22 junho 2013

J.R.R. Tolkien lança livro sobre a saga de Arthur, Guinevere e Lancelot. Obra deve chegar ao Brasil em dezembro



Estou arrebentadaço, moidaço. Sei lá galera, parece que levei uma surra de pau. Tudo bem que estou começando a sair dela agora, mas quando a dona Gripe me abraça é complicado. Além de estar com todas as juntas do corpo doendo ainda tenho de agüentar a tiração de sarro do Touro. Só ele mesmo pra me animar. –“ Não tem vergonha na cara, não?! Ocê tá ‘empestiando’ todo mundo que vê pela frente! Já contaminou a Lulu (Lulu é o meu ‘My Love’ que num belo e recente dia me deu um dos meus maiores sonhos de consumo. Quem acompanha o ‘Livros e Opinião’ no Face sabe de quem estou falando), contaminou os seus irmãos, os seus amigos, nem mesmo o pobre coitado do Abelardo escapou!” Ah! Tá! Abelardo é o nosso velho cão paulistinha vira-lata. E bota velho do velho nisso! O Touro diz que para tossir, o Abelardo tem que se encostar na parede se não cai (rs).
E como não bastassem as dores no corpo, na cabeça e a gozação do velho Tourão, ainda tenho de encontrar meios e atalhos para escapar da proposta indecente desse velhinho alto astral que eu amo e que vive preocupado com a minha saúde. Explico melhor. O Tourão quando pega gripe é fogo. Todos em casa entram em sinal de alerta e montam uma verdadeira operação de guerra. Sabem como é: ele fumou durante 40 anos e como resultado herdou uma doença pulmonar obstrutiva crônica, somado a problemas coronarianos. Como não bastasse, sofreu uma queda que lhe rendeu como castigo ficar de molho numa cadeira de rodas (graças à Deus temporariamente), tudo isso somado a idade. Enquanto, eu e meus familiares ficamos preocupados com todos esses problemas, querendo levá-lo à um pneumologista para fazer uma avaliação do seu ‘estado gripal’, ele solta o seu brado: - “Que médico nada! Manda pra cá a minha ‘cangibrina’! A cangibrina do Tourão, como ele mesmo diz, levanta até defunto moribundo. A tal da cangibrina, nada mais é do que chá de gengibre com limão e própolis. Ah! E tem mais: sem açúcar!! Brrrrrrrrrrrrrrr!!
Cara, prá você ter uma idéia do poder de fogo desse elixir que já batizei de “Cangebra Bull”, há algum tempo fui experimentá-lo e quase apaguei.  Parecia que eu estava entrando em ebulição. Chegou um momento em que não sabia se a minha garganta coçava, ardia ou queimava. Mas na realidade acho mesmo é que ela estava pegando fogo!
E agora, enquanto escrevo esse post, a cada tossida que dou, ouço o Tourão gritando lá da sala: - “Olha a cangibrina! Vou levar uma ‘bicada’ pra você”. Caraca! É mole ou quer mais?!
Escrevi tudo isso aí acima, prá vocês verem como fiquei empolgado com a notícia de que teremos um novo livro do mestre J.R.R. Tolkien. Tão empolgado, mas tão empolgado que nem mesmo as dores no corpo, de cabeça, garganta e febre alta,  me impediram de sentar na frente do meu micro e preparar esse texto. Afinal de contas pessoal, Tolkien escreveu sobre um dos maiores mitos mundiais: “Rei Arthur”.
“The Fall of Arthur” ou “A Queda de Arthur” que foi lançado na Inglaterra no dia 23 de maio e já lidera as listagens dos mais vendidos naquele país, é um poema inacabado do autor de “O Senhor dos Anéis”. Nele, Tolkien reconta em versos as últimas aventuras do Rei Arthur, que estando no limiar da Floresta das Trevas é chamado de volta à Grã-Bretanha pela notícia da traição de Mordred. Já enfraquecido em espírito pela infidelidade de Guinevere com o Lancelot, agora exilado, Arthur deve despertar seus cavaleiros para lutar pela última vez contra os rebeldes de Mordred e mercenários estrangeiros.
Tolkien começou a escrever o poema arturiano em 1930, mas o abandonou depois de quatro anos para iniciar “O Hobbit”. Os manuscritos de “A Queda de Arthur” ficaram esquecidos no fundo da gaveta por quase 20 anos, mas quando concluiu “O Hobitt e toda a trilogia de  “O Senhor dos Anéis”, o autor demonstrou desejo em continuar escrevendo sobre Arthur, mas sabe-se lá porque, não o fez e com isso o poema foi abandonado. O que restou foi  uma coleção de rascunhos, exercícios de métrica, sinopses e notas, que serviram de base para a versão agora lançada.
Esse material foi herdado por Christopher Tolkien, filho do autor e encarregado de editar e publicar os textos inéditos do pai. E se levarmos em conta a capacidade de Christopher que é muito detalhista em todos os negócios relacionados ao pai, com certeza os brasileiros, fãs de J.R.R. Tolkien, terão mais uma belíssima obra de arte.
Agora, se você caro leitor está esperando um contexto ‘tolkiniano’ com um Merlim místico e com poderes mágicos; uma excalibur fincada na pedra, de onde só poderá ser retirada pelo mais nobre dos cavaleiros; uma dama do lago que vem recuperar a espada de Arthur após a sua morte ou uma busca mítica ao santo Graal, pode esquecer. “A Queda de Arthur” não tem nada disso, pelo contrário, é literatura séria e sem aquelas ‘viajadas’.
No livro, Tolkien conta em versos as trágicas consequências do amor adúltero entre Guinevere e Lancelot e as dúvidas e tormentos do cavaleiro em seu castelo na França por ter traído o seu rei e amigo. A obra também aborda a fuga de Guinevere de Camelot, a campanha de Arthur no exterior, a grande batalha no mar da Bretanha e um retrato do traidor Mordred. Em fim, explora os últimos momentos desse mítico.
“A Queda de Arthur” tem 233 páginas, das quais apenas 57 se referem ao poema inacabado. Quanto as outras páginas restantes trazem notas, comentários e textos de Christopher Tolkien que destrincha os versos e aponta paralelos entre “A Queda de Arthur” e a Terra-média.
O livro deverá chegar as livrarias em português já no mês de dezembro, acompanhando o lançamento do segundo filme da adaptação de “O Hobitt”.
Então... esperemos galera!
- “Olha a cangibrina!!”
Adivinhem quem está gritando lá da sala??
Inté!

18 junho 2013

A Morte no Japão (3º Livro da “Trilogia Blofeld”)



Um romance de redenção. A redenção de 007.  É dessa maneira que defino “A Morte no Japão”, 12º livro da série James Bond, escrito por Ian Flmeing e considerado o capítulo final do que ficou popularmente conhecido pelos fãs do agente secreto como a “Trilogia Blofeld”.
A história começa oito meses após o assassinato de Tracy, que ocorreu no final do romance anterior, A Serviço Secreto de Sua Majestade. Após perder a esposa em sua lua de mel, morta por Blofeld, Bond passou a beber  e jogar muito, além de cometer erros infantís, transformando as suas missões em verdadeiros fiascos. Por isso, o agente inglês acaba se transformando numa verdadeira piada no MI6. Olha cara, confesso que é triste presenciar nas páginas essa fase FDP de Bond. Só mesmo quem conheceu, à fundo, nos livros e também nos filmes aquele sujeito auto-confiante, cruel e infalível na arte de matar para ficar chocado e boquiaberto com as primeiras páginas de “A Morte no Japão”.
Nosso estimado Bond está acabadaço, arruinadaço, entregue à baratas. Sei lá, entendam como quiser. Aliás não quero nem lembrar dessa fase.
Na semana passada, eu estava jogando conversa fora com um amigo, enquanto traçávamos uma gostosa loira gelada, então tivemos a idéia de fazer um joguinho meio besta (rs). Vejam só: resolvemos enumerar os 10 momentos mais humilhantes de alguns heróis da literatura e também do cinema. Ao final chegamos a conclusão de que para nós dois – apreciadores intragáveis de loiras geladas, bons livros e filmes – a surra que o “Morcegão”  levou do Bane (no cinema e nos quadrinhos) e que o deixou aleijado, juntamente com a porrada na alma de 007 dada por Blofeld e que o transformou num bêbado imprestável, lideram a lista desses momentos humilhantes vividos pelos heróis da literatura e do cinema.
Bem, voltando ao enredo de “A Morte no Japão”. Antes de meter o pé nas ancas de Bond, mandando a piada do MI6 para o olho da rua, o seu chefe M – em respeito aos bons serviços prestados por 007 no passado – resolve dar-lhe uma última chance: uma missão semi-diplomática, à princípio fácil demais, para que ele recupere aos poucos a sua confiança. M, então, manda o seu pupilo para o Japão com a missão de conseguir alguns códigos secretos com o chefe do serviço secreto japonês, Tigre Tanaka. O que Bond desconhece é que Tanaka já liberou esses códigos  para a Inglaterra, sem nenhum problema. Ao chegar na terra do sol nascente, 007 acaba se tornando um grande amigo de Tanaka que decide fazer uma proposta para Bond: matar o Dr. Guntram Shatterhand que vem dando uma dor de cabeça danada para as autoridades japonesas. 007 descobre, então, que Shatterhand é na realidade Ernst Stavro Blofeld. Pronto! Ao saber disso, o bom, infalível e velho Bond ressurge e sai em uma missão de vingança para eliminar Blofeld e sua esposa, Irma Bunt, os responsáveis pelo assassinato de Tracy.
Achei o ‘plot’ de “A Morte no Japão”  muito louco, no bom sentido, o que deixa evidente a genialidade de Fleming que já tinha idéias  bem ousadas para o seu tempo.
Edição inglesa do livro de Fleming
No enredo, Blofeld descobre, após várias pesquisas, que o Japão é um dos países com a maior taxa de suicídio do mundo. Por isso, ele resolve lucrar com a desgraça alheia, criando em seu castelo um jardim da morte, onde as pessoas decididas a colocar um fim na vida se reunem para concretizar o seu objetivo.
Este jardim da morte é o paraíso para os suicidas que podem escolher o tipo de morte que desejam, com ou sem sofrimento. No jardim de Blofeld tem de tudo, desde sapos e plantas venenosas que ficam camuflados em locais estratégicos para que os futuros suicidas não os percebam, correndo assim, o risco de quebrar o fator surpresa da morte. Há ainda lagos infestados de piranhas, armadilhas letais que podem decepar os mebros dos incautos, efim, um festival de atrocidades. Olha, vou parar por aqui porque o papo tá ficando meio down, meio sinistro. Sei lá galera, isso me lembra aquela filme “Jogos Mortais”.
Bom, mas já deu para que você tenha uma noção do jardim de horrores de Blofeld. E é nesse local que Bond ingressará em busca de sua vingança contra o vilão. Podem ter certeza de que o nosso agente encontrará muitos perigos pela frente, antes de ficar cara a cara com o vila da S.P.E.C.T.R.E.
A redenção de Bond começa a acontecer a partir do momento em que ele descobre que Blofeld está vivo e matando outras pessoas inocentes. A partir daí, ele decide esquecer os oito meses de fracassos de sua vida e sepultar dignamente Tracy em sua memória, prometendo vingar a sua morte. Neste momento é hora de soltar um Iahuuuuuuuuuu!! Afinal de contas cara, é o velho Bond que ressurge!! Cruel, letal, inteligente, charmoso e auto-confiante; enfim, um sujeito fod!! Desculpa aí pessoal, é que nesse momento da transformação, da redenção, o livro empolga, de fato.
No final de “A Morte no Japão”, Bond consegue vingar Tracy, mandando Blofeld, o seu castelo e o seu jardim dos horrores para os quiabos, mas sofrendo algumas sequelas. Sequelas, aliás, que serviram de gancho para o próximo livro da série “O Homem do Revólver de Ouro”, onde Bond teve de partir para uma nova redenção, desta vez, reconquistar a confiança de seu chefe M, mas isso é assunto para um outro post, quem sabe.
Neste livro que encerra a “Trilogia Blofeld”, o vilão da S.P.E.C.T.R.E está muito mais louco, egocêntrico e sádico. Tanaka, inclusive, se refere à ele como um “demônio que tomou forma humana”.
“A Morte no Japão”  foi o último livro escrito por Fleming publicado durante a sua vida. Ele morreria cinco meses após o lançamento do romance no Reino Unido.
Taí galera e assim, encerro a famosa “Trilogia Blofeld”, três livros indispensáveis para os iniciados ou estreantes – não importa – no universo bondniano.
Inté!

13 junho 2013

A Serviço Secreto de Sua Majestade (2º livro da "Trilogia Blofeld")



Cara! Tô emocionado... Tá bom vai! Tô quase chorando... Chorando porque essa música me faz voltar ao passado... Minha infância, minha adolescência. Que festival de recordações. Ainda mais com essa chuvinha mansa com trovoadas tranqüilas que escuto bem longe enquanto escrevo esse post. Estou ouvindo, estou viajando, estou sonhando com Louis Armstrong. A sua voz rouca ressoa toda charmosa nas caixinhas de som do meu computador soltando a garganta em We Have All the Time in the World.
Mas você deve estar exclamando: “- Esse cara ficou pinéu! O que isso tem à ver com o post?!”. Eu lhe respondo, então: -“ Tem tudo à ver pessoal! Afinal de contas, essa linda canção foi o tema de “À Serviço Secreto de Sua Majestade”. A música que emocionou milhares e mais milhares de telespectadores durante os beijos e amassos de Bond e Tracy e também na última cena do filme, quando 007 – vivido pelo canastrão George Lazemby – chora nos ombros da falecida Bond-Girl que foi a única mulher que ele amou em toda a sua vida. A moça recebeu um tiro certeiro na cabeça disparado por Ernst Stravo Blofield.
A cena que partiu um montão de corações no final dos anos 60 é a maior prova de que o fundador da S.P.E.C.T.R.E é, sem sombra de dúvidas, o único ‘carrasco’ de toda a vasta galeria de vilões do agente secreto inglês. Ele foi o algoz que conseguiu destruir os sonhos de Bond. Parem e pensem. 007 sempre tratou as mulheres que cruzaram o seu caminho como simples objetos de prazer. As únicas duas sortudas que conseguiram mudar esse conceito do inveterado mulherengo foram Vesper Lynd e Tereza di Vicenzo ou simplesmente Tracy, mas acredito que a segunda teve uma importância maior na vida de Bond, pois chegou ao ponto de conseguir fazer aflorar algumas lágrimas da expressão cruel do agente inglês.
Acredite se quiser amigo. O rabo de saia do Bond chegou a se casar com Tracy e também iria deixar o MI6, abandonando definitivamente o duplo zero que lhe dava licença para matar. Tudo para constituir uma família e se dedicar de corpo e alma ao seu grande amor. Perceberam como Tracy era importante para Bond? Então, num certo dia, Blofeld sepulta esse sonho assassinando a moça em sua lua de mel. Cara, justamente na lua de mel! É prá estilhaçar qualquer coração, até mesmo de 007. Este é o vilão que se transformou no pior pesadelo de Bond nos livros “À Serviço Secreto de Sua Majestade” e “A Morte no Japão.
Se em “Chantagem Atômica”, Blofield apareceu apenas indiretamente, não participando dos momentos de ação do enredo; nos outros dois livros da trilogia, ele sai à campo e vai à luta. Em “Chantagem Atômica”, o vilão foi o grande mentor intelectual do plano que envolvia o roubo de um avião armado com duas ogivas nucleares. Ele só dava ordens e escolhia qual subordinado deveria cumpri-las. No caso do roubo das ogivas, o escolhido para a missão foi Emilio Largo. Agora, em À Serviço Secreto de Sua Majestade, meu amigo... Hummm!! A coisa pega porque o ‘hômi’ sai à campo, como diz o ditado popular. Blofeld e Bond duelam cara a cara, peito a peito. E é um duelo completo englobando cinismo, chantagem, hipocrisia e como não poderia deixar de ser, corpo a corpo que fica reservado para as páginas finais do livro quando acontece uma perseguição de trenós nos Alpes suíços.
E quando o leitor pensa que Blofeld fugiu temendo ser pego por James Bond, eis que o vilão surge no final do romance e arrebenta com Bond, lhe tirando a coisa mais valiosa de toda a sua vida: a única mulher que ele amou de verdade. Amou tanto, mas tanto que chegou a se casar com ela. Quer golpe pior do que esse?
Sei que estou contaminando esse post com spoilers, mas a história de James Bond e Tereza di Vicenzo é tão conhecida no universo bondiano que já deixou de ser um segredo para ‘quase todos’ aficionados ou não do herói.
Neste segundo livro da Trilogia Blofeld, após tentar de todas as formas possíveis e impossíveis encontrar o grande chefe da S.P.E.C.T.R.E, mas sem sucesso, Bond passa a acreditar que a agencia de terrorismo e extorsão não mais existe, à exemplo de seu principal mentor, o qual acredita ter morrido . Ocorre que o MI6¨pensa o contrário e por isso, obriga o seu principal agente secreto com licença para matar à continuar a busca por Blofeld.
Bond se frustra pela insistência do MI6 na prolongação da procura e em sua incapacidade de encontrar o vilão. Por isso, ele acaba escrevendo uma carta de demissão para seu chefe, M.
Enquanto escreve sua carta, Bond encontra a linda, e suicida, Condessa Teresa "Tracy" di Vicenzo, primeiro na estrada e posteriormente em uma mesa de jogo, onde ele a salva pagando sua dívida. No dia seguinte, Bond a segue e impede sua tentativa de suicídio, porém os dois acabam capturados por capangas profissionais. Eles são levados até o escritório de Marc-Ange Draco, chefe da Unione Corse, o maior sindicato criminal da Europa. Tracy é a filha única de Draco, que acredita que o único modo de salvar sua filha de novas tentativas de suicídio é através de um casamento com Bond. Para facilitar isso, ele oferece a Bond um dote de um milhão de libras; Bond recusa, mas concorda em continuar namorando Tracy enquanto a saúde mental dela melhora. Ocorre que o amor é cruel e acaba enlaçando os dois pombinhos, principalmente Bond que se apaixona perdidamente pela garota.
Bem, resumindo, Bond acaba localizando Blofeld, após receber uma valiosa informação do pai de Tracy e sai na captura do super-vilão da S.P.E.C.T.R.E.
Após frustrar o plano do sifilítico Blofeld (isso mesmo, ele tem sífilis em estágio avançado no livro) de destruir toda a economia agrícola de vários países, Bond se torna o principal alvo de sua ira. Pronto! A vingança está jurada como uma vendetta. Vingança que se concretiza da pior maneira possível no final do romance e também do filme.
À Serviço Secreto de Sua Majestade termina seco e triste. Aliás... não tenho vergonha de esconder que chorei ao ler o final do livro e ver o final do filme. Acredite, pode parecer brincadeira, mas chorei com um livro e um filme de James Bond.
Fazer o quê...
Putz, e essa musica do Louis continua tocando no meu computador....

11 junho 2013

Chantagem Atômica (1º livro da “Trilogia Blofeld”)



Como já havia revelado no facebook do Livros e Opinião, decidi num desses dias de minha vida, escrever um post sobre a “Trilogia Blofield”. Com certeza, os iniciados em 007 -  no 007 de Ian Fleming e não nas cópias e aberrações de outros autores - sabem do que estou “falando”. Já, para os não aficionados, basta dizer que a “Trilogia Blofeld” corresponde aos três livros onde aparece o pior inimigo de James Bond: o “Número 2” Ernst Stravo Blofeld. Vale lembrar que nos cinemas, ele é o “Número 01”.
Para que vocês entendam a importância de Blofeld na ‘literatura Bondniana”, é essencial esclarecer que ele foi o único vilão de 007 que apareceu em três livros de um total de 14 escritos por Ian Fleming sobre o agente secreto inglês. Três??? Não... não... me desculpem. Em quatro livros. Isso mesmo quatro livros! Em “Espião e Amante”, Fleming também faz algumas citações à Blofeld. Quanto aos outros vilões da série só tiveram direito a um livro; e nem poderia ter sido diferente, já que eles foram eliminados por Bond ou então fugiram com o rabinho no meio das pernas, excetuando Rosa Klebb que foi presa após ferir gravemente 007 e Le Chiffre, morto por um capanga da Smersh, quando estava perto de capar o nosso pobre herói com um batedor de tapetes, mesmo assim, os dois não apareceram em nenhuma continuação.
Blofeld, ao contrário dos outros vilões que ficaram só no quase com 007, acabou sendo o seu algoz, infligindo sofrimentos terríveis e que deixaram cicatrizes profundas no corpo e na alma de Bond. Estas marcas foram tão profundas que por pouco não transformaram 007 num trapo humano, fazendo com que ele - que sempre foi considerado o melhor agente secreto de Sua Majestade - se tornasse uma legítima piada devido aos fracassos das missões à ele confiadas. Aliás, Bond só não foi desligado do MI6, graças ao seu chefe ultra sisudo o tal do “M”. Mas isso é assunto para “A Morte no Japão”, último livro da “Trilogia Blofield”. Os outros dois são: “Chantagem Atômica” e “À Serviço Secreto de Sua Majestade”.
Voltando à “Chantagem Atômica”; nesse livro, Fleming nos apresenta à Blofield, descrevendo detalhadamente as suas características físicas, além de sua personalidade. E logo nas primeiras páginas do livro – para ser exato no capítulo cinco sobre a S.P.E.C.T.R.E - o leitor já tem uma noção da pedreira que James Bond irá enfrentar. Após ler a apresentação do vilão feita detalhadamente por Fleming, o blogueiro aqui murmurou: -“ Caraca! Esse sujeito é capaz de peitar o nosso agentão!” E é mesmo! Olha pessoal, esqueça o Blofield dos cinemas vivido – diga-se de passagem, brilhantemente - por Donald Pleasance e Telly Savallas. O vilão original dos livros é bem mais cruel, mas cruel aos extremos; capaz de matar uma pessoa como se fosse um inseto, unicamente para atingir os seus objetos. Esta crueldade doentia, onde não há vez para o remorso e o perdão, fica evidente no momento em que Fleming apresenta Blofield aos seus leitores e o compara à outros tiranos da história, como Adolf Hitler, Mussolini e Genghis Khan.
Neste primeiro livro da  trilogia passamos a conhecer minuciosamente a vida de Blofield, desde a sua juventude até a fase adulta. Como ele era antes e como ficou depois de ter se tornado o fundador e chefe da S.P.E.C.T.R.E (Sociedade Política Especializada em Contra-espionagem, Terrorismo, Rapinagem e Extorsão).
Para aqueles que pretendem se iniciar no mundo literário de 007, lendo os 14 livros oficiais do espião, escritos por Fleming, aconselho seguir a sequência em que foram escritos. Apesar de alguns afirmarem que não há a necessidade de se seguir uma ordem cronológica de leitura, em minha humilde opinião, há sim, principalmente no que diz respeito aos três livros sobre Blofield. O correto é ler primeiramente “Chantagem Atômica”; depois, “À Serviço Secreto de Sua Majestade” e por último “A Morte no Japão”. Mas se você quiser fazer o serviço completo, não custa nada incluir nessa listinha o livro “Espião e Amante”. Eu explico o motivo. É que a obra funciona como uma “meia pós sequência” de Chantagem Atômica com referencias sobre Blofield e a “Operação Thunderball ou Chantagem Atômica. Tudo bem que sejam poucas referencias, mas constam.
Já que toquei no assunto sobre a cronologia dos livros de 007 escritos por Fleming, vamos à ela: Cassino Royale (1953), Viva e Deixe Morrer (1954), O Foguete da Morte (1955), Os Diamantes São Eternos (1956), Moscou Contra 007 (1957), O Satânico Dr. No (1958), Goldfinger (1959), Para Você, Somente (1960), Chantagem Atômica (1961), Espião e Amante (1962), À Serviço Secreto de Sua Majestade (1963), A Morte no Japão (1964), O Homem Com o Revolver de Ouro (1965) e Encontro em Berlim (1966).
Acredito que ao escrever “Chantagem Atômica”, Fleming já havia decidido trazer Blofield  numa continuação e ao concluir “A Serviço Secreto de Sua Majestade”, ficou mais do que provado que o vilão voltaria num terceiro livro. No final de “À Serviço Secreto...”, quando todos  acreditavam que Blofield havia fugido como um camundongo assustado, eis que ele volta, sorrateiramente, e aplica um golpe baixo em Bond, deixando o agente secreto inglês completamente desnorteado. Talvez o golpe mais doído que 007 tenha sofrido em toda a sua vida. E como não era hábito de Fleming dar os louros da vitória para os vilões em seus livros, os leitores tinham mais do que certeza de que Blofield voltaria num terceiro livro. E isso acabou acontecendo em “A Morte no Japão”.
“Chantagem Atômica” é um livro de introdução à Ernst Stravo Blofeld, onde o Nº 2 da S.P.E.C.T.R.E não aparece muito, deixando essa incumbência para um de seus asseclas: Emilio Largo. Fleming, basicamente descreve a personalidade e a aparência, além de fornecer informações detalhadas sobre a origem do vilão. O confronto ‘tête-à-tête’ ocorre, mesmo, entre Bond e Largo.
Na verdade, Blofield começa a infernizar a vida de 007 a partir de “À Serviço Secreto de Sua Majestade”, onde pretende colocar em prática um plano bem sui generis para dominar o mundo e que acaba sendo descoberto pelo agente. A perseguição de trenós entre “mocinho e bandido”  nas páginas finais do livro é fantástica; mas isso é assunto para o segundo livro da trilogia. Logo, loguinho.
Inté já!


06 junho 2013

Livros bizarros que pensei que jamais existissem; mas... existem



Depois de um período afastado do blog, eis que estou de volta. E feliz! Aliás, muito feliz, porque confesso que nesses quase dez dias de ausência das redes sociais, minha vida estava parecida com aqueles furacões que de vez em sempre andam varrendo algumas regiões do Tio Sam. E hoje só de imaginar que esse furacão foi embora, dando lugar a uma gostosa e saudável calmaria, afirmo que estou F-E-L-I-Z!!!
Cara! Foram conflitos profissionais, decepção com ‘amigos’ – muuuiii amiguuuus!! – problemas de saúde em família e até mesmo mão presa em porta de carro. Aiii! Aliás não quero nem lembrar desse dia em que o famoso dedão da mão direita foi literalmente amassado numa fechada de porta no possante do meu irmão. Meu Jesus! Que dorrrrrrrrrrrr!!!!!! O tipo da dor, onde você primeiramente borra as calças e depois para completar o serviço ainda dá uma molhadinha. Enfim, serviçinho completo, já que são colocados para funcionar os esfíncteres traseiros e dianteiros.
Foi esse tipo de dor que senti. Pois é, já estava com aquele aperto na alma pelas situações que estava enfrentando e... para completar chegou a dor na carne.
Putz!! Me desculpa aí galera! Afinal de contas estou parecendo o muro das lamentações (rs). E tudo isso para justificar uns 10 dias de sumiço. Bem, mas como já disse, a maré turbulenta foi embora e agora estou navegando em águas tranqüilas.
Mas vamos ao que interessa: os livros que eu e você jamais pensávamos que pudessem existir um dia... mas existem. A idéia do post surgiu na semana passada, na sala de espera de um consultório, enquanto o ‘menino’ aqui, aguardava para ser atendido. Eu estava confortavelmente acomodado, quando entrou no recinto, um senhor de meia idade com um livrinho enrolado nas mãos. Chegou... sentou... desenrolou o tal livrinho e começou a ler tranquilamente. O título do livro?? Segura aí galera: “Alien e Predador versus Lampião – A Batalha mais Horripilante do Universo”! A capa trazia os dois famosos alienígenas ‘peid....arroz doce’ para derrotar o rei do cangaço. Juro que tive de desviar imediatamente os olhos da capa do livro para não soltar uma sonora gargalhada. ‘Sente’ só que capa tensa: “O todo poderoso Predador ajoelhado, tendo uma das mãos presas por lampião e o Alien com uma expressão de nocaute no rosto; a mesma que os adversários do Anderson Silva demonstraram no octógono”.
Gente, como leitor, eu poderia imaginar tudo, menos um livro como aquele. Com certeza, o cara que o escreveu teve um lance de gênio. Foi então, que surgiu a idéia de idealizar um post específico sobre essas obras, ou seja, livros tão absurdos e bizarros que nós, leitores, jamais pensaríamos que um dia pudessem ser publicados.  
Saí do consultório médico com esse propósito e ao chegar em casa, comecei o meu trabalho de pesquisa no afã de localizar dez livros esdrúxulos: no bom ou no mau sentido. Vamos à eles. Começando com Mister Virgulino Ferreira, o rei do cangaço, que num dia não tão belo assim, resolveu peitar dois famosos monstros dos cinemas.
01 – Alien e Predador versus Lampião – A Batalha Mais Horripilante do Universo (Izaías Gomes de Assis)
Este livro representa à altura a nossa literatura de cordel. O seu autor é considerado um dos principais representantes do gênero. Izaías Gomes de Assis pode bater no peito e dizer: “Eu sou o cara”. E é mesmo. Natural de Macau (Rio Grande do Norte), Izaías Gomes viveu boa parte da vida (incluindo infância, adolescência e juventude) na cidade de Montanhas no Agreste Potiguar. Atualmente reside em Parnamirim.
Seus primeiros versos escritos surgiram quando ele ainda morava na cidade de Montanhas, isso nas aulas de literatura.  Em 2005, Izaías publicou seus primeiros trabalhos e de lá pra cá tem se tornado uma das figuras mais importantes da literatura potiguar contemporânea, já foi menção honrosa nos concursos de poesia Othoniel Menezes e Zila Mamede, e o segundo lugar no concurso Cosern Literatura de cordel.
Em 2006, Izaías criou a Chico Editora (especializada em publicação de cordel) nesse mesmo ano veio o primeiro convite para participar de uma feira literária (a Primeira Bienal do Livro da Paraíba), desde então o escritor já viajou o país inteiro divulgando o cordel brasileiro em eventos literários, tais como: Feira do livro de Ribeirão Preto, Bienal do livro de Salvador, Bienal do livro de fortaleza, Bienal do Livro de Natal e outras.
Em suas viagens literárias ele sempre faz apresentações e ministra oficinas de cordel. O Cordelista já tem mais de 50 títulos publicados, entre eles: “As ignorâncias de Seu Lunga”, “As perguntas do vigário e as respostas de Camões”, “Alien e predador versus lampião I e II” e “As férias de Bin Laden passou em Natal”.
Optei em dar a ficha completa do cara para que os leitores não levem na gozação a sua obra-prima “Alien e Predador versus Lampião – a batalha mais horripilante do universo”. Só quem entende e curte a literatura de cordel tem dimensão da qualidade dessa publicação. Uma verdadeira jóia rara do gênero. Mesmo assim, sou obrigado a dizer que o título é bem Sui Generis para esse estilo literário já que utiliza elementos da Science Fic, fugindo um pouco à regra.
E aí? Querem uma pequena amostra do texto de cordel do grande Izaías Gomes de Assis? Vejam só: “A batalha mais sangrenta / desde que nasceu Adão / Foi a maior do universo / E se deu com Lampião / Contra um Alien malfeitor / Junto com um Predador / Nas caatingas do sertão”. Êeehe!! Chãoooo pretoooo!! Viu só que textinho porreta? Agora se você quer saber como lampião, o “Rei do Cangaço”  perdeu um olho é só ler as páginas escritas por Assis.
E vamos à luta!!
02 – Como Fazer Xixi em Pé – Dicas para Garotas Descoladas (Anna Skinner)
Durante minhas pesquisas on line e também ‘boca a boca’ em busca de material para a elaboração desse post, quase cai de costa ao me deparar com o livro de Anna Skinner. O mote de sua obra é a promessa de ensinar as leitoras o segredo e a arte de fazer xixi em pé.
Este livro me fez viajar no tempo, para a áurea e saudosa época de estudante universitário. Ele me lembrou uma passagem engraçada que vivi ao lado de meus velhos amigos de escola. A nossa ‘tchurma’ se reunia todas as sextas feiras no bar ‘Galeto de Ouro’ que ficava no quarteirão ao lado da faculdade de jornalismo. Lembro o nome da galera até hoje, aliás, jamais esquecerei! E que saudades dessas quase três décadas! Luizão, Badeco, Messias, Tina, Saletão, Regininha e Osório. Ah! É claro... e eu (rs).
Enquanto ficávamos jogando truco, numa mesa ao lado, o Osório se reunia com um grupo de estudantes da engenharia – turma considerada barra pesada no que diz respeito ao consumo etílico – e ficavam fazendo apostas do tipo “vira-virou”, ou seja, daquelas em que o sujeito tinha que descarregar, goela adentro,  vários copos de uma bebida chamada, na época, de “Fogo Negro” que era uma misturéba de vódica, Whisky, conhaque, cachaça e o escambau à quatro. Vencia quem conseguisse terminar a disputa em pé.
A namorada do Osório; a Regininha, menina que não era de levar desaforo prá casa, ficava ‘P. da Vida’ com essa atitude do cara. Certo dia ao pedir para que ele parasse, acabou escutando uma esculachada: -“Pô Rê me deixa em paz e vê se inventa, também, um joguinho com as suas amigas. Que tal brincar de jogar bonecas? Joguem todas as suas bonequinhas de infância em cima da cama e depois escolham qual de vocês tem a Barbie mais bonita!”. O Osório tinha esse lance de ficar esculachando a Regininha em público. Só que naquele dia, ele deu o azar de pegar a sua namorada ‘naqueles dias’ e escutou na lata: “Não vou brincar de jogar bonecas não. Tenho algo melhor”. E gritou para a hiper-tímida da Tina: “- Tina! Vamos chamar as meninas para jogar michoooo!”. E olha que ela caprichou na pronuncia da referida palavrinha.  Na mesma hora, Osório que ainda estava ‘meio’ sóbrio exclamou: - “O que?!!!” E a Regininha tascou com aquele sorriso maroto: “- Nós vamos ver quem consegue mijar mais longe”. E, talvez Osório, se eu tiver sorte, eu consiga mijar dentro do seu copo!!”. Seu babaca!!” Ehehehe... Lembro-me dessas palavras ditas há quase três décadas como se fosse hoje.
É claro que a Regininha não iria fazer esse tipo de competição com as suas amigas.
Com certeza a Regininha queria ter esse poder!
Tudo não passou de um desabafo, mas a lerda da Tina caiu na infelicidade de perguntar baixinho – mas não tão baixinho assim - para a sua amiga, enquanto ambas viravam as costas e saíam do bar: - “Rê, isso é loucura! Não vai dar certo! Como vamos fazer xixi em pé e ainda por cima descobrir quem mija mais longe?!! Vai faltar pressão!”
Ahahahahahah!!! Vai faltar pressão! Cara, cada vez que eu recordo dessa passagem cômica dos meus tempos de universitário, eu rolo de dar risadas. E agora, enquanto escrevo esse post, ao descobrir o bizarro livro da Anna Skinner, veio à tona essa recordação de quase 30 anos atrás. Nunca mais ouvi falar da Regininha e do Osório, esse casal tão diferente, mas tão querido. A última notícia que tive, há aproximadamente um ano, é de que ambos estavam casados e com dois filhos e vivendo muito bem. Acredite!
Talvez, se o livro tivesse sido lançado naquela época, a Tina não teria feito esse questionamento. Ela, certamente ficaria calada.
“Como Fazer Xixix em Pé: Dicas para Garotas Descoladas” não foi lançado no Brasil, por isso, aqueles, ou melhor, aquelas que quiserem lê-lo terão de adquirir a obra em inglês.
Skinner em seu livro não só ensina as mulheres a fazerem xixi em pé, como também a lidar com o patrão que só gosta de ferrar funcionários, redecorar a casa, sair do vermelho, conseguir passagens de avião mais baratas, além de outras dicas úteis no dia a dia de muitas mulheres.
Se você quiser encarar essa pérola de Anna Skinner, basta acessar a página da Amazon.
03 – Diga Adeus à Depressão Contraindo o Ânus 100 vezes ao Dia (Hiroyuki Nishigaki)
Cara, palavra que me sinto constrangido em escrever sobre um livro desses, mas infelizmente tenho que fazer isso. Afinal, a referida obra se encaixa perfeitamente no post aqui. Ou.... será que algum dia, você imaginou que alguém pudesse publicar algo parecido?
Fico ruminando com os meus botões; se a metodologia do livro de Hiroyuki Nishigaki fosse, de fato, eficiente, as profissões de psiquiatra e psicólogo deixariam de existir. É verdade! Para que os depressivos precisariam  procura-los?? Ora, pra nada! Bastaria se sentar numa poltrona confortável ou então se deitar numa cama gostosa ou ainda ficar em pé e começar a contrair o dito cujo 100 vezes todos os dias.
O cara de pau do escritor (escritor???) afirma que a pessoa que quiser ser adepta da prática pode fazer as contrações durante uma reunião chata, no metrô ou ônibus sem ser notado. Nishigaki diz que conheceu um homem de 70 anos de idade que praticou a chamada ‘dança das contrações rosquilíneas’ durante vinte anos. Como resultado ele ganhou uma ótima aparência, aparentando ter uns 20 anos a menos. Pêra aí... Me corrijam se eu estiver errado. Tomando como exemplo esse paciente de Nishigaki e seguindo piamente e cegamente a teoria do polêmico escritor - escritor???, novamente (rss) – isto significa que para rejuvenescermos um ano serão necessárias 36.500 contrações anuais. Ah! Sempre levando em conta que um ano tem 365 dias. Portanto, o seguidor, paciente, adepto ou o que quer que seja de Nishigaki precisaria fazer 730 mil contrações durante duas décadas para “desfilar” com uma aparência de rapazola, vinte anos mais jovem, apesar dos seus 70. E aí? Topas fazer esse sacrifício?
03 – Caixões: Faça Você Mesmo (Dale Power)
O tal Dale Power – acredito que seja um marceneiro – teve a ‘brilhante’ idéia de ensinar os seus leitores a construir os seus próprios caixões!! Ele deve ter pensado que dessa maneira, os familiares do falecido ou então o futuro defunto iriam economizar bem mais, já que não precisariam recorrer ao esquife de uma empresa funerária.
Mas não é só isso não! Ele ensina também a construir pequenas urnas funerárias para animais de estimação!
Anote aí o trecho de apresentação da obra: “... Todas as ferramentas e técnicas necessárias para a produção de caixões fortes e bonitos são apresentados aqui em linguagem clara e concisa. Fotografias coloridas ilustram cada passo na construção de três caixões de tamanhos diferentes para animais e outros três caixões para pessoas. Diferentes técnicas de construção são mostradas em detalhes. Uma vez que os caixões sejam construídos, a discussão se volta para as muitas molduras, apliques, revestimentos e acabamentos que possam ser usados ​​para fazer cada caixão, algo único. Este livro é um desafio para os novatos e uma alegria para o artesão experiente.”
Pessoal, vou parar por aqui porque o assunto já está ficando muito tétrico, depressivo e... bem... não quero recorrer ao métido do Sr. Nishigaki para aliviar a tensão...
04 – John Travolta é Tony em Os Embalos de Sábado à Noite (H.B. Gilmour)
A história de Tony Manero, um jovem do Brooklyn e um excelente dançarino de disco music que só encontra significado na vida quando dança numa conhecida discoteca, arrastou multidões aos cinemas. Em um ano, o filme arrecadou 108 milhões de dólares.
Por volta de abril daquele ano, a trilha sonora do filme já tinha faturado mais de dez milhões de cópias, tornando-se o álbum mais vendido da época. O LP duplo apresentava basicamente sucessos novos e antigos dos Bee Gees, além de Kool & The Gang, K.C. & The Sunshine Band, The Trammps, M.F.S.B., Walter Murphy, Tavares, Yvonne Elliman e outros. O álbum permaneceu um total de 24 semanas no 1.º lugar das paradas e vendeu eventualmente mais de 30 milhões de cópias (hoje este número chega a 50 milhões), tornando-se um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos. Detalhe: ainda é a trilha sonora mais vendida da história.
Mêo! Como me deliciei com esse filme! E não me canso de revê-lo. Mas pêra aí... um livro sobre Tony Manero?? Caraca! Não pode ser! Eu e com certeza todos aqueles da minha geração que vibraram com a produção cinematográfica de 1979, dirigida por John Bradham, jamais poderiam imaginar que existiria um livro sobre a vida de Tony Manero.
“Os Embalos de Sábado à Noite”, apesar de ter sido baseado num artigo jornalístico escrito no New York Post, tem a cara, a estética, a fisionomia e o jeito de F-I-L-M-E!! Então, num belo dia descubro que há um livro sobre o assunto.
Apesar de explorar as redes sociais à exaustão, não consegui descobrir nada de nada sobre o livro, o que – convenhamos – não é bom sinal. O que acabei sabendo num sufoco danado é que a obra literária foi publicada pela Record quase na mesma época do filme e baseado no roteiro de Norman Wexler. Ihhhhh!!! Isso está me cheirando novelização de filme. E cá entre nós, eu odeio esse gênero. Melhor parar por aqui, mas para aqueles que quiserem se arriscar poderão encontrar alguns exemplares no Mercado Livre. Fiquem à vontade.
05 – Como Defecar na Floresta (Kathleen Meyer)
Pera um pouquinho... mais um pouquinho... outro mais um pouquinho. Quaquaquaqua!!! Cara! Eu estou me contorcendo de gargalhar!! E agora que olhei para a capa do livro aqui na Net, estou com a goela doendo de gargalhar... Um cara ou uma mulher – sei lá, a foto só registra meio corpo – com as calças arriadas, um papel higiênico desenrolado numa das mãos e uma pá na outra. Creio eu que para limpar o dito cujo e depois enterrar o outro dito cujo. Mas apesar da gargalhada, por incrível que possa parecer, o livro de Kathlen Meyer é sério. Pode acreditar. É sério sim.
A obra gira em torno das muitas estratégias que a escritora tem notado e aprendio para defecar onde não há banheiro moderno e água corrente. Quem lê o  livro, rapidamente entende que a preocupação de Meyer não é tanto com o conforto do campista ou caminhante, mas, sim com o impacto provocado pelos resíduos humanos à céu aberto nos ecossistemas naturais. Ela ressalta a importância de cavar buracos "ambientalmente saudáveis" para depositar as fezes e que não contaminem os lençóis freáticos, córregos e nascentes de água.
Segundo a autora, o dano aos seres humanos e a vida selvagem, provocados por dejetos descuidadamente descartados vem em muitas formas, incluindo a giardia, diarréia e doenças intestinais. 
Pois é galera, muitas vezes quanto vamos acampar e a dor de barriga aperta, nem pensamos onde nos aliviar. A primeira coisa que vem em nossa mente é encontrar um lugarzinho isolado, longe dos amigos, e algum matinho para camuflar. Os córregos, nascentes de água e pés alheios que vão às favas. Meyer tenta mudar essa vã filosofia.
06 – Natural Harvest – A Collection of Sêmen-Based Recipes
Olhe...Me diga uma coisinha. Você que está lendo esse post já almoçou? Já jantou? Está saboreando algum salga-beiço enquanto lê esse texto? Então quer um conselho de amigo? Ok. Não prossiga a leitura. Pare agora! Coma primeiro; devore esse X-Burguer lindo-maravilhoso que está em suas mãos ou então abandone – temporariamente – a leitura desse texto, almoce ou jante, faça a digestão e só depois retorne ao computador.
Você percebeu que eu até optei por escrever o nome do livro no subtítulo do post em inglês para não abalar muito as estruturas. Agora, se a sua curiosidade for maior... Bem, a responsabilidade é toda sua, não me culpe depois.
Decidiu?  Não vai mudar de idéia? Então, lá vai. Traduzindo o subtítulo: “Colheita Natural – Receita baseadas em sêmen” Arghhhhhhhh!!!
Socorrooo!! Cara! O livro não traz, mas nem eu quero saber o nome do autor dessa monstruosidade!! O infeliz escritor fantasma responsável por essa ‘pérola’ diz que o sêmen não é apenas nutritivo, mas também tem uma textura maravilhosa e incríveis propriedades de cozinha. E prossegue o infeliz porcalhão: “Como um bom vinho e queijos, o gosto do sêmen é complexo e dinâmico”. A obra literária – se é que pode ser chamada assim - diz que o sêmen é barato de produzir e fácil de encontrar e apesar de todas essas qualidades positivas, continua negligenciado como alimento.
O prefácio do livro deixa claro que “Colheita Natural – Receita baseadas em sêmen” espera mudar os padrões tradicionais da culinária. E uma vez que o cozinheiro superar qualquer hesitação inicial, irá se surpreender ao saber o quão maravilhoso o sêmen é na cozinha, dando a cada prato uma reviravolta interessante. E conclui: “Se você é um cozinheiro apaixonado e não têm medo de experimentar novos ingredientes - você vai adorar este livro de receitas!”
My God! O que me deixou com o estômago ainda mais embrulhado foi o depoimento dado por uma pessoa que aprovou o livro. A leitora que assina como Tittes relatou:  “Isso é ótimo. Eu sempre tenho sêmen guardado na dispensa quando recebo a visita de um amigo querido. Ele adora a minha comida, especialmente quando eu cozinho com sêmen. É claro que eu  não disse nada sobre o meu ingrediente secreto, mas o importante é que ele adora a minha comida”.
Depois dessa, aceita um conselho de amigo: “Jamais coma na casa de estranhos....”
07 – Qualquer Um Pode Ser Legal, mas Ser incrível Leva Prática (Lorraine Peterson)
Veja só a introdução dessa obra: “Se você anda por aí pensando que pode ser apenas legal; claramente precisará ler este livro. É sim, este é um livro real”. E para fechar com chave de ouro, a autora dá o golpe de misericórdia: “Qualquer um pode ser legal, mas ser impressionante precisa de prática”.
Cara! Fico imaginando com essa tal Lorraine Peterson deve ser humilde; aliás um poço de humildade. Ela deve ficar dizendo para as suas amigas: “Não! Não! Ser legal é para os fracos... ser incrível é para os fortes!”.
E acredite. A autora afirmou que para escrever o seu livro baseou-se em verdades bíblicas. Tudo leva a crer que se trata de mais uma obra de auto-ajuda.
08 – Guia Para Cozinhar em Seu Carro (Chris Maynard e Bill Scheller)
Você sabia que o capô de seu carro serve para preparar deliciosos pimentões recheados? E que o motor é ideal para grelhar ou assar um bife ou um filé de frango?? Depois de ler esse livro, você passará a enxergar o seu automóvel com outros olhos; os olhos de um chef de cozinha.
Chris Maynard, um fotógrafo e Bill Scheller, um escritor de viagens, são os autores de “Guia Para Cozinhar em Seu Carro”, um manual engraçado, com dicas escabrosas, mas ao mesmo tempo curiosas.
Os autores chegam ao ponto de aconselhar as pessoas no momento em que forem comprar um carro para que escolham um modelo que ofereça maiores opções para a gastronomia. Um Chevrolet, por exemplo, oferece seis opções diferente para preparar o seu prato; já o Toyota Camry, apenas três.
O livro da dupla Maynard e Scheller despertou o interesse de muitos leitores nos Sates, transformando-se, rapidamente, num fenômeno de vendas por aquelas bandas.
09 – Cuidado! Seu Príncipe Pode Ser uma Cinderela (Consuelo Dieguez e Taciana Azevedo)
As autoras Consuelo Dieguez e Taciana Azevedo utilizam o humor para tratar de um tema muito sério nos relacionamentos modernos: a homossexualidade enrustida. Com base em histórias verídicas e surpreendentes, as autoras criaram um divertido guia para as leitoras identificarem se o homem de seus sonhos é, na verdade, um gay sem coragem de sair do armário.
As autoras criaram dez divertidas "peneiras" - às quais as mulheres devem submeter seus "machos" -, que tratam de diversos aspectos: vestuário, comportamento, vida social, interesses, atividades e, claro, sexo.
A idéia de escrever o livro surgiu após uma velha amiga das autoras contar a sua triste experiência com  um marido gay.  Sofia (nome fictício da amiga e personagem principal do livro) revelou que após sete anos de casamento descobrira que o marido era cinderela  e perguntou para as escritoras se não queriam  escrever uma obra baseada em sua história. As duas toparam na hora.
Consuelo e Ticiana passaram, então, a coletar conteúdo para o guia em conversas com médicos, psicanalistas, arquitetos, empresários, hostess de boates gays, modelos que atuam como damas de companhia de enrustidos e, é claro, com mulheres que caíram no conto do Príncipe-Cinderela. A incursão nesse universo resultou num livro divertido e em planos para um próximo, em que o foco será o homossexualismo feminino.
10 – A Longa Viagem do Senhor Cocô (Angele Delaunis e Marie Lafrance)
Os autores afirmam que o livro é educativo e ensina às crianças de onde o cocô vem. O personagem principal – além de Mister Cocô, claro – é um lobo inteligente com jaleco e pinta de professor que leva as crianças numa viagem através de seu sistema digestivo.
No livro há o exemplo de uma menina que come uma maçã no lanche de escola e a fruta vai para o esôfago, antes de uma parada no estômago. Em cada parada ao longo do caminho, o ‘lobo-professor’ explica em termos científicos simples o que o corpo está fazendo. Após o pit stop no estômago, o que resta da maçã deve entrar no intestino delgado, depois no grosso e, finalmente. . . bem, você sabe.
O objetivo do livro, de acordo com os autores, é fazer com que as crianças entendam o que acontece dentro de seus corpos, principalmente no sistema digestivo.
Mas cá, entre nós, a capa do livro não ficou nada legal... O Senhor Cocô provou que não é nada fotogênico.

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