26 fevereiro 2018

O Enigma de Andrômeda


Sou suspeito para falar dos livros de Michael Crichton. Aliás, muito suspeito já que me tornei um grande fã do cara. Tão fã que fiquei muito acabrunhado no dia em que ele morreu: 04 de novembro de 2008.  – Putz, adeus grandes enredos e grandes personagens – lamentei naquela época.
Se Crichton estivesse vivo – hoje, teria 76 anos de idade -  com certeza ele estaria produzindo grandes clássicos como esse que hoje escolhi para postar no blog.
“O Enigma de Andrômeda”, escrito em 1969, é um grande livro. Daqueles que fazem o leitor entrar nas páginas e viver a história junto com os personagens, como se estivesse ao lado deles.
No enredo de Crichton, um satélite dos Estados Unidos cai numa pequena cidade e uma bactéria fatal e desconhecida começa a matar a população. Misteriosamente apenas um bebê e um bêbado conseguem sobreviver. Uma equipe de quatro cientistas é convocada para estudar as causas da morte. A partir daí, eles passam a correr contra o tempo tentando encontrar uma solução para o enigma e assim salvar a humanidade. A pergunta raiz da questão é a seguinte: “o que defendeu o bebê e o bêbado da ação da bactéria  mortal que se apossou do satélite e dizimou todos os habitantes da cidade?
Este enredo seria um prato cheio para escrever uma história parecida com uma montanha russa com os cientistas correndo desesperadamente atrás da resposta. Como pano de fundo, teríamos uma conspiração tramada pelo governo o que acrescentaria ainda mais agito e correria no enredo. Não. Esqueça toda essa loucura desenfreada. 

“O Enigma de Andrômeda” não tem catástrofes e correrias. Crichton escreve de uma de tal maneira que faz com que o leitor se sinta parte da equipe de cientistas, como se ele estivesse ali, ao lado dos quatro pesquisadores, também descobrindo detalhes importantes que podem ajudar na investigação do fato. Cada descoberta é minuciosamente explicada aos leitores como se corpo científico estivesse falando conosco.
Por todas essas características, o livro cria uma cumplicidade impar com os leitores, como se os convidasse a ajudar os pesquisadores em suas descobertas.
Outro detalhe que chama a atenção são os questionamentos lançados pelo autor, como: “O que é a vida?” Por que a inteligência humana deveria ser considerada uma vantagem evolutiva?” “Uma pedra não pode ser algo vivo?”. Os debates sobre esses questionamentos vão evoluindo e se aprofundando com o desenrolar da trama, fazendo com que o leitor passe a refletir sobre essas dúvidas.
Enfim, um livraço com leitura obrigatória.


23 fevereiro 2018

“Álbum de figurinhas da Copa do Mundo da Rússia – 2018” chega às livrarias em março. Pré-venda já teve início


Você é daqueles leitores que a cada quatro anos abandona tudo o que está fazendo para acompanhar os jogos da Copa do Mundo? Não importa serviço deixado de lado,  bronca do patrão ou até mesmo o seu emprego; o que você quer, de fato, é ver  aquela constelação de craques mundiais desfilando em seu televisor. Huahahaha!! Se você se enquadra nesse perfil, certamente está aguardando com muita expectativa o lançamento do álbum de figurinhas da Copa da Rússia 2018 editado pela Panini.
Pois é, sinto dizer, mas você ainda terá de aguardar vários dias. A Panini já anunciou que estará lançando o seu álbum somente no dia 27 de março. Por isso, ainda resta um bom chãozinho a ser percorrido, mas acredito que a espera valerá à pena, porque dessa vez, o álbum promete.
O “Álbum de Figurinhas da Seleção Brasileira Rússia 2018: A Maior Campeã de Todos os Tempos” estará recheado de novidades. A edição especial traz novidades incríveis e retrata grandes momentos da seleção canarinho desde o início de sua trajetória.
O álbum, na verdade  um livro-álbum, de 48 páginas traz uma coleção completa de cromos contando a história da participação do Brasil na Copa do Mundo, desde 1930, até a campanha de classificação para a Copa do Mundo FIFA – Rússia 2018. São 110 cromos normais e 118 cromos especiais com figurinhas maiores, caricaturas, 29 cromos em PVC, 29 autógrafos com impressão texturizada, 50 figurinhas metalizadas parecendo card e ainda três cromos com realidade aumentada da única seleção a participar de todas as Copas do Mundo.
Quer mais? Ok, eu conto. A coleção homenageia os jogadores que foram protagonistas nas Copas mais marcantes para a Seleção Brasileira. A capa do álbum exibe Leônidas, jogador das Copas de 34 e 38, Carlos Alberto que foi capitão da seleção na conquista definitiva que levantou pela última vez a taça Jules Rimet e Gabriel Jesus, campeão olímpico, representando o que o Brasil tem de novidade para a Copa de 2018. Também serão mostradas 20 ilustrações produzidas por conhecidos caricaturistas com todos os atletas convocados pela Seleção Brasileira em cada uma das Copas.
No meio de tantas novidades especiais, duas delas deverão levar os colecionadores a loucura. A primeira é que uma das páginas do álbum será dedicada para cada um dos atletas mais convocados na Era Tite. A segunda noví é que pela primeira vez um álbum relacionado à Copa do Mundo traz uma página exclusiva para o treinador, que é também a atual sensação da seleção. Tite se tornou um capítulo à parte na história da seleção e não só correspondeu a toda a expectativa da torcida brasileira como também fez com que todo o time acreditasse no seu trabalho.
O “Álbum de Figurinhas da Seleção Brasileira Rússia 2018: A Maior Campeã de Todos os Tempos” já está em pré-venda nas principais livrarias virtuais do País.
Bem, como a copa começa em julho, a galera terá pouco mais de dois meses e meio para os fãs completarem as 649 figurinhas antes do começo da competição.
Boa sorte!
FICHA TÉCNICA
·        Álbum de figurinhas da Seleção Brasileira Rússia 2018: A Maior Campeã de Todos os Tempos + 60 figurinhas.
·        Capa dura: 80 páginas
·        Editora: Panini (27 de março de 2018)
·        Idioma: Português


19 fevereiro 2018

“Fogo e Fúria” faz revelações bombásticas sobre Donald Trump e a Casa Branca. Livro chega ao Brasil em abril.

Ahahahahaha!! Estou rolando de rir. Pêra aí. Rir, não. Na realidade, estou gargalhando. Imagine esta cena: O candidato a presidente dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, Donald Trump, completamente horrorizado e em choque ao saber que poderia ganhar as eleições. Para completar o quadro, imagine também ao seu lado - no final das apurações dos votos - a sua esposa, Melania, caindo em prantos, não de alegria, mas de desespero.
Cara, Trump jamais esperava vencer as eleições e aceitou o convite do Partido Republicano apenas para autopromover-se e tornar ainda mais famoso o nome de sua família em escala internacional. Resumindo, o atual presidente dos Estados Unidos ficaria radiante, mesmo que fosse derrotado. Aliás, ele tinha certeza absoluta que não venceria as eleições e que ficaria na ‘rabeira’.
Entonce quando ele e Melania viram a possibilidade inesperada de uma vitória, bateu o desespero total. O homem mais poderoso do mundo deve ter pensado - My God! O que eu faço agora! Não sei nada dessa bodega de leis, constituição e o escambau a quatro! – Por sua vez, Melania entrou em pânico – Trumppppppp!!!! Estamos fod!!!!!
Agora me diga se essa cena não é digna de um seriado da Família Simpson?
Pois é galera, essa é apenas uma das muitas alegações explosivas de um livro que será lançado no Brasil em abril: “Fogo e Fúria -  Por Dentro da Casa Branca de Trump” de autoria do jornalista Michael Wolff.
Um dos entrevistados é o ex-assessor de Trump Steve Bannon, que foi demitido em agosto. Uma das mais fortes declarações de Bannon é a de que foi "traidora" e "antipatriótica" a conversa entre o filho do presidente americano, Donald Trump Jr, com uma informante russa durante a campanha de 2016.
Trump respondeu à acusação dizendo que Bannon "perdeu a cabeça".
Quando o livro foi lançado em 9 de janeiro nos Estados Unidos,  imediatamente, a Casa Branca, por meio de sua porta-voz, Sarah Sanders, disse que o livro está cheio de relatos falsos e equivocados. Trump também já ameaçou processar a editora Henry Holt & Co. Em carta enviada à editora, ele diz que o conteúdo do livro é difamatório e malicioso.
Olha, cá entre nós, não dá para saber quem está mentindo, Trump ou Wolff. O que eu sei é que o autor foi muito esperto ao conseguir arrebanhar uma “testemunha” de peso que concordou em abrir inteiramente o bico. Bannon era um dos homens de confiança de Trump e por esse motivo deve saber de muuuita coisa que rolou entre as quatro paredes da Casa Branca, neste início de governo e também durante o período de eleições. Muitas sujeiras que foram empurradas para debaixo do tapete. Se ele está sendo sincero ou então contando um conto e aumentando um ponto, infelizmente não dá pra saber.
Portanto só resta ler o livro e se divertir, porque grande parte das histórias são verdadeiras atrapalhadas políticas. Por exemplo, segundo o autor, Trump não sabia quem era o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner. A revelação teria vindo à tona quando o atual presidente recebia sugestões para seu chefe de Gabinete: “Quem é esse?”. Trump também teria se mostrado enfadado com tentativas de aprender a Constituição dos EUA.
Vale lembrar que o livro se esgotou rapidamente no dia de seu lançamento em Washington, a capital americana, e alguns leitores fizeram fila à meia-noite para tentar levar um exemplar do best-seller instantâneo, que Trump diz ser “falso” e “cheio de mentiras”.
Vamos ver como será a receptividade dos leitores brasileiros com a obra que aterrissa por aqui no dia 3 abril, mas que está em pré-venda nas principais livrarias virtuais do Brasil.
Com certeza, estarei adquirindo o meu exemplar para conhecer um pouco dos segredos do ‘Tio Trump’.


15 fevereiro 2018

Sinhá Moça

A luta pela abolição da escravidão sempre geraram ótimos romances. Alguns críticos, outros açucarados. Independente do tipo de abordagem contextual feito pelo autor, a maioria dessas obras se tornaram grandes bestsellers. Taí “A Cabana do Pai Tomás” e “A Escrava Isaura” que não me deixam mentir. Ambos a sua maneira – o primeiro bem profundo e o segundo explorando o romantismo – conquistaram a preferência dos mais exigentes leitores.
Sempre gostei dos livros sobre esse tema. Não quero saber se a obra é um simples romance ou se faz uma abordagem mais técnica. O que me interessa é um enredo que prenda a minha atenção.
“Sinhá Moça” de Maria Dezonne Pacheco Fernandes com a sua trama simples, mas muito bem escrita conseguiu me conquistar.
Não entendo o porquê da obra de Maria Dezonne ter recebido tantas críticas de leitores aficionados ao tema. Se estas pessoas quisessem se aprofundar no estudo do regime escravocrata e também nos ideais abolicionistas que procurassem livros técnicos ou com uma ‘veia’ mais crítica.
Na minha opinião, “Sinhá-Moça”, à exemplo de “A Escrava Isaura”, são livros fantásticos, mas desde que você os leia como romance, nada mais que isso.
Sinhá-Moça foi publicado em 1950 e ambienta-se no período do Segundo Reinado, apresentando tanto os costumes rurais dessa época como a realidade em que viviam os escravos negros nas fazendas de café.
A autora conta a história de amor de Sinhá-Moça - filha do coronel Ferreira, homem inflexível, escravocrata e muito maldoso com os seus escravos e do  jovem Dr. Rodolfo Fontes, advogado recém-chegado da capital onde fora estudar, um ativo militante abolicionista e republicano. O curioso é que o livro bebe na fonte de “O Zorro”, já que Rodolfo usa uma máscara quando entra em ação para libertar os escravos, cortejando Sinhá-Moça sem que ela saiba ser este mascarado seu amado.
O enredo tem personagens que despertam todos os tipos de sentimentos no leitor, desde empatia ao desprezo, passando ainda pelo ódio. Vamos lá: temos o delegado covarde, o administrador cruel, o médico humanitário e o herói. Mas o personagem mais forte da obra é o escravo Justino que desperta sentimentos  dúbios no leitor que vão da raiva ao respeito. O final reservado para o personagem emociona, de fato.
Gostei da obra de Maria Dezonne porque a li como romance e dentro desse gênero, sem dúvida, merece o nosso respeito. Acho que devorei as suas pouco mais de 230 páginas em menos de dois dias.
E para os críticos mais severos o que eu posso dizer é que se o livro fosse tão fraco, jamais teria sido adaptado para o cinema em 1953 e para a TV em 1986.

11 fevereiro 2018

5 livros verdadeiramente raros do mestre do terror que mereciam fazer parte da coleção Biblioteca Stephen King

Em um dos posts anteriores, expressei a minha decepção com a mudança de rumo adotada pelo selo Suma de Letras – adquirido recentemente pelo grupo Companhia das Letras – que deixou de publicar em sua coleção “Biblioteca Stephen King”, lançada em 2017, as obras consideradas raras desse autor. Por não concordar com essa estratégia adotada pela editora, resolvi fazer uma postagem escrevendo sobre os livros de King que, de fato, são considerados raros, estando a maioria deles esgotados ou então sendo vendidos a peso de ouro nos sebos. Estes livros, sim, merecendo há muito tempo uma reedição.
Cara, como eu sonho ver essas obras, um dia, fazendo parte da “Biblioteca Stephen King”. Acho que seria um dos maiores presentes que eu receberia. Juro, que faria até um empréstimo bancário para comprar toda a coleção que certamente seria relançada à preços acessíveis.
Até agora, a Suma colocou no mercado quatro livros que fazem parte dessa coleção. Os dois primeiros, “Cujo” e “A Hora doLobisomem”,  raríssimos;  mas por outro lado, os dois últimos, “OIluminado” e “A Incendiária” (em pré venda, será lançado em abril), não passam de edições comuns, já que podem ser facilmente encontradas em livrarias e sebos. A única diferença é o layout caprichado com direito a capa dura e entrevistas inéditas do escritor. Quanto ao miolo, o coração, a alma ou como queiram, o enredo, continua o mesmo, sem alterações.
Confesso que o lançamento recente de “O Iluminado” e a pré-venda de “A Incendiária” me preocupam, e muito. Fiquei com receio de que as próximas novidades literárias da “Biblioteca Stephen King” não passem de livros que possam ser facilmente encontrados nas livrarias.
Esta preocupação acabou rendendo-me um insght que por sua vez deu origem a esse post. Decidi fazer uma lista com cinco livros do autor considerados raros e que se relançados pela Suma de Letras em sua já famosa coleção dedicada ao mestre do terror, seguramente, levaria os leitores às alturas.
Vamos á eles:
01 – Depois da Meia-Noite (1992)
Este livro é o sonho de consumo de 10 em cada 10 fãs de Stephen King. Imagine a Suma de Letras anunciando como quinto livro da coleção “Biblioteca Stephen King” essa obra ultra-raríssima. Caramba! Estaríamos perto do Armagedom! Decerto as colunas de cultura dos principais jornais do País estampariam com destaque em suas publicações esta bomba atômica literária.
Por que fiquei tão eufórico? Simplesmente porque esse livro é considerado, depois de “Os Livros de Bachman”, a obra mais rara de Stephen King. Coisa do tipo: figurinha carimbada inexistente. Sabe, aquela figurinha de álbuns antigos de prêmios que nunca saía. Você comprava pacotes e mais pacotes de cromos e a tal da carimbada não vinha, ou porque não existia ou por ser única? Pois é, esta é à grosso modo, uma analogia à “Depois da Meia-Noite”
O livro de 667 páginas e que reúne quatro noveletas – “Os Longoliers”, “Janela Secreta, Secreto Jardim”, “O Policial da Biblioteca” e “O Cão da Polaroide” -  foi lançado pela editora Francisco Alves em 1992 e depois disso não teve nenhuma outra edição.
Pesquisei bastante na internet e só consegui encontrar três exemplares à venda: um na Estante Virtual por R$ 600,00 e os outros dois no Mercado Livre a R$ 265,00 e R$ 280,00. Além desses, não achei nenhum outro à venda nas lojas virtuais.
“Depois da Meia-Noite” teve dois contos adaptados para as telas: “Longoliers” foi parar na TV em 1995  - se não me engano, na Rede Record - no formato de uma minissérie chamada “Fenda no Tempo”; enquanto que “Janela Secreta, Secreto Jardim” acabou ‘aterrissando’ nos cinemas com o título resumido de “Janela Secreta” com ninguém menos do que Johnny Depp no papel de protagonista.
Sei que é difícil, mas quem sabe algum dia desses, teremos o relançamento de “Depois da Meia-Noite na Biblioteca Stephen King.
Sonhar não é proibido.
02 - A Metade Negra (1991)
Como tenho vontade de ler esse livro novamente, só que agora sentindo a textura das páginas em meus dedos, já que na primeira vez tive de apelar para o pdf. Para isso já fiz simpatia, dança da chuva (que nesse caso seria a dança do livro), pedi à todos os santos, enfim, continuo fazendo de tudo para que a Suma de Letras relance “A Metade Negra”; esta sim, uma obra do mestre do terror com o status de rara.
Os poucos exemplares que ainda podem ser encontrados nos sebos estão sendo vendidos à peso de ouro. Eles variam de R$ 143,00 à R$ 190,00.
O livro estourou em vendagens no Brasil em 1991. Na época, a editora Francisco Alves detinha os direitos de publicação das histórias de King em nosso País. A obra foi traduzida para o português somente dois anos depois de sua publicação na terra do Tio Sam, em 1989. Foi o segundo livro mais vendido por lá e ganhou uma adaptação (muito boa) para o cinema em 1993.
Que eu me lembre, parece que a obra só teve uma edição no Brasil, aquela de 1991. Depois nadica de nada.
“A Metade Negra” conta a história de um escritor de sucesso, mas que também produz literatura barata sob o pseudônimo de Geroge Stark. No entanto, quando é ameaçado por alguém que descobriu seu segredo, ele "enterra" George Stark. A partir desse ponto, ele se torna o principal suspeito de uma série de assassinatos chocantes.
Que a Suma se sensibilize com a ansiedade e o sofrimento dos fãs de Stephen King e confirme a obra na “Biblioteca Stephen King”.
03 – Trocas Macabras (1991)
Cara, sinceramente, a Francisco Alves judiou de todos nós, fãs de Stephen King. Grande parte dos livros do autor lançados pela editora só tiveram uma edição. Depois disso, nada de novas tiragens. Os outros selos – Objetiva e Suma - que posteriormente passaram a publicar as histórias de King também não colaboraram, já que optavam por relançar obras nem sempre tão raras assim.
A maioria dessas obras, hoje raríssimas, foram lançadas no Brasil na década de 90 e entre elas encontra-se “Trocas Macabras”. Detalhe: só consegui encontrar dois livros disponíveis na internet, todos eles no Mercado Livre, por R$ 350,00 e R$ 699,00.
“Trocas Macabras” cairia como uma luva na “Biblioteca Stephen King”, pois carrega em seu contexto tudo o que uma obra rara deve ter: edição única, preço absurdamente alto nos sebos, poucos livros existentes no mercado e enredo cultuado pelos fãs do autor.
O cenário de “Trocas Macabras” é a cidade de Castle Rock que já fez parte de outras histórias  do autor, como “O Corpo”, “Cão Raivoso”, “A Metade Negra” e “Zona Morta”. A cidade segue pacata como sempre até a chegada de um homem estranho chamado Leland Gaunt que decide abrir uma loja de antiguidades chamada “Coisas Necessárias”. A sua loja passa a ser incrivelmente visitada pelos moradores da cidade, onde por mais irreal que possa parecer, eles sempre encontram o que mais precisam em estoque. E para ter o objeto de seu desejo, basta que esse morador preste um pequeno favor ao misterioso comerciante:  praticar um trote em alguém, algo simples, só para assustar e sem nenhuma consequência.
A partir daí, o clima ferve em Castle Rock e a outrora cidade pacata, acaba se transformando num inferno, num verdadeiro pé de guerra.
Que “Trocas Macabras” venha logo.
04 – Os Estranhos (1991)
Mais um livro que está fazendo os fãs de Stephen King derramarem lágrimas de arrependimento. Arrependimento de não terem adquirido a edição lançada pela Francisco Alves há 27 anos. Creio que se você, assim como eu, já passou das 50 primaveras deve estar incluído nesse grupo de leitores arrependidos.
Pois é, fazer o quê. Agora as nossas esperanças dependem inteiramente de uma editora. “Santa Suma de Letras intercedei pór nós”! Mas, caso você não esteja botando muita fé no ‘taco’ da Suma, pode arriscar comprar num sebo, algum exemplar por R$ 200,00, R$ 400,00 ou até R$ 900,00 (Sim, juro que vi esse preço numa loja!) e depois torcer para que o livro não seja relançado com um layout de luxo e preço acessível, poucos meses depois de sua compra desesperada. Se eu fosse premiado com essa ironia do Sr. Destino, acho que não agüentaria o baque.
O meu primeiro e único contato com “Os Estranhos” foi através de uma fita VHS lançada em 1993. Naquela época estava no início da minha era balzaquiana e tinha o habito de assistir com frequência as saudosas fitonas de vídeo. Lembro-me até hoje, o filme baseado na obra literária de King se chamava “Tommyknockers – Tranquem Suas Portas” (título que recebeu ao ser lançado no Brasil pela Warner Home Video). A versão lançada por aqui foi editada em forma de filme, já que originalmente “Os Estranhos” ou
“Tommyknockers” foi uma minissérie de 181 minutos produzida para a TV norte-americana.
O livro, à exemplo de "O Apanhador de Sonhos” e “Sob a Redoma”, é mais uma história do autor com toques alienígenas. A pacata cidadezinha de Haven se vê abalada por estranhos acontecimentos, crianças desaparecem, bonecas ganham vida e um rastro de morte se espalha. Tudo isso começa a acontecer logo após uma nave alienígena ter caído numa floresta perto da cidade.
05 – Eclipse Total (1995)
Curiosamente, apesar de ter localizado apenas um livro em todas as livrarias virtuais que visitei, “Eclipse Total” foi o exemplar mais barato de Stephen King que vi. Quero dizer, se comparado às suas obras consideradas raras. O único título que encontrei foi no portal da Estante Virtual que reúne 2.400 livreiros ativos em todo o País. Apesar de caro – R$ 160,00 – nem chega perto dos valores de outras obras do autor publicadas nesse post.
Em “Eclipse Total”, King se afasta do terror que caracteriza a maioria de seus enredos, para contar uma história de amor, ódio e crime numa cidadezinha do Maine.
Apesar de ter recebido boas críticas e também ter sido adaptado para o cinema em 1995 - com atrizes de peso, pelo menos para aquela época, como Kathy Bates (a enfermeira lunática de “Louca Obsessão) e Jennifer Jason Leigh – o livro acabou caindo, posteriormente numa espécie de limbo, sendo esquecido pela maioria dos leitores. Nos últimos anos, acabou entrando para o rol das obras raras do escritor. Não me peça para explicar como isso aconteceu, porque eu não sei.
Sinceramente, entre todas as obras de King consideradas raras, não sinto muito tesão por “Eclipse Total”. Ok, Ok, Ok, agora só falta a Suma de Letras anunciá-lo como a sua próxima novidade. Repito o que já disse acima: “acho que não agüentaria o baque”.
Sei que muitos leitores podem, ao final desse post, estarem se perguntando: “E quanto a obra “Os Livros de Bachman”. Galera, infelizmente podem esquecê-lo. Após a proibição da publicação do conto “Fúria”, pelo próprio King, tornou-se praticamente impossível a reedição dessa verdadeira agulha no palheiro. Entonce...
Espero que tenham gostado do post.

Fui!

07 fevereiro 2018

Damien – Profecia II

Vocês se lembram o que eu escrevi logo no início da resenha de “A Profecia” de David Seltzer? Vamos recapitular. Eu disse: “existem novelizações e cópias de roteiros; as primeiras, com muuuiito sacrifício e uma tremenda força de vontade ainda conseguimos lê-las, mas quanto as segundas...” Literalmente foi isso que escrevi. Se o livro de Seltzer pode ser considerado uma novelização, o mesmo não podemos dizer das duas obras posteriores – “Damien: Profecia II” e “A Profecia: Conflito Final” – que são meros copiões de roteiros, excetuando o final do ultimo livro, o qual abordarei num post oportuno; agora vamos falar de “Damien: Profecia II”.
Se você não assistiu ao filme ou se o assistiu há muitas décadas, pode até gostar do livro, pois não posso negar que o autor Joseph Howard – que na minha opinião não é escritor, mas qualquer um dos roteiristas da produção cinematográfica que inventou um pseudônimo – sabe escrever. Os diálogos são bem estruturados, a linha narrativa segue uma coerência, os momentos de suspense prendem a atenção, mas num belo dia, você resolve assistir ao filme e então acaba levando um baita susto. “Pera aí! Isto que eu estou assistindo é a mesma coisa que eu li!!” O susto tem todo o sentido porque Howard simplesmente fez um resumo do roteiro do filme e ‘colou’ nas páginas de um livro. Pronto, tá escrito  “Damien: A Profecia II”. Ahahaha! Nunca foi tão fácil escrever um livro como esse!
Para você ter uma idéia do que estou expondo, basta assistir ao filme e depois, na sequencia, ler o livro; até mesmo alguns diálogos dos personagens da obra literária são idênticos aos seus homônimos das telas. Nem mesmo a cor das  roupas diferenciam. Bem, para fazer justiça, vale lembrar que o autor fez uma pequena modificação: a personagem Joan Hart no livro é uma repórter fotográfica, enquanto a sua sósia no cinema é uma arqueóloga, mas só. O destino das duas é semelhante. Ah! Suas atitudes e diálogos também.
Como já tinha assistido “A Profecia II” , recentemente em DVD, disse: “Caraca! Que decepção!” Se não tivesse visto, poderia até ter gostado do livro, pelo menos um pouco.
Por isso, o conselho que dou para você que decidiu ler o livro é o de que não assista ao filme em hipótese nenhuma, pois a decepção será grande. Leiam o livro primeiro.
“Damien, A Profecia II” conta a história de  Damien Thorn sete anos depois dos eventos de “A Profecia”. Agora ele tem 13 anos e mora com seu tio Richard Thorn, sua tia Ann e seu primo Mark. A medida que Damien descobre seus poderes e como usá-los, poderosos protetores, os discípulos do mal, cuidam do garoto. Seu tio começa a gradualmente desconfiar de Damien, mas sua tia recusa-se terminantemente a acreditar nos alertas e protege Damien como se ele fosse seu próprio filho. Mas há outros que conhecem a verdadeira natureza de Damien o que acaba provocando um combate entre as forças do bem e do mal.
Belê?
Então tai, a decisão é sua: leiam o livro ou assistam ao filme. Não perca tempo fazendo as duas coisas.

Inté!

04 fevereiro 2018

“A Incendiária” – 4º volume da Biblioteca Stephen King – não empolga. Livro chega em abril


Lançamento da Biblioteca Stephen King

Olha, me perdoe a sinceridade, não me empolguei nem um pouco com o anúncio do quarto volume da coleção ‘Biblioteca Stephen King’ feito pelo selo Suma de Letras. Disse isso para um amigo, leitor fiel de Stephen King, que só faltou me excomungar, caso ele fosse padre. – Como você fala uma ojeriza dessas Jam se nem leu a história! – disse ele, enquanto eu tentava argumentar – Calma... tudo bem que eu não li o livro, mas tenho uma noção do enredo e além do mais, a obra não é tão rara assim. – Então veio a explosão atômica quando o meu amigo ‘surtou’ – PQP!! Não quero ouvir mais nada! Chega! Entendeu? Chega! Essa é boa, a obra não é rara!.
Com certeza, esse post provocará reação semelhante em muitos leitores do blog, mas o que posso fazer? Esta é a minha opinião e não vou mudá-la.
Bem galera, vamos ao primeiro ponto e o principal: “A Incendiária” - à exemplo de “O Iluminado”, na época de seu relançamento - não pode ser considerada uma obra rara de SK porque o leitor ainda consegue encontrá-la nos sebos à preços razoáveis. No Portal Estante Virtual, por exemplo, temos exemplares que custam de R$ 42,00, R$ 55,00, R$ 60,00 e por aí afora. Convenhamos que tais preços não estão no patamar de “obras raras” que chegam a custar até quatro vezes mais, como pude constatar ao visitar alguns sebos virtuais e localizar “Os Livros de Bachman”, “Depois da Meia-Noite”  e “A Metade Negra”  à assustadores R$ 799,99, R$  600,00 e R$ 190,00, respectivamente. Quanto ao “O Iluminado” – que diga-se, li e adorei – no mesmo dia que a Suma de Letras confirmou o seu relançamento, ainda podíamos encontrar edições antigas e até mesmo recentes à preços mais do que convidativos. Para se ter  uma idéia, na época em que a história saiu em edição capa dura pela“Biblioteca Stephen King”, as livrarias de todo o País ainda anunciavam a venda de “O Iluminado”, edição brochura de 2012, da mesma Suma de Letras.
Por isso, na minha opinião, a editora está fugindo da proposta inicial quando resolveu
Edição facilmente encontrada nos sebos
colocar novamente no mercado obras raras de King, mas com um novo layout, além de traduções atualizadas. Tudo bem que o início do projeto chegou a empolgar quando a Suma relançou “Cujo” e “A Hora doLobisomem” que, de fato, estavam esgotados em todo o País. Só que na sequencia, a ‘coisa’ desgringolou com “O Iluminado” e,  agora, “A Incendiária”.
Foi isto que tentei explicar para o meu amigo, mas ele não deixou. Não estou aqui para criticar a história de “O Iluminado” que é fantástica (ver aqui) – quanto ao enredo de “A Incendiária, confesso que estou com um pé atrás -   mas para discordar da ‘fugida’ de rumo da Suma de Letras no que diz respeito ao relançamento de obras raras de King.
Quando “A Biblioteca Stephen King” foi anunciada, acho que cheguei até plantar bananeiras de alegria. Pensei comigo, caraca, a partir de agora terei acesso à obras esgotadas e que estavam  com preços superfaturados por alguns livreiros e sebos, loucos para enfiarem a faca nos bolsos sofridos dos leitores, mas a alegria durou pouco, apenas dois livros.
Bem, com relação “A Incendiária”, como já disse acima,  estou com ‘um pé atrás’ porque assisti ao filme “Chamas da Vingança” (1984) com Drew Barrymore, baseado na obra literária, e odiei, se bem que para analisar os livros de King não podemos tomar por parâmetros os filmes baseados nesses  mesmos livros. Outro detalhe diz respeito às críticas nada favoráveis ao enredo  que li em blogs e sites. Neste caso, também é relativo porque já li alguns livros que foram crivados por críticas e no final, adorei a história. Mas... até você ler o tal livro para formar a sua opinião, o pezinho sempre fica atrás; ou será que você não dá crédito há um grande número de críticas negativas para um determinado livro? Bem, no meu caso, pelo menos, desconfio.
Cena do filme "Chamas da Vingança" (1984) com Drew Barrymore
Taí, estas são as minhas ressalvas com relação ao 4º volume da “Biblioteca Stephen King” que a Suma de Letras pretende relançar no dia 11 de abril em terras tupiniquins. Mesmo se vier a gostar do livro, contrariando as criticas ruins, a minha opinião com relação a descaracterização de um projeto por parte da Suma continuará a mesma. Em outras palavras: um projeto que promete relançar obras raras/esgotadas e coloca no mercado obras que ainda podem ser facilmente encontradas em sebos ou livrarias.
Concluindo o post, vamos com a sinopse resumida de “A Incendiária”, de acordo com o release fornecida pela editora: “Uma criança com o poder mais extraordinário e incontrolável de todos os tempos. Um poder capaz de destruir o mundo. Após anos esgotado no Brasil, A incendiária volta às livrarias como parte da Biblioteca Stephen King, coleção de clássicos do mestre do terror em edição especial com capa dura e conteúdo extra. No livro, Andy e Vicky eram apenas universitários precisando de uma grana extra quando se voluntariaram para um experimento científico comandado por uma organização governamental clandestina conhecida como "a Oficina". As consequências foram o surgimento de estranhos poderes psíquicos ¿ que tomaram efeitos ainda mais perigosos quando os dois se apaixonaram e tiveram uma filha.
Desde pequena, Charlie demonstra ter herdado um poder absoluto e incontrolável. Pirocinética, a garota é capaz de criar fogo com a mente. Agora o governo está à caça da garotinha, tentando capturá-la e utilizar seu poder como arma militar. Impotentes e cada vez mais acuados, pai e filha percorrem o país em uma fuga desesperada, e percebem que o poder de Charlie pode ser sua única chance de escapar.”
Inté!

02 fevereiro 2018

“O Destino do Poseidon”; saudades do livro e do filme de 1972


Edição de bolso de "O Destino do Poseidon"

Hoje, vocês encontram a edição de bolso de “O Destino do Poseidon” a preços módicos nos sebos, mas na época em que consegui o meu exemplar... Caraca! Foi muito difícil.  E ‘bota’ difícil nisso. Mantive contato com vários livreiros até que encontrasse a ‘cereja do bolo’ que tivesse a obra. Lembro que na época o Orkut estava bombando na net  - esqueça as outras redes sociais, só dava Orkut (rs) - e o tal livreiro que salvou a minha pele foi localizado após inúmeros contatos através do ‘finado’ Orkut.
Sou eternamente grato ao Alberto (não esqueci o nome do livreiro, apesar de vários anos)  porque acho que não conseguiria esperar até hoje para ler a obra de Paul Gallico: ou morreria de ansiedade ou a magia de ter contato com a história acabaria se perdendo – acontece muito disso comigo: tenho que ler uma história no momento em que estou com tesão, depois... a magia acaba se perdendo.
Putz, eu começo a reviver a minha caçada ao “O Destino do Poseidon” e as lembranças vão retornando aos poucos...  Ainda me lembro que havia acabado de  assistir ao filme de 1972, com Gene Hackmen no papel do impagável Reverendo Scott, e após a película (época das saudosas fitas VHS, já perto de sua fase final) acabei descobrindo que a produção cinematográfica havia sido baseada num livro. E lá vai eu pesquisar.Ah! Antes que me esqueça: esqueça o remake de 2006. Terrível.
Filme produzido em 1972 adaptado do livro
Descobri que o livro havia sido escrito por Paul Gallico. Depois disso, comecei a minha maratona à procura da obra, foi quando o tal livreiro me salvou a pele ou a alma, sei lá, tanto faz (rs). Fiz o depósito do valor combinado em sua conta e depois de alguns dias ele me enviou o livro pelos Correios.
O livro teve outra adaptação cinematográfica em 2006
“O Destino do Poseidon” foi publicado originalmente em 1969, dois anos depois viria o filme de grande sucesso mundial. A história idealizada por Gallico sobre uma catástrofe em alto mar consegue prender o leitor da primeira a última página. O S.S. Poseidon, um antigo e gigantesco transatlântico convertido em navio de cruzeiro, transportando mais de 500 passageiros numa viagem de réveillon, é atingido por uma gigantesca onda que acaba virando o navio de cabeça para baixo. 
Paul Gallico
No meio dessa tragédia temos dois grupos de sobreviventes: um composto por pessoas conformadas que preferem aguardar o salvamento no meio dos destroços e outro grupo formado por aventureiros que decidem encarar uma viagem cheia de perigos até o casco do navio que se encontra na superfície. O livro é sobre esses aventureiros. Suas vitórias, derrotas, tristezas, alegrias, desentendimentos, traições, provas de amizade e coragem, durante essa jornada suicida.
Tudo bem que eu já havia escrito um post do livro em 2011 (ver aqui), mas hoje pela manhã me bateu  aquele insight sobre a obra de Gallico e não resisti à vontade de compartilhar a história com vocês.
Espero que tenham gostado.
Eu e as minhas reminiscências.

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