29 junho 2023
Terra amaldiçoada
Acabei de ler Terra
amaldiçoada do escritor piauiense Douglas Lobo após ter sido indicada por
um amigo. E agora, nesse espaço, quero agradecer o Zé Luís – um amigo que
estudou comigo e hoje encontra-se trabalhando e morando em outra cidade. Há
menos de duas semanas estávamos trocando algumas ideias sobre trabalho – ele
também é jornalista – quando, de repente, falou que eu precisava ler um livro
que ele havia adorado. E assim, movido pela curiosidade acabei comprando Terra amaldiçoada. Zé, muito obrigado
pela indicação. Livraço!
Lobo escreveu um drama rural com pitadas místicas e de
terror que fisga a atenção do leitor. É a história de dois irmãos que se
gostam, se respeitam, mas com personalidades distintas. Getúlio Machado é o
homem do campo, apegado à terra e as tradições familiares. Já, Fabrício é o
rapaz que quer deixar o campo e se mudar para uma grande metrópole onde sonha
ter uma carreira de sucesso e consolidada. Para Getúlio, o seu irmão está
desrespeitando a vontade do pai que sempre foi a de que os filhos herdem o
trabalho na fazenda onde criam gado de corte.
Então, quando é demitido de seu emprego em São Paulo,
Fabrício Machado retorna a sua terra natal, no interior do Piauí. Alí, espera
reavaliar a sua vida para decidir o rumo a seguir. Logo porém, ele descobre que
o ambiente rural arcaico onde cresceu está em extinção.
O progresso chegou, ameaçando sua fazenda, sua família
e todo um modo de vida. Na realidade esse progresso vem representado na figura
de uma grande empresa de abate que começa a comprar todas as terras e fazendas
localizadas na região, obrigando os pequenos proprietários a se desfazerem de
suas propriedades com dor no coração, já que amam aquele lugar. A família
Machado, na figura de Getúlio, é uma das que resistem a pressão dessa grande
empresa.
Paralelamente a esse evento, uma série de assassinatos
violentos começam a ocorrer. Fabrício desconfia que uma presença maligna
assombra a sua terra. Uma força aterrorizante que não cessará de matar até que
conclua a sua vingança. Já adianto que essa onda de assassinatos está diretamente
ligada há algo que ocorreu no passado e que envolveu os donos dessas
propriedades.
Não se trata apenas de uma simples história de terror,
mas também de um drama rural cheio de segredos e todos esses segredos
diretamente ligados ao plano de compra das fazendas desenvolvido pela
misteriosa empresa e também ao ataque dessa força desconhecida e aterrorizante.
Todas essas tramas muito bem amarradas e com um final fantástico graças a um
plot twist que acredito pegará os leitores de surpresa. Essa reviravolta final
que irá desconstruir a certeza criada por muitos leitores chega nas últimas
páginas.
A escrita fluida do autor contribui para o sucesso do
enredo. Terra amaldiçoada é o tipo de
livro que você não consegue largar enquanto não terminar a leitura.
Recomendo!
25 junho 2023
Homens contra o mar: seis livros que narram a saga desses heróis
O fundo do mar sempre me meteu um medo danado, mas um
medo tão grande que chega perto do pânico. A prova desse medo é que me recusei
a ver na Internet uma apresentação em 3D de como seria o fundo do mar sem água.
Na verdade, comecei a ver essa computação gráfica, mas ao dar de cara com
aqueles abismos, cânions e barrancos cuja profundidade chega as raias do
inimaginável, cara... parei. Podem me chamar de covarde ou medroso, mas só
mesmo quem tem pavor do mar para entender e aceitar o meu medo.
Há cerca de dois anos, Lulu queria participar de um
cruzeiro; então falei para ela – Lulu, tenha piedade, faz isso comigo não. –
ainda bem que ela concordou. Todo esse
medo faz com que eu tenha um respeito enorme por homens e mulheres que
enfrentam o mar, tirando dali o seu sustento e também o sustento de outras
pessoas ou então exercendo as suas funções de socorristas. E nesta categoria
incluo os guardas costeiros, salva-vidas, mergulhadores e tantos outros. Esta
minha admiração e respeito se estende também aos exploradores marítimos que
trazem nas veias o ímpeto dos antigos desbravadores visando descobertas
científicas ou quebra de recordes. A coragem dessas pessoas é admirável.
No post de hoje quero homenagear esses heróis que
enfrentaram o mar sem receios e medos. Acredito que seja o momento certo para
publicar essa postagem, ou seja, após o trágico acidente com o submersível
Titan da empresa OceanGate que levava cinco pessoas para explorar os destroços
do Titanic que estão localizados a 3.800 metros de profundidade.
Não estou sendo oportunista querendo obter destaque às
custas de uma tragédia que vitimou pessoas e dilacerou famílias. Longe disso,
mas não posso negar que esse fato continua sendo um dos assuntos principais em
todos os meios de comunicação, incluindo TV, rádio, jornais, revistas,
internet, etc. A maioria deles abordando o assunto de uma forma técnica sem
brincadeiras e sensacionalismo. Também pretendo agir dentro dessas regras e a
maneira que encontrei foi indicando alguns livros sobre pessoas que superaram o
medo e enfrentaram o mar para salvar vidas ou então por qualquer outra razão.
Selecionei seis livros, sendo três deles ficção. Espero que apreciem o top
list.
Vocês devem estar pensando se o meu medo do mar se
estende também aos livros. Não; não estende, aí seria demais, não acham (rs).
Posso ler enredos sobre o tema sem tremiliques (rs). Vamos a nossa lista.
01
– Mar sem fim (Amyr Klink)
Este navegador brasileiro é fodástico. Não há outro
termo para defini-lo. Amyr ficou conhecido por suas expedições marítimas. O
primeiro feito a ser amplamente divulgado correu entre 12 de junho a 19 de
setembro de 1984, quando, em cem dias, realizou a travessia solitária em um
barco a remo no oceano Atlântico. Foi um percurso de sete mil quilômetros.
Em dezembro de 1989 viajou rumo à Antártica em um
veleiro especialmente construído para a expedição, o Paratii. Permaneceu
sozinho por um ano na região, sendo que, por sete meses, seu barco ficou preso
no gelo.
Mas a sua maior aventura, o seu maior desafio ao mar é
relatado no livro Mar sem fim lançado
em abril de 2000. Em 31 de outubro de 1998, Klink deixou a mulher, Marina, e as
filhas em Paraty, decidido a deenvolver o grande projeto de sua vida: sua
primeira volta ao mundo, realizada nas águas da Convergência Antártica -
notável e precisa fronteira entre as águas frias do Norte e as águas geladas da
Antártica. Ali estão os mares mais perigosos do planeta.
Um percurso considerado um desafio, mesmo com os
equipamentos sofisticados da navegação moderna. Amyr foi o primeiro a
realizá-lo, navegando sozinho no veleiro Paratii. Foram 141 dias no mar. Um
verão inteiro viajando em latitudes onde o sol nunca se esconde, enfrentando um
mar temperamental, às vezes extremamente violento, com períodos de nenhuma
visibilidade, muito gelo, vento forte, e o tempo todo submetido a uma rotina
que não permitia mais do que cinco horas de sono não contínuo por dia.
Dezoito mil milhas navegadas, 12.240 das quais sem
pisar em terra, e com muitos sustos, como quando por pouco não ocorre uma
colisão entre o Paratii e um gigantesco iceberg. Ele conta toda essa aventura
em detalhes nas 308 páginas de Mar sem
fim.
02
– O segredo do abismo (Orson Scott Card)
E agora, vamos de ficção. Tanto o filme dirigido por
James Cameron quanto a novelização escrita por Orson Scott Card foram grandes
sucessos. Após ler O segredo abismo,
passei horas e horas pesquisando na Internet detalhes sobre o trabalho de Scott
Card e então entendi o porquê do sucesso de sua novelização. O primeiro ponto
que considerei decisivo para o êxito do livro foi a declarada aversão que Orson
Socott Card tem contra as novelizações. Êpa! Mas espera aí? O sujeito tem
aversão por esse tipo de trabalho, mas acaba fazendo algo semelhante?! Ok. Vou
tentar explicar. Card relutou muito em aceitar escrever a novelização do
blockbuster “O Segredo do Abismo (The Abyss)” dirigido por Cameron, mas o
famoso diretor fez questão de intervir pessoalmente nas negociações e chegou a
manter vários encontros com o escritor na esperança de convencê-lo a mudar de
ideia, mas ele estava irredutível: “novelização jamais”, dizia.
Acontece que o diretor James Cameron queria uma
novelização de seu filme de qualquer jeito e não abria mão de Scott Card para
escrevê-la. Seria ele ou ele. O respeito e a simpatia de Cameron pelo trabalho
do escritor de ficção científica norte-americano surgiu depois que ele leu O Jogo do Exterminador e Orador dos Mortos, diga-se de passagem,
duas obras primas da literatura de ficção científica. Depois disso, o diretor
de “O Exterminador do Futuro” e “Titanic” se tornou um fã confesso de Scott
Card. Assim, ao surgir a ideia de fazer uma novelização de “O Segredo do Abismo
(The Abyss)””, em 1989, Cameron tentou de todas as formas seduzir o escritor.
Scott Card só aceitou escrever o livro do filme depois
que várias de suas exigências foram aceitas, entre as quais ter liberdade total
para desenvolver a "novelização" da maneira que achasse melhor. E
diga-se que esse “da maneira que achasse melhor” significava mudar destino de
personagens, acrescentar detalhes extras no final da história, além de incluir
fatos e explicações impossíveis apresentar no filme. Cameron concordou. Pronto!
O acordo estava selado.
Livro e filme narram a saga de uma equipe que opera
numa platorma civil de exploração de petróleo se vê repentinamente com a missão
de tentar resgatar um submarino nuclear que afundou misteriosamente com 156
tripulantes e, após o ocorrido, não houve mais contato. A plataforma é usada
para a operação de resgate que visa resgatar a tripulação do submarino, pois
apesar de saberem onde está o submarino um furacão se aproxima e, assim, a
Marinha não terá tempo hábil de chegar ao local. Com isso, a equipe da
plataforma se torna a melhor opção para realizar o salvamento.
03
– A vida de Pi (Yann Martel)
Pi Patel o personagem principal do romance A Vida de Pi pelejou muito mas conseguiu
vencer o mar revolto. Méritos e mais méritos para ele, mas muitos méritos já
que estava em uma embarcação pequena e frágil, além de estar acompanhado por um
tigre e de outros animais. É mole?!
Em A Vida de Pi
somos apresentados a Piscine Molitor Patel, também conhecido como Pi. Um menino
indiano de dezesseis anos, filho do dono de um zoológico com graves problemas
econômicos e decide mudar-se para o Canadá em um barco. Após o naufrágio do
barco, o rapaz sobrevive e encontra-se perdido no oceano.
Tudo o que resta para Pi são um vasto oceano, um bote
e uma tripulação de sobreviventes composta de uma zebra, uma hiena, um
orangotango e um tigre-de-bengala, animais do antigo zoológico. Animais
selvagens, ferozes e letais, diga-se de passagem.
Pois é, além do mar bravio, o nosso pequeno herói
também terá de enfrentar essa complicada situação. Como conviver com esses na
imais numa pequena embarcação.
O livro de Martel foi publicado originalmente em 2001.
Em 2012, o escritor David Magee adaptou o livro para o cinema. A longa-metragem
foi dirigida por Ang Lee com lançamento em 21 de dezembro de 2012 no Brasil e
fez muito sucesso, além de ganhar rasgados elogios da crítica.
Vale lembrar que o romance foi rejeitado por pelo
menos cinco editoras de Londres, antes de ser aceito pela Knopf Canadá. A
edição britânica ganhou o Prémio Man Booker no ano seguinte em 2002.
À época da premiação, Martel foi acusado de plágio,
por sua história ter muitos pontos similares a um conto do livro Max e os
Felinos, do escritor gaúcho Moacyr Scliar. Posteriormente, Martel admitiu ter
se baseado na mesma premissa do livro brasileiro e inseriu uma nota de
agradecimento no prefácio de sua obra.
04
– A tormenta (Sebastian Junger)
O subtítulo desse livro do jornalista Sebastian Junger
– A história real de uma luta de homens
contra o mar - já revela toda a sua essência. Os heróis dessa narrativa são
homens que enfrentaram ondas enormes num mar enfurecido. Fazendo uma analogia,
podemos dizer que eles estiveram no olho do furacão. A Tormenta narra o drama dos tripulantes do barco de pesca Andrea
Gail que naufragou na costa da Nova Escócia, após enfrentar uma violenta
tempestade com ondas de mais de 30 metros.
Mas o livro de Junger vai muito mais além do drama
desses pescadores. A narrativa é a história de vários homens e mulheres que em
outubro de 1991 enfrentaram uma tempestade criada por uma combinação de fatores
que os meteorologistas a consideraram a “tempestade perfeita” ou a “tempestade
do século”.
A tormenta atingiu várias cidades de Massachusetts,
mas a pior parte ficou reservada para os pescadores de espadarte do porto de
Gloucester, principalmente aqueles que no momento do fenômeno se encontravam
com os seus barcos em alto mar. É a história desses heróis e heroínas que
Junger oferece – num cardápio de primeira – para os seus leitores. Neste
contexto, o drama dos pescadores acaba se fundindo com a história dos
paraquedistas de resgate, conhecidos por PRs, que muitas vezes são obrigados a
driblar o terror de enfrentar ondas da altura de um edifício de 10 andares para
poderem salvar vidas que estão por um fio no mar bravio.
O livro apresenta várias hipóteses que podem ter
contribuído para o naufrágio do Andréa Gail, desde falta de equipamentos de
segurança até a infelicidade do capitão do barco ter apanhado acidentalmente a
crista de uma onda gigante e assim, ter ficado sem “chão”, como os marinheiros
costumam dizer. Junger descreve ainda com riqueza de detalhes o trabalho de
salvamento das tripulações de outros barcos que foram atingidos pela
“tempestade do século”.
Vale lembrar que em 2000, a Warner Bros comprou os
direitos do livro de Junger para transformá-lo em filme. Nascia assim: “Mar em
Fúria”, do diretor alemão Wolfgang Petersen com George Clooney e Mark Wahlberg
nos papéis principais.
05
– Histórias do mar – 200 casos verídicos (Jorge de Souza)
O principal protagonista desse livro não poderia ser
outro senão o mar. O livro do jornalista Jorge de Souza lançado pela editora Agência
2 em 2020 compõe uma coletânea de 200 façanhas, dramas, aventuras, mistérios e
odisseias marítimas, fruto de anos de pesquisas sobre o período mais intenso da
navegação humana, os últimos cinco séculos. Algumas histórias são curtíssimas e
curiosas; outras bem maiores, mas igualmente extraordinárias. Todas, contudo,
têm em comum o fato de serem verídicas, embora, em alguns casos, sejam tão
impressionantes que mais pareçam ficção. Mas não são.
Todas as histórias contadas no livro aconteceram de
fato; por mais incrível que isso possa parecer. Entre as quais destacamos um
fato ocorrido em 29 de janeiro de 2014 quando um casco de um pequeno barco foi
dar numa esquecida praia das Ilhas Marshall, nos confins do Oceano Pacífico.
Dentro dele havia um homem combalido e praticamente nu, mas com uma
extraordinária história para contar: a de como sobrevivera 13 meses sem água
nem comida no mar, depois que o motor de seu barco quebrou, condenando-o a
atravessar, à deriva, o maior dos oceanos. Há ainda outras histórias incríveis
como a do francês que atravessou o oceano Atlântico à nado, o tubarão que
ajudou a desvendar um assassinato, a passageira que passou 15 anos a bordo do
mesmo transatlântico, o passageiro que assumiu o controle do navio e evitou que
ele afundasse, etc. Feitos inacreditáveis, não fosse ser pura verdade.
Histórias
do mar – 200 casos verídicos foi escrito em tom de
reportagem. Souza é ex-editor das revistas Náutica e Viagem e Turismo, entre
outras, dono de um blog sobre o tema no portal de internet UOL e um
especialista em contar histórias complexas com linguagem simples e agradável.
06
– Lobos do mar (Torben Grael)
O livro Lobos do
mar de Torben Grael é prato cheio para os leitores que gostam de aventuras
náuticas. A obra na realidade foi escrita por Murillo Novaes que organizou os
depoimentos do conhecido iatista brasileiro. Depois de se tornar o maior medalhista
olímpico do esporte brasileiro, ganhando cinco medalhas — sendo duas delas de
ouro —, Grael decidiu realizar o sonho de todo velejador: participar da regata
de volta ao mundo.
No dia 5 de novembro de 2005, Grael embarcou na maior
aventura de sua bem-sucedida carreira. Foi nessa data que começou a última
edição da mítica regata de volta ao mundo, a Volvo Ocean Race, que ele disputou
a bordo de um superveleiro construído no Brasil, o Brasil 1. O ponto de partida
foi o cais de Vigo, na Espanha. Nove meses e 31.250 milhas náuticas depois, o
velejador e sua tripulação cruzavam a linha de chegada da competição, em
Gotemburgo, na Suécia, em clima de apoteose.
Lobos
do mar narra essa aventura, que foi acompanhada por milhares
de brasileiros e durou nove meses. Mares revoltos, acidentes, ondas gigantes,
temperaturas extremas…Nesse período, Torben e os outros tripulantes enfrentaram
obstáculos de todos os tipos, chegando a ficar cara a cara com a morte em
alguns momentos.
As muitas dificuldades, no entanto, não impediram
Torben de fazer história. Aliando sua vasta experiência no mar com muita garra,
ele provou que os brasileiros também sabem brilhar em regatas de oceano. Lobos
do Mar acompanha toda a jornada de Torben e de seus companheiros de volta ao
mundo. Da criação do Brasil 1 ao pódio. mais náuticas. Escolham o seu e boa
leitura!do que um raio-x de um evento esportivo único, o livro é um relato
emocionante da luta de um grupo de homens para superar os seus limites.
Taí galera, seis livros pra vocês que são fãs de
aventuras náuticas. Escolhem o seu e boa leitura!
20 junho 2023
Oito livros que serão lançados em julho para os leitores comprarem e dovorarem
Galera, o mês de junho já está praticamente terminando
e o próximo que só poderia ser o sr. Julho já está desembarcando do navio chamado
Ano. Deixando as analogias de lado e partindo logo para o que interessa, sem
firulas: o mês de julho está chegando e trazendo vários lançamentos
literários. Pronto, simples assim. No
post de hoje selecionei oito desses lançamentos que deverão emplacar nas top
lists conquistando muitos leitores.
Por isso, deixem uma reservinha financeira aí nos
cartões para adquirirem algumas dessas sugestões. Tem até Raphael Montes se
aventurando num enredo infanto-juvenil. Acredita? Pois é. Tem ainda novas
edições e bem luxuosas de Frankenstein
e As Crônicas de Nárnia. Se Mary
Shelley e C.S. Lewis estivessem vivos, certamente, iriam se orgulhar desses dois
relançamentos chiques das editoras Antofágica e HarperCollins Brasil,
rrespectivamente.
Vamos nessa? Então confiram as novidades literárias
para este mês de julho e escolham as suas próximas leituras.
01
– Um conto de mil estrelas (Bacteria)
Editora:
NewPOP
Previsão
de Lançamento: 31 de julho
Abro a nossa lista com esse obscuro lançamento.
Entendam meu “obscuro” não no pior sentido, mas como uma incógnita que gere
expectativas, e boas expectativas. Vou tentar explicar melhor.
Primeiramente não encontrei absolutamente nada sobre o
autor de Um conto de mil estrelas. Aliás,
achei o seu nome sui generis ao extremo; afinal de contas, você conhecer algum
escritor chamado Bacteria? Pois é, eu também não. Por isso recorri ao Sr.
Google e qual foi a minha surpresa ao descobrir que o nosso amado sabichão que
sabe de tudo e mais um pouco na Net também não tem nenhuma noção de quem seja
esse tal Bacteria.
Então, fiquei ainda mais curioso e fui atrás de
informações sobre a obra do Bacteria (não sei porque, mas essa frase ficou
muito engraçada, ainda mais se acrescentarmos um acento grave na letra ‘E’ –
rssssss). E com muita surpresa descobri excelentes referências sobre o livro.
Quer mais? O seu enredo foi adaptado para uma série de TV tailandesa que
recebeu rasgados elogios tanto dos críticos como do público. A série, inclusive,
venceu o prêmio especial para dramas estrangeiros no Tokyo Drama Awards; um dos
prêmios mais importantes da Ásia. A premiação, que celebra a indústria de
dramas japoneses, desde 2007 inclui nas suas categorias o prêmio especial para
dramas estrangeiros em destaque.
Um
conto de mil estrelas narra a história de Tian, um homem que
não tinha perspectiva de vida devido à saúde frágil, até que recebe um
transplante de coração e, como agradecimento, busca realizar um desejo de sua
finada doadora, indo dar aulas voluntariamente em um local distante. É lá que
conhece Phupa, um antigo amigo da doadora. A proximidade dos dois vai
aumentando enquanto eles se conhecem.
02
– As Crônicas de Nárnia: A última batalha - Edição de Luxo (C.S. Lewis)
Editora:
HarperCollins
Previsão
de Lançamento: 20 de julho
A editora HarperCollins colocou em prática no final de
2022, um projeto que rendeu ótimos frutos para aquela editora: relançar em
edições luxuosas os sete livros que fazem parte das Crônicas de Nárnia, obra prima escrita por C.S. Lewis. Os seis
livros relançados fizeram um baita sucesso. Por isso, o caminho mais natural não
poderia ser outro senão o relançamento de A
última batalha, narrativa que fecha a saga de Lewis.
Mesmo aqueles leitores que já leram outras edições das
Crônicas de Nárnia, separadamente ou em volume único (ver aqui), não podem deixar de
adquirir a coleção da HerperCollins. Vale muito a pena revisitá-la com essa
nova tradução, já que as edições antigas tinham diversos cortes na história. A
HarperCollins optou, sabiamente, por trazer a tradução integral, diretamente da
publicação original.
Em A Última
Batalha, um falso Aslan está à solta dando ordens de arrepiar a espinha.
Tirian X, o Rei de Nárnia, precisa agir rápido, antes que todos os animais
sejam corrompidos. Para isso, conta com a ajuda de Eustáquio e Giu.
O reino está imerso em caos e os danos parecem irreparáveis,
mas, antes que tudo chegue ao fim, os narnianos fiéis ao verdadeiro Aslan ainda
poderão contar com a ajuda dos lendários reis e rainhas de Nárnia ― irmãos que
muito tempo antes derrotaram uma terrível feiticeira.
03
– Frankenstein (Mary Shelley)
Editora:
Autofágica
Previsão
de Lançamento: 3 de julho
Depois da DarkSide, a editora Autofágica também
decidiu ter a sua edição luxuosa do clássico Frankenstein da escritora britânica Mary Shelley. E pelas primeiras imagens e informações que
vi e li nas redes sociais, acredito que a Autofágica caprichou.
A obra foi traduzida por Fábio Bonillo, com
ilustrações de Iuri Casaes, além de apresentação da criminóloga e escritora
Ilana Casoy (Bom dia, Verônica) e
posfácios de Sofia Nestrovski, corroteirista e locutora do podcast “Vinte mil
léguas”, Cristhiano Aguiar, autor de Gótico
nordestino e professor de literatura na Universidade Presbiteriana
Mackenzie e Nina da Hora, cientista da computação pela PUC-Rio, pesquisadora e
ativista brasileira.
O QR Code na cinta direciona a duas vídeo-aulas sobre
o livro disponíveis no YouTube com Sofia Nestrovski, escritora e mestre em
Teoria Literária pela USP. Fantástico; não acham?!
Neste clássico de uma das maiores escritoras da
história, um cientista descobre se basta juntar os órgãos corretos e lhes dar
energia vital para criar uma existência humana – mas não imagina que pode
perder completamente o controle.
O ambicioso sonho de um cientista está fadado a
levá-lo a uma jornada de provações. Trata-se de Victor Frankenstein, um jovem
deslumbrado com a ciência e que deseja deixar sua marca nos avanços do
conhecimento fazendo um experimento inédito: a criação de um ser humano em
laboratório.
Publicado originalmente em 1818, este clássico gótico
que inaugura a ficção científica foi escrito por Mary Shelley durante um
despretensioso desafio entre amigos e revelou o talento de uma autora que
conquistou seu lugar no cânone mundial.
04
– Astrid Parker nunca falha (Ashley Herring Blake)
Editora:
Arqueiro
Previsão
de Lançamento: 12 de julho
Astrid
Parker nunca falha é o segundo volume da série Bright Falls, que começou com Delilah Green não está nem aí.
Os leitores que conheceram Astrid Parker em Delilah Green não está nem aí sabem que a personagem não conhece a palavra
“falhar”. Definitivamente, essa palavrinha não faz parte de seu vocabulário. E
agora que ela está à frente de um grande projeto que pode alavancar sua
carreira de arquiteta - a renovação de uma pousada que estrelará um programa de
reformas -, ela está mais decidida do que nunca a mostrar para sua mãe que sua
vida vai muito bem obrigada.
Até que surge uma pedra em seu sapato. Jordan
Everwood, neta da dona da pousada, detesta todas as ideias de Astrid e está
decidida a preservar a essência da hospedaria da família.
Logo seus pequenos atos de sabotagem começam a rachar
a fachada de perfeição de Astrid, revelando uma vulnerabilidade que ela nunca
se permite demonstrar – e isso faz com que a antipatia entre as duas se
transforme em algo muito parecido com desejo.
Agora Astrid precisa decidir se quer continuar se
esforçando para corresponder às expectativas alheias ou se mergulha de cabeça
em um futuro incerto, assustador e muito, muito emocionante.
05
- A mágica mortal: Uma aventura do Esquadrão Zero (Raphael Montes)
Editora:
Seguinte
Previsão
de Lançamento: 25 de julho
Cara, pode acreditar; é sério: Raphael Montes, aquele
mesmo de Jantar Secreto e Suicidas – dois thrillers policiais com
uma ‘pegada’ bem sinistra e que bombaram em vendas em todo o Brasil – decidiu
escrever um livro juvenil. Verdade! Trata-se de A mágica mortal: Uma aventura do Esquadrão Zero. E como não poderia
ser diferente, a narrativa tem uma vibe bem Raphael Montes como você já deve
ter percebido pelo título da obra. Será que a galera ainda tem dúvida se o livro
irá agradar também os adultos?
Em seu primeiro livro juvenil nos apresenta ao
Esquadrão Zero ― um grupo de jovens detetives que vai encarar uma investigação
repleta de perigos e reviravoltas.
No mundo da mágica, nem tudo é o que parece. Pedro
sabe disso muito bem, afinal, sempre foi fascinado por ilusionismo. Só não
imaginava que ia entrar para valer nesse universo por causa de um crime
terrível. Depois que seu melhor amigo é vítima de um mágico sinistro, Pedro
decide encontrar o culpado a qualquer custo. Assim, o garoto reúne Pipa, Analu
e Miloca, seus amigos de escola, para formar o Esquadrão Zero ― e juntos
desvendarem o caso.
Não demora para o criminoso fazer novas vítimas,
sempre utilizando números de mágica famosos. Em uma corrida contra o tempo, os quatro
jovens investigadores terão de cruzar a cidade numa aventura que envolve
ilusionistas excêntricos, livros eletrizantes e um castelo imponente. Será que
o grupo conseguirá descobrir quem é o mágico assustador antes que ele realize
seu próximo truque?
Querem saber de uma coisa? Esta sinopse que a editora
Seguinte ‘soltou’ nas redes sociais me ganhou. A mágica mortal: Uma aventura do Esquadrão Zero já entrou na minha
‘estourada’ lista de leituras.
06
– O sol e a estrela (Rick Riordan)
Editora:
Intrínseca
Previsão
de Lançamento: 13 de julho
Alô galera do Acampamento Meio-Sangue que são fãs
incondicionais de Rick Riordan. Tenho uma grande novidade pra vocês. No mês de
julho “desembarca” nas livrarias físicas e virtuais o novo livro do criador de
Percy Jackson e no mesmo estilo dos anteriores que, aliás, o tornou famoso.
O Riordanverso, como é chamado carinhosamente pelos
fãs, já lidou com histórias inspiradas na mitologia grega, egípcia, romana e
nórdica, reunindo suas principais divindades e vilões. Agora, ao que tudo
indica voltará para os gregos, com Riordan contando mais novidades sobre Nico
di Angelo. O Sol e a Estrela será
lançado no dia 13 de julho no Brasil.
Desta vez, Riordan escreve em parceria com Mark
Oshiro. O sol e a estrela será focado
na relação entre Nico e seu namorado Will Solace. Enquanto Nico é filho de
Hades, o Deus dos Mortos e do Submundo, Will traz o charme e a beleza dos
filhos de Apolo, algo que é abordado na última saga lançada por Riordan, As Provações de Apolo. Os dois terão de
ir até
as profundezas do Tártaro, o nível mais macabro do
Mundo Inferior, para salvar um ex-titã chamado Bob que Percy e Annabeth tiveram
que abandonar ao escaparem do lugar. Os sonhos cada vez mais frequentes de Nico
e uma profecia macabra confirmam que Bob ainda vai ser fonte de muitos
problemas, e logo o semideus acompanhando de seu namorado se lançam em uma
missão arriscada e assustadora.
07
– Crianças bem conectadas (Daniel Spritzer, Aline Restano, Bernardo Bueno,
Juliana Potter e Laura Moreira)
Editora:
Intrínseca
Previsão
de Lançamento: 17 de julho
O subtítulo desse livro escrito a cinco mãos já deixa
evidente a sua importância: Como o uso
consciente da tecnologia pode se tornar um aliado da família e da escola Sabemos
como é difícil para a maioria dos pais acompanharem as mudanças desse mundo
globalizado em que vivemos e onde tudo está conectado à Internet e às redes
sociais. Fica muito difícil acompanhar as mudanças e discutir essas mesmas
mudanças com os seus filhos menores. Como diz o ditado: “um novo mundo pede um
novo olhar”.
Mesmo para a mãe descolada, o pai geek, a professora inovadora
ou o profissional atualizado, a tecnologia muda num ritmo acelerado: celulares
onipresentes, tablets poderosos, videogames realistas, sem falar na Internet e
suas mídias sociais, memes e apps... No coração da questão estamos nós, seres
humanos, com nossas vontades, valores e emoções.
Por isso, seja no contexto da família, da escola, ou
no uso de dispositivos, redes sociais e games, existem estratégias que podemos
adotar para conduzir nossas crianças no uso benéfico e seguro das tecnologias
digitais. Os adultos também precisam de orientação.
Crianças
bem conectadas reflete sobre a tecnologia na vida de
nossas crianças, e como ela pode ser uma aliada para criar experiências
significativas e duradouras. O prefácio foi escrito por Dr. Clóvis Francisco
Constantino, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
08
– Beyond the story: Uma história dos 10 anos do BTS (Myeongseok Kang)
Editora:
Galera Record
Previsão
de Lançamento: 9 de julho
Nem preciso revelar para quem esse livro é
direcionado. Se você é fã do grupo coreano BTS que se tornou um grande fenômeno
musical, esse é o livro certo. Talvez; vejam que eu escrevi ‘talvez’, você que
é fã nem de muita importância para o preço que é um soco no estomago: em torno
de R$ 160,00!
O livro em capa dura será publicado em comemoração ao
aniversário de 10 anos do BTS e terá fotos inéditas, QR codes dos vídeos e
todas as informações sobre os álbuns!
Após terem se apresentado ao mundo pela primeira vez
em 13 de junho de 2013, o BTS celebra 10 anos de aniversário do seu debut em
2023. Eles alcançaram o auge como artistas globais e icônicos e, neste momento
significativo, o grupo reflete sobre toda a trajetória percorrida neste
primeiro livro oficial.
Beyond
the story: Uma história dos 10 anos do BTS compartilha
histórias pessoais e dos bastidores da sua jornada até aqui por meio de
entrevistas e mais de três anos de pesquisa e acompanhamento da banda feitos
por Myeongseok Kang, que já escreveu para diversas plataformas de mídia sobre
K-pop e cultura coreana.
Apresentado cronologicamente em sete capítulos, o
livro abrange o perído desde antes do debut do BTS até o presente. Os
integrantes do grupo contam detalhes de sua carreira, antes, durante e depois
do sucesso. Em entrevistas individuais que foram conduzidas sem câmeras ou
maquiagem, eles trazem à luz sua jornada musical por diversos ângulos,
discutindo seu impacto.
Além disso, o livro abre com fotos-retrato que mostram
o BTS como indivíduos e artistas, e no decorrer das páginas há concept photos,
tracklists de todos os álbuns já lançados e mais de 330 QR codes. A obra traz
também uma linha do tempo de todos os principais feitos dos garotos coreanos.
Ah! Para finalizar fica aqui um aviso muito importante
para as fãs que pretendem comprar o livro. Segundo informações da Galera
Record, Beyond the story terá uma
edição limitada o que significa: “quando esgotar a primeira edição, Zéfini”. Deu
pra entender né? Então, aconselho adquirir o seu já nessa fase de pré-venda.
16 junho 2023
As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica
Enroscou, enganchou, pegou de rosca, broxou; entenda
como quiser, mas a verdade é que a leitura de As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica de A.S. Framnchini e
Carmen Seganfredo travou. Cara, não ia, não tinha jeito. Acho que nem foi culpa
dos autores que, por sinal, escrevem muito bem, prova disso é o excelente As 100 Melhores Histórias da Mitologia.
Na verdade, acho que os contos e personagens da mitologia nórdica ou
escandinava não me atraíram da mesma forma que as histórias deliciosas e
inebriantes da mitologia grega,
O livro de Franchini e Seganfredo é dividido em duas
partes: na primeira, como o próprio título diz, os autores nos apresentam as
“melhores” histórias da mitologia nórdica. Neste capítulo foram publicados 25
contos curtos que fazem parte dos mitos escandinavos. Na segunda parte, ao
invés de mais contos, os autores optaram por uma versão romanceada da famosa
ópera de Richard Wagner chamada “O Anel dos Nibelungos”.
Confesso que fui com muita sede ao pote. Como havia
lido e amado dois livros fantásticos sobre mitologia grega - As 100 Melhores Histórias da Mitologia (A.S.
Framnchini e Carmen Seganfredo) e O livrode ouro da mitologia: Histórias de deuses e heróis (Thomas Bulfinch) –
fiquei empolgado para conhecer de perto alguma coisa sobre a mitologia nórdica.
Imaginei que as histórias tivessem a mesma variedade de personagens e o mais
importante: que esses personagens e suas sagas fossem tão interessantes quanto;
mas, pelo menos para mim, não foi.
O primeiro obstáculo que encontrei na obra foram os
poucos personagens que fazem parte do enredo. Quase todos os contos giram em
torno de Odin, Thor e Loki. Quanto aos outros deuses nórdicos não passam de
coadjuvantes ou pano de fundo para os enredos envolvendo a chamada “trindade
nórdica” como aprendi a definir esses três deuses. Quando Tyr, Freyr, Balder,
Frigga e outras divindades menores surgem em suas histórias solos, o enredo se
torna ainda mais desinteressante. Ao passo que na mitologia grega temos uma
infinidade de personagens carismáticos capazes de segurar um enredo sozinhos.
Basta lembrarmos de Ulisses, Teseu, Perseu, Jasão, Aquiles, Hércules, Zeus,
além de outros; sem contar as sereias, centauros, sátiros e por aí afora.
Aliás, nem precisamos de deuses e heróis do chamado
primeiro escalão para proporcionar histórias interessantes. O contexto da
mitologia grega é tão abrangente que podemos recorrer a heróis menos conhecidos
para essa finalidade (como mostro aqui). Eles conseguem protagonizar enredos
fantásticos.
O segundo obstáculo que surgiu na minha leitura foi a
simplicidade das histórias, incluindo alguns finais bem... como posso ‘dizer’:
“sem graça” ou simplório demais.
Por esses fatores, confesso, que não tive uma boa
experiência com a primeira parte de As
Melhores Histórias da Mitologia Nórdica. Quando percebia que a leitura
travava apelava para uma leitura dinâmica o que significa “leitura rápida”; e
assim foi indo até o final. Quando cheguei na segunda parte do livro, a versão
romanceada de O Anel dos Nibelungos
serviu para mudar o panorama. A história é muito interessante e foi um bálsamo
que amenizou a leitura maçante dos contos nórdicos. O enredo tem elementos
muito parecidos com O Senhor dos Anéis,
aliás, algumas fontes literárias afirmam que J.R.R. Tolkien inspirou a
construção de sua obra-prima na ópera de Wagner.
A famosa ópera – com elementos das mitologias nórdicas
e escandinavas - que levou cerca de 26 anos para ser composta (de 1848 a 1874)
é baseada na famosa e lendária canção de Nibelungo. Trata-se de uma jornada
épica dividida em 4 atos (O ouro do Reno, A Valquíria, Siegfried e O Crepúsculo
dos Deuses), com duração de quinze horas. O espetáculo é aclamado pela crítica
especializada desde que foi tocado pela primeira vez (ainda incompleto) em 1869
em Munique. É uma das óperas mais importantes já compostas e uma das maiores
contribuições para a história da música clássica.
Após ter concluído a leitura bateu em mim uma ponta de
tristeza e um iceberg de decepção porque acabei descobrindo que Franchini e
Seganfredo também lançaram um livro somente com a versão romanceada de O Anel dos Nibelungos. Pois é, se
soubesse que os contos da mitologia nórdica fossem tão desinteressantes, teria
comprado apenas a obra com a versão romanceada. Aliás, é o que recomendo a
vocês.
Inté!
12 junho 2023
Holly, novo livro de Stephen King com a intrépida detetive da trilogia Mr. Mercedes será lançado em setembro
Aqueles que devoraram e amaram a trilogia “Bill
Hodges” formada pelos livros Mr. Mercedes,
Achados e Perdidos e Ultimo Turno já podem comemorar e com
direito a grande foguetório. Uma personagem muito querida dessa saga escrita
por Stephen King estará de volta às páginas em setembro. Trata-se de Holly
Gibney.
Quem leu Mr.
Mercedes, com certeza, se lembra do final marcante do thriller policial
quando Gibney com toda a sua inteligência e coragem desempenha um papel
importante ao ajudar o protagonista principal, Bill Hodges, a derrubar o vilão.
Nos outros dois livros da trilogia, a personagem também deixou evidente toda a
sua importância ao auxiliar o detetive Bill Hodges a solucionar intrincados
mistérios.
Mas não foi só. Ela também apareceu num outro romance
de King, Outsider. Neste livro, a
intrépida detetive ajuda o detetive Ralph Anderson, a entender os eventos
sobrenaturais por trás do assassinato de uma criança e com isso, solucionar o
caso.
Cara, essa garota é fera! Portanto, King acertou em
cheio. Já estava na hora dela protagonizar um livro só seu. Lembrando que Holly
já apareceu num dos contos da coletânea If
it bleeds lançado por King em 2020; mas dar as caras num romance só seu,
apenas agora. Pois é, mais do que merecido.
O livro que deverá ser lançado pela editora Suma em 5
de setembro vai se chamar simplesmente Holly.
De acordo com a sinopse da trama, quando Penny Dahl liga para a agência de detetives “Achados e Perdidos”, esperando ajuda para localizar sua filha desaparecida, Holly reluta em aceitar o caso. Seu parceiro, Pete, tem Covid. Sua mãe (muito complicada) acaba de morrer e Holly deveria estar de licença, mas algo na voz desesperada de Penny Dahl torna impossível para Holly recusar o caso.
A poucos quarteirões de onde Bonnie Dahl desapareceu
vivem os professores Rodney e Emily Harris. Eles são a imagem da
respeitabilidade burguesa: octogenários casados, dedicados um ao outro, e acadêmicos
semi-aposentados ao longo da vida. Mas eles estão guardando um segredo profano
no porão de sua casa bem cuidada e cheia de livros, que pode estar relacionado
ao desaparecimento de Bonnie. Será quase impossível descobrir o que eles estão
fazendo: eles são espertos, são pacientes e implacáveis.
Holly deve reunir todos os seus talentos formidáveis
para pensar e superar os professores chocantemente distorcidos nesta nova
hiostória de Stephen King.
Taí galera, vamos aguardar com muita expectativa a
chegada de setembro.
Ah! Antes que me esqueça, Holly foi interpretada pela
atriz Justine Lupe, na adaptação de Mr. Mercedes para a TV.
Inté!
08 junho 2023
Psicose
Li Psicose
de Robert Bloch já há algum tempo, acho que nesse ‘algum tempo’ se encaixam uns
dois anos. Portanto, estava devendo essa resenha que chega meio que... digamos,
atrasada. O motivo do atraso estaria “muito longe” se eu afirmasse que não gostei
da obra. Cara, eu adorei! Na realidade, não sei explicar o motivo. Li o livro,
o tempo foi passando, a resenha também e assim ficou.
Mas vamos ao que interessa, afinal de contas não estou
aqui para explicar os motivos do atraso da publicação resenha mas sim para
opinar sobre a obra. E como já revelei acima: adorei o enredo Bloch mesmo já
tendo assistido ao filme homônimo dirigido pelo mestre Alfred Hitchcock uma
“centena” de vezes. Aliás, o filme que estreou em 1960 e foi um marco na
história do terror cinematográfico é muito fiel ao livro, contendo apenas
algumas modificações aqui e ali, mas nada que faça muita diferença. Reza a
lenda que na época de seu lançamento, Hitchcock comprou todas as cópias do
livro disponíveis no mercado para que ninguém o lesse e, consequentemente, ele
conseguisse manter a grande surpresa do final. E não é preciso ‘falar’ que o
final do livro e do filme, de fato, é surpreendente; um plot twist fantástico.
Quem já leu ou assistiu, com certeza, irá concordar comigo.
Psicose
foi publicado originalmente em 1959, livremente inspirado no caso do assassino
de Wisconsin, Ed Gein. O protagonista Norman Bates, assim como Gein, era um
assassino solitário que vivia em uma localidade rural isolada, teve uma mãe
dominadora, construiu um santuário para ela em um quarto e se vestia com roupas
femininas.
O livro teve dois lançamentos no Brasil, em 1959 e
1964, mas em 2013, a Darkside surpreendeu os seus leitores ao relançar a obra
que já estava esgotada no Brasil há 50 anos. Quando a nova edição de Psicose chegou em terras tupiniquins foi
uma verdadeira festa. Também não foi para menos. A editora caprichou e inovou
no relançamento, colocando no mercado duas edições, uma em capa dura com o
logotipo criado por Tony Palladino, e outra em brochura com a imagem icônica do
sangue descendo pelo ralo do banheiro.A edição em capa dura trazia um exclusivo caderno de
fotos com imagens do clássico de Hitchcock.
Na história que conquistou leitores e cinéfilos em
todo o mundo ao longo dos anos, após roubar 40 mil dólares para se casar com o
namorado, uma mulher foge durante uma tempestade e decide passar a noite em um
hotel que encontra pelo caminho. Ela conhece o educado e nervoso proprietário
do estabelecimento, Norman Bates, um jovem com um interesse em taxidermia e com
uma relação conturbada com sua mãe. O que parece ser uma simples estadia no
local se torna uma verdadeira noite de terror.
Psicose
é um livro curto e super fácil de ler. Achei a leitura muito fluída e ainda me
lembro que terminei de ler em dois ou três dias, mesmo estando entupido de
trabalho e chegando tarde da noite em casa.
Enquanto no filme temos um Norman Bates até certo
ponto elegante vivido por Anthony Perkins, no livro as características físicas
do personagem mudam completamente. O Norman Bates das páginas é um homem de 40
anos, de rosto gorducho, óculos sem aro, rosado couro cabeludo visível sob os
cabelos ralos e amarelados.
No mesmo ano do lançamento do livro pela DarkSide, em
2013, foi lançada a série Bates Motel, que se propôs a contar a história antes
de Psicose. Eles optaram por manter as características físicas do Norman do
cinema, porque o Norman do livro não era nem um pouco atraente.
Livraço! Recomendo.
04 junho 2023
10 livros polêmicos que provocaram um grande rebuliço em suas épocas
Um dia desses; não sei ao certo qual deles – semana passada,
mês passado, sinceramente, não sei – por isso vou deixa-lo apenas como “um dia
desses”; estava na biblioteca pública de minha cidade quando bati os olhos num
livro muito antigo – depois soube que foi escrito em 1946 – e comecei a lê-lo. Acho
que me interessei pela capa que trazia a imagem de uma criança; muito parecida
com as capas daqueles almanaques de farmácia. E... sabe né... como sou fã
desses almanaques decidi encarar a leitura do tal livro. Cara; fiquei abismado
com o seu conteúdo; melhor, fiquei chocado. Pensei comigo o cara que escreveu
tudo isso é um baita de um sem noção. Caráculas! Quantas ideias malucas,
absurdas e tresloucadas.
O tal livro causou um reboliço há 77 anos e as suas
teorias esdrúxulas caíram como uma bomba, mas apesar disso muitos pais acharam
o máximo e... infelizmente as seguiram. O nome do livro? Eu conto: Meu Filho, Meu Tesouro de um certo Dr.
Benjamin Spock. Depois pensei comigo: “Esse sujeito maluco ainda era médico?!!”.
Pois é, saiba que essa “obra de arte” teria levado a morte de aproximadamente
50 mil bebês! Mas vou falar detalhadamente
sobre isso mais para frente.
Depois, após o choque inicial que tive com o livro do “Sr.
Spock”, percebi que ele estava na estante que recebia a classificação de “Obras
Polemicas”. E confesso que havia muita “coisa braba” naquele espaço e que
causou um verdadeiro rebu na época de seus lançamentos ou então, pouco tempo
depois. Saí da biblioteca com propósito de escrever esse post que você está
lendo agora.
Selecionei dez livros que causaram um grande furor na
sociedade quando foram lançados devido ao extremismo do conteúdo ou das ideais
revolucionárias que apresentam. Vamos a nossa lista.
01
– O Príncipe (Nicolau Maquiavel)
Ano
de lançamento: 1532
Em O Príncipe,
Nicolau Maquiavel escreveu um guia sobre como subir ao poder e se manter nele.
O autor expôs de forma inaudita os meandros e as artimanhas do poder.
Maquiavel discorre sobre os diferentes tipos de Estado
e ensina como um príncipe pode conquistar e manter o domínio sobre um Estado. Trata
daquilo que é o seu objetivo principal: as virtudes que o governante deve
adquirir e os vícios que deve evitar para manter-se no poder.
O autor mostra em O
Príncipe que a moralidade e a ciência política são separadas. Ele aponta a
contradição entre governar um Estado e, ao mesmo tempo, levar uma vida moral.
Apesar de ter sido redigido por volta de 1513, a obra
de Maquiavel foi publicada somente em 1532.
02
– Os Versos Satânicos (Salman Rushdie)
Lançamento:
1989
Imagine um livro capaz de condenar o seu autor a
morte. Quer mais polemicidade do que isso? Pois é, Os Versos Satânicos de
Salman Rushdie quase conseguiu mandar o seu autor para a cova. Para quem não
sabe, Rushdie ficou conhecido após a ameaça de morte por um decreto do aiatolá
Khomeini em 1989, como punição por este romance.
Os
Versos Satânicos conta a história de dois muçulmanos que,
após sobreviverem a um atentado terrorista, começam a sofrer uma transformação:
um transforma-se num demônio, enquanto o outro num anjo.
O livro está recheado de críticas e sátiras irônicas
contra o islamismo e o Alcorão, o livro sagrado do islão. Vários líderes
religiosos muçulmanos ofereceram milhões de dólares como recompensa para a
captura e assassinato de Rushdie, que teve que receber proteção policial
durante muitos anos!
03
– O Amante de Lady Chatterley (D.H. Lawrence)
Lançamento:
1928
O
Amante de Lady Chatterley foi uma publicação censurada em
diversos países durante anos. No Reino Unido, país de origem do livro, sua
primeira edição final passou a ser comercializada em 1960, ou seja, 32 anos
após sua conclusão.
Apesar do sucesso atual, o enredo foi adaptado pela
Netflix em 2022, O Amante de Lady
Chatterley sofreu forte repressão em diversos países devido ao seu
conteúdo. Na época, o livro foi proibido pelas descrições ativas e contundentes
dos atos sexuais da protagonista.
D.H. Lawrence recria as relações entre uma jovem chamada
Constance Chatterley, que cresceu em meio a um contexto burguês e liberal. Após
ser criada por uma família de aristocratas, ela se casa ainda muito nova e é
forçada a ver seu marido indo para guerra meses após o matrimônio.
O que ela não esperava, contudo, era que seu marido
fosse retornar para casa com todos os membros inferiores paralisados. Ainda sem
saber como lidar, o casal se exila em uma propriedade rural no interior do
Reino Unido, herdada pelo Lorde Chatterley. Lá, entretanto, Lady Chatterley é
obrigada a ver seu marido se distanciando do relacionamento enquanto se entrega
para sua carreira literária e aos negócios da propriedade.
A personalidade única de Lady Chatterley, contudo,
impede que ela se isole completamente. Nesse sentido, ela encontra afeto na
companhia de Oliver Mellors, guarda-caças responsável pela propriedade. Da
mesma forma que ela, o personagem também foi obrigado a isolar-se após diversas
decepções amorosas. Agora, eles embarcam em uma jornada mútua de amor,
descobertas e muita paixão.
04
– A Origem das Espécies (Charles Darwin)
Lançamento:
1859
Publicado em 1859, A
Origem das Espécies, de Charles Darwin, ficou conhecido como O livro que
abalou o mundo. Sua primeira edição se esgotou no primeiro dia e o mesmo
ocorreu com seis versões posteriores. Até hoje a teoria da evolução do
naturalista gera polêmica.
Segundo Darwin, as espécies competem pela
sobrevivência, as que sobrevivem dão origem à próxima geração, que por sua vez
incorpora as variações naturais favoráveis e as repassa de maneira hereditária.
Até sua morte Darwin reescreveu incansavelmente sua teoria e em cada uma das
seis edições foram incluídas novas pesquisas.
Mesmo nos tempos atuais, 150 anos após sua publicação,
A Origem das Espécies, de Charles
Darwin, continua a alimentar choques entre cientistas convencidos da veracidade
de suas teses e críticos que rejeitam a visão da vida sem um criador.
05
– As Caçadas de Pedrinho (Monteiro Lobato)
Lançamento:
1933
Com mais de 70 anos já transcorridos desde a morte de
seu criador, os personagens infantis de Monteiro Lobato prosseguem “provocando”
dentro e fora da escola. Você acreditaria se eu lhe revelasse que o “Sítio do
Pica-pau Amarelo” teria a distribuição repreendida nas escolas brasileiras pelo
Conselho Nacional de Educação (CNE), em 2010? Podem acreditar é a mais pura
verdade. Uma obra infantil gerando uma baita polemica.
Em 2010, o livro Caçadas
de Pedrinho foi acusado de possuir teor racista pelo Conselho Nacional de
Educação (CNE), que recomendou que a obra não fosse distribuída pelo governo
nas escolas públicas. Posteriormente, a relatora do caso voltou atrás e decidiu
que cada professor deveria dar explicações sobre o preconceito presente no
livro para os alunos.
Depois disso, o Instituto de Advocacia Racial e
Ambiental (Iara) junto com o mestre em educação Antônio Gomes da Costa Neto
entraram com um mandado de segurança contra Caçadas
de Pedrinho e contra o relatório do CNE. Cara, que furor!
A obra de Lobato correu um grande risco de ter a sua
distribuição suspensa.
06
– Meu Filho, Meu Tesouro (Benjamin Spock)
Lançamento:
1946
E, finalmente, cheguei à obra que originou esse texto.
Como escrevi no início da postagem, supostamente, Meu Filho, Meu Tesouro de Benjamin Spock teria levado a morte de
aproximadamente 50 mil bebês!
O Dr. Spock ensinava as mamães como cuidar dos seus
filhos nos primeiros meses de vida. No entanto, algumas de suas dicas chegaram
a ser letais para as crianças! O doutor aconselhava as mães a deixarem os seus
filhos dormirem com a barriga para baixo, pois acreditava que se estivessem ao
contrário poderiam se engasgar com o próprio vômito. Porém, estudos posteriores
comprovaram que deixar o bebê com a barriga para baixo aumenta os riscos de sufocamento.
Atualmente, esta técnica é totalmente desaconselhada pelos médicos!
Depois da Bíblia, Meu
Filho, Meu Tesouro foi o livro mais vendido nos Estados Unidos durante o
século XX. My God!!
07
– Lolita (Wladimir Nabokov)
Lançamento:
1955
Wladimir Nabokov escreveu muitas outras obras complexas
e importantes, mas foi Lolita que, de
fato, marcou a sua carreira de escritor. O livro é considerado um dos mais controversos
na história da literatura.
O livro conta a história de Humbert, um homem de meia
idade, que se “apaixona” perdidamente por Dolores Haze (que ele apelida de
Lolita), uma menina de 12 anos e para ficar perto dela, ele se casa com sua
mãe, Charlotte Haze. Quando Dolores fica órfã, Humbert vê seu caminho a garota
completamente livre e parte com ela para uma viagem pelos Estados Unidos.
Por abordar o tema pedofilia de uma maneira bem aberta
a obra foi considerada naquela época escandalosa e inapropriada, causando um grande
quiproquó. O livro chegou a ser banido de diversos lugares tornando-se uma obra
do tipo “maldita”.
08
– O Morro dos Ventos Uivantes (Emily Brontë)
Lançamento:
1847
Se atualmente, O Morro dos Ventos Uivantes - único livro escrito por Emily Brontë - é tido como
um grande clássico da literatura mundial, no passado não foi bem assim. Por ser
uma obra polêmica, não foi bem recebida pela sociedade inglesa da época. A
redenção viria vários anos após sua publicação quando acabou por ser aceito, e,
após o choque inicial tornou-se cânone da literatura inglesa e mundial.
O
Morro dos Ventos Uivantes foi vista como uma história de amor
muito avançada para a Inglaterra do século XIX, onde a paixão impossível de
Heathcliff por Catherine, devido aos preconceitos sociais, se transforma em
violenta obsessão por vingança. O romance foi criticado porque não era comum
para a época um protagonista com tantos desvios de caráter quanto Heathcliff.
Brontë não chegou a conhecer o sucesso de sua obra,
publicada com o pseudônimo de Ellis Bell, tampouco conseguiu escrever outros
livros porque morreu aos trinta anos de tuberculose, um ano após o lançamento
de sua obra prima.
09
– O Apanhador no Campo de Centeio (J. D. Salinger)
Lançamento:
1951
O livro foi banido de algumas escolas norte-americanas
por conter, segundo os críticos, educadores e “especialistas” daquela época,
uma linguagem ofensiva. O Apanhador no
Campo de Centeio foi assim... como posso dizer... um livro meio que transgressor,
mas isso, somente na cabeça da sociedade puritana da década de 1950.
O romance de J. D. Salinger ficou marcado na história
como livro favorito de psicopatas e desajustados. O autor narra a saga de um
jovem adolescente chamado Holden Caulfield que conta suas experiências em
primeira pessoa. Holden é um péssimo estudante e foi expulso de várias escolas.
Sua situação parece não melhorar, porque acabaram de notificá-lo de que ele
será expulso de sua escola atual. Holden decide não contar a verdade a seus
pais, nem mesmo quer encontrá-los, então, ele foge no meio da noite e retorna
para sua cidade, Nova York. Lá, fica em um hotel de classe muito baixa e começa
sua aventura.
O
Apanhador no Campo de Centeio nos mostra a jornada de
Holden, a de qualquer adolescente desencantado com o mundo (e orgulhoso de
estar assim), que parece odiar tudo e todos.
10
– Os 120 Dias de Sodoma (Donatien Alphose François – Marquês de Sade)
Lançamento:
1785
Perturbador, chocante, ultrajante e por aí afora. Os 120 Dias de Sodoma ganhou várias definições
ao longo doas anos, décadas e séculos. Para ser sincero, até hoje essa obra tem
a capacidade de chocar os leitores.
Cenas de estupro, violência gratuita e abusos sexuais
contra crianças… são apenas alguns detalhes que recheiam esta novela escrita
por Sade, durante a sua prisão na Bastilha, em 1785.
A história mostra quatro aristocratas libertinos que
sequestram quarenta e seis jovens (entre meninos e meninas) e praticam a mais
hediondas torturas sexuais durante quatro meses ininterruptos!
Em 1975, a história narrada por Marquês de Sade ganhou
uma versão cinematográfica, sob direção do cineasta italiano Pier Paolo
Pasolini. “Salò ou os 120 Dias de Sodoma” ficou conhecido como um dos filmes
mais perturbadores da história do cinema!
E assim fechamos a nossa lista com dez dos livros mais
polêmicos do mundo.
Inté galera!