06 setembro 2025
Pequenos Segredos
O livro de Jennifer Hillier conta a história de um
sequestro misterioso e muito rápido. Uma mulher está num centro comercial
movimentado, cercada de pessoas, com o seu filho de apenas quatro anos. No
momento em que ela solta a mão da criança para atender o telefone... o menino
desaparece. As imagens das câmeras de segurança mostram o pequeno Sebastian
saindo do local de mãos dadas com um homem fantasiado de Papai Noel. Desde
então sua mãe, Marin Machado tem como único foco na vida descobrir o que
aconteceu e reencontrar o filho.
Aqueles que lerem essa sinopse, certamente pensarão
que o enredo é bem frenético e com muitas reviravoltas ao longo da trama. Esta
expectativa ficará ainda maior após os leitores terem contato com a campanha promocional
de lançamento da obra pela editora Faro Editorial que na época da publicação de
“Pequenos Segredos”, em 2023, prometeu uma avalanche de plot twists.
Sinto “dizer”: mero engano. Esqueça o sequestro, as
reviravoltas em torno desse sequestro; dicas sobre os possíveis envolvidos; a
busca desesperadora para encontrar o garoto; enfim, esqueça tudo isso. Estes
detalhes só irão aparecer perto do final da trama, em suas últimas páginas
quando o mistério começa a ser esclarecido e por fim o vilão é revelado.
Pois é, comecei a ler Pequenos Segredos muito motivado, pensando encontrar todo esse
“tempero” em seu enredo, mas no final o que encontrei, de fato, foi um drama
familiar. Grande parte da trama é centrada no drama vivido pelos pais de
Sebastian após o seu sequestro, ou seja, quais mudanças o rapto da criança
provocou na vida de Marin e Derek, um casal de classe média-alta que vê toda a
sua vida se desestruturar após essa situação. É aí que entram as traições,
mentiras, brigas, etc.
O problema é que esse drama familiar torna a história
lenta deixando a leitura muito arrastada e sem perspectivas. Por exemplo, a
autora perdeu muito tempo descrevendo o dia a dia de um grupo de apoio para
mães com filhos desaparecidos da qual Marin faz parte. Os relatos dos
integrantes desse grupo não tem nenhuma ligação com o núcleo central da trama
que é o sequestro de Sebastian; saber quem o sequestrou e porquê.
Com o virar das páginas, vemos também a deterioração
do relacionamento de Marin e Derek que vai se desgastando com traições e até
mesmo tentativas de suicídio.
Nem mesmo quando Marin contrata uma detetive
particular, a história engrena. Juro que nessa parte da trama fiquei animado
porque pensei que finalmente com a entrada de uma detetive, com certeza, Hillier
voltaria ao núcleo central da trama que é o sequestro, mas não foi isso que ocorreu.
As descobertas de Vanessa Castro no decorrer da trama não tem nada a ver com o
sequestro. As revelações interessantes da detetive só acontecem perto do final
do livro.
Os tais ‘pequenos segredos’ do título da obra de
Hillier diz respeito, portanto, aos relacionamentos do casal Marin e Derek e
não ao sequestro. Surgem pequenas (não grandes) reviravoltas, mas envolvendo, somente,
o relacionamento dos dois. Só quase
perto do final que iremos descobrir quem tramou todo o sequestro de Sebastian.
E cá, entre nós, não tive nenhuma surpresa; já havia “matado” fácil o nome do
vilão bem antes. Estava muito na cara.
Por hoje é só, valeu galera!
11 agosto 2025
Cinco thrillers psicológicos com plot twists capazes de derrubar o queixo dos leitores
Simplesmente, amo livros com plot twists. Aliás, vivo
afirmando isso em minhas postagens, né? Aqueles que acompanham o blog já sabem dessa
minha preferência há muito tempo. Fazer o que; cada um tem o seu fetiche
literário, o meu são os plot twists (rs).
Publiquei há pouco tempo um post sobre livros de
terror com reviravoltas capazes de derrubar o queixo da galera que gosta desse
gênero literário. Achei legal explorar essa vertente porque é difícil vermos
obras de terror com plot twists; digamos... que seja um pouco incomum. Taí H.P.
Lovecraft, Bram Stoker, Edgar Allan Poe e outras lendas do gênero que não me
deixam mentir. Por isso, tive a ideia de escrever preparar aquela postagem
(confira aqui).
Agora, quero direcionar essa vertente para os livros
de “thriller psicológico”. Estes sim, trazem tatuados em seus enredos os tais
plot twists. Alias, acredito que de cada dez livros do gênero, nove tem essa
característica. E o post de hoje é dedicado a eles.
Li vários thrillers psicológicos que me surpreenderam
com as suas reviravoltas. Paralelamente, conheço obras com plot twists apenas
razoáveis, mas por outro lado, a maioria dos leitores amaram. No post de hoje,
selecionei cinco thrillers psicológicos com reviravoltas famosas, daquelas que
os leitores não esquecem. Elas são tão marcantes que a galera pode até não se
recordar em detalhes da trama da história, mas se lembram perfeitamente de seu
plot twist. Vamos conferir.
01
– A paciente silenciosa (Alex Michaelides)
Porque abrir essa lista com um plot twist que a meu
modo de ver foi apenas razoável? Simples: De cada 10 leitores, nove amaram o
twist final do livro de Alex Michaelides; e assim, quem sou eu para
questioná-los. Acredito que a reviravolta na trama de A Paciente Silenciosa foi quase unanimidade entre os leitores: eles
acharam ‘pra lá’ de inesperada. Abro essa top list com ela.
Na trama desenvolvida por Michaelides, uma pintora
famosa chamada Alicia Berenson é acusada de matar o seu marido com cinco tiros
no rosto. Ele é encontrado com os pés e mãos amarrados numa cadeira e com a
cabeça esfacelada. O detalhe é que ela o amava muito. Depois do crime, a
artista nunca mais disse uma palavra.
A sua recusa em falar ou dar qualquer explicação
transformou essa tragédia doméstica em algo muito maior – um mistério que atrai
a atenção do público e aumenta ainda mais a fama da pintora. No entanto, ao
mesmo tempo que seus quadros passam a ser mais valorizados do que nunca, ela é
levada para um hospital psiquiátrico judiciário.
Theo Faber é um psicoterapeuta forense que espera há
muito tempo por uma oportunidade de trabalhar com Alícia. Ele tem certeza de
que é a pessoa certa para lidar com o caso e tentar fazer com que ela volte a
falar e assim, conseguir desvendar os segredos de toda essa tragédia.
A história é narrada no passado e presente. O enredo é
intercalado com as narrativas do diário que Alícia escreveu nos dias que
antecederam o crime e com as colocações de Theo no presente.
02
– Até você ser minha (Samantha Hayes)
Apesar de ter achado o enredo muito, mas muito
cansativo; adorei o final. E que final galera! Jamais imaginava que aconteceria
aquela surpresa nas últimas páginas. Assim, o melhor conselho que posso dar para
aqueles que forem ler Até você ser minha
de Samantha Hayes é o seguinte: por mais cansativo que acharem o desenrolar da
história, não desistam porque o plot twist final arrebenta. Vai derrubar o seu
queixo, com certeza.
Hayes conta a história de uma assistente social
chamada Claudia Morgan-Brown que após vários abortos involuntários está prestes
a realizar o sonho de sua vida: dar à luz uma menininha. Apesar da ausência do
marido ao longo da gravidez – James é um oficial da Marinha que fica semanas e
até meses longe de casa –, ela mal pode esperar para segurar o seu bebê nos
braços após várias tentativas e perdas.
Porém, as diversas atividades de Cláudia, além da
responsabilidade de cuidar dos gêmeos, filhos do primeiro casamento de James,
deixam o casal preocupado, ainda mais com a aproximação de uma nova partida de
James. É então que eles decidem contratar uma babá chamada Zoe que deseja muito
esse emprego. Com as melhores recomendações, ela conquista a confiança da família
e se muda para o lar do casal. Com o passar dos dias, Cláudia teme que a
misteriosa mulher tenha outros motivos para se aproximar de sua família.
Só posso contar até aí para não soltar pistas que
possam comprometer o grand finale, se bem que mesmo que eu contasse todos os
spoilers da trama, acredito que vocês jamais descobririam o final, de tão
absurdo; mas um absurdo no bom sentido.
03
– Por trás de seus olhos (Sara Pinborough)
Achei o final de Por trás de seus olhos tão surreal, tão “fora da casinha” que cheguei a imaginar
que tanto a autora quando a editora, não estavam no seu juízo normal. Pensei
comigo: “Surtaram”! Surtou Sara Pinborought e surtou a Intrínseca”! Confiram a
resenha da obra aqui.
Cara, o final é muito louco, coisa do outro mundo. Se
você ainda não teve a oportunidade de ler o livro, mas assistiu a série de TV
exibida pela Netflix em 2021 sabe do que estou “falando”. E já que entrei
nesses assunto, lei o livro primeiro, é muito melhor que a série.
Por
Trás de Seus Olhos tem três narrativas paralelas, sendo duas
em primeira pessoa e a outra em terceira. Louise, é uma das personagens
narradoras, a outra se chama Adele. Os capítulos narrados por elas são
intercalados com flashbacks do passado de Adele narrados em terceira pessoa.
No enredo do romance publicado pela Intrínseca em
2017, Louise trabalha como secretária e está presa à rotina da vida moderna: ir
para o escritório, cuidar da casa, do filho e tentar descansar no tempo livre.
Em uma rara saída à noite, ela conhece um homem no bar e se deixa envolver.
Embora ele parta logo depois de um beijo, Louise fica muito animada por ter encontrado
alguém.
Ela só não esperava que seu novo e casadíssimo chefe
seria o homem do bar. Ele faz questão de esclarecer que o beijo foi um
equívoco, mas em pouco tempo os dois passam a ter um caso. Em uma terrível
sequência de erros, Louise acaba se tornando amiga da esposa do amante, e
então... aquele final ‘mutcho loco’ chega ‘babando’.
04
- Flores partidas (Karin Slaughter)
Flores partidas é uma leitura muito pesada, por isso, os leitores mais
sensíveis devem ter um certo cuidado por que a trama tem muitos gatilhos.
Quanto ao plot twist final, fantástico.
Karin Salughter conta a saga das irmãs Calire e Lydia.
Claire tem uma vida glamorosa, casada com um milionário de Atlanta. Lydia é mãe
solteira, namora um ex-presidiário e luta para deixar para trás um passado de
drogas e sem direção. A ferida destruidora, no entanto, continua aberta e volta
a sangrar quando o marido de Claire é assassinado.
Separando esses fatos com quase um quarto de século,
nós temos o desaparecimento de uma adolescente e a morte de um homem de meia‑idade.
Qual seria a conexão com as duas irmãs?
autoras de suspense da atualidade.
A narrativa tem um plot muito bom, reviravoltas também
muito boas e personagens com um certo carisma, mas peca e muito num detalhe: a
enrolação que acaba causando a dispersão da leitura. Mesmo assim, pelos plot
twists no decorrer da obra, recomendo a leitura.
05
– Verity (Colleen Hoover)
Em Verity, Colleen
Hoover narra a história de uma escritora medíocre e muito chata (achei isso)
que faz o mínimo do mínimo para sobreviver, mas num golpe de sorte, acaba sendo
contratada para ser coautora de uma saga literária de grande sucesso, já que a
autora chamada Verity Crawford, está incapacitada após ter sofrido um grave
acidente que a deixou completamente debilitada. Então, a coautora medíocre vai
morar na mansão da famosa Verity para poder entender melhor sobre os livros que
ela irá dar continuidade. Bem resumidamente, o plot do livro é esse.
Adorei a história de Hoover com exceção de seu final,
mas como aconteceu no caso de A paciente
silenciosa, novamente eu acabei nadando contra a maré já que a maioria dos
leitores enalteceram o plot final do livro. Por esse motivo, ele está aqui,
nessa lista.
Creio que a carta escrita por um personagem de Verity publicada nos capítulos finais do
livro e que teria por objetivo fechar a contento a trama, na verdade, acabou
plantando uma baita dúvida, dando um nó nos neurônios da galera. “Será que
fulano ou fulana agiu, de fato, dessa forma ou não”? Odeio duvidas desse tipo;
não por ser preguiçoso para imaginar conclusões de finais alternativos, é
que... não gosto de livros “sem finais”. Acredito que faltou conectar o final
da história com um fato importante – aliás bem chocante e violento - que acontece
logo nas primeiras páginas. Mas o que importa nisso tudo é que a maioria das
pessoas que leram “Verity” amaram a história, incluindo o plot twist e Zefini.
Por hoje é só galera!
01 julho 2025
Chega ao Brasil em agosto o novo livro de Stephen King: "O Garoto do Colorado"
Pois é galera, e aproveitando o post anterior sobre Não Pisque, aquele livro de Stephen King
que me fez comer uma bronha danada (leiam aqui e entenderão melhor) já emendo
uma outra postagem sobre um outro lançamento do mestre do terror que deve aterrissar
nas livrarias brasileiras no mês de agosto; para ser exato no dia 5 de agosto. Já ouviram ‘falar’ de The Colorado Kid ou O rapaz do Colorado (na tradução literal)? Entonce... a editora
Suma – que publica os livros do autor no Brasil - já vinha prometendo em suas
redes sociais o lançamento dessas duas histórias de King para 2025: Não Pisque para o primeiro semestre e Colorado Kid para o segundo. O primeiro
chegou em maio e The Colorado Kid
está prometido para esse segundo semestre do ano, mas sem uma data exata.
Detalhe: a tradutora das duas obras é a excelente Regiane Winarski.
The
Colorado Kid é um romance do gênero policial,
publicado originalmente pela editora Hard Case Crime em 2005. O livro foi
lançado inicialmente em uma edição de bolso pela editora especializada em
crimes e mistério. Oito anos depois, em 2013, King lançaria também pela Hard
Case, Joyland. Devido a boa
aceitação, na época, a editora decidiu relançar The Colorado Kid em uma edição de bolso ilustrada em maio de 2019.
A história se passa em uma pequena ilha no Maine e é narrada por dois jornalistas veteranos, Vince Teague e Dave Bowie, que compartilham com a jovem estagiária Stephanie McCann o intrigante caso do “Colorado Kid”. O mistério gira em torno de um homem desconhecido encontrado morto em uma praia em 1980, cuja identidade e circunstâncias da morte só foram parcialmente descobertas depois de anos de investigação. Apesar dos avanços no caso, várias perguntas essenciais permanecem sem resposta, e é essa ausência de conclusão que forma o cerne da narrativa.
De acordo com o portal stephenking.com.br, o livro
também levanta questões sobre a natureza do jornalismo e da busca pela verdade.
Vince e Dave, com sua longa experiência na profissão, entendem que nem todos os
mistérios podem ser resolvidos, e seu relato serve como um lembrete de que a
busca pela verdade é muitas vezes mais importante do que as respostas que
encontramos. Stephanie, representando uma nova geração, é inicialmente
frustrada pela falta de um desfecho, mas sua interação com os veteranos sugere
uma passagem de sabedoria, uma aceitação gradual de que a vida é composta de
mistérios sem solução.
Por fim, trata-se de um livro bem curto e que foge aos
padrões do autor que adora escrever verdadeiros calhamaços (rs). The Colorado Kid tem apenas 179 páginas. E deixei o melhor dessa postagem para o final: o livro já está em pré-venda em algumas livrarias virtuais. Eu vi lá na Amazon. E aí? gostaram?
28 junho 2025
Apesar do atraso, jamais poderia esquecer de um lançamento do tio King. “Não Pisque” já está nas livrarias
Galera, ser jornalista mesmo que em cidades médias ou
pequenas não é fácil, ainda mais quando você tem um blog literário e... também...quando
resolve se engajar numa causa que você julga justa e que irá beneficiar
milhares de pessoas que, de fato, precisam dessa ajuda. Taí o meu caso: tenho
os meus afazeres profissionais diários, que não são poucos; tenho o meu blog
literário e por isso tenho de encontrar tempo para ler e escrever resenhas ou
montar listas; e por fim, decidi me unir a milhares de pessoas e lutar pela
derrubada de um veto do governo federal que achei injusto prá caralh... Aliás
ainda continuo lutando ao lado dessas pessoas porque apesar do Veto 38 ao PL
5332 (ver aqui, aqui, mais aqui e novamente aqui) ter sido derrubado, o nosso digníssimo presidente do Senado, Davi
Alcolumbre resolveu virar as costas para milhares de aposentados por invalidez
permanente - incluindo muitos do BPC Loas - e “travar” a assinatura da minuta
da lei que encontra-se em cima de sua mesa. Basta ele pegar uma caneta, assinar
e com isso beneficiar uma infinidade de pessoas necessitadas, das quais muitas,
inclusive, votaram nele. Portanto, temos um veto derrubado mas não assinado; é
mole? E assim, a luta continua.
Com tantas preocupações acabei me esquecendo de algo
que, certamente, eu não me esqueceria em condições normais: o lançamento de um
livro do meu autor preferido: Stephen King. Acreditem galera, eu cometi essa
“ojeriza literária”. O livro do mestre do terror chegou as livrarias no dia 27
de maio e eu fiquei sabendo da novidade no início dessa semana.
E, assim, na esperança de que exista alguém tão
desinformado como eu nesse assunto (rs) resolvi escrever algumas linhas sobre Não Pisque; esse é o título do novo
livro do tio King.
A obra traz de volta uma personagem clássica e porque
não, também, antológica do chamado “Universo Kingniano”. Estou me referindo a
detetive Holly Gibney, personagem já conhecida por leitores fiéis do autor,
tendo aparecido em outros seis livros como Mr.
Mercedes e O Instituto.
Na trama, Izzy Jaynes é uma investigadora experiente
de Buckeye City que, ainda lidando com traumas de ocorrências pregressas. Ela
acaba se deparando com uma carta contendo uma grave ameaça: em breve, o texto
alerta que pessoas inocentes serão assassinadas. Buscando desvendar o caso e
descobrir quem está por trás disso, ela recorre à detetive e amiga Holly
Gibney. Em pouco tempo, no entanto, a ameaça se torna real: uma mulher é morta
de forma aleatória num parque de subúrbio, e elas têm de correr para que o
assassino não execute outras pessoas.
Enquanto isso, uma controversa defensora dos direitos
das mulheres está em turnê pelos Estados Unidos para promover seu trabalho, mas
há alguém em seu encalço que não concorda com suas ideias. Quando a perseguição
começa a ficar mais perigosa, Holly Gibney é convocada para cuidar de sua
segurança, mas o trabalho logo se torna um risco que ela não calculava, e a
detetive se vê no centro de uma caçada assustadora.
Tai galera, antes tarde do que nunca. Mesmo com a
cabeça a mil, jamais poderia me esquecer de um lançamento literário do tio
King; mesmo com um pouco de atraso.
08 junho 2025
Novo livro de Dan Brown, “O Segredo Final”, chega em setembro nas livrarias brasileiras, mas a obra já está em pré-venda
Os fãs de Dan Brown, mas aqueles fãs do tipo que amanhecem
nas portas das livrarias em dia de lançamento de livros do autor estão em
êxtase total. E por um bom motivo, melhor, por um excelente motivo, pelo menos
para os leitores que devoraram O Código da Vinci, Anjos e Demônios, O Símbolo Perdido, e por aí afora; o novo livro do escritor norte-americano já tem
data definida para chegar às livrarias físicas e virtuais: 9 de setembro. Mas o
melhor de tudo é que a obra já está em pré-venda nos principais portais
literários, entre os quais o da Amazon.
A história será lançada no Brasil pela Arqueiro, selo
da Editora Sextante, e deve seguir a fórmula já consagrada do autor, que une
suspense, teorias conspiratórias e segredos perigosos. Em outras palavras, não
espere um Brown inovador em O Segredo
Final porque a velha fórmula dos livros anteriores também estará presente e
acompanhada do bom e velho Robert Langdon com todas as suas manias e trejeitos.
Aliás, o famoso professor de simbologia religiosa da Universidade de Harvard
volta para o convívio dos leitores brasileiros após oito anos ausente, desde o
lançamento de Origem.
E já que citei Origem;
em 2017, a obra garantiu o segundo lugar em Ficção na Lista Anual de Mais
Vendidos do portal Publishnews com 121 mil exemplares naquele ano apenas nas
livrarias brasileiras. Em 2018, foram mais 100 mil exemplares.
Agora, na nova trama, Langdon viaja para Praga com a
acadêmica Katherine Solomon, que foi convidada a ministrar uma palestra e está
prestes a publicar um livro com descobertas surpreendentes sobre a natureza da
consciência humana. O que era para ser uma simples apresentação muda de figura
quando um assassinato brutal acontece e Katherine desaparece junto com o
manuscrito de seu livro, colocando Langdon na mira de uma poderosa organização.
“É um campo de batalha diferente de tudo que ele já viveu e Langdon não terá
que lutar só pela própria vida, mas também pelo futuro da humanidade”, diz a
descrição da editora, que relançará, também em setembro, todas as obras de
Brown com capas inéditas.
Pois é, quando setembro chegar... será só alegria para
os devoradores de livros, mas os devoradores de obras de Dan Brown.
07 junho 2025
Qual é a melhor forma de ler a saga “Hannibal Lecter”? Respeitando a ordem cronológica dos fatos ou a ordem de lançamento dos 4 livros?
A “Quadrilogia Hannibal Lecter” é uma das sagas
literárias que eu mais gosto. Tanto é verdade que já perdi a conta das vezes
que reli os livros Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes, Hannibal e Hannibal, A Origem do Mal do escritor norte-americano Thomas
Harris. Amei e viajei todas as vezes que reli.
Conheci a obra de Harris através do filme
hiper-premiado “O Silêncio dos Inocentes” do diretor Jonathan Demme. Estávamos
no comecinho da década de 90 quando um serial killer vivido pelo gênio Anthony
Hopkins despertou o interesse - e acredite - despertou a simpatia de milhares
de cinéfilos. O tal Hannibal Lecter, com fama de canibal, era um famoso médico
psiquiatra, muito fino, inteligente e com um Q.I acima da média, mas tinha um
hábito nada recomendável: ele degustava aqaueles pacientes que não
correspondiam ao tratamento. E foi assim que ele ganhou o apelido de “Hannibal,
o canibal” ou “Dr. Lecter, o canibal”.
Após ter assistido ao filme, quis na mesma hora ler o
livro para comparar os enredos e descobri que livro e filme são praticamente
iguais com pouquíssimas diferenças, exceto a descrição detalhada dos
personagens na obra literária o que não acontece nas telonas.
No livro, uma agente novata do FBI chamada Clarice
Starling é destacada para encontrar um assassino, Búfalo Bill, conhecido por
arrancar a pele de suas vítimas. Para entender como o serial killer pensa, ela
procura um perigoso psicopata, encarcerado sob a acusação de canibalismo. É aí
que entra o famoso Dr. Lecter que decide ajudar na caça ao assassino, “emprestando”
o seu intelecto acima da média, mas com uma condição... desde que a agente do
FBI concorde em ser analisada por ele como se fosse sua paciente.
Gostei tanto do que vi nas páginas e também nas telonas
que decidi comprar todos os livros que seriam lançados futuramente, além de
assistir aos outros filmes baseados nessas obras.
Na primeira vez que li a quadrilogia procurei seguir a
ordem de lançamento dos livros, mesmo porque não havia um outro jeito, já que
naquela época havia sido publicado apenas O
Silêncio dos Inocentes e Dragão
Vermelho. Mas quando completei a saga, fiz a experiência de ler os quatro
livros respeitando a ordem cronológica dos fatos. E é sobre isso quero “falar”
nesta postagem porque já vi alguns questionamentos nas redes sociais sobre como
obter a melhor experiência, o maior nível de satisfação ao ler a saga.
Posso garantir que independentemente da galera ler a “Quadrilogia
Hannibal Lecter” na ordem de lançamento das obras ou então de “trás para
frente”, a experiência será a mesma, ou seja, saborosamente deliciosa. As duas maneiras
tem as suas nuances, vantagens, e porque não, desvantagens, também. Vou tentar
explicar melhor.
Se a sua opção for pela ordem cronológica dos fatos,
você iria entender detalhadamente o que transformou uma criança dócil e
inocente num perigoso e temido serial killer. Também iria conhecer como foram
os primeiros anos de Hannibal Lecter na faculdade de medicina, os seus amores,
as suas paixões e os gatilhos que fizeram com que ele optasse por seguir o lado do crime. Certamente, o leitor
que escolhesse essa sequência de leitura, iria desenvolver sentimentos de
empatia e muita empatia com o personagem o que poderia torná-lo menos
assustador nos livros seguintes.
Dessa forma, o leitor teria de pagar um preço
considerável por conhecer, em primeira mão, os fatos que levaram o Dr. Lecter a
se tornar um criminoso, incluindo algo que marcou profundamente, a sua
infância. O preço, como já citei acima, seria um Lecter menos sombrio,
assustador e até mesmo, menos impactante, ao longo do outros livros.
Cara, você vai amar o Dr. Lecter de Hannibal, A Origem do Mal e se não tomar cuidado...
vai até mesmo querer adotar aquela criancinha inocente.
Agora se a galera começar a sua leitura por Dragão Vermelho, o primeiro livro da
série lançado em 1981, o bicho pega. Na obra que abre a saga, Harris nos mostra
um Lecter demoníaco, muito longe daquela criança inocente de Hannibal, A Origem do Mal e também
daquele Lecter sutil e charmoso de O
Silêncio dos Inocentes. O serial killer canibal aparece pouco na trama, já
que o livro é focado em Will Graham, agente do FBI, que se vê obrigado a voltar
a trabalhar para prender um assassino em série conhecido como Fada do Dente.
Tudo seria muito fácil para Graham, se não tivesse passado por situações
extremamente traumáticas enquanto atuava no FBI.
O enredo mostra como Graham conseguiu prender o Dr.
Lecter, no passado; mas agora, ele precisa recorrer ao canibal para que o
serial killer lhe ajude com o seu intelecto a prender o Fada do Dente.
Mesmo aparecendo pouco no enredo, Lecter mostra para o
que veio. O autor narra em detalhes como foi a prisão traumática do personagem
e como o agente do FBI quase pagou com a própria vida por isso. Aliás, ele continuará
pagando e com um risco maior, após procurar o canibal na prisão para pedir
ajuda. Como disse, ele encontrará um Lecter demoníaco e impiedoso.
No terceiro livro da saga, o personagem se mostra
menos odioso e cruel. Estas duas características cedem espaço para o charme, a
sutilidade, a inteligência e o finesse que fizeram de Hannibal Lecter um dos
serial killers mais queridos da literatura ficcional.
Muitos fãs da saga perguntam como esse personagem caiu
tanto no agrado dos leitores apesar de ser um perigoso assassino. Na minha
opinião, um dos motivos foi o fato desses leitores terem lido primeiro “O
Silêncio os Inocentes” e não “Dragão Vermelho” que mostra toda a faceta do mal
do icônico personagem. Apesar de ter sido lançado sete anos antes de “O
Silêncio dos Inocentes”, “Dragão Vermelho” passou praticamente despercebido dos
leitores que só despertaram interesse pelo Dr. Lecter com o lançamento do filme
de Jonathan Demme.
Quanto a ordem de leitura da saga, não sei se consegui
esclarecer, mas vamos lá. Quer seguir a ordem cronológica dos fatos - mas
ciente de que ao conhecer o personagem já adulto transformado num perigoso
serial killer, o impacto será menor? Ok. Então leia respeitando essa sequência:
Hannibal: A Origem do Mal, Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes e Hannibal.
A outra opção é fazer a leitura de acordo com a ordem de publicação dos livros
– Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes, Hannibal e Hannibal: A Origem do Mal, ciente de que irá
encontrar, inicialmente, um Dr. Lecter maldoso, visceral e demoníaco, muito
diferente daquele que você viu nas telas.
Há também uma terceira pção para ler a saga, começando
pelo seu segundo livro, Silêncio dos
Inocentes e depois seguindo a ordem normal de publicação, ou seja: Dragão Vermelho, Hannibal e A Origem do Mal.
Aqueles que optarem por essa sequência conhecerão, primeiramente, um Lecter
menos cruel e mais finesse, o que atenuará o choque do Lecter de Dragão Vermelho.
Taí, escolham de que forma desejam ler uma das sagas
mais famosas da literatura e dos cinemas. Qualquer uma delas será benvinda e
não atrapalhará o entendimento da trama.
01 junho 2025
A Empregada está de olho
Começo essa postagem já pedindo aos fãs da saga A Empregada de Freida McFadden para que
esqueçam – mas um ‘esqueçam’ com todas as letras maiúsculas – da Millie dos
dois primeiros livros (A Empregada e O Segredo do Empregada). A Millie de A Empregada Está de Olho é muito
diferente; ela mudou demais. E na minha opinião, mudou para pior. Neste
terceiro livro da saga não vemos aquela personagem ativa, arrojada, sem medo,
perspicaz, capaz de enfrentar qualquer desafio. Pois é... a nossa Millie mudou.
No enredo de A
Empregada Está de Olho já se passaram 20 anos dos acontecimentos do
primeiro livro. E após essas duas décadas vemos uma Millie matrona, casada com
Enzo e mãe de dois filhos: Nico, de 9 anos e Ada, de 11. Ela deixou para trás
toda a sua impetuosidade e perspicácia. E foi justamente dessa impetuosidade e
perspicácia que eu, como leitor, senti falta. Para se ter uma ideia do quanto
ela mudou, em determinado capítulo, a personagem ficou embasbacada,
completamente sem resposta, ao ser desafiada por um encanador que a acusava aos
gritos – como não bastasse, ainda perto daquela víbora chamada Suzete - de lhe
ter dado um cheque sem fundos. E para completar a humilhação, Suzete ainda fez
questão de pagar o encanador e depois tirar um sarrinho na cara da Millie. Juro
que fiquei puto da vida e exclamei: PQP! Cadê a minha Millie?!!!!!”
E já que mencionei a víbora da tal Suzete, aproveito também
para acrescentar uma outra personagem – que se não víbora, pelo menos uma
cobrinha – de nome Janice, ou seja, as duas novas vizinhas da nossa Empregada.
Fiquei constrangido todas as vezes que as duas humilharam Millie. Suzete,
aliás, chegou ao ponto de dar em cima do Enzo e na cara da Millie!!!
Fico imaginando o que teria acontecido com Suzete e
Janice nos ‘velhos tempo’; as respostas afiadas que elas receberiam e que lhe
fariam fechar a boca na hora.
Saudades de você Millie, mas da Millie do passado e
não dessa nova versão, mas... tudo na vida muda, né? Fazer o que?!
Agora querem saber se eu gostei do livro? Gostei. -
Ôpa!! Mas espera aí cara? Depois de tudo o que você escreveu acima, você ainda
afirma que gostou da história? É muita incoerência!
Galera, calma aí; eu vou explicar porque essa linha de
raciocínio não é assim tão incoerente. A
Empregada Está de Olho é um dos raros livros em que você, apesar de se
decepcionar com o personagem (s) principal (s) não se decepciona com o enredo;
e o enredo desse – pelo menos, até agora - último livro da saga é muito bom.
McFadden criou pequenas reviravoltas no decorrer do enredo quem conseguem manter
os leitores ligados; plot twists pequenos, mas deliciosos. Outro detalhe positivo é que alguns personagens não
são o que aparentam ser; é aquela ‘coisa’ do tipo: “Putz, o cara fez isso?! Não
acredito!!”. E, no meu caso, gosto muito de ser enganado pelo personagem de uma
história; de ter sido feito bobo por ele. Adoro quando eu exclamo durante a
leitura: “Caráculas! Não pode ser verdade!”. E o enredo desse terceiro livro da
saga “A Empregada” tem pelo menos três surpresas que valem o selo “Não pode ser
verdade!”: duas no meio da trama e outra no seu final.
Sydney Sweeney será Millie nos cinemas. O filme estreia nos Estados Unidos em dezembro de 2025
Por isso, não tem como eu criticar o enredo
desenvolvido por McFadden; ele é muito bom, muito bem escrito. O que eu quis explicar
logo no início do post é que fiquei decepcionado em ver uma Millie matrona,
sossegada e sem aquela perspicácia que eu aprendi a definir como “perspicácia
bandida” que desnorteava os seus ou as suas rivais.
Mas não fiquem pensando que ela amoleceu totalmente.
No final, pelo menos ela mostra um pouco – não tudo, mas um pouco – dessa
perspicácia ao confrontar a sua oponente. Tudo bem que ela não fez isso
sozinha, mas com a ajuda de um parceiro (que por sinal, não foi o Enzo) mas,
pelo menos, fez; e serviu para uma redenção da personagem, digamos que... meia
boca.
Neste último livro da saga, como citei ,logo no início,
já se se passaram 20 anos dos eventos que ‘rolaram’ no primeiro livro. Millie,
agora casada com Enzo e com filhos, continua a enfrentar situações que a levam
a questionar o que acontece ao seu redor, incluindo os seus vizinhos.
Nessa nova trama acompanhamos Millie e sua família se
mudando para sua casa dos sonhos no subúrbio, onde acabam descobrindo que a
vida fora da cidade grande não é tão tranquila quanto parece, muito menos
segura.
Com a estranha família Lowell e sua empregada na casa
ao lado, uma vizinha bisbilhoteira e paranóica do outro lado da rua, barulhos
assustadores durante a madrugada e todos os membros da família mudando de
comportamento sem motivo aparente, Millie começa a se perguntar se tomou a
decisão certa ao se mudar.
Quando a empregada dos Lowells abre a porta, de
avental branco e os cabelos presos num coque apertado, Millie está decidida a
ser simpática, afinal, sabe exatamente como é estar nessa posição. Só que o
olhar insistente dela lhe dá calafrios. E essa não é a única coisa esquisita no
novo bairro. Millie passa a ver uma figura sinistra sempre à espreita,
observando sua família, e, para piorar, seu marido começa a fazer passeios
noturnos misteriosos. Como se não bastasse, a vizinha do outro lado da rua a
adverte: “Se eu fosse você, tomaria cuidado com aquela mulher.”
Enfim, trata-se de um bairro muito louco, com vizinhos
estranhos, com alguns deles guardando segredos perigosos, aliás... muito
perigosos.
Enfim, é isso aí. Não gostei da nova versão da Millie,
mas gostei do enredo.
Inté!
21 novembro 2024
O segredo da empregada
Millie é fodástica. E neste segundo volume da
trilogia, ela provou ser mais fodástica ainda porque orquestrou uma vingança
perfeita, posso dizer um verdadeiro supra-sumo das vinganças (rs). Millie se
vingou por outras mãos, ou seja, utilizou um anjo vingador para cumprir a sua
missão.
Confesso que me empolguei com a leitura de O Segredo da empregada, mais do que o
primeiro volume A empregada. Agora,
vemos uma Millie mais segura e confiante, enfim, uma personagem mais amadurecida.
Este amadurecimento não impede que ela continue tomando as dores de mulheres
que são abusadas fisicamente ou psicologicamente pelos seus maridos. Nessas
horas, ela ‘despe’ a sua aura de uma faxineira humilde e ‘veste’ a sua verdadeira
personalidade: uma ex-presidiária condenada por um homicídio por ter defendido
uma amiga que estava prestes a ser estuprada. Ela é sagaz, esperta, inteligente
e muito carismática. Não há como os leitores deixarem de se simpatizarem com
essa garota.
Neste segundo volume, Millie está desempregada e começando
a ficar sem dinheiro. Ela começa a sentir na pele como é difícil para uma mulher
que já esteve presa, condenada por homicídio, conseguir um emprego. Quando o
desespero começa a bater na porta, ela mal consegue acreditar no momento em que
um milionário chamado Douglas Garrick a contrata.
Após alguns dias, ela começa a desconfiar que algo
está muito errado naquela cobertura que mais se parece com uma mansão: Wendy, a
esposa do Sr. Gasrrick nunca sai do quarto. Na verdade, ela e Millie nunca
foram sequer apresentadas.
Certo dia, ao colocar a roupa para lavar, Millie nota
manchas de sangue em uma camisola – e não é a primeira vez. Ela decide, então,
descobrir o que está acontecendo. Quando finalmente descobre, ela chega à
conclusão de que alguém precisa pagar um preço caro pelo o que está fazendo.
A narrativa de Freida McFadden, a exemplo de A empregada, continua fluida fazendo com
que os leitores devorem as páginas. O estilo, também segue o mesmo, com a
autora dividindo o enredo em duas narrativas, ambas em primeira pessoa. Millie
narra a primeira parte, enquanto um outro personagem narra a segunda. Antes,
temos um prólogo que ocupa pouco mais de uma página, mas com o poder de aguçar
a curiosidade dos leitores. O mistério que esse prólogo apresenta será
esclarecido apenas nas páginas finais do romance.
Juro que enquanto lia o livro tentava de todas as
maneiras descobrir qual era o plot twist que MCFadden havia reservado para os
seus leitores. Criei as mais tresloucadas hipóteses. Teve um
momento, durante a narrativa de Millie, que pensei ter certeza do que iria
acontecer e então me decepcionei porque parecia algo muito obvio. “Entonce”... vem
a segunda parte narrada por um outro personagem e o “tonto” aqui leva um tapa
na cara e fica abestalhado. Cara, não esperava por aquele plot twist, verdade.
Na parte 4 da história, já perto da vingança de
Millie, os leitores levam mais uma lapada, tão dolorida quanto a primeira. Um plot
do tipo: - Caráculas! Por essa eu jamais esperava”!
Atribuo o sucesso de O Segredo da Empregada, principalmente, a essas duas reviravoltas
na trama. Dois plot twists incríveis, tão bons ou até melhores do que aqueles
que a autora mostrou em primeiro livro da saga.
Uma leitura que certamente fará com que você adquira
sem preâmbulos o último livro da trilogia: A
empregada está de olho.
08 novembro 2024
Jason Bourne: uma saga de 14 livros e não apenas uma trilogia
Não é tão raro vermos personagens icônicos da
literatura prosseguirem com as suas aventuras, encontros e desencontros mesmo
após a morte de seus criadores. Foi assim com os Blackwells de Sidney Sheldon,
com o carismático 007 de Ian Fleming, com Scarlett O’Hara de Margaret Mitchell,
além de muitos outros (aqui). E da mesma forma que os espólios de Sheldon,
Fleming e Mitchel chamaram, respectivamente, Tilly Bagshawe, John Gardner e
Alexandra Ripley para “ressuscitar” esses personagens após a morte de seu
autores originais; os familiares de Robert Ludlum decidiram fazer o mesmo. E
assim, o conhecido agente secreto aminésico Jason Bourne acabou indo parar nas
mãos de Eric Van Lustbader. Resultado: além dos três livros originais - A Identidade Bourne (1980), A Supremacia Bourne (1986) e O Utimato Bourne (1990) – escritos por
Ludlum (veja aqui), a saga ganhou – pasmem! – mais 11 livros com o personagem!! Se somarmos
esses livros com a trilogia de Ludlum teremos 14 livros do chamado universo
Bourne!
Lustbader era um dos poucos amigos do recluso Ludlum
que não gostava de muita gente ao seu redor, além de não ser nem um pouco
sociável. Reza a lenda que Ludlum detestava pessoas tolas e de pouca cultura e
por isso optava por sair muito raramente de sua casa. Mas após um evento
promocional de sua editora ao qual foi obrigado comparecer, o lendário autor
acabou se aproximando de Lustbader. Este fato raro aconteceu porque o criador
de Jason Bourne que havia acabado de lançar A
Identidade Bourne queria conhecer o seu rival que estava dividindo com ele
as listas de livros mais vendidos. Vale ressaltar que Lustbader havia escrito
recentemente O Ninja que estava
ocupando juntamente com A Identidade
Bourne o primeiro lugar das listagens de obras mais vendidas nos Estados
Unidos.
A dupla conversou até tarde da noite. Ludlum viu muito
de Jason Bourne e dele mesmo no personagem de Lustbader, Nicholas Linnear - um
mestre das artes marciais que é envolvido em uma conspiração de assassinato - e
Lustbader viu muito de si mesmo e de Linnear em Bourne, o agente desonesto da
CIA sem memória de seu passado. E assim, ambos se tornaram grandes amigos.
Quando Ludlum morreu em março de 2001, o seu espólio
decidiu dar continuidade as aventuras de Jason Bourne. Algo natural, já que se
tratava da série de livros mais famosa do escritor e que rendeu uma fortuna
desde que foi criado. O próximo passo seria escolher um escritor que tivesse
alguma afinidade com Ludlum.
![]() |
Trilogia Bourne original escrita por Robert Ludlum |
O retorno de Jason Bourne às páginas aconteceu em
2004, três anos após a morte de seu criador. Nasceu assim, O Legado Bourne. O sucesso da obra que vendeu aquém do esperado
acabou estimulando o lançamento de novos livros até chegar a sua 11ª edição.
Uma das coisas que atraiu Lustbader para a série –
além das infinitas possibilidades de enredo de um agente com amnésia – foi que
Bourne era a antítese do espião sofisticado. Ele era um homem comum,
danificado, e tendo que confiar com seus próprios recursos em vez de uma série
de dispositivos e carros velozes.
Matt Damon assumiu o papel de Bourne na adaptação
cinematográfica de A Identidade Bourne.
Aqui cabe uma curiosidade já que os produtores do primeiro filme da trilogia
queriam Brad Pitt na pele do agente da CIA e não Damon; mas no final, Damon
provou ter sido a escolha certa.
Lustbader começou a moldar o personagem de Bourne
sutilmente para sua série sem alterar o agente duplo operando sem memória, mas
com uma lasca de consciência. Ele matou a esposa de Bourne, Marie, em um
acidente de esqui entre seus livros um e dois e enviou as crianças para a
fazenda de seus avós no Canadá.
Segundo o autor, Marie se foi e os filhos se foram
porque, se Bourne fosse casado, não seria possível que ele interagisse com
nenhuma personagem feminina, e sua esposa e filhos estariam sob constante
ameaça. Para Lustbader, isso não poderia ser feito em todos os livros. Os dois
primeiros livros se mostraram tão populares que a editora perguntou ao agente
do escritor, se ele poderia criar um enredo sobre Bourne por ano. Isso, além de
sua própria produção – na série Nicholas Linnear, personagem de “O Ninja” - de
um livro, também, por ano. E tudo indica
que Jason Bourne venceu esse “embate”, já que teve fôlego para sustentar 12
enredos, enquanto Linnear só foi até o sétimo volume.
E agora vamos conhecer mais detalhes sobre os da saga
Bourne escritos por Eric Van Lutsbader. Lembrando que dos seus 11 livros apenas
três foram lançados no Brasil. Todos eles pela editora Rocco.
01
– O Legado Bourne (2004)
Na trama, o professor David Webb salva um aluno de uma
briga, fazendo eclodir a agilidade e a destreza de sua antiga vida como o
espião Jason Bourne. Webb mal imagina que este incidente é o estopim para uma
complexa intriga internacional em que, de herói, ele passará novamente a alvo.
Lustbader fez um excelente trabalho. Adorei o livro. É
claro que o leitor que acompanhou toda a trilogia original vai perceber
diferenças na escrita dos dois autores, mas não há como negar que nessa
sequência, Lutsbader foi muito feliz e conseguiu manter o nível.
O enredo tem muita ação, conspirações e surpresas.
Prestem atenção no personagem Khan que reserva uma grande reviravolta no final.
Aliás, esse personagem foi muito bem construído pelo autor, à exemplo do agente
da CIA, Martin Lindros e da misteriosa Annaka. Quer saber quando um autor
entende do assunto? No momento em que ele escreve um livro com um grande numero
de personagens e apesar disso, consegue deixá-los todos interessantes. Pois é,
Lustbader conseguiu. O Legado Bourne
tem uma ‘infinidade’ de personagens e todos eles conseguem prender a atenção do
leitor, tendo papéis preponderantes na história. (ver resenha aqui)
02
- A Traição Bourne (2007)
A
Traição Bourne foi publicado originalmente em 2007 mas
só chegou ao Brasil em 2010 através da editora Rocco. Dois meses após a morte
da segunda esposa de Jason Bourne, ele descobre que Martin Lindros, seu único
amigo na CIA, desapareceu na África, onde ele estava rastreando carregamentos
de urânio.
Apesar de seu ódio pela CI, Bourne parte para resgatar
seu amigo e terminar o trabalho: desmantelar uma rede terrorista determinada a
construir armamentos nucleares cortando sua fonte de dinheiro.
Mas Bourne não percebe que esses homens, supremacistas
islâmicos, são líderes de um grupo incrivelmente perigoso e tecnologicamente
experiente com laços da África, através do Oriente Médio e na Europa Oriental e
Rússia.
03
– A Punição Bourne (2008)
A
Punição Bourne é o sexto livro da saga Bourne e o
terceiro escrito por Eric Van Lustbader.
Desta vez, Jason Bourne, agora conhecido como o
professor David Webb, esta à procura de tranquilidade. Ele resolveu retomar o
posto de professor na Universidade de Georgetown. Em pouco tempo, porém, ele
acaba se entediando com a pacata vida no campus. Quando seu mentor acadêmico, o
professor Specter, o convida para investigar a morte de um antigo aluno,
assassinado por uma seita extremista islâmica, ele retorna ao trabalho com
entusiasmo. Quase ao mesmo tempo, do outro lado do planeta, Semion Icoupov,
líder da organização terrorista Legião Negra, e Leonid Arkadin, um matador de
aluguel, se unem para arrancar, através de tortura, preciosas informações de
Pyotr Zilver, um estudante especializado em transmissão de dados através das
consideras 'novas tecnologias'. Quando David Webb, o lado B da personalidade de
Bourne, salva o professor Specter de um ataque, dentro da universidade, o cerco
começa a se fechar. Specter, na verdade um caçador de terroristas motivado por
vingança, busca descobrir os próximos passos da Legião Negra, desde a morte de
seu aluno, Pyotr Zilber. E para isso contará com a colaboração de Jason Bourne.
Se os fãs da saga já leram a trilogia sobre o agente
da CIA publicada por Robert Ludlum não custa nada arriscar a leitura dos livros
escritos por Eric Van Lustbader. Como já disse nesse texto, tive a oportunidade
de ler o quarto livro da série e o primeiro idealizado por Lustbader e gostei.
Vamos ficar na torcida para que a editora Rocco
publique aqui no Brasil, os oito livros restantes sobre Jason Bourne escritos
por Lustbader, assim, teríamos uma saga de 14 livros! Um ‘presentaço’ para os
fãs do personagem.
31 outubro 2024
“A Empregada”, livro de Freida McFadden, vai virar filme. Atrizes que farão Millie e Nina já foram confirmadas
Eu tinha certeza, mas tinha cer-te-za meeesmo. Certeza
de que o livro de Freida McFadden - mais cedo ou mais tarde, ou melhor, vamos
tirar o “mais tarde” e deixar apenas o “mais cedo” - iria parar nas telonas dos
cinemas ou então virar uma minissérie. Pimba! Não deu outra: está confirmado: A Empregada vai, de fato, virar um filme.
E vou além: tenham certeza de que virá mais por aí, já que Freida transformou o
enredo envolvendo a carismática personagem Millie numa trilogia que está
dominando, praticamente, todos os paradões literários. O que estou querendo
‘dizer’ é que se o primeiro filme - que já está sendo planejado - for um grande
sucesso, com certeza, teremos um segundo e também um terceiro. Mas isso é
assunto para o futuro, por enquanto vamos ‘falar’ apenas sobre esse primeiro
filme.
Então, vamos lá. A adaptação será um longa metragem
com lançamento direto nos cinemas. Portanto, você que estava torcendo para a
realização de uma série ou minissérie no streaming... esqueça. O primeiro livro
da famosa série de McFadden será uma produção cinematográfica.
A prova de que o longa está mais do que confirmado é a
de que a notícia já foi publicada nas redes sociais da autora. Quer mais? Ok,
eu conto; os nomes das atrizes que viverão nas telonas as duas personagens
principais da história – Millie e Nina – já foram ‘sacramentadas’. A primeira
será vivida por Sydney Sweeney (“Euphoria” e “Todos menos você”) e a segunda
por Amanda Seyfried (“Garotas Malvadas” e “Mamma Mia”). A direção será de Paul
Feig (“Um pequeno favor” e “Caça-fantasmas”).
Posso contar um outro segredo? O ator que vai viver Andrew Winchester - o marido da patroa Nina - também já foi escolhido. Trata-se de Brandon Sklenar que vioveu o personagem Atlas em "É Assim Que Acaba".
Apesar da produção estar confirmada ainda não há uma
data de lançamento. Portanto, vamos aguardar e torcer para que a sua estreia
nos cinemas ocorra em breve.
“Não consigo nem expressar o quanto estou animada para
anunciar que o filme ‘A Empregada’ será lançado em breve! A [produtora]
Lionsgate encontrou o elenco e o diretor absolutamente perfeitos, e estou muito
grata”, escreveu McFadden.
A
Empregada, primeiro livro da trilogia, está há 64 semanas na
lista de mais vendidos do The New York Times. A obra acompanha a vida da
empregada Millie. Responsável por limpar e cuidar da casa do casal Nina e
Andrew Winchester, Millie passa a precisar lidar com o comportamento conturbado
da chefe, que parece sujar a casa de propósito e maltratar a filha e o marido
dia após dia.
Em meio ao caos que se encontra, Millie, que é uma
ex-presidiária, passa a se imaginar vivendo a vida da patroa, e o que o leitor
acompanha é o desenrolar da história das duas e uma aproximação amorosa da empregada
com o patrão.
A
Empregada já vendeu mais de 3 milhões de cópias em todo o mundo
e é o primeiro livro da série. O segundo se chama O segredo da empregada (“The Housemaid’s Secret“) e o terceiro A empregada está de olho (“The Housemaid
Is Watching“). O último livro foi lançado em setembro de 2024 e está em 1º
lugar entre os mais vendidos na categoria “Psicológicos Mistério, Thriller e
Suspense”, da Amazon. Os três vieram ao Brasil pela Editora Arqueiro e com
tradução de Fernanda Abreu.
E agora, que venha o filme!