28 julho 2022
“Jurassic Park”: mais uma releitura concluída. Apesar de distintos, livro e filme são fantásticos
Até agora estou tendo sorte com as minhas releituras.
Dos livros que escolhi para reler, não me arrependi de nenhum. Aliás, releitura
tem dessas coisas. Às vezes, você lê uma obra literária pela primeira vez e
adora, então num ‘belo dia’ bate aquela vontade louca de dar um repeteco e...
Bummmm! Vem a decepção: a leitura empaca, não flui e por aí afora. Não me peça para
explicar o motivo dessa travada porque não sei. Foi por isso que fiquei com um
pouco de receio em reler sete livros que havia escolhido (ver aqui), mas como
já ‘disse’ no início da postagem, me dei bem, pelo menos por enquanto.
Já reli Nada Dura Para Sempre de Sidney Sheldon e Jurassic Park de Michael Crichton, adorei os dois; e agora estou relendo Mundo Perdido também de Crichton e amando.
Mas voltando ao Jurassic
Park, quando comecei a relê-lo não me lembrava de muitos detalhes sobre a
história, afinal de contas já faziam onze anos que eu havia devorado o enredo.
Acho que por isso, a releitura estava mais para uma leitura. Sim, porque a
impressão que eu tinha era a de estar lendo o livro pela primeira vez.
Caráculas! Que história! Muito diferente do filme, inclusive o final.
Achei o livro muito mais denso e tenebroso do que o
filme e mais violento também. Classifico Jurassic
Park como um mix de ficção científica, terror e ação. No início temos um
deslumbramento com uma descoberta científica que pode revolucionar o mundo;
depois essa descoberta que deixou todos deslumbrados acaba se transformando em
terror com direito a alguns corpos estraçalhados e devorados por criaturas
terríveis. Tudo isso entremeado com muita, mas muita ação.
Creio que apesar do ataque massacrante do Tiranossauro
Rex, os verdadeiros protagonistas da história escrita por Crichton são os
velociraptores que estão presentes na maior parte da narrativa. Aliás, também foi
assim, no filme de 1993 dirigido por Steven Spielberg onde esses dinossauros
infernais deram um trabalho danado.
Como escrevi na resenha que publiquei em 2012 (ver
aqui), existem livros pelos quais damos a vida para consegui-los. Então, quando
atingimos o nosso objetivo, pegando em nossas mãos a tal “joia preciosa”, nos
transformamos numa verdadeira criança; daquelas que acabam de ganhar o presente
dos seus sonhos, ficando com aquele sorriso bobo e ao mesmo tempo inocente no
rosto. Jurassic Park, de Michael
Crichton, é um livro que tem essa aura; pelo menos teve comigo. Lutei muito
para consegui-lo, mesmo porque naquela época – 2001 - não tínhamos ainda o
advento dos sebos online. Se não encontrássemos o livro que queríamos numa
livraria online tradicional, tínhamos de procura-lo em um sebo físico numa
cidade próxima ou distante de onde morávamos. Consegui localizar O Parque dos Dinossauros ou Jurassic Park de uma maneira nada
convencional: através de uma sala de bate-papo na Net. Isso mesmo, numa sala de
bate-papo!! Joguei o meu desejo de consumo na “Rede” e que surpresa eu tive quando
uma professora da época de universidade viu o meu recado e resolveu enviar o
livro pelo correio.
Jurassic
Park
já começa ‘à mil’ logo no início. O prólogo, de cara, já dá uma noção da
letalidade dos Velociraptores. Um dos melhores prólogos que li (ver aqui). Neste
trecho um funcionário do Parque Jurássico chega ao hospital praticamente
estraçalhado pelo dinossauro deixando a médica que o atende completamente
horrorizada. Esse prólogo fisga imediatamente o leitor que não vê a hora de
saber o que virá pela frente na narrativa.
Também achei o ataque do T-Rex da obra literária muito
mais tenso e violento do que no cinema. A atitude de alguns personagens também
muda nas páginas, por exemplo, vemos um Ian Malcolm mais cético, arrogante e
menos brincalhão do que aquele que conhecemos nas telonas. O paleontólogo Alan
Grant, ao contrário, do seu outro “eu” dos cinemas gosta muito de crianças. Já
o John Hammond do livro é um velhinho egoísta, presunçoso, pedante, pedante
egocêntrico. O personagem do filme, pelo menos tinha um certo grau de simpatia,
mas o ‘véinho’ das páginas... Deus me livre!
Outro detalhe curioso é que no livro temos dois Tiranossauros
Rex ao invés de um como acontece na produção cinematográfica. Os Velociraptores
também são mortos de uma maneira completamente diferente daquela que acontece
nas telonas. Enfim, temos muitas coisas distintas se compararmos livro e filme.
Por esse motivo, mesmo que você já tenha assistido ao filme não deixe de ler a
obra escrita. Ambos são bem diferenciados.
O meu conselho é para que você leia o livro e assista a
película. Apesar das muitas diferenças entre si, eles são incrivelmente
fantásticos.
25 julho 2022
10 livros e filmes românticos para você ler ou assistir ao lado da pessoa amada
Pois é galera, no início da semana passada me deu uma
vontade danada de maratonar alguns filmes românticos. Verdade! Daqueles que
você assiste com o lencinho na mão. Não pergunte o motivo dessa vontade porque
não saberia explicar. Ela simplesmente chegou, assim, de repente. Portanto,
aproveitei para selecionar alguns deles e acabei dando preferência para os
filmes baseados em obras literárias. Já assisti três: “Diário de uma paixão”,
“PS, eu te amo” e “Tudo e todas as coisas”. Vamos ver se tenho fôlego para
assistir mais um ou dois.
Ao mesmo tempo que ‘bateu’ aquela vontade de assistir
esses filmes também veio a inspiração para escrever esse post. Espero que ele
sirva de guia para ajudar os nossos leitores a escolherem alguns bons filmes e
livros do gênero. Sabe como é né.... quando você menos espera, o seu coração acaba
exigindo um enredo lacrimoso para matar o tempo. E em nossos corações,
definitivamente, não conseguimos mandar (rs).
Vamos a nossa lista. Nela também indico onde encontrar
livro e filme.
01
– Diário de uma paixão (Nicholas Sparks)
Emocionei-me cinco vezes: três lendo o livro e duas
assistindo ao filme. Excetuando o final, livro e filme são muito parecidos e...
caráculas, como emocionam!
A leitura narra a história de um casal que foi
separado pela Segunda Guerra Mundial e se reencontra 14 anos depois, com
diferentes rumos na vida. Com a memória prejudicada pelo tempo, Allie acaba
tendo a chance de reviver sua turbulenta juventude e o inesquecível amor que
viveu com Noah.
Não quero dar detalhes sobre a obra de Nicholas Sparks,
por menores que sejam, pois acredito que estaria cometendo uma baita sacanagem
com os leitores que ainda não tiveram oportunidade de ler Diário de uma paixão. Basta dizer
que é uma história de amor - daquelas de arrebentar - entre duas almas gêmeas e
que nem mesmo as piores dificuldades enfrentadas na juventude e também na
velhice foram capazes de separá-los. Pelo contrário, esses obstáculos serviram
para uni-los ainda mais. Pronto! Isso basta para resumir a história de Noah e
Allie.
O filme dirigido por Nick Cassavetes lançado em 2004
fez muita gente chorar de emoção. Filmaço! Nele, Noah (James Garner) e Allie
(Gena Rowlands) vivem num asilo. Ele vive lá por opção, ela, por consequência
de uma demência senil que prejudicou sua memória. Todos os dias, Noah lê para ela
um capítulo de uma linda história de amor, que foi escrita num velho diário.
Trata-se da história de amor do próprio casal. A partir daí, prepare o coração
porque vem ‘porrada’. Ah! e lencinhos nas mãos.
Livro
onde encontrar:
Livrarias e sebos
Filme
onde assistir:
HBO Max, Apple TV, Amazon Prime Video. Google Play Filmes e YouTube
02
– Orgulho e Preconceito (Jane Austen)
O filme de 2005 com Keira Knightley e Matthew
Macfadyen vivendo respectivamente os personagens Elizabeth “Lizzy” Bennet e Fitzwilliam
Darcy ou simplesmente Mr. Darcy fez um baita sucesso tanto de crítica quanto de
público. Keira, inclusive chegou a disputar o Oscar, no ano seguinte, de
“Melhor Atriz” mas acabou perdendo para a Reese Witherspoon que atuou no filme “Johnny
& June” sobre a ascensão do famoso cantor de música country Johnny Cash, considerado
uma lenda do gênero.
A produção cinematográfica dirigida por Joe Wright e
com roteiro baseado no livro homônimo de Jane Austen acompanha a história de
cinco irmãs de uma família inglesa de aristocratas rurais lidando com questões
de casamento, moralidade e preconceito.
A história acontece na virada do século XIX, na
Inglaterra rural. A família Bennet, que consiste nos Sr. e Sra. Bennet e suas cinco
filhas - Jane, Elizabeth (Lizzy), Mary, Catherine (Kitty) e Lydia - vivem em
relativa independência financeira em sua fazenda, Longbourn. Como a propriedade
está destinada a ser herdada pelo primo do Sr. Bennet, Sr. Collins, a Sra.
Bennet está ansiosa para que suas cinco filhas se casem antes da morte do Sr.
Bennet. No entanto, Elizabeth, a personagem principal, está decidida a não se
casar, a menos que seja compelida por um amor verdadeiro. Então, adivinhem só
quem entra em cena? Mr. Darcy? Acertou.
Livro
onde encontrar: Livrarias e sebos
Filme
onde assistir: Netflix, Google Play Filmes, Apple TV, YouTube e Amazon Priume
Video.
03
– Para todos os garotos que já amei (Jenny Han)
Baseado no romance de Jenny Han, Para Todos os Garotos que Já Amei segue as aventuras amorosas de
Lara Jean (Lana Condor). No ensino médio, Lara tem um hábito de escrever cartas
para todos os garotos que já gostou de alguma forma, de modo que ela possa
liberar o amor não correspondido ou que nunca foi falado para a pessoa.
Todas as cartas que já escreveu são guardadas em uma
caixa. Ela só não contava que um dia sua irmã mais nova achasse as cartas e
decidisse mandar para todos os destinatários, afim de ajudar a irmã a ser
correspondida por um deles ou apenas receber uma mensagem. Ahahahaha! Nem
preciso dizer a confusão que ela armou. Preciso (rs)?
O primeiro filme baseado no livro homônimo de Han fez
tanto sucesso que acabou virando uma franquia. Dessa forma, os outros dois
livros da trilogia – Ps.: Eu Ainda Amo
Você e Agora e Para Sempre –
também acabaram indo parar nas telonas em 2020 e 2021.
Quanto ao romance Para
todos os garotos que já amei, passou 40 semanas na lista dos mais vendidos
do The New York Times na seção de ficção para jovens adultos. Foi publicado,
também, em 30 idiomas tornando-se um verdadeiro fenômeno da literatura teen.
Livro
onde encontrar: Livrarias e sebos
Filme
onde assistir: Netflix
04
– Ps. Eu te amo (Cecelia Ahern)
Ps.
Eu te amo é o primeiro romance escrito pela irlandesa Cecelia
Ahern, publicada em 2004. O livro alcançou o 1º lugar como best-seller na
Irlanda por 19 semanas e ganhou uma adaptação para os cinemas em 2007 com
Hilary Swank e Gerard Butler.
O enredo narra a história de Gerry e Holly que eram
casados e ficariam juntos para sempre, até que o inimaginável acontece e Gerry
morre, deixando-a devastada. Conforme seu aniversário de 30 anos se aproxima,
Holly descobre um pacote de cartas nas quais Gerry, gentilmente, a guia em sua
nova vida sem ele. São dez cartas ao total, cada uma para ser lida mensalmente
com uma missão para ela cumprir à medida que seu aniversário de 30 anos se
aproxima, desde fazer a viagem que eles não conseguiram a se desfazer das
roupas que não serão mais usadas por ele.
Com ajuda de seus amigos e de sua família barulhenta e
carinhosa, Holly consegue rir, chorar, cantar, dançar e ser mais corajosa do
que nunca.
O livro é “dez”. Trata-se uma história cheia de lições
muito marcantes sobre o amor e a vida e principalmente sobre superação. Tenho
certeza de que irá emocionar leitores e cinéfilos.
Livro
onde encontrar: Livrarias e sebos
Filme
onde assistir: Star+, Amazon Prime Video, Google Play Filmes, Globoplay,
YouTube e Apple TV
05
– Um Dia (David Nicholls)
O romance do escritor britânico David Nicholls apesar
de ter sido lançado em 2009 ainda continua marcando presença nas listas de mais
vendidos em todo o mundo, inclusive no Brasil. A obra foi vencedora da
categoria “Livro de ficção mais popular do ano dos Galaxy National Book Awards”
de 2010, uma das premiações literárias mais importantes nos States.
Devido ao grande sucesso do livro, uma adaptação
cinematográfica tornou-se apenas questão de tempo. E foi o que aconteceu em
2011quando chegou nas telonas, o filme homônimo feito pelo próprio autor com
Anne Hathaway e Jim Sturgess nos papéis principais.
Um Dia narra a história do casal Dexter Mayhew e Emma
Morley que se conheceram em 1988. Ambos sabem que no dia seguinte, após a
formatura na universidade, deverão trilhar caminhos diferentes. Mas, depois de
apenas um dia juntos, não conseguem parar de pensar um no outro.
Os anos se passam e Dex e Emma levam vidas isoladas —
vidas muito diferentes daquelas que eles sonhavam ter. Porém, incapazes de
esquecer o sentimento muito especial que os arrebatou naquela primeira noite,
surge uma extraordinária relação entre os dois.
Ao longo dos vinte anos seguintes, flashes do
relacionamento deles são narrados, um por ano, todos no mesmo dia: 15 de julho.
Dexter e Emma enfrentam disputas e brigas, esperanças e oportunidades perdidas,
risos e lágrimas. E, conforme o verdadeiro significado desse dia crucial é desvendado,
eles precisam acertar contas com a essência do amor e da própria vida.
Livro
onde encontrar: Livrarias e sebos
Filme
onde assistir: Netflix, Star+, Apple TV, Google Play Filmes, YouTube
06
– A culpa é das estrelas (John Green)
A Culpa é das estrelas de John Green narra a história
de Hazel Grace Lancaster e Augustus Waters,
dois adolescentes que se conhecem em um grupo de apoio para pacientes
com câncer. Os dois possuem visões muito diferentes de suas doenças: Hazel
preocupa-se apenas com a dor que poderá causar aos outros, já Augustus sonha em
deixar a sua própria marca no mundo. Apesar das diferenças, eles se apaixonam.
Juntos, atravessam os principais conflitos da adolescência e do primeiro amor,
enquanto lutam para se manter otimistas e fortes um para o outro. Eles acabam
viajando para Amsterdã, onde embarcam em uma jornada inesquecível.
O filme baseado na obra literária foi lançado em 5 de junho de
2014 no Brasil e teve uma recepção positiva da crítica. Também provou
ser bem sucedido comercialmente, com isso mantendo o ponto n.º 1 na bilheteria
durante sua semana de estreia e tendo arrecadado mais de 280 milhões de dólares
em todo o mundo contra o seu orçamento de 12 milhões de dólares. Resumindo: foi
um sucessão tanto de crítica quanto de público.
O livro lançado em 2012 também não ficou atrás e atingiu
o número 1 na lista de bestsellers da Amazon.com e Barnes & Noble em Junho
de 2012, pouco tempo após ter sido anunciado. A obra catapultou o nome de John
Green para o patamar dos escritores mais populares do mundo.
Livro
onde encontrar: Livrarias e sebos
Filme
onde assistir: Disney+
07
– A cinco passos de você (Raquel Lippincott, Tobias Iaconis e Mikki Daughtry)
Livro e filme foram inspirados no casal da vida real
Dalton e Katie Prager. Ambos sofriam de
Fibrose Cística, uma doença muito rara que afeta os pulmões.
Os personagens Stella (Haley Lu Richardson) e Will
(Cole Sprouse), mesmo se amando, são obrigados, por causa da doença, a ficar
com a distância de seis passos longe um do outro. Entretanto, no decorrer da
história, Stella e Will acabam quebrando as regras.
O filme foi lançado nos Estados Unidos no dia 15 de
março de 2019, pela CBS Films. Recebeu avaliações mistas da crítica e arrecadou
mais de 80 milhões de dólares mundialmente.
Vale esclarecer que o livro A cinco passos de você de Raquel Lippincott, Tobias Iaconis e Mikki
Daughtry, apesar de ter sido lançado antes, é uma novelização do filme que leva
o mesmo nome, ou seja, foi escrito com base no roteiro de filmagem. Como não
gosto de novelizações, nesse caso optei por ficar apenas com o filme.
Sinceramente não pretendo ler o livro.
Livro
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Filme
onde assistir: Amazon Prime Video, Telecine, Apple TV, YouTube
08
– Tudo e todas as coisas (Nicola Yoon)
Em Tudo e Todas as Coisas, Maddie está prestes a fazer
18 anos, mas ela nunca saiu de casa. Desde a infância, a jovem foi
diagnosticada com Síndrome da Imunodeficiência Combinada, de modo que seu corpo
não seria capaz de combater os vírus e bactérias presentes no mundo exterior.
Ela é cuidada com carinho pela mãe, uma médica que constrói uma casa especialmente
para as necessidades da filha. Um dia, uma nova família se muda para a casa ao
lado, incluindo Olly (Nick Robinson), que se sente imediatamente atraído pela
garota através da janela. Maddie também se apaixona pelo rapaz, mas como eles
poderiam viver um romance sem se tocar?
Durante boa parte da narrativa, Tudo e Todas as Coisas se insere no subgênero de “livros e filmes
adolescentes sobre doenças ou proximidade com a morte”, como A Culpa é das Estrelas, A cinco passos de você e Como Eu Era Antes de Você.
A edição da Editora Arqueiro Lançada em 2017 está
muito bonita: toda ilustrada com os emails ou desenhos de Maddy, além de ter
fotos exclusivas do filme no meio da história.
Livro
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Filme
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09
– A Morte e vida de Charlie St. Cloud (Ben Sherwood)
Após ter me emocionado muito com o filme “A
Morte e vida de Charlie” (2011) – sem o St. Cloud - com Zack Efron, não
pestanejei em comprar o livro no qual a produção cinematográfica foi baseada.
Encontrei a obra de Ben Sherwood num sebo por um preço pra lá de módico. Optei
pelo sebo porque em comparação com as livrarias virtuais o valor da obra estava
muito mais em conta.
A obra literária foi lançada em 2004, portanto o filme
só viria sete anos depois. A produção dirigida por Burr Steers foi lançada nos
Estados Unidos em 30 de julho de 2010 mas só chegaria nos cinemas brasileiros seis
meses depois.
É impossível não se emocionar com o enredo escrito por
Sherwood. Em uma pacata vila de pescadores da Nova Inglaterra, Charlie St.
Cloud cuida dos gramados e monumentos de um antigo cemitério onde seu irmão mais
jovem, Sam, está enterrado.
Após sobreviver ao acidente de carro que tirou a vida
de seu irmão, Charlie recebe um dom extraordinário: ele consegue enxergar,
conversar e até mesmo brincar com o espírito de Sam.
É neste mundo místico que entra Tess Carroll, uma
cativante mulher treinando para navegar sozinha ao redor do mundo em um
veleiro. O destino faz com que seu barco seja apanhado por uma violenta
tempestade, trazendo-a assim para a vida de Charlie. Sua bela e incomum ligação
os leva a uma corrida contra o tempo e a uma escolha entre a vida e a morte,
entre o passado e o futuro, entre apegar-se ou deixar o passado para trás – e a
descoberta que milagres podem acontecer se nós simplesmente abrirmos nossos
corações.
O filme, apesar de muito bom, é diferente do livro em
alguns aspectos. Por exemplo, na obra escrita, os irmãos são apaixonados por
beisebol e torcem para os Red Sox. No filme eles praticam velejamento e
participam de competições em dupla. No livro Sam permanece com Charlie do
pôr-do-sol ao amanhecer. No filme ele fica apenas até o anoitecer. E por aí
afora. Não vou revelar mais diferenças se não acabo liberando spoilers.
Livro
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Filme
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10
– Como eu era antes de você (Jojo Moyes)
Em Como Eu Era Antes de Você, o rico e bem sucedido Will Traynor leva uma vida repleta de conquistas, viagens
e esportes radicais até ser atingido por uma moto. O acidente o torna
tetraplégico, obrigando-o a permanecer em uma cadeira de rodas.
A situação o torna depressivo e extremamente cínico,
para a preocupação de seus pais. É neste contexto que Louisa Clark é contratada
para cuidar de Will. De origem modesta, com dificuldades financeiras e sem
grandes aspirações na vida, ela faz o possível para melhorar o estado de
espírito de Will e, aos poucos, acaba se envolvendo com ele.
A obra de Jojo Moyes fez tanto sucesso que acabou virando
uma trilogia com o lançamento de mais dois livros. Depois de Como eu era antes de você (2013) vieram:
Depois de você (2016) e Ainda sou eu (2018). Como não bastasse,
a história ainda foi parar nos cinemas em 2016 tornando-se um sucesso mundial. A
adaptação para as telonas, do famoso romance escrito por Moyes, foi
protagonizada por Emilia Clarke e Sam Clafin. É importante ressaltar que o roteiro de “Como
Eu Era Antes de Você”, o filme, foi escrito pela própria Jojo Moyes.
Livro onde encontrar: Livrarias e sebos
Filme onde assistir: Amazon Prime Video, Google Play
Filmes, Apple TV, YouTube
Por hoje é só.
Valeu galera!
21 julho 2022
“Nada Dura Para Sempre” de Sidney Sheldon: uma releitura que amei!
Não tem como não reler Sidney Sheldon. Os enredos bem
construídos, os prólogos incomparáveis – os melhores em toda a história da
literatura de romance, na minha opinião – e os personagens muito bem
construídos e carismáticos atraem os devoradores de livros, como um imã. Então,
fica difícil ler apenas uma vez; e assim, nascem as releituras: uma, duas, três,
enfim, quantas vezes forem necessárias até “matar” a nossa vontade insaciável. Já
deu para perceber que não fiquei imune a essa atração. Acredito que Sheldon é o
autor que eu mais reli em toda a minha vida de leitor. Amo os seus livros. Não
dá pra negar que ele era um verdadeiro gênio da escrita.
Nesta minha fase nostálgica em que bateu uma vontade
enorme de reler algumas obras de autores diversos, já ataquei três de Sheldon: O Reverso da Medalha, A Ira dos Anjos e agora, mais
recentemente, Nada Dura para sempre.
Apesar de já ter resenhado esse livro (ver aqui),
gostaria de escrever novamente sobre ele. A história é marcante e fluida e os
seus personagens muito carismáticos, nada caricaturais. Tudo isso, certamente, vale
uma segunda resenha. Vou mais além, cada releitura merece uma resenha. E veja,
que poucas, mas muito poucas obras merecem esse tratamento vip.
O livro é tão bom que apesar do leitor conhecer o
desfecho de alguns personagens importantes, ele acaba ficando com uma vontade
enorme de reencontrá-los novamente. Senti isso na pele (rs). Quando li Nada Dura para Sempre pela primeira vez,
me apaixonei pelas três protagonistas do romance, as médicas: Paige Taylor,
Kate Hunter e Betty Lou Taft. Amei cada uma delas de uma maneira diferente: drª
Taylor pela sua competência, idealismo, amor e dedicação aos seus pacientes;
drª Hunter, por ser uma mulher forte e independente que conseguiu superar obstáculos
e traumas terríveis em sua infância e adolescência até se tornar uma respeitada
neurocirurgiã; quanto a drª Taft... Aaaaah... drª Taft... bem, posso definir o
meu relacionamento com ela como uma espécie de amor bandido; daqueles que você
começa odiando e termina amando de paixão. No início, a suas atitudes para se
manter no quadro de médicos residentes de um hospital público me irritavam, e
muito; mas depois, ao conhecer a barra que ela enfrentou em sua infância sendo
obrigada a conviver com uma família tão escrota, cheguei à conclusão de que ela
não tinha outra maneira de vencer na vida. Drª Taft ou simplesmente, Honey,
acabou conquistando, também, o meu coração.
Temos ainda o irascível Dr. Lawrence Baker, mentor de
Page Taylor, que vive uma relação conflituosa com a médica residente, quase
sempre criticando os seus procedimentos, fazendo-a se sentir inferior. Pois é,
até acho que nos tempos de hoje, as atitudes do Dr. Baker seriam consideradas
assédio moral. Sheldon conduz o leitor a odiar o experiente médico, querer
arrancá-lo das páginas e esganá-lo, então no final, o autor reserva uma
verdadeira bomba para os seus leitores, deixando-os de boca aberta. Uma
revelação bombástica que muda todo o enredo envolvendo a Drª Taylor. Vale
lembrar que Lawrence Baker é a chave principal nesta reviravolta final.
Fiquei tão pasmado com essa mudança brusca no final do
enredo que mesmo sabendo do desfecho da história – por já ter lido o livro -
tive uma vontade enorme de reviver aquele momento, muito emocionante, por
sinal.
Nada
Dura Para Sempre, lançado originalmente em 1994, narra a
história dessas três amigas: Paige Taylor, Betty Lou Taft (Honey) e Kate Hunter
(Kat). Elas são as únicas médicas em um grupo de residentes do Hospital Público
Embarcadero, em São Francisco. Apesar de terem personalidades muito diferentes,
as três compartilham situações insólitas e marcantes.
Cada uma das três amigas tem personalidades distintas,
chegando a ser destoantes, mas apesar desse detalhe, elas são grandes amigas.
Elas dividem os problemas típicos da profissão;
contudo, parece que o destino reservou a cada uma delas um novo desafio. Agora,
as três deverão enfrentar situações de vida ou morte.
Adorei a releitura!
16 julho 2022
Seis livros para você refletir sobre a velhice
Após as minhas divagações sobre a velhice (ver aqui), vamos
com a publicação de uma lista com 6 livros excelentes para entender e aceitar, sem
neuras, a terceira idade. Encarar a velhice não como um fardo ou uma doença,
mas como qualquer outra fase de nossas vidas. Sem mais delongas, vamos que
vamos.
01
– Velhos são os outros (Andréa Pachá)
Depois de quase vinte anos à frente de uma Vara de
Família, cuidando de casos de divórcios, pensão, guarda e convivência familiar,
a juíza Andréa Pachá se viu diante de um novo desafio: assumir uma Vara de
Sucessões, onde lidaria com julgamentos de inventários, testamentos e
curatelas. É a partir das experiências dessas audiências que Pachá desenvolve
seu novo livro Velhos são os outros.
Com um olhar sensível sobre a terceira e também a
quarta idade, o livro publicado pela editora Intrínseca trata justamente dos
dilemas do envelhecimento.
Pachá narra acasos do tempo, da memória e das relações
em família da perspectiva da Justiça mas sobretudo da perspectiva humana. As
histórias de Velhos são os outros
despertam a empatia no leitor e levam à reflexão. São relatos de amor após os
70, afeto, medo e também de vitalidade, vida depois dos 60 e muitos anos. Por
meio de narrativas sobretudo humanas, a autora apresenta a velhice de forma
franca, como um tempo delicado e cheio de possibilidades.
Detalhes
técnicos
Editora:
Intrínseca
Ano:
2018
Capa:
Brochura
Páginas:
208
02
– A bela velhice (Mirian Goldenberg)
Este é o tipo do livro que levanta o astral daqueles
que chegaram à velhice desanimados. Como não ficar “up” com uma pessoa que
apesar de chegar aos 90 anos conseguiu montar um projeto fantástico, elogiado
por todos, e ainda teve força de espírito e capacidade para geri-lo e colocá-lo
em prática? O livro de Mirian Goldenberg – professora titular do Departamento
de Antropologia Cultural e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e
Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade
Federal do Rio de Janeiro – fará um bem incrível para muitos “velhinhos
desanimados”.
Bela
Velhice é resultado de uma pesquisa feita com mais de trinta
nonagenários desde março de 2015, todos eles independentes, saudáveis, alegres,
curiosos e com muitos interesses e projetos. Com os pesquisados – alguns se
tornaram amigos -, Mirian aprendeu que a velhice é bela quando se aprende a
saborear intensamente essa fase da vida, sem tentar congelar os corpos, os
comportamentos e os propósitos.
Em cada capítulo do livro, a antropóloga desenvolve as
ideias mais importantes para a conquista de uma “bela velhice”: encontrar um
projeto de vida, buscar o significado da existência, valorizar a liberdade,
alimentar a felicidade, cultivar a amizade, viver intensamente o presente,
aprender a dizer não, respeitar as próprias vontades e verdades, vencer os
medos e dar muitas risadas.
Goldenberg mostra que a ‘bela velhice’ não é um
caminho apenas para celebridades ricas e poderosas: qualquer um pode aprender a
envelhecer de forma mais autônoma, digna e saudável. As ideias apresentadas
pelos homens e mulheres entrevistados neste livro podem contribuir para mudar o
olhar sobre a velhice e provocar uma reflexão sobre tudo o que pode ser feito
para que os brasileiros tenham o direito de envelhecer e viver com mais
plenitude, beleza e felicidade.
Detalhes
técnicos
Editora:
Record
Ano:
2013
Capa:
Brochura
Páginas:
128
03
– Como envelhecer (Anne Karpf)
A sociedade tem um enorme medo de envelhecer. A
velhice passou a ser um problema biomédico, algo a ser evitado a todo custo – e
quem sabe um dia extinto pela medicina. Anne Karpf nos encoraja a uma mudança
de narrativa.
Só a título de informação, Karpf é escritora,
socióloga da saúde, jornalista premiada, locutora, professora adjunta de
redação profissional e pesquisa cultural na London Metropolitan University. Ela
ainda escreve artigos regularmente para jornais e revistas.
De acordo com a autora, a nossa percepção sobre a
idade é histórica e culturalmente definida. Em Como envelhecer, ela usa como fonte, diversos estudos de casos que
tentam quebrar o paradigma negativo, sugerindo que o passar dos anos pode ser
enriquecedor e trazer imenso crescimento. Karpf afirma que se reconhecermos
essa passagem como parte inevitável da condição humana, o grande desafio de
envelhecer passa a ser simplesmente o desafio de viver.
Em Como
envelhecer aprendemos que ficar velho não tem a ver com a forma física, mas
com estar determinado a viver plenamente em qualquer idade ou fase da vida.
O livro começa mostrando que hoje em dia pessoas com
30 anos, às vezes até 20 anos, já estão preocupadas com envelhecimento,
enquanto muitos da faixa de 50-60 estão encarando fazer quaisquer intervenções
que os deixem com aparência mais jovem. Na verdade, diz a autora, "todos
estão sofrendo da mesma dolorosa condição: um medo profundo de
envelhecer". Ela frisa que aqueles que sabem envelhecer e aceitam a
velhice se tornam menos amargos e com um prazer enorme de aproveitar a vida.
Como
envelhecer continua sendo um dos livros de autoajuda mais
vendidos. Vale a pena adquiri-lo.
Editora:
Objetiva
Ano:
2015
Capa:
Brochura
Páginas:
192
04
- A arte de envelhecer (Sherwin B.
Nuland)
Sherwin B. Nuland é o autor de Como morremos e A sabedoria
do corpo, dois livros que alcançaram um baita sucesso junto ao público e
crítica o que já um grande motivo para adquirirmos A arte de envelhecer. Neste livro, ele explora o impacto do
envelhecimento sobre nossos corpos e mentes, esforços e relacionamentos. Nuland
explica que a chegada da terceira idade pode ser tão gradual que normalmente
nos surpreendemos quando um dia descobrimos que ela se instalou
definitivamente.
As mudanças nos sentidos, aparência, reflexos,
desgaste físico e apetite sexual são inegáveis - e raramente benvindas. Ainda
assim, como o autor revela, envelhecer tem surpreendentes bênçãos. A idade não
concentra apenas a mente, como também as energias corporais, guiando muitos a
novas fontes de criatividade, percepção e intensidade espiritual. Nuland
explica aos seus leitores que ficar mais velho não é uma doença, mas uma arte -
e para aqueles que conseguem fazê-lo bem, pode trazer extraordinárias
recompensas:
"É na disposição e na vontade que reside o
segredo, não de prolongar uma vida, mas de recompensá-la por ter sido bem
usada", ensina o médico.
Editora:
Objetiva
Ano:
2007
Capa:
Brochura
Páginas:
256
05
- Pra vida toda vale a pena viver (Ana Cláudia Quintana Arantes)
Sou um grande fã dessa autora. Adorei Histórias Lindas de Morrer. Como médica
paliativa, Ana Claudia Quintana Arantes cuida de pacientes terminais há mais de
vinte anos, em contato íntimo com os momentos de maior vulnerabilidade do ser
humano, incluindo a velhice.
Em Pra vida toda
vale a pena viver, ela nos ensino o que é preciso fazer para tornar nosso
corpo habitável, nossa mente sã e nosso espírito elevado enquanto não chega a
nossa hora de deixarmos essa vida? Como podemos envelhecer bem?
Algumas orientações já conhecemos: sabemos da
importância da boa alimentação e da atividade física, mas Ana Claudia traz
novas motivações para cuidarmos da saúde do corpo.
Sabemos do valor de ter amigos, mas ganhamos novo
impulso para fortalecer nossos laços.
Sabemos que o cérebro precisará de estímulos extras, e
ela nos mostra como fortalecê-lo para driblar as doenças que corroem a lucidez.
Sabemos que haverá perdas, de amigos e familiares, mas
também de independência e vitalidade. A médica nos ensina a lidar com os lutos
cotidianos da velhice sem perder de vista que ainda estamos vivos e que a vida
vale a pena ser vivida.
O livro nos ensina a construir uma velhice que não
nega as grandes transformações que o tempo traz, mas busca o bem-estar e a
alegria até o último suspiro.
Editora:
Sextante
Ano:
2021
Capa:
Brochura
Páginas:
160
06 - Memórias de Uma Envelhescente: O Lado Bom de Envelhecer (Judity Nogueira)
Memórias de Uma Envelhescente: O Lado Bom de Envelhecer é indicado para as pessoas de quarenta anos ou mais mergulhem nas histórias contadas. A fim de esclarecer o assunto, o livro promete uma leitura de grande importância e que agregará uma visão mais ampla sobre o assunto. Além disso, também é indicado para pessoas jovens, mas que se sentem velhas.
Judith Nogueira começou a escrever o livro quando
estava prestes a completar 40 anos. O livro aborda questões físicas,
filosóficas, espirituais e todas os questionamento de quem está chegando a tão
famosa idade. Se você está próximo ou acabou de completar quarenta anos, este é
para você.
Se você nunca pensou nas questões voltadas ao
envelhecimento, esta leitura é de extrema importância.
Editora:
Regência
Ano:
2013
Capa:
Brochura
Páginas:
144
Taí galera? Vamos escolher um desses livros e começar
a mudar os nossos conceitos sobre velhice? Então, bora lá!
12 julho 2022
Divagações sobre a “Dona Velhice”
Não quero ser down enquanto escrevo essa postagem, mas
isso é impossível quando o tema abordado é a velhice. Vejam bem, não a terceira
ou até mesmo a quarta idade que são fases maravilhosas de se viver enquanto
ainda estamos ativos, mas eu me refiro à “dona Velhice”, ou seja, a velhice em
toda a sua essência; quando os nossos neurônios começam a falhar e nos pregar
peças e quando o nosso corpo começa a “engasgar” como o motor de um fusquinha
com o seu platinado já nas últimas. Ao ler essa postagem, você pode até me
chamar de pessimista, cético ou mesmo derrotista, Ok, eu respeito a sua opinião,
mas não posso fazer nada porque a minha visão de velhice é essa.
Cara, a “dona Velhice”, sabe ser cruel com algumas
pessoas. Taí a música “Nosso Amor Envelheceu” da saudosa cantora sertaneja Marília
Mendonça que não me deixa mentir. Entonce, dia desses estava refletindo como a
velhice pode interferir em nossas vidas e uma forma ou de outra. Vou tentar ser
mais claro através de três exemplos. No primeiro, imagine você levando uma vida
tranquila e estável, tanto familiar quanto profissional. Preocupações não são
visíveis em seu vasto horizonte. Você sabe que no momento em que todas as suas
sinapses nervosas começarem a falhar e o “platinado” de seu “motor” começar a
engasgar, você e a sua cara metade – se ela ainda estiver viva – estarão
cercados do carinho e atenção dos seus filhos ou então graças a sua estabilidade
financeira, poderá viver no conforto de uma casa de repouso particular e no seu
quarto, também, particular. Quem leu Diário de Uma Paixão do Nicholas Sparks,
certamente, entenderá a minha colocação.
Vamos agora para os outros dois exemplos quando a “dona
Velhice” deixa de ser boazinha para se tornar cruel. Pense uma outra situação. Um
casal de classe média que rala para ter uma vida estável ou perto do estável,
tendo por companhia parentes e familiares egoístas que só pensam em si mesmos. Para
ser sincero, eles não ficam felizes nem com a sua visita, imagine, então para
algo mais sério. Somado a isso, esse casal ainda tem um filho com necessidades
especiais que necessita dos cuidados dos pais, mesmo que não seja um
acompanhamento constante, do tipo 24 horas, mas precisa da segurança dos pais por
causa de algum problema físico ou principalmente psicológico. Tente imaginar
como esse casal encara a vinda de sua velhice. Mêo! Os questionamento que
passam pela suas cabeças são muitos, entre eles: ‘Quando ficarmos velhos quem
vai cuidar do nosso filho?’ ‘Ele é muito apegado a nós, o que será dele?’
Finalmente, vamos para o nosso terceiro e último
exemplo, afinal, acho que já estou exagerando em ser down. Vamos lá. Você é solteiro ou solteira, mora sozinho e
não pretende ter um relacionamento estável com ninguém. Grande parte de seus
familiares, os bons e abnegados, já morreram. Quanto aos parentes de segundo
grau... bem, melhor esquecer. Você trabalha para se manter. O que ganha é o
suficiente para uma vida tranquila, mas sem excessos, e só. Apesar disso, você
é uma pessoa ativa. Pensamento nº 1: ‘Quando eu ficar fodasticamento velho’ mas
ainda com vários momentos de lucidez, o que vai acontecer comigo? Ficarei
abandonado num asilo, longe e esquecido pelos meus colegas?
Galera, me desculpem por ser tão cruel com a velhice
nesse texto, mas prefiro a sinceridade ao invés de pintar o assunto com uma
aquarela cheia de cores vivas. Para poucos, pensar nela não assusta, nem um
pouquinho; mas para muitos, ela assusta, sim.
No meu caso e no de Lulu – que inclusive, concorda
comigo nesse assunto, mas apenas em parte – procuramos não dar muita trela, não
pensar muito nesse assunto. Temos o lema de viver a vida enquanto podemos
vive-la, mas vive-la bem, de maneira consciente. Somos felizes; mas quer saber
de uma coisa? Não nego que algumas vezes, esses pensamentos down, batem com
tudo na porta das nossas vidas: minha e de Lulu. Como espantamos esses
pensamentos? De duas maneiras. Primeiro: Olha, podem acreditar, mas crer em um
Deus ajuda e muito. Converso muito com Ele, e essas conversam me acalmam, me
dão paz. Segundo: Lendo, lendo muito! Cada leitura uma viagem, cada viagem, uma
aventura. Por ‘falar’ nisso, descobri vários livros interessantes que nos
ensinam a aceitar melhor a velhice; e aproveitando essas minhas divagações,
resolvi fazer uma lista com alguns deles que eu achei bem interessantes. Para
que essa postagem não fique muito extensa, prometo que publicarei a lista no
próximo post.
Por enquanto, vou ficar apenas com essas divagações.
08 julho 2022
Milady de Winter: a diabólica personagem de “Os Três Mosqueteiros”
Por acaso, você conhece Milady de Winter? Imagine o
próprio diabo – maligno, ardiloso, astuto e cruel – na forma de uma mulher
segura, inteligente e com uma beleza estonteante capaz de virar a cabeça dos
homens. Uma mulher que esconde toda a sua essência da maldade por trás de um
semblante angelical com o poder de enganar qualquer ser humano com as suas
artimanhas. Uma mulher que mata sem compaixão, deixando um rastro de mortes por
onde passa. Uma mulher que jamais esquece uma vingança. Pronto; acho que essa é
a melhor definição para a famosa personagem criada por Alexandre Dumas em sua
obra Os Três Mosqueteiros.
Acabei de reler o livro e juro que Milady me tirou do
sério. Fiquei puto com ela como nunca fiquei em toda a minha vida de leitor com
outros vilões. Queria que ela sofresse, mas sofresse o ‘escambau a quatro’ por
causa das maldades inimagináveis que cometeu ao longo da história,
principalmente nos últimos capítulos. A mulher é um verdadeiro demônio!
Esta personagem mexeu tanto comigo que resolvi
escrever um post inteiramente dedicado a ela. Pretendia, inicialmente, publicar
uma lista com cinco ou mais vilãs perigosas dos livros, mas acabei adiando essa
ideia por causa de Milady. Com toda a certeza, ela merece um post só dela. Para
mim, ela é a mais letal das vilãs da literatura.
Fiquei abismado com a crueldade e a falsidade dessa
mulher no enredo criado por Dumas, mas aqui vale um adendo: para se conhecer a
verdadeira Milady, a verdadeira víbora, esqueça todos os filmes adaptados da
obra e também os livros publicados antes da edição de luxo em capa dura que a
editora Zahar lançou em 2010 com o texto integral na tradução primorosa dos
André Telles e Rodrigo Lacerda. São aproximadamente 680 páginas, mas a leitura
dos capítulos finais vale a pena.
Atrizes que já viveram "Milady de Winter" nos cinemas
Todos que ousaram a “mulher-demônio” – é assim que a
apelidei - sentiram na pele a picada da serpente; uma picada que foi fatal para
a maioria, já aqueles que conseguiram sobreviver ficaram com as suas almas
marcadas para sempre, passando a conviver com um sofrimento atroz. Por isso
quando Milady ganhou o que merecia soltei um grito que estava entalado na
garganta e quase arremessei o livro contra a parede, mas um arremesso de
alegria como se estivesse desafogando toda a minha ira que estava represada.
Alguns podem achar que estou exagerando. Se você pensa assim, lhe desafio a ler
essa edição de Os Três Mosqueteiros.
Depois disso, com certeza, mudará de ideia.
Milady Lauren Winter, ou simplesmente Milady é uma
espiã do Cardeal Richelieu e é uma das antagonistas dominantes da história
ambientada na França de 1625. Uma inimiga que deu muitas dores de cabeça e um
trabalho danado para D’Artagnan, Athos, Porthos e Aramis, os mosqueteiros do
Rei Luís XIII.
Ela é descrita como uma mulher alta e de beleza
incomum, 22 anos, cabelos negros cacheados, olhos pretos e sobrancelhas
perfeitas. Milady tem uma voz que pode seduzir e enfeitiçar homens e mulheres. Ela
esconde um interior diabolicamente astuto, manipulador, implacável e cruel. Ela
é impiedosa contra os seus inimigos e muitas vezes na história é descrita como demoníaca,
ou seja, um exemplo clássico de uma femme fatale.
Foi interpretada por várias atrizes no cinema, entre
as quais: Lana Turner (1948), Faye Dunaway (1973), Rebecca De Mornay (1993) e Milla
Jovovich (2011).
Portanto aqueles que quiserem conhecer bem mais a
fundo essa personagem terrível, proponho a leitura de Os Três Mosqueteiros, edição da Zahar. Mas preparem os seus nervos.