27 janeiro 2014
Trilogia da Escuridão vira série de TV. Parte do elenco já está definido
Esta notícia vale um despudorado
Iahuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!! Mas um Iahu da ‘muléstia’ como costuma dizer ‘Sir’
Kid Tourão, lembrando que o ‘Sir’ fica por conta da Luna Hybla, uma das
seguidoras do blog. O Tourão na lucidez dos seus 90 anos vive disparando o tal
da ‘muléstia’ quando se espanta ou se surpreende com algum fato. –“Que
inundação da muléstia!!”, gritou ele um
dia desses, enquanto assistia ao noticiário da TV. Mas agora chegou a minha vez
de bradar pelos quatro cantos do mundo esse delicioso Iahu. E a empolgação não
é para menos; sente só a novidade: a minha trilogia favorita – depois, é claro,
de “As Crônicas de Artur’ – vai ‘virar’ uma série de TV. Cara, estou falando da
“Trilogia da Escuridão” do ‘fantastic’ Guillermo Del Toro e do ‘man’ Chuck
Hogan.
Corey Stoll (Dr. Ephraim Goodweather) |
Nossa! Como devorei esses três livros! Del Toro e
Hogan criaram personagens com carisma de sobra e os introduziram numa trama
muito bem engendrada que mistura terror, ação e ficção científica. Tudo na dose
certa.
A trilogia ganhou destaque por abordar o tema de
vampiros de forma diferente: biológica e cientificamente. A abordagem
científica começa ao tratar o vampirismo como um vírus, uma pandemia que
precisa ser contida, mas que vai se expandindo rapidamente, impossível de ser
impedida. O governo, então, seleciona um grupo de cientistas altamente
treinados para conter o avanço do vírus letal que vai transformando toda a
população do planeta em vampiros. Os procedimentos cirúrgicos são
minuciosamente detalhados, assim como a lenta transformação das vítimas. Aqueles
que quiserem saber mais detalhes sobre a trilogia, basta acessar aqui, aqui e
mais aqui.
M ia Maestro (Drª Nora Martinez) |
As informações preliminares publicadas nas redes
sociais são unânimes em afirmar que a série terá três temporadas, sendo uma
para cada livro da saga: “Noturno”, “A Queda” e “Noite Eterna”. Putz! Bom
demais, não acham?
A série será exibida pelo canal pago americano FX
que já começou a divulgação do teaser em sua programação. O produtor principal
da série será Carlton Cuse que também foi responsável pelo fenômeno ‘Lost’. Mas
o que está me deixando com a animação nas alturas é o fato de o próprio
Guillermo Del Toro estar sendo cogitado para dirigir pelo menos a primeira temporada,
além de coordenar a roteirização para TV.
John Hurt (Professor Setrakian) |
Mas com certeza você que, agora, lê esse post deve
estar roendo as unhas de curiosidade para saber os nomes dos atores que irão
interpretar os personagens principais da trama desenvolvida por Del Toro e
Hogan. Então, anotem aí. Corey Stoll será o protagonista, Dr. Ephraim
Goodweather, chefe do Centro de Controle de Doenças, que organiza um grupo para
tentar conter a epidemia vampírica que domina Nova York; Kevin Durant interpretará Vasily
Fet, um estadunidense de ascendência ucraniana, caçador de ratos nos esgotos da
cidade, que se junta à luta do doutor. Jonathan Hyde, que viverá
Eldritch Palmer, o terceiro homem mais rico do mundo, paraplégico desde sua
infância e que sonha tirar proveito da situação calamitosa que o mundo vive;
Richard Sammel como Thomas Eichorst, misteriosa figura do passado de professor
Setrakian que retorna em Nova York misteriosamente; Sean Astin,
o Sam Gamgi de “O
Senhor dos Anéis”, será Jim Kent, um dos maiores aliados dos
protagonistas; John Hurt viverá o professor Abraham Setrakian, um
sobrevivente do holocausto que imigra aos EUA após a Segunda Guerra Mundial e
pode ser único com respostas concretas sobre a epidemia - isso se alguém
ouvi-lo; e finalmente Mia Maestro como a Dra. Nora Martinez, bioquímica que se
envolve com seu companheiro de trabalho, o Dr. Goodweather.
Teaser anunciando a série no canal pago FX
Taí galera, grande parte do elenco, ao qual caberá
dar conta do recado durante as filmagens, já que terão pela frente a
responsabilidade de viver na TV personagens marcantes de uma trilogia que
agradou tanto crítica quanto leitores.
“Trilogia da Escuridão” deve estrear entre maio e
julho nos Estados Unidos. Quanto ao Brasil, ainda não há previsão de chegada;
mas o importante é que virá.
Aguardemos...
21 janeiro 2014
Livro “12 Anos de Escravidão” chega ao Brasil em fevereiro desmistificando os contos de fadas de sinhozinhos e sinhazinhas
Cena do filme que estreou em outubro nos EUA e chega ao Brasil em fevereiro |
Há estórias de escravos e também histórias de escravos.
Calma aí que eu vou tentar explicar. Deixe-me divagar um pouquinho, prometo que
serei breve. Bem, na época dos meus 10
ou 12 anos, lembro vagamente que tinha o hábito de ficar fuçando nos
livros do meu irmão mais velho e foi durante essas fuçadas que acabei me
apaixonando pelos romances sobre escravidão e abolicionismo. Quando chegava em
casa, após as aulas, engolia a comida do almoço e já mergulhava no mundo mágico
criado por José de Alencar, Bernardo Guimarães e Maria Pacheco Fernandes. E
neste mundo imaginário, por mais que os escravos sofressem injustiças no corpo
e na alma, no final, um deles ou alguns deles sempre conseguiam se levantar e
dar a volta por cima; contando, é claro, com a ajuda de uma patroa ou patrão
bonzinho. Cara, eu chegava a ficar com
ódio de tantas injustiças cometidas, coisas atrozes, mas depois respirava
aliviado e até mesmo vibrava com a vitória dos escravos sofredores e o castigo impingido
aos coronéis e seus capangas algozes. Moral da história: o lado do ‘mocinho’
sempre vencia, enquanto os ‘bandidões’ levavam aquela fumada gostosa.
Pois é, essa imagem romanceada do período
escravocrata me perseguiu por muito tempo, talvez devido ao meu comodismo, já
que não procurei ler outras obras sobre o assunto e digamos que... acabei
parando no tempo. Então, na semana passada descobri que já estava disponível na
Internet o filme “12 Anos de Escravidão” do diretor britânico Steve McQueen que
está concorrendo a uma batelada de Oscars. Não pensei duas vezes: fiz o
download do filme e depois da legenda. Putz galera, desculpem aí, sei que essa
atitude não foi legal, afinal de contas, a obra cinematográfica de McQueen só
deve estrear no Brasil em 21 de fevereiro, por isso... bem... ficou um clima
meio que de pirataria no ar. Mas quer saber de uma coisa: que se dane! A
vontade de ver um filme sobre um tema que havia despertado precocemente a minha
curiosidade literária era muito mais forte do que esse tipo de escrúpulo.
Quando terminei de assistir “12 Anos de Escravidão”
fiquei completamente atordoado, mas grato porque o filme de McQueen, com
certeza, desmistificou a chamada falsa escravidão, mostrando sem meias verdades
a crua, dura e sangrenta realidade do período da escravatura americana e que
não difere muito do Brasil.. Nesta realidade, a escrava sofredora não se casava
com o ‘sinhozinho’ que flechado por cupido passava a carregar um caminhão de
concreto por ela. Esta realidade não vendia mentiras ou contos de fadas. Nela
havia o impacto de um chicote no corpo nu que mutilava a carne, retirando
lascas de pele e sangue. Não havia senhores de escravos bonzinhos e nem namoro
de homem branco com escrava negra. Ao invés desse paraíso, há a verdade crua
dos estupros de escravas, a agressão dessas escravas pelas mulheres dos
coronéis; além das sessões de tortura que faziam inveja ao próprio Marquês de
Sade. Enquanto que nos livros que eu lia em minha infância, os escravos sempre
venciam, no filme de McQueen, eles morriam.
Capa original do livro |
Após assistir a “12 Anos de Escravidão” passei a
dizer que existem histórias e Histórias de escravos. Com certeza, o filme de
McQueen é uma História. Capiche?
Os leitores desse post devem estar questionando
porque dou tanta credibilidade para esse filme. É simples pessoal. A história
foi baseada num livro escrito por Solomon Northhrup, um escravo que viveu essa
realidade. Ele estava lá, no meio do inferno e registrou tudo com os seus
olhos. E mais; ele conseguiu sobreviver a esse inferno para depois poder
escrever as suas memórias. E a boa notícia para todos os leitores que
acompanham esse blog é que o livro autobiográfico publicado em 1853 e que
inspirou o filme de McQueen será lançado no Brasil no final de fevereiro, na
mesma data que a produção cinematográfica estrear aqui na terrinha.
Solomon foi um homem negro que nasceu livre e permaneceu
assim por mais de trinta anos durante um período em que os Estados Unidos vivia
em pleno regime escravagista. Ao fim
desse período, Solomon - um afro-americano descendente de
escravos - que era uma pessoa culta e um
violinista de grande talento acabou recebendo uma falsa proposta de trabalho, sendo
seqüestrado, drogado e comercializado como escravo na região do Rio Vermelho,
no estado de Louisiana. Ele permaneceu nesta situação durante 12 anos, sofrendo
os piores horrores que um ser humano pode imaginar: humilhações, açoites,
espancamentos, etc e mais etc. Presenciou ainda o sofrimento e o assassinato de
muitas pessoas que ao longo desses 12 anos haviam se tornado seus amigos do
coração. Ele também chegou a conclusão de que para sobreviver, jamais poderia
revelar que era alfabetizado e culto.
Solomon conseguiu a sua liberdade após ser resgatado por um advogado
abolicionista que no filme é interpretado por Brad Pitt. Ele escreveu o livro
em seu primeiro ano de liberdade e também tornou-se um palestrante muito
conceituado em todo o nordeste dos Estados Unidos. Enfim galera, tanto livro
quanto o filme são verdadeiros exemplos de superação.
A obra literária deve ser lançada pela Penguin Companhia, selo da
editora Companhia das Letras. Com certeza, o ‘livrão’ já foi incluído com
antecedência em minha lista de leitura e como direito a furar a fila.
20 janeiro 2014
Novembro de 63
Dei um tempo no trabalho de pesquisa do próximo post
sobre os atores e atrizes que poderiam viver nas telas os personagens da
trilogia arturiana escrita por Bernard Cornwell para dar as minhas impressões
sobre um livro que acabei de ler há uns
três ou quatro dias: “Novembro de 63”, do mestre do terror e suspense Stephen
King. Cornwell que me desculpe, mas terá de esperar um pouquinho mais, afinal
de contas estou me referindo a King: o cara, a lenda, o mestre. E quer queiram
ou não, todo livro recém lançado por ele – mesmo que não seja tão bom –
torna-se o assunto principal em todo o mundo literário. E, para não fugir de
regra, com a obra que tem como ‘mola mestra’ o assassinato do emblemático
presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy (JFK) não foi diferente. E
olha que o livro não chega nem aos pés de “Sob a Redoma”, mas nem por isso
deixa de ser interessante.
Cara, “Sob a Redoma” é o tipo do ‘livro-cometa’ que
por ser tão, mas tão bom, só surge a cada 10 ou 20 anos. Outro livro de King
que se encaixa nessa categoria é “A Coisa”. O sujeito já escreveu histórias
fantásticas, fodásticas, mágicas e etc; mas lendárias, somente essas duas.
Em “Novembro de 63”, King deixou evidente mais uma
vez porque é chamado de mestre. Somente ele consegue ‘produzir’ medo - não
aquele medinha rébinhaa, mas o ‘medo trucão’ que provoca calafrios na base da espinha
– de uma situação e lugares comuns. E mais: sem recorrer as trevas da noite.
King, em suas histórias, tem a capacidade de transformar uma uma linda manhã ou
tarde de sol no mais terrível dos pesadelos como acontece em uma passagem de “Sob
a Redoma” quando uma dupla de policiais entra numa emissora de rádio que só
produz programas gravados à procura de um suspeito meia boca. Pois é, uma cena
que se tornaria banal nas mãos de outro escritor do gênero, com King ganha densidade,
fazendo com que o leitor fique incomodado com a situação criada. Em “Novembro
de 63”, o mestre se superou porque ele conseguiu produzir medo do abstrato, ou
seja, do tempo. Tá bom, para ser mais específico, ele conseguiu transformar o ‘Passado”
num monstro medonho. Juro que imaginei essa passagem do tempo com uma bocarra
enorme, dentes afiados e várias pernas; uma réplica gigante de um ‘Langoliers’ –
aqueles monstrinhos da mini-série “Fenda no Tempo”, baseado em uma história de King,
que comem tudo o que encontram pela frente, inclusive o próprio tempo – mas muito
mais assustador.
O próprio Jake Epping, personagem principal do
livro, que faz a viagem no tempo para tentar salvar JFK de ser assassinado por
Lee Harvey Oswald, afirma em vários momentos da história que “o passado é
obstinado e faz de tudo para não ser mudado”. Num trecho do livro, Jake diz
para a sua namorada: “Você não pode ir comigo. É perigoso demais. Acho que lhe
expliquei isso, mas talvez não tenha sido bastante claro. Quando a gente tenta
mudar o passado, ele morde. Rasgará a nossa garganta se a gente lhe der uma
chance”. Sentiu só man?! Depois que Jake faz esse alerta para Sadie, a sua
namorada do passado, que insiste em acompanhá-lo na maratona de salvar Kennedy,
a coisa pega e olha que pega, literalmente. O “Passado” mostra as suas garras e
dentes afiados e entra no ringue aplicando os mais diversos golpes,
principalmente baixos, para evitar ser mudado.
Essa obstinação do passado em não ser mudado foi o
que mais me prendeu a atenção em “Novembro de 63” que também tem outros atrativos,
entre os quais o “Homem do Cartão Amarelo” e a doce e meiga, mas teimosa Sadie.
Putz, meu! Me desculpe aí Jake Epping, mas me apaixonei por essa garota. Cara,
ela é muito especial, o sonho de todos os homens. Foram os momentos de Sadie na
história que me fizeram rir, gargalhar, sonhar, refletir e principalmente
chorar. Mêu, teve um momento que os meus olhos ficaram úmidos. Lágrimas e
lágrimas. Ao terminar a leitura fiquei pasmado com isso: King me fez chorar de
emoção!!!! Cara, prestou atenção no que
escrevi?! Ok. Vou repetir para que não haja engano: “King me fez chorar de
emoção”. Caraca, afinal de contas, o cara é o mestre do terror e suspense e não
o mestre dos romances melosos! Taí, um ponto a mais para o autor que está
sempre surpreendendo em suas histórias.
Ahhhh Sadie,
Sadie... Minha adorável Sadie... Bem, leia o livro e depois me diga se também
não se apaixonou por essa personagem; quer seja você do sexo masculino ou
feminino.
Quanto ao “Homem do Cartão Amarelo” que exerce a
função de um porteiro da bolha do tempo por onde passou Epping, tem o seu enigma
decifrado só nas últimas páginas. As poucas vezes em que eles participam (Eles,
sim, já que são dois os homens do cartão amarelo) já servem para despertar a
curiosidade dos leitores. Eles tem um papel preponderante na história de King e
como já disse só será revelado no final.
Não poderia deixar de destacar o minucioso trabalho
de pesquisa do mestre quanto aos personagens históricos que fazem parte do
enredo, principalmente Lee Oswald. Os leitores ficarão sabendo detalhes
importantes sobre a vida do homem que na história real matou o presidente
americano JFK. Aprenderão também uma importante lição: “Se você voltar no tempo
e consertar o passado, tome cuidado para não destruir o futuro”.
Ah! Antes que me esqueça. Amei o final do livro.
King teve uma sacada de gênio, novamente surpreendeu a todos.
Taí galera, mesmo não estando no mesmo nível de “A
Coisa” e “Sob a Redoma”; “Novembro de 63” cumpriu bem o seu papel.
Inté!
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