29 abril 2017
Reversos da Vida
Quando eu estudava em Bauru, tinha um locutor de
rádio naquela cidade com uma voz aveludada que fazia muito sucesso. Um amigo
meu sempre dizia que a voz do tal locutor tinha o poder de hipnotizar quem
estivesse por perto. – “Deus me livre! O cara te seduz com essa voz! Tô fora!”.
– Eu me divertia muito com o Luiz que vivia chamando o comunicador de ‘Ravengar
Apaixonado’. Pois é galera, a literatura de folhetim é muito parecida com esse
locutor de voz macia que hipnotiza quem o ouve ou nesse caso do folhetim, quem
o lê.
Não importa que a estrutura do enredo folhetinesco seja
sempre a mesma - história impreterivelmente de amor no estilo: moço e a moça se
encontram com sinceridade. O encontro e o relacionamento do casal não podem ser
escandalosos. Eles sofrem horrores com maquinações de familiares que não
aceitam o romance, de amigas invejosas que cobiçam o bom partido, de cartas
caluniosas, de acidentes inesperados; enfim todo tipo de contratempos. Mas... o
final sempre é feliz –, ela tem o poder de prender a atenção do leitor. Que o
digam as revistas Sabrina, Julia, Bianca e outras, cujo sucesso durou décadas.
Por ser raro encontrar, atualmente, romances no
estilo folhetim nas livrarias, principalmente lançados por autores brasileiros,
“Reversos da Vida” da escritora baiana
Terezinha Teixeira dos Santos acabou despertando o meu interesse. Confesso que
a minha curiosidade ficou ainda mais aguçada por nunca ter lido – pelo menos
que eu me lembre – uma obra com essas características, excetuando algumas
revistas Sabrinas e fotonovelas que arrisquei na minha infância.
Por isso, solicitei à Scortecci Editora que, se
possível, me enviasse o livro para resenhá-lo. Outro fator que pesou na balança
foi o pequeno numero de páginas da obra, apenas 118 e em letras graúdas. Como
estou encarando as 560 páginas de “O Legado Bourne” de Eric Van Lutsbader,
queria algo, digamos... menor. E foi assim que “Reversos da Vida” caiu em
minhas mãos.
Foi uma leitura do tipo ‘vapt-vupt’. Não só pelas poucas
páginas da obra, mas principalmente pelo enredo que prende a atenção até o
final. Não me pergunte como uma narrativa simples e com poucos personagens consegue
prender o leitor. Sei lá, acho que essas características peculiares dos
romances de folhetim são inexplicáveis.
“Reversos da Vida” é uma história de amor à moda
antiga, com drama, suspense, sofrimentos, reviravoltas e uma intensa trama de
amor. Uma homenagem da autora aos romances-folhetins que conquistaram gerações
nos séculos XIX e XX. O livro narra a história de Pollyane e Marcelo, separados
após um trágico acidente e que terão o amor colocados a prova.
O romance lembra um pouco ‘Romeu e Julieta’, já que
um dos motivos que impede Pollyane e Marcelo de ficarem juntos é uma velha rixa
familiar. Apesar dos pais – principalmente os de Marcelo - serem contra o
relacionamento do casal, chegando ao ponto de armar situações ardilosas para
separá-los, os dois não desistem diante das adversidades. Bem... até que uma
situação inesperada acaba colocando o amor do casal à prova.
Terezinha Santos segue a risca as características
dos folhetins de décadas passadas no que se refere aos costumes e linguagem dos
personagens. Ela foi muito feliz nessa recriação de época.
Enfim, uma típica novela passional romântica do
século XIX recheada de amor, separação, dor e reencontro.
Acho que a galera romântica irá gostar,
principalmente se forem fãs das Sabrinas, Julias, Biancas e Cia.
Inté!
Detalhes
da obra
Editora:
Scortecci Editora
Autora:
Terezinha Teixeira Santos
Gênero: Ficção (Romance Folhetim)
Formato: 14 x 21 cm
Páginas: 124
Edição:1ª edição
Gênero: Ficção (Romance Folhetim)
Formato: 14 x 21 cm
Páginas: 124
Edição:1ª edição
Ano:
2017
Preço
sugerido: R$ 25,00
Onde
encontrar: Livraria Asabeca
25 abril 2017
‘O Portador do Fogo’, 10º volume das Crônicas Saxônicas, será lançado no começo de maio. Livro já está em pré-venda
Man! Eu não caibo de alegria, de emoção e mais isso
e aquilo. O meu coração tá em ponto de ebulição. O motivo? Ok, eu digo: o
lançamento do 10º volume das ‘Crônicas Saxônicas’ de Bernard Cornwell. Cara,
para entender o que eu estou sentindo só mesmo aqueles que leram os nove livros
da saga publicados até agora. Esqueça o Uhtred bonito e certinho da série Last
Kingdom que estreou o ano passado no canal History. O personagem da TV nem se compara
ao do livro. Aliás, fazer tal comparação
é uma covardia e das grandes. O Uhtred das páginas é um guerreiro letal no uso
de sua espada, mas ao mesmo tempo divertido porque usa e abusa dos xingamentos
para se referir aos seus rivais, notadamente quando eles se enfrentam cara a
cara numa batalha.
Este Uhtred, o original, é incapaz de ser
transportado para as telas por qualquer ator. Só mesmo quem leu todos os livros
das ‘Crônicas Saxônicas’ para entender o que estou falando escrevendo. E
agora, os fãs da saga que vendeu mais de 300 mil exemplares somente no Brasil, já
podem comemorar porque no dia 02 de maio chega nas livrarias físicas e virtuais
de todo o País, o 10º livro da série intitulado ‘O Portador do Fogo’.
De acordo com a sinopse fornecida pela editora
Record, no novo livro, a Britânia enfim encontra um momento de paz. Sigtryggr,
senhor da Nortúmbria, e a rainha Æthelflaed, senhora da Mércia, chegaram a um
acordo e decretaram uma trégua, com o apoio do maior guerreiro da época, Uhtred
de Bebbanburg. Uhtred vê então a chance de recuperar suas terras, tomadas por
seu tio tantos anos - e agora mantidas por seu ardiloso primo. Mas os inimigos
que Uhtred fez depois de tantos anos em guerra e os juramentos que prestou,
além de uma rede intrigas, o desviam temporariamente do sonho de recuperar Bebbanburg.
E isso abre espaço para o surgimento de um novo inimigo, o temível Constantin
da Escócia, que aproveita o clima de incertezas para comandar seu exército para
o sul e conquistar terras da Nortúmbria. Porém, Uhtred está determinado, e
nada, nem novos nem antigos inimigos, será capaz de mantê-lo afastado de seu
direito de nascimento.
Após algumas madrugadas zapenando nas redes sociais
e na internet de um modo geral, descobri que Cornwell optou pela morte de um
personagem importante na trama. Caraca, quem será?! Æthelflaed? Sigtryggr?
Æthelstan? Stiorra? Quem? Só mesmo aguardando a chegada de 02 de maio para
saber.
Os fãs mais afoitos da série – aqueles como eu – que
quiserem garantir o seu livro, já podem reservá-lo. ‘O Portador do Fogo’ entrou
em pré-venda nas livrarias virtuais.
Melhor garantir do que esperar, concordam?
Inté!
22 abril 2017
“202 Perfumes Para Provar Antes de Morrer – Edição Masculina” ensina os segredos na hora de escolher a fragrância ideal
A escolha errada de um perfume pode provocar
situações constrangedoras. Verdade! Você pode achar que o aroma é divinamente
fantástico para aquela ocasião, mas na realidade... não é. Pelo contrário: o
efeito é devastador para quem está perto de você.
Um amigo que trabalha em uma perfumaria num
shopping, me disse há algum tempo, que não basta escolher um aroma, passar no
corpo e sair por aí. Saber escolher o perfume certo é uma arte. Este meu amigo perfumista costuma dizer que
uma fragrância não perfuma apenas a pele, mas a alma. Por isso, temos de
escolher fragrâncias que combinem com a nossa personalidade. Ele lembra ainda
que para cada ocasião existe uma fragrância ideal. Por exemplo, é constrangedor
uma pessoa ir trabalhar durante o dia usando um perfume típico para eventos
sociais noturnos ou pior: passar, à la vontê, nas axilas uma fragrância que
deve apenas ser respingada atrás das orelhas ou no pescoço.
Não fazia idéia, mas na realidade, a perfumaria é
uma arte. Talvez, por isso, o livro “202 Perfumes Para Provar Antes de Morrer –
Edição Masculina” do autor Daniel Barros, lançado pela Scortecci Editora em
2014 tenha batido recordes de vendas. Cara, o livro vendeu muito, mas muito, de
fato. Vendeu tanto que a editora decidiu
publicar uma 2ª edição da obra neste ano, lembrando que existe também
uma edição feminina do livro chamado “303 Perfumes Para Provar Antes de Morrer”
que foi publicado em 2015.
O livro de Barros foi um ‘achado’ para os amantes da
perfumaria já que eles tem
recursos muito limitados se quiserem ler assuntos
relacionados à sua ‘paixão’. O autor presta uma verdadeira consultoria para aqueles
leitores que ficam confusos na hora de escolher um perfume.
Daniel Barros, autor do livro |
O argumento principal utilizado por
Daniel Barros tanto a edição masculina quanto a feminina do livro - é explorar
os mais importantes perfumes dentro de cada família olfativa. Todos os perfumes
são bem conhecidos do autor, que os descreve e os aconselha para seus públicos
específicos. É um guia prático e fácil de consultar, assim como fácil de
entender.
Em “202 Perfumes Para Provar Antes de Morrer –
Edição Masculina” Daniel Barros mostra de
maneira didática as diversas possibilidades do mundo da perfumaria masculina. A
proposta é fazer com que o leitor encurte o caminho para escolher o seu perfume
(ou estilo) ideal, assim como também ampliar seu horizonte olfativo e aprender
a se conhecer melhor por meio de fragrâncias.
Todas as resenhas sobre perfumes
que constam na obra têm como base testes pessoais feitos com fragrâncias que
pertencem à coleção do autor. Ele escolheu falar daquelas que gosta e deixar de
fora as consideradas ruins. Ele escreve ainda sobre a origem do perfume, os
gostos dos brasileiros, a atividade de perfumista, os métodos de extração, a
memória olfativa, a linguagem do perfume, conselhos de aplicação entre outros
temas.
Daniel
Barros é proprietário da Ego In Vitro (www.egoinvitro.com.br),
consultoria para ajudar pessoas a encontrar perfumes de acordo com o seu estilo
e personalidade. Para isso desenvolveu uma metodologia comprovada de
experimentação de amostras dentre as mais de 1.200 fragrâncias de seu acervo.
A
2ª edição de “202 Perfumes Para Provar Antes de
Morrer” relançada pela Scortecci pode ser encontrado na livraria Asabeça (http://migre.me/wu8yF).
Agora só resta deseja uma boa leitura para os amantes
de um bom perfume.
Classificação
Gênero:
Artes / Perfumes
Subgênero:
Moda e Design
Formato:
Brochura
Informações
Básicas
Autor:
Daniel Barros
Editora:
Scortecci Editora
Edição:
2ª
Ano:
2017
Páginas:
124
18 abril 2017
“Hebe: A Biografia” já está em pré-venda. Lançamento do livro está previsto para a primeira semana de maio
Galera, desculpe-me por estar ‘meio’ down hoje. A
derrubada de ânimo aconteceu por causa de uma descoberta que chegou tarde
demais. Caraca, se ‘ela’ tivesse chegado antes! A tal descoberta que me refiro é
o número do chassi de meu carro que oxidou e com isso, precisou ser remarcado
pelo Detran. Meu!!! O que eu e Lulu investimos nesse carro!! Suspensão,
amortecedores, layout, pneus e mais isso e aquilo. Que carraço cara! E de
repente... A FDP da ferrugem, algo mínimo do mínimo, acaba comendo, justamente,
dois ou três números do chassi. Resultado: remarcação, na lata. E de carona com
a remarcação do chassi, veio a desvalorização do carro. E bota desvalorização
nisso man!!
Hoje, na concessionária, no instante que o dono revelou
o valor do meu carro, quase tive um treco. Entrei em deprê. Se não fosse Lulu
para me animar – não sem antes, também, ter explodido e mandado tudo para a PQP
– não sei o que seria de mim.
Quando ela me viu, soltou o verbo: - “Não me
apaixonei por nenhum coveiro da Família Adams! Por isso, troque logo essa cara
meu amigo!” - E depois concluiu: - “Veja
o exemplo da Hebe que não abandonou nem mesmo durante a sua grave doença aquele
sorriso do tipo ‘ ai que gracinha!!’
- “Ué! Pêra aí Lulu. Você estava ao lado dela para
saber isso???!! – “Não importa, pode trocar essa cara por outra menos feia”. – “Ok,
garota, menos feia né? Quer dizer que o meu normal já é o feio. Valeu pelo
apoio, girl”.
Bem, trocamos algumas risadas e o meu lado down
foi-se embora. Ao chegar em casa, o exemplo de Hebe não me saía da cabeça,
afinal, ela foi uma das responsáveis pelo reerguimento de meu astral. Comecei a
zapear nas redes sociais e acabei descobrindo que no dia 06 de maio próximo
será lançada uma biografia sobre a saudosa artista. Olha, juro que me
interessou. Por isso, resolvi escrever esse post para avisar os fã da Hebe
sobre a chegada, em breve, de seu livro.
A biografia da Hebe foi escrita pelo jornalista
Artur Xexéo e desembarcará nas livrarias pelo selo da BestSeller que faz parte
da editora Record, em parceria com a Hebe Forver, empresa que preserva o legado
da apresentadora.
O livro vai contar a trajetória desse ícone da nossa
cultura pop que começou como cantora de rádio, prestigiou a primeira
transmissão ao vivo da televisão brasileira, em 1950, e se estabeleceu como
apresentadora, recebendo diversas personalidades em seus programas de
entrevistas, que primavam pela informalidade ao serem realizadas em um
confortável sofá.
Xexéu deverá trazer inúmeras curiosidades sobre a
vida de Hebe que apresentou o primeiro programa feminino da televisão
brasileira: “O Mundo é das Mulheres”. Também deverão estar presentes nas
páginas, detalhes não só dos bastidores de sua vida profissional como também
particular, entre as quais o seu casamento com o empresário Décio Capuano em
julho de 1964, considerado uma das cerimônias mais bonitas que a cidade de São
Paulo já viu. Após a união, a artista tomou uma decisão radical. Decidiu
abandonar a carreira.
Enquanto era
pressionada para voltar à TV, a apresentadora realizou o sonho de ser mãe. Em
setembro de 1965, nasceu Marcello, seu único filho.
Quando voltou à
carreira artística, Hebe passou a comandar um programa na Rádio Excelsior
direto de sua casa. Depois, estreou uma atração no Canal 7, TV Record: o
“Programa Hebe” que contou com a presença de Roberto Carlos na estréia e
chegava a alcançar 70% de audiência, um verdadeiro fenômeno na época. Foi a
partir daí que o sofá se tornou uma das marcas registradas da comunicadora e um
dos maiores símbolos da televisão brasileira.
Hebe Camargo faleceu 29 de setembro de 2012, de
falência dos órgãos. Sua saúde estava fragilizada desde 2008, quando ela foi
diagnosticada com câncer no peritônio, membrana que reveste a cavidade
abdominal.
Agora só resta aos fãs aguardar a chegada de 06 de
maio para conferir a biografia da “Rainha da TV Brasileira”. Para os fãs mais
arodrosos que quiserem garantir o seu exemplar, a boa notícia é a de que “Hebe:
A Biografia” já está em pré-venda na principais livrarias virtuais.
Inté !
15 abril 2017
10 livros de terror assustadores que irão tirar o seu sono
Durante a minha vida de leitor, encarei verdadeiros
trucões; daqueles que deixam qualquer pessoa com um baita complexo de ler
livros de terror durante a noite, sozinho ou acompanhado, não importa. Sabe aquela
história que tem o poder de lhe incomodar? Aquela história que provoca um
calafrio que começa na nuca e termina na ponta da espinha? Pois é, é desse
trucão violento que estou me referindo.
Alguns deles como ‘O Exorcista’ precisaram de uma
dose extra de coragem que só encontrei há poucos anos atrás. Outros trucões, inadvertidamente,
acreditei serem moleza, um terrorzinho água com açúcar, mas me estrepei.
No post de hoje resolvi prestar uma homenagem para
essas obras terrificantes que me assombraram durante várias noites, mas por
outro lado, me proporcionaram leituras emocionantes. Vamos á elas! Ah!!! Antes
que me esqueça, alguns de vocês poderão achar que o menino ‘aki’ ficou gagá e
começou a repetir posts. Entonce deixe-me explicar: o post que vocês estão lendo
agora é diferente desse aqui, onde selecionei 10 ‘histórias’ de terror e não 10
livros. A galera pode perceber que no post que escrevi em 2015, fazem parte
vários contos de terror. Por isso, agora optei por deixar os contos de lado e
focar apenas nos livros.
Bem, dada a devida explicação, novamente vamos a
eles!
01
– O Exorcista (William Peter Blatty)
Sempre adiei a leitura de “O Exorcista”, de William
Peter Blatty. Demorei para comprar o livro e também demorei para lê-lo. Recordo
que nos meus dias de estudante secundarista, quando era um verdadeiro rato de
bibliotecas, cheguei a sacar o livro (uma edição de bolso em folha de papel
jornal) da estante, mas ao ler as primeiras páginas acabei desistindo. Cara,
muito medo. Na época que assisti ao filme, ainda usava calças curtas e juro que
fiquei muito impressionado. Aquela virada de pescoço de 360 graus da Regan
possuída e também a sua descida de escada como se fosse uma aranha, haviam
gelado o meu sangue. Por isso meu amigo, encarar a obra de Blatty foi barra.
Quando soube que “O Exorcista” teria sido baseado
nos registros de um caso real, realizado em Mount Rainier, no estado de
Maryland,então... piorou! Aí é que a coragem para ler o livro ‘travou’ de vez.
Mas cheguei a conclusão que tinha de vencer os meus receios e assim, exorcizei todos
os medos quetinha da obra e mandei ver.
Costumo dizer que o livro de Blatty é o ‘Monte
Everest’ do gênero terror. Insuperável.
02
- A Coisa (Stephen King)
O livro de Stephen King é claustrofóbico, angustiante,
tenso e mete medo pra caramba. Enfim, tudo o que uma obra de terror que se
preze deve ter. O palhaço Pennywise é assustador. De todos os vilões da
literatura de terror, confesso que ele foi aquele que mais me assustou. Ele é a
própria essência do mal sob a aparência maligna de um palhaço. Aliás, um
palhaço medonho, um verdadeiro monstro.
Logo em seu início, “A Coisa” já provoca calafrios
no leitor. Ao receber um telefonema de Mike Hanlon, avisando que, após tantos
anos, Pennywise voltou a assombrar a cidade de Derry, o seu amigo Stanley não
suporta o medo e decide se matar. Antes de cometer o suicídio dentro de uma
banheira, Stan ainda consegue escrever na parede com o próprio sangue o nome da
criatura: IT, ou seja, A Coisa.
Na minha opinião, o melhor livro escrito pelo mestre
do terror Stephen King.
03
– Ultra Carnem (César Bravo)
Ultra Carnem é a sequência do eBook “Além da Carne: Contos Insanos”,
de César Bravo. O eBook lançado na raça, ou seja, de maneira independente
vendeu como água no deserto e transformou-se num verdadeiro fenômeno literário.
A obra serviu para fixar o nome de Bravo como um dos expoentes do gênero terror
no Brasil, o que lhe valeu um convite da DarkSide para lançar o seu primeiro
livro ‘fisico’. Nascia assim, “Ultra Carnem”.
Podemos dizer que “Ultra Carnem” é uma trama com
quatro contos que fazem parte de uma mesma história, mas em contextos temporais
diferentes. Tudo gira em torno de Wladimir Lester, um dos personagens de “Ale´m
da Carne” e suas obras de arte amaldiçoadas.
Garanto que os leitores mais frios não conseguirão
controlar o medo ao se depararem com a maligna estátua da ‘Ciganinha’ e também
com o quadro amaldiçoado pintado por Lester. A obra é tão demoníaca que por
mais de dois séculos ficou com a sua tela coberta para que ninguém a visse.
Reza a lenda que qualquer curioso que resolvesse descobrir a tela que Lester
havia pintado, sofreria conseqüências terríveis em sua vida; não só ele, como
também os seus familiares. Em seu primeiro livro “físico” lançado pela
DarkSide, Bravo revela a origem desse quadro; como ele nasceu.
Man... o ‘negócio’ arrepia; mete medo mesmo!
04 – A Casa Infernal (Richard Matheson)
O vilão de “A Casa Infernal” é Emeric Belasco. Quem
é Emeric Belasco? Eu respondo: ele é um dos vilões mais assustadores e
perversos da literatura de terror.
Para entender toda a essência maligna de Belasco,
você deve esquecer o filme “A Casa da Noite Eterna” (1973) de John Hough e se
concentrar no livro. Não estou dizendo que o filme é ruim, pelo contrário, é
uma das melhores produções cinematográficas do gênero terror das últimas
décadas, mas acontece que no romance, Matheson descreve detalhadamente o vilão,
fazendo uma dissecação de toda a sua vida.
“A Casa Infernal”, foi escrita em 1971 e é
lição obrigatória para os fãs do gênero. O clima criado pelo autor é
angustiante e quando comecei a ler não conseguia parar.
A história gira em torno de uma mansão mal
assombrada pelo fantasma do terrível Emeric Belasco. Há 40 anos, ela se mantém
imponente, desfiando todos aqueles que tentam decifrar os seus segredos. Até o
dia em que um grupo de cientista e paranormais decidem entrar na casa para
investigar os seus fenômenos sobrenaturais. Entonce... preparem-se.
Em 2011 escrevi um post dando mais detalhes sobre o
livro de Matheson. Aqueles que se interessarem poderão acessar aqui.
05 – Ed e Lorraine Warren: Demonologistas (Gerald
Brittle)
O livro é tão impressionante que chega a se tornar
auto-sugestivo. Isto acontece porque Geral Brittle aborda o terror real; e
sabemos que há uma grande diferença das obras ficcionais do gênero para as
obras realistas.
Nos romances, você sabe que o enredo é fantasioso e
saiu da mente fértil de um romancista. Quanto a uma obra não ficcional, o
‘negócio’ muda de figura, já que a história contida nas páginas foi baseada em
fatos reais e, confesso, que os fatos documentados em “Ed e Lorraine Warren:Demonologistas” impressionam, até mesmo os mais céticos.
As 272 páginas do lançamento da DarkSide faz com que
o leitor repense todas aquelas brincadeiras bobas feitas no passado com grupos
de amigos que envolviam o sobrenatural e o preternatural. Os tabuleiros Ouija e
as brincadeiras do copo. Lembram-se? Ufa! Ainda bem que não tive essa
curiosidade.
O livro é praticamente uma entrevista com o famoso
casal de demonologistas Ed e Lorraine Warren, onde eles narram detalhes dos
seus casos mais famosos – entre os quais ‘Amityville’, ‘Família Perron’, ‘Caso
Beckford’, ‘Caso Foster’ e, claro, o da famosa boneca ‘Annabelle’ - entremeados
com orientações sobre os riscos de se envolver com o mundo metafísico; uma
brincadeira que pode custar bem caro.
Leitura assustadora.
06
– A Maldição do Cigano (Stephen King)
Olha o mestre do terror e suspense novamente aí!
“A Maldição do Cigano” ou “A Maldição”, é o mesmo livro, só muda o título.
Portanto, o enredo é o mesmo. O primeiro, trata-se do título original, lançado
pela Francisco Alves em 1989 e o segundo é a reedição da Suma de Letras que
entrou ‘bombando’ no mercado literário em 2012 e vendeu muuuito!
Confesso que “A Maldição do Cigano” não é o melhor do
autor – o livro se perde em muitas descrições desnecessárias, além de dar uma
importância exagerada ao drama de um dos personagens principais: o advogado Bill
Halleck – mas sabemos que King é sempre King, por isso, apesar de não ser uma obra
prima, o livro assusta e muito.
A história me causou uma sensação esquisita... uma
mistura de pânico, medo, insegurança, ansiedade. É difícil explicar; só sei que
a cada página virada essa sensação vai crescendo. Talvez, o responsável por tal
miscelânea de sentimentos ruins seja o feiticeiro cigano Taduz Lemke, com o seu
nariz carcomido, que lança uma maldição sobre Bill Halleck, após o advogado ter
atropelado, de forma imprudente, e matado uma velha cigana do clã de Lemke.
King conseguiu criar um personagem enigmático,
forte, cruel, vingativo e que não conhece o medo. O velhinho mandingueiro
inspira poder e... principalmente, calafrios
O final da história é inesperado. Daqueles de deixar
o leitor boquiaberto e impressionado. Brrrrrrrrrr!
Lembrando que “A Maldição do Cigano” foi adaptado
para os cinemas em 1996 por Tom Holland. Ah! Aqui vale uma curiosidade: se
lembram daquele filme “Arraste-me para o Inferno” (2009) de Sam Raimi? Pois é,
alguns cinéfilos acham que Raimi se inspirou no filme de Holland e no livro de
King.
07
– A Estrada da Noite (Joe Hill)
Pois é, filho de peixe, peixinho é. Depois de
falarmos do pai, só nos resta falarmos do filho. Joe Hill herdou o talento de
Stephen King para escrever histórias de terror. Prova disso é “A Estrada da Noite”
que tem um vilão tão casca grossa quanto Pennywise ou Taduz Lemke.
Craddock McDermontt, o velhinho do paletó
assombrado, desperta os medos mais primitivos dos leitores. Você se lembra
daquele ‘reverendo-fantasma’ do filme Poltergeist - com uma expressão macabra -
que atazana a vida da família daquela menina loirinha que, por sua vez, acaba
sendo ‘puxada’ para o além? Craddock é parecidíssimo com ele, mas um
pouco pior. Ele ‘arrepia’ na história. O fantasma só pensa em vingança e é
capaz de tudo para atingir os seus objetivos.
O espírito de Craddock parece estar em todos os
lugares, à espreita, balançando na mão cadavérica um pêndulo reluzente que é
uma verdadeira sentença de morte. Ele tem o poder de hipnotizar as
pessoas e fazer com que elas se envolvam em situações perigosas, colocando em
risco as suas vidas.
Veja mais sobre “A Estrada da Noite” acessando esse
post aqui onde dou mais informações sobra o enredo desenvolvido por Hill.
08
– A Corrente, Passe Adiante (Estevão Ribeiro)
O livro de Estevão Ribeiro fala de um hacker chamado
Roberto Morate que, ao repassar um e-mail que recebeu de uma garota
desconhecida, descobre que salvou a sua vida, mas por outro lado, condenou a
sua alma e de todos que receberam a corrente. Explicando melhor: numa belo dia,
Roberto que tem como profissão roubar senhas bancárias de incautos internautas,
recebe um e-mail misterioso de uma garota que diz ter morrido. Algo do tipo:
“passe esse e-mail para outras sete pessoas e você terá muita sorte. Nem pense
em mandar essa mensagem para lixeira. Se você apagá-la, em 48 horas eu irei
atrás de você, onde estiver...”
Ok, se coloque no lugar de Roberto, o que você
faria? Apagaria a mensagem? Tudo bem. Vamos supor que você excluísse a corrente
para a lixeira, e imediatamente, ouvisse o sinal de seu computador lhe avisando
da chegada de uma nova mensagem. Neste momento, você até já se esqueceu do
suposto “trote virtual”, então a nova mensagem chega ‘rasgando’: “Eu não lhe
avisei para não jogar a mensagem na lixeira!! Vou lhe dar uma nova chance de
viver. Repasse, agora, essa corrente para outras sete pessoas se não irei atrás
de você!! Vai querer contrariar a vontade de uma morta?”
Ehehehe.... Pergunto-lhe novamente: “O que faria?
Mandaria a mensagem, mais uma vez, para a lixeira ou a enviaria para os
endereços de sete amigos virtuais?”
Cara, esse foi o drama do Roberto. Mesmo pensando,
ainda, se tratar de algum trote; aquele friozinho na base de sua espinha, o
alertou que seria melhor ‘despachar’ a corrente. E foi o que fez.
É a partir desse ponto da história que a vilã Bruna
começa a aprontar na história, provocando um festival de calafrios nos
leitores. A personagem criada por Estevão Ribeiro é muito parecida com a Samara
de “O Chamado”; aquela menina que sai rastejando - como se fosse uma aranha -
de dentro de um televisor.
Preciso dizer mais?
09
– Horror em Amityville (Jay Anson)
Jay Anson escreveu um livro-reportagem sobre fatos
que chocaram e perturbaram pesquisadores, religiosos e autoridades, além de
diversas outras pessoas ao redor do mundo. Fatos assustadores que ocorreram
numa casa mal assombrada.
Publicado em 1977, “Horror em Amityville”,
tornou-se um grande sucesso editorial com mais de três milhões de cópias
vendidas: uma verdadeira febre. O livro também serviu de inspiração para várias
adaptações cinematográficas, embora nenhuma delas tenha conseguido transmitir a
sensação de aflição que alguns trechos do livro provocam. Cara, confesso que
fiquei impressionado com alguns capítulos. Caraca!
O autor conta a história, baseada em fatos reais, de
um casal com três filhos, que no dia 18 de dezembro de 1975 mudou-se para uma
bela e enorme casa situada na Avenida Ocean 112, em Amityville, Nova
Iorque, EUA. Vinte e oito dias depois eles fugiram aterrorizados, abandonando
praticamente todos os seus bens, alegando a existência de entidades malignas
assombrando a casa. Vale lembrar que um ano antes, na
mesma casa, havia acontecido um assassinato brutal. Um jovem chamado Ronald
DeFeo Jr. teria assassinado brutalmente, com uma espingarda, a sua família
(pai, mãe e quatro irmãos), enquanto dormiam. Sua explicação para a chacina é
que ele estava agindo conforme a orientação de uma voz misteriosa que ordenava
os assassinatos.
Leitura para tirar o sono... de medo.
10
– Canibais: Paixão e Morte na Rua do Arvoredo
"Canibais: Paixão e Morte na Rua do Arvoredo" do jornalista gaúcho David Coimbra, narra a
história real do açougueiro Ramos e de sua mulher, a sedutora Catarina Palsen. O
casal assassinou dezenas de pessoas na Porto Alegre do século XIX para fabricar
um tipo de linguiça – linguiça feita de carne humana. Ecaaaaa!! Acontece que
essa iguaria se tornou um verdadeiro sucesso na cidade, transformando os
habitantes porto-alegrenses em canibais!
O caso foi tão macabro, mas tão macabro que apesar
de ter ocorrido no século XIX, quando Porto Alegre ainda estava engatinhando –
contando com menos de 20 mil habitantes – nem mesmo a aura de tecnologia ultra
moderna do século 21 conseguiu apagar.
Consta que o açougueiro Ramos degolava,
esquartejava, descarnava, fatiava e guardava as vítimas em baús, moendo-as aos
poucos e transformando-as nas famosas linguiças, que eram vendidas em seu
açougue. A função de sua mulher Catarina era a de seduzir e distrair as vítimas
para que o seu marido pudesse matá-las, geralmente a marretadas.
Livro agonizante e perturbador.
Se você tiver os nervos fracos, melhor dispensá-lo,
caso contrário, devore-o.
Por hoje é só.
10 abril 2017
A Outra face
Cara, palavra que eu fico P. da vida com alguns
diretores que arrebentam um enredo literário de qualidade quando decidem
adaptá-lo para os cinemas. Já vi muitos livros serem estraçalhados por
roteiristas ou diretores incompetentes que tentaram transformá-los naquilo que
eles – e só eles, mais ninguém – entendem por filme.
‘A Outra Face’ de Sidney Sheldon é uma dessas obras
primas. Livraço, mas um l-i-v-r-a-ç-o, de fato! Então num ‘belo dia’, um
disgramado – para não dizer a variante mais popular desse adjetivo – chamado Bryan
Forbes se propõe a dirigir e adaptar o romance de Sheldon para as telonas. O
infeliz do diretor só não levou para o fundo do poço a carreira de Roger Moore,
protagonista da história, porque ela já estava consolidada como 007; caso
contrário...
Fiquei muito triste com essa situação, já que por culpa
de um diretor inapto metido a roteirista, uma história que daria um excelente
filme acabou sendo queimada. E quando um livro é estragado em Hollywood, dificilmente
‘ele’ tem uma nova chance.
‘A Outra Face’, lançado em 1970, foi o primeiro romance de
Sheldon e de cara já concorreu ao prêmio de “Melhor livro de estréia” no Edgar
Allan Poe Award de 1971. A obra foi muito elogiada pela crítica dando a Sheldon o status merecido
no mundo da literatura, abrindo-lhe as portas do sucesso.
O livro conta a história de um psicanalista famoso,
chamado Judd Stevens que, de repente, se vê envolvido numa intrincada
sucessão de assassinatos. A primeira vítima é John Hanson, um pai de família com tendências
homossexuais; a sua secretaria, Carol Roberts vem logo a seguir e depois vários de
seus pacientes. É então, que ele resolve investigar por conta própria essas
mortes. Li o livro e adorei: puro mistério, pura emoção.
Sheldon deixa, propositadamente, alguns fios soltos
ao final de cada capítulo, deixando o leitor completamente louco para saber o
que estará acontecendo nas páginas seguintes. Resultado: você acaba lendo o
livro em poucas horas. Enquanto devorava as páginas de ‘A Outra Face’ exclamei
várias vezes: - Caraca! Onde isso vai dar?!” A curiosidade me obrigou a
sacrificar algumas atividades no meu dia a dia, somente para que eu pudesse concluir
a leitura.
O meu conselho é que jamais assistam ao filme, mas
por outro lado, dêem um jeitinho de encontrar o livro em algum sebo párea devorá-lo.
Valerá muito à pena.
Inté!
06 abril 2017
Viagem ao Centro da Terra
Infelizmente, alguns leitores ao ficarem adultos
passam a menosprezar os livros infantojuvenis que outrora lhes proporcionaram
viagens inesquecíveis. – “Já foi a época em que eu lia livros de crianças”. –
Esta é a frase mais comum que ouvimos desse pessoal. Caraca, juro que fico decepcionado
com os leitores que se encaixam nessa categoria. Meu! Não dá pra ficar imune –
mesmo após ter atingido a maioridade – ao enredo original de os ‘Três
Mosqueteiros’ ou então de ‘Viagem ao Centro da Terra’! Basta você abrir esses
livros ou qualquer outro clássico infantojuvenil pra fazer uma viagem
inesquecível ao mundo mágico da literatura. Por isso, acho que as pessoas que
renegam os romances que leram em sua infância, estão apenas fazendo ‘tipo’. Na
realidade, elas devoram essas obras escondidas, bem longe dos olhares curiosos.
Não tem como você menosprezar – mesmo que seja de
mentirinha - a obra de Julio Verne: ‘Viagem ao Centro da Terra’. O livro é
divinamente fantástico. O tipo de leitura que empolga e por isso, pode ser lido
por pessoas de qualquer idade e nível cultural..
Esqueça os fundamentos científicos que passam longe
da obra – sabemos que a temperatura do núcleo da terra, localizado no seu
centro, é tão quente que chega a se equiparar a temperatura do sol, impossibilitando
a existência de qualquer criatura viva – e mergulhe de cabeça na aventura. Vale
à pena.
Verne tem uma maneira de escrever que convence o
leitor. Por isso, você acaba sendo seduzido a acreditar que o centro do nosso
planeta é completamente diferente do que é na realidade. Eu mesmo, enquanto lia
‘Viagem ao Centro da Terra’ acabei mandando as favas o lógico e fiquei na
dúvida se tudo aquilo que Verne narrava, de fato, não existia no núcleo terrestre.
Acreditem, seus argumentos te convencem, quero dizer... te enganam (rs).
No enredo, o professor Otto Lindenbrock, seu
sobrinho Axel e o guia Hans decidem descer a cratera de um vulcão inativo,
localizado na Islândia, com o objetivo de chegarem ao centro da Terra. O
professor alemão resolve fazer essa empreitada maluca após descobrir um
manuscrito do século XVI, escrito por um alquimista famoso em seu tempo que
afirma ter feito essa viagem.
A história é narrada em primeira pessoa pelo
sobrinho do professor Lindembrock e nem mesmo o início morno da obra serve para
desanimar o leitor, pelo contrário, serve como expectativa para a aventura que
virá nas páginas seguintes.
Eu li a edição lançada pela editora Ática e que faz
parte da coleção ‘Eu leio’. O livro traz uma introdução muito interessante onde
narra detalhes sobre a vida de Julio Verne e também de suas obras. Achei
fantástico porque me deu a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a vida
do autor, inclusive a sua infância.
Se tiverem a oportunidade, leiam; vocês não irão se
decepcionar.
02 abril 2017
O Adversário
Até agora tive sorte. Gostei dos livros – alguns mais
outros menos - dos autores nacionais, em início de carreira, que me enviaram as
suas publicações para serem avaliadas. Ainda bem. Digo ainda bem, porque é
constrangedor você receber um livro de cortesia e depois dizer em seu blog que
o tal livro é uma porcaria. Penso que ao agir dessa maneira, estou ajudando a
destruir os sonhos de escritores iniciantes que demoraram anos para serem
criados e consolidados: o sonho de uma história. E sabemos que um autor
considera uma história escrita por ele como um filho seu.
Mas prefiro ser honesto do que mentir para a pessoa
que me enviou o livro. Se eu gostar vou dizer que gostei e se não gostar, direi
que o material não me agradou. Acho que a honestidade é tudo para os blogueiros
literários, pois afinal de contas, trabalhamos com um universo formado por
milhares de leitores. Dessa forma, você não estaria mentindo para uma ou duas
pessoas, mas para muuuiiitas delas. Este é um dos motivos pelo qual não fico
muito propenso em aceitar propostas para opinar sobre os ‘primeiros livros
escritos’ de escritores – com todo o respeito – de ‘primeira viagem’. Mas, às
vezes, lá tô eu recebendo alguns e também lendo alguns. Vai entender.
Bem, há uma semana, Maurício Limeira me enviou ‘O
Adversário’, seu primeiro livro, para que eu lesse e resenhasse. Li rapidinho.
Acho que em três dias já tinha terminado as 219 páginas. E quando lemos uma
história em poucos dias é porque ela nos agradou; ao contrário daquelas em que
ficamos enroscados semanas e até meses.
Um dos motivos do enredo de ‘O Adversário’ prender a
atenção dos leitores é a composição de seus personagens principais. Discordo de
um comentário que li num blog, dizendo que esses personagens são superficiais e
que não foram bem desenvolvidos. Cara, penso ao contrário: eles foram muito bem
desenvolvidos. O autor usou um recurso literário muito inteligente de ir
revelando aos poucos, e não de repente, os detalhes dos personagens centrais.
Por exemplo, você fica sabendo detalhes sobre a vida do Zeca no decorrer da história. Com Casemiro também é
a mesma coisa. Não teria como Limeira revelar, logo de cara, os segredos da
infância do misterioso Casemiro sem quebrar toda a sua aura mística. Tão
mística que chega a lhe dar um ar sobrenatural no início do romance. O autor
desnuda o Casemiro sómente perto do final da trama, deixando-o “pelado” para que
o leitor possa, então, possa conhecer toda a origem do personagem.
Com relação a Natália, namorada de Zeca, o autor usa
o mesmo recurso e apesar de revelar pouca coisa sobre a sua vida, solta uma
bomba nos capítulos finais,onde ficamos sabendo que há muito tempo atrás ela e
o Zeca já haviam...
Eu considerei a elaboração dos personagens,
principalmente a de Casemiro, o ponto alto de ‘O Adversário’. De nada adianta o
autor dispor de um bom enredo, mas com personagens fracos.
Booktrailer de 'O Adversário'
‘O Adversário’ narra a história de um jornalista – o
nosso Zeca - que após presenciar a sua namorada ter sido brutalmente
assassinada por um grupo de jovens desordeiros, resolve contratar um assassino
de aluguel – o tal Casemiro - para se
vingar, ou seja, eliminar a gangue que matou a moça. Mas acontece que, de
repente, Zeca se vê perseguido por Casemiro. É evidente que não irei revelar o
motivo dessa mudança de rumo no enredo, pois acabaria estragando a surpresa
final. Casemiro é o próprio mal em pessoa. Tão diabólico em suas atitudes que o
seu nome acabou se tornando uma lenda no submundo do crime. Alguns acreditam que
ele exista, outros não, atribuindo o seu nome ao imaginário de algumas pessoas.
O enredo prende a atenção, principalmente, enquanto o
autor explora o ‘lance’ do terror psicológico. Prende mesmo. Em algumas partes,
a história lembra muito o recurso utilizado por Neil Burger no filme ‘O Ilusionista’
(2006) onde os fios desamarrados na trama acabam sendo explicados ‘quadro a
quadro’ no final.
Na minha opinião, a história perdeu, um pouco, o
interesse quando a vertente descamba para o sobrenatural e principalmente para
a materialização desse sobrenatural. Se tivesse ficado apenas no terror
psicológico, o livro seria fantástico. Mas tudo bem, essa mescla de ‘terrores’
não compromete o trabalho de Limeira que é muito bom, mas muito bom, mesmo!
Vale muito a leitura.
Detalhes da obra
Título: O Adversário
Autor: Maurício Limeira
Editora: Clube dos Autores
Páginas: 176
Lançamento: 2010
Onde comprar: Portal dos Livreiros, Saraiva e Estante Virtual
Autor: Maurício Limeira
Editora: Clube dos Autores
Páginas: 176
Lançamento: 2010
Onde comprar: Portal dos Livreiros, Saraiva e Estante Virtual
Sobre
o autor
Maurício Limeira é carioca, funcionário
público, formado em História, nasceu em 1969, mora em Laranjeiras. Desde a
adolescência vem escrevendo contos, crônicas, poemas e peças para teatro. Parte
desse material reuniu num fanzine de quadrinhos chamado Quadrante e,
mais tarde, no site que ele próprio editou em 2000, O Cisco Tonitruante (e
que encerrou quatro anos depois). Teve um artigo dos tempos de faculdade
publicado em 1998 no livro História e Imagem, organizado por Francisco
Carlos T. da Silva, e dois contos publicados na coluna de Claudio Willer na
revista Cult. Atualmente, participa do grupo Filmantes, com quem vem desde
2008 realizando vídeos de humor disponibilizados na internet. Em 2010, teve um
conto premiado no Concurso Literário do Servidor Público do Rio de Janeiro. O
Adversário é seu primeiro romance.
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