28 maio 2022
10 livros de faroeste para você ter em sua estante
Quando conversamos com alguém sobre faroeste, cowboys,
pistoleiros ou cavaleiros solitários, a primeira imagem que vem em nossas
cabeças são os filmes do gênero. Quase que imediatamente nos lembramos de “Sete
Homens e Um Destino”, “O Dólar Furado”, “Django”, “Meu Ódio Será Tua Herança”,
além de outros clássicos que fizeram a galera ficar de olhos colados nas
telonas dos cinemas. Os livros nessas horas passam longe e bem longe.
O que algumas pessoas desconhecem é que além dos
filmes, também temos excelentes livros sobre o tema. Verdade! E livros tão bons
quanto os filmes. Infelizmente, muitos leitores pensam que as histórias de
cowboys estão restritas aos livros de bolso dos anos 70 que faziam parte das
pulp fictions. Nada contra essas publicações, mesmo porque li muitas delas na
minha infância e adolescência e adorava. O que estou querendo explicar é que os
anos passaram e com isso as publicações de histórias sobre o velho oeste acabaram
evoluindo, deixando os formatos pulp de lado para assumir layouts bem mais
modernos. Os enredos, por sua vez, foram atualizados mas sem perder a sua
originalidade.
É uma pena que esse gênero não ganhou a divulgação
merecida das editoras que preferiram apostar, ao longo dos anos, em sagas,
trilogias ou romances do tipo “Young Adult”. E assim enquanto as histórias
sobre o velho Oeste estagnavam, a chamada literatura “YA” prosperava com os
seus Harry Potrters, Percy Jacksons, Jogos Vorazes, Crepúsculo,
A Culpa é das Estrelas e por afora.
No post de hoje quero resgatar esse tipo de literatura
que ficou esquecida com o passar dos anos mesmo contando com o lançamento de
obras do mais alto nível graças a persistência de poucos editores que ainda
acreditam que os cowboys, os cavaleiros solitários e os desbravadores do velho
Oeste da literatura não morreram. Selecionei dez livros para os leitores que
apreciam o gênero. Podem comprar; vale a pena.
01
– Trilogia Gatilho (Carlos Estefan e Pedro Mauro)
Se você é fã de Histórias em Quadrinhos e, claro, faroeste
do tipo cavaleiro solitário que chega em uma cidadezinha do velho Oeste para se
vingar de algo que lhe aconteceu no passado, então está intimado a comprar os
três livros da série “Gatilho”. A editora Pipoca & Nanquim decidiu, no ano
passado, presentear os seus leitores com uma edição hiper luxuosa agregando
toda a trilogia. Verdade! As três histórias em quadrinhos lançadas
separadamente em 2017, 2018 e 2019 - que já estavam esgotadas em suas edições
originais - estarão reunidas num único volume.
Quando foi publicada em 2017, a graphic novel Gatilho
chegou sem fazer muito alarde, com os seus autores- os brasileiros Carlos Estefan e Pedro Mauro -
não tendo a intenção de escrever uma continuidade tanto é que o enredo foi
formatado para se tornar uma história única. Pois é, mas o sucesso foi tanto
que Estefan e Mauro resolveram sequenciar a aventura do pistoleiro sem nome
transformando-a numa saga. Logo depois, em 2018 e 2019, foram lançados os dois
próximos quadrinhos que se tornaram um fenômeno de vendas. Hoje as três
histórias em quadrinhos estão esgotadas e se não fossem a Pipoca & Nanquim,
os amantes de novelas gráficas, principalmente aqueles que são fãs do gênero
western estariam privados de ler essas três preciosidades.
A trilogia do “pistoleiro sem nome”, composta pelos
volumes Gatilho, Legado e Redenção é
amplamente ovacionada por público e crítica como um dos melhores faroestes já
feitos no Brasil.
A edição definitiva da editora Pipoca & Nanquim
tem formato grande, com capa dura de papel linho, lombada redonda e 260 páginas
em papel de alta gramatura. Como já disse acima, reúne os três volumes
originais, desta vez coloridos pelo próprio Estefan, uma história inédita em
preto & branco e prefácio exclusivo do autor italiano Gianfranco Manfredi,
parceiro de Pedro Mauro em outros projetos na Sergio Bonelli Editore.
02
– Cimarron (Edna Ferber)
Esta dica de leitura é para a galera que adora
história de desbravadores do Velho Oeste americano. Cimarron de Edna Ferber aborda o período da colonização do estado
de Oklahoma que começou no início do século XIX.
Ferber conta a saga do advogado, ex-jornalista e
aventureiro Yancey "Cimarron" Cravat que em 1889 se casa com uma dama
do Sul e resolve retornar ao Oeste, tentando conseguir as terras com as quais
sonhara construir um rancho e criar gado, aproveitando a "corrida pela
terra" iniciada com a concessão do governo americano de vários hectares de
Oklahoma para a colonização, adquiridos dos índios. E assim, o casal acaba se
transformando em pioneiros do novo estado americano. Além dos Yancey, são
vários os competidores pelas terras, alguns, durante a jornada acabam virando
seus amigos, enquanto outros viram inimigos.
Dentro desse contexto, ocorrem as brigas, trocas de
tiros, romances, desavenças e traições.
O livro da escritora americana publicado originalmente
em 1930 serviu de roteiro para dois verdadeiros clássicos do cinema. O primeiro
“Cimarron”, que passou nas telonas em 1931, com Richard Dix e Irene Dunne, conquistou
as estatuetas de melhor filme, direção de arte e roteiro adaptado. Recebeu
ainda indicações nas categorias de melhor ator, atriz, diretor e fotografia.
Quanto ao “Cimarron” de 1960, apesar de mais modesto, ainda conseguiu ser
indicado ao Oscar por ‘Melhor Direção de Arte’ e ‘Melhor Som’.
03
– Os Melhores Contos de Faroeste (Vários Autores)
A coletânea de histórias lançada pela José Olympio
Editora em 2004 reúne 17 contos clássicos ambientados no velho oeste americano,
escritos por verdadeiras feras, entre os quais: Elmore Leonard, Jack London,
Stephen Crane e até mesmo Mark Twain – juro que eu não sabia que ele também
tinha escrito temas de bang-bang.
Faz parte da antologia um dos maiores clássicos do
velho oeste. Estou me referindo ao conto Um
Homem Chamado Cavalo de Dorothy M. Johnson que no início dos anos 70 foi
adaptado para os cinemas. O filme homônimo tinha no papel principal o saudoso
ator Richard Harris (o Dumbledore de Harry Potter) que vivia um aristocrata
inglês (John Morgan), de modos refinados, que fazia parte de uma expedição em
Dakota em 1821, quando acaba sendo capturado por indios Sioux.
Morgan passa a ser tratado como um animal, entretanto
ao contrário dos outros homens brancos, ele passa a respeitar a cultura dos
seus captores, ao mesmo tempo em que inicia um aprendizado sobre os seus
costumes. Desta maneira, o aristocrata vai ganhando, aos poucos, o respeito dos
índios. Apesar de ter assistido ao filme ainda moleque, me recordo de uma cena onde
o personagem para poder se casar com uma índia da tribo acaba sendo obrigado a
passar por um ritual medonho. Brrrr..
A presença dessa história em Os Melhores Contos de Faroeste chamou-me a atenção devido a sua
raridade. O conto de Johnson nunca veio a ser lançado no Brasil. Ele apareceu
pela primeira vez na revista Coller, em
7 de janeiro de 1950, depois foi reeditado em 1968, como uma pequena história
dentro do livro Indian Country,
também de autoria da escritora americana.
Vou ser sincero, já li o livro e dos 17 contos gostei
apenas de oito, mas todos nós sabemos que gosto não se discute, pode ser que
você acabe gostando daqueles que eu não gostei e odiando aqueles que eu amei.
04
– Meridiano de Sangue (Cormac McCarthy)
Cara, muito violento. Não recomendo para os leitores
mais sensíveis. Apesar do enredo denso e cheio de ações agressivas e selvagens,
a obra de Cormac McCarthy foi bem aceita tanto pela crítica quanto pelo
público. Neste livro, McCarthy reinventa a mitologia do Oeste americano criando
uma obra arrebatadora sobre uma terra sem lei, em que o absurdo e a alucinação
se sobrepõem à realidade.
Desde as primeiras páginas de Meridiano de Sangue, o leitor acompanha um rapaz sem família, conhecido
apenas por “Kid”, abandonado à própria sorte num mundo brutal em que, para
sobreviver, precisa ser tão ou mais violento que seus inimigos. Recrutado por
uma companhia de mercenários a serviço de governantes locais, atravessa regiões
desérticas entre o México e o Texas com a missão de matar o maior número
possível de índios e trazer de volta seus escalpos.
Liderados pelo Capitão Glanton e um homem terrível,
conhecido por "O Juiz" um gigante albino violento, capaz de matar
animais e até mesmo crianças. Ele é visto como uma figura carismática,
inteligente, habilidosa e até mesmo sobrenatural.
Em Meridiano de
Sangue, o autor mostra uma parte violenta da história americana, o velho
oeste desmistificado de toda a sua aura de inocência e duelos heroicos. O que
vemos no enredo é algo denso, carregado de selvageria que nos faz ter uma visão
menos simplista do papel e da luta dos nativos americanos e até dos cruéis
caçadores de escalpos.
05
– Oeste Vermelho (Magno Costa e Marcelo Costa)
Tenho dois amigos que leram essa história e adoraram e
olha que eles são leitores muito exigentes. Além disso, constatei boas
avaliações com relação a Oeste Vermelho
nas redes sociais. Por isso decidi incluí-la nesta relação.
A história em quadrinhos criada pelos irmãos
brasileiríssimos Magno e Marcelo Costa se passa numa típica cidade pequena do
Velho Oeste americano povoada por fazendeiros e ameaçada por bandidos
assassinos. Poderia ser considerada uma história comum, se não fosse a ambientada
no mundo dos desenhos animados de gatos e ratos. Oeste Vermelho é inspirado nos filmes de Sergio Leone e John Ford,
e é uma jornada de perdas, redenção e, mais do que tudo, vingança, mas só que envolvendo
os nossos amiguinhos gatos e ratos.
A saga criada pelos irmãos Magno acompanha a história de
Nedville, uma cidade de ratos. A pequena
cidade de faroeste logo é abalada com a notícia de um ratinho forasteiro que
diz que gatos fizeram uma chacina na cidade vizinha.
Logo formam-se dois grupos: um comandado por Frank
Jones (que quer armar uma defesa contra os gatos e até abandonar a cidade se
for o caso) e outro comandado pelo rico roedor Madlock (que não acredita na
história e quer que tudo siga normal). Os dias passam e os gatos comandados por
Chartreux finalmente chegam na cidade.
Com a chegada dos gatos chega também a violência. A
matança desenfreada feita pelos felinos tem uma carga emotiva grande.
É a partir da covardia dos gatos que a vingança de
Frank Jones tem início. Como disse antes, é uma história sem grandes inovações
e segue os moldes tradicionais de vinganças do velho oeste. O ratinho Frank
Jones é muito bem construído e é inevitável que torçamos para o sucesso de sua
missão.
Fica aí uma boa dica de leitura.
06
– Valdez Vem Aí (Elmore Leonard)
O livro de
Elmore Laonard mostra um Velho Oeste sem lei, onde o homem que o representa só
tem poder na medida em que sabe atirar bem. Neste universo brutal, Valdez Vem Aí conta uma profunda
história de moralidade e justiça.
No enredo, um pistoleiro chamado Valdez tenta impedir
que um homem negro, casado com uma índia seja morto por um grupo de cowboys
comandados por um homem muito poderoso chamado Frank Tanner. Ele é acusado
injustamente de um crime que não cometeu. O pistoleiro não consegue impedir a
morte do homem que acaba deixando uma viúva grávida.
Valdez sabe que a pessoa que deu início ao mal
entendido que culminou na morte do negro foi Frank Tanner. Por isso, decide
então ir conversar com ele, a fim de pedir quinhentos dólares para ajudar a
índia grávida. Tudo o que consegue é ser rebaixado e humilhado por Tanner e
seus inúmeros capangas. Tenta recorrer ao diálogo novamente e acaba ainda mais
humilhado, sendo enxotado da fazenda com uma cruz presa às costas.
O que seus inimigos não lembram é que depois da
crucificação vem a hora da ressurreição.
Bob Valdez revira o fundo do armário e reaparece como
o pistoleiro que ninguém via há anos.
Escrito em 1970, este livro foi o oitavo romance de
Elmore Leonard e uma de suas investidas de maior sucesso no gênero faroeste.
Repleto dos diálogos afiados, o livro agrada em cheio os fãs de um bom western.
07
– Herança de Sangue: Um Faroeste Brasileiro (Ivan Sant’Anna)
Quem disse que o Brasil também não viveu os seus
tempos de Velho Oeste? Taí a obra do escritor Ivan Sant’Anna que não me deixa
mentir. Herança de Sangue: Um FaroesteBrasileiro narra a violenta formação histórica da cidade de Catalão, no
sertão de Goiás. Apesar de se tratar de um assunto histórico, o autor consegue
prender a atenção do leitor pois seu texto é leve e fluido.
A obra narra o surgimento da cidade ainda durante o
Brasil Colônia (século XVIII), passando pelo Império Brasileiro de D. Pedro II
e pela República Velha onde o coronelismo era a grande força política no
interior do Brasil.
Sant’Anna narra que desde sua fundação por
bandeirantes paulistas até meados do século passado, Catalão - atualmente uma
próspera cidade do interior goiano - era uma espécie de faroeste brasileiro.
Histórico ponto de pouso dos mais variados tipos de aventureiros em busca de
enriquecimento rápido, a localidade foi cenário de terríveis massacres e
disputas políticas. Matadores, criminosos e foragidos de todos os quadrantes
faziam do pequeno povoado um inferno de violência em meio ao trânsito de ouro,
pedras preciosas e mercadorias.
Os pistoleiros e valentões catalanos eram famosos por
sempre resolver as discussões, até as mais irrelevantes, no tiro ou na faca.
Assassinatos cometidos para solucionar questões "de honra" também
vitimaram gerações e gerações de famílias rivais, envolvidas numa selvagem
espiral de vingança.
Um livro bem no estilo Velho Oeste, mas brasileiro.
08
– Dança com Lobos (Michael Blake)
Muitas pessoas conhecem apenas o filme com Kevin
Costner que ficou famoso ao papar sete Oscars, incluindo os de Melhor Filme e
Melhor Direção. Mas o detalhe importante que vários cinéfilos e leitores não
sabem é que a célebre produção cinematográfica foi, na realidade, adaptada de um
livro homônimo escrito por Michael Blake.
Livro e filme narram a saga de John Dunbar, um oficial
de cavalaria, que se destaca como herói na Guerra Civil Americana e, por isto,
recebe o privilégio de escolher onde quer servir. Ele escolhe um posto longínquo
e solitário, na fronteira.
Ao chegar nesse local isolado, ele estabelece amizade com um grupo de índios
Sioux - Lakota, sacrificando a sua carreira e os laços com o exército
estadunidense em favor da sua ligação com este povo, que o adota.
A convivência com os indígenas faz com que Dunbar,
pouco a pouco, vá adquirindo seus costumes, ao mesmo tempo em que ganha
respeito dos nativos. Dunbar acaba se envolvendo com uma mulher branca criada
pelos Siouxs, tornando-se um verdadeiro membro da tribo participando, inclusive
de batalhas com outros índios inimigos.
09
– Areia nos Dentes (Antônio Xerxenesky)
O livro da gaúcho Antônio Xerxenesky mistura duelos,
carteados, mariachis, cowboys e pasmem: zumbis! Hauhauhau! Isto mesmo: zumbis,
acredita?! E o curioso é que a maioria das pessoas que leram - conforme pude
verificar nas redes sociais – gostaram muito do enredo.
Areia
nos Dentes narra a história de Juan Ramírez, filho de Miguel,
que tem uma rixa com a família Marlowe. Os Ramírez desconfiam que os Marlowes
escondem alguma coisa no seu porão. A história é contada por outro Juan,
descendente do primeiro, um velho morador da Cidade do México. Ambas as
famílias se odeiam e decidem sempre resolver as suas pendengas (por mais
simples que sejam) na bala.
Para complicar ainda mais a situação, dois jovens das
famílias rivais decidem se apaixonar passando a viver um amor proibido. O que
isso significa? Simples: mais balas.
Para completar o bolo tem os zumbis que também dão as
caras na história, mas só no final.
10
– A Filha do Demônio Mayara Cordeiro)
Gostei muito do livro da autora brasileira Mayara
Cordeiro. A Filha do Demônio conta a
história de uma jovem menosprezada em sua pequena comunidade, inclusive pelos
seus próprios familiares, e que sai em busca de vingança por algo que fizeram à
sua mãe. A sua jornada será cheia de surpresas. Ela encontrará pelo caminho
vários personagens dispostos a ajudar e outros com prazer em lhe prejudicar.
Não quero estragar o enredo com spoilers mas já
adianto que não há como não se apaixonar por Yanan, uma típica heroína ‘a la
Sheldon’ ou então querer invadir a história para moer de pancadas o FDP do Rael
Amaya, um dos vilões mais cruéis que já vi num livro.
Os últimos capítulos são bem tensos com direito a
duelos, tiroteios e perseguições. Os leitores ficarão com uma vontade enorme de
mergulhar nas páginas para tomar partido de determinados personagens. Destaque
para um reencontro que acontece no final, muito emocionante.mantes de uma boa
história de faroeste.
Taí; espero que esta lista possa ir de encontro aos
desejos dos os leitores que apreciam o gênero western.
25 maio 2022
Aeroporto, uma leitura que empacou sem nenhum motivo
Você já tentou ler um livro, um livro bom, muito
elogiado, mas mesmo assim, com a sua leitura empacando, sei lá... travando?
Estranho isso, concordam? Pois é, aconteceu comigo há algum tempo, “uns” dois
anos, creio eu.
Tenho, ainda, em minhas estantes vários livros que
comprei logo no início, quando resolvi criar um espaço para “abrigar” apenas as
minhas obras literárias. Isso há mais de 20 anos; e você acredita que ainda
tenho livros que adquiri naquela época e ainda não li?! Aeroporto de Arthur Hailey é um deles.
Ainda me lembro que no período em que adquiri o romance
em um sebo, o Portal Estante Virtual nem existia; ele só viria a surgir três
anos depois. “Livraria Osório – Livros usados”; viram só como ainda me recordo
do nome do sebo onde comprei Aeroporto?
Aliás, os primeiros livros que comprei – no momento em que decidi deixar de ser
um rato de biblioteca e ter as minhas próprias sagas, coleções e obras avulsas
para ler ou reler quando quisesse – foram nesse sebo localizado em Curitiba, no
Paraná. Ah! nessa mesma época ainda consegui encontrar diversas publicações na
Livraria Papirus, também de Curitiba. Acho que os dois foram os primeiros sebos
a comercializarem as suas obras pela internet.
Mas vamos voltar ao cerne dessa postagem antes que eu me
aprofunde em minhas divagações. Vamos lá. Comprei Aeroporto, influenciado pelo filme homônimo que havia assistido no
cinema em minha infância, nos meus 10 ou 11 anos; acredita?! Depois de tanto
tempo ainda me recordava de alguns momentos da história vivida pelos
personagens de Burt Lancaster e Dean Martin.
Mal o livro chegou pelos correios – naquela época
ainda existiam os ‘fretes a pagar’ quando os correios lhe avisavam que havia uma
“encomenda” para você retirar e pagar na agência; bons tempos aqueles – já
comecei a ler, mas acontece que a leitura não engatava. A história criada por
Hailey desenrola-se no agitado Aeroporto Internacional Lincoln, em Chicago, durante
uma tempestade que estende-se também, por boa parte do Centro-oeste dos Estados
Unidos. Enquanto a equipe de funcionários do aeroporto tenta contornar os
problemas oriundos dessa tempestade, surge um outro contratempo tão ou até mais
grave: um passageiro embarca em uma aeronave com uma bomba, com a intenção de
explodi-la — suicidando-se — entregando a sua família trezentos mil dólares
americanos, de seu seguro de vida.
Após investigações em terra, a tripulação do avião em
que o suicida embarcara toma decisões de emergência na tentativa de pousar a
aeronave em segurança.
Achei o roteiro incrível e quando assisti ao filme,
não conseguia desgrudar os olhos da tela, mas no momento em que peguei o livro
nas mãos, a leitura empacou. Cara, se você me perguntasse o motivo desse
bloqueio juro que eu não saberia lhe responder. Olha... sinceramente, não sei.
Tinha em mãos um romance que tanto os leitores quanto os críticos da época haviam
elogiado aos borbotões e com um enredo incrível, mas acontece que... a leitura
não ia.
No início pensei que o grande número de páginas, 563,
havia sido o motivo, mas ocorre que eu já tinha lido e adorado sagas bem mais
extensas. Depois imaginei que a causa desse bloqueio com o romance de Hailey
seria o número excessivo de personagens e consequentemente tramas paralelas, mas,
no meu caso, até aprecio enredos com essas características, desde que bem
escritos. Agora, você deve estar se perguntando: “E no caso de ‘Aeroporto’, a
narrativa com diversos personagens era bem ‘costurada’?” Eu lhe respondo que
sim; pelo menos no início até onde eu conseguia engatar a leitura.
Em outras palavras, algo estranho, muito estranho:
você ter um best-seller incrível nas mãos e não conseguir lê-lo. Ahahahahhaha!!
Contei esse fato para Lulu e ela disse rindo que talvez tenha sido o contrário:
“Olha Jam, acho que foi o livro que não topou muito com a sua cara”. Pode?
(rs).
Me desculpe ter tomado o tempo de vocês com mais essa
divagação, mas sabem... não consigo evitar, às vezes, “elas” escapam e quando
percebo já é tarde demais, já as escrevi.
21 maio 2022
Seis livros, outrora difíceis, que se tornaram fáceis nas estantes das livrarias
Há ‘uns’ dez anos, ainda me lembro que estava correndo
desesperadamente atrás de A Hora do
Lobisomem, de Stephen King, uma publicação simplizinha de marré da editora
LPM Pockets. Queria aquele livrinho de bolso de qualquer maneira. Até que um
dia o encontrei num sebo virtual por aproximadamente R$ 200,00, em valores
atualizados. “R$ 350,00!!!!, que roubo!!!!” Gritei, na época. Não entrava na
minha cabeça como uma publicação de bolso com as páginas já amareladas pelo
manuseio e a capa com uma fita adesiva transparente na lombada pudesse custar
aquele valor. Hoje, entendo – mas não muito (rs) – o motivo do seu alto custo:
tratava-se de um livro raro, daqueles que você fuça nas livrarias, até se
cansar, e só encontra dois ou três exemplares.
Pois é galera, e não é que três ou quatro anos depois,
a Suma (quando ainda era chamada de Suma de ‘LETRAS’) acabou relançando A Hora do Lobisomem numa edição
ultra-luxuosa em capa dura e toda ilustrada?! Quer mais? E por um preço módico!
Atualmente essa edição da Suma pode ser encontrada facilmente em qualquer
livraria física ou virtual.
À exemplo desse clássico escrito por Stephen King,
existem muitos outros em situação semelhante, ou seja, estavam praticamente
esgotados no passado, mas agora podem ser encontrados facilmente nas livrarias.
Dentro desse contexto ‘deu na telha’ escrever uma
postagem sobre o tema. Assim, escolhi cinco livros que eram endeusados em anos
passados por serem raros, mas depois com o passar do tempo acabaram perdendo a “coroa”
para a alegria de todos nós leitores. Obrigaduuuuuuuuuu à todas as editoras que
tiveram a brilhante ideia e principalmente compaixão de todos nós, devoradores
de livros, em relançar essas preciosidades. Vamos a elas!
01-
A Hora do Lobisomem (Stephen King)
Em 2014, quando escrevia uma postagem sobre obras
raras, tinha conseguido localizar nos sebos virtuais apenas um exemplar de A Hora do Lobisomem. Fiquei sabendo,
naquela época, que inexplicavelmente, em sua primeira edição (1983), a editora LPM
Pockets havia colocada poucos livros no mercado literário. Resultado: eles se
esgotaram rapidamente.
O preço assustava e girava em torno de R$ 100,00, em
2014.
Cara, como eu queria aquele livro! Como o preço era
absurdamente elevado, fiquei sonhando com o livrinho véinho de bolso; aliás um
sonho frustrado. Este sonho só foi se tornar realidade quando a então editora
Suma de Letras (hoje, um selo da editora Companhia das Letras), anunciou em julho
de 2017 que relançaria a obra de King numa edição luxuosa com a promessa de encher os olhos da galera.
A narrativa faria parte da coleção Biblioteca
Stephen King que tinha começado a reunir os relançamentos de publicações
raras do autor.
E a Suma, de fato, prometeu o que tinha cumprido. A
segunda edição de A Hora do Lobisomem
chegou ‘rasgando’: ilustrações originais de Bernie Wrightson, capa dura
emborrachada e conteúdo extra.
O livro narra a história de assassinatos que estariam
sendo ocasionados por um lobisomem na pequena cidade de Tarker´s Mills
localizada no Maine. A cada noite de lua cheia, mortes acontecem na pequena
cidade deixando os seus moradores inquietos e amedrontados.
A
Hora do Lobisomem era um livro curto, dividido em 12
capítulos e com pouco mais de 100 páginas, no formato pocket. Com o
relançamento da Suma, a história ganhou uma edição luxuosa, incluindo as
fantásticas ilustrações de Wrightson,
que trabalhou com King nas capas das edições americanas de A Dança da Morte, Creepshow
e Torre Negra V: Lobos de Calla.
02
– A Casa Infernal (Richard Matheson)
Richard Matheson escreveu A Casa Infernal em 1971, mas o livro só foi desembarcar no Brasil
38 anos depois, pela Novo Século! Verdade galera! A história chegou em terras
tupiniquins em 2009; pouco tempo depois, já estava esgotada e com o preço nas
alturas. Há cerca de cinco anos, os interessados em ler a fantástica e
aterrorizante história criada por Matheson não a encontravam nos sebos e muito
menos nas livrarias. Por isso, cheguei a pensar que estava extinta. Então, no
final de maio de 2018 apareceram dez livros na Estante Virtual; o mais barato,
na faixa de 69,00. Em menos de um mês já tinham sido vendidos todos! A partir
daí, o livro desapareceu novamente e quando retornou aos sebos... caráculas! O
preço causava taquicardia no mais controlado dos leitores.
Mas em setembro de 2021, a DarkSide, a editora da
Caveirinha, decidiu relançar a obra dando um presentaço de Natal antecipado
para os seus leitores.
A edição lançada pela Darkside está tão bonita - na
verdade, um luxo só - que apesar de eu já ter o livro da Novo Século, vou acabar
fazendo um sacrifício e... comprando a
nova publicação.
A editora da Caveirinha optou por fazer uma pequena
alteração no título da obra de 2009, ou seja, saiu A Casa Infernal e entrou HellHouse: A Casa do Inferno. O lançamento faz parte da nova coleção da
DarkSide chamada Dark House,
arquitetada para homenagear as narrativas de assombração que habitam os
pesadelos dos leitores. E para inaugurar com chave de ouro esse novo selo, a
editora escolheu a história de Matheson que está completando 50 anos.
Arrebentou a boca do balão, heinnn Caveirinha?!
03
– O Planeta dos Macacos (Pierre Boulle)
Caramba! Como este livro também me cansou e... me
frustrou. Queria, tresloucadamente, ler a história do escritor francês Pierre
Boulle. Já havia assistido os filmes clássicos dos anos 70 com Charlton Heston
e Roddy McDowall e agora deseja bastante ler a obra literária. Fiquei frustrado
por muito tempo porque não conseguia encontra-lo em nenhum lugar. Quando, em
2011, dei de cara com uma edição de Portugal, caríssima, e mesmo assim, feliz
da vida, coloquei na cesta de compras, outro leitor acabou sendo mais rápido e
me passou a perna. Resultado: quando fechei o pedido, apareceu a mensagem de que
a obra já havia sido vendida. Putz e Putz! Que frustração.
Lembro-me que na década de 80, as bancas de revistas –
inclusive, as de minha cidade – vendiam num pacote só, filme (VHS) mais o livro
no qual a história havia sido inspirada. Entre os títulos lançados estava O Planeta dos Macacos. Na época não me
interessei muito, mas depois de duas décadas sai em disparada como um louco na
captura do livro de Boulle. Caramba! Não encontrava em lugar nenhum. Continuei
a minha procura, sem sucesso, nos sebos físicos e virtuais até 2008 quando a
editora Agir decidiu relançar a obra em terras tupiniquins. Pôoooo!!Buuummmm!!
Soltei rojões, foguetes e morteiros prá todos os lados. Meu amigo, como
comemorei! Acredito que fui um dos primeiros a comprar o livro.
Depois de algum tempo, novamente, a publicação da Agir
sumiu das prateleiras dos sebos. Simplesmente evaporou. Se não me engano, em
2011, fiz uma varredura nas redes sociais e só descobri uma edição em português,
de Portugal, perdida num sebo e por um preço estrondoso: R$ 200,00, creio eu.
Mas o tempo passa e atualmente, O Planeta dos Macacos está sobrando nas livrarias. Em 2015, a
editora Aleph relançou a história de Boulle numa edição em capa vermelha e em
2020, a publicação voltou às estantes das livrarias numa publicação em capa
amarela com direito a um brinde para os leitores – um imã de geladeira com a
ilustração de um macaco. Os dois livros em brochura.
04
– O Parque dos Dinossauros (Michael Crichton)
Como lutei para conseguir esse livro em 2001! Naquela
época ainda não tínhamos o advento dos sebos on line. Se não encontrássemos o
livro que queríamos numa livraria on line tradicional, tínhamos de procura-lo
em um sebo físico, de preferência, localizado numa cidade próxima da que
morávamos.
Consegui localizar O Parque dos Dinossauros de uma maneira nada convencional: através de uma
sala de bate-papo na Net. Isso mesmo, numa sala de bate-papo!! Joguei o meu
desejo de consumo na “Rede” e qual não foi a minha surpresa quando uma
professora da minha época de universidade viu o meu recado e resolveu enviar o
livro pelo correio.
No início do ano 2000, a obra de Crichton estava
esgotada nas livrarias. Restavam os sebos físicos, ponde você raramente
encontrava o livro até que apareceu essa oportunidade de ouro numa sala de
bate-papo. E pensar que hoje, os leitores encontram a publicação facilmente em
qualquer livraria, inclusive no formato capa dura com todo o luxo. Nos sebos
online, então... nem se fala, os preços são módicos demais, variando de R$ 4,00
à R$ 15,00.
05
– Viva e Deixe Morrer (Ian Fleming)
Há mais de dez anos, decidi ter em minha estante todos
os livros de James Bond escritos por Ian Fleming. E assim, comecei a minha
“peregrinação” pelos sebos online. Em menos de um ano consegui ‘fechar’ a
coleção, mas confesso que Viva ou Deixe Morrer me deu um trabalho danado. Só fui conseguir adquirir a publicação no
formato pocket (1999) bem no final da minha peregrinação. Não encontrava o
livro em nenhum sebo e quando o localizava custava “horrores”.
Quando já estava quase desistindo, por acaso, vi na
internet uma oferta supimpa. Não me lembro o valor na época, o que sei é que
estava muito barato em comparação aos preços que já tinha visto. Comprei na
hora. Nos dias seguintes, o livro publicado pela L&pm havia sumido dos
sebos online, entrando para o rol das obras raras.
Pouco tempo depois, em 2013, a editora Alfaguara
colocaria nas estantes da livraria uma edição, também, de bolso da história.
Pronto, Viva e Deixe Morrer perderia
o status de obra rara. Atualmente pode ser encontrado em qualquer livraria a
preços mais do que camaradas.
06
– Trocas Macabras (Stephen King)
Fecho essa lista com mais uma obra de Stephen King.
Uma obra que até há pouco mais de um ano era considerada uma joia lapida nos
sebos com preços assustadores. Acho que em 2018, os preços chegavam a R$
450,00!! PQP! Acredita nisso?! R$ 450,00 num livro velho e bem manuseado! Pois
é, acredite, Trocas Macabras
conseguiu essa proeza.
Em 2018, a editora Suma anunciou que a história seria
relançada e faria parte da coleção Biblioteca
Stephen King. A galera que estava babando para ter a obra em sua estante
festejou a notícia à exaustão.
Mas confesso que a Suma pisou na bola porque atiçou a
vontade dos fãs de King e só ficou nisso porque após o anuncio do relançamento
de Trocas Macabras o assunto esfriou.
Mas após inúmeras cobranças dos leitores, a editora relançaria o livro dois
anos após o seu anuncio, ou seja, em novembro de 2021. Tudo bem, Suma, está
perdoada. Demorou, mas chegou.
Seguindo o mesmo projeto gráfico dos outros cinco
exemplares que compõem da icônica coleção lançada pela Suma em 2016, Trocas Macabras chegou às mãos dos
leitores em capa dura, 656 páginas em papel de altíssima qualidade e um layout
mucho loko – no bom sentido. Capa toda verde com imagens em detalhes pretos e
as letras na tonalidade branca. Cá entre nós, adorei.
O livro foi escrito em 1991 e chegou ao Brasil no ano
seguinte através da antológica coleção Mestresdo Horror e da Fantasia.
Agora, temos de continuar torcendo para que as editoras
deem sequencia nos lançamentos de obras raras que sumiram das livrarias e que
estão custando uma fortuna nos sebos. Nossa! E tem tantas, né?
15 maio 2022
Livro sobre os 50 maiores shows da história traz todo o clima e os segredos que rolaram nesses eventos
Gosto muito das notícias do show business; mas cá
entre nós, quem não fica curioso em desvendar os segredos dos bastidores do
meio artístico ou então relembrar o glamour dos shows de grandes feras do rock ou
do pop realizados pelo mundo afora? Talvez por isso, eu tenha amado um livro
que na época do seu lançamento (2012) acabou passando despercebido pela maioria
dos leitores brasileiros. Estou me referindo a obra De A-Há a U2 do
jornalista, crítico musical e apresentador Zeca Camargo que traz os bastidores
de entrevistas que ele realizou ao longo de sua carreira.
Em 53 entrevistas, com alguns dos nomes mais
importantes da música nacional e internacional, o leitor é introduzido no
processo criativo de produção jornalística, acompanhando os bastidores, as
aventuras e impressões do repórter. Os maiores nomes da música aparecem em
ordem alfabética; com verbetes, e a viva descrição dos contatos e entrevistas
ajudam a desvendar a personalidade de cada um.
Cara, livraço, amei! Por isso quando fiquei sabendo,
por acaso, do lançamento de Os 50 maiores
shows da história da música do jornalista carioca Luiz Felipe Carneiro, publicado
pela editora Belas-Letras, só faltei soltar fogos em comemoração. Como fiquei
muito animado com a obra do Zeca, evidentemente também não faltou animação para
o lançamento do Luiz Felipe que apesar de abordagens diferentes ainda trazem
algumas similaridades, afinal exploram os segredos do show business.
Os
50 maiores shows da história da música, lançado em abril, traz
em ordem cronológica, desde a última apresentação ao vivo do bluesman Robert
Johnson, em 1938, até um espetáculo recente da turnê “American utopia”, de
David Byrne, ex-Talking Heads. O autor diz que só assistiu a um dos shows
listados.
Luiz Felipe fez uma pesquisa tão aprofundada que o
leitor é praticamente levado até o momento de cada apresentação. Como no
histórico show de Elton John no Dodger Stadium, em 1975, na Califórnia: “Quando
os portões do estádio se abriram, bolas de praia foram lançadas para o público.
(...) O sol ainda estava forte quando Elton John entrou sozinho para cantar
‘Your song’, ao mesmo tempo que seu piano, sobre uma plataforma hidráulica,
deslizava até a frente do palco. Bernie Taupin descreveu o momento: ‘Todo mundo
estava abrindo os braços, gritando, tirando a camisa e girando-a acima da
cabeça, envolvido por uma brisa de maconha’. A banda se uniu a Elton para
‘Border song’, e depois ele despejou sucessos como ‘Levon, ‘Rocket Man’, além
da raramente executada ‘Empty sky’, faixa-título do disco de estreia”.
O livro traz detalhes de todos os shows listados fazendo
com que os leitores mergulhem de cabeça na leitura como se estivessem ali,
naquele momento, assistindo há uma apresentação de Paul McCartney, Elvis
Presley, The Doors, Madonna, Guns N’Roses, além de shows que rolaram em eventos
como Rock in Rio, Live Aid, The Freddie Mercury Tribute Concert, entre outros.
Os
50 maiores shows da história da música também é um passeio
privilegiado ao backstage, revelçando muitas curiosidades – das mais simples às
mais extravagantes, que só grandes artistas poderiam protagonizar.
Quanto ao layout, a editora Belas-Letras, de fato,
caprichou. Anotem aí: edição de luxo em capa dura, com 304 páginas de textos,
mais um anexo de 50 pôsteres destacáveis (e sem dobras) exclusivos, criados
pelo artista Jonas Santos, reimaginando cada um dos shows descritos. É mole ou
quer mais? (rs). Só o preço que assusta um pouco, mas... fazer o que cara, o
livro deve ser bom demais. Tá todo mundo elogiando, portanto, acho que vale a pena
o sacrifício.
11 maio 2022
A Ira dos Anjos
Os livros de Sidney Sheldon são fodásticos. Até
aqueles com enredos mais fracos conseguem fisgar os leitores, imaginem então,
as narrativas mais apuradas como O Reversoda Melha, O Outro Lado da Meia Noite,
Lembranças da Meia-Noite, Nada Dura Para Sempre e este que eu
acabei de ler há alguns dias chamado A
Ira dos Anjos. L-i-v-r-a-ç-o!! Um dos melhores de Sheldon. O livro é tão
bom que chego a ter medo de escrever essa resenha pelo simples fato de liberar
spoilers, os menores que sejam. Por isso serei breve.
Acho que bastaria apenas dizer escrever: “o
livro é ótimo” e ponto final. Mesmo assim vou tentar avançar para aguas mais
profundas sem estragar o enredo. Vou começar pelos personagens tão bem
estruturados criados pelo autor. Cada um deles tem o seu carisma próprio que
acaba conquistando o leitor durante o desenrolar da trama. Aliás, Sheldon era
um dos poucos autores que tinha a capacidade de desenvolver vilões tão elaborados
ao ponto de fazerem com que os leitores torcessem por eles na trama, apesar de algumas
de suas atitudes não serem tão “santas”. Por outro lado, o autor também tinha o
dom de compor vilões tão maldosos e mocinhos ou mocinhas com tantas virtudes sem
transformá-los em personagens caricaturais. Porque isso ocorria? Simples. O
autor não mostrava só os defeitos do vilão ou só as qualidades do mocinho (a).
Capiche? Acho que isso explica tudo. Não preciso dizer mais nada com relação
aos personagens de A Ira dos Anjos,
apenas que eles irão criar um vendaval de emoções. Isto significa que vocês
irão amá-los e odiá-los, torcer por eles e depois querer que eles se chafurdem
na lama e por aí afora. Mas uma coisa é certa: os leitores jamais irão
esquecê-los.
Quanto a trama, me prendeu do início ao fim, tanto é
que citei no início dessa postagem que considero A Ira dos Anjos um dos melhores livros de Sheldon. O romance pode
ser incluído na lista daqueles que fazem parte da chamada “Época de Ouro
Sheldoniana” quando o autor escreveu os seus melhores romances.
A obra narra a saga de Jennifer Parker, uma brilhante
advogada em ascensão. Entretanto menos de 24 horas após ingressar na Promotoria
Distrital de Manhattan, em Nova York, a jovem vê sua promissora carreira ser
fortemente ameaçada. Com isso, a brilhante ascensão da jovem dura pouco – tempo
suficiente apenas para cair em uma cilada durante o primeiro julgamento no novo
cargo.
De repente, ela vê seus planos irem por água abaixo e
sua vida sofrer uma inesperada reviravolta: além do risco de ter a sua licença
cassada, Jennifer ainda pode ir para a cadeia.
Em meio a tudo isso, a bela advogada também precisa
lidar com as questões de seu coração dividido entre dois homens poderosos e com
personalidades distintas. Ela terá que dar a volta por cima e buscar a sua
redenção, mas conseguirá?
O livro lançado pela editora Record em 2014 tem mais
de 550 páginas, mas consegui devorá-las em apenas quatro dias. Recomendo e
muito.
07 maio 2022
Márcio Blanco Cava lança Cidade das estátuas, seu sétimo romance
É duro falar escrever sobre o trabalho de amigos. É
complicado demais, cara; pelo menos para os blogueiros literários honestos que
escrevem em suas resenhas o que, de fato, sentem ao concluir a leitura de determinada
obra, não se curvando servilmente para a pressão das parcerias com editoras.
Por mais que o seu amigo escritor seja um amigão, amigaço
ou super-amigo, se você criticar alguns pontos de sua narrativa, ele vai ficar
ferido; não aquela ferida grave de guerra que vai mutilar a amizade entre
vocês, mas aquele arranhão que vai incomodar a ambos. Um dia desses, estava
escolhendo quiabos na feira livre e saí com a mão pinicando por causa daqueles
maledetos espinhos minúsculos característicos daquele legume. Não perdi a mão,
mas me incomodou pacas, durante boa parte do dia. Sua amizade vai sofrer esse
tipo de arranhão se no momento em que resenhar o livro do tal amigo, prevalecer
a sua sinceridade.
Então num belo, você diz todo sorridente e confiante: “Não,
não! Mesmo esse livro desgraçado sendo ruim pra caráculas, vou dizer que ele é
ótimo, pelo menos não corro o risco de magoar o meu amigaço”. Se você pensa
dessa forma, fudeu tudo e de vez (desculpe o linguajar, mas não encontro outra
palavra para definir tal lambança). Vamos para os resultados dessa decisão nada
inteigente: primeiro problema: você vai perder toda a credibilidade que tem
junto aos leitores e seguidores do seu blog e... segundo problema: vai se
passar por mentiroso ou sabujo. Resultado: Para manter essa amizade com o seu
amigão escritor, você pagou um preço bem caro. E olha... não quero pagar nunca
esse preço. Tenho dois amigos escritores: Márcio ABC, que passou a assinar suas
obras como Márcio Blanco Cava, e César Bravo. Posso garantir que nunca os
elogiei sem que eles merecessem. Gosto demais das narrativas desses dois
sujeitos.
Fiz todo esse preambulo antes de “falar” sobre o
lançamento de Cidade das Estátuas
para que vocês entendam como aprecio o trabalho do seu autor Márcio Blanco Cava.
Conheço o Márcio há mais de 40 anos, desde nossa época de estudantes
universitários quando defendemos, juntos, nossa tese de final de curso, mas
acreditem, jamais iria elogiar um livro seu se eu não tivesse gostado. Poderia
até não criticar, mas também não publicaria nada no blog, enfim, não
incentivaria a sua leitura. Acontece que apreciei muito Parabala (2022), seu primeiro romance, além de Estado Bruto (2017) e Delação
(2019). Quanto as suas outras obras ainda não tive oportunidade ler; lembrando
que ele já publicou sete livros.
Por ter gostado de suas três publicações,
principalmente de Parabala acredito que Cidade
das Estátuas tem tudo para seguir o êxito de seus lançamentos anteriores,
por isso, certamente estarei lendo.
Lançado pela Editora Mireveja, de Bauru, o livro entrou
em pré-venda (com preço promocional) em 6 de maio, com exclusividade pelo site www.editoramireveja.com.
Cidade
das Estátuas narra a saga de Ambrosiano Maria, um
cidadão brasileiro que leva a vida sem sobressaltos até conhecer a misteriosa
Lúcia, que em poucos minutos transformará sua existência para sempre. Através
desse drama individual, segundo o release fornecido
pela editora, a história penetra a carne da sociedade para formular uma
importante questão: qual é o preço da alienação, da omissão, do individualismo?
O romance, ambientado na década de 1970, se passa em
uma cidadezinha repleta de estátuas, algumas bastante inusitadas, onde
fantasmas acreditam também fazer parte da vida local. Márcio evoca, daquele
período obscuro da história do Brasil e de outros ainda mais remotos, muitos
dos fantasmas que insistem em nos assombrar, entre eles as violências de raça e
de gênero e o desejo pela ditadura militar por parte de muitos brasileiros,
como observa a crítica literária Lúcia Facco, que assina o texto de orelha do livro.
"A obra reflete sobre o Brasil, sua formação, a construção de sua
identidade. Mas o drama da paixão vivida pelo protagonista compõe um universo
peculiar, capaz de cruzar realidade, fantasia, lirismo. Por fim, é um livro de
amor, terror e humor”, ela define.
O autor, por sua vez comenta que “o tema da ditadura
militar e a realidade do país sempre me moveram e estão presentes na maioria
dos meus livros, como Pater, Estado bruto e Delação. No entanto, com Cidades das estátuas sinto que consegui
dar um salto em termos de linguagem, experimentando mais, ousando mais, sem
perder o foco na história brasileira e projetando para os dias atuais”.
Nascido em Cafelândia, interior de São Paulo, Márcio
Blanco Cava, que também é conhecido como Márcio ABC, foi repórter, editor e
diretor de redação em diversos veículos e mídias, na capital e no interior
paulista, entre ele a Rede Bom Dia. Dedica-se à literatura desde 2002, quando
lançou seu primeiro romance, Parabala.
Márcio, boa sorte em mais esse lançamento e que venham
novos autores brasileiros com capacidade para fazer a diferença no mercado
editorial.
04 maio 2022
Oito livros para presentear no Dia das Mães
O Dia das Mães está chegando e acredito que muitas
pessoas que acompanham o blog ainda estão pensando numa maneira de presentear
essa pessoa tão especial. Quer uma sugestão? Antes deixe-me perguntar se a sua
mãe tem o hábito de ler. Tem? E olha... pra ser sincero, nem precisa ser uma devoradora
de livros, basta que ter esse hábito. Ela tem? Pronto, problema resolvido! Lá
vai a sugestão: dê um livro para ela, mas uma obra que tenha um enredo que
chame a atenção das mulheres.
No post de hoje, vou dar algumas sugestões de livros
para você presentear essa mulher tão especial e cheia de qualidades que você
tem o privilégio de ter ao seu lado. E posso garantir que uma mãe faz muita
falta, mas muita mesmo. Vamos lá. Então, anotem aí.
01
– Revolução de Laura: Reflexões sobre a maternidade e resistência (Manuela
D’Ávila)
Abro a nossa toplist com essa obra fantástica. Para
ser sincero, ainda nãoi tive a oportunidade de lê-la, mas duas colegas de
trabalho leram e adoraram. Revolução de
Laura: Reflexões sobre a maternidade e resistência é o registro afetivo de
uma mulher, mãe de uma criança de dois anos, que aceitou o desafio de concorrer
à presidência do Brasil em novembro de 2017 e que, em agosto de 2018, tornou-se
candidata a vice-presidente, chegando ao segundo turno. Uma mulher que
percorreu um país continental, amamentando sua filha e construindo uma nova
forma de ocupação do espaço político. Também é uma conversa, sobre uma jornada
de aprendizado e acolhimento. Sobre privilégios; sobre as lutas para que
privilégios não existam mais. É sobre direitos. É sobre feminismo e liberdade.
É sobre afeto, carreira e amor. É sobre estar e não estar; presença e ausência.
Sobre ser mãe e mulher; ser madrasta e não ser bruxa. Sobre acolher, sonhar um
outro mundo e ser o outro mundo sonhado. E, como diz o título é sobre uma
revolução chamada Laura.
02
– Mulheres que correm com os lobos (Clarissa Pinkola Estés)
O livro traz histórias e mitos, que refletem a
condição da mulher em diversas situações da vida. A obra que pode ser considerada
um clássico continua vendendo “horrores” desde o seu lançamento em 2018.
Segundo a autora e analista junguiana Clarissa Pinkola
Estés, os lobos foram pintados com um pincel negro nos contos de fada e até
hoje assustam meninas indefesas. Mas nem sempre eles foram vistos como
criaturas terríveis e violentas. Ela explica em seu livro que na Grécia antiga
e em Roma, o animal era o consorte de Artemis, a caçadora, e carinhosamente
amamentava os heróis.
Clarissa Estés acredita que na nossa sociedade as mulheres
vêm sendo tratadas de uma forma semelhante. Ao investigar o esmagamento da
natureza instintiva feminina, a autora descobriu a chave da sensação de
impotência da mulher moderna. Seu livro, Mulheres
que correm com os lobos, ficou durante um ano na lista de mais vendidos nos
Estados Unidos. Abordando 19 mitos, lendas e contos de fada, como a história do
patinho feio e do Barba-Azul, Estés mostra como a natureza instintiva da mulher
foi sendo domesticada ao longo dos tempos, num processo que punia todas aquelas
que se rebelavam. Segundo a analista, a exemplo das florestas virgens e dos
animais silvestres, os instintos foram devastados e os ciclos naturais
femininos transformados à força em ritmos artificiais para agradar aos outros.
Mas sua energia vital, segundo ela, pode ser restaurada por escavações
psíquico-arqueológicas' nas ruínas do mundo subterrâneo. Até o ponto em que,
emergindo das grossas camadas de condicionamento cultural, apareça a corajosa
loba que vive em cada mulher.
03
– Meu jeito de ser mãe (Fernanda Rodrigues)
Não é novidade que Fernanda Rodrigues é uma das
atrizes e apresentadoras de TV mais talentosas da sua geração. O que nem todo
mundo sabe é que ela também brilha em outro papel: o de mãe. Apaixonada pela
ideia de ter filhos desde pequena, Fernanda realizou seu sonho quando Luisa
nasceu. Logo depois começou a escrever sobre maternidade em um blog e, na
sequência, teve um menino, Bento.
Agora, Fernanda Rodrigues pariu mais um
"filho": o seu primeiro livro - Meu
jeito de ser mãe - no qual narra a experiência como mãe de maneira
sensível, bem-humorada e informativa. Mais do que dizer o que é certo ou errado
— afinal, cada filho é diferente do outro —, Fernanda deseja dividir suas
vivências.
Contando com a consultoria de uma obstetra-ginecologista,
uma pediatra e uma dermatologista, ela passa pelos principais tópicos relativos
à gravidez e à maternidade, como parto, amamentação, alimentação da mãe e dos
filhos e todos os conflitos e inseguranças que aparecem pelo caminho.
Um livro que com toda a certeza, as mães irão adorar.
04
– A guerra não tem rosto de mulher (Svetlana Aleksiévitch)
Um livro que narra a história de mulheres lutadoras
que apesar de todas as dificuldades jamais desistiram de seus objetivos. A
escritora e jornalista bielorussa e ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura em
2015, de fato caprichou na narrativa.
A história das guerras costuma ser contada sob o ponto
de vista masculino: soldados e generais, algozes e libertadores. Trata-se,
porém, de um equívoco e de uma injustiça. Se em muitos conflitos as mulheres
ficaram na retaguarda, em outros estiveram na linha de frente. É esse capítulo
de bravura feminina que Aleksiévitch reconstrói neste livro.
Quase um milhão de mulheres lutaram no Exército
Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, mas a sua história nunca foi
contada. A autora deixa que as vozes dessas mulheres ressoem de
forma angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam frio, fome, violência
sexual e a sombra onipresente da morte.
O A guerra não
tem rosto de mulher é basicamente um apanhado de relatos de mulheres
soviéticas que combateram durante a Segunda Guerra Mundial. Praticamente não
lemos as próprias palavras da autora, são várias transcrições de entrevistas
que ela realizou nos anos 1980. As opiniões dos leitores nas redes sociais são
muito favoráveis à obra a qual eles definiram
como tocante,,, emocionante.
Presentaço para as mamães.
05
– Livro da Gratidão (Carolina Chagas)
Gratidão é uma qualidade que todos possuímos ― quem
nunca se sentiu grato a alguém ou por alguma coisa que recebeu? Mas, na
verdade, agradecer é um desafio diário.
Afinal, é tão fácil se deixar levar pela enormidade de
problemas e obstáculos que surgem todos os dias… Sabemos que quem é grato é
mais feliz. Então, como fazer para superar a mania de reclamar a cada nova
dificuldade? Este livro nos lembra, através de lindas frases e exercícios, de
todos os motivos pelos quais podemos ser gratos e nos ensina a praticar aquilo
que nascemos para fazer.
06
– Pequenas Grandes Mentiras (Liane Moriarty)
Em um lugar aparentemente perfeito, as ‘mulheres
ricas’ têm muito mais segredos escondidos do que a primeira impressão deixa
transparecer. Essa é a premissa de Pequenas
Grandes Mentiras, o livro que deu origem à elogiada série homônima da HBO,
Big Little Lies.
Enquanto a série é ambientada na Califórnia, a obra
original de Liane Moriarty (a mesma autora de O Segredo do Meu Marido, da Editora Intrínseca) acontece em Pirriwee,
uma península fictícia da Austrália que foi inspirada em diversas praias
locais. A história acompanha três mães e uma improvável amizade formada quando
seus filhos passam a estudar juntos no jardim de infância. Apesar das condições
financeiras diferentes, as três irão se unir em uma trama que envolve
assassinato, disputas e uma bela jornada de autoconhecimento.
Essas três novas melhores amigas são Celeste White
(cujo sobrenome virou Wright na série), Madeline Mackenzie e Jane Chapman. A
primeira é a mais rica e admirada das três, com um casamento perfeito e gêmeos
lindos. A segunda é uma mulher alegre, espontânea e contagiante, que está
sempre tentando ajudar as amigas e pronta para entrar em alguma disputa. Já
Jane é a nova moradora da península, mãe solteira bastante discreta que só quer
mesmo é passar despercebida.
Mais do que simplesmente uma história de conspirações
e melodramas retratados em abundância como “tipicamente femininos”, Pequenas Grandes Mentiras é uma história
sobretudo de amizade e união, e a conclusão serve de alerta para um assunto
extremamente sensível.
07
– Fátima (Kenya e Berthaldo Soares)
Fátima
vendeu mais de 700 mil exemplares no Brasil o que deixa evidente o grande
sucesso da obra por aqui. As mães católicas irão conhecer a história da santa
que apareceu para três crianças pobres, mudou o rumo de guerras, salvou a vida
de um papa, revelou um segredo ainda cercado de mistérios e conquistou o mundo.
Esses episódios curiosos combinados com uma pesquisa
apurada farão os leitores – independentemente de sua religião – se encantarem
com todos os acontecimentos impressionantes e as histórias de fé e devoção que
cercam as Aparições ocorridas há mais de um século.
A biografia da santa é escrita por Kenya e Berthaldo
Soares, fundadores da associação arquidiocesana Tarde com Maria e responsáveis
pela Capela das Aparições no Rio de Janeiro – única réplica autorizada no mundo
do Santuário de Fátima de Portugal.
Um presente muito especial para as suas mães e com
certeza irá se tornar mais especial ainda se ela for devota de Nossa Senhora de
Fátima.
08
– Histórias lindas de morrer (Ana Claudia Quintana Arantes)
Como já escrevi neste post que publiquei no começo de
abril, não há nem mesmo por brincadeira, nenhuma chance de falar mal do livro
de Ana Cláudia Quintana Arantes. Histórias Lindas de Morrer é muito bom, mas
bom, de fato. Os depoimentos de pacientes – através das palavras da autora -
que estão em fase terminal de determinadas doenças são por demais emocionantes
e nos ensinam muitas lições, entre elas, a importância do perdão e do amor
incondicional.
Li o livro da editora Sextante em dois dias, apesar do
grande fluxo de atividades que tinha que desenvolver em meu trabalho. A
narrativa dinâmica de Ana Cláudia deixa o leitor ligado em 220 Volts (como diz
um velho ditado popular). Mal você termina de ler um desses depoimentos, já
quer, imediatamente, embarcar na história de vida de um outro paciente.
Para quem ainda não conhece a autora, ela é uma médica
paliativa que cuida de pacientes terminais há mais de vinte anos, tendo assim,
contato íntimo com os momentos de maior vulnerabilidade do ser humano.
Outro livro sob medida para as maes.
Taí oito sugestões que espero, lhe ajudem a escolher o
livro ideal para a sua mamãe leitora.