25 setembro 2023
Vivendo mais e pensando menos: cinco livros para te ajudar a racionalizar nos momentos de ansiedade
Cara, ontem estava muito mal, não fisicamente, mas
emocionalmente e porque não, espiritualmente. Isto mesmo: espiritualmente,
porque quando o nosso emocional caminha sobre águas turbulentas, nossas crenças
dão uma tremidinha. Tudo bem, só uma tremidinha, mas não esmorecem, pelo menos
as minhas.
Pois é, estava nessa situação ruminando uma somatória
de “fatos-problemas” que rolaram em meu serviço somados a vida corrida e mal
remunerada de jornalistas de cidades do interior. Não adianta galera, por mais
competente que o profissional da área seja, a sua categoria é atrelada a um
piso salarial que varia conforme o número de habitantes de sua cidade. Daí você
pode questionar o seguinte: “Pô, se você é competente sai de sua cidade do
interior e arrume um emprego numa cidade grande” – Ahahahaha! Falar sempre foi
e continuará sendo por todos os séculos dos séculos mais fácil do que fazer. Saiba
que um conjunto de fatores podem impedir essa mudança considerada tão fácil
para aqueles que enxergam a situação à distância.
Mas voltando a minha linha de raciocínio. Estava “brigando”
com a minha equação de problemas: problemas particulares + ‘buchas” e “buchas’
no trabalho + contas para pagar + problemas de saúde. Caráculas! Estava difícil
encontrar uma solução para essa equação. Sabia apenas que se somasse tudo isso,
o resultado seria “insegurança com o futuro”.
Estava no epicentro dessas ruminações quando Lulu
chegou em casa com um livro chamado Viva
mais, pense menos. – Estou lendo esse livro que a minha irmã me emprestou.
Ela leu e como gostou muito me emprestou. Depois que eu acabar de ler passo pra
você. – Não consegui disfarçar a surpresa e muito menos segurar a risada sonora
que ‘soltei’. – PQP! Você virou uma maga que lê pensamentos?! – exclamei.
Cara, nunca o título de um livro se encaixou tão bem
em um momento de minha vida como aquele em que Lulu sacou de sua bolsa e
colocou no sofá ao meu lado.
Entonce, foi assim que surgiu a ideia de escrever essa
postagem. Depois, enquanto Lulu se arrumava para sairmos, fiquei pensando como
os livros podem nos ajudar nesses momentos de ansiedade que acabam gerando
deprê ou insegurança. Aqueles que acompanham o blog há bastante tempo, já devem
saber que não sou um grande fã de livros de autoajuda, mas não posso negar que
já li alguns – poucos, bem poucos – e gostei. Não posso negar,
também, que eles devem ajudar muitas pessoas que estejam precisando de um empurrãozinho
na vida para continuar a sua jornada.
Por isso resolvi indicar cinco livros sobre o tema
para as pessoas que estejam passando por uma crise de insegurança parecida com
aquela que eu estava enfrentando. É claro que em muitas situações, os
medicamentos são indispensáveis para o tratamento da ansiedade, mas que alguns
livros ajudam... sim, ajudam e muito.
Grande parte dessas obras foi uma sugestão de Lulu que
é uma expert em livros de autoajuda. Valeu, novamente, grande amor da minha
vida (rs).
01
– Viva mais, pense menos (Pia Callesen)
Claro que não poderia deixar de iniciar a nossa lista
com a indicação do livro que inspirou essa postagem. É importante frisar que a
sua autora, Drª Pia Callesen é especialista em terapia metacognitiva e Ph.D. pela
Universidade de Manchester; portanto com larga experiência no tema.
Achei interessante a sua abordagem sobre o assunto, ou
seja, como não deixar que pensamentos negativos fiquem ruminando em nossas
mentes gerando uma baita insegurança quanto ao futuro. Segundo ela, ao longo de milhares de anos, o
corpo humano desenvolveu a capacidade de curar feridas, cortes e ossos
quebrados. Todos aprendemos que um joelho que sangra depois de uma queda não
fica sangrando o resto da vida. Ele se cura sem que tenhamos de fazer nada, e
isso acontece relativamente rápido.
Mas se cutucarmos, coçarmos e esfregarmos a ferida,
ela não vai se fechar. Ao contrário, pode acabar infeccionando ou deixando uma
cicatriz.
Segundo a autora, o mesmo acontece com nossa psique. Ela
explica que no momento em que passamos por algo desagradável ou doloroso,
nossos pensamentos se concentram nessa experiência e com isso, ela acaba
reaparecendo várias vezes por dia, na forma de pensamentos e imagens.
Para a Drª Pia, assim como a pele se cura se
resistirmos à tentação de cutucar o machucado, a mente também se cura se não
alimentarmos nossos pensamentos e sentimentos com ruminações. Se não os
fixarmos na mente e não os acessarmos o tempo todo, em algum momento eles vão
embora, passando como grãos de areia em uma peneira.
Viva
mais, pense menos que tem como subtítulo Como evitar que pensamentos negativos se
transformem em depressão explora as nuances da chamada terapia
metacognitiva que nas palavras da autora “não vai proteger você dos desafios da
vida, mas vai ajudá-lo a retomar o controle sobre seus pensamentos e sobre a
ruminação”. Drª Pia conclui dizendo que essa terapia permite superar a
depressão e viver plenamente.
02
– Para você que teve um dia ruim (Victor Fernandes)
Este livro está recebendo uma enxurrada de críticas
positivas. Na Amazon ganhou cinco estrelas com louvor nos comentários dos
leitores. O depoimento simples de um leitor me chamou a atenção para a
importância da obra de Victor Fernandes para as pessoas que estão passando por
momentos ‘down’ em suas vidas. Veja só: “Nos meus dias ruins, li o livro, e ele
me fez continuar seguindo. Saber que outras pessoas passam e passaram pela
mesma coisa que você, e que conseguiram vencer, nos encoraja a vencer, também”.
Uma frase simples, mas forte, não acham? Fernandes frisa que não há uma solução
mágica para os nossos problemas.
Não vai ter mágica. Não vai ter um clique onde tudo
vai passar de uma maneira brusca. Não vão ter soluções caindo do céu. Ele
revela que a única solução mágica que conhece é continuar seguindo em frente
apesar de tudo. Continuar vivendo, enfrentando, caminhando mesmo cambaleando e
tropeçando e sentindo dor.
É preciso se permitir seguir em frente. Permitir-se
levantar e continuar. Parar de se achar fraco. O autor que afirma já ter vivido
momentos terríveis, fases difíceis, dias ruins, além de ter tropeçado muito e ter
pensado que não teria mais forças para prosseguir. “Dei inúmeras voltas por
cima. Apesar de jovem, já senti muitas vezes o peso que a vida tem. Aprendi a
ser leve. Não, não foi fácil. Nunca é, mas consegui”.
Fernandes afirma que não somos fracos, apenas estamos passando
por dias ruins, por momentos dolorosos, por algumas situações incômodas, mas
estamos longe de sermos fracos. E ressalta: “Olhe quantas coisas você superou,
quantas coisas você precisou enfrentar e conseguiu dar a volta por cima”.
Basicamente “Para você que teve um dia ruim” nos ensina a ser resilientes.
03
– Ansiedade: Como enfrentar o mal do século (Augusto Cury)
Apesar de não ser – como já disse - um grande fá do
gênero autoajuda, não posso esconder que sou ‘fanzaço’ de Augusto Cury. Amei a
coleção “Análise da Inteligência de Cristo (ver aqui) escrito por ele. Por isso,
deixar de incluir uma obra sua nessa lista seria muita injustiça. Escolhi – por
sugestão de Lulu - Ansiedade: Como enfrentar
o mal do século. Ela leu e adorou.
Neste livro, de acordo com sinopse fornecida pela
editora Benvirá, as pessoas vivem em uma sociedade de excessos onde são
bombardeadas por informações que, na maior parte das vezes, não conseguem absorver.
Há pressões de todos os tipos e cobranças que nos tornam reféns da nossa mente.
Segundo o autor, essa situação alterou algo que deveria ser inviolável - o
ritmo de construção de pensamentos -, gerando consequências seríssimas para a
saúde emocional, o prazer de viver, a inteligência e a criatividade.
Cury ressalta que pensar é bom, pensar com consciência
crítica é melhor ainda, mas pensar excessivamente é uma bomba contra a
qualidade de vida e um intelecto criativo e produtivo. Em “Ansiedade: como
enfrentar o mal do século”, o escritor, psiquiatra e psicoterapeuta apresenta a
Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA), uma das doenças mais penetrantes da
atualidade. Ainda pouco conhecida por psicólogos e psicopedagogos, não raro a
SPA é confundida com hiperatividade ou transtorno do déficit de atenção. O
livro apresenta os sintomas e as consequências desse mal bem, como as técnicas
para enfrentá-lo e recuperar sua tranquilidade, emocional e mental.
04
– As coisas que você só vê quando desacelera (Haemin Sunim)
Um amigo que estudou e também trabalhou comigo disse
que leu o livro na época de seu lançamento, há pouco mais de cinco anos, e revelou
que a obra do mestre budista da Coreia do Sul, Haemin Sunim é um verdadeiro
tapa na cara daquelas pessoas que ficam ruminando pensamentos negativos e
projetando situações complicadas antes delas acontecerem, e se acontecerem. Pronto!
Este livro não seria um tapa, mas um soco na minha cara bem naquele naquele
momento em que estava ‘estatelado’ no sofá de casa projetando situações nada
positivas em minha vida.
Em As coisas que
você só vê quando desacelera, o autor através de suas colocações tenta tranquilizar
os pensamentos e cultivar a calma dos leitores. O livro tem várias ilustrações
e uma narrativa que de acordo com o release da editora Sextante ajudam os
leitores a entender os seus relacionamentos, trabalho, aspirações e espiritualidade
sob um novo prisma, revelando como a prática da atenção plena pode transformar
nosso modo de ser e de lidar com tudo o que fazemos.
Se interessou pelo livro? Então confira dois
depoimentos que os leitores do Kindle destacaram: “Quando tiver uma sensação
desagradável, não se prenda a ela nem a fique remoendo. Em vez disso, deixe-a
em paz para que possa fluir. A onda de emoção vai recuar naturalmente se você
não alimentá-la pensando nela sem parar”. Interessante, não acharam? Confiram
essa outra: “Nós nos sentimos infelizes não só porque algo ruim aconteceu, mas
também por causa do turbilhão de pensamentos sobre o que aconteceu”.
E para finalizar deixo também a opinião do mestre zen Haemin
Sunim: “Quando nossa mente está alegre e compassiva, o mundo também está.
Quando ela está repleta de pensamentos negativos, o mundo parece sombrio. E
quando nossa mente descansa, o mundo faz o mesmo”. Pronto! Novamente, outro
soco na minha cara. Fui a nocaute.
05
– O Mestre da sensibilidade (Augsuto Cury)
A leitura desse livro que faz parte da coleção Análise da Inteligência de Cristo é
indispensável para adultos, idosos ou jovens que estejam enfrentando situações
difíceis em suas vidas e por isso sofrendo com a ansiedade ou depressão.
Em O Mestre da
sensibilidade, Augusto Cury apresenta um estudo sobre as emoções de Jesus e
explica como ele foi capaz de suportar as maiores provações. Diante das
angústias que antecederam sua morte, como a traição de Judas, a falta de apoio
dos discípulos e a consciência do cálice de que iria beber, Jesus demonstrou
ser um grande mestre na escola da vida.
O sofrimento, em vez de abatê-lo, expandiu sua inteligência.
Através de sua história, Jesus provou que é possível encarar a dor com
sabedoria.
Apesar de ter todos os motivos para desistir de seu
chamado e tornar-se uma pessoa fechada e agressiva, tornou-se um ícone de
celebração à alegria, à liberdade e à esperança.
O exemplo de Jesus nos ajuda a melhorar a qualidade de
vida e a prevenir doenças psíquicas como a depressão, a ansiedade e o estresse.
Analisar seu brilhante comportamento acende as luzes de nossa consciência e nos
torna pessoas mais abertas para as infinitas maravilhas da existência.
Li e adorei.
Portanto, xô ruminações de pensamentos negativos e mãos
a obra; melhor ‘dizendo’: Mãos aos livros.
20 setembro 2023
Cinco livros que marcaram cinco momentos da minha vida
Vários momentos da vida de um ser humano são marcados
por músicas; podem ter sido momentos bons ou não, felizes ou tristes, não
importa; o que não podemos negar é que as músicas possuem esse poder de “carimbar”
certas passagens em nosso trem da vida. Mas, e os livros? Também; claro! Pelo
menos acontece comigo. Alguns momentos de minha vida foram marcados pela
leitura de livros que se tornaram inesquecíveis. Eles estiveram ao meu lado, me
fazendo companhia, enquanto enfrentei situações boas e também ruins há alguns
anos.
Na postagem de hoje quero apresentar alguns livros que
estiveram comigo, no passado, em certos momentos importantes de minha vida.
Vamos à lista.
01
– O Silêncio dos Inocentes (Thomas Harris)
-
A Pedra Angular
Já criei o hábito de chamar a obra de Thomas Harris de
a minha pedra filosofal porque tudo começou com ela. Há vários anos, bem antes
dos primórdios do blog, eu tive a ideia de começar a comprar livros para formar
um acervo com obras de meu interesse. Antes disso, quando queria ler algum
livro apelava para a biblioteca municipal de minha cidade ou então para o
armário secreto de meu irmão mais velho (ver aqui).
Mas certo dia tive um insight: “Por que não ter os
meus próprios livros se eu gosto tanto de ler”? Surgia assim, também, o
primeiro espaço particular para guardar os meus “preciosos”: uma cristaleira.
Verdade! Podem acreditar. Minha mãe tinha uma cristaleira antiga em casa que eu
acabei transformando em estante (rs). A primeira obra que comprei foi O Silêncio dos Inocentes publicado pela
Record em 1991 e que trazia na capa a atriz Jodie Foster – que vivia a agente
do FBI Clarice Starling – com a foto de uma mariposa sobreposta em sua boca.
O livro de Harris foi o primeiro da cristaleira e
também continuou sendo o primeiro nos outros armários, mesas e caixas que eu
tive antes de chegar às minhas estantes atuais, onde ocupa um lugar de
destaques, afinal tudo começou com ele, a pedra filosofal.
02
– Feliz Ano Velho (Marcelo Rubens Paiva)
-
O dia da cólica terrível
A primeira vez que li Feliz Ano Velho de Marcelo Rubens Paiva – sim, a primeira vez
porque já reli o livro ‘umas’ cinco vezes ou mais – foi durante uma
noite horrível quando os espectros de uma cólica renal me atacaram.
Cara! A coisa foi trash. Gemia, chorava, urrava,
mijava, babava e rolava de dor. A cólica renal que tive naquela noite pós
formatura foi braba. Braba não; foi medonha!
Só sei que mesmo após ser medicado, a dor em forma de
pontadas intermitentes nas costas, insistia em continuar que açoitando.
Resultado: no dia seguinte, o médico plantonista que já havia me atendido na
noite anterior, decidiu me deixar internado por mais um dia. Pedi, então, para
que meu irmão trouxesse o livro do Marcelo para que eu pudesse ler no meu leito
de cólica (rs). Havia ganho o livro de uma colega de universidade, mas ele
acabou ficando meio esquecido na estante. Mas de tanto ouvir os amigos contarem
alguns detalhes sobre o livro me interessei pela história e resolvi lê-lo –
digamos numa situação inusitada – numa cama de hospital.
Me envolvi tanto com a história do filho do deputado
Rubens Paiva – um dos desaparecidos da ditadura militar – que nem percebi
quando o médico entrou em meu quarto para me dar alta. Num sentido figurado, Feliz Ano Velho foi o meu acompanhante
de quarto, a “pessoa” com quem pude “conversar” enquanto estive no hospital.
Obrigado Marcelo pela companhia!
03
– Sob a Redoma (Stephen King)
-
Quando Stephen King virou Stephen ‘Kinga’ ou ‘Kingão’
O livro Sob a Redoma de Stephen King me traz recordações de uma pessoa que eu amei muito,
aliás, continuo amando. Amei em vida e continuo amando depois de sua passagem.
Hoje ele não está mais ao meu lado mas tenho certeza que continua intercedendo
por mim neste novo plano espiritual em que se encontra agora. Estou me
referindo ao meu pai a quem carinhosamente chamava de Kid Tourão ou
simplesmente Kid. Por amá-lo tanto, ele acabou fazendo parte de várias
postagens, aqui, no blog (confiram algumas aqui, aqui e mais aqui).
Durante as peregrinações do meu pai pelos hospitais,
enquanto ele aguardava nas salas de espera dos consultórios ou então ficava
numa cama com cateteres e tubos espalhados pelo corpo, eu estava sempre ao seu
lado lendo alguma coisa. Nesta época eu vivia a minha fase de “Kingmaníaco”,
lendo só obras do mestre do terror.
O Kid Tourão, apesar da pouca instrução escolar, era
muito observador e certo dia, ele virou-se para mim – enquanto estava numa cama
de hospital – e disse: - “Pelo jeito você gosta desse ‘Kingão, heinnnn”?
Cara, foi muito engraçado. Só mesmo o Kid. A partir
daí, antes de irmos para uma consulta médica ou internação, ele sempre me
perguntava: “Qual ‘Kinga’ você vai levar hoje. E tudo começou com Sob a Redoma. Cara, parando por aqui...
as lágrimas estão chegando. Putz, Tourão que s-a-u-d-a-d-e-s.
04
– Mundo Perdido
-
Um sujeito muito impertinente durante uma viagem de ônibus
Ufa! Respirei um pouco, vamos prosseguir. Vivo dizendo
para Lulu que não podemos represar as saudades, sejam elas sofridas ou boas.
Quer derramar algumas lágrimas derrame naquele momento que a saudades bateu no
seu coração porque depois, após represa-las, elas chegam aos borbotões. Só que
eu ainda tenho que aprender isso. Belê, mas vamos lá. Este novo fato em minha
vida aconteceu na época do lançamento do filme “Mundo Perdido” e é o preferido
nas rodinhas de amigos leitores. Gosto de contar essa minha saga para relaxar um
pouco. Quero dizer, relaxar agora porque no passado quando vivi essa situação
fiquei muito P. da vida.
Durante uma ida de ônibus até Bauru, os meus dois companheiros
de viagem eram: um senhor calvo de aproximadamente 40 anos que estava sentado
ao meu lado e quanto ao outro companheiro, o livro Mundo Perdido, de Michael Crichton. Tinha duas companhias: uma
excelente e a outra, bem... nem tanto.
Cara! Eu não estava lendo, eu estava devorando com
avidez as páginas de Mundo Perdido,
não me incomodando nem um pouco com a rala “iluminação de bico”; aquela que
fica no teto do ônibus, sobre as poltronas dos passageiros. Inesperadamente, o
senhor calvo, engravatado e bem vestido, com jeito de executivo, disparou a
bomba: - “Para que ficar sofrendo nessa semi-escuridão (foi exatamente isso que
ele disse: ‘semi-escuridão’, me lembro até hoje), assiste ao filme que é a
mesma coisa”. Depois desse petardo, esperei um pouco até passar o atordoamento
e perguntei: “O senhor já leu o livro?” De imediato, ele respondeu: “Claro que
não! Pra que perder tempo se eu tenho o cinema? Tudo o que está nessas páginas
eu já vi”. Bem, depois desse massacre me senti o próprio soldado combatente
estirado no fundo de uma trincheira, com o corpo agonizante. Então, pensei com
os meus botões: “pobre coitado, mal sabe ele que assistiu a um filme que não
tem nada a ver com o livro de Crichton; um verdadeiro engodo”. Isto porque
livro e filme são muito distintos.
Como não bastasse, o meu companheiro engravatado de
viagem resolveu prolongar o assunto, dando uma de crítico literário, elogiando
algumas passagens do filme como a cena em que o Tiranossauro Rex fica solto
no meio da cidade, provocando vários
estragos. E olha que ele percebeu claramente que eu estava lendo e por isso nem
um pouco afim de conversar.
Sofri muito nessa viagem (rs).
05
– Box Percy Jackson
-
Um presente repetido. Aiiii! Que vergonha!
Eu e Lulu fomos convidados para a festa de aniversário
da filha de uma amiga. Uma festa chic, do tipo “Baile de Debutantes” das
antigas. Caráculas, qual presente de aniversário poderíamos dar para a Lilian?
Batemos cabeça para chegarmos a uma conclusão, mas após algumas ponderações
decidimos de comum acordo dar um box literário para a aniversariante, já que
ela é uma leitora voraz.
Tomada a decisão, fomos perguntar para a mãe da Lilian
qual livro ela mais gostava e que ainda faltava em sua estante, mas com a
promessa dela jamais revelar para a filha a nossa conversa. A Laura disse que o
desejo literário de sua filha eram os cinco livros da saga Percy Jackson e os Olimpianos de Rick Riordan (aqui e aqui).
No dia do aniversário lá estou eu juntamente com Lulu
– peitões estufados de alegria e emoção, afinal de contas iriamos realizar o
sonho de uma leitora – com o tal presente debaixo dos braços para entregar.
Após darmos o pacote, a Lilian não se fez de rogada e começou a abri-lo
imediatamente e então veio a surpresa... Com a carinha desconcertada, ela nos
disse; - “nossa que legal acabei de ganhar um igualzinho da tia Ester.”.
PQP!!!!! Nós ficamos com a cara no chão e naquele
momento só queríamos caçar essa maledeta tia que estragou a nossa surpresa. -
Maledeta tia Ester! (rs)
Até hoje não sei se foi a Lilian que contou para a sua
tia o seu desejo de consumo ou se foi na pura sorte que a titia estraga prazer
comprou o box de Percy Jackson.
Olha... essa doeu na alma (rs).
Por hoje é só galera.
16 setembro 2023
Seis capas antológicas de livros de terror também antológicos
Entendo que jamais podemos comprar ou julgar um livro apenas
pela capa, mas me perdoem os leitores que pensam dessa maneira porque acredito
que uma capa bem produzida, de fato, chama muito a atenção e acaba induzindo as
pessoas a adquirir esses livros sem saber absolutamente nada sobre o seu
enredo, além de não conhecer o autor. Com certeza, pelo menos uma vez na vida,
você já comprou um livro tendo como referência apenas a sua capa. Não importa
que tenha sido apenas uma daquelas revistinhas antigas de terror, do tipo Contos da Kripta, Calafrio e por aí afora; mas que comprou; comprou. Estou certo? Pois é. Sei que é errado ter esse
impulso com relação aos livros, mas fazer o que se as “benditas” capas
conseguem nos ludibriar?
E quer saber mais? Muitas vezes, essas capas não
mentem e acabam nos presenteando com verdadeiros clássicos literários deixando,
assim, o pacote completo: capa maravilhosa e enredo também maravilhoso.
Neste post vou apresentar seis capas antológicas – que
despertaram o interesse dos leitores – de livros antigos de terror também
antológicos. Ahahahaha!! Pois é, quem comprou essas obras tendo como parâmetro
somente as suas capas, certamente, não se arrependeram. Vamos conferi-las.
01
– O Exorcista (William Peter Blatty)
Cara, que capa sinistra é aquela! Ver o “coisa ruim”
voando de cabeça para baixo com asas de morcego, um rabo que lembra uma
serpente e segurando uma lança no formato de um garfo provoca calafrios. Repito:
Que capa sinistra!
Esta arte deve ter levado muitos leitores a adquirir o
livro tão logo ele chegou às prateleiras das livrarias quando o enredo escrito
por William Peter Blatty ainda era praticamente desconhecido e a sua adaptação
cinematográfica uma realidade distante.
A capa do livro que me refiro foi publicada pela
editora Nova Fronteira e chegou ao Brasil em 1º de janeiro de 1972,
aproximadamente seis meses após a sua publicação original nos Estados Unidos. O
filme só seria lançado nos cinemas em 26 de dezembro de 1973. Entenderam porque
muita gente comprou o livro apenas pela capa? Ainda não se falava no filme que
só viria muito depois e serviria para impulsionar as vendas da obra.
O Exorcista fez um baita sucesso tanto nas páginas quanto nas
telonas. A Nova Fronteira vendeu tantos livros aqui no Brasil que os lucros
serviram para que a editora pudesse patrocinar o lançamento da primeira edição
do Dicionário Aurélio. Quanto ao filme, tornou-se um dos mais lucrativos de
todos os tempos do gênero terror, arrecadando o equivalente a U$ 441.306.145,00
em todo o mundo.
02
– A Coisa (Stephen King)
Não há como deixar um livro do mestre do terror fora
dessa lista; e o escolhido por mim foi a edição lançada pela editora Objetiva
em terras tupiniquins em 1986. Cara, que capa! Este livro eu juro que comprei
pelo seu layout assustador.
Não posso negar que a capa idealizada pela Suma em
2014 também é fantástica, como também não posso negar que a capa da Objetiva de
1986 é bem mais aterrorizante e chamativa.
A capa da editora Objetiva traz uma imagem desfocada
de Pennywise mostrando apenas alguns detalhes como o seu nariz vermelho de
palhaço, vários chifres distribuídos aleatoriamente em sua cabeça, além de uma
boca escancarada mostrando alguns dentes. Mas, confesso, que o que chamou mais
a minha atenção foram aquelas sobrancelhas e olhos horrorosos. Resumindo, uma
capa crua, sem requintes, mas assustadora. Ah! esqueci ainda de um outro
detalhe: a arte do sangue respingado na capa que parece verdadeiro.
Sei lá, se fosse comparar as duas capas, a grosso
modo, definiria o layout da Suma como bonitinho e certinho; já o da editora
Objetiva: visceral.
A Coisa narra as experiências de sete crianças, que são
aterrorizadas por uma entidade maligna que explora os medos de suas vítimas
para se disfarçar enquanto caça suas presas. Esta entidade do mal conhecida
apenas por "It" ou “A Coisa” aparece principalmente na forma de um
palhaço chamado Pennywise para atrair sua presa preferida: crianças pequenas.
03
– O Bebê de Rosemary (Ira Levin)
É comum confundir o cartaz do filme de Roman Polanski
com a capa do romance de Ira Levin, ou seja, muitos acreditam que a imagem é a
mesma. Nada a ver. Aquele layout que traz um carrinho de bebê no topo do que
parece ser uma montanha escura dividindo o espaço com o rosto da atriz Mia
Farrow com matizes em verde foi o cartaz do filme de Polanski lançado em 1969 e
que se tornou um grande clássico. A capa do livro publicado no Brasil em 1967
pela editora Nova Cultural é bem mais sinistro e acredito que causou uma onda
de calafrios nos leitores daquela época despertando o interesse pela compra da
obra.
Esta capa traz a imagem da mão de uma mulher com unhas
vermelhas segurando a mãozinha de um bebê, mas uma mãozinha macabra indicando ser
a de um “bebê monstro”. Ela é toda peluda, enrugada e com unhas compridas e
pontudas da cor verde. Feia pra chuchu!
Depois da edição lançada pela Nova Cultural na década
de 60, O Bebê de Rosemary ainda teve outras quatro publicações no Brasil –
BestSeller (1980), Círculo do Livro (1993), Amarilys (2024) e DarkSide (2022).
O cartaz do filme de Polanski só foi parar na capa dos livros da Amarilys e
DarkSide. Quanto as capas das editoras BestSeller e Círculo do Livro são
semelhantes e diga-se, nada atrativas.
Mas voltando à capa do bebê monstro da Nova Cultural,
certamente causou um grande frisson em 1967.
04
– O Colecionador (John Fowles)
A obra de John Fowles teve nove edições publicadas por
várias editoras no Brasil, mas nenhuma delas consegue superar o layout do livro
de 1980 publicado pela editora Abril Cultural como arte da coleção Grandes Sucessos. A capa agradou tanto
que foi repetida pela DarkSide numa edição comemorativa em capa dura publicada
em 2018.
A capa da Abril Cultural deixa evidente que para ser belo
não é preciso tanta maquiagem. O layout com uma borboleta de asas abertas da
cor ‘azul piscina’ num fundo todo branco se tornou antológica. O corpo da
borboleta é minúsculo, quase invisível; o que se sobressai, de fato, são as
suas asas. A ilustração é mais importante do que o título da obra e o nome do
autor que aparecem em letras pequenas. O tipo de capa que ao vermos jamais
esqueceremos, mesmo passando décadas.
O romance é sobre um jovem solitário chamado Frederick
Clegg, que trabalha como balconista em uma prefeitura e coleciona borboletas nas
horas vagas. De repente, Clegg fica obcecado por Miranda Gray, uma estudante de
arte de classe média, e decide captura-la e incluí-la na sua coleção de objetos
bonitos e preservados, na esperança de que, se ele a mantiver em cativeiro por
tempo suficiente, um dia ela passará a amá-lo.
Ah! Um detalhe; a capa com a borboleta supera até
mesmo a do livro original publicado pela Civilização Brasileira em 1969.
05
– As Duas Vidas de Audrey Rose (Frank De Felitta)
As
Duas Vidas de Audrey Rose foi lançado no Brasil pelas editoras
Círculo do Livro (1980), Francisco Alves (1980) e Abril Cultural (1984); três
layouts distintos. Novamente, a publicação da Abril Cultural, da coleção Grandes Sucessos foi o destaque. A
ilustração traz uma jovem com uma expressão de terror batendo com as mãos numa
janela que por sua vez reflete a imagem de uma menina que parece ser um
fantasma.
O livro escrito por Frank De Felitta inspirou o filme
Audrey Rose de 1977 com Anthony Hopkins e Marsha Mason.
Na narrativa de Felitta, Janice e Bill Templeton formam
um casal que vive feliz com sua filha única, a bem-comportada pré-adolescente
Ivy. Essa imagem de família feliz começa a ser decomposta com a chegada do
estranho Elliot Hoover. Depois de suspeitas de que ele pretende molestar Ivy,
Hoover tenta convencer aos pais que seu interesse (quase uma obsessão) pela
garota é apenas paternal. Para ele, a menina é a reencarnação de sua filha,
falecida em um terrível acidente, quando ela ficou presa no automóvel e morreu
entre as chamas. A partir daí, coisas estranhas começam a acontecer.
06
– A Casa Infernal (Richard Matheson)
O livro de Richard Matheson lançado em 1971 e que
inspirou o filmaço A Casa da Noite Eterna (1974) só foi ser publicado no Brasil
quase 30 anos depois. Verdade! Foi graças a Novo Século que no final de 2009
tivemos acesso a essa obra prima da literatura de terror. A editora optou por
uma capa simples mas eficiente. A ilustração de uma mansão sinistra cercada de
nuvens negras já dá aquele clima de suspense induzindo o leitor que curte o
gênero a comprar a obra sem pestanejar.
Em 2021, a editora DarkSide relançou a história de
Matheson em capa dura com um visual ‘chic nu urtimu’, mas a capa da Novo
Século, apesar de sua simplicidade, consegue transmitir um clima bem mais
tenso. No meu caso, sempre que vejo aquela ilustração lembro da terrível
“Mansão Belasco” onde se desenrola grande parte da história.
A Casa Infernal aborda os estranhos fatos
ocorridos na Mansão Belasco que por mais de vinte anos permaneceu vazia. Tida
como o Monte Everest das casas mal-assombradas, essa construção de aspecto
imponente e sinistro testemunhou cenas inconcebíveis de horror e depravação. No
passado, duas expedições com o propósito de investigar os segredos que a casa encerrava
terminaram em assassinato, suicídio e loucura para seus integrantes. Agora, uma
nova investigação tem lugar, levando quatro estranhos ao local interditado,
determinados a esquadrinhar a Mansão Belasco em busca de respostas definitivas
sobre a vida após a morte.
Taí galera, por hoje fico por aqui.
Inté!
09 setembro 2023
Cinco livros incríveis de Michael Crichton que foram adaptados com sucesso para os cinemas
Antes de escrever esta postagem pretendia abordar um
outro tema também relacionado com Michael Crichton. A minha intenção, na
realidade, era escrever um texto sobre os livros do autor que mereciam ter sido
adaptados para o cinema, mas acabaram sendo desprezados por diretores e
produtores. No final acabei optando por abordar os livros famosos que por sua
vez deram origem a filmes também famosos.
O motivo da escolha é que a maioria dos livros de
Crichton já foram adaptados para as telonas, o que facilitaria a elaboração
dessa lista. Mesmo assim, gostaria de fazer duas sugestões para os diretores e
produtores de Hollywood que na maioria das vezes nos presenteiam com
verdadeiras bombas deixando de lado livros tão bons que poderiam virar filmes.
Estou me referindo a Micro e Presa, duas obras incríveis do autor e
que já mereciam ter ganho uma adaptação para os cinemas há muito tempo.
Ok, mas vamos ao que interessa, aos grandes sucessos
literários de Crichton – que faleceu em novembro de 2008 – e que se
tornaram verdadeiros
“arrassa-quarteirões” nos cinemas.
01
– O Parque dos Dinossauros (1990)
Começo com livro que na minha opinião é considerado o
mais famoso de Michael Crichton, aquele que o transformou num dos escritores
mais aclamados no mundo. Jurassic Park
ou O Parque dos Dinossauros deu
início a uma das franquias mais icônicas da história dos cinemas.
O primeiro filme, lançado em 1993, ganhou três
estatuetas do Oscar, como Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e
Melhores Efeitos Visuais. E tudo começou com esse livro fantástico do autor. Um
dos melhores que eu li em toda a minha vida de leitor.
Diferentemente da produção cinematográfica de Steven
Spielberg, o livro é muito mais completo. Crichton recheia o seu texto com
detalhes técnicos que foram inteiramente banidos do filme. Desde o processo de
criação dos dinossauros por meio de manipulação genética até informações sobre
as características dos animais pré-históricos.
O autor lembra do perigo de se tentar adaptar ao ecossistema
atual, animais que viveram há milênios, num habitat completamente adverso do
nosso. Ele faz um alerta para os perigos da manipulação genética desenvolvida
de maneira irresponsável, pensando apenas em lucros fáceis.
Livraço e filmaço!
02 – O Mundo Perdido (1995)
Cinco anos depois do lançamento de O Parque dos Dinossauros, Crichton lançou
a sequência da história que repetiu o êxito da narrativa original. O livro
chegou ao Brasil em 1996 – com o título de Mundo Perdido, sem o artigo “o” - um ano depois de seu lançamento nos States e
arrebentou nas vendagens; teve até filas nas livrarias tupiniquins. A partir
daí tivemos inúmeros relançamentos – todos eles com a artigo “o” rs).
Se a obra literária agradou em cheio aos leitores em
todo o mundo, com o filme não foi diferente: as filas das livrarias se
repetiram nos cinemas. Gostei muito mais do livro que teve personagens
importantes “rifados” pelo diretor do longa, Steven Spielberg. Por exemplo, ele
optou por cortar os dois personagens que eu considerei de extrema importância
na narrativa: o paleontólogo Richard Levine e o cientista da empresa de
tecnologia genética Biosyn, Lewis Dodgson. Os dois, juntamente com o matemático
Ian Malcolm formam a trinca do romance. Considero, inclusive, Levine e Dodgson
bem mais importantes para o desenvolvimento do enredo do que o próprio Ian
Malcolm.
Mas tudo bem, apesar disso, o filme – como todos nós
sabemos – foi um baita sucesso nas telonas.
03
– O Enigma de Andrômeda (1969)
O Enigma de Andrômeda, escrito em 1969, é um grande livro.
Daqueles que fazem o leitor entrar nas páginas e viver a história junto com os
personagens, como se estivesse ao lado deles.
No enredo de Crichton, um satélite dos Estados Unidos
cai numa pequena cidade e uma bactéria fatal e desconhecida começa a matar a
população. Misteriosamente apenas um bebê e um bêbado conseguem sobreviver. Uma
equipe de quatro cientistas é convocada para estudar as causas da morte. A
partir daí, eles passam a correr contra o tempo tentando encontrar uma solução
para o enigma e assim salvar a humanidade. A pergunta raiz da questão é a
seguinte: “o que defendeu o bebê e o bêbado da ação da bactéria mortal que se apossou do satélite e dizimou
todos os habitantes da cidade?
O livro cria uma cumplicidade impar com os leitores,
como se os convidasse a ajudar os pesquisadores em suas descobertas. O filme de
Robert Wise segue a mesma vertente do livro, ou seja, nada de correrias e
agitação. Tanto a narrativa literária quanto a sua adaptação para as telonas faz
com que os leitores se sintam parte da equipe de cientistas, como se eles
estivessem ali, ao lado dos personagens, descobrindo detalhes importantes que
podossam ajudar na investigação do fato.
Livro e filme bem intimistas, mas ótimos.
04
– Sol Nascente (1992)
Sol
Nascente foi sem dúvida o primeiro livro a colocar na moldura
da ficção as preocupações reais dos americanos com relação ao avanço do Japão
no mercado econômico mundial. O enredo elaborado por Crichton é provocativo e
instigante, oferecendo ao leitor um coquetel de suspense e detalhes técnicos
que são a marca registrada do autor.
No romance, uma bela jovem é morta por asfixia, numa
sala de conferências pertencente a uma grande corporação japonesa, em um crime
sem motivação aparente e que pode até ter sido acidental. Quando a polícia
começa a seguir pistas em busca do assassino, tem início uma caçada perigosa,
em meio a um emaranhado de segredos. Com isso, o latente conflito entre a visão
comercial de japoneses e americanos revela-se na disputa do prêmio maior: o
controle da tecnologia.
Para resolver o mistério da jovem assassinada, um
policial de Los Angeles se une a um detetive enigmático. No andamento do caso,
o policial começa a desconfiar que seu parceiro trabalha secretamente para os
japoneses.
Este thriller foi levado às telas em 1993 e teve nos
papéis principais: Sean Connery, Wesley Snipes e Harvey Keitel.
05
– O Homem Terminal (1973)
Cara, fiquei tão impressionado com livro e filme que
mesmo depois de décadas, eles ainda não saem da minha cabeça. Em O Homem Terminal, Crichton narra o drama do personagem Harry Benson, um
cientista de computação especializado em vida artificial e que após um
traumatismo craniano causado por um acidente de carro, descobre ser portador de
LDA – Lesão Desinibitória Aguda – uma espécie de lesão cerebral que o faz
sofrer terríveis crises nas quais perde completamente a inibição contra atos
violentos e assume uma personalidade agressiva, cometendo crimes dos quais nada
lembra ao término da crise. Na tentativa de curar a lesão, o paciente é
submetido a uma cirurgia única e inacreditável, onde tudo pode dar certo ou
ficar pior do que já está.
A história, de fato, prende o leitor do início ao fim.
Quanto ao filme teve uma adaptação bem fiel ao enredo original escrito por
Crchton, portanto, também conquista por inteiro o leitor.
Taí cinco livros de um dos meus autores preferidos que
recomendo para toda a galera de “leitores-cinéfilos”.
02 setembro 2023
O Exorcista: Segredos e Devoção, lançamento da DarkSide, revela tudo o que ‘rolou’ nos bastidores do filme O Exorcista
Já escrevi em vários posts que se teve um filme e
posteriormente um livro – digo posteriormente porque assisti em primeiro lugar ao
filme e só muito tempo depois li o livro - que mexeu com os meus nervos, me
assustando pra caráculas foi “O Exorcista”. Putz, e como me assustou!
Na época em que assisti a produção cinematográfica, eu
estava no vigor dos meus 17 anos; a um passo de ingressar na fase adulta e
então ser chamado de adulto, o que naquela época dava um grande status, pelo
menos para nós adolescentes tão bobos, não é? E veja só que ironia: no passado
queríamos ser adultos e hoje queremos voltar a ser jovens para revivermos
tantas coisas boas que ficaram nos anos 70 ou 80.
Mas chega de divagações; deixe-me voltar ao assunto
principal dessa postagem. Pois é, quando assisti ao “Exorcista” me assustei
tanto, fiquei tão impressionado, que ao sair do cinema e retornar para a minha
casa, durante a noite, optei por vir caminhando no meio da rua, onde a
iluminação era melhor. Verdade; fugi das calçadas e também não via a hora de
chegar no aconchego e segurança na casa de meus pais.
Muitos anos depois, já crescido e bem crescido, esse medo
voltou a bater nas portas do meu subconsciente quando resolvi ler o livro.
Cara, confesso que pensei duas, três, quatro vezes antes de retirar o livro da estante
da biblioteca pública da minha cidade. Acho que foi somente na terceira ou
quarta visita à biblioteca que criei coragem e peguei emprestada a obra de William
Peter Blatty para ler.
Por aí, já dá pra ter uma noção do peso e da
importância desse clássico do terror. Acredito que muitos cinéfilos e leitores sentiram
o que eu senti.
Hoje, o medo da narrativa de “O Exorcista” foi substituído
pela curiosidade sobre o filme que se tornou um dos maiores – senão o maior –
clássicos do cinema de terror. Esta curiosidade se resume em tantas perguntas,
entre as quais: como foi o processo de escolha dos atores e atrizes; como foram
as filmagens; será que rolou, de fato, aquele lance de acidentes e mortes
macabras envolvendo atores e equipe técnica do filme que ficou conhecido como a
‘maldição dos bastidores de O Exorcista’?; e por falar em bastidores, o que
aconteceu por trás das câmeras?; como foram desenvolvidas todas as etapas
envolvendo os efeitos visuais?. Ufa! São tantas curiosidades que desejo “matar”
sobre o filme que marcou a minha fase final de adolescente.
Agora, graças a DarkSide poderei esclarecer todas
essas dúvidas já que a editora acabou de lançar o livro O Exorcista: Segredos e Devoção que chegou numa jogada de mestre da
editora que aproveitou a expectativa envolvendo o lançamento do filme “O
Exorcista – O Devoto” que tem a sua estreia mundial marcada para a segunda
semana de outubro. A editora carioca, especializada em obras de terror, também
aproveitou um outro momento importante para lançar o seu livro: a comemoração
dos 50 anos do filme “O Exorcista”. Resumindo. A obra foi lançada na hora,
minutos e segundos exatos com dois gatilhos fortes – filme e comemoração - para
acionar a curiosidade dos fãs.
O Exorcista: Segredos e Devoção foi escrito pelo principal
crítico de cinema do Reino Unido, Mark Kermode. A DarkSide promete um livro
completo com segredos da produção, detalhes das filmagens, entrevistas, imagens
e todas as histórias curiosas e inquietantes dos bastidores deste clássico do
cinema.
Fã obcecado de O Exorcista, Kermode tem décadas de
pesquisa e estudo sobre o assunto. Em 1998, ele apresentou o documentário “The
Fear of God”, celebrando 25 anos do filme. No ano anterior, por convite do BFI,
o Instituto de Cinema Britânico, ele publicou um ensaio que se tornaria
referência para estudiosos de O Exorcista. O ensaio foi posteriormente ampliado
e atualizado para incorporar a descoberta de novo material sobre o filme e
detalhes das cenas inéditas que foram reintegradas para “O Exorcista: A Versão
que Você Nunca Viu”. O livro traz ainda entrevistas com o diretor William
Friedkin e o autor do romance, William Peter Blatty, que também produziu o
filme e assinou o roteiro.
A obra desembarcou nas livrarias com todo o luxo que
já se tornou uma marca registrada da DarkSide: capa dura, ilustrações e um
vasto material extra.
Agora é só ler e ficar por dentro de todos os segredos
envolvendo o maior filme de terror dos últimos 50 anos.