28 março 2022

Meus anjos literários e seus métodos utilizados para que eu me tornasse um devorador de livros

Já pararam para pensar nos anjos da guarda literários de sua vida? Pera aí; vou ser mais específico: naquelas pessoas que durante a sua infância ou adolescência fizeram alguma coisa, sei lá... tiveram atitudes preponderantes que despertassem em você o prazer pelo hábito pela leitura? Esses anjos não só criaram esse hábito maravilhoso como também continuaram regando essa vontade durante a sua infância e adolescência. Graças a eles, hoje, você se tornou um verdadeiro devorador de livros, de histórias com capacidade de transportá-lo para reinos distantes com princesas, reis e rainhas ou então, coloca-lo no meio de tramas instigantes com detetives e serial killers se degladiando para descobir qual deles é o mais inteligente. Esses anjos literários também deram a você o poder de invadir a intimidade de lendas vivas ou já falecidas da cultura pop mundial através de suas biografias, como se você estivesse bem alí, ao lado delas, conversando com esse mitos.

No post de hoje quero escrever sobre os meus anjos literários e como eles criaram em mim o hábito pela leitura, não se esquecendo também, daqueles anjos que depois continuaram regando e enxertando esse hábito. A ideia desse texto nasceu durante a semana passada quando eu estava conversando com Lulu sobre como nos tornamos “leitores de carteirinha”. E então, fomos lembrando das pessoas que criaram em nós esse hábito e também sobre as “armas” que elas utilizaram para isso.

Com certeza, cada um de vocês que acompanha esse post também teve um anjo ou vários anjos parecidos. E lá vou eu, novamente, com as minhas divagações (rs).

01 – Minha mãe

Método utilizado: Visitas suspeitas à Biblioteca Pública Municipal

O meu primeiro e mais importante anjo literário foi a minha saudosa e querida mãe. Ah! dona Lázara... que saudades me bateu agora de suas atitudes que acabaram criando nesse “menino”, aqui, um amor incomensurável pelos livros. Obrigaduuuuuuuu minha mãe! 

Uma das recordações que jamais iriei esquecer é a imagem dela me buscando na escola primária. Antes de me levar para casa, mamãe fazia questão de toda a semana dar uma passadinha comigo até a Biblioteca Pública Municipal. Ela fazia isso com a desculpa de que iria conversar um pouco com a sua amiga que era bibliotecária.

Quando chegávamos por lá, antes ficar papeando com a amiga, ela me levava para o setor de literatura infantil e dizia para que eu escolhesse alguns livros para ler. Depois colocava os livros sobre a mesa, ficava um pouquinho comigo, e ia colocar as “histórias da cidade” em dia com a amiga bibliotecária.

Foi ali que tive o meu primeiro contato com o mundo mágico do Sitio do Pica pau Amarelo e de seus personagens. As ilustrações dos livros de Monteiro Lobato me encantavam tanto que eu queria saber mais e mais sobre aquelas imagens que eu estava vendo e então, começava a ler as histórias referentes aquelas ilustrações. E assim, as letrinhas, antes, tão sem interesse, passaram a ganhar tanta importância quanto as ilustrações.

Depois de muitos anos, descobri que essas idas de minha mãe à biblioteca para “fofocar” (rs) com a sua amiga, na realidade, não passavam de um pretexto para que eu criasse o hábito pela leitura. Quem me revelou o segredo foi a própria bibliotecária, pouco tempo depois da morte de mamãe. Há muitos anos, após ter sido dispensada do cargo, ela havia se tornado manicure domiciliar. Certo dia em casa, enquanto fazia as mãos de Lulu, ela acabou revelando esse segredo. Confesso que os meus olhos ficaram úmidos; úmidos de emoção, de saudades e principalmente de gratidão à dona Lázara, o meu primeiro anjo literário.

02 – Dona Cecília, minha professora do primário

Método utilizado: Uma história interessante interrompida

Na mesma época em que a dona Lázara fazia as suas visitas suspeitas à Biblioteca Pública Municipal, a minha professora do curso Primário, dona Cecília, “mexia o doce” do outro lado (rs). Sei não se as duas não estavam de tramoia (Ehehehehe). Dona Cecília era um amor de pessoa. Fiquei muito triste com a sua partida em definitivo. Era o tipo de professora que estimulava a leitura em seus pequenos alunos. 

Ela utilizava uma tática infalível que viciava (no bom sentido, claro) todos nós. Antes de cada aula, ela contava uma história, mas só início dessa história, encerrando a narrativa na parte mais interessante, deixando todos nós curiosos para saber o final. Depois, dizia que aqueles alunos que quisessem saber o que tinha acontecido com determinado personagem ou deveria procura-la no final da aula.

Então, quando à procurávamos, sedentos para que ela nos contasse o desfecho da história, ela simplesmente nos entregava um livro bem fininho e nos dizia: “Se quiserem saber o que aconteceu com fulano, fulana ou ciclano, leiam aqui e irão descobrir”. Em seguida, com aquele seu jeito de vovó matrona, entregava um livro já com a marcação de leitura na narrativa, a partir do ponto que ela havia parado de nos contar. E o melhor: o tal livrinho com a história que havia nos conquistado ficava conosco; era presente. Acredita! Cara, que educadora!

Nem todas as crianças se interessavam pela leitura das histórias. Elas até ouviam, mas quando lhes falavam que elas tinham de ler, huuummm!! O caldo engrossava (rs). No meu caso, sempre me interessei e assim, saía feliz da vida com o famoso livrinho, presente da minha professora do Primário. Foi assim que conheci “A Horta do Juquinha”, “O Mágico de Oz”, “Peter Pan”, os incríveis personagens criados pelos Irmãos Grimm e tantos outros.

03 -  As três bibliotecárias

Método utilizado: Elogios literários e indicação de livros

Estes três “anjos da guarda literários” também tem um lugar especial no meu coração, pois foram responsáveis por regar a semente que minha mãe e minha professora primária haviam plantado em mim. Uma semente que representa o gosto pelos livros e que foi germinando até se transformar numa arvore frondosa e resistente ao tempo.

Saudades das minhas três bibliotecárias preferidas. Duas delas já morreram: Alice Tuma, a dona Alice; e Cida Repas que tinha o apelido carinhoso de “Cida das Flores”. A Ângela, está viva mas deixou de ser bibliotecária. Êta trio especial! Elas viviam elogiando o amor que eu tinha pela leitura e confesso que as suas atitudes serviram para estimular ainda mais a minha vontade de ler.

Dona Alice foi a minha bibliotecária no ginasial. Ainda me recordo, vagamente, da biblioteca da antiga escola Industrial; hoje, Escola em Tempo Integral “Professora Maria Angélica Marcondes”. Não vou esconder que deixava de correr, jogar bola, conversa fora e também de paquerar as alunas de outras séries, mas revelo que na maioria das vezes, aproveitava a hora do recreio para ficar ‘enfurnado’ na biblioteca lendo os meus livros preferidos. Toda vez que chegava no recinto, Dona Alice já ia dizendo mais ou menos assim: “Oba! Lá vem um dos meus visitantes preferidos!” Ela tinha uma tática infalível que era a de perguntar detalhes sobre o livro que eu havia lido. – Me conte o que você achou da história – dizia ela. Agora me responda, qual devorador de livros não gosta de falar sobre o que leu? Eu, claro, não era uma exceção e assim, mais do que rápido começava a lhe contar detalhes sobre a narrativa. Dona Alice colocava as mãos no queixo e ficava olhando para mim e escutando com toda a atenção. Eu saía daquela biblioteca realizado e... com mais vontade ainda de ler.

Alguns anos depois, quando já frequentava o colegial, a Ângela que trabalhava na Biblioteca Pública Municipal utilizava uma tática quase parecida com a de Dona Alice para incentivar o meu amor pelos livros. Sempre que chegava na biblioteca, que funcionava onde hoje se encontra a 2ª Companhia de Policiamento Militar, para pegar alguns livros emprestados, logo de cara ganhando um elogio da Ângela - Nossa! você deve ser muito inteligente. Continue lendo bastante. – Quase sempre, ela também me pedia sugestões de leitura. Resumindo: As suas atitudes tinham o poder de turbinar ainda mais a minha vontade de ler.

Já a “Cida das Flores” tinha um método diferente. Sempre que eu passava na Biblioteca Municipal, já na minha adolescência, via em cima da mesa dois ou três livros me esperando. Obras que ela já tinha lido e gostado e por isso as deixava separadas para mim. Recordo que eu dizia que não conseguiria entregar os livros no prazo marcado para a devolução. Então, ela dava uma piscadela e falava para que eu devolvesse quando terminasse a leitura. Sempre gostei dos livros escolhidos por ela.

Três bibliotecárias muito especiais, concordam?

04 – Uma amiga de minha mãe chamada Maria

Método utilizado: Livros de Walt Disney

Só recordo do seu primeiro nome: Maria. Ela era amiga de minha mãe e sempre que podia passava na casa dos meus pais para me dar um presente e advinha qual presente era esse? Preciso dizer? Um livro, cara. E que livro!! Estou me referindo as obras ilustradas do Walt Disney que me deixavam completamente louco; louco de alegria, de emoção. 

Entonce, Maria me ajudou muito na minha formação de leitor.  Naquela época, estava na fase dos meus 10 ou 11 anos. Ela morava em São Paulo e sempre que vinha até a minha cidade, passava em casa e me presenteava com um livro ilustrado do Walt Disney – daqueles bem grandes que mais se pareciam com cartilhas – com histórias do Pinóquio, Dumbo, Mickey, etc. Este anjo literário visitava minha mãe várias vezes ao ano e a cada visita, o meninão, aqui, ganhava um livro novo. Imagina se eu não ficava contando nos dedos a visita de Maria.

Não tive mais notícias dela; não sei onde se encontra ou se ainda está viva. Mas o que importa é que jamais irei esquecer o quanto ela foi importante na minha formação de leitor.

05 – Kid Tourão

Método utilizado: O dinheirinho separado

Kid Tourão ou Kid Torão para aqueles que não sabem é o meu pai que, infelizmente, não está mais ao meu lado. Ele teve participação ativa em várias postagens que escrevi (se quiserem conhecer mais detalhadamente a sua saga acessem aqui, aqui e mais aqui). Ele ganhou esse apelido porque era uma pessoa muito forte e com saúde de ferro – nunca tinha ficado doente, até o dia em que, já idoso, uma DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica aliada à um câncer de faringe o pegou). Antes disso, ele era um superpai, um pai de aço.

Minha mãe, dona Lázara, à exemplo do Tourão, também tinha o apelido de Toura ou Tora. Ela acabou pegando esse apelido, digamos... por tabela. Coisa do tipo: “quem é a mulher do Toro, poxa só pode ser a Toura (rs). No início, mamãe não era muito adepta do apelido, mas depois acabou caindo na brincadeira e se acostumou, e assim, o tal do apelido pegou. Mas vamos ao que interessa.

Meu velho, saudoso e querido pai, o grande Kid Tourão, ainda na época dos vendedores de porta em porta que comercializavam livros e enciclopédias, mesmo tendo um orçamento bem apertado para as despesas de casa, sempre deixava um dinheirinho separado para que minha mãe comprasse algum livro ou enciclopédia. Descobri essa atitude do ‘Kid’ através de meu irmão que me contou a história há alguns anos. Ele me disse que todo mês, antes de sair de casa para o trabalho, papai que era ferreiro, chamava minha mãe num canto e lhe passava algumas notas para essa finalidade. Então ela juntava essas notas com mais uma parte de suas parcas economias para comprar um livro ou então dar entrada na primeira mensalidade de uma enciclopédia.

O vendedor - ainda me lembro que ele usava um terno preto surrado e chapéu - tinha até se acostumado com essa rotina e assim, acabava passando em casa com a sua famosa maleta todo final de mês.

Meu pai, à exemplo de minha mãe, foram os meus primeiros educadores, mesmo sem saber que eram educadores; e grandes educadores.

06 – Meu irmão mais velho

Método utilizado: Chave esquecida na fechadura do armário

Encerro esse post escrevendo sobre o meu último anjo literário: meu irmão mais velho, o Carlos e... o seu misterioso baú dos livros.

Era nesse armário que ele guardava as suas bugigangas com todo esmero. Cara, tinha de tudo por lá: cartas e fotos de namoradas, livros didáticos, revistas, enciclopédias, troféus, álbuns de figurinhas e o escambau à quatro. Uma verdadeira sala secreta de Hogwarts! O espaço maior era ocupado por um número infindável de Best-Sellers, de bolso, brochura, capa dura, mole e etc. Eu sabia que havia ali um verdadeiro Oasis à ser explorado; não com água fresca, cercada de coqueirais e mata virgem, mas dotado de um ‘manancial’ de livros à ser devorados.

O Carlos tinha o hábito de colecionar as enciclopédias em fascículos da Conhecer, Os Bichos e Medicina e Saúde; além de várias pulp fictions com as histórias de Brigitte Montfort, O Coyote e Faroeste; sem contar os livros de Harold Robbins que naquela época eram lançados em edições econômicas de bolso. Ele guardava todo esse tesouro em seu baú secreto. O meu irmão nunca deixava a chave à mostra, por isso eu acreditava que ele tinha um ciúme enorme de seu “Baú de Hogwarts”. Quando descobri, onde ele escondia a tal chave, comecei a fazer algumas explorações secretas no baú, lia alguma coisinha rápida e logo depois devolvia a chave em seu devido lugar.

Tenho certeza de que ele sabia dessas minhas explorações proibidas, pois conhecia o meu amor por leitura. Escrevo isso porque, de repente, ele começou a deixar a chave na fechadura quando saía, fingindo esquecimento. Até o dia em que ele me falou que eu poderia ler o que quisesse de seu armário, desde que não mexesse em outros objetos que não fossem os livros e fascículos de enciclopédias.

Caráculas! Quando ele acabou de me dizer isso comemorei muito e só faltei soltar rojões para todos os lados.

Obrigaduuuuu de coração aos meus anjos literários. Se hoje, sou um devorador de livros, devo isso à todos vocês.

25 março 2022

Seis contos de terror assustadores que inspiraram filmes perturbadores

Hoje, quero escrever sobre contos de terror que li e adorei e ainda como bônus tive a oportunidade de vê-los na TV ou no cinema. São contos incríveis e como “diz” o título dessa postagem: perturbadores. Se quisesse poderia fazer um post apenas com contos de Stephen King, já que a maioria deles foram adaptados para as telonas, mas optei por variar, escolhendo autores diferentes para deixar esse texto mais eclético.

Tenho certeza, que a maioria dos leitores que apreciam o gênero terror já leram esses contos e também assistiram as suas adaptações para a televisão ou cinema. Quanto aqueles que não leram fica a dica para que comprem os livros e também vejam os filmes. Acreditem, vale muito a pena. Vamos a eles!

01 – O Incrível Homem Que Encolheu (Richard Matheson)

Filme: O Incrível Homem Que Encolheu (1957)

O livro, lançado no Brasil com o título de O incrível homem que encolheu foi publicado originalmente em 1956. Um ano depois, viria a adaptação cinematográfica de Jack Arnold, o mesmo diretor de “O Monstro da Lagoa Negra” (1954). Livro e filme podem ganhar, com todos os méritos, a chancela de antológicos porque são muito bons e tornaram-se cultuados por uma legião de leitores e cinéfilos.

Foi o próprio Richard Matheson que fez a adaptação do roteiro de sua obra. Talvez, por isso, o filme tenha repetido o sucesso do seu romance ou conto. Explicando: na época de seu lançamento alguns críticos e leitores rotularam a história de Matheson como um conto por causa do número reduzido de páginas, apesar da editora o ter publicado no formato de romance. No Brasil, a Novo Século lançou a narrativa numa coletânea de contos do autor.

Mas vamos ao que interessa, O incrível homem que encolheu é angustiante, claustrofóbico e aflitivo. É dessa forma que defino as 203 páginas da sofrida saga do personagem Scott Carey. À cada página que virava sentia um aperto no peito e juro que após terminar a narrativa fiquei muito impressionado, aliás, impressionado demais. Imagine alguém que após uma combinação de dois acidentes descobre que vem perdendo exatos três milímetros por dia. O infeliz sujeito tenta de todas as maneiras reverter essa situação, mas nenhum médico ou pesquisador consegue solucionar o problema. E assim, a sua via crucis vai prosseguindo até culminar, quem sabe, no fim de sua existência quando atingir a marca de zero milímetro.

Sei que à primeira vista pode parecer difícil algum leitor se impressionar com um enredo tão inverossímil como esse. Mas não se esqueça que o autor da história é o mestre Matheson, capaz de transformar uma idéia banal num verdadeiro pesadelo kafkiano.

O filme, por sua vez, tem momentos marcantes como por exemplo o ataque de um gato e de uma aranha viúva negra ao pobre e minúsculo protagonista que sofre horrores para escapar dos seus predadores.

02 – O Nevoeiro (Stephen King)

Filme: O Nevoeiro (2007)

Série de TV: O Nevoeiro (2016)

Este conto que abre o livro Tripulação de Esqueletos de Stephen King ganhou duas adaptações: uma para o cinema e outra para a TV. O filme de 2007 dirigido por Frank Darabont fez muito sucesso, já a série de TV de 2016, exibida pela Netflix e produzida pela emissora Spike, ficou muito abaixo da audiência esperada. De acordo com o The Hollywood Reporter, era esperada uma média de 1,2 milhões de espectadores, mas o programa não passou dos 800 mil. Por isso acabou sendo cancelada, morrendo logo na primeira temporada.

O Nevoeiro escrito originalmente em 1980 é uma das obras mais celebradas de King. No conto, um grupo de moradores de uma pequena cidade litorânea é obrigado a se refugiar no interior de um supermercado quando um estranho nevoeiro invade a pacata localidade. O nevoeiro traz junto consigo monstros horripilantes como aranhas mutantes, polvos gigantes, aves e animais pré-históricos, entre outros. Aqueles que tentam fugir do supermercado acabam sendo mortos e devorados pelos monstros. 

03 – A Mão do Macaco (W.W. Jacobs)

Filme: O Quarto dos Desejos / A Sala (2019)

A Mão do Macaco nos ensina uma importante lição: a de que o homem jamais deverá desejar com cobiça o que quer que seja, pois o bem alcançado nem sempre vale o que se perdeu para conquistá-lo.

Neste conto, um casal ganha um amuleto maldito – uma mão de macaco mumificada - o qual resolve utilizá-lo para satisfazer a sua ganância. Eles tem direito a três pedidos. É aí que o terror começa.

Este conto — uma das mais famosas narrativas de terror já escrita — foi publicado originariamente na coletânea A Dama da Barca, de 1892, mas continua a atrair admiradores nos dias atuais, dentre eles o célebre romancista norte americano Stephen King. 

No filme “O Quarto dos Desejos” (2019) baseado na obra de Jacobs, a mão de macaco enfeitiçada é substituída por um misterioso quarto numa casa abandonada. No enredo adaptado para o cinema, o casal Kate (Olga Kurylenko) e Matt (Kevin Janssens) se muda para uma grande e remota mansão onde os antigos donos foram assassinados. Finalmente o grande artifício é apresentado. Dentro de uma sala secreta, qualquer pedido feito pelo casal se torna real inexplicavelmente. Porém, desde que Kate teve que enfrentar dois abortos, o que eles mais desejam é uma criança. Um dia, ela decide pedir à sala que lhes conceda a criança que não puderam ter, mas as consequências da felicidade deste desejo são surpreendentes.

Curiosamente, aqui no Brasil, o longa-metragem recebeu dois nomes. Na Amazon Prime Video ganhou o título de “A Sala”, já na rede de distribuição e outras mídias, como IMDB, foi batizado de  “O Quarto dos Desejos”.

A história escrita por Jacobs foi publicada em várias antologias de contos, entre as quais: ContosClássicos de Terror (Companhia das Letras), Contos de Horror do Século XIX (Companhia das Letras) e Obras Primas do Conto Fantástico (Livraria Martins)

04 – A Queda da Casa de Usher (Edgar Allan Poe)

Filme: O Solar Maldito (1960)

A Queda da Casa de Usher foi publicado pela primeira vez em setembro de 1839. Junto com O Coração Revelador, O Gato Preto e O Barril de Amontillado; A Queda da Casa de Usher é considerada a mais famosa obra em prosa de Poe. Esta obra macabra altamente inquietante é reconhecida como a obra-prima da literatura gótica americana.

A narrativa de Poe ganhou inúmeras adaptações cinematográficas – aproximadamente, 19 – sendo a mais famosa, aquela dirigida por Roger Corman em 1960 que teve nos papéis principais: Mark Damon, Myrna Fahey, além do ícone do cinema de terror daquela época, Vincent Price.

O conto é narrado por um personagem sem nome, que vai passar alguns dias na mansão de Roderick, seu antigo amigo de infância. Roderick e sua irmã gêmea, Madeline, são os únicos herdeiros da tradicional e misteriosa família Usher.

Ao chegar na casa, o narrador se surpreende com o ambiente assustador e melancólico onde seu amigo vive. A famosa Casa de Usher parece estar envolvida por uma atmosfera opressiva, que causa calafrios em seu visitante. O estado de saúde dos irmãos também é preocupante: Lady Madeline está à beira da morte, enquanto Roderick diz estar sofrendo de uma doença hereditária, que faz com que seus sentidos fiquem aguçados no limite do suportável.

Com o passar dos dias, o narrador descobre que o destino da mansão e de seus moradores está interligado de uma forma irremediável.

05 – Pesadelo a 20 mil pés (Richard Matheson)

Filme: No Limite da Realidade (1983)

Seriado “Além da Imaginação” (1963)

Taí mais um conto de Richard Matheson. Não pretendia repetir autores nesta lista mas acontece que os dois contos do autor presentes nessa postagem são tão bons, tão perturbadores que resolvi quebrar as regras. Tanto o conto, quanto a sua adaptação para a TV incomodam tanto o leitor ao ponto de provocar calafrios. Nessa história temos um passageiro de um avião, que durante uma viagem, à noite, ao olhar pela janelinha da aeronave vê um ser horroroso, parecido com um duende – dos mais escabrosos e horripilantes – sentado na asa do avião saboreando um prato especial e diferente: um pedaço da fuselagem da asa!!! Toda vez que o sujeito avisa os outros passageiros e também a aeromoça que tem um monstro comendo parte da aeronave, todos pensam que ele está louco. 

Cabe ao leitor deduzir se o tal passageiro está, de fato, vendo o gremlin macabro ou está tendo um ataque nervoso justamente por não gostar de viajar de avião.

Pesadelo a 20 Mil Pés acabou se tornando um dos episódios clássicos da série Além da Imaginação/Twilight Zone que foi ao ar em 1963, dois anos depois do lançamento do conto escrito por Matheson. Este episódio reuniu um grande nome da TV dos anos 60: William Shatner, (Jornada nas Estrelas – 1966-1969, TekWar – 1994-1996). A direção ficou sob a responsabilidade de Richard Donner (Superman – 1978, Máquina Mortífera – 1987). 

O episódio ficou ainda mais conhecido quando Steven Spielberg produziu o filme “No Limite da Realidade/Twilight Zone: The Movie”, de 1983, e incluiu esta história, protagonizada por John Lithgow e dirigida por George Miller.

06 – O Caso de Charles Dexter (H.P. Lovecraft)

Filme: “O Filho das Trevas” (1991)

“O Filho das Trevas” foi um dos poucos filmes de terror aceitáveis produzido nos anos 90. É bem fiel ao conto O Caso de Charles Dexter Ward. No enredo, Claire (Jane Sibbett) é esposa de Charles Dexter Ward (Chris Sarandon, que fez o vampiro sedutor e charmoso de “A Hora do Espanto”) que procura pelo detetive particular John March para que ele investigue o que seu marido anda fazendo de misterioso em uma cabana isolada que pertence à família. O enredo mistura alquimia, canibalismo e magia negra, elementos obrigatórios no mundo “Lovecraftiniano”. 

O Caso de Charles Dexter Ward, é considerado por críticos e leitores em geral como uma obra prima de Lovecraft e um deleite para os amantes do horror e do sobrenatural.

A história é contada em forma de relato. Um jovem interessado por arqueologia acaba se deparando com um ancestral seu (tetravô) chamado Joseph Curwen de hábitos estranhos e que veio fugido de Salem para Providence. O jovem descobre, por acaso, seu parentesco com o tal Curwen, e tem acesso às mais escabrosas lendas que envolvem seu nome, que dizem respeito principalmente a boatos sobre o mesmo ser um bruxo ou coisa parecida. Charles Dexter Ward se afunda nos estudos sobre seu tetravô, ao ponto disso se tornar uma obsessão. A partit daí “o bicho pega” e coisas estranhas começam a acontecer, influenciando de maneira negativa a sua vida e também dos seus familiares.

Howard Phillips Lovecraft escreveu essa história no início de 1927, mas não chegou a ser publicada durante a vida do autor, somente postumamente.

Taí galera, espero que tenham gostado.

Inté!

19 março 2022

Cinco situações distintas que vivi por causa de cinco livro especiais

De vez em quando e esse quando pode ter um espaço de muitos dias – ou talvez, meses e até trimestres -, tenho os meus insights. Às vezes estou trabalhando ou relaxando e então, de repente: pimba! Lá vem aquela iluminação, aquele estalo, e assim, me vejo como um personagem de gibi ou desenho animado com uma lâmpada acesa sobre a cabeça.

Este post que vocês estão lendo agora, surgiu durante um desses insight que tive. A galera que acompanha o blog já sabe que sou um grande devorador de livros e só quem é um devorador de verdade para entender as loucuras que fazemos pelas nossas “pérolas”. Se Gollum da saga O Senhor dos Anéis (confira resenha da saga aqui, aqui, aqui e também aqui) tinha um anel como o seu “precioso”, nós os ‘papa-livros’ temos as obras literárias. E, com certeza, já tivemos atitudes “insanas” que deixaram evidente o nosso amor pelos ‘nossos preciosos’.

No post de hoje, graças a esse insight maluco, resolvi narrar algumas situações engraçadas e outras nem tanto que enfrentei por causa do meu amor pelos livros. Vamos a elas!

01 – O livro esquecido no trabalho

Tenho o hábito de ler no meu serviço durante a hora do almoço, por isso é praxe durante esse período, sacar o ‘meu precioso’ da pasta e ler alguns trechos da narrativa. Apesar desse fato ter ocorrido há aproximadamente dez anos, ele ainda está vivo em minha memória. 

Lembro como se fosse ontem... Estava devorando Excalibur o último livro da trilogia As Crônicas de Artur de Bernartd Cornwell. A história estava me prendendo de uma tal maneira que eu acabava levando o livro para todo lugar que eu fosse, inclusive no meu trabalho.

Acontece que após um dia dantesco e estressante onde tudo deu errado no serviço, sem contar as reuniões marcadas de última hora e com capacidade para irritar o mais calmo dos mortais, fui embora e acabei esquecendo “Excalibur” na sala de redação. Ao chegar em casa debaixo de um aguaceiro e todo molhado, tomei um banho e sai com Lulu; fomos num aniversário. Quando retornamos para casa já era bem tarde da noite. Pois é, estava deitado na cama – sempre leio antes de dormir – e pimba!!! Me lembrei do livro! Cara, não podia dormir sem antes ler um dos capítulos mais bombásticos de Excalibur: a “Batalha de Mynyd Baddon” que rola no meio da história.

Se deixei para o dia seguinte e fui dormir? Nada disso. Fui na empresa onde trabalho buscar o livro. Antes passei na casa de um dos meus editores, o Zé Luís, acordei o sujeito e pedi que ele me emprestasse a chave da redação para buscar a minha Excalibur (rs). Foi quando ele me disse: “Jam, são quase meia noite e você me acorda por causa de um livro?!”

Pois é, depois da bronca, peguei o livro, cheguei em casa mais de meia noite e meia e vibrei com a “Batalha de Mynyd Baddon até 1H30 da madruga.

Acho que quem não gostou nem um pouco disso tudo foi o Zé Luiz, um dos meus editores mais rigorosos e com fama de “mau” (rs).

Taí pessoal, o que não enfrentamos por um bom livro.

02 – O golpe que dei numa vendedora de livros e também na minha mãe.

Nós, devoradores de livros, fazemos cada coisa maluca para conseguirmos uma obra que sonhamos, não é mesmo? Prova disso, foi uma situação que rolou em minha infância.

Quando era criança, um dos meus sonhos de consumo era ter uma coleção de oito livros de Monteiro Lobato com as aventuras contagiantes de Emília, Pedrinho, Narizinho, Visconde de Sabugosa, Dona Benta e Cia, lançada, em capa dura, nos anos 70 pela editora Brasiliense.

Desejava tanto essa coleção, mas tanto, que cheguei a dar o golpe do baú – e diga-se de passagem, muito bem dado – numa vendedora ambulante de livros e pasmem... em minha própria mãe!

Assim, quando a vendedora apareceu, há décadas e décadas atrás, na casa de meus pais, o então moleque de calças curtas e kichute, aqui – soltou o ‘mentirasso’: “Pôxa vida! Que coincidência, minha mãe estava louca pra comprar essa coleção! Daria pra senhora retornar ainda hoje? Com certeza, mamãe vai comprar.” Ehehehe... Na verdade, a pobre da minha mãe não estava sabendo, absolutamente nada. Mas depois que ela chegou em casa, acabei convencendo-a e mamãe acabou me presenteando com os oito livros da Coleção Monteiro Lobato.

Cara! Não dá para descrever o êxtase que senti quando a vendedora ambulante que trabalhava para a editora Brasiliense disse para a minha saudosa mãe que tinha a coleção para pronta entrega. Uhauuuuu!!! Mêu! Jamais vou esquecer aquele momento! Lembro-me que fiquei um bom tempo longe das peripécias com a minha tchurma de amigos. Jogos de futebol? Paqueras na praça? Matinês no cinema da cidade? Que nada! O meu passatempo preferido passou a ser devorar as aventuras maravilhosas da turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo contidas nas páginas dos oito volumes ilustrados da Coleção Monteiro Lobato.

Uma coleção que ganhei graças ao ‘golpaço’ dado numa vendedora de livros ambulante e em minha mãe.

Que vergonha...  mas valeu a pena (rs)

03 – Lendo Harold Robbins escondido

Ok, eu respondo o motivo de estar lendo Harold Robbins escondido. Simples: eu tinha apenas 11 anos e os meus pais eram muito severos. Mais? O livro que estava lendo se chamava Os Libertinos. E para completar a ‘desgrameira’, a capa do livro matava a pau, trazendo um homem tirando a gravata encarando uma mulher, de costas, nua da cintura para cima, aparecendo uma parte do bumbum e numa pose sensual, do tipo: “E aí, Tigrão, vamos começar? (rs).

Cara, agora, imagine eu, aos 11 anos, no início dos anos 70, lendo esse troço aí, com a capa à mostra, e deitado despreocupadamente no sofá da casa dos meus velhos.

Para que entendermos melhor a gravidade dessa situação imaginária, até certo ponto cômica, devemos levar em conta que apesar da revolução sexual que o mundo vivia no começo da década de 1970, os costumes de muitos dos nossos antepassados, a forma como eles lidavam com o próprio corpo e a sexualidade, eram bem diferentes. Assim, se os meus pais, principalmente minha mãe, me visse degustando Os Libertinos, a recepção por parte deles não seria tão boa. Mas... o que eu poderia fazer. Cara, naquela época eu adorava os livros de Robbins.

Dessa maneira, só sobrava uma opção: ler escondido. Aproveitava qualquer momento, por menor que fosse, para devorar a narrativa. Minha mãe ia tomar banho? Como sabia que o seu banho era demorado, lá ia eu me encontrar com Os Libertinos. Minha mãe ia até a feira? Novamente, lá ia eu devorar a história. Enfim, cada situação gerava uma oportunidade. Quanto ao meu pai, sem problemas, estava trabalhando e só chegava no final da tarde.

As minhas peripécias por causa de Harold Robbins iam mais além, como por exemplo, quando leva Os Libertinos para ler na escola correndo o risco de ser pego em flagrante pela bibliotecária hiper puritana

Caraca! Quantos risco corri, em minha infância, por causa desse tal Robbins e os seus libertinos.

04 – A ira por causa do zóinho

“Apaga essa merd... de zóinho!!”; “esse cara não se toca!”; “vai lá, toma o livro dele!”; Só podia ser o Jam! Se toca meu!”. 

Pois é galera, aguentei todos esses gritos e provocações por causa do Cinemin. Tudo bem que não se tratava de um livro, mas de uma revista especializada em informações sobre cinema, mesmo assim eu adorava os assuntos abordados pela publicação.

Nos anos 80 quando cursava jornalismo na antiga Fundação Educacional de Bauru – hoje, Unesp – encarava todos os dias o buzão de estudantes. Haviam três ônibus que transportavam os estudantes da minha cidade para Bauru. O buzão em que eu viajava era o mais comportado dos três. Confesso que tinham alguns estudantes bem chatos; do tipo não falo com ninguém e não quero que falem comigo. Na volta, à noite, 99,95% queriam que as luzes do corredor, incluindo os ‘zoinhos’ de leitura, ficassem apagados para que eles dormissem.

Nesta época, havia ganho vários números da Cinemim. O Marcos, um colega que fazia algumas matéria na minha turma, me deu o presente. Fiquei eufórico e não via a hora de começar a ler as revistas. Quer saber? A vontade enorme de começar a degustar os assuntos sobre cinema era tanta que nem esperei chegar em casa. Comecei a lê-las na volta para casa, mesmo sabendo que iria encontrar pela frente um mar em fúria de estudantes que não admitiam um único zoinho acesso no corredor do ônibus.

Aguentei calado as reclamações iradas, mas li. Além do mais, estava tão compenetrado nos assuntos explorados por Cinemin que nem ouvia os protestos.

A saudosa Cinemin, publicada entre novembro de 1982 e outubro de 1993, foi pioneira no gênero, o melhor conteúdo já escrito sobre o tema no Brasil até hoje. A revista abordava todos os gêneros e épocas, com o mesmo cuidado e dedicação, com coberturas impressionantemente detalhadas de cerimônias de premiação e festivais, dos mais badalados aos menos conhecidos. Eu ouso dizer que foi a melhor publicação sobre cinema no mundo.

05 – O médico que adorou o Mundo de Lore

Morro de medo de cirurgias. Tenho pavor de ser carregado em macas; de ver aqueles azulejos brancos e aquelas luzes terrivelmente brilhantes, aquele instrumental cirúrgico esperando para dissecar parte do meu corpo. Brrrrrrr!!!! Enfim, mijo e gag...de medo de todo esse clima, por mais simples que seja a cirurgia. 

Mas, em junho de 2019, antes da pandemia de coronavírus, fui obrigado a encarar uma cirurgia de fístula perianal. Dias antes da cirurgia tinha acabado de receber pelo correio: O Mundo de Lore – Criaturas Estranhas que havia comprado pela Internet. O livro foi o meu companheiro de quarto e também me fez viver dois momentos inusitados.

No primeiro deles, já dentro do hospital, ao subir para o quarto percebi que um médico bateu o olho na capa do meu livro com um jeito meio suspeito. Então, já pensei comigo: “Pronto, lá vem censura pra cima do Lore”. Acho que ele não foi com a cara da caveira tentando escalar um túmulo na capa do livro”. Então o profissional – sabia que era médico por causa do seu crachá que indicava a sua especialidade: neurocirurgião – me perguntou:

- Está lendo O Mundo de Lore? O que achou?

Galera, verdade, ele me perguntou isso mesmo, na lata! Fiquei meio impactado porque não o conhecia.

- Tô gostando, mas ainda não terminei. – respondi

- Já chegou na parte do Jack dos Saltos de Mola? – perguntou o médico. Fiz que não com a cabeça.

- Na minha opinião é um dos melhores capítulos do livro. Boa leitura. - Dizendo isso, virou as costas e foi embora.

O segundo momento inusitado aconteceu logo após a cirurgia. Meu irmão que havia substituído Lulu como acompanhante de quarto, me disse que a minha noite de sono – depois que voltei da sala de recuperação - foi muito agitada por causa do efeito da anestesia. Não falava ‘coisa com coisa’ e para variar dei um grito meio escabroso - assim, do nada – no meio da noite. Quando a enfermeira entrou no quarto para ver o que tinha acontecido e viu o livro na cabeceira da cama, olhou com uma expressão séria e ao mesmo tempo reprovadora para o meu irmão e disse: “Ele não devia estar lendo essas coisas” – como se aquela caveirinha da capa escalando a sua sepultura, ansiosa para dar um oi para os visitantes de seu túmulo, fosse a responsável pelo meu grito de horror ou desespero. Um grito que nem lembro de ter dado.

Pois é, O Mundo de Lore – Criaturas Estranhas foi um amigão nesse período em que fiquei internado. Um amigão que causou rebuliço no ambiente hospitalar (rs).

Inté galera!

16 março 2022

Herança de Sangue: Um Faroeste Brasileiro

Concordo com Ivan Sant’Anna quando ele afirma na introdução de seu livro Herança de Sangue: Um Faroeste Brasileiro que alguns de seus personagens reais como: Cabeleira, Salvianinho, Capitão Carlos Andrade, João Sampaio, entre outros não ficam devendo nada para personagens fictícios que se tornaram ícones dos filmes de bang-bang. Dessa forma, eles fazem frente em igualdade de condições para um Sundance Kid ou até mesmo ao “bom”, o “mau” e “feio” do antológico “Três Homens em Conflito”.

Você deve ter percebido que no primeiro parágrafo eu defini os personagens do romance de Sant’Anna como reais porque eles, de fato, existiram. A obra, lançada em 2012 pela editora Companhia das Letras conta a história de fundação e também dos primórdios do município de Catalão, localizado no estado de Goiás. Catalão para quem não sabe foi considerado o lugar mais perigoso do Brasil superando as cidades fictícias do Velho Oeste. A obra é um relato de lutas, de crimes, de ódios, de paixões, de selvagerias e crueldades, com pouco espaço para o amor.

Desde a sua fundação por bandeirantes paulistas até meados do século XX, Catalão – atualmente uma próspera cidade do interior goiano – era considerada o lugar mais violento e perigoso do nosso País para forasteiros desavisados. Por lá “aterrissavam” as mais variadas espécies de aventureiros sem busca de enriquecimento rápido. A localidade foi cenário de terríveis massacres e disputadas políticas de lances cinematográficos onde as discussões, até mesmo as mais irrelevantes eram resolvidas na bala ou na faca. Por isso, os pistoleiros, jagunços e valentões de Catalão eram famosos em todo o vale do Paranaíba, e ainda mais além.

O livro é muito bom. A leitura te prende, e muito! Imagine você ter em mãos o enredo de um filme de faroeste com pistoleiros, vinganças e sagas familiares; tudo isso, recheado com balas para todos os lados. Bem... nem sempre balas, como eu escrevi, algumas pendengas eram decididas na faca. Ok; então imagine você lendo um enredo desses, sabendo que todo o seu conteúdo é real e faz parte da história de formação de um município brasileiro, hoje uma cidade moderna, conhecida em todo o País e com qualidade de vida muito superior à da maioria das capitais brasileiras. Achei hiper-interessante conhecer os primórdios de Catalão.

Não aconselho a leitura de Herança de Sangue: Um Faroeste Brasileiro para os leitores mais sensíveis porque a obra tem capítulos muito violentos. Aliás, Sant’Anna já começa a sua narrativa de uma maneira bem forte, narrando um linchamento que ocorreu numa praça quando um grupo de pistoleiros invadiu uma delegacia, expulsou todos os guardas e libertou um prisioneiro para que ele fosse morto, não sem antes passar por um suplício horrível. Os pistoleiros desfilaram com a vítima - com as mãos amarradas – pelas ruas da cidade enquanto o infeliz sofria todos os tipos de torturas.

O motivo desse linchamento que abre o livro é explicado somente no final da narrativa e com certeza pegará de surpresa os leitores ao descobrirem o nome do preso e também de alguns de seus algozes.

Sant’Anna segue o rastro de sangue desses crimes bárbaros, por meio de uma extraordinária crônica que se aproxima da mais imaginativa ficção. Ele recupera, por exemplo, os fatos envolvendo o assassinato de um senador da República na rua principal da cidade, em pleno dia; um violento conflito envolvendo operários da ferrovia, cujo estopim foi a morte de uma prostituta; diversos tiroteios e massacres patrocinados por chefes locais e pasmem: com o apoio do prefeito!!!

Achei muito interessante o capítulo destinado ao famoso escritor brasileiro, Bernardo Guimarães que morou durante algum tempo em Catalão, chegando a ocupar o posto de Juiz da cidade. Sant’Anna desmistifica essa etapa da vida do conhecido autor de A Escrava Isaura, mostrando o lado mais podre da vida de Guimarães. Confesso que me surpreendi com algumas de suas atitudes nada louváveis.

Enfim, um livro excelente e que já entrou para a minha lista de preferidos.

Ah! Antes que me esqueça é importante lembrar que Ivan Sant’Anna nasceu no Rio de Janeiro, mas passou grande parte de sua infância em Catalão, na casa dos avós paternos. Além de escritor, também é roteirista, sendo um de seus trabalhos mais famosos a série “Carga Pesada”, da rede Globo. É autor, também de Rapina, Os mercadores da noite, Plano de ataque, entre outros.

Valeu galera!

12 março 2022

Os 13 livros de autoajuda mais vendidos no começo de 2022

Uma semana sem postagens, né galera? Caráculas! Acho que bati o recorde. Não. Acho que o tempo maior que fiquei sem postar foi no período em que o Kid Tourão começou a ficar doente dando início as suas – quero dizer, as nossas – peregrinações hospitalres. Aqueles que ainda não conhecem o Kid que eternamente morará em meu coração, convido a acessar essas postagens e subposts (aqui e também aqui).

Mas dessa vez, o afastamento temporário do blog não foi por motivo de doença ou tristeza, mas por motivo de alegria e inovação. Apesar de ter alguns posts concluídos, preferi esperar pela mudança – mais uma (rs) – do layout do blog. Ele estava todo torto; sei lá, esquisito, com gadgets desproporcionais. Culpa das constantes mudanças de códigos da plataforma Blogger. Entonce, tomei a decisão de mudá-lo já de uma vez por todas. E assim, preferi esperar a conclusão do trabalho da Daniela da ‘Emporium Digital’ para recomeçar a publicar as minhas postagens.

E aí? Gostaram da mudança? Ficou legal? Espero que vocês tenham curtido, afinal a Dani é uma excelente profissional. 

Mas chega de ficar divagando e fugindo do tema proposto dessa postagem. Vamos que vamos? Que tal irmos de autoajuda, hoje? Tudo bem que não seja o meu gênero preferido – li pouquíssimos livros dessa categoria – mas o que importa é que a maioria dos leitores adora obras que estejam dentro desse contexto. Tanto é verdade que o gênero autoajuda é um dos mais vendidos no mundo; no Brasil, então, nem se fale. Basta consultar as Toplists da Amazon, Revista Veja e Publishnews para comprovar.

E como acredito que grande parte dos seguidores do blog são fãs incondicionais desse gênero literário resolvi escrever uma postagem sobre o tema onde publico uma lista com os 13 livros de autoajuda mais vendidos neste início de 2022.

Ahahaha! Acho que muitos de vocês devem estar perguntando o motivo dessa listagem ter 13 e não 10 ou 12 ou ainda 15 livros – o que estaria mais dentro de padrão de uma. Tudo isso é “culpa” da médica e escritora Ana Cláudia Quintana Arantes. Vou explicar o motivo. É simples: ela conseguiu emplacar em todas as listas de livros mais vendidos nada mais do que três obras!!! Vocês perceberam que citei “listas de livros mais vendidos” e não “listas de livros de autoajuda mais vendidos”? Entonce, as três narrativas da autora –A morte é um dia que vale a pena viver, Histórias lindas de morrer e Pra vida toda vale a pena viver – marcam presença neste início de ano na listagem geral dos mais vendidos que inclui todos os gêneros: ficção, não ficção, negócios, romances, esoterismo, infanto-juvenil e por aí afora.

A princípio, pretendia publicar uma lista com 12 obras, mas então, entrou o “Fator Ana Cláudia” e com isso, fui obrigado a ampliar a listagem para 13. Agora, sem mais delongas vamos ao que interessa. Lembrando que tomei como parâmetro para a elaboração desse ranking, as toplist da Amazon, Revista Veja, Publishnews e Estante Virtual dos quais fiz uma média.

01 – A morte é um dia que vale a pena viver (Ana Cláudia Quintana Arantes)

Ana Cláudia Quintana Arantes é formada em medicina pela Universidade de São Paulo (USP), com residência em Geriatria e Gerontologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e pós-graduada em Psicologia. Especializou-se em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium e pela Universidade de Oxford, em Londres. Também é sócia-fundadora e vice-presidente da Associação ‘Casa do Cuidar, Prática e Ensino em Cuidados Paliativos’ e ministra aulas nos cursos de formação multiprofissional e em Congressos Brasileiros.

Com muita sensibilidade, a autora do livro A Morte É um Dia que Vale a Pena Viver conta situações que são dramáticas, mas não precisam ser trágicas. Como ela mesma diz: “Enquanto a gente for capaz de sorrir e dar risada nos momentos que a gente está vivendo algum perrengue, a gente consegue superar.”

Ana Cláudia aborda o tema da finitude sob um ângulo surpreendente. Segundo ela, o que deveria nos assustar não é a morte em si, mas a possibilidade de chegarmos ao fim da vida sem aproveitá-la, de não usarmos nosso tempo da maneira que gostaríamos.

A médica partilha suas experiências pessoais e profissionais e incentiva as pessoas a cultivarem relações saudáveis, a cuidarem de si próprias com a mesma dedicação com que cuidam dos parentes e amigos. Reforça a importância de terem hábitos saudáveis, sem deixarem de fazer aquilo que têm vontade e as torna felizes.

02 – Mais esperto que o diabo (Napoleon Hill)

Napoleon Hill pode ser considerado o criador do gênero autoajuda. O livro foi lançado bem antes do chamado ‘boom’ de coaches motivacionais; todo este movimento que vemos hoje, só que em forma de livro.

Em Mais esperto que o diabo os leitores irão descobrir o código secreto da mente do encardido: Quem é o diabo? Onde ele habita? Quais suas principais armas mentais? Quem são os alienados e de que forma eles ou elas se alienam? De que forma o diabo influencia a nossa vida do dia a dia? Como a sua dominação influencia nossas atitudes? O que é o medo? Como nossos líderes religiosos e nossos professores são afetados pelo diabo? Quais as armas que nós, seres humanos, possuímos para combater a dominação do diabo? Qual a visão do diabo sobre a energia sexual? Como buscar uma vida cheia de realizações, valorizando a felicidade e a liberdade?

Todas essas perguntas e muitas outras são respondidas pelo próprio diabo, no formato de uma entrevista realizada por Hill. O seu propósito, escrito com suas próprias palavras, é ajudar o ser humano a descobrir o seu real potencial, desvendando as armadilhas mentais que os homens e as mulheres deste mundo criam para si mesmos, sabotando a sua própria liberdade e o seu próprio direito de viver uma vida cheia de desafios, alegria e liberdade. O livro foi escrito em 1938, após uma das maiores crises econômicas, e precedendo a Segunda Guerra Mundial.

03 – O poder do subconsciente (Dr. Joseph Murphy)

Em O poder do subconsciente, o Dr. Joseph Murphy propõe ensinar  técnicas para desenvolver todo o potencial da mente do ser humano, ensinando a superar adversidades, alcançando seus objetivos e mudando situações aparentemente irreversíveis. 

A obra tem por objetivo ajudar as pessoas a alcançarem grandes objetivos apenas mudando a maneira de pensar. As técnicas, consideradas, revolucionárias descritas pelo Dr. Murphy baseiam-se em um princípio simples e prático: “se você acredita em algo sem restrições e faz um retrato disso em sua mente, remove os obstáculos subconscientes para que seu desejo se concretize”. Assim, qualquer um pode transformar em realidade aquilo em que acredita.

Com a descrição de histórias verídicas de sucesso, O poder do subconsciente é tido como um guia para libertar o poder da mente que revela os segredos para melhorar um casamento, vencer medos, eliminar hábitos nocivos, curar pequenos problemas de saúde e obter promoções, prestígio, dinheiro e felicidade pessoal.

04 – 12 regras para a vida: um antidoto para o caos (Jordan Peterson)

Neste livro, o psicólogo clínico, Jordan Peterson, em uma era de mudanças sem precedentes e polarização da política em que estamos vivendo, nos conta porque meninos e meninas andando de skate devem ser deixados em paz, que terrível destino aguarda aqueles que criticam com muita facilidade e por que você sempre deve acariciar gatos ao encontrar um na rua. O que o sistema nervoso das humildes lagostas tem a nos dizer sobre a relação entre manter as costas eretas (e os ombros para trás) e o sucesso na vida? Por que os antigos egípcios veneravam a capacidade de atenção como seu deus mais supremo? Que terríveis caminhos as pessoas percorrem quando se tornam ressentidas, arrogantes e vingativas?

Em 12 regras para a vida: um antídoto para o caos, Peterson oferece doze princípios profundos e práticos sobre como viver uma vida com significado. O autor tem influenciado a compreensão moderna sobre a personalidade e, agora, se transformou em um dos pensadores públicos mais populares do mundo, com suas palestras sobre tópicos que variam da Bíblia, às relações amorosas e à mitologia, atraindo dezenas de milhões de espectadores.

05 – Histórias lindas de morrer (Ana Cláudia Quintana Arantes)

Taí mais um livro da médica Ana Claudia Quintana Arantes na lista dos mais vendidos no gênero de autoajuda. 

Com momentos tocantes, tensos e também divertidos, Histórias lindas de morrer nos relembra a importância das relações humanas e do respeito ao outro.

Como médica paliativa, Ana Claudia cuida de pacientes terminais há mais de vinte anos, em contato íntimo com os momentos de maior vulnerabilidade do ser humano.

Uma das principais vozes na tentativa de quebrar o tabu sobre a morte no Brasil, ela nos traz uma coleção de emocionantes histórias reais colhidas em sua prática diária, em que a proximidade do fim nos revela em toda a nossa profundidade.

São pessoas de variadas idades, crenças e origens, que nos deixam de herança lições de vida. Os leitores irão conhecer A.M. e R., que mostram, cada um à sua maneira, que a comunicação humana vai muito além do que imaginamos.

Vai se emocionar com M., que recebeu em vida o perdão incondicional pelos maus-tratos dispensados à filha. Vai torcer pelo morador de rua F. em sua tentativa de reencontrar a mãe para se despedir.

Ana Claudia exerce uma medicina que dá aos sentimentos e à história dos pacientes a mesma atenção que dedica aos sintomas e desconfortos físicos. Mas como será, no dia a dia, alcançar as camadas mais profundas das pessoas justo antes de elas partirem?

Histórias Lindas de Morrer tem momentos tocantes, tensos e também divertido. As histórias nos relembram a importância das relações humanas e do respeito ao outro. O medo da morte é o medo do não vivido, mas segundo a médica e autora, nunca é tarde para se envolver com a própria história.

06 – Essencialismo (Greg McKeown)

Essencialismo está presente em todas as listas dos mais vendidos de autoajuda, prova que a galera, de fato, adorou a narrativa de Greg McKeown. O livro é indicado para as pessoas que se sentem sobrecarregadas e ao mesmo tempo subutilizadas, dedicando o seu tempo apenas para servir aos interesses dos outros, esquecendo-se de si mesmas.

Mc Keown explica que o essencialismo é mais do que uma estratégia de gestão de tempo ou uma técnica de produtividade. Trata-se de um método para identificar o que é vital e eliminar todo o resto, para que possamos dar a maior contribuição possível àquilo que realmente importa.

Ele também enfatiza que quando tentamos fazer tudo e ter tudo, realizamos concessões que nos afastam da nossa meta. Se não decidimos onde devemos concentrar nosso tempo e nossa energia, outras pessoas – chefes, colegas, clientes e até a família – decidem por nós, e logo perdemos de vista tudo o que é significativo.

Essencialismo mostra que, para equilibrar trabalho e vida pessoal, não basta recusar solicitações aleatoriamente: é preciso eliminar o que não é essencial e se livrar de desperdícios de tempo. Devemos aprender a reduzir, simplificar e manter o foco em nossos objetivos.

De acordo com o autor, quando realizamos tarefas que não aproveitam nossos talentos e assumimos compromissos só para agradar aos outros, abrimos mão do nosso poder de escolha. O essencialista toma as próprias decisões – e só entra em ação se puder fazer a diferença.

08 – O poder do hábito (Charles Duhigg)

O hábito pode ser bom ou ruim, mas o livro O Poder do Hábito pretende mostrar que se controlarmos nossos hábitos podemos ter grandes impactos na nossa vida. ... O livro revela um entendimento da natureza das pessoas baseadas em como nosso cérebro poupa energia por meio de ações repetidas ao longo do tempo.

Com base na leitura de centenas de artigos acadêmicos, entrevistas com mais de trezentos cientistas e executivos, além de pesquisas realizadas em dezenas de empresas, o repórter investigativo do New York Times Charles Duhigg elabora, em O poder do hábito, um argumento animador: a chave para se exercitar regularmente, perder peso, educar bem os filhos, se tornar uma pessoa mais produtiva, criar empresas revolucionárias e ter sucesso é entender como os hábitos funcionam. Transformá-los pode gerar bilhões e significar a diferença entre fracasso e sucesso, vida e morte. Duhigg conclui por que algumas pessoas e empresas têm tanta dificuldade em mudar, enquanto outras o fazem da noite para o dia. Descobre, por exemplo, como hábitos corretos foram cruciais para o sucesso do nadador Michael Phelps, do diretor executivo da Starbucks, Howard Schultz, e do herói dos direitos civis, Martin Luther King, Jr.: “Eles tiveram êxito transformando hábitos. Todos começam com um padrão psicológico. Primeiro, há uma sugestão, ou gatilho, que diz ao seu cérebro para entrar em modo automático e desdobrar um comportamento. Depois, há a rotina, que é o comportamento em si. Para alterar um hábito, é preciso modificar os padrões que moldam cada aspecto de nossas vidas. Entendendo isso, você ganha a liberdade – e a responsabilidade – para começar a trabalhar e refazê-los”, diz o autor.

09 – Talvez você deva conversar com alguém (Lori Gottlieb)

De modo geral, buscamos a ajuda de um terapeuta para melhor compreender as angústias, os medos, a culpa ou quaisquer outros sentimentos que nos causam desconforto e sofrimento. Mas quantos de nós já paramos para perguntar: o terapeuta está imune à gama de questões que ele auxilia seus pacientes a dirimir e superar, dia após dia? A autora best-seller e terapeuta Lori Gottlieb nos mostra que a resposta a essa pergunta traz revelações surpreendentes.

Terapeutas são gente como a gente, mostra a autora que atende em seu consultório em Los Angeles e assina a coluna de conselhos “Caro Terapeuta” na revista The Atlantic. A obra traz revelações surpreendentes.

Quando Gottlieb se vê emocionalmente incapaz de gerenciar uma situação que perturba sua vida, uma amiga lhe faz uma sugestão: Talvez você deva conversar com alguém. A narrativa combina histórias reunidas a partir de da rica trajetória da escritora como terapeuta à sua própria experiência como paciente.

Talvez você deva conversar com alguém é um lembrete sobre a importância de sermos ouvidos, mas também de sabermos ouvir. Um livro sobre a importância dos encontros, dos afetos e da coragem de todos os que partimos para a aventura do autoconhecimento.

10 – A coragem de ser imperfeito (Brené Brown)

Neste livro, Brené Brown ousou tocar em assuntos que costumam ser evitados por causarem grande desconforto, tais como: medo, vergonha, imperfeição, enfim, todos os sentimentos que nos deixam vulneráveis. 

Para quem não sabe, Casandra Brené Brown que assina as suas obrtas como Brené Brown é uma professora pesquisadora norte-americana, palestrante, escritora e apresentadora de podcast. Ela é conhecida em particular por sua pesquisa sobre vergonha, vulnerabilidade e liderança.

Na opinião do autora, viver é experimentar incertezas, riscos e se expor emocionalmente. Mas isso não precisa ser ruim. Como mostra Brené Brown, a vulnerabilidade não é uma medida de fraqueza, mas a melhor definição de coragem.

Para a escritora e pesquisadora, quando fugimos de emoções como medo, mágoa e decepção, também nos fechamos para o amor, a aceitação e a criatividade. Por isso, as pessoas que se defendem a todo custo do erro e do fracasso acabam se frustrando e se distanciando das experiências marcantes que dão significado à vida.

Por outro lado, segundo o escritor, as emoções que se expõem e se abrem para coisas novas são mais autênticas e realizadas, ainda que se tornem alvo de críticas e de inveja. Por isso, é preciso lidar com os dois lados da moeda para se ter uma vida plena.

Em sua pesquisa pioneira sobre vulnerabilidade, o escritor e palestrante concluiu que fazemos uso de um verdadeiro arsenal contra a vergonha de nos expor e a sensação de não sermos bons o bastante, e que existem estratégias eficazes para serem usadas nesse “desarmamento”.

A coragem de ser imperfeito apresenta suas descobertas e estratégias bem-sucedidas, toca em feridas delicadas e provoca grandes insights, desafiando-nos a mudar a maneira como vivemos e nos relacionamos.

11 – Mindset (Carol S. Dweck)

Carol S. Dweck, ph.D., professora de psicologia na Universidade Stanford e especialista internacional em sucesso e motivação, desenvolveu, ao longo de décadas de pesquisa, um conceito fundamental: a atitude mental com que encaramos a vida, que ela chama de "mindset", é crucial para o sucesso. 

Dweck revela como o sucesso pode ser alcançado pela maneira como lidamos com nossos objetivos. Segundo a autora, o mindset não é um mero traço de personalidade, é a explicação de por que somos otimistas ou pessimistas, bem-sucedidos ou não. Dweck explica que ele define nossa relação com o trabalho e com as pessoas e a maneira como educamos nossos filhos. Enfim, é um fator decisivo para que todo o nosso potencial seja explorado.

12 – Como fazer amigos e influenciar pessoas (Dale Carnegie)

Não se trata de um livro novo. Pelo contrário; ele foi apresentado ao público por ocasião de sua primeira edição em 1937. Mas o tema apresentado na narrativa de Dale Carnegie são tão importantes e atemporais e nunca perderam a sua atualidade no decorrer de décadas.

A autora afirma em sua obra que as pessoas podem ir atrás do trabalho que mais desejam - e conseguir; podem transformar o seu trabalho atual em algo cada vez melhor e podem, também, se ver diante de qualquer situação e revertê-la a seu favor.

O release da editora Companhia Editora Nacional afirma que os conselhos sólidos, de eficiência comprovada ao longo de décadas, de Carnegie, fizeram com que inúmeras pessoas subissem as escadas em direção ao sucesso, tanto em sua vida profissional quanto pessoal.

Como fazer amigos e influenciar pessoas pode ser considerado um dos livros mais inovadores de todos os tempos, e que permanece ompletamente atual. A obra propõe ensinar aos leitores: seis maneiras de fazer com que as pessoas gostem de você, doze maneiras de conquistar as pessoas para pensarem como você, nove maneiras de mudar as pessoas sem causar ressentimentos, etc.

13 - Pra vida toda vale a pena viver (Ana Claudia Quintana Arantes)

Olha o “Fator Ana Claudia” aí, pessoal. A médica e escritora, agora, junta-se aos leitores como caminhante na trilha da vida e do envelhecimento, oferecendo dicas práticas, conselhos e belas histórias neste guia de bem-viver. O que é preciso fazer para tornar nosso corpo habitável, nossa mente sã e nosso espírito elevado enquanto não chega essa hora? Como podemos envelhecer bem? Algumas orientações já conhecemos: sabemos da importância da boa alimentação e da atividade física, mas Ana Claudia em seu livro Pra vida toda vale a pena viver traz novas motivações para cuidarmos da saúde do corpo. 

Ela inicia a sua narrativa fazendo uma comparação entre a vida, o envelhecimento e o deserto, ela conta também experiências únicas que viveu e ainda vive em sua profissão, narra como as pessoas, todos nós, na verdade, não gostamos e não aceitamos falar de morte, quando este é o único evento futuro e certo que vai acontecer com cada um de nós, já que só não envelhece quem já morreu.

Pra vida toda vale a pena viver nos ensina a lidar lidar com situações, inevitáveis, complicadas e que muitas vezes, se não soubermos como trabalha-las, podem acabar minando o nosso prazer em viver a vida, nos tornando pessoas amargas e com medo da morte.

Taí, espero que essa lista possa ajudar os apreciadores do gênero autoajuda a escolher os seus livros preferidos.

Inté!

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