Slider

Últimos Artigos

16 setembro 2025

5 clássicos da literatura brasileira que foram relançados com um novo visual

Linguagem rebuscada ou muito erudita, palavras ou frases difíceis, além das muitas divagações. Tá bom... e você acredita que todos os leitores pensam assim dos romances que ficaram conhecidos por “clássicos da literatura brasileira”? Se pensa, pode começar a mudar as suas convicções porque esse gênero literário está em alta com as livrarias vendendo “horrores” e consequentemente, as editoras também investindo horrores nesta categoria. Prova disso são as edições luxuosas de livros de Machado de Assis, Graciliano Ramos, Mário de Andrade, entre outros, que estão sendo relançadas pelas editoras.

Por isso, nada mais justo do que escrever um post para a galera leitora que se enquadra na categoria “fãs de carteirinha de clássicos da literatura tupiniquin”. E se esses leitores foram colecionadores, daqueles que passam horas admirando o layout de seus boxes, sagas, trilogias e afins metodicamente “encaixados” em suas estantes, melhor ainda.

Selecionei cinco romances brasileiros que ganharam ao longo de décadas e até mesmo séculos, o status de “clássicos” e que numa decisão arrojada e ao mesmo tempo inteligente de alguns editores foram relançados. Lembrando que algumas editoras foram até mesmo mais arrojadas e optaram por republicar mais um de livro do mesmo autor no formato de box.

Vamos conferir?

01 – Biblioteca Machado de Assis – Volumes 1 e 2 (Machado de Assis)

Estes dois lançamentos da editora Itatiaia não podem faltar na estante de nenhum fã de carteirinha do icônico escritor carioca nascido em 1839. Cada uma das caixas reúne três obras de Machado de Assis. A primeira lançada em 2023 inclui: Quincas Borba; uma trama filosófica sobre a loucura, o destino e a busca pelo sentido da vida. Memórias Póstumas de Brás Cubas; um clássico que reimagina a morte como um ponto de partida para críticas à sociedade e à condição humana. O box fecha com Dom Casmurro; uma narrativa envolvente sobre ciúmes, amor e dúvida, que levanta questões sobre a subjetividade da realidade. 

O volume 02 reúne: Helena que remete à fase romântica do autor, anunciando traços que fariam de Machado de Assis o grande nome do realismo brasileiro. Memorial de Aires; o último romance de Machado de Assis, escrito em 1907 tem um formato de memórias registradas em um diário. Os relatos do Conselheiro Aires percorrem os anos de 1888 e 1889, ou seja, anos em que ocorreram dois fatos importantes na história do país: a abolição da escravatura e a proclamação da República.

O último livro do box é O Alienista que dispensa qualquer comentário por der considerada uma das principais obras escrita por Machado de Assis.

Com uma edição cuidadosamente preparada, a coleção formada pelos dois boxes oferece não apenas uma viagem ao Brasil do século XIX, mas também uma reflexão atemporal sobre os dilemas humanos.

02 – Box Trilogia Meu Pé de Laranja Lima (José Mauro de Vasconcelos)

Você acredita que eu não sabia que a história de Zezé de O Meu Pé de Laranja Lima prosseguia em mais dois livros? Juro que eu não sabia que José Mauro de Vasconcelos havia dado sequencia na saga desse personagem que emocionou todo o Brasil nos livros Vamos Aquecer o Sol e Doidão. Depois, enquanto buscava subsídios para escrever essa postagem, descobri que O Meu Pé de Laranja Lima é na verdade uma trilogia.

Como li e adorei a história de Zezé, é evidente, né galera, que imediatamente inclui o box lançado pela editora Melhoramentos nessa lista. E que box! Adorei o layout. Dessa maneira, um dos personagens mais queridos da literatura brasileira ganhou uma nova forma de chegar aos leitores.

A Melhoramentos lançou a caixa com a trilogia em junho de 2025. A coleção reúne, pela primeira vez, os livros O Meu Pé de Laranja Lima (1968), Vamos Aquecer o Sol (1974) e Doidão (1963), revelando ao grande público que a história de Zezé vai muito além da infância retratada no primeiro volume.

Enquanto O Meu Pé de Laranja Lima apresenta Zezé aos seis anos, em meio à pobreza, à violência doméstica e à imaginação como forma de resistência, Vamos Aquecer o Sol mostra o menino mais velho, morando com o padrinho no Nordeste, ainda sensível e melancólico, mas agora em um contexto mais acolhedor. Já em Doidão, o leitor encontra um jovem chamado Zé, em pleno confronto com o mundo adulto, em busca de liberdade e autonomia.

E aí? Se interessou?

03 – A Hora da Estrela (Clarice Lispector)

Último livro escrito por Clarice Lispector, A hora da estrela é também uma despedida. Lançada pouco antes de sua morte, em 1977, a obra conta os momentos de criação do escritor Rodrigo S. M. (a própria Clarice) narrando a história de Macabéa, uma alagoana órfã, virgem e solitária, criada por uma tia tirana, que a leva para o Rio de Janeiro, onde trabalha como datilógrafa. 

Em A hora da estrela, Clarice escreve sabendo que a morte está próxima e põe um pouco de si nas personagens Rodrigo e Macabéa. Ele, um escritor à espera da morte; ela, uma solitária que gosta de ouvir a Rádio Relógio e que passou a infância no Nordeste, como Clarice.

Macabéa, a nordestina, cumpre seu destino sem reclamar. Feia, magra, sem entender muito bem o que se passa à sua volta, acaba se apaixonando por Olímpico de Jesus, um metalúrgico também nordestino, que logo a trai com uma colega de trabalho. Desesperada, Macabéa consulta uma cartomante, que lhe prevê um futuro luminoso, bem diferente do que a espera..

A edição especial da obra de Lispector lançada em 2020 teve projeto gráfico de Victor Burton e capa criada a partir de pinturas da própria Clarice, além de trazer posfácio de Paulo Gurgel Valente. Uma edição muito elogiada e que mesmo após cinco anos continua vendendo bastante.

04 – Vidas Secas (Graciliano Ramos)

Em abril de 2024, a Pandorga Editora, promoveu o relançamento de Vidas Secas, considerado a obra-prima de Graciliano Ramos e um clássico da literatura brasileira. A obra é um marco do Regionalismo Modernista, denunciando a miséria, a exploração e a luta pela sobrevivência no sertão nordestino.

Publicado pela primeira vez em 1938, a obra  conta a história de uma família de retirantes no sertão nordestino: Fabiano, Sinha Vitória, o menino mais novo, o menino mais velho e a cachorra Baleia." O autor alagoano constrói uma narrativa sem idealizações, pois mostra a realidade de seca e miséria da região Nordeste do país.

Posso garantir que a editora Pandorga caprichou no layout do livro. Faço essa afirmação porque já tive a oportunidade de ter em mãos esse relançamento que foi adquirido por um amigo leitor.

A apresentação oferece uma visão abrangente da vida e obra de Graciliano Ramos, com informações biográficas, incluindo origens familiares, educação, engajamento político e social.

Os textos suplementares proporcionam uma visão ampla do conteúdo, temáticas e relevância literária. Isso permite que o leitor tenha uma ideia do estilo narrativo, das questões abordadas e do impacto cultural da obra de Graciliano.

Na obra também são apresentadas informações sobre adaptações cinematográficas e o uso da obra em sala de aula, demonstrando como ela continua a ser estudada e apreciada em diferentes contextos.

As curiosidades, último tópico da leitura suplementar, revelam detalhes sobre o reconhecimento internacional de Graciliano Ramos, seu processo de escrita, traduções de outras obras e o uso de pseudônimos ao longo da carreira. Tudo isso numa edição de luxo, encadernada em capa dura resistente e elegante

Imperdível para os colecionadores.

05 – Box Obras essenciais do escritor Aluísio Azevedo (Aluísio Azevedo)

Fecho a nossa lista com o box supimpa da editora Principis em homenagem ao escritor Aluísio Azevedo que foi o precursor do movimento naturalista na literatura brasileira. Ele escreveu obras como O cortiço e O mulato, além de exercer outras atividades como caricaturista, jornalista e diplomata, além de membro fundador da cadeira número 4 da Academia Brasileira de Letras.

O box da editora Principis traz os livros: O Cortiço, O Mulato e Casa de Pensão totalizando 528 páginas. Seu enfoque na análise dos ambientes sociais e físicos em suas obras fornece um vislumbre íntimo da vida urbana do Brasil do século XIX.

O Cortiço se situa nesse contexto, destacando-se como um retrato vívido e crítico das tensões sociais e econômicas da época. A história inicia-se com João Romão, um imigrante português que, através de trabalho árduo e práticas desonestas, torna-se dono de uma taverna, uma pedreira e, posteriormente, de um cortiço chamado São Romão. Ele vive com Bertoleza, uma mulher negra que acredita ser livre graças a ele, sem saber que, na verdade, continua sendo escrava.

O Mulato publicado em 1881 debate a questão racial no Brasil do século XIX. O nome do livro faz referência a seu protagonista, um mulato bastardo que nasceu numa fazendo no nordeste do país.

Casa de Pensão, narrado em terceira pessoa, inicia com a chegada do jovem maranhense Amâncio ao Rio De Janeiro, que para ali se muda no intuito de estudar medicina na Corte. Em busca de sua liberdade e independência passa a ser hóspede na pensão de um casal. O livro trata de racismo, preconceitos, miséria e injustiças sociais.

Taí cinco relançamentos especiais que certamente irão agradar todos aqueles que não dispensam a leitura de um clássico aqui da terrinha.

 

12 setembro 2025

10 livros para quem não vive sem música

Você ama ouvir músicas? Gosta de ficar vasculhando novidades que rolam nos bastidores de shows e eventos musicais ou então na vida de seus cantores preferidos? Você também se considera um devorador de livros? Pronto! Acho que essa postagem vai atender as suas expectativas.

Decidi escrever esse post inspirado em Lulu que ama curtir um som, mas também é apaixonada por livros. Então, porque não unir o agradável ao mais agradável ainda (nesse caso, esqueça o velho ditado popular: “unir o útil ao agradável” porque tanto músicas quanto livros são mais do que úteis, são a-g-r-a-d-á-v-e-i-s).

Selecionei dez livros para aquelas pessoas que além de ter o hábito da leitura também não vivem sem música. Acredito que essas obras – romances ou livros sobre os bastidores da música - irão agradar todos os leitores que se enquadram nessa categoria. Vamos a elas?  Anotem aí.

01 – 1976: Movimento Black Rio (Luiz Felipe de Lima Peixoto e Zé Octávio Sebadelhe)

O livro 1976: Movimento Black Rio escrito Luiz Felipe de Lima Peixoto e Zé Octávio Sebadelhe conta a história de um dos maiores movimentos de resistência negro da segunda metade do Século XX no Rio de Janeiro. Inicialmente inspirado pela revolução da funk music norte-americana, esse movimento no Rio de Janeiro foi uma afirmação social, estética e musical, que desencadeou uma mudança profunda na música e na cultura negras do Brasil. 

Tim Maia, Sandra de Sá e Toni Tornado são alguns dos personagens desse relato enérgico, que procura informar os mais jovens — que não viveram esse momento revolucionário — e dar voz a um período emblemático da nossa cultura, para que nunca nos esqueçamos desses poderosos músicos, djs, dançarinos e frequentadores de bailes que participaram dessa história.

A obra com pouco mais de 250 páginas, que chegou ao mercado pela editora José Olympio em outubro de 2016, reconstitui a trajetória do movimento, desde sua origem nos primeiros bailes de black soul dos subúrbios cariocas até a conquista do imaginário nacional, cumprindo o papel de afirmação do orgulho negro, através de uma nova expressão de comportamento e de costumes, apoiada na música e na dança como formas de libertação.

Detalhes técnicos

Editora: José Olympio

Capa: Brochura

Ano: 2016

Páginas: 256

Dimensões: 23 x 15.2 x 1.8 cm

02 – Daisy Jones & The Six: Uma história de amor e música (Taylor Jenkins Reid)

Os personagens de Daisy Jones & The Six: Uma História de Amor e Música são tão carismáticos que parecem reais. A ilusão que temos ao ler a obra de Taylor Jenkins Reid é de que o grupo musical fictício criado pela autora, de fato, existe. A minha sensação foi a de que Daisy Jones, Billy Dune, Graham Dunne, Karen Sirko e os demais integrantes do grupo musical “The Six” eram de carne e osso. Parecia que eu estava lá no meio da gritaria dos fãs assistindo um show da banda, vivendo o clima contagiante de uma apresentação ao vivo; presenciando os desentendimentos, erros e acertos do “The Six”.

O livro é todo escrito no formato de entrevistas como se os integrantes da banda e pessoas envolvidas com eles (produtores, empresários, gravadoras, etc) contassem, em seus pontos de vista, a trajetória e conflitos do The Six através dos anos. Com isso, a obra ganha um estilo documental o que torna os personagens e as suas histórias ainda mais reais.

Outro detalhe são as letras das músicas de Daisy Jones & The Six que também fazem parte do livro colaborando ainda mais para a verossimilhança da história.

Ao ler o livro você vai se sentir assistindo a um show de Daisy Jones e da galera do The Six.

Detalhes técnicos

Editora: Paralela

Capa: Brochura

Ano: 2019

Páginas: 360

Dimensões: 22.8 x 15.6 x 1.8 cm

03 – A Playlist de Hayden (Michelle Falkoff)

Por meio de letras de música do universo pop, a autora retrata o universo adolescente com todos os seus problemas.

Depois da morte de seu amigo, Sam parece um fantasma vagando pelos corredores da escola o que não é muito diferente de antes. Ele sabe que tem que aceitar o que Hayden fez, mas se culpa pelo que aconteceu e não consegue mudar o que sente.

Enquanto ouve música por música da lista deixada por Hayden, Sam tenta descobrir o que exatamente aconteceu naquela noite. E, quanto mais ele ouve e reflete sobre o passado, mais segredos descobre sobre seu amigo e sobre a vida que ele levava.

A Playlist de Hayden é uma história inquietante sobre perda, raiva, superação e bullying. Acima de tudo, sobre encontrar esperança quando essa parte parece ser a mais difícil.

A obra de Michelle Falkoff busca expressar os mais profundos sentimentos através de letras de música. Quem leu amou a história.

Detalhes técnicos

Editora: Novo Conceito

Capa: Brochura

Ano: 2015

Páginas: 288

Dimensões: 15.6 x 1.65 x 23.39 cm

04 – Surrender: 40 músicas, uma história (Bono)

Este livro de memórias sobre Bono Vox, o líder da Banda U2, publicado em 1º de novembro de 2022, foi o mais vendido, naquele ano, na categoria biografias no portal da Amazon. Em Surrender: 40 Músicas, Uma História, Bono relembra a infância, detalha a sua incrível trajetória como músico e os vinte anos dedicados ao ativismo

Artista, ativista e vocalista da banda irlandesa de rock U2. Um dos artistas mais icônicos do mundo, Bono teve sua carreira amplamente documentada. Mas, em Surrender, é ele quem está com a caneta em mãos, escrevendo pela primeira vez sobre os feitos de sua vida notável e sobre aqueles com quem ele a compartilha.

Em sua narrativa, Bono transporta os leitores para sua infância em Dublin, e fala da morte repentina da mãe, quando ele tinha 14 anos. O autor também detalha a jornada improvável do U2 até se tornar uma das mais influentes bandas de rock do mundo, além dos seus 20 anos de ativismo dedicado à luta contra a AIDS e a pobreza extrema. O subtítulo 40 músicas, uma história faz referência aos quarenta capítulos do livro, cada um com o nome de uma música do U2.

Com uma profunda autorreflexão e senso de humor, ele analisa sua vida até o momento, assim como a fé, família e amigos que o sustentaram, desafiaram e moldaram. Entre os temas recorrentes, o desperdício do potencial humano e a fé, descrita por Bono como um sinal extraído do barulho, uma “voz mansa e delicada” que ele ouve mais alto em seu casamento, em sua música e nas causas sociais que defende.

Detalhes técnicos

Editora: Intrínseca

Capa: Brochura

Ano: 2022

Páginas: 640

Dimensões: 16 x 3.1 x 23 cm

05 – As letras dos Beatles: A história por trás das canções (Hunter Davies)

Hunter Davies conviveu com os Beatles no apogeu da banda e escreveu a primeira e única biografia autorizada do grupo. Desde então, pesquisou e encontrou mais de cem letras de músicas escritas à mão, que são reproduzidas nesta obra de maneira inédita. 

O quarteto compunha a qualquer hora, em qualquer lugar: as músicas podiam começar no verso de um envelope, num guardanapo ou num papel de carta de hotel. Estes escritos, entre eles vários rascunhos e versões revisadas, propiciam uma visão única e íntima do marcante processo criativo dos maiores compositores de música popular de todos os tempos: o que eles pensavam, como mudavam de ideia e de que maneira realizavam suas composições, hoje conhecidas em todo o mundo.

Cada música é apresentada no livro em seu contexto: o que os Beatles estavam fazendo naquele momento, como compuseram e gravaram a faixa, como a primeira versão difere da final. Quase todas as canções dos Beatles têm uma grande história por trás, de “Yesterday” e “Eleanor Rigby” a “Yellow Submarine”.  Uma dessas histórias envolve a música Hey Jude que foi escrita por Paul McCartney para suavizar a aflição de Julian, filho de John Lennon que na época tinha cinco anos. Paul foi visitá-lo, depois que John havia divorciado de Cynthia para ficar com a Yoko. Essa e outras curiosidades são expostas em As letras dos Beatles: A história por trás das canções que mostra uma verdadeira viagem no tempo com um prato cheio de curiosidades sobre a origem das canções que consagraram os Beatles.

O material exclusivo também contém cartazes, bastidores dos shows, gravações em estúdios e viagens.

Detalhes técnicos

Editora: Planeta

Capa: Brochura

Ano: 2021

Páginas: 384

Dimensões: 22.6 x 15.6 x 2 cm

06 – De A-Ha a U2: Os bastidores das entrevistas do mundo da música (Zeca Camargo)

O que me levou a comprar o livro do Zeca Camargo foi a curiosidade em saber como foram os bastidores de muitas entrevistas com cantores e grupos musicais famosos que assisti na televisão e realizadas pelo próprio Zeca, na época em que o jornalista ainda estava na Rede Globo. Coisas do tipo: O entrevistado foi um “mala” ou educado?, “Quais exigências ele fez?”, “O Zeca pagou algum mico?”, além de outras “cositas”. Se você tem essa curiosidade, De A-Há a U2: Os bastidores das entrevistas do mundo da música é a pedida certa para você.

O autor não esconde nada e a sua sinceridade, certamente, é o segredo do sucesso do livro que continua sendo um dos mais vendidos na categoria jornalismo. Em 53 entrevistas, com alguns dos nomes mais importantes da música nacional e internacional, o leitor é introduzido no processo criativo de produção jornalística, acompanhando os bastidores, as aventuras e impressões do repórter. Os maiores nomes da música aparecem em ordem alfabética, como verbetes, e a viva descrição dos contatos e entrevistas ajudam a desvendar a personalidade de cada um.

Zeca não poupa críticas para alguns figurões do mundo pop que apesar de não cantarem nada ou então estarem numa fase decadente, ainda se julgavam os reis da cocada preta fazendo exigências absurdas para conceder uma entrevista curta. Mas nem tudo é crítica. Zeca Camargo também elogia os astros talentosos, mesmo aqueles que foram arrogantes e antipáticos durante a entrevista. Mas fazer o que? Eles são gênios da música, e no mundo do pop-rock isso é normal e os jornalistas tem que aprender a conviver nesta selva, pois no final o que vale mesmo, é conseguir a entrevista com o tal fulano.

Livraço!

Detalhes técnicos

Editora: Globo Estilo

Capa: Brochura

Ano: 2012

Páginas: 474

Dimensões: 16 x 3.1 x 23 cm

07 – Rock in Rio: A História (Luiz Felipe Carneiro)

Desde a sua estreia, o Rock in Rio, idealizado pelo publicitário e empresário Roberto Medina, abriu espaço para os grandes festivais de música e marcou história. Agora, diversos segredos de bastidores, loucuras e shows que passaram pelas oito edições cariocas do evento, até o momento, estão reunidos no lançamento Rock in Rio: A história, do jornalista Luiz Felipe Carneiro.

Roberto Medina revigorou a imagem brasileira dos anos anteriores de ditadura, ao mesmo tempo em que gerava empregos e turismo. Ele e sua equipe tiveram mais de 400 reuniões, durante 70 dias em Nova Iorque, tentando convencer artistas internacionais a se apresentarem no primeiro Rock in Rio. Queen e Iron Maiden, por exemplo, tiveram o maior público de suas carreiras já na primeira edição do evento, em 1985.

O livro é recheado de informações importante sobre o maior evento musical já realizado no Brasil; desde o sonho do Roberto Medina de realizar um festival com a participação de nomes internacionais e nacionais, as dificuldades, os bastidores dos shows, as manias e exigências dos astros internacionais, por aí afora.

Detalhes técnicos

Editora: Globo Estilo

Capa: Brochura

Ano: 2012

Páginas: 474

Dimensões: 16 x 3.1 x 23 cm

08 – Alta Fidelidade (Nick Hornby)

Há livros que tem o dom de conquistar os leitores logo de cara. Basta ler o primeiro parágrafo ou então as primeiras linhas e já nos tornamos reféns da obra. Alta Fidelidade, de Nick Hornby se enquadra perfeitamente nessa categoria.

É impossível para as pessoas que - como eu - viveram os inesquecíveis anos 70 e 80 não se identificarem com Rob Fleming, personagem central do romance de Hornby. Ou será que você nunca curtiu os discos de vinil e as fitas cassetes com aquelas melodias internacionais que rasgavam corações, tipo “Baby, I Love Your Away”, do Peter Frampton ou “How Can You Mend a Broken Heart”, dos Bee Gees; ou ainda a música contagiante do The Clash ou The Beatles? E que tal “Love Hurts”, do Nazareth?

Pois é pessoal, esse é o contexto em que vive o nosso Rob Flerming. Em Londres, após ser abandonado por Laura Lydon, sua última namorada, Rob Fleming, dono de uma loja semifalida de discos de vinil, faz um balanço das cinco piores separações da sua vida: Alison, Penny, Jackie, Charlie e Sarah. Laura, uma advogada bem-sucedida e atraente, ficou fora da lista por não ter provocado muito sofrimento; além disso, ela o trocou por Ian, um vizinho que ouvia discos horríveis.

Rob busca consolo com os balconistas de sua loja, Bary e Dick, com quem mantém conversas tipicamente masculinas sobre outras listas, dos melhores filmes — entre eles Cães de aluguel — aos melhores episódios do seriado Cheers, passando, naturalmente, pelas melhores músicas.

Narrado na primeira pessoa por Rob – um alter-ego de Nick? – Alta fidelidade é um romance de geração. De uma geração que teve oportunidade de curtir excelentes músicas e fimes.

Detalhes técnicos

Editora: Companhia das Letras

Capa: Brochura

Ano: 2013

Páginas: 312

Dimensões: 21.4 x 14.6 x 3 cm

09 – O Rock Errou (Sérgio Pereira Couto)

Cara, li esse livro muito, mas muito rápido como eu faço com todas as obras que me seduzem. E o livro de Sérgio Pereira Couto é fantástico e, com certeza, vai conquistar todos os leitores que amam o rock and roll, principalmente aqueles leitores curiosos..

O Rock Errou aborda os maiores boatos, lendas e teorias da conspiração do mundo do rock. Se você é fã de Paul Mccartney, Jim Morrison, John Lennon, Pink Floyd, Elvis e companhia, não pode deixar de comprar esse livro.

Será que Paul McCartney morreu em 1966 após um acidente de moto e por isso teve de ser substituido nos Beatles - na surdina - por um sósia chamado Billy Shears que teve de passar por uma cirurgia plástica para ficar ainda mais parecido com o "morto"? E quanto a Keith Richards? Será que o musico dos Rolling Stones passou por um processo revolucionário e secreto - já que está em testes - de purificação de sangue? Tipo assim: o cara estava tão intoxicado por drogas de todos os tipos que para não morrer, concordou em ser cobaia de uma experiência médica que trocou todo o seu sangue! E quanto a famosa 'língua comprida ' daquele vocalista do Kiss? O que ele fez para ficar com o órgão daquele tamanho?

Confessa vai... você tá morrendo de curiosidade, não é mesmo? Então, “O Rock Errou! Foi feito prá você.

Detalhes técnicos

Editora: Matrix Editora

Capa: Brochura

Ano: 2012

Páginas: 213

Dimensões: 22.86 x 15.75 x 1.27 cm

10 – Na Hora da Virada (Angie Thomas)

É impossível começar a ler Na Hora da Virada sem torcer por essa garota de dezesseis anos que “comeu o pão que o diabo amassou”, mas nem por isso desistiu de seus objetivos e muito menos se tornou amarga. Estou me referindo a essa personagem fantástica chamada Bri criada pela escritora norte-americana Angie Thomas, a mesma do elogiado “O Ódio que Você Semeia”.

Bri é uma jovem negra de dezesseis anos, que sofre toda sorte de preconceito, tanto em sua escola, quanto no bairro em que mora, dominado pela guerra entre gangues. O sonho da garota é se tornar uma das maiores rappers de todos os tempos. Ou, pelo menos, ganhar sua primeira batalha. Filha de uma lenda do hip-hop underground que teve o sucesso interrompido pela morte prematura, Bri carrega o peso dessa herança. Mas é difícil ter a segurança de estrear quando se é hostilizada na escola e, desde que sua mãe perdeu o emprego, os armários e a geladeira estão vazios. Então, Bri transforma toda sua ira em uma primeira canção que viraliza… pelos piores motivos! No centro de uma controvérsia, a menina é reportada pela mídia como uma grande ameaça à sociedade. Mas com uma ordem de despejo ameaçando sua família, ela não tem outra escolha a não ser assumir os rótulos que a opinião pública lhe impôs.

Detalhes técnicos

Editora: Galera

Capa: Brochura

Ano: 2019

Páginas: 378

Dimensões: 16 x 2.1 x 23 cm

Taí galera! Escolham as suas obras preferidas e aproveitem!

06 setembro 2025

Pequenos Segredos


O livro de Jennifer Hillier conta a história de um sequestro misterioso e muito rápido. Uma mulher está num centro comercial movimentado, cercada de pessoas, com o seu filho de apenas quatro anos. No momento em que ela solta a mão da criança para atender o telefone... o menino desaparece. As imagens das câmeras de segurança mostram o pequeno Sebastian saindo do local de mãos dadas com um homem fantasiado de Papai Noel. Desde então sua mãe, Marin Machado tem como único foco na vida descobrir o que aconteceu e reencontrar o filho.

Aqueles que lerem essa sinopse, certamente pensarão que o enredo é bem frenético e com muitas reviravoltas ao longo da trama. Esta expectativa ficará ainda maior após os leitores terem contato com a campanha promocional de lançamento da obra pela editora Faro Editorial que na época da publicação de “Pequenos Segredos”, em 2023, prometeu uma avalanche de plot twists.

Sinto “dizer”: mero engano. Esqueça o sequestro, as reviravoltas em torno desse sequestro; dicas sobre os possíveis envolvidos; a busca desesperadora para encontrar o garoto; enfim, esqueça tudo isso. Estes detalhes só irão aparecer perto do final da trama, em suas últimas páginas quando o mistério começa a ser esclarecido e por fim o vilão é revelado.

Pois é, comecei a ler Pequenos Segredos muito motivado, pensando encontrar todo esse “tempero” em seu enredo, mas no final o que encontrei, de fato, foi um drama familiar. Grande parte da trama é centrada no drama vivido pelos pais de Sebastian após o seu sequestro, ou seja, quais mudanças o rapto da criança provocou na vida de Marin e Derek, um casal de classe média-alta que vê toda a sua vida se desestruturar após essa situação. É aí que entram as traições, mentiras, brigas, etc.

O problema é que esse drama familiar torna a história lenta deixando a leitura muito arrastada e sem perspectivas. Por exemplo, a autora perdeu muito tempo descrevendo o dia a dia de um grupo de apoio para mães com filhos desaparecidos da qual Marin faz parte. Os relatos dos integrantes desse grupo não tem nenhuma ligação com o núcleo central da trama que é o sequestro de Sebastian; saber quem o sequestrou e porquê.

Com o virar das páginas, vemos também a deterioração do relacionamento de Marin e Derek que vai se desgastando com traições e até mesmo tentativas de suicídio.

Nem mesmo quando Marin contrata uma detetive particular, a história engrena. Juro que nessa parte da trama fiquei animado porque pensei que finalmente com a entrada de uma detetive, com certeza, Hillier voltaria ao núcleo central da trama que é o sequestro, mas não foi isso que ocorreu. As descobertas de Vanessa Castro no decorrer da trama não tem nada a ver com o sequestro. As revelações interessantes da detetive só acontecem perto do final do livro.

Os tais ‘pequenos segredos’ do título da obra de Hillier diz respeito, portanto, aos relacionamentos do casal Marin e Derek e não ao sequestro. Surgem pequenas (não grandes) reviravoltas, mas envolvendo, somente,  o relacionamento dos dois. Só quase perto do final que iremos descobrir quem tramou todo o sequestro de Sebastian. E cá, entre nós, não tive nenhuma surpresa; já havia “matado” fácil o nome do vilão bem antes. Estava muito na cara.

Por hoje é só, valeu galera!

Instagram