30 julho 2023

Filmes conhecidos adaptados de livros que vão virar séries de TV

Cinema “ou” TV ou então... cinema “e” TV? Acho essa pergunta pertinente porque tem tudo a ver com a postagem de hoje, principalmente se você escolheu a segunda opção, ou seja, é fã de carteirinha tanto de filmes quanto de séries de TV, mas filmes e séries que foram baseados em obras literárias; e com um outro adendo: filmes adaptados de livros e que agora se transformaram em séries.

Optei por escrever esse post depois que soube que “Crepúsculo”, aquela saga romantizada sobre vampiros, vai virar uma série de TV. Pois é, Edward Cullen e Bella Swan, o casal que conquistou a simpatia do público teen há quase 15 anos estará de volta, agora na televisão. A parir daí, resolvi procurar outros filmes adaptados de livros e que também terão como destino as telas pequenas – que diga-se de passagem, não estão, hoje em dia, tão pequenas assim (rs).

Fiz uma relação de sete produções que bombaram nos cinemas e que brevemente estarão causando furor nos serviços de streamings, mas com o enredo no formato de seriado. Vamos conferir? Bora lá!

01 – Crepúsculo

Baseado no romance homônimo de Stephanie Meyer, a saga Crepúsculo  ganhará uma nova adaptação como série de TV. Vale lembrar que a famosa franquia de cinema foi responsável por catapultar as carreiras de Kristen Stewart e Robert Pattinson. 

De acordo com o The Hollywood Reporter, a Lionsgate Television é o estúdio por trás da nova adaptação dos livros de Stephanie Meyer. Segundo o The Hollywood Reporter, o projeto ainda está em fase embrionária, por isso ainda não há informações sobre showrunner, elenco e possível plataforma de streaming ou emissora de televisão. Comentários extraoficiais revelam que a adaptação deve seguir no mesmo estilo da série de "Harry Potter", adaptando um livro por temporada – Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer (ver todos aqui); lembrando que nos cinemas o livro Amanhecer que fecha a saga foi dividido em dois filmes.

Ah! Outro comentário de bastidores que está rolando é que a adaptação contará com novos atores. Isto significa que o projeto não contará com Kristen Stewart e Robert Pattinson.

02 – Harry Potter

Quem diria: Harry Potter que encantou toda uma geração de cinéfilos-leitores nos cinemas também tentará repetir esse mesmo sucesso na TV. Apesar das poucas informações que rolam nas redes sociais o que se sabe de oficial é que a série está confirmadíssima no Max, que integra os catálogos do HBO Max e Discovery+ na nova plataforma.

Diferente de “Animais Fantásticos” - que é um spin-off do universo construído no cinema anteriormente - a ideia é recontar a história. À exemplo de “Crepúsculo”, a expectativa é de que cada livro (ver aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e mais aqui) seja adaptado por temporada, sendo assim, tudo leva a crer que a série do menino bruxo teria sete temporadas o equivalente ao número de livros lançado por J.K. Rowling.

Ainda não há detalhes de previsão de lançamento ou nomes de equipe além de Rowling, mas especula-se que David Heyman, produtor da saga nos cinemas, esteja envolvido nos bastidores.

03 – Percy Jackson e os Olimpianos

Alô galera do acampamento meio-sangue e fãs incondicionais de Rick Riordan; tenho boas notícias: Percy Jackson e os Olimpianos’, nova adaptação em formato de série da saga de grande sucesso escrita pelo autor já está com o seu primeiro pôster bombando nas redes sociais. 

Na série do Disney+, o personagem título vai ganhar o rosto de Walker Scobell, que recentemente se destacou ao lado de Ryan Reynolds em O Projeto Adam. Com ele estarão Leah Jeffries (A Fera) como Annabeth, filha da deusa Atena e interesse romântico de Percy; e Aryan Simhadri (Doze é Demais) como Grover, o sátiro que é melhor amigo e protetor do protagonista.

O próprio Rick Riordan vai escrever o piloto da série, ao lado de Jon Steinberg (Black Sails). A direção ficará por conta de James Bobin (Os Muppets).

As filmagens da primeira temporada da produção terminaram no começo de fevereiro deste ano. ‘Percy Jackson e os Olimpianos’ ainda não teve a data de estreia anunciada, mas a expectativa é que ela seja disponibilizada aos fãs da saga no ano que vem.

04 – Duna

“Duna: A Irmandade” (“Dune: The Sisterhood”), série spin-off que acontece 10 mil anos antes dos eventos de “Duna: Parte Um”, vai passar por uma reformulação após perder o diretor e a atriz protagonista do elenco, mas os seus produtores garantiram que a série sai; provavelmente em meados de 2024.

Segundo informações do site Deadline, as estrelas Shirley Henderson e Indira Varma, além do diretor Johan Renck saíram e com isso a produção foi suspensa para uma revisão criativa. As duas protagonistas foram substituídas por Olivia Williams e Jodhi May. Dessa forma, Olivia Williams deve fazer o papel de Tula Harkonnen e Jodhi May, o da Imperatriz Natalya.

Williams é uma atriz britânica de 54 anos com uma carreira bastante sólida tanto no cinema, quanto no teatro e na televisão. Na telona, seu último papel foi no filme “Meu Pai” (2020) que, inclusive, rendeu um Oscar de Melhor Ator para Anthony Hopkins. Já na televisão, seu último papel foi na série “The Crown”, onde interpretou Camilla Parker Bowles, nas temporadas 5 e 6.

Já Jodhi May também é britânica e tem 48 anos de idade. Sua carreira, pode-se dizer, é ainda mais premiada que a de Williams já que ela recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes em 1988, por sua atuação em “Um Mundo à Parte”, quando tinha apenas 12 anos de idade. May ainda é, até hoje, a mais jovem atriz a ser premiada em Cannes nessa categoria.

“Duna: A Irmandade” é mais um produto da série de livros e filmes que envolvem o universo de Duna criada pelo premiado escritor norte-americano Frank Herbert. Após duas adaptações para os cinemas (1984) e 2021) a saga, agora, irá parar na TV no formato de série.

05 – Eragon

A história do Ciclo da Herança, de Christopher Paolini, também ganhará uma nova versão como série pelo Disney+. Inicialmente, a produção adaptará Eragon, primeiro livro da tetralogia, e pode ganhar novas temporadas caso faça sucesso, adaptando as sequências Eldest, Brisingr e Herança.

Vale lembrar, que a 20th Century Fox, já adaptou o primeiro livro da saga, Eragon para os cinemas, no ano de 2006, mas a produção foi um fracasso de bilheteria, resultando em um grande prejuízo. Afinal, a trama arrecadou apenas US$ 248 milhões pelo mundo, a partir de um orçamento de 100 US$ milhões, se tornando também um fracasso em críticas. Nesse sentido, os planos de uma possível sequência foram completamente descartados. Mas ao adquirir a Fox, que era produtora original do projeto, a Disney decidiu correr o risco e dar uma nova chance para o enredo, dessa vez na TV. Tomara que agora, o sucesso substitua o fracasso nesta nova adaptação.

Taí galera, por hoje é só.

26 julho 2023

Divagações: Crer na existência de um andar de cima é muito bom, é só alegria; mas acreditar que a vida termina aqui, é chato e frustrante demais

Ahahahaha!! Já estou imaginando a cara de um grande amigo meu ao ler essa postagem. – Olha o blog “livros e Divagações” chegando aí – com certeza será essa a sua exclamação ao concluir a leitura desse texto ou até antes disso, ao bater os olhos no título do post.

Fazer o que né? Não consigo viver sem “elas” (rs). Por isso, volta e meia –como costuma dizer esse amigo meu: “de vez em sempre” – cá estou eu, emprestando esse espaço dedicado a abordar assuntos literários, para despejar as minhas divagações sobre outros temas “alienígenas ao blog. Já revelei posts anteriores que me sinto bem ao fazer isso; imagino-me sentando numa mesa de bar ou lanchonete conversando com os meus seguidores de uma maneira informal, ou seja, simplesmente papeando, jogando conversa fora, como diz o velho ditado.

Galera, anteontem, num evento promovido por uma associação em minha cidade estava conversando com cinco amigos – um agnóstico, dois ateus e outro espírita. Ah! Para completar a roda, eu: católico. Tenho vários amigos, e diga-se grandes amigos dos mais variados credos, além de outros amigos ateus.

Tá bem; acredito que muitos de vocês que estão lendo esse post, podem estar se perguntando ou até mesmo se exclamando como pode existir amizade numa situação dessas, sendo mais específico, pode um crente e um ateu se tornarem amigos? Ora, claro que sim! Afinal, somos filhos de um mesmo Deus (Ah! Não se esqueçam que acredito nEle, por isso escrevi dessa forma). Logo, no frigir dos ovos, independentemente do modelo adotado, somos todos irmãos. Então, por que se comportar como se fôssemos um bando de porcos-espinhos raivosos numa noite de inverno? Devemos ser mais evoluídos do que isso! Concordam?

Pois é, os assuntos envolvendo religião tratados nessa roda de conversa com os meus amigos foram poucos, mas sempre dentro de um clima de muito respeito. Na realidade o que prevaleceu, de fato, foram outras questões: lazer, trabalho, família e por aí afora. Gostei bastante de revê-los.

Ao chegar em casa, contei para Lulu sobre o encontro e então ela se lembrou de uma música de um grupo católico chamado Banda do Céu. A música se chama “A Festa” e a letra cantada num ritmo bem pop, bem alegre diz mais ou menos assim: “Vai ser uma festa; a gente vai se encontrar. Vai ser uma festa, pro andar de cima vou atravessar. Revendo a família, encontrando aquela tia e convidando os amigos pr'uma santa folia

E tem alguns que nem me lembro. Novas pessoas conheci e até o vovô

que só em fotos eu vi”. Tanto eu quanto Lulu adoramos essa música. Volta e meia, lá estamos nós cantando a dita cuja.

Sabem de uma coisa, com todo o respeito aos meus amigos ateus e agnósticos, se eu não acreditasse em Deus, a minha vida (vejam que escrevi “a minha vida” e não a “nossa vida”, pois sei que cada um que ler esse texto terá a sua própria concepção de vida encarando-a com finitude ou infinitude) seria muito chata como uma comida muito gostosa mas... faltando aquele tempero que daria a esse prato um sabor ainda mais especial. Vou tentar explicar melhor. Vamos lá. Acreditando em Deus, logicamente eu acredito na vida após a morte, pois o seu Filho, Jesus Cristo, conseguiu vencer a morte. Acreditando na vida, eu sei que a minha própria vida não termina aqui no plano terreno; sei que ela prosseguirá no chamado plano espiritual.

E cá, entre nós, pensar que a nossa jornada de vida termina aqui na terra e depois que morrermos: séfini, apagou tudo, já era, se ferramos; cara... é chato, é triste, é frustrante demais. Concordam?

Eu quero aproveitar muito a minha vida no plano terreno (seguindo, claro, os meus princípios), pensando que após o meu processo de finitude, aqui na terra, terei uma outra vida para viver. Mêo, quer pensamento mais alto astral, mais otimista do que esse?

A letra da música gravada pela Banda do Céu reforça ainda mais o meu otimismo. Uhauuu!! Pensar que vou encontrar os meus avós que me carregaram no colo mas não os conheci; o meu tio Sebastião com as suas piadas e anedotas amalucadas que me encantavam na infância e início da adolescência; o Kid Tourão, meu pai, meu herói e as suas ‘tiradas’ incríveis e inteligentes que levantavam o meu astral na hora; a Toura e aquele seu meigo olhar, além da voz macia e acalentadora de mãe; meu primo Celso, das disputadas peladas de futebol que eram regadas, logo depois, com deliciosos copos de K-Suco ou groselha, preparados pela minha mãe; do Antônio, meu amigo, das inesquecíveis aventuras de crianças peraltas, daquelas que batiam palmas nas casas e saiam correndo - naquela época, ainda não existiam as campainhas. Ufa!! Vou parar por aqui porque ainda tem muita gente no andar de cima (rs).

Pois é galera, pensar na infinitude da vida, crer em um Deus, faz com que eu viva a minha vida por aqui, na terra, com muito mais alegria. É gostoso demais saber que no momento certo, na hora que Ele achar melhor, vou embarcar num trem que me levará para uma estação na qual serei recebido por pessoas que conheci e também por aquelas que não conheci. Uma vida, com certeza, muiiiiito melhor do que a do meu plano terrestre.

Uhauuu! É bom demais pensar dessa maneira.  É bom demais crer em Deus. É bom demais crer na vida!

Hahhhhhã. Me desculpem por novamente por fugir da proposta do blog. Divaguei bastante hoje, né? (rs)

 

22 julho 2023

O Paciente

Que final da porra foi aquele!!! Galera, me desculpem pelo palavrão, mas o plot twist de O Paciente foi tão estapafúrdio – e entenda-se esse estapafúrdio como bizarro e esquisito, ou seja, no seu pior sentido – que não dá pra segurar esse palavreado. Por isso, não vou trocar o “porra” por uma outra frase menos chula; pelo contrário, vou fazer questão de repetir: “que final da porra foi aquele”!

A minha indignação ficou assim, tão latente, porque o enredo criado por Jasper DeWitt é simplesmente fantástico e a sua narrativa fluida ao extremo, capaz de prender a atenção do leitor da primeira até... antes daquele plot completamente amalucado. My God! Após terminar a leitura do livro cheguei a dizer para Lulu que aquela virada é mil vezes mais doida do que Por trás de seus olhos de Sarah Pinborough, que inclusive, há pouco tempo, virou série na Nateflix.

O livro de DeWitt me fisgou logo nas primeiras páginas com o seu enredo instigante envolvendo um misterioso paciente – conhecido apenas por Joe - que se encontra internado desde os seis anos de idade numa ala de segurança num sombrio manicômio de New England.

Trata-se do mais antigo caso do lugar. Não há diagnóstico preciso para sua enfermidade, mas o quadro parece piorar dia a dia. O ponto central e instigante da história é que todos os psiquiatras – incluindo os mais renomados - que já tentaram curar o paciente ou mesmo se aproximar dele acabaram se entregando à loucura… ou ao suicídio.

Este plot já é apresentado logo de cara aos leitores e advinhe só se a galera não iria ficar grudada nas páginas por causa desse enigma. Claro que sim! Pelo menos, eu fiquei. Não via a hora do autor decifrar o segredo de Joe. Somado a isso, o enredo tem ainda outros dois pontos positivos: o clima tenso criado por DeWitt em sua narrativa, além dos personagens muito bem estruturados, desde os protagonistas aos coadjuvantes.

Com relação a tensão narrativa posso fazer uma analogia com aquela aura mítica envolvendo o personagem Hannibal Lecter (O Silêncio dos Inocentes) que além de “jantar” os seus pacientes que não correspondiam ao tratamento, também era capaz de leva-los a loucura com um simples “bate-papo”. Por isso, quando a Agente do FBI, Clarice Starling entra naquele sombrio corredor do manicômio onde está trancafiado o Dr, Lecter com a missão de entrevista-lo, caraculas! O sangue dos leitores e principalmente dos cinéfilos gela. “O que vai acontecer com ela?”; é o que já pensamos logo de cara.

Esta é a mesma sensação que temos quando o protagonista de O Paciente, o jovem – e extremamente autoconfiante – psiquiatra Parker H. decide encarar o desafio de tentar curar o paciente, mesmo sendo alertado pelos seus superiores e demais funcionários do manicômio que abandone essa ideia.

O jovem médico calcula mal os riscos dessa relação, que se mostrará muito mais perigosa do que ele antecipava. Parker pensa ter a solução para o caso, e de fato consegue ir mais longe que qualquer outro profissional antes dele, mas então...

Entonce... a primeira vez que Parker entra naquele corredor sombrio, onde fica o também sombrio quarto de Joe que já está ali há quase 30 anos, para examiná-lo, imediatamente veio a minha cabeça a cena da personagem de Jodie Foster em seu primeiro encontro com o Dr, Lecter. My God! Que ansiedade!

A partir daí cada encontro de Parker com Joe me deixava numa baita expectativa do que iria acontecer com o psiquiatra e também com o próprio Joe. DeWitt foi muito perspicaz ao mesclar esses encontros com revelações sinistras do que tinha acontecido com os outros profissionais que cuidaram de Joe e acabaram ficando loucos ou se suicidaram. Esta técnica usada em sua narrativa serve ainda mais para prender a atenção dos leitores.

Ficamos imaginando qual o preço que Parker terá de pagar ao ter aceitado assumir o tratamento do misterioso paciente.

Como já revelei acima, o carisma dos personagens é um outro ponto positivo do enredo. Além do jovem psiquiatra Parker H. temos também a diretora do sombrio manicômio – conhecida apenas pelo seu primeiro nome: Rose – que esconde um grande segredo envolvendo Joe; Nessie, a chefe das enfermeiras, a única que consegue ficar poucos minutos no quarto do paciente; doutor H., mentor de Rose e antigo diretor do manicômio, sendo o primeiro médico a cuidar de Joe quando ele tinha apenas seis anos de idade. Todos esses personagens, independentemente de aparecerem pouco ou muito na trama conseguem despertar bastante o interesse dos leitores.

Para finalizar, achei interessante o tipo de abordagem narrativa do autor que optou por escrever a história no formato de postagens, ou seja, com o médico Dr. Parker H contando as suas experiências como psiquiatra naquele sombrio manicômio no formato de posts em seu blog pessoal.

Mas então chega aquele final infeliz da moléstia e estraga tudo. Com todo respeito, a impressão que tive é que o autor surtou no “the end” da narrativa ao apelar para o... Cara, não quero revelar para “o que” ou qual gênero ele apelou para não estragar um já estragado plot twist. Basta dizer que eu esperava um final mais realista, mais pé no chão, mais para thriller psicológico do que para aquilo que eu li.

Inté!

16 julho 2023

Cinco livros incríveis que mereciam uma continuação, mas... infelizmente os seus autores morreram

Infelizmente temos vários livros que fizeram um baita sucesso mas acabaram ficando apenas no primeiro, ou seja, os seus autores optaram por não escrever uma sequência. Bom... pode ter acontecido algo pior como por exemplo, os herdeiros do autor morto terem autorizado um outro escritor “meia-boca” escrever a continuação de uma verdadeira obra de arte, entonce... acaba acontecendo o inevitável: o “pedreiro” (com todo o respeito a esses profissionais) vai lá e jogo uma pá de cal, areia e cimento em cima daquela obra de arte, matando a história. 

Ahahahaha! Neste caso, fico imaginando os autores originais desses livros se remexendo no túmulo - querendo sair da sua cova de qualquer maneira, somente para esganar todos os seus familiares que autorizaram essa atrocidade em conluio com o “escritor-pedreiro” que matou a sua história.

Na postagem de hoje, selecionei cinco livros maravilhosos que mereciam uma sequência, mas por algum motivo os seus autores preferiram parar no enredo original, optando por não sequencia-lo. Cara, fico imaginando como seria uma continuação de O Reverso da Medalha escrito por Sidney Sheldon e não por Tilly Bagshawe ou ainda, um prolongamento de um enredo de Michael Crichton como por exemplo... deixe-me ver... Mundo Perdido! Isso mesmo! Acho que seria o máximo.

Pois é galera, não custa nada sonhar, portanto vamos fazer isso com essas cinco sequências que, infelizmente, jamais serão escritas pelos seus autores já que eles nos deixaram para sempre.

01 – O Planeta dos Macacos (Pierre Boulle)

A franquia de filmes que leva o mesmo título do livro, chegou aos cinemas em 1968. Desde então, mais oito filmes da série já foram lançados, entre sequências, remakes e reboots da trama. A franquia Planeta dos Macacos possui ao todo, nove filmes divididos em uma série principal de cinco longa-metragens, um remake único de 2001 e uma trilogia reboot iniciada em 2011. Infelizmente nas páginas, O Planeta dos Macacos ficou apenas no primeiro, já que Pierre Boulle achou por bem não escrever uma continuação para o seu enredo de ficção científica. Putz, uma pena!

Gostaria de saber como seria o tom que o escritor daria para a sua sequência. Será que ela fugiria muito da temática dos filmes dirigidos por Ted Post (“De volta ao planeta dos macacos”) ou de Matt Reeves (“Planeta dos macacos: o confronto” e “Planeta dos macacos: a guerra”).

Este romance de ficção de fantasia conta a história de três exploradores humanos da Terra que visitam um planeta que orbita a estrela Betelgeuse, na qual os grandes símios são as espécies inteligentes e civilizadas dominantes, enquanto os humanos são reduzidos a um estado selvagem animal.

Pierre Boulle morreu em Paris em 1994, após uma carreira de escritor que durou mais de 40 anos e resultou em cerca de 30 romances e coletâneas de contos, entre os quais A Ponte Sobre o Rio Kwai e, claro, O Planeta dos Macacos, ambos adaptados para o cinema.

02 – O Reverso da Medalha (Sidney Sheldon)

Esqueça A Senhora do Jogo escrito por Tilly Bagshawe, escritora escolhida pelos donos do espólio de Sidney Sheldon para dar sequência aos seus títulos literários. A joia lapidada se chama O Reverso da Medalha e como toda joia lapidada de rara beleza é impossível copia-la, a não ser, o seu próprio ourives.

Bagshawe exagerou muito nas cenas de sexo – e bota sexo nisso - deixando de lado detalhes que poderiam ter sido mais explorados. Senti muita falta da empatia entre os personagens principais. Definitivamente, não gostei.

A Senhora do Jogo conta a história dos herdeiros jovens de Kate Blackwell: os primos Max Webster e Lexi Templeton. O primeiro, filho da diabólica Eve Blackwell e a segunda, filha da meiga, doce e também ingênua Alexandra Blackwell, ambas netas da poderosa Kate, heroína de O Reverso da Medalha, criadora do império multinacional Krueger-Brent. Em resumo, a obra escrita por Bagshawe, conta o embate de Max e Lexi em assumir o controle da Krueger-Brent nem que para isso tenham de chegar as últimas consequências, até mesmo matar.

O meu sonho seria ver Sidney Sheldon escrevendo uma continuação para um de seus melhores enredos, senão o melhor. Tenho certeza de que essa sequência seria tão boa quanto foi Lembranças da Meia-Noite, a continuação da saga de Noelle Page e Catherine Alexander em O Outro Lado da Meia-Noite.

03 – O Mundo Perdido (Michael Crichton)

Dentro do contexto dessa postagem, O Mundo Perdido de Michael Crichton vive uma situação análoga ao Planeta dos Macacos de Pierre Boulle. À exemplo da saga dos símios, os ‘dinos’ tiveram várias sequencias nos cinemas; para ser exato: um total de seis filmes. Pena que só tivemos dois livros escritos por Crichton: O Parque dos Dinossauros e O Mundo Perdido. A pergunta que fica no ar é a seguinte: Como seria uma sequência literária da saga dos dinossauros que teve apenas dois livros?  

Vale lembrar que Crichton morreu em 2008 aos 66 anos de idade por conta de um linfoma.

O Parque dos Dinossauros e O Mundo Perdido foram adaptados com enorme sucesso para o cinema sob a direção de Steven Spielberg, dando prosseguimento a uma franquia que ainda hoje atrai uma multidão de fãs no mundo inteiro.

Em O Mundo Perdido, seis anos se passaram desde os trágicos acontecimentos que decretaram o fim de um sonho extraordinário – o Jurassic Park está fechado; suas atrações, fatalmente perdidas. Mas nem todos os segredos de John Hammond foram revelados…

Desta vez, o cético Ian Malcolm – cientista que previu e viveu o desastre no parque dos dinossauros – retorna à Costa Rica para resgatar um colega e desvendar um mistério: como os animais pré-históricos simplesmente ressurgiram em outra ilha, e sem a ajuda humana?

Cara, que sequência os fãs de Crichton (assim como eu) teriam.

04 – Invasores de Corpos (Jack Finney)

Imagine um grande grupo de alienígenas discretamente se apropriando dos corpos das pessoas e se infiltrando na nossa sociedade. Arrepia, não é? Pois é, esse é o plot do livro Invasores de Corpos de Jack Finney lançado em 1955. Se ainda hoje, essa situação, mesmo que imaginária, ainda provoca calafrios, imagine, então, na época do lançamento do livro.  

A proposta de Finney ainda causa tanto medo justamente pela sutileza da invasão: não é nada tão bombástico como em “Independence Day”. Os alienígenas já estariam por aqui, operando discretamente e pegando os seres humanos desprevenidos quando já fosse tarde demais.

O livro ganhou várias adaptações para o cinema provando a importância do enredo criado por Finney. Só faltou uma sequência literária, a qual, tenho certeza, seria um grande sucesso, desde que fosse escrita por Finney.

As adaptações cinematográficas mais famosas foram “Vampiros de Almas” (1956) e “Invasores de Corpos” (1978).

05 – Eu Sou a Lenda (Richard Matheson)

Nesta semana fiquei sabendo que a Warner Bros anunciou a sequência de “Eu Sou a Lenda” que contará com o retorno de Will Smith, além da presença de Michael B. Jordan (Creed, Pantera Negra).

No longa Robert Neville é o único sobrevivente de uma epidemia que transformou os humanos em mutantes sedentos por sangue. Andando pela cidade de Nova York, ele procura por outros possíveis sobreviventes e tenta achar a cura da praga usando seu próprio sangue, que é imune.

Pronto, bastou saber do lançamento da sequência do filme para que eu já imaginasse como seria uma continuação do livro homônimo escrito por Richard Matheson no qual o filme foi baseado.

Eu Sou a Lenda também conhecido por A Última Esperança Sobre a Terra foi publicado em 1954. A obra foi influente no desenvolvimento do gênero zumbi e na popularização do conceito de um apocalipse em todo o mundo devido a uma doença.

O livro se tornou um grande sucesso e foi adaptado para o cinema como “The Last Man on Earth” (O Último Homem na Terra), em 1964, como “The Omega Man”, em 1971, e como “Eu Sou a Lenda”, em 2007. O romance também inspirou o roteiro do filme “A Noite dos Mortos Vivos”, de George Romero (1968).

Como Matheson morreu em 2013, ter uma sequência de seu livro tornou-se impossível. O jeito é torcer para uma continuação nos cinemas. Fazer o quê? (rs).

 

12 julho 2023

Relendo “O Vilarejo” de Raphael Montes até a chegada dos novos bebês

Olá pessoal, tudo bem? Nesta postagem vou dar um tempo nas resenhas e listas literárias para “falar” sobre um hábito particular relacionado à leitura de livros. Aproveitando esse gancho quero indicar ou melhor, ‘reindicar’ uma obra. Isso mesmo, ‘reindicar’ é o termo correto a ser usado porque já indiquei esse livro várias vezes, aqui, no blog.

Geralmente, quando compro um ou mais livros até que eles cheguem prefiro ler alguns contos curtos ao invés de um romance com muitas páginas. Faço essa opção por culpa da ansiedade. A vontade de ler o tal ou os tais livros que estão por vir é tão grande que prefeito matar o tempo lendo alguma história curta para não quebrar a expectativa com relação ao novo romance. Pois é, livros tem muito disso, sabiam. Temos que aproveitar o momento certo para lê-los; e qual é esse momento? Simples: quando estamos com vontade e inspirados para ‘mergulhar’ em determinado enredo. Temos que aproveitar esse momento para que a leitura nos dê prazer.

Como estou na expectativa para devorar duas obras que adquiri recentemente; até que a cegonha “dona Amazon” chegue com os meus bebês, vasculhei as minhas estantes a procura de alguma narrativa curtinha para ler. Foi assim que topei com O Vilarejo de Raphael Montes.

Já tinha lido o romance, mas gostei tanto, na época, que resolvi encará-lo novamente. As suas poucas 92 também ajudaram na escolha.

Raphael Montes

Posso garantir que o Vilarejo é o tipo de obra para ser lida e relida um montão de vezes. Um livro fantástico que, certamente, ajudou a manter o clima para a chegada dos meus novos bebês que já estão a caminho.

Cada um dos sete contos de O Vilarejo representa um pecado capital, todos eles cometidos pelos moradores de um vilarejo localizado num lugar distante e que acaba ficando isolado após a chegada da guerra e do inverno.

As narrativas exploram as profundezas mais sombrias da alma dos habitantes desse vilarejo numa velha disputa entre o bem e o mal, a vida e a morte, a tentação e a salvação.

Apesar de serem sete narrativas diferentes, a medida em que o leitor vai lendo todos os contos, eles vão se transformando numa única história e com um final que “amarra” tudo, não deixando nenhuma ponta solta. Por isso, aconselho que – apesar de serem histórias independentes - os sete contos sejam lidos na sequência.

Não vou resenha-lo nesse post porque já fiz isso há quase quatro anos. Dessa maneira, aqueles que quiserem saber mais detalhes sobre a história basta clicar aqui.

Por hoje é só galera. Estou aqui na expectativa da chegada da cegonha mais amada dos devoradores e devoradoras de livros.

 

 

07 julho 2023

Laços de Sangue – A História Secreta do PCC

Rebeliões, assaltos, sequestros, assassinatos, narcotráfico. O rol de crimes arquitetados pelo PCC - Primeiro Comando da Capital - é tão grande quanto sua estrutura. Soma-se a essa lista as recentes descobertas de um plano para atacar servidores públicos e autoridades, incluindo o senador Sergio Moro e o promotor Lincoln Gakiya. Mas qual a motivação por trás de atentados contra figuras públicas? Como, apesar dos esforços de segurança pública, a maior organização criminosa do Brasil segue em franca atividade? Quais são as origens desse grupo aparentemente invencível?

Acabei de ler Laços de Sangue – A História Secreta do PCC do Procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Márcio Sérgio Christino e do jornalista Cláudio Tognolli e posso garantir que as respostas para todos esses questionamentos são encontradas nessa obra esclarecedora e chocante que se propôs a contar a história do maior grupo do crime organizado da América Latina.

Esclarecedor porque os autores explicam nesse livro desde origem ao modus operandi do (PCC.  Chocante porque também é descrito em detalhes várias ações criminosas da facção, incluindo atentados dentro e fora dos presídios.

Trata-se de uma excelente leitura para quem busca entender melhor o surgimento dessa congregação criminosa. Como os próprios autores revelam na orelha do livro: “a narrativa brota de depoimentos exclusivos e inéditos, tomados diretamente dos ‘atores’ da facção”. Vale lembrar que um dos autores da obra, Dr. Márcio Chrtistino foi promotor da força-tarefa que investigava a megarrebelião de 2001, além de ter protagonizado os principais embates contra o PCC. 

Laços de Sangue, apesar de ser uma obra jornalística permeada de detalhes técnicos tem uma linguagem fluida que prende a atenção. Os autores optaram por dar uma narrativa mais romanceada em alguns capítulos o que tornou o enredo bem mais atrativo, facilitando a leitura e a manutenção da atenção do leitor.

O livro mostra como o PCC atua dentro e fora dos presídios. Explica em detalhes como se deu a ascensão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola dentro da facção; e o antes, durante e o depois dos atentados de 2006 planejados e engendrados pelo PCC que causaram 564 mortes. Neste dia, pela primeira vez, os ataques do PCC deixaram as prisões e foram para as ruas. Em 2001, quando teve a primeira megarrebelião da facção, foi só dentro do sistema prisional. Em 2006, a grande novidade, além do aumento de unidades prisionais envolvidas, foram os ataques fora das prisões.

Um livro excelente para aquelas pessoas que querem conhecer a fundo a história do Primeiro Comando da Capital.

 


02 julho 2023

Situações reais vividas por autores e que serviram de inspiração para escrever seis grandes bestsellers

Quando lemos um romance – pode ser um thriller policial, um suspense ou uma história de terror ou de amor – mal sabemos que aquela narrativa que nos seduz a cada página, muitas vezes, foi criada a partir de uma situação real vivida pelo autor. O que estou tentando expor é que o enredo de alguns livros não foram simplesmente “imaginados” pelos escritores mas baseados em situações reais vividas ou presenciadas por eles.

Vamos ver se através de alguns exemplos práticos consigo explicar melhor.  Frankenstein; claro que você conhece essa obra prima do terror. Pois é, a ideia do romance surgiu em uma noite chuvosa de verão quando Mary Shelley foi desafiada a escrever um conto de terror. Então, ela usou como plot um sonho ou pesadelo que teve na noite anterior e “jogou” grande parte disso no papel. Pronto! Surgia assim, um dos maiores clássicos de todos os tempos da literatura de terror. Ah! ainda tem o “lance” de Stephen King. Veja só: Certo dia, o autor foi levar a sua moto para consertar e ao chegar na oficina do mecânico deu de cara com um cão São Bernardo enorme rosnando pra ele. O medo que sentiu foi visceral. Esse medo foi o ponto de partida para o surgimento de Cujo.

Neste post vamos escrever sobre isso. Situações reais, boas ou más, vividas por escritores conhecidos e que acabaram servindo de inspiração para os seus enredos que se tornaram verdadeiros best-sellers. E tudo graças a essas situações.

01 – O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)

Inspiração: queda de um avião no deserto

O livro escrito pelo aviador francês Antoine de Saint-Exupéry foi publicado em 1943 e já vendeu mais de 200 milhões de cópias no mundo todo, tornando-se uma das obras mais famosas da história.

O clássico moderno conta a história de um principezinho, que viaja pelo universo em busca de sabedoria. Na Terra ele encontra um aviador perdido no deserto, a quem conta toda sua jornada até então.

É importante frisar que antes de se tornar o famoso escritor de O Pequeno Príncipe, Saint-Exupéry era um conhecido aviador vindo de uma família da aristocracia francesa. Ele foi piloto de testes e ajudou a implantar rotas de correio na África e na América do Sul.

Num belo e formoso dia, nos de 1935, o “aviador-escritor” resolveu tentar quebrar o recorde da viagem mais rápida entre Paris e Saigon. Resultado: acabou caindo com o seu avião no deserto a 200 Km de distância do Cairo, no Egito. O aviador e seu copiloto sobreviveram e passaram 4 dias perdidos no deserto, até serem encontrados por um integrante de um povo local que salvou suas vidas. Nascia dessa maneira, o plot do livro que o tornou uma verdadeira lenda no mundo literário.

02 – O Exorcista (William Peter Blatty)

Inspiração: um caso real de exorcismo

O livro O Exorcista gira em torno da história de possessão demoníaca de Reagan MacNeil. Uma garotinha de 12 anos de idade, filha de uma famosa atriz de cinema. Ao brincar com uma tábua Ouija, acaba abrindo uma porta para se encontrar com um espírito maligno. A partir daí o diabo toma conta do corpo da criança produzindo fenômenos apavorantes.

Desesperada, sua mãe pede a ajuda de um padre jesuíta para tentar exorcizá-la e salvar sua vida.

Reza a lenda que o autor William Peter Blatty teria ouvido ainda nos tempos de faculdade uma história de possessão. O caso, ocorrido em 1949, em Mount Rainier, no estado de Maryland, sobre a possessão de um menino de 14 anos foi a inspiração.

O jornal The Washington Post e supostamente outros periódicos locais relataram o discurso de um padre feito numa sociedade de parapsicologia amadora, na qual ele teria afirmado haver exorcismado um demônio em um menino de 13 anos de idade chamado Ronald, cujo sofrimento durou cerca de seis semanas, e terminado em 19 de abril de 1949.

A partir desse relato, que ficou famoso nas páginas do Washington Post de 20 de agosto de 1949, a história teria sido escrita.

03 – Cujo (Stephen King)

Inspiração: O cachorro do mecânico

Considero Cujo o livro mais agressivo e impactante de Stephen King, um verdadeiro soco no estõmago. O romance de terror psicológico foi escrito inteiramente em um único capítulo, um relato ininterrupto e chocante que nos incomoda profundamente, como um bom livro de terror deve ser.

Após seu lançamento inicial em 1981, o romance conquistou e manteve uma alta posição nas listas de best-sellers nos Estados Unidos. Alguns críticos criticaram o romance por seu final sombrio, e bota sombrio nisso.

O livro conta a história O livro conta a história da família Trenton, de classe-média que enfrenta sérios problemas conjugais e financeiros; problemas que são agravados pelo perigo mortal quando mãe e filho são aterrorizados por um cão da raça São Bernardo chamado Cujo que foi mordido por um morcego com raiva. O livro foi adaptado em 1983 para um filme homônimo.

De acordo com King, a história surgiu de um episódio real, quando o autor decidiu levar a sua moto para conserto a um mecânico que morava na zona rural de Brigdton, no Maine. Ao chegar à oficina, King se deparou com o maior cachorro que já havia visto na vida, rosnando para ele. O autor relembra o medo que sentiu naquele momento, já que sua moto havia acabado de estragar definitivamente e ele não tinha como, nem para onde correr. Apenas esse “pedaço de uma história” operou em sua imaginação para se tornar uma de suas tramas mais conhecidas.

04 – A Casa dos Espíritos (Isabel Allende)

Inspiração: Golpe de Estado no Chile em 1973

Publicado originalmente em 1982, Casa dos Espíritos nasceu de uma carta que Isabel Allende escreveu, no ano anterior, para seu avô, então com 99 anos e que parecia estar à beira da morte. Nesta época, Isabel vivia em Caracas e trabalhava como jornalista freelancer. Ela tinha deixado o Chile em 1973, após o golpe militar que derrubou Salvador Allende da presidência. Salvador era primo de primeiro grau do pai da autora (daí o sobrenome em comum). A família inteira do presidente deposto e morto teve que abandonar o Chile às pressas. 

A carta ao avô, que tinha o propósito de ser uma homenagem à sua memória, logo se transformou em um livro em que Isabel denunciava os abusos cometidos pela ditadura de Augusto Pinochet. Com passagens biográficas de seus familiares e com elementos de Realismo Fantástico nasceu A Casa dos Espíritos que retrata a saga de uma família chilena por quatro gerações (no período de 1905 a 1975).

O livro, portanto, funciona como uma biografia disfarçada sobre vida da autora - principalmente na segunda parte da saga que conta o golpe militar ocorrido no Chile em 11 de setembro de 1973 e que culminou coma deposição do presidente Salvador Allende.

A escritora é sobrinha do ex-presidente do Chile e relata – mesclando personagens reais e fictícios - os momentos tensos que culminaram com a eleição de Salvador Allende e logo depois com a sua deposição e suicídio. Apesar de Isabel Allende não dar nomes próprios aos personagens reais na trama, sabemos muito bem quem são eles. O “Candidato” é o seu tio Salvador Allende e o Poeta é ninguém menos do que Pablo Neruda. Os personagens fictícios que formam o núcleo da fictícia família “Del Valle” foram baseados nos familiares da autora: pais, avós e tios.

05 – Tubarão (Peter Benchley)

Inspiração: histórias ouvidas na infância

O megassucesso literário de Peter Benchley lançado em 1974 conta a história de um grande tubarão-branco que ataca uma pequena cidade turística e a jornada de três homens que tentam matá-lo. 

O que poucas pessoas sabem é que Tubarão (aqui e aqui) nasceu após o autor ter ouvido com frequência histórias de ataques de tubarão. Os familiares de Benchley tinham o hábito de contar essas histórias quando ele ainda era um adolescente. Brrrrrrrr! Entoce... quando cresceu, influenciado por essas narrativas decidiu criar a sua própria história.

A obra ficou internacionalmente conhecida após a adaptação cinematográfica dirigida por Steven Spielberg, em junho de 1975. O filme omitiu muitas das pequenas subtramas do livro, concentrando-se mais no tubarão e nas caracterizações dos três protagonistas. “Tubarão” se tornou o filme de maior bilheteria da história até aquele momento, transformando-se num divisor de águas na história do cinema e o pai dos filmes blockbusters de verão. A produção cinematográfica seguiu com três sequências.

06 – Frankenstein (Mary Shelley)

Inspiração: um desafio literário

O romance de terror gótico escrito por Mary Shelley obteve grande sucesso e gerou todo um novo gênero de horror, tendo grande influência na literatura e cultura popular ocidental. O aclamado autor de literatura de terror Stephen King considerou Frankenstein um dos três grandes clássicos do gênero, sendo os outros dois Drácula e O Estranho Caso do Dr Jekyll and Mr Hyde.

O romance relata a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que constrói um monstro em seu laboratório.

A ideia para Frankenstein surgiu em uma noite chuvosa de verão na Suíça, onde Mary Shelley passava férias ao lado de dois poetas ingleses: Percy Bysshe Shelley, seu futuro marido, e o célebre Lord Byron, locatário da residência onde o casal estava hospedado. Como os três estavam presos em casa em função da tempestade, Lord Byron sugeriu um passatempo. O poeta, ícone do romantismo, desafiou cada um dos presentes a escrever uma história de fantasmas.

Em um primeiro momento, Mary Shelley, na época com apenas 19 anos, relutou em aceitar o desafio. Alguns dias depois, entretanto, na madrugada de 16 de junho de 1816, a escritora teve a visão de um jovem estudante dando vida a ossos que havia recolhido de uma sepultura. Dessa forma. Ela  criou Frankenstein. A ideia virou um conto e foi apresentado aos demais presentes na casa.

Incentivada por Percy Bysshe Shelley, Mary trabalhou para desenvolver o conto e transformá-lo em um romance, essencialmente próximo da história original. No livro, o jovem estudante de medicina Victor Frankenstein (que, na cultura popular, acabou por emprestar ao monstro seu nome) dá vida a uma criatura a partir de cadáveres. O monstro, abandonado pelo criador, começa a assimilar os sentimentos humanos e a compreender sua triste condição, revoltando-se e perseguindo Frankenstein.

Taí galera, essa postagem mostrou que nem todos os enredos que devoramos contaram apenas com uma imaginação fértil de seus autores; alguns tiveram que ter um empurrãozinho da realidade.

Inté!

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