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08 fevereiro 2025

10 livros de faroeste que ganharam 5 estrelas dos leitores da Amazon

Estive analisando o alcance das postagens do blog através do Google Analytics e percebi que um post onde indico vários livros de faroeste para os nossos seguidores (ver aqui) é um dos mais acessados do “Livros e Opinião”. Obviamente, cheguei à conclusão que a galera que visita essa página com frequência tem uma quedinha por esse gênero literário. Por isso, resolvi escrever uma outra postagem sobre o assunto dedicada especialmente para essa tchurma.

Fiz questão de visitar o site da Amazon, considerado uma referência no que diz respeito a venda de obras literárias, e selecionei os livros de faroeste com melhores avaliações dos leitores que apreciam o gênero.

Vamos conferir? Selecionei dez livros de faroeste que foram muito bem avaliados pela galera leitora da Amazon. Anotem aí.

01 – O último homem (Jérôme Félix e Paul Gastine)

Com roteiro de Jérôme Félix e ilustrações de Paul Gastine, a novela gráfica O Último Homem foi considerado um dos maiores fenômenos dos quadrinhos europeus dos últimos anos. Público e crítica na Europa, simplesmente, amaram; e no início do segundo semestre de 2024, essa publicação antológica, finalmente, chegou ao Brasil através da editora QS Comics.

O Último Homem foi lançado por aqui em formato grande, capa dura, páginas impressas em papel offset de alta gramatura, além de extras com a incrível arte de Paul Gastine. Não preciso “dizer” que os leitores da Amazon vibraram com a publicação. Basta ver as avaliações daqueles que tiveram a oportunidade de ler o livraço de Jérôme Félix.

Félix narra a aproximação do fim da era dos cowboys. Em breve, serão os trens que levarão o gado para os matadouros de Chicago. O personagem Russel que decidiu pendurar as esporas para se tornar vaqueiro em Montana - acompanhado por Benett, um rapaz simplório de 20 anos – no caminho de volta para as suas casas, decidem parar no Saloon Sundance. No início da manhã, Benett foi encontrado morto.

O prefeito do lugarejo prefere pensar em um acidente em vez da possibilidade de ter um assassino entre seus concidadãos e expulsa Russell de sua aldeia. Mas o velho cowboy retorna à frente de um bando de bandidos para exigir a verdade sobre a morte de seu amigo. A partir daí a vingança ‘fala’ mais alto e balas começam a ser cuspidas de todos os lados.

02 – Onde os velhos não tem vez (Cormac McCarthy)

Escritor elogiado pela crítica, com os prêmios Faulkner Award, National Book Award e National Book Critics Circle Award no currículo, Cormac McCarthy apresenta em Onde os velhos não têm vez um ''faroeste sem compaixão'', que lembra os filmes de Quentin Tarantino, como comparou o jornal The New York Times.

O livro mistura ação, suspense e violência numa prosa ágil e enxuta. Ambientado nos anos 80, na fronteira do Texas com o México, a trama tem três personagens centrais: Llwelyn Moss, um caçador que acidentalmente encontra um carro com corpos crivados de bala, um carregamento de heroína e mais de dois milhões de dólares abandonados no meio do deserto; o xerife Bell, encarregado de investigar o caso; e o psicopata Anton Chigurh, contratado por um cartel para reaver o dinheiro. Quando decide pegar o dinheiro e fugir, Moss passa de caçador a caça.

A narrativa se transforma, então, em uma eletrizante história de suspense e perseguição. A maior parte do texto é narrada em terceira pessoa, intercalada com as reminiscências do xerife Bell, em primeira pessoa.

Há muitos anos fora de catálogo, a nova edição de Onde os velhos não têm vez traz de volta ao mercado uma das obras mais marcantes de McCarthy, considerado um gênio da literatura americana.

Na Amazon, o romance recebeu uma chuva de elogios dos leitores.

O livro fez tanto sucesso que em 2007 foi adaptado para o cinema pelos consagrados irmãos Joel e Ethan Coen com o título de “Onde os fracos não tem vez”.

03 – Bouncer: Primeiras Histórias (Alejandro Jodorowsky e François Boucq)

Taí mais um lançamento da editora QS Comics. Obra que repetiu o sucesso da graphic novel O Último Homem. Bouncer: Primeiras Histórias foi lançado no Brasil em abril de 2024. A obra foi produzida pelo lendário roteirista chileno Alejandro Jodorowsky e ilustrada pelo quadrinista francês François Boucq.

Bouncer é uma série de western publicada originalmente para o mercado franco-belga a partir de 2001 e que gerou até o momento 12 volumes. Esta edição brasileira reúne os sete primeiros volumes da série, publicados lá fora entre 2001 e 2009.

O livro que os leitores da Amazon cravaram cinco estrelas narra a história de um homem que decide cortar os laços com a família e deixar para trás uma vida de bandidagem e assassinatos. Para isso, ele abandona o próprio nome e adota a alcunha de Bouncer; e assim acaba nascendo uma lenda.

Como segurança do Saloon Inferno, Bouncer é responsável pela manutenção da ordem no estabelecimento que está localizado em Barro City, típica cidade do Velho Oeste, onde impera a lei do mais forte e a violência corre solta.

Ao longo da obra, Bouncer nos revela seu passado, descobre segredos do presente e impede que interesses inescrupulosos destruam o futuro de Barro City.

Um faroeste nada típico, com tragédias familiares e intrigas amorosas que mais parecem uma peça de Shakespeare. Não é à toa que a obra de Jodorowsky e Boucq se tornou um clássico moderno. O livro tem capa dura com 432 páginas e é recomendado para maiores de 18 anos.

04 – Os Irmãos Sisters (Patrick deWitt)

Taí mais uma obra de faroeste queridinha dos leitores da Amazon. Os irmãos Sisters, do canadense Patrick deWitt, se passa em 1851 e conta a violenta, trágica e atrapalhada trajetória de Eli e Charlie Sisters à procura de Hermann Kermit Warm, um homem que eles foram contratados para matar.

Os irmãos pistoleiros, famosos e temidos no Velho Oeste, deixam um rastro de sangue e destruição por onde passam. Mas, ao longo do caminho, Eli enfrenta uma crise de consciência e passa a questionar o tipo de vida que leva, o que causa inúmeros conflitos com Charlie.

Os irmãos são realmente violentos e têm as atitudes mais questionáveis — e isso gera muita revolta. Ao mesmo tempo, por mais que trapacear e matar seja fácil para eles, existe humanidade na dupla de poistoleiros, especialmente em Eli. Os leitores ficam na expectativa para descobrir qual rumo eles tomarão, se Charlie será convencido pelo irmão a mudar de vida, se o personagem Warm será encontrado e assassinado, e o que eles farão com as várias possibilidades que se apresentam ao longo do caminho.

O romance foi adaptado para os cinemas em 2018 pelo diretor Jacques Audiard e conta com Joaquin Phoenix e John C. Reily dando vida aos personagens principais.

05 – Os melhores contos de faroeste (Autores diversos)

A coletânea de histórias lançada pela José Olympio Editora em 2004 reúne 17 contos clássicos ambientados no velho oeste americano, escritos por verdadeiras feras, entre os quais: Elmore Leonard, Jack London, Stephen Crane e até mesmo Mark Twain – juro que eu não sabia que ele também tinha escrito temas de bang-bang. 

Faz parte da antologia, um dos maiores clássicos do velho oeste. Estou me referindo ao conto Um Homem Chamado Cavalo de Dorothy M. Johnson que no início dos anos 70 foi adaptado para os cinemas. O filme homônimo tinha no papel principal o saudoso ator Richard Harris (o Dumbledore de “Harry Potter”) que vivia um aristocrata inglês (John Morgan), de modos refinados, que fazia parte de uma expedição em Dakota em 1821, quando acaba sendo capturado por índios Sioux. Com o tempo, ele aprende a

respeitar a cultura dos seus captores, ao mesmo tempo em que inicia um aprendizado sobre os seus costumes. Desta maneira, o aristocrata vai ganhando, aos poucos, o respeito dos índios.

A presença dessa história em Os Melhores Contos de Faroeste chamou-me a atenção devido a sua raridade. O conto de Johnson nunca veio a ser lançado no Brasil. Ele apareceu pela primeira vez na revista Coller, em 7 de janeiro de 1950, depois foi reeditado em 1968, como uma pequena história dentro do livro Indian Country, também de autoria da escritora americana.

06 – Jesse James (Doobs e Chris Regnault)

“Quando a lenda ultrapassa a realidade, publicamos a lenda”. Essa frase vem do clássico western “O Homem que Matou o Facínora” (1952) e serve para resumir o impacto de Jesse James (1847-1882) na cultura norte-americana. O fora-da-lei é lembrado até hoje por seus roubos escalafobéticos com a gangue James-Young, compartilhada com seu irmão Frank James e situada no estado do Missouri.

Vários livros e filmes retrataram a vida desse personagem lendário do faroeste. Um dos mais elogiados, pelo menos pelos leitores do portal da Amazon, se chama simplesmente Jesse James. Trata-se de uma graphic novel com ilustrações muito caprichadas de Chris Regnault, artista francês com mais de 15 anos de experiência e que atuou em projetos como Os Grandes Clássicos da Literatura em Quadrinhos e A Verdadeira História do Faroeste. Quanto ao autor da obra chamado Doobs – isso mesmo, sem sobrenome e outras informações adicionais, mesmo após ter vasculhado muito na Internet  - o release da editora Alta Geek revela que é um autor europeu de quadrinhos. Só isso e nada mais. Apesar do autor ser praticamente desconhecido – até mesmo para o ‘Sr. Google’ –, se levarmos em conta as avaliações dos leitores da Amazon, eles adoraram a obra. Das 32 opiniões, todas elas foram positivas.  

07 – Trilogia Gatilho (Carlos Estefan)

Querem saber quantas avaliações positivas a obra antológica lançada pela Pipoca & Nanquim teve no portal da Amazon? OK; eu conto. Anotem aí: 1.549, até o dia em que escrevi esse post. Caráculas!! Nem preciso dizer o quanto essa novela gráfica de faroeste é amada pela galera.

Se você é fã de Histórias em Quadrinhos e, claro, de faroeste do tipo cavaleiro solitário que chega em uma cidadezinha do velho Oeste para se vingar de algo que lhe aconteceu no passado, então está intimado a comprar os três livros da série Gatilho. A editora Pipoca & Nanquim decidiu, em 2021, presentear os seus leitores com uma edição hiper luxuosa agregando toda a trilogia. Verdade! As três histórias em quadrinhos lançadas separadamente em 2017, 2018 e 2019 - que já estavam esgotadas em suas edições originais - estão reunidas num único volume.

Quando foi publicada em 2017, a graphic novel Gatilho chegou sem fazer muito alarde, com os seus autores - os brasileiros Carlos Estefan e Pedro Mauro - não tendo a intenção de escrever uma continuidade tanto é que o enredo foi formatado para se tornar uma história única. Mas o sucesso foi tanto que Estefan e Mauro resolveram sequenciar a aventura do pistoleiro sem nome transformando-a numa saga. Logo depois, em 2018 e 2019, foram lançados os dois próximos quadrinhos que se tornaram um fenômeno de vendas. Hoje as três histórias em quadrinhos estão esgotadas e se não fossem a Pipoca & Nanquim, os amantes de novelas gráficas, principalmente aqueles que são fãs do gênero western estariam privados de ler essas três preciosidades.

A trilogia do “pistoleiro sem nome”, composta pelos volumes Gatilho, Legado e Redenção é amplamente ovacionada por público e crítica como um dos melhores faroestes já feitos no Brasil.

A edição definitiva da editora Pipoca & Nanquim tem formato grande, com capa dura de papel linho, lombada redonda e 260 páginas em papel de alta gramatura.

08 – Todos os belos cavalos (Cormac McCarthy)

E vamos com outra obra do lendário escritor, autor do mega romance A Estrada. Desta vez, escolhi Todos os Belos Cavalos, livro de faroeste cinco estrelas na Amazon.

O enredo ambientado em 1949, foi publicado pela Editora Alfaguara em 2017. É totalmente diferente da história futurística e cataclísmica de A Estrada. Todos os Belos Cavalos é uma ode aos vaqueiros do velho oeste.  Traz cenas de travessia, de busca pela liberdade e de respeito pela natureza. É o primeiro livro da trilogia Fronteira, ganhador do Prêmio National Book.

A obra pode ser considerada um dos pilares da literatura americana contemporânea. Segundo release promocional da editora Alfaguara, o personagem John Grady Cole é o último sobrevivente de uma longa geração de rancheiros texanos. Privado da vida que ele acreditava que teria, Cole parte em uma viagem para o México com o amigo Lacey Rawlings. Encontrando um terceiro viajante pelo caminho, eles descobrem um país muito maior do que imaginavam: devastado e belo, árido e cruelmente civilizado, um lugar onde sonhos são pagos com sangue.

Todos os belos cavalos é considerado por muitos uma obra-prima de Cormac McCarthy, uma história sobre o amor, sobre o fim da infância e da inocência e sobre a sabedoria advinda da perda. O release da editora define a história como ‘uma parábola magnífica sobre responsabilidade, vingança e sobrevivência’.

09 – A filha do demônio (Mayara Cordeiro)

Este é um outro livro de faroeste muito bem avaliado na Amazon. Tive a oportunidade de ler a obra de Mayara Cordeiro e gostei muito. A Filha do Demônio conta a história de uma jovem menosprezada em sua pequena comunidade, inclusive pelos seus próprios familiares, e que sai em busca de vingança por algo que fizeram à sua mãe. A sua jornada será cheia de surpresas. Ela encontrará pelo caminho vários personagens dispostos a ajudar e outros com prazer em lhe prejudicar. 

Não quero estragar o enredo com spoilers, mas já adianto que é impossível não se apaixonar por Yanan, uma típica heroína ‘a la Sheldon’ ou então, querer fazer parte da história para moer de pancadas o FDP do Rael Amaya, um dos vilões mais cruéis que já vi num livro.

Os últimos capítulos são bem tensos com direito a duelos, tiroteios e perseguições. Os leitores ficarão com uma vontade enorme de mergulhar nas páginas para tomar partido de determinados personagens. Destaque para um reencontro que acontece no final, muito emocionante. Sem dúvida, uma excelente história de faroeste.

10 – Bravura indômita (Charles Portis)

Não imaginava que o clássico dos cinemas “Bravura Indômita” havia sido baseado em um livro. Fiquei sabendo somente no momento em que escrevia essa postagem. 

Em minhas pesquisas para preparar esse post, descobri que Charles Portis é um dos mais importantes e aclamados escritores norte-americanos e que Bravura indômita, seu romance mais famoso, foi publicado pela primeira vez em 1968 e deu origem à cultuada adaptação cinematográfica de mesmo nome, estrelada por John Wayne e que o fez ganhar seu único Oscar. Depois, em 2010, o livro ganhou uma nova adaptação feita pelos irmãos Joel e Ethan Coen com Jeff Bridges e Matt Damon no elenco. Considerado uma obra excêntrica e, sobretudo, cômica, Bravura indômita conta a história de Mattie Ross, uma menina de Dardanelle, Arkansas, que aos 14 anos decide abandonar a fazenda natal para caçar o homem que matou traiçoeiramente seu pai e roubou os seus poucos pertences. Com a ajuda de Rooster Cogburn - o mais inclemente dos agentes federais à sua disposição - e de um homem da lei texano, ela parte numa jornada em território desconhecido à procura de vingança.

Com uma incrível personalidade, a jovem protagonista tem de enfrentar homens violentos e a própria inconstância de seus aliados. Sua obstinação, no entanto, tem a capacidade de enfraquecer toda e qualquer resistência ao seu redor.

A obra teve 57 avaliações de leitores da Amazon, todas positivas. Por isso, com certeza, vale a pena compra-la.

Taí galera, amante dos enredos de faroeste; espero que tenham apreciado a nossa lista e que ela os ajude no momento em que decidirem comprar qualquer livro do gênero.

30 janeiro 2025

“O Visconde de Bragelonne” já está nas livrarias, Zahar dividiu a antológica sequência de “Os Três Mosqueteiros” em três volumes

E aí galera? Tudo bem? Por aqui, estou me preparando para uma colonoscopia. Arghhhhh! Só em pensar no tal preparo para o exame que se resume em dois dias fatídicos regados há muito, mas muito laxantes já me arrepia. Estou quase concordando com Lulu que sugeriu forrar um plástico na cama (rs). Por enquanto, estou proibido de usar o sofá ‘xique nu úrtimu e nu úrtimu grau’ que compramos recentemente. Ele estará liberado para mim somente após a colono, isto significa que terei cartão verde apenas no sábado. Portanto, só mesmo virando os copos de bebida para afogar as mágoas, e quando digo bebida quero dizer laxantes e daqueles bem turbinados do tipo Picoprep.

Mas deixando as brincadeiras de lado, vamos para a postagem de hoje. Aliás, me desculpem pela divagação, mas sinceramente, tenho que relaxar um pouco porque na realidade estou sim, preocupado com o exame e também com a cirurgia que, provavelmente, terei que fazer. Por isso, resolvi escrever essa postagem para espairecer as ideias.

Quero “falar” sobre um famoso visconde que me fez comer uma baita barriga. Cobrei tanto as editoras, ou melhor, a Zahar para que publicasse a história do tal visconde (ver aqui) mas por causa de alguns contratempos que rolaram na saúde e também na minha área profissional acabei me esquecendo de acompanhar nas redes sociais informações sobre uma possível republicação da obra. Resultado: o livro foi relançado e o menino, aqui, só foi tomar conhecimento do fato dois meses depois.

Cara, quando “bati” os olhos no portal da Amazon, após as minhas tradicionais zapeadas literárias, e vi o livraço O Visconde de Bragelonne, juro que levei um choque pois não esperava que a Zahar ou nenhuma outra editora fosse capaz de relançar o antológico enredo de Alexandre Dumas.

Os 10 volumes de "O Visconde de Bragelonne" lançados pela editora Fittipaldi em 1959

A principal dificuldade que postergava esse relançamento era o tamanho da história que foi publicada, originalmente no formato de folhetim – como aconteceu com O Conde de Monte Cristo (aqui e aqui). Décadas depois, quando foi lançada no formato de livro chegou a ter 10 volumes com aproximadamente 300 páginas cada. Agora me respondam: como publicar nos tempos atuais um enredo com mais de três mil páginas?! Qual editora se arriscaria a topar essa aventura, ou se preferirem... essa loucura?

Pois é, para a felicidade de todos os leitores que amaram a saga Os Três Mosqueteiros e Vinte Anos Depois, a editora Zahar decidiu encarar esse desafio. Uma decisão que na minha opinião, vale uma bateria de fogos com direito a um show pirotécnico. Muitos admiradores de Dumas, principalmente os fãs de carteirinha de Athos, Porthos, Aramis e D’Artagnan, sempre acalentaram o sonho de que alguma editora relançasse essa história que fecha a saga de Os Três Mosqueteiros.

A maneira encontrada pela Zahar para resolver o complicado ‘problema das três mil páginas’ de O Visconde de Bragelonne - distribuídas em 10 volumes - foi ‘enxugar o texto original com uma nova tradução e relança-lo em três livros com aproximadamente 600 páginas, cada.

A aguardada continuação de Os Três Mosqueteiros (aqui e aqui) e Vinte Anos Depois, faz parte da coleção Clássicos Zahar e conta com edição traduzida e comentada por Jorge Bastos.

No livro, descobrimos que trinta anos se passaram na vida de D’Artagnan, Aramis, Porthos e Athos, o quarteto mais famoso da literatura ocidental, desde os eventos ocorridos em Os Três Mosqueteiros. Os quatro amigos inseparáveis, agora estão grisalhos e melancólicos; mosqueteiros representantes de valores medievais em franca decadência. Neste primeiro livro, o quarteto de amigos apadrinha um jovem companheiro: Raoul, filho bastardo de Athos, o Visconde de Bragelonne.

Na despedida de uma das sagas mais longevas e memoráveis de todos os tempos, novos conflitos, reviravoltas, anseios e disputas entram em cena. Como o envolvimento do visconde com Louise de La Vallière, sobretudo numa época em que o destino das nações está em jogo, mas cujos rumos são tantas vezes decididos a partir de intrigas, fofocas, rixas e conchavos, ironizados por Alexandre Dumas.

O que mais podemos adiantar sobre “O visconde”? Vamos lá. O segundo volume da saga se chamará Louise de la Vallière e o terceiro, O Homem da Máscara de Ferro, que serão publicadas separadamente. Neste primeiro momento, apenas o primeiro volume está disponível ao público.

E aí? Gostaram da novidade? Com certeza, os leitores que devoraram Os Três Mosqueteiros e Vinte Anos Depois amaram.

 

26 janeiro 2025

1822 (2º Volume da Trilogia Família Real no Brasil)

Pois é, oito dias sem nenhuma postagem. Galera, não esqueci do blog, não. Os motivos do “menino”, aqui, ter ficado mais de uma semana sem postar nada foram dois: o primeiro diz respeito a uma cirurgia que serei obrigado a fazer. Isso mesmo, obrigado, porque não tenho mais escapatória, não tenho mais onde me agarrar, portanto é agora ou agora. E os exames preparatórios para essa cirurgia demandam muito tempo e energia, já que o meu médico é muito meticuloso e graças a Deus por sê-lo. O segundo motivo está relacionado com o Projeto de Lei 5332 que, de maneira surpreendente e inesperada, foi vetado pelo Sr. Lula que desferiu um verdadeiro tapa na cara de todos os aposentados por invalidez permanente. Como os congressistas estarão se reunindo, provavelmente, em fevereiro para analisar se derrubam ou não o Veto 38, passo grande parte do meu tempo escrevendo para deputados e senadores, telefonando para os seus assessores pedindo apoio para a derrubada desse veto. Agora se você juntar esses dois motivos, garanto-lhes que toma muito do meu tempo. Espero ter justificado esses oito dias sem ter postado nada. Mas, com certeza, essa maré vai passar e no final de março voltarei ao esquema normal de publicações de posts.  Não estou “dizendo” que até lá não publicarei nada. Longe disso. Sempre estarei por aqui e também nas minhas redes sociais comentando, resenhando, divagando ou publicando as minhas listas literárias. Com menos frequência, mas estarei. Mas depois, no mês de março, tudo voltará ao normal, se Deus quiser e com certeza Ele quer.

Mas agora, vamos ao que interessa, vamos escrever sobre livros. Galera, há mais ou menos uma semana, conclui a leitura de 1822, segundo volume da trilogia Família Real no Brasil, premiada saga do jornalista Laurentino Gomes com mais de 4 milhões de exemplares vendidos e vencedora do prêmio Jabuti. A saga formada pelos livros 1808, 1822 e 1889 que contam de uma maneira divertida mas real a história da construção do Estado brasileiro no século XIX é considerada um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro.

Adorei a leitura de 1808 que narra a chegada da família real ao Rio de Janeiro que sai praticamente fugida de Portugal após ser acossada pelas tropas do imperador francês Napoleão Bonaparte. O livro aborda também as transformações feitas por D. João VI no Brasil colonial e a criação do Reino Unido de Brasil, Portugal e Algarves, que colocou um ponto final no período colonial brasileiro, dando início ao processo de independência do País. Como “disse” acima, amei a obra (veja resenha aqui).

É uma pena afirmar que não posso expor o mesmo de 1822, segundo volume da saga. Não que o livro seja ruim, não é isso. 1822 é bom, mas falta a leveza e o ritmo de 1808. Enquanto que no primeiro volume da trilogia, o autor foge da chamada linguagem acadêmica, quase sempre cansativa e desinteressante, optando por uma abordagem leve e divertida – são narradas várias curiosidades interessantes e até mesmo engraçadas sobre a Família Real em nosso País e também como se deu o início da formação do Estado Brasileiro - em 1822, a linguagem acadêmica chega com tudo enquanto que aquelas curiosidades tão interessantes e ao mesmo tempo divertidas ficam mais escassas.

1822 compara diferentes relatos sobre o Sete de Setembro e a proclamação da independência e analisa como D. Pedro I conseguiu, apesar de todas as dificuldades, fazer do Brasil uma nação soberana.

Neste segundo volume de Família Real no Brasil o leitor fica sabendo que a independência do nosso País não terminou com o chamado ‘Grito do Ipiranga”. Ali, foi apenas o início. Para se tornar uma nação independente de Portugal o caminho foi longo, pois nem todos os estados (capitanias) concordavam com a independência e preferiam que o Brasil continuasse como colônia de Portugal. Dentro desse contexto, por muito pouco Pernambuco não se desvinculou do Brasil para se transformar em uma nação independente. Outras capitanias também tiveram essa mesma ideia.

Laurentino explica como Dom Pedro I, José Bonifácio e outros baluartes tiveram que se desdobrar para unir o Brasil e transformá-lo num País independente após o famoso grito: “Independência ou Morte”.

Laurentino Gomes, auto da trilogia "Família Real no Brasil"

Achei essa abordagem cansativa e me senti como um estudante num banco escolar participando de uma aula tradicional de História do Brasil num ritmo bem maçante.

A narrativa melhora muito, tornando-se bem interessante, quando o autor explora detalhes de figuras importantes da História do Brasil como a Princesa Leopoldina, a Marquesa de Santos, José Bonifácio e o próprio Dom Pedro I que ganham capítulos exclusivos no livro.

Ficamos sabendo o quanto a Princesa Leopoldina – mulher de Dom Pedro I – foi importante para a Independência do Brasil, além de detalhes do seu relacionamento conturbado com marido. Aprendemos a ver, também, um Dom Pedro desmistificado, com todos os seus defeitos – e olha que eram muitos – mas em contrapartida, um grande líder e um comandante sem igual. E já que estou “falando” em desmistificação, o autor desconstrói totalmente o “Grito do Ipiranga”, mostrando aos leitores como, de fato, aconteceu um dos momentos mais importantes da história do Brasil.

Aprendemos também a ver a verdadeira faceta da Marquesa de Santos, cujo nome verdadeiro era Domitila de Castro e que chegou a ter 14 filhos entre os quais, cinco com Dom Pedro I com o qual mantinha um romance secreto na época em que o Príncipe Regente era casado com a Princesa Leopoldina.

Todas essas narrativas prendem a atenção do leitor, o problema é que elas são intercaladas com as cansativas lições de História do Brasil, envolvendo os conflitos entre as capitanias; as diversas batalhas oriundas desses conflitos, entre as quais, a Batalha do Jenipapo, dos Mascates (envolvendo Olinda e Recife), além de uma longa explicação sobre as Cortes de Portugal que era algo parecido com uma Câmara dos Deputados, atualmente, onde eram tomadas decisões importantes envolvendo o Brasil. Enfim, quando a leitura engatava uma quinta marcha, de repente, ela era, abruptamente, reduzida para uma primeira, e bem forçada.

Quando terminei 1808 estava ansioso para ler 1822, mas agora que conclui a leitura do segundo volume da trilogia, aquele “fogo” deu uma ‘apagadinha”, tanto é verdade que optei por ler uma obra de ficção para somente depois encarar 1889 o qual espero tenha uma narrativa mais interessante e sem tantos altos e baixos.

Valeu galera!

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