
categoria romance, superando escritores consagrados como Chico Buarque e Luis
Fernando Veríssimo.
05
– Superação: trabalho duro, salário baixo e o dever de uma mãe solo (Stephanie
Land)
Série:
Maid (Netflix)
A série dramática “Maid” lançada pela Netflix em outubro de 2021 fisgou todos os amantes de séries de TV. Foi outro grande acerto da Netflix. A trama é baseada em uma história real relatada no livro Superação: Trabalho Duro, Salário Baixo e o Dever de Uma Mãe Solo de Stephanie Land.
Na história, Alex é uma jovem mãe
que, após deixar para trás um relacionamento abusivo e encontrar um emprego
como faxineira, luta para sustentar a filha e construir um futuro melhor.son,
Andie MacDowell, Raymond Ablack, Billy Burke, Aimme Carrero, Tracy Vilar e
Anika Noni Rose. Entre os produtores da série estão John Wells (Shameless) e
Margot Robbie (Esquadrão Suicida).
O livro de Land lançado ainda no início de 2020, após
a estreia da série na Netflix, no ano seguinte, teve as vendas alavancadas e
voltou a ocupar as listas de mais vendidos em todo o País.
Tanto o livro quanto a série foram muito elogiados pela crítica e também pelo público. A saga da personagem Alex emocionou a galera que adora ler e também aqueles que são ligados numa série de streaming
06
– O homem do castelo alto (Philip K. Dick)
Série:
O homem do castelo alto (Amazon Prime Video)
O seriado baseado no livro que Philip K. Dick escreveu
em 1962, conta a história de como seria o mundo se os Aliados tivessem perdido
a Segunda Guerra Mundial. O plot da série acontece durante uma tensão entre o
Japão Imperial e a Alemanha Nazista, em 1962, quando uma jovem descobre um
filme misterioso que pode ajudar a derrubar os regimes.
A série da Amazon Prime Video teve quatro temporadas –
de 15 de janeiro de 2015 a 15 de novembro de 2019 – conquistou dois prêmios
Emmy Awards por fotografia e trilha sonora, além de prêmios menores como Leo
Awards.
O sucesso da história na Amazon fez com que o livro de
K. Dick voltasse fazer parte da lista de mais vendidos na época em que a série
passou na plataforma de streaming.
21 setembro 2022
Uma nova divagação: "O guerreiro feliz e as suas batalhas vencidas"
Permissão para fugir um pouquinho do assunto livros.
Concedida? (rs). Aqueles que acompanham o blog desde o início sabem que eu
tenho a mania de utilizar esse espaço para “conversar” com os meus seguidores e
sobre assuntos ‘extra-livros’, ou seja, fatos que rolaram em minha vida, os
quais gosto de dividir. Alguns amigos não concordam comigo e acham que eu devo
escrever somente sobre livros. - Jam, quando você quiser trocar ideias sobre
alguma coisa que rolou ou tá rolando em tua vida, chama a gente, pô! Vamos para
um happy hour e enquanto tomamos uma cervejinha, conversamos. É olho no olho e
não olho na tela de um computador – cobram eles.
Mas como diz o velho ditado popular: “cada louco com a
sua mania” (rs). No meu caso, prefiro, algumas vezes, o olho na tela, mesmo
porque eu não enxergo a tela, mas sim os meus seguidores. Quanto a “troca de
ideias”, elas chegam nos comentários ou e-mails, e nem por isso deixa de ser
uma interação.
Além do mais, o Livros e Opinião nesses momentos acaba
exercendo o papel de um diário com assuntos que eu ache que possam se tornar
públicos, sem me prejudicar. Quanto as conversas com os amigos nos happy hours,
sem problemas, elas também podem acontecer. Estes amigos não precisam ficar com
ciúmes de vocês (rs).
Hoje, nesse espaço dedicado as minhas divagações quero
falar sobre um assunto envolvendo o meu irmão – não o mais velho que foi o dono
do armário secreto que valeu algumas postagens por aqui, como essa – do meio;
lembrando que somos em três e que eu só vim ao mundo depois de dez anos.
Ehehehehe, um verdadeiro temporão, mas isso é assunto, quem sabe, para uma outra
divagação.
Espero que esse texto possa ajudar muitas pessoas que
precisam passar por alguma cirurgia e estão um pouco ou muito temerosas.
Acredito que o meu irmão do meio, o Orlando, seja o assunto mais comentado no
contexto médico da minha cidade e região por causa do número de cirurgias pelas
quais ele já passou e irá passar. Vamos lá: apendicite, ombro, vesícula,
correção ortopédica, joelho e tireoide. Além dessas, já está programada uma
intervenção na próstata e provavelmente, a implantação de uma prótese no
joelho, da qual eles está fugindo, pois acha que a sua cota de “contribuição”
ao “aperfeiçoamento médico” já chegou ao limite.
O que me fez escrever e publicar esse texto não foram
as suas peripécias numa mesa de cirurgia, mas a sua atitude. Este meu irmão é
fodasticamente fodástico; um guerreiro, mas um guerreiro feliz, além de muito
corajoso. Sempre encarou as suas intervenções cirúrgicas com muito otimismo.
Seu slogan, antes de cada “corte” sempre era o mesmo: “Se é para ficar melhor,
vamos fazer”. Recentemente, em sua última “peripécia” que lhe valeu mais um
corte e consequentemente uma nova cicatriz, eu lhe disse na brincadeira: “vamos
trocar esse slogan que já está muito batido. Que tal: Se é para ficar melhor, então
‘receba’”, numa alusão a famosa frase criada pelo influencer Luva de Pedreiro.
Depois que disse isso, todos caímos na risada no quarto do hospital onde ele se
preparava para mais uma cirurgia. E é sobre essa última aventura – última, pelo
menos, por enquanto – que eu gostaria de ‘falar’ com a galera.
Depois de tantas cirurgias, o Orlando recebeu dois
torpedos: no primeiro, ele teria de realizar uma operação com urgência na
próstata, pois caso contrário, corria o risco de ter uma estenose uretral. Se essa
intervenção fosse feita em poucos dias, ainda poderia acontecer através do
canal do pênis, de outro modo, seria necessário um procedimento externo.
Falando o português esculachado: seria necessário abrir a barriga. Pronto,
falei ou melhor: “Pronto, receba” (rs).
Durante os exames preparatórios para a realização da
cirurgia, os médicos descobriram através de uma ressonância magnética, a existência
de um nódulo na tireoide. Após a biópsia, veio a bomba: câncer. Entre as duas
cirurgias: próstata e tireoide, os médicos optaram pela segunda, por
considerarem mais urgente. E lá vai o guerreiro feliz com a sua icônica frase -
“se é para ficar melhor, vamos fazer” - para a mesa de cirurgia. O cirurgião
especialista em cabeça e pescoço avaliou que seria necessário retirar apenas um
dos lados da glândula, mas após os exames, lá vem outra bomba: “tivemos
metástase no restante da tireoide, vamos ter que fazer uma nova cirurgia”.
Pimba: mal saiu do centro cirúrgico, lá vai o nosso guerreiro, pronto para entrar
na “faca”, novamente. Duas cirurgias delicadas num curtíssimo espaço de tempo.
Depois das duas aventuras, uma nova batalha a ser
enfrentada: o isolamento – por quatro ou cinco dias - num quarto com pouca luz
após a aplicação de iodo radioativo para evitar o surgimento de novas
metástases.
Graças a Deus, o nosso guerreiro feliz saiu ileso
dessas batalhas e acreditem: muito humorado, dizendo estar pronto para a outra
cirurgia que havia sido adiada, a da próstata.
Agora, ele se preparara para mais uma batalha nas
salas de cirurgias; tudo isso, num curto período de dias. Ainda me lembro do
que ele disse para uma mulher no dia em que se preparava para fazer a sua
segunda cirurgia, seguida, da tireoide. Esta senhora estava muito nervosa pois
teria que ser submetida a uma operação para retirada da vesícula biliar. Meu
irmão olhou para ela e adivinhem o que ele disse? Se vocês pensaram: “se é para
ficar melhor, faça”, acertaram.
Inté!
17 setembro 2022
O Último Adeus
Sinceramente, não sei o que escrever sobre o livro de
Cynthia Hand. Cara, fiquei muito indeciso. Confesso que não sei classifica-lo se
é bom, mediano ou ruim. Por isso, vou ficar no meio termo, vamos lá, mediano,
vai. Sei que ao escrever isso estarei nadando de braçadas contra a maré, serei
o do contra, o advogado do diabo, já que de cada dez pessoas que leram O Último Adeus, nove e meio gostaram.
Comprei o livro com muitas expectativas, influenciado
pela enxurrada de comentários favoráveis nas redes sociais. Comecei a ler e
então, a decepção foi chegando... chegando... chegando. A história empacou num
estilo narrativo e não saía daquilo. O
Último Adeus é narrado em primeira pessoa por Lex, uma garota de 18 anos
que começa a escrever um diário a pedido do seu terapeuta, como forma de
conseguir expressar seus sentimentos retraídos. Há apenas sete semanas, Tyler,
seu irmão mais novo, cometeu suicídio, e ela não consegue mais se lembrar de
como é se sentir feliz, tornando-se uma pessoa amarga, triste e frustrada. Como
ela não aceita tomar os remédios que o seu terapeuta quer receitar, ele faz a
proposta do diário, ou seja, que ela coloque no papel tudo o que está sentindo.
Dessa forma, os leitores passam a conhecer como é o dia a dia da personagem,
incluindo os seus pensamentos mais secretos e também como ela vem lidando com a
morte do irmão. Como já revelei acima, o livro é todo escrito em primeira
pessoa, sobre a ótica de Lex.
Na minha opinião, Lex se prende por tempo demasiado em
detalhes desinteressantes, diluindo a atenção do leitor – pelo menos, diluiu a
minha. As conversas “jogadas fora” com seus colegas de escola é um bom exemplo
disso. O relacionamento conflituoso com seu namorado Steven também se prende em
muitas situações banais que não interessam para o leitor. O sofrimento da mãe
de Lex também saturou a minha atenção, achei que poderia ser abreviado.
Não quero usar o termo encheção de linguiça, prefiro “dizer”
excesso de atenção com situações menos
interessantes do enredo. É isso. No meu caso, essa saturação foi me enjoando
e com isso, também fui diminuindo o ritmo de leitura, até o momento em que Lex
reencontra uma velha amiga que não vê a muito tempo. Sadie, é o nome dessa
amiga. Sadie é deliciosamente engraçada, deliciosamente maluca e porque não,
deliciosamente autossuficiente. A personagem é o contraponto da história densa
escrita por Hand. Ela serve para equilibrar com muita leveza os momentos
pesados e os gatilhos envolvendo suicídio existentes na trama. Aqui vale,
ainda, uma menção honrosa para Seth, o irmão de Sadie. Apesar de aparecer em
poucos trechos da trama, ele é o tipo do personagem que te conquista.
Ocorre que depois do que batizei de “efeito Sadie”, a
trama volta a explorar situações e diálogos desinteressantes entre os
personagens. Este clima prossegue até que Lex conhece um amigo de seu irmão. O
encontro com Damian brinda os leitores com bons momentos de tensão. Há ainda
outras partes da trama muito interessantes como o momento em que Lex fica
sabendo que o seu irmão escreveu uma carta para a ex-namorsada, momentos antes
de cometer o suicídio. Lex fica na dúvida se lê a carta ou se a entrega para a
garota que conviveu com Tyler durante certo período. Depois disso... voltamos a
enrolação com momentos menos interessantes da trama.
Enfim, o tal mantra
prossegue: “momentos interessantes-momentos desinteressantes, momentos bons –
momentos ruins. Pense numa gangorra: momentos em que você está por cima e
momentos em que você está por baixo. Chega uma hora que essa sequência de
movimentos acabam cansando e foi o que aconteceu com O Último Adeus. Juro que estava perto de desistir da leitura porque
achava que a narrativa não iria oferecer nenhuma surpresa final, terminando da
maneira mais simples e normal “do mundo”. Então, chega o momento em que Lex finaliza
o seu diário e Buuuummmm! O leitor fica sabendo o motivo dela se culpar
profundamente pela morte do irmão. As linhas finais de seu diário dedicadas ao
ex-namorado Steven são emocionantes.
Entenderam o meu ponto de vista no início dessa
postagem quando afirmei: “não sei o que escrever sobre o livro de Cynthia
Hand”? O Último Adeus tem momentos muito bons, mas também tem momentos
desinteressantes; tem diálogos fantásticos, mas por outro lado, tem diálogos
por demais descartáveis. Um mantra de altos e baixos que permeia toda a
narrativa, até aquele final ‘do caramba’ quando a Lex encerra o seu diário e o
entrega para Steven. Uhauuuu! Ufaaaa! Muito impactante e emocionante.
Acho que o “The End” do livro fez com que a gangorra
parasse um pouco mais acima.
Foi isso.
Inté!
13 setembro 2022
Nove livros que abordam os temas depressão e suicídio para serem lidos neste setembro amarelo
Estamos vivendo o setembro amarelo, mês dedicado a conscientização
sobre a prevenção do suicídio. A campanha ocorre sempre no mês nove do ano,
desde 2015, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a
cor amarela e ampla divulgação de informações.
Muita gente pode pensar que se trata de uma realidade
distante e que o suicídio afeta poucas pessoas, mas a verdade é bem diferente. Dados
da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que um brasileiro a cada 45
minutos tira a própria vida. Segundo os psiquiatras, os transtornos mentais são
causas de muito estigma, o que impede as pessoas de buscarem auxílio e ajuda
quando precisam. Daí a importância dessa campanha.
Uma das maneiras de conscientizar as pessoas quanto a
importância da prevenção ao suicídio é através da leitura. Existem diversas
obras de relevância sobre o tema que certamente irão ajudar muitas pessoas.
Na postagem de hoje, selecionei 9 livros que poderão auxiliar
na preservação da vida. Vamos a eles.
01
– Compreendendo o suicídio (Rodolfo Furlan Damiano, Alan Campos Luciano,
Isabella D’Andrea Garcia da Cruz e Hermano Tavares)
Compreendendo
o suicídio é um projeto desenvolvido por um grupo de psiquiatras
do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo. A obra visa auxiliar o leitor a ampliar sua
compreensão sobre este tema tão complexo, instrumentalizando médicos e demais
profissionais da saúde a compreender e aliviar o sofrimento daqueles que se
debatem e questionam o valor da própria vida.
A primeira seção apresenta uma discussão interessada
em temas que vão desde a história do suicídio até os debates jurídicos, éticos
e contemporâneos sobre o direito de morrer. A seção a seguir aborda diversos
fatores sociais e epidemiológicos associados ao suicídio. A terceira seção
discute os fundamentos biológicos do suicídio e comportamentos relacionados; a
quarta discute os fatores clínicos associados ao suicídio e a quinta seção, as
condições clínicas associadas ao suicídio.
Editora:
Manole
Ano:
2021
Páginas:
608
Capa:
Brochura
02
– Uma história meio que engraçada (Ned Vizzini)
O livro conta a história de um adolescente chamado Graig
Gilner que percebe que nem sempre as coisas saem da forma como deveriam. Mas
aprenderá também que, mesmo nas adversidades, é possível fazer novos amigos, se
apaixonar e encontrar motivos para viver.
Como muitos adolescentes determinados a vencer na
vida, Craig acredita que sua entrada na Executive Pre-Professional High School
de Manhattan é o passaporte para o seu futuro. Obstinado a ter uma vida de
sucesso, Craig estuda dia e noite para gabaritar no exame de admissão, e
consegue. A partir daí, o que deveria ser o dia mais importante da sua vida,
acaba marcando o início de um sufocante pesadelo.
Uma
história meio que engraçada é um livro clássico da literatura Young
Adult (YA). Lançado em 2007 nos Estados Unidos, até hoje figura entre os mais
vendidos do gênero na lista da Amazon. Em 2010, a história foi transformada em
um filme que se tornou imediatamente cult.
Ao escrever um romance cômico sobre a depressão, Ned
provou que é possível abordar um dos transtornos mais graves da atualidade de
maneira divertida e inspiradora.
Editora:
Leya
Ano:
2015
Páginas:
296
Capa:
Brochura
03
– O demônio do meio-dia (Andrew Solomon)
Um livro excelente tanto para aprender mais sobre depressão
e outras doenças psicológicas, quanto para conscientizar os que vivem com
pessoas que possuem algum transtorno.
Lançado em 2000, O demônio do meio-dia continua sendo
uma referência sobre a depressão, para leigos e especialistas. Com rara
humanidade, sabedoria e erudição, o premiado autor Andrew Solomon convida o
leitor a uma jornada sem precedentes pelos meandros de um dos temas mais
espinhosos e complexos de nossos dias.
Entremeando o relato de sua própria batalha contra a doença
com o depoimento de vítimas da depressão e a opinião de especialistas, Solomon
desconstrói mitos, explora questões éticas e morais, descreve as medicações
disponíveis, a eficácia de tratamentos alternativos e o impacto que a depressão
tem nas várias populações demográficas (sejam crianças, homossexuais ou os
habitantes da Groenlândia).
No epílogo inédito escrito exclusivamente para a
reedição brasileira, conhecemos o que aconteceu com Solomon, com os
entrevistados e com os tratamentos da depressão desde a publicação de O demônio do meio-dia.
Editora:
Companhia das Letras
Ano:
2018
Páginas:
584
Capa:
Brochura
04
– Entrevista com a morte (Julia Giarola Andrade)
Guy Standing é um renomado apresentador, mas se
manteve afastado das telas após o suicídio de seu filho. Depois de meses sem
aparecer em público, ele volta ao seu antigo estúdio, motivado pelo seu agente,
Nate, para preparar a entrevista do século. Juntamente com uma equipe de
filósofos, sociólogos e teólogos, o apresentador enfrentará um dos maiores
desafios de sua existência, já que terá de encarar seus próprios fantasmas,
pois a pessoa a quem entrevistará é a personificação da Morte.
Diferente das outras obras presentes nessa lista, a
história escrita por Julia Giarola apresenta uma proposta envolvendo os
processos do luto e a visão da vida sobre a morte, assim, trazendo reflexões
sobre quem fica e os cuidados que essas pessoas precisam ter.
Muito mais do que falar da dilacerante dor do luto, a
obra fala sobre libertação. Não apenas das culpas que impõem sobre nós, mas
daquelas que nós mesmos abraçamos quando no fundo nada do que fizéssemos
bastaria para mudar o resultado final.
Editora:
Coerência
Ano:
2019
Páginas:
156
Capa:
Brochura
05
– O suicídio e sua prevenção (José Manoel Bertolote)
O livro é indicado tanto aos profissionais da área de
psicologia e psiquiatria quantos para os leigos. Desde a Antiguidade, o
suicídio é uma questão que intriga aqueles que ficam: o que levaria a tamanho
rompimento com o primeiro dos instintos humanos? A obra estuda o suicídio em
profundidade, aproximando-se de suas possíveis causas e sugerindo caminhos para
prevenir esse ato extremo.
José Manoel Bertolote é psiquiatra perito da UNESP,
aposentado pela Organização Mundial de Saúde e atua como professor voluntário
na instituição. É um professor e pesquisador reconhecido internacionalmente, e
um importante nome da psiquiatria e do estudo da prevenção ao suicídio.
Editora:
Unesp
Ano:
2013
Páginas:
144
Capa:
Brochura
06
– Por lugares incríveis (Jennifer Niven)
A história de Por
Lugares Incríveis é baseada na própria experiência pessoal de Jennifer
Niven com um namorado. A trama mostra todo o espectro da doença mental ao
explorar a relação entre dois adolescentes. Também explora a aversão da
sociedade ao tratamento da doença mental e às formas em que esse comportamento
falha com aqueles que precisam de ajuda.
No enredo escrito pela autora, a personagem Violet
Markey tinha uma vida perfeita, mas todos os seus planos deixam de fazer
sentido quando ela e a irmã sofrem um acidente de carro e apenas Violet
sobrevive. Sentindo-se culpada pelo que aconteceu, Violet se afasta de todos e
tenta descobrir como seguir em frente. Theodore Finch é o esquisito da escola,
perseguido pelos valentões e obrigado a lidar com longos períodos de depressão,
o pai violento e a apatia do resto da família.
Enquanto Violet conta os dias para o fim das aulas,
quando poderá ir embora da cidadezinha onde mora, Finch pesquisa diferentes
métodos de suicídio e imagina se conseguiria levar algum deles adiante. Em uma
dessas tentativas, ele vai parar no alto da torre da escola e, para sua
surpresa, encontra Violet, também prestes a pular. Um ajuda o outro a sair
dali, e essa dupla improvável se une para fazer um trabalho de geografia:
visitar os lugares incríveis do estado onde moram. Nessas andanças, Finch
encontra em Violet alguém com quem finalmente pode ser ele mesmo, e a garota
para de contar os dias e passa a vivê-los.
Editora:
Seguinte
Ano:
2015
Páginas:
355
Capa:
Brochura
07
- Meu Coração e Outros Buracos Negros (Jasmine Warga)
Um tema amargo, mas necessário. Em Meu coração e
outros buracos negros, a estreante Jasmine Warga apresenta aos leitores um
romance adolescente que aborda, de forma aberta, honesta e emocionante, o
suicídio.
Aysel, a protagonista, enfrenta problemas com a
família e os colegas de escola, como tantos jovens por aí, e, aos 16 anos,
planeja acabar com a própria vida. Mas quando ela conhece Roman num site de
suicídio, em busca de um cúmplice que a ajude a planejar a própria morte, num
pacto desesperado, a vida dos dois literalmente vira de cabeça para baixo.
Aos poucos, Aysel percebe que seu coração ainda é
capaz de bater alegremente. E ela precisará lutar por sua vida, pela vida de
Roman e pelo amor que os une, antes que seja tarde.
Meu
Coração e Outros Buracos Negros mostra como apesar de
todas as adversidades da vida, nós ainda podemos lutar contra isso e termos
motivos para viver, amar e curtir os bons momentos que a vida nos oferece, por
menores que sejam.
Editora:
Rocco Jovens Leitores
Ano:
2016
Páginas:
312
Capa:
Brochura
08
– Viver é a melhor opção (André Trigueiro)
O jornalista André Trigueiro reúne nessa obra
elementos de convicção baseados em estudos recentes da Organização Mundial da
Saúde e do Ministério da Saúde para afirmar a importância da prevenção do
suicídio em todos os setores da sociedade.
O suicídio tem provocado curiosidade e reflexão em
função de casos recentes, como a morte do ator Robin Williams, as referências
ao autoextermínio na cerimônia do Oscar 2015, a ação do copiloto do avião que
caiu nos Alpes franceses. Isso sem falar nos casos de morte por overdoses e
comuns referências sobre a falta de sentido para a vida.
O livro traz como foco a prevenção do suicídio através
da informação e enfoca o valor da vida, trazendo também os fundamentos do
espiritismo sobre o que é o viver e a realidade da vida após a morte. Por
decisão do autor, 100% dos direitos autorais foram cedidos para o Centro de
Valorização da Vida (CVV).
Editora:
Correio Fraterno
Ano:
2022
Páginas:
200
Capa:
Brochura
09
- A morte é um dia que vale a pena viver (Ana Claudia Quintana Arantes)
Uma das maiores referências sobre Cuidados Paliativos
no Brasil, Ana Cláudia Quintana Arantes, aborda o tema da finitude sob um
ângulo surpreendente. Segundo ela, o que deveria nos assustar não é a morte em
si, mas a possibilidade de chegarmos ao fim da vida sem aproveitá-la, de não
usarmos nosso tempo da maneira que gostaríamos.
Invertendo a perspectiva do senso comum, somos levados
a repensar nossa própria existência e a oferecer às pessoas ao re dor a
oportunidade de viverem bem até o dia de sua partida. Em vez de medo e
angústia, devemos aceitar nossa essência para que o fim seja apenas o término
natural de uma caminhada.
Completamente revista e ampliada, esta edição é uma
bela ode à vida e à humanidade.
Editora:
Sextante
Ano:
2019
Páginas:
192
Capa:
Brochura
Taí galera. Esperto que tenham gostado das sugestões.
Boas leituras neste “setembro amarelo”.