Todos os posts da Categoria 007

07 março 2023

Livros de James Bond serão reeditados para excluir trechos considerados racistas

Sempre fui um grande fã de 007 nos livros e nos cinemas, mas como um bom devorador de livros confesso que viajo muito melhor através das páginas do que pelas telas. Por isso recebi com grande surpresa e alegria a informação de que todos os livros do famoso agente secreto inglês escritos por Ian Fleming serão reescritos e relançados. Pois é, fiquei curioso para saber o motivo desse parecer da empresa que gere o espólio do autor britânico morto em 1964 aos 56 anos.

Após várias sondagens na Net fiquei sabendo que a decisão foi tomada visando a remoção de conteúdo racista de suas páginas com o objetivo de acatar as recomendações feitas por leitores de sensibilidade.

As novas edições serão publicadas para comemorar em abril os 70 anos de Casino Royale, o primeiro da série. Os livros foram publicados originalmente entre 1951 e 1966.

De acordo com matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo, a leitura sensível é uma prática recorrente do mercado livreiro contemporâneo. Ela consiste em profissionais fazerem análises para levantar possíveis pontos do texto de ficção em que o autor faz representações de grupos sociais marginalizados. A prática é geralmente adotada em casos nos quais o autor não pertence ao grupo retratado.

A Ian Fleming Publications Ltd, companhia que tem direito sobre as obras de James Bond, que recebe o nome de seu autor, informou que uma série de atualizações foi feita nesta edição de relançamento dos livros, mantendo o texto o mais fiel possível ao original e ao período em que ele se passa.

Entre as partes alteradas, por exemplo, está um momento em Com 007 Viva e Deixe Morrer, onde, no livro, Bond diz que os africanos que trabalham com o mercado ilegal de ouro ou diamantes são "homens que obedecem a lei, exceto quando bebem demais". Com a reedição, a última parte, sobre a bebida, é removida.

Outro exemplo é uma passagem da história que se passa em uma boate de striptease no Harlem, bairro novaiorquino conhecido pela grande quantidade de moradores negros. Nela, é dito que os homens ali presentes "soltavam grunhidos como se fossem porcos no cocho"; a nova versão, no entanto, diz apenas que o ambiente tinha uma "tensão eletrizante”.

Os livros, de acordo com o jornal, virão com uma mensagem aos leitores na qual lhes será explicado que as obras foram escritas em uma época quando era comum o uso de termos que "podem ser considerados ofensivos por leitores modernos" e que as alterações foram feitas de maneira a evitar ao máximo o distanciamento do texto original e do período em que os enredos se ambientam.

Além dessas alterações necessárias também estou curioso para conhecer o novo projeto gráfico desses relançamentos que, acredito, deverão aterrissar nas livrarias com capas novíssimas e de causar inveja.

Vamos aguardar, afinal de contas, abril está praticamente aí, batendo na porta.

16 novembro 2021

James Bond terá uma trilogia de livros escrita por uma mulher

O agente secreto mais famoso do cinema está mesmo mudando. Os sinais estão aí bem à nossa frente. Vejamos: Nas décadas de 60 e 70 quando James Bond estava bombando nos cinemas, primeiramente, graças a Sean Connery e depois a Roger Moore, não passava pela cabeça de ninguém que o charmoso e viril 007 pudesse ser interpretado por uma mulher ou então por um ator negro. Mas o tempo foi passando e ao chegarmos na ‘Era Bond’ dominada por Daniel Graig todas essas barreiras preconceituosas foram caindo. Tanto é que já se ventila a possibilidade de 007 ser, futuramente, vivido por uma mulher nos cinemas, inclusive em “007 – Sem Tempo Para Morrer”, último filme de Graig no papel do agente inglês, uma mulher acaba assumindo o manto do agente secreto. A prova maior de que essas barreiras estão sendo rompidas é que a n ova 007 da produção cinematográfica é uma atriz negra, a excelente Lashana Lynch que ficou conhecida por interpretar Maria Rambeau, a melhor amiga de Carol Denvers no filme “Capitã Marvel” (2019).

Mas os paradigmas estão caindo por terra não apenas nas telonas mas também nos livros. Prova disso é que o próximo livro sobre 007será escrito por uma mulher. Verdade!

Daniel Graig e Lashana Lynch

A escritora britânica Kim Sherwood, de 32 anos, anunciou que está escrevendo uma nova trilogia de romances de James Bond. Segundo informações da BBC, a autora será a primeira mulher a escrever sobre o personagem e pretende dar uma “perspectiva feminista” à história, a fim de modernizar e expandir o universo 007.

Ainda de acordo com o site, o objetivo é continuar a história a partir do último filme da franquia - ‘007- Sem Tempo Para Morrer’ - quando o espião... Bem, melhor ficar calado; não quero soltar spoiler e muito menos revelar o final do filme. Sendo assim, basta dizer que a nova história de 007 prosseguirá a partir do final do filme.

Escritora britânica Kim Sherwood

A contratação de Sherwood contou com a concordância de todos os membros família de Ian Fleming, responsáveis pelo espólio do criador icônico agente secreto. Vale lembrar que depois da morte de Fleming, vários autores continuaram sua obra, mas esta é a primeira vez que uma mulher vai escrever as aventuras de Bond. 

Sherwood declarou ao jornal The Times: “Quando era adolescente, eu escolhi Fleming quando meu professor de inglês nos pediu para escrever sobre um autor que eu admirava — eu ainda tenho o boletim da escola. Desde então, eu sonho em escrever James Bond“.

O primeiro volume da trilogia deve ser lançado em setembro de 2022. Sherwood escreveu apenas um romance até agora, o elogiado e premiado Testament.

Como Já assisti - ‘007- Sem Tempo Para Morrer’ e estou a par do seu final, confesso que a minha curiosidade com relação a sequência da história é grande. E como sou leitor de carteirinha estou ainda mais feliz que essa sequência chegará no formato de um livro e não de um filme.

Aguardemos.


05 maio 2016

007 Contra Pequim - A Volta de James Bond

Desculpem-me a ausência de quase uma semana sem postar, mas com a reforma de casa a minha vida ficou de cabeça para baixo. Cara, que loucura! Agora entendo porque tantas pessoas ficam estressadas quando ‘mexem’ em seu ninho. Ainda bem que tenho Lulu ao meu lado. Ela é a minha linha de frente. Cobra, negocia, dá dura, elogia, enfim, faz o escambau a quatro com os pedreiros, pintores, marceneiros e companhia limitada. Mêo, tô admirado com a outra faceta da menina. Ainda bem que esse lado oculto existe, senão eu estava na roça.
Pra vocês terem uma idéia estou digitando essas linhas, espremido na sala, por isso peço para a galera um pouco de paciência. A previsão de termino da ‘bagunça organizada’ é para o início de agosto, por isso, até lá o ritmo de postagens pode sofrer uma ligeira queda, mas depois, prometo que tudo volta ao normal. Sabe como é né? Quando você divide um blog com vários escritores, o ritmo de postagens é outro, já que há sempre um blogueiro disponível para auxiliar um colega num momento de necessidade. No caso do Livros e Opinião só existe uma opção: ‘Euzinho da Silva’, entonce, as vezes a ‘coisa’ fica um pouco complicada. Mas vamos ao que interessa: resenhar.
Na semana passada, estava estressado com tanto pó, barulho, marteladas, além de alguns contratempos – tão comuns na vida daqueles que estão construindo ou reformando – então decidi retirar da estante o livro “007 Contra Pequim - A Volta de James Bond”.
O primeiro motivo que me levou a ler um livro de 007 que não fosse escrito por Ian Fleming foi um tópico do enredo relacionado a “M”. Segundo a sinopse da obra, o todo poderoso chefe do Serviço Secreto Britânico é violentamente seqüestrado de sua propriedade!! Uhauuuu!  Caraca, farejei adrenalina ali. E muita! Putz! Sempre vi o M dos livros de Fleming e também o personagem dos cinemas interpretado pelo Bernard Lee como um sujeito intocável e inatingível. Quanto a M contemporânea de Judi Dench, esqueça. Ela, apesar do ar de durona, só se metia em enrascadas e vivia exposta a um festival de perigos, incluindo seqüestros.
No  livro de Kingsley Amis – que não sei porque resolveu assinar a obra com o pseudônimo de Robert Markham – M (o cara, a lenda, o tigrão, o fenômeno) é seqüestrado e com direito a alguns petelecos. Quê???!!! Difícil acreditar, né? Cara, fico imaginando qual a postura do M frente a um coronel sanguinário e ensandecido?  Será que ele consegue manter toda aquela pose?
O segundo motivo que me estimulou a ler o livro foi a mudança no perfil psicológico do Bond idealizado por Fleming. Em “007 Contra Pequim - A Volta de James Bond” vêmos um 007 movido por vingança, bem diferente daquele agente controlado, tranqüilo e com senso de humor dos livros anteriores. Desta vez, o cara mais se parece com o personagem vivido pelo Daniel Craig que sai por aí arrebentando tudo o que encontra pela frente.
Apesar dos críticos dos anos 60 terem odiado a obra, principalmente por causa das mudanças psicológicas de Bond, eu adorei. Ação, thriller, e suspense à vontade. Talvez, por isso, você que já tenha se acostumado com o estilo de escrita de Fleming – bem narrativo e com a ação restrita aos capítulos capítulos finais – estranhe o estilo de Markham.
“007 Contra Pequim...”, lançado em 1968, é de longe o livro mais violento sobre o agente secreto inglês. O vilão, coronel Sun Liang-Tan, um membro do Comitê de Atividades Especiais do Exército da Libertação Popular da China, é peso-pesado – tanto é que teve peito para seqüestrar M. Ele é violento, sádico e torturador.
Quer saber de uma coisa? Eu até que gostei da opção do autor em modificar o perfil de 007. Acredito que só um cara meio doido e valente poderia deixar Sun Liang-Tan com um pouco de receio.
Achei o enredo bem amarrado. Na história, após seu oficial superior no Serviço Secreto, M , ser seqüestrado  violentamente de sua propriedade,  James Bond  segue as pistas e os indícios  que o levam até uma ilha grega do Mar Egeu. Então, ele une forças com  uma agente comunista grega que trabalha para a União Soviética. Juntos, planejam salvar M e frustrar os planos do vilão que pretende sabotar uma importante conferência de paz entre ingleses e soviéticos.
A curiosidade é que “007 Contra Pequim...” é o primeiro livro do agente secreto britânico escrito após a morte do criador do emblemático personagem. Amis ou Markham, como queiram, foi escolhido para essa “missão” por ser amigo pessoal de Fleming. Antes, ele já tinha finalizado o livro “O Homem do Revolver de Ouro”, obra póstuma do pai de James Bond.
Ah! Tem mais uma boa! Anotem aí: por pouco “007 Contra Pequim – A Volta de James Bond” não foi adaptado como um filme da série. Isto só não aconteceu porque a editora Gildrose Productions que na época detinha os direitos sobre o livro se opôs à idéia.

Uma pena.

25 abril 2016

Encontro em Berlim

“Encontro em Berlim” foi um dos livros de Ian Fleming mais difíceis de localizar. Caraca, como suei para encontrá-lo. Por sorte, após zapear por um sebo online, vi o danadão dando sopa e ainda com um preço pra lá de módico. Soltei um  tremendo grito de alegria e na sequencia fechei a compra. Concluía assim, a minha coleção de 14 livros sobre 007 escritos por Fleming. Todos eles estavam lá, bonitinhos e em lugar de destaque na minha estante. Este foi um dos momentos mais felizes da minha vida de leitor inveterado.
Bem, restava agora saber se os quatro contos do livro seriam bons, de fato, principalmente “Octopussy” e “The Living Daylights”, na tradução original: “James Bond Acusa!” e “Encontro em Berlim”, respectivamente. Como essas duas histórias foram adaptadas para o cinema queria lê-las para depois compará-las com os filmes.
Cara, livraço! Não me decepcionei. Se eu afirmar que qualquer um dos quatro contos da obra escrita por Fleming é ruim, com certeza, estaria mentindo. Tudo bem que os filmes tenham mais ação, mas em contrapartida, as histórias curtas do livro são mais tensas, daquelas que o leitor rói as unhas por causa das situações complicadas em que os personagens se envolvem, entre eles, 007. Um desses contos é “The Living Daylights” ou “Encontro em Berlim”, tanto faz – uma questão de tradução. O duelo entre James Bond e Trigger (assassina da KGB) não envolve lutas ou trocas de tiros, mas ‘tutano’ – como costumava dizer o Kid Tourão.
É uma delícia ver ler o jogo de ‘gato e rato’ entre eles. Os outros três contos seguem essa mesma linha, ou seja, trocam a ação pelo thriller.  
Os quatro contos do livro são: “Octopussy” (no Brasil: “James Bond Acusa!”), “The Living Daylights” (no Brasil: “Encontro em Berlim”), “The Property Of A Lady” (no Brasil: “A Propriedade De Uma Senhora”) e “007 In New York” (no Brasil: “007 Em Nova York”)
De todos eles, como já disse acima, apenas “Octopussy” e “The Living Daylights” foram parar nas telonas. Quer saber quais foram os filmes? Ok; anote aí: “Octopussy”, filmado em 1983 com o título “007 Contra Octopussy” e “The Living Daylights” em 1987 como “007 Marcado Para a Morte”. O primeiro com Roger Moore, já perto de deixar a franquia por causa da idade - dois anos depois ele faria seu último filme como o agente secreto inglês, “Na Mira dos Assassinos”, já com 57 anos - e o segundo com Timothy Dalton, na minha opinião o melhor 007 de todos.
Vamos com um breve resumo dos contos de “Encontro em Berlim”:
01 - James Bond Acusa!
 Bond é ordenado a capturar herói da Segunda Guerra Mundial, Major Dexter Smythe, acusado de roubar ouro nazista. A maior parte é contada em flashback pelo vilão. Inicialmente publicada em duas edições da Revista Playboy em 1966
02 - Encontro em Berlim
Bond é ordenado a ajudar um traidor do regime comunista, codenome "272", a fugir em Berlim Oriental. Bond fica de sniper, com a missão de prevenir que 272 seja morto por um assassino da KGB, Trigger. A missão se complica quando Bond descobre que Trigger é uma bela mulher que ele vira antes. Vale lembrar quer no filme 007 Marcado Para a Morte, 272 virou o General Koskov, e Trigger, a celista Kara Milovy. A história foi Inicialmente publicada no The London Sunday Times em 1962.
03 - A Propriedade de uma Senhora
James Bond investiga uma funcionária do Serviço Secreto, Maria Freudenstein, que é uma agente dupla paga pelos Russos para leiloar um relógio feito por Peter Carl Fabergé na Sotheby's. Inicialmente publicada no The Ivory Hammer (a publicação anual da Sotheby's) em 1963.
04 - 007 em Nova York
Uma história em que James Bond dá suas impressões sobre Nova York e pensa em uma receita de ovos mexidos, durante uma missão na "Big Apple" de avisar uma agente do MI6 que seu namorado é do KGB. Inicialmente publicada como "Agent 007 in New York" no New York Herald Tribune em 1963. 

Taí galera, divirtam-se!

20 abril 2016

As 5 Bond girls mais fodásticas dos livros de Ian Fleming

Imaginem os livros e também os filmes de 007 sem as famosas e cobiçadas Bond girls. Aliás, melhor deixar pra lá. Só em pensar nessa hipótese já fico completamente down. Estas garotas são fantásticas e sem elas, com certeza, as histórias do antológico agente secreto inglês não seriam as mesmas. Ficariam sem charme, sem aquele tchan a mais.
Devido a importância das Bond girls nos enredos criados por Ian Fleming, resolvi elaborar um post só delas. Vamos conferir as cinco garotas mais empolgantes ou melhor, mais fodásticas dos livros do autor britânico considerado o “pai de 007”.
Antes de tudo, gostaria de esclarecer que se trata de uma lista pessoal e por isso mesmo, muitos leitores poderão discordar da minha opinião, afinal gosto não se discute. Fiquem a vontade para opinar, acrescentando outros nomes.
E chega de blá-blá-blá. Vamos as nossas cinco meninas.
01 – Vesper Lynd
Livro: Cassino Royale
Vesper Lynd e Teresa Di Vicenzo (Tracy) foram as duas únicas Bond girls que conseguiram virar a cabeça de 007. O espião ‘Macho-Man’ acostumado a levar todas as mulheres para cama e depois abandoná-las ou esquecê-las, acabou ‘dançando’ com as duas beldades. Vesper foi o primeiro interesse romântico de James Bond e a mulher -  além de sua esposa Tracy - a quem ele propõe casamento. Por isso, merece estar nessa lista.
A Bond girl também é uma pessoa com sua lealdade dividida ao meio. E é assim dividida, que no livro e no filme ela se apaixona e também trai James Bond. 
Na época, pessoas mais chegadas a Fleming, diziam que Vesper havia sido inspirada numa espiã polonesa nascida em 1º de maio de 1908, chamada Christine Granville e que também era amante de Fleming.
Christine foi encontrada morta no dia 15 de junho de 1952 assassinada a facadas em um quarto de hotel em Londres. Dennis Muldowney, um fuzileiro naval confessou o crime. Ele era um ex-colega da espiã e completamente obcecado pela mulher. Christine sempre rejeitou as investidas de Muldowney, criando um ódio mortal no sujeito. Ele foi condenado a forca.
02 - Teresa Di Vicenzo (Tracy)
Livro: A Serviço Secreto de Sua Majestade.
Putz! Esta mulher dilacerou o coração do nosso agente. Quando ela morreu, assassinada por Blofeld, Bond ficou acabadaço, entregue à baratas. Passou a beber  e a jogar muito, além de cometer erros infantis, transformando as suas missões em verdadeiros fiascos. Por isso, o agente de duplo zero e com permissão para matar acabou se transformando numa verdadeira piada no MI6.
Bond não conseguia tirar Tracy da cabeça. Para que você entenda a importância dessa mulher na vida de 007, basta dizer que ele a pediu em casamento!! Verdade! O sujeito mais mulherengo do mundo, que sempre teve ojeriza ao matrimônio, acabou caindo de quatro por Tracy, chegando ao ponto de pedir permissão ao pai da garota para se casar com ela. Ohohohoh!!
Quando Tracy morreu, Bond ficou arrebentado, moído por dentro. Esta fase conturbada na vida de 007 pode ser conferida em “A Morte noJapão”, obra que fecha a chamada “Trilogia Blofeld” formada ainda pelos livros “Chantagem Atômica” e “A Serviço Secreto de Sua Majestade”.
03 – Gala Brand
Livro: Moonraker
Gala Brand é a única Bond girl que a franquia não levou para o cinema. Em“007 Contra o Foguete da Morte”, a personagem foi batizada de Drª Holly Goodhead.
Ok, ok, ok. Você quer perguntar  porque escolhi uma personagem que foi rejeitada pelos produtores da série. É simples galera. Gala, ao contrário das outras Bond girls, foi a única que não se deixou levar pelos encantos e cantadas do agente secreto. Ela nunca foi para a cama com James Bond. Cara, veja só como a conversa de 007 é poderosa. Ele conseguiu arrastar para debaixo dos lençóis até mesmo Pussy Galore que no romance “Goldfinger” era lésbica e por isso tinha pavor de se relacionar com homens. Mas com Gala a conversa foi outra. Ela ditou as regras.  
Além do mais, a menina que no romance de Fleming é uma agente especial infiltrada como assistente do vilão Drax, enfrenta vários perigos ao lado de Bond com muita perseverança. Por exemplo: eles quase foram assados vivos pelo escapamento de um foguete.
Por tudo isso, sem duvida merece estar nesta lista.
04 – Pussy Galore
Livro: Goldfinger
Na lata: Pussy Galore é a Bond girl mais polêmica criada por Ian Fleming. Tão polêmica que precisou ter várias de suas características amenizadas para poder aparecer nas telas no filme “007 Contra Goldfinger”.
Será que Fleming tava doidaço sob o efeito de algum chá suspeito quando criou a personagem? Caraca, ele se livrou de todas as amarras da timidez e idealizou uma Bond girl lésbica, chefe de uma quadrilha de ladras, boa de briga e por fim com um nome que deixou os mais pudicos perto de um ataque dos nervos ou do coração.
Se você não sabe, pussy em inglês é um termo chulo para vagina e galore tem tradução de “aos montes”. Capiche? Agora experimente juntar as duas palavras e veja o resultado. Sem contar que o livro foi lançado em 1959, uma época repleta de tabus sexuais, tanto na prática quanto na linguagem.
No livro “Goldfinger”, a personagem domina o enredo toda vez que aparece. Com ela por perto não tem pra ninguém. Já a Galore dos cinemas vivida por Honor Blackman não é lésbica, ladra e nem briguenta.
A personagem das páginas conseguiu se manter imune ao charme de 007, até o final da história, quando finalmente jogou a toalha e caiu nos braços do agente “Don Juan”. Já a Galore dos cinemas não conseguiu resistir por muito tempo e rapidinho se enroscou com Bond.
05 – Dominetta Petacchi (Domino)
Livro: Chantagem Atômica
Honey, Solitaire, Vivienne Mitchell, Tatiana Romanova e outras terão que me desculpar, mas o nome escolhido para fechar essa lista é Domino. Se não fosse ela, hoje o nosso glorioso James Bond estaria sete palmos abaixo da terra.
No livro, Domino escapa de Emilio Largo enquanto ele tenta levar avante seu plano de detonar armas nucleares, mas quando o chefe da SPECTRE está prestes a matar Bond num barco, ela aparece de surpresa e manda Largo para o além com um tiro de arpão.
Vale lembrar que o vilão já havia matado o irmão da moça. Depois ela consegue concretizar a sua vingança e de bandeja, salva a vida de 007.
Domino é uma das Bond girl mais corajosas, tendo passado por verdadeiros enroscos. Após Largo descobrir que ela era cúmplice de Bond, decidiu torturá-la usando cigarros acessos como calor e gelo como frio. Mesmo assim, a moça manteve a cabeça erguida e agüentou firme.
Taí, pessoal! Espero que tenham gostado da lista.

Inté!

14 abril 2016

Viva e Deixe Morrer

Cara, que livro! Livraço com ‘aço’. “Viva e Deixe Morrer” é um dos melhores de toda a saga do agente secreto inglês. Acredito que Ian Fleming estava inspiradíssimo quando escreveu a obra em 1954.
Ele  brinda os seus leitores com muita ação, suspense e um vilão terrível. Mr. Big, de fato se impõe e consequentemente mete medo na galera.
O livro pode ser considerado uma sequencia de “Cassino Royale”, onde James Bond após ter se recuperado da tortura imposta por Le Chiffre - onde por um triz quase ‘bateu as botas’ - é convocado para investigar um caso de contrabando de moedas de ouro. E adivinhe quem está operando esse esquema? O temido Mr. Big. O vilão utiliza as moedas contrabandeadas para financiar as ações criminosas da SMERSH em território americano. A missão de 007 é chegar até Mr. Big e desmantelar o seu esquema, destruindo o tesouro, cortando assim, os recursos direcionados para a organização criminosa.
Fleming utiliza boa parte do capitulo três de “Viva e Deixa Morrer” para descrever a perigosa figura do vilão haitiano Mr. Big. Devido a sua desmesurada altura e corpulência, ele era chamado na infância de Big Boy ou simplesmente Big. Quando ele ganha fama no submundo do crime, passa a ser chamado por Mr. Big. Já que era mestre no culto vodu, sabiamente, plantou o boato de que era um zumbi ou o cadáver  animado do Barão  Samedi, o temido príncipe das trevas, segundo a crença vodu.
Mr. Big é a própria essência do mal. Matar para ele é um hobby, o qual desempenha por prazer e sem nenhuma ponta de remorso. Ardiloso, esperto, inteligente e carismático. Tudo isso o transforma num dos mais letais inimigos de 007.
O livro é muito diferente do filme de 1973 e que marcou a estréia de Roger Moore na ‘pele’ do icônico agente secreto inglês. Pra ser sincero, “Viva e Deixe Morrer” – que também foi lançado no Brasil com o título “Os Outros Que se Danem” -   virou picadinho nas mãos dos roteiristas e produtores.; Cara, a obra de Fleming emprestou fragmentos de sua história para três filmes: “007- Viva e Deixe Morrer”, “Somente para Seus Olhos” e “Licença para Matar”. Com relação à “Viva e Deixe Morrer”, os tais fragmentos emprestados foram maiores, entre eles: as características pessoais de Mr. Big – excetuando a sua doença no coração, já que no livro de Fleming, o vilão tinha o coração inchado -, a Bond-girl Solitaire também é bem parecida com a do filme ... que mais... que mais... Ah! Aqueles lances de vodu, macumba também são bem parecidos. E Zefini. Esqueça a cena de Bond pisando nas cacundas dos crocodilos, foi pura invenção do diretor Hamilton; esqueça também a ameaça (apenas ameaça) do capanga de Mr. Big/ Dr. Kananga em quebrar ou decepar um dos dedos das mãos de Bond após a sua captura. O livro pode ser considerado muito mais violento do que o filme. Por exemplo, na obra literária, o agente secreto tem, de fato, o dedo mindinho quebrado. Tanto é que ele passa a maior parte da investigação com o dedo – quero dizer, com o braço – engessado. Já no filme, Solitaire salva o dedinho de 007. O confronto entre Bond e Mr. Bog que culmina com a morte do grandão também é completamente diferente daquela que você assistiu nas telonas. No livro é muito mais dramática.
Li o enredo de Fleming numa tacada só. “Viva e Deixe Morrer” foge totalmente das características dos outros livros da saga do agente secreto de Sua Majestade onde a ação chega, mas em doses homeopáticas.

“Viva e Deixe Morrer” é pauleira do início ao fim.

29 março 2016

O espião que me amava

Dos 14 livros sobre James Bond escritos por Ian Fleming, “O Espião que me amava” (1962) foi o mais complicado para ler. Ruinzinho, mesmo. A história original perde feio para o filme com Roger Moore.
Cara, se hoje estou suando para terminar a leitura de “Contos Fantásticos do Século XIX”, no passado sofri para encarar o livro de Fleming. Só não desisti porque sou um leitor muito perseverante, daqueles que agarra o touro à unha e só larga depois que o bicho cai.
Reza a lenda que por causa da enxurrada de críticas dos fãs e da imprensa - que acharam a história medíocre - Fleming teria ficado muito frustrado com o que escreveu e por isso proibiu novas reimpressões - incluindo a versão de bolso – além de uma possível adaptação cinematográfica. Este é o motivo principal porque o filme de 1977 só leva o nome do livro.
Acredito que o autor inglês deve ter dito aos seus herdeiros que voltaria do além túmulo para assombrá-los, caso eles fizessem alguma maracutaia para liberar a adaptação integral do livro para as  telonas. Cara, mas nem precisou tudo isso, porque o enredo é tão bravo, tão aquém das outras histórias envolvendo 007 que o veto partiu do próprio Albert Brocoli, o ‘todo poderoso’ produtor da franquia, na época. Ele achou o livro tão ruim que preferiu aproveitar apenas o título em seu filme. Mamma Mia!!
Brocoli com o apoio de seu parceiro Harry Saltzman contratou roteiristas conceituados de Hollywood para elaborar uma história completamente independente e diferente da obra de Fleming. E quer saber mais? Deu resultado mêo! É verdade! "O espião que me amava" dos cinemas engoliu o seu homônimo dos livros. A história com Roger Moore foi um grande sucesso, recebendo elogios tanto do público quanto da crítica especializada.
No livro, a história é narrada em primeira pessoa pela personagem Vivienne Michel que trabalha num motel de beira de estrada que durante uma madrugada recebe a visita de dois mafiosos que tem planos de incendiar o local e matar a moça. Eis então que após ter um pneu de seu carro furado, 007 surge no motel e pede para passar a noite no local. O agente secreto inglês troca tiros com os dois gangsters, mandando-os para as profundezas do inferno,  dorme com a tal Vivienne e no dia seguinte vai embora. E só!Putz, desculpe aí Fleming, mas etchaa romancinho rebinha... jamais daria um filme, sequer mediano.
Já no o filme do diretor Lewis Gilbert,  Bond e uma linda agente soviética unem-se para investigar o desaparecimento de submarinos atômicos e acabam enfrentando um perigoso e astucioso vilão, o bilionário magnata e armador Stromberg, logo Bond e sua companheira são a esperança de toda a humanidade.
O filme marca também a estréia do ‘capanga de vilão’ Jaws ou “Dentes de Tubarão” como ficou conhecido. O grandalhão desajeitado com aqueles dentes de metal fez tanto sucesso que voltou a participar de um novo filme do agente secreto na chamada “Era Moore”.

Taí! Ponto para Brocoli!

13 fevereiro 2016

Goldfinger

Livro lançado pela BestSeller em 1965
Comprei “Goldfinger” num sebo, já que a obra de Ian Fleming, na época, estava esgotada e sem nenhuma previsão de relançamento por parte de alguma editora. Hoje o panorama mudou, já que o título foi relançado em 2013 pela Alfaguara e ainda pode ser encontrado com facilidade em qualquer livraria ou sebo.
Fiquei muito feliz ao ter fisgado a edição capa branca da BestSeller lançada em 1965: uma verdadeira preciosidade. O livro, a exemplo do filme, é muito bom e devorei as suas páginas em pouco tempo.
Acho “Goldfinger”, juntamente com “Dr. No”, “Moscou Contra 007” e “Viva ou Deixe Morrer” os melhores de toda a série original escrita por Fleming.
A maioria dos posts que li comparando livro e filme são quase unânimes em afirmar que não há muita diferença entre eles, com os roteiristas da produção cinematográfica de 1964 optando por manter as características do romance escrito por Fleming.
Eu concordo com essa colocação, mas até certo ponto. De fato, o enredo do livro se parece muito com o roteiro do filme, mas o pouco do livro que não faz parte do filme, faz com que o livro se torne muito melhor do que filme.  Viche! Acho que promovi um festival de redundâncias por aqui! Mas, paciência, esta foi a melhor maneira que encontrei para explicar que por mais que se pareçam, o livro sempre irá superar o filme com Sean Connery.
Para começar, a Pussy Galore do cinema – vivida pela competente Honor Blackman –
Edição mais recente lançada pela Alfaguara
não chega aos pés da Pussy Galore das páginas. Apesar de viver numa época cheia de preconceitos e tabus – principalmente sexuais – Fleming foi ousado ao criar uma personagem declaradamente lésbica. Ele foi ainda mais longe ao incluir no enredo um relacionamento homossexual entre duas mulheres. A Galore idealizada por Fleming é o máximo. Tão ousada quanto o seu criador. Ela domina todos os trechos do enredo onde aparece.
Os diálogos entre a personagem e James Bond são imperdíveis. Bem que no início, o agente inglês ainda tentou jogar o seu charme e conversa fiada para cima da ‘moça’, mas dançou bonito.
Deixando de lado as suas preferências sexuais, Galore é uma personagem carismática ao extremo, daquelas que conquista os leitores logo de cara pela sua força, coragem e sinceridade, mesmo sendo uma ladra pertencente ao time de capangas do vilão, mas que no final acaba trocando de lado.
Toda essa complexidade da personagem foi podada nas telas. Com medo de ousar, os produtores decidiram amenizar – e muito -  o homossexualismo de Galore, matando assim, toda a sua essência, ambigüidade e consequentemente o interesse do cinéfilo.
Outro momento marcante do livro completamente modificado no filme foi o confronto entre 007 e a montanha de músculos chamada Oddjob, o guarda-costas de Auric Goldfinger. Nas telas, o confronto acontece no interior do Fort Knox, onde o grandalhão morre eletrocutado ao tentar retirar o seu ‘chapéu voador’ com aba de navalha que havia ficado grudado num cabo de alta tensão. Nas páginas, o ‘pega-pra-capá’ é muito mais tenso, já que acontece no interior de um avião em pleno vôo.
Honor Blackman como Pussy Galore no filme 007 Contra Goldfinger
Fleming descreve uma luta de tirar o fôlego, só decidida no último momento.
Quanto aos diálogos entre Bond e Goldfinger durante uma partida de golfe que muitos acharam cansativos no livro; eu simplesmente, os devorei. Eles exprimem toda a tensão existente entre os dois rivais; tensão que vai aumentando a cada novo lance e troca de palavras entre os rivais. Portanto, o que se passa rapidamente nas telas, acaba sendo amplamente detalhado no livro.
A participação do agente da Cia, Felix Leiter, no clímax final da história é outro trecho imperdível da obra. Sou fã do cara nos livros. Ao contrário daquele Félix chato e sisudo dos cinemas interpretado por Jack Lord, o personagem das páginas é gozador ao extremo e dono de um humor ácido.

Cara, com certeza, o filme é muito bom, mas o livro é melhor. E como é!

07 fevereiro 2016

O Homem do Revólver de Ouro

Sabem aquela história da água e do óleo que jamais se misturam? Entonce, a mesma prática se aplica ao livro “O Homem do Revolver de Ouro” e ao filme “007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro”. Os roteiros de ambos são distintos ao extremo. Como já escrevi num post anterior, os produtores e roteiristas do filme mandaram as favas o contexto da obra literária de Ian Fleming. Acho que eles disseram: “Olha, vamos aproveitar só parte do nome da obra; o resto, a gente inventa”. E até que inventaram um filme ‘meia-boca’ com Roger Moore vivendo James Bond pela segunda-vez.
No filme, Francisco Scaramanga dá uma de galo de briga e chama 007 para o terreiro com a intenção de descobrir quem é o “Rei do Gatilho”. Para isso, ele envia uma bala dourada, calibre 42 com a inscrição 007 à sede do Serviço Secreto Britânico. Com a ameaça feita à seu principal funcionário, “M” sugere a Bond que tire férias. O agente sabe, porém, que a chance de ser morto é grande e que tem apenas uma alternativa para virar o jogo a seu favor: encontrar antes o vilão. Durante a caçada, ele descobre que Scaramanga roubou uma estranha engenhoca que produz células de energia e que poderá vir solucionar o problema da falta de petróleo. Fica evidente que o vilão quer usar essa máquina para destruir Bond. 
Achei o enredo do filme apenas regular, meio bobinho; ao contrário do livro que é fodasticamente sério e tenso. A obra de Fleming funciona como continuação de “A Morte no Japão”, onde um ano depois de James Bond desaparecer durante a missão naquele País,  é dado como morto. Em seguida, um homem que se diz ser Bond, aparece em Londres para se encontrar com M. Após alguns exames e interrogatórios, a identidade do agente secreto é confirmada, mas, durante sua entrevista de balanço com M, 007 tenta matá-lo com uma pistola de cianeto, mas a tentativa falha.
Então, o Serviço Secreto Britânico logo descobre que depois da destruição do castelo de Blofeld no Japão, Bond sofreu um ferimento na cabeça, ficando com amnésia subseqüente. Tendo vivido como um pescador japonês durante vários meses, 007 viajou para a União Soviética afim de saber a sua verdadeira identidade. Mas, ele acaba sofrendo uma lavagem cerebral e é mandado de volta à Inglaterra para matar M.
Após passar por um processo contrário à lavagem cerebral, é dada à James Bond uma chance de provar seu valor como um membro da seção “00″. “M” lhe atribui uma missão na Jamaica aparentemente impossível: localizar e matar Francisco “Pistolas” Scaramanga, um assassino cubano – considerado um às no gatilho - que acredita-se ter matado vários agentes secretos britânicos.  Ele e  outros investidores ainda estão envolvidos em um esquema para desestabilizar os interesses ocidentais na indústria de açúcar do Caribe e aumentar o valor da safra cubana. O grupo também comanda o tráfico de drogas nos EUA, o contrabando de prostitutas no México e a operação de cassinos na Jamaica.
Achei o duelo do livro entre 007 e Scaramanga bem mais tenso do que o do filme.  Aliás, Fleming caprichou no enredo, porque ao contrário de um, nós, leitores somos brindados com dois duelos. O primeiro ocorre quando o agente secreto, o vilão e seus capangas estão em um trem. Já o embate final – para saber quem é o melhor no gatilho – tem como local um pântano onde o ‘negócio’, de fato, pega.
Um detalhe interessante sobre a obra é que Fleming faleceu sem terminar o livro, ficando a cargo de Kingsley Amis, a função de finalizar a obra. Amis não levou os créditos pela co-autoria de “O Homem do Revólver de Ouro”, mas em compensação, escreveu o primeiro livro do agente pós-Fleming, Colonel Sun (1968), sob o pseudônimo de Robert Markham.
É isso aí galera!


29 agosto 2014

James Bond vem aí! Dia 1º de setembro chega às livrarias o relançamento de “Os Diamantes são Eternos"



Palavra das Palavras e ainda por cima de honra! Olha galera, não entendo porque tanta dificuldade para relançar os livros de James Bond escritos por Ian Fleming. Putz! É braba a coisa! Tô falando escrevendo sério! Na minha opinião, a ‘coisa’ mais difícil, até mesmo do que encontrar, nos dias de hoje, uma pepita de ouro de ‘mil quilates’ em Serra Pelada é ver alguma editora relançar sequencialmente ou num box fechado os  14 clássicos sobre o agente secreto inglês. Não adianta, se você quiser ler um livro de 007, deve procurar num sebo e jamais numa livraria. É mole ou quer mais?
Bem, tentando mudar esse panorama, a Record planejou  há 11 anos recolocar no mercado as antológicas obras do escritor britânico, bem... ficou apenas no planejamento, excetuando três livros – “Moscou Contra 007”, “007 Contra o Satânico Dr. No” e “Cassino Royale” – lançados respectivamente em 2003 e 2004 e 2006. E ficou nisso. Lembro-me que, na época, após ter adquirido os três livros ficava fuçando diariamente na Net na esperança de descobrir quando a Record colocaria no mercado, os outros títulos. E a cada fuçada vinha a decepção porque não encontrava absolutamente nenhuma informação.
Por isso, fiquei com um pé atrás quando no ano passado, o selo Alfaguara da Editora Objetiva relançou os livros “Da Rússia Com Amor” (Moscou Contra 007) – uma perda de tempo, já que o livro relançado pela Record em 2003 pode ainda ser encontrado facilmente nas livrarias - “Viva e Deixe Morrer” e “Goldfinger”. Pensei com os meus botões: “Será que a Alfaguara vai repetir a síndrome “Ah! Tá vendo só? Te enganei!” da Record? Juro que fiquei escaldadíssimo e para ser sincero, ainda continuo escaldadíssimo, mas menos neurótico.
Agora, zapeando nas redes sociais vejo a notícia de que o tal selo da Objetiva  (My God! Vai ter selos assim na Conchinchina, a Suma de Letras que o diga!) estará recolocando no mercado o quarto livro de Fleming: “Os Diamantes São Eternos”, seguindo o mesmo padrão de capa das três publicações anteriores e diga-se de passagem, muito bonitos.
A previsão é a de que a Alfaguara (nome esquisito, né?) relance “Os Diamantes São Eternos” no dia 1º de setembro, aliás, o livro já está em pré-venda em algumas livrarias virtuais.
‘Diamonds Are Forever’ é o quarto livro sobre o agente secreto britânico James Bond. Escrito por Fleming, foi publicado em 1956 e lançado originalmente no Brasil pela Editora Civilização Brasileira em 1965 como Os Diamantes São Eternos, e em 1999 pela Editora L&PM.
A história do livro é centrada na investigação de James Bond em uma operação de contrabando de diamantes. Plano criado por uma rede que tem início nas minas de diamantes da Serra Leoa e termina em Las Vegas. Ao longo da trama, Bond conhece um dos membros da quadrilha de contrabando, a bela Tiffany Case.
Neste livro vemos um Bond bem diferente, ou seja, mais arrogante e insolente. O enredo também foge daqueles conflitos e disputas com agentes soviéticos. Dessa vez, 007 enfrenta uma quadrilha de pedras preciosas.
Excetuando a capa que está fantástica – espero que a Alfaguara mantenha o mesmo padrão para as próximas edições, isto é, se realmente vierem as próximas edições – e a tradução atualizada do competente Roberto Grey (‘A Gangue do Pensamento” e “O Ladrão no Armário”) a única falha que vi no projeto da editora foi a de não respeitar a ordem cronológica de lançamentos originais dos livros escritos por Fleming. Já que decidiu republicar “Moscou Contra 007” – que se encontra facilmente nas livrarias -  poderia respeitar a ordem de lançamentos dos livros “fleminguianos”, começando com “Cassino Royale”, porque não existe coisa pior para os colecionadores de livros do que olhar para a sua linda estante e ver uma coleção de obras com capas das mais diferentes espécies e cores; um verdadeiro carnaval. Agora, já pensou os 14 livros de 007 com capas e tamanhos personalizados? Ficaria show de bola, não é mesmo?
Portanto, mesmo que demorasse um pouco mais, seria muito melhor se a Alfaguara relançasse um box com a coleção completa de 007, mas nem tudo é perfeito nesse mundo.
Inté!

18 janeiro 2014

As diferenças entre o 007 dos cinemas e o 007 dos livros de Fleming



O “cinéfilo-leitor” que não estiver familiarizado com o chamado “Universo Fleming”, certamente irá levar um baita susto ao assistir um filme de 007 e logo depois ler um livro do agente secreto. E olha que será um susto tão grande quanto o do Luciano, o Lucião, um primo bem distante que mora lá em Morrinhos, Goiás. Há muitos anos, ele esteve por aqui, e decidimos assistir um ‘filme em família’. Estávamos, então, vivendo a saudosa época dos VHS e saímos da locadora com o filme “O Espião que me amava”. Lucião que já tinha lido o livro de Ian Fleming e gostado, ficou catatônico ao final da fita com o Roger Moore. “- PQP!! Que pôrra é essa?!” Exclamou ele, após voltar a si. – “Acho que li o livro ou então assisti ao filme errado!”, concluiu após o susto.

O meu primo distante tinha assistido a maioria dos filmes sobre o agente britânico e após se encantar com aquelas superproduções cinematográficas decidiu também se iniciar na ‘literatura bondniana’. Por infelicidade, ele escolheu para o seu ‘debut’, justamente, “O espião que me amava”, obra que não tinha nada em comum com o filme, à não ser o nome.

Esta situação vivida pelo meu primo distante, desavisado e frustrado, acabou me inspirando a escrever um post sobre as gritantes diferenças existentes entre os livros de Fleming e os filmes envolvendo o seu personagem principal. E aproveitando a brecha, gostaria de dar um conselho para a galera  que pretende encarar a leitura dos livros da série 007 escritos por Fleming. Um conselho valioso de quem já leu todos os 14 livros oficiais e assistiu aos 23 filmes sobre James Bond. Lá vai: “Quando começar a ler, esqueça os filmes e se preparem para algo totalmente  diferente”.
Acredite amigo, esta é a mais cristalina das verdades porque – excetuando dois ou três livros – quase nada das páginas foi transferido para as telas dos cinemas. Vamos conferir? Então, mãos à obra.
01 – Cassino Royale (1953)
Cassino Royale marca o debut de 007. Podemos defini-lo como um livro de apresentação do agente inglês, onde ele diz pela primeira vez a clássica e imortal frase: “Bond... James Bond’. Quem quiser saber mais sobre o livro clique aqui e vejam um post específico sobre a obra.
Mas agora vamos nos ater apenas as diferenças gritantes entre livro e filme. Pera aí... Talvez... talvez... nem tanto. Até que o filme Cassino Royale que marcou a estréia de Daniel Craig como o famoso agente secreto de Sua Majestade não foge tanto da história original de Fleming, exceto a descrição cansativa de um capítulo inteiro de como funciona um jogo de bacará.
A cena da tortura é muito parecida com a história escrita por Fleming, com Bond sentando-se completamente nú numa cadeira de palhinha – com os órgãos genitais expostos - e levando porrada atrás de porrada naquele lugar sagrado dos homens. A diferença é que na produção cinematográfica, Bond é torturado com uma corda de marinheiro, enquanto que no livro, o vilão Le Chiffre utiliza um chicotinho comumente usado em competições de equitação.
O acidente com o carro do agente inglês “arranjado’  pelos vilões de Le Chiffre também é fiel ao livro, bem como o relacionamento entre 007 e Vésper. No mais esqueça, nada de brigas, luta corpo a corpo, tiroteio, socos e pancadas. Não, não e não. O livro Cassino Royale é arrastadíssimo, com Fleming se preocupando muito mais em descrever como funciona um jogo de bacará, mesmo assim, é claro, a obra tem as suas virtudes,, uma delas: a apresentação detalhada da personalidade de  James Bond. Cassino Royale é o início de tudo; a pedra angular da série.
02 – Viva e Deixe Morrer (1954)
Acredite, tive que fazer uma leitura dinâmica do livro “Viva e Deixe Morrer”, além de assistir ao filme  de Guy Hamilton, numa pré-madrugada e embriagado de sono, para ter condições de escrever essa ‘micro-parte’  do post. Cara, precisei fazer isso porque as minhas lembranças sobre livro e filme eram muito vagas. Sei lá, lembro que tinha o Roger Moore fugindo de uns crocodilos, enquanto pisava no lombo e na cabeça dos animais. Eheheheh! Ri muito.... Melhor, gargalhei à exaustão. Mas vamos ao que interessa: as diferenças entre filme e livro.
“Viva e Deixe Morrer” virou picadinho nas mãos dos roteiristas e produtores e vou explicar o porquê. O livro emprestou fragmentos de sua história para três filmes: “007- Viva e Deixe Morrer”, “Somente para Seus Olhos” e “Licença para Matar”. Com relação à “Viva e Deixe Morrer”, os fragmentos emprestados foram maiores, entre eles: as características pessoais do vilão Mr. Big – excetuando a sua doença no coração, já que no livro de Fleming, o vilão tinha o coração inchado -, a Bond-girl Solitaire também é bem parecida com a do filme ... que mais... que mais... Ah! Aqueles lances de vodu, macumba também são bem parecidos. No mais. Zefini. Esqueça a cena de Bond pisando nas cacundas dos crocodilos, foi pura invenção do diretor Hamilton; esqueça também a ameaça (apenas ameaça) do capanga de Mr. Big/ Dr. Kananga em quebrar ou decepar um dos dedos das mãos de Bond após a sua captura, porque no livro, o agente secreto tem, de fato, o dedo quebrado. Vale lembrar que na produção cinematográfica, Solitaire salva 007 de perder um dos dedinhos. A morte de Mr. Big também é completamente diferente daquela que você assistiu nas telonas.
03 – Monraker (1955)
Pra começar no livro não tem o capanga “Dentes de Tubarão” e muito menos Pão de Açúcar, Corcovado, bondinho e outras cositas mais da ‘Cidade Maravilhosa’.
No livro, Monraker é um foguete, de fato, no qual o vilão pretende colocar uma ogiva nuclear, visando a destruição de Londres. Já, no filme “007 contra o Foguete da Morte”,  o Moonraker passa a ser uma moderna nave espacial capaz de entrar em órbita e retornar à Terra como um avião. Ela foi emprestada pelos Estados Unidos à Grã-Bretanha e sumiu sem deixar vestígios, quando estava sendo transportada. James Bond, então, é convocado pelo MI6 (o Serviço Secreto Britânico), par descobrir o paradeiro da nave. A primeira parada de Bond é na Califórnia, onde estão as Indústrias Drax, que produzem os Moonraker. Ao chegar no local, ele descobre que Hugo Drax quer lançar 50 grande esferas de vidros com orquídeas negras dentro delas. As toxinas ao atingir a Terra iriam destruir qualquer forma de vida humana.
A Bond Girl Gala Brand não aparece no filme. A personagem acabou sendo substituída por Holly Goodhead, uma agente infiltgrada nas indústrias Drax que também quer descobrir os planos escusos do do vilão.
No livro, 007 não vai parar no espaço sideral, ele fica por aqui mesmo. As suas aventuras acontecem em terra firme.
04 – Os Diamantes são Eternos (1955)
Costumo dizer que no caso de “Os Diamantes são Eternos, livro e filme não se misturam. Ambos são tão diferentes quanto a água e o óleo. Enquanto o filme é reconhecido como um sequência de “À Serviço Secreto de Sua Majestade”, com James Bond saindo à procura de Blofeld para vingar a morte de sua amada esposa Tracy; no livro, o agente inglês é enviado por M à uma missão em Serra Leôa para investigar um grande esquema de contrabando de diamantes. No cinema, Bond quer destroçar Blofield, custe o que custar, vomitando e cuspindo ódio para todos os lados depois de ter presenciado – no filme anterior - o grande amor de sua vida morrer em seus braços. Tudo normal galera, afinal de contas, os filmes de 007 nunca seguiram a ordem cronológica dos livros de Fleming e com “Os Diamantes são Eternos” não foi diferente.  Na literatura, essa obra, escrita em 1955,  não tem nada à ver com “A Serviço Secreto de Sua Majestade” que só seria lançado oito anos depois. Portanto, diferenças gritantes se compararmos os enredos de filme e livro.
Enquanto no livro o vilão era um rico milionário, no filme, o personagem foi substituído por Blofeld numa rápida aparição. Com relação a obra escrita, esqueça também aqueles ‘lances’ de veículos espaçais e satélites, nada a ver. Este cenário foi pura invenção dos roteiristas e produtores do filme.
05 - Moscou contra 007 (1957)
O contexto do livro “Moscou contra 007” se passa antes de “O Satânico Dr. No”, mas – para variar – no cinema aconteceu o contrário, ou seja, a opção dos ‘hollywoodianos’ foi a de filmar primeiramente “O Satânico Dr. No”. Resultado: tiveram que mudar completamente o final da história, mesmo assim, “Moscou contra 007 é muito fiel ao livro de Fleming com poucas exceções. Vamos à elas.
No livro, na luta final entre James Bond e Rosa Klebb, o agente inglês acaba sendo atingido pela ponta da lâmina envenenada que a vilã da SMERSH carrega na ponta do sapato. Após o golpe, Bond “apaga” completamente e por muito pouco não acaba morrendo. No início do livro seguinte, “O Satânico Dr. No”, o agente inglês ainda está se recuperando fisicamente do golpe, tanto é que M lhe dá uma missão – à primeira vista – não muito arriscada em seu retorno ao trabalho de campo. Já no filme, Klebb acaba sendo morta com um tiro disparado por Tatiana Romanova, enquanto travava uma luta feroz com Bond que se defendia com uma cadeira. No mais, livro e filme são bem parecidos.
06 – O Satânico Dr. No (1958)
Há algumas diferenças; poucas, mas existem. Por exemplo, a morte do Dr. No no livro não tem nada a ver com aquela que vocês viram na telona. É evidente que não vou revelar o final do vilão para não contaminar ainda mais esse post com spoilers.
Você que leu o livro deve se lembrar da luta ferrenha que Bond travou com uma lula gigante, enquanto se encontrava no cativeiro do vilão. Na época, devido ao baixo orçamento do filme os produtores optaram por ‘podar’ essa cena juntamente com o monstrengo.
No livro, a Bond Girl Honey aparece na praia completamente nua, usando apenas um cinto para a sua faca. No cinema, a personagem interpretada por Ursula Andrews surge vestindo um biquíni branco.
À exemplo de “Moscou contra 007”, o filme “007 Contra o  Satânico Dr. No” foi bem fiel ao livro.
07 – Goldfinger (1959)
“Goldfinger” é outro livro cuja história é parecida com a do filme, com os roteiristas não fugindo tanto do contexto criado por Fleming. Tudo o que tem no livro, você encontrará no filme: explosões, tiroteios, perseguições de carro e isso e mais aquilo. Mas, nem por isso, as tais diferenças deixam de existir. Anotem aí.
Oddjob, o icônico capanga coreano de Goldfinger não morre eletrocutado no livro. Nas páginas, ele enfrenta Bond nas alturas, quer dizer, dentro de um avião. Quando Bond está em desvantagem contra aquela montanha de músculos, ele provoca a despressurização da cabine quebrando uma janela. Então já viu o que acontece com o capanga que usa um curioso chapéu coco com abas de aço... Não sobra nem a ponta da aba. O conteúdo homossexual presente no livro é mascarado no filme. Nas páginas, Pussy Galore e suas meninas são assumidamente lésbicas, já no filme de Guy Hamilton, essa homossexualidade fica bem disfarçada. 
Enquanto nas telonas, Galore e suas comandadas são aviadoras, no livro de Fleming, elas são acrobatas.
Nas telonas, o raio laser que quase corta Bond ao meio numa mesa de torturas é substituído no livro por uma serra elétrica circular. É isso mesmo! Semelhantes aquelas usadas por marceneiros. Arghhhhh!!
Pronto. As diferenças mais visíveis foram estas.
08 – Somente para seus Olhos (1960)
Pouco man, muito pouco mesmo. Este livro reúne cinco contos: “ O Fator Invisível”, “Para Você, Somente”, Quantum de Refrigério”, “Risico” e “ A Raridade de Hildebrand”, dos quais apenas dois: “Para Você, Somente” e “Risico” foram utilizados como base para o filme de 1981, o quinto longa metragem com Roger Moore na pele do agente inglês. Esqueça as fantásticas perseguições de esqui, tiros e correrias. Ah! Esqueça também aquela trama em torno do roubo de um sistema de comunicação conhecido por ATAC. Nada disso faz parte do contexto idealizado por Fleming em seu livro.
No cinema, o governo britânico pede ajuda a um renomado arqueólogo grego para localizar o dispositivo ATAC, mas antes que consiga fazer qualquer coisa, ele e a esposa são assassinados, deixando órfã a bela Melina. Bond é convocado por M com a missão de resgatar o sistema, então acaba conhecendo e unindo forças  à Melina que busca vingança pela morte do pai. Já no livro, os pais da jovem são mortos por não terem concordado em vender a sua propriedade para um grupo criminoso. Por isso acabaram levando chumbo. ‘M’, que era amigo pessoal do casal, manda Bond investigar o assassinato. Após um rápido rolê, 007 descobre que a filha dos Havelock, Judy (Melina no filme), está atrás do matador e do contratante. Ela pretende matá-los para vingar a morte dos pais.
Cara, quanto a elementos do conto “Risico”, o filme traz o ínfimo do ínfimo, apenas referências simplórias sobre a gang que matou os pais de Melina e só.
09 – Chantagem Atômica (1961)
O plot do filme “007 Contra Chantagem Atômica” é muito fiel ao livro. Ele gira em torno do roubo de duas bombas atômicas pela SPECTRE e a posterior tentativa de chantagear as potências ocidentais para o seu retorno. James Bond viaja até as Bahamas para trabalhar com Felix Leiter. “Chantagem Atômica” também introduz o líder da SPECTRE, Ernst Stavro Blofeld, na primeira das três aparições em livros de James Bond.
Com certeza é uma das adaptações mais fiéis de 007 para o cinema; também pudera: este livro foi baseado no roteiro para o que seria o primeiro filme da série, co-escrito por Kevin McClory e Jack Whittingham. Simples man: O livro “Chantagem Atômica” não passa da novelização do roteiro do filme homônimo. Caraca! Quer história mais fiel do que essa! Pois é, num belo dia, o produtor cinematográfico Kevin McClory planejou produzir, junto a Fleming e o roteirista Jack Whittingham, o primeiro filme do espião. Então, os três ‘belezuras’ se sentaram ao redor de uma mesa, munidos de suas máquinas de escrever (computador de mesa ainda era um sonho dos sonhos dos deuses) e começaram a trabalhar na preparação do roteiro daquele que seria o filme inaugural de James Bond, mas eis que... por algum motivo (queria ser um mosquitinho, naquela época, para estar na ‘cena do crime’ e presenciar o fato) o trio de ouro se desentendeu e o roteiro deu uma esfriada, então, reza a lenda que Fleming teria utilizado esse roteiro como base para o romance “Chantagem Atômica”, sem consultar e tampouco citar os nomes de seus colaboradores..
A disputa originou em 1963 um julgamento que custou a Fleming 50 mil libras da época e uma grave piora de sua saúde que, mais tarde, causou sua morte em 12 de agosto de 1964. Putz, meu! Que história trágica né galera? Por isso que “Chantagem Atômica é ao mesmo tempo a adaptação cinematográfica mais fiel de todos os 14 livros do agente secreto e a obra mais controversa de Fleming.
Uma das poucas diferenças existentes entre livro e filme que poderia ser citada nesse post é a exclusão dos vilões russos da  SMERSH e a entrada da S.P.E.C.T.R.E.  Vale lembrar que no início dos anos 60, russos e americanos já estavam se abraçando disfarçadamente e se beijando escondidos, por isso, não valia a pena melar essa relação com um simples filme.
10  – O Espião que me Amava (1962)
Só o nome. Isso mesmo galera, esta foi a única colaboração do romance de Ian Fleming para o filme “007 – O Espião que me Amava”. Caramba, mas por que? Ocorre que um dos produtores ‘todo poderoso’ da série, Albert Brocoli achou a história tão ruim que preferiu usar apenas o título do livro em seu filme. Brocoli com o apoio de seu parceiro Harry Saltzman optou por contratar roteiristas conceituados de Hollywood para elaborar uma história completamente independente e diferente do livro de Fleming. Há ainda uma outra historinha, segundo a qual, a ordem para não utilizar o roteiro completo do livro, mas apenas o seu título teria partido do próprio autor da obra. O próprio Ian Fleming! Devido a enxurrada de críticas dos fãs e da imprensa que acharam a história medíocre, o escritor teria ficado infeliz com o livro e consequentemente quando vendeu os direitos de filmagem à Brocoli e Saltzman só deu permissão para que o título fosse utilizado e nada mais. Sei lá, essa ou aquela história, não me interessa. O que vale à pena é que Brocoli ou Fleming acertaram em não deixar que o contexto do livro fosse transposto para as telas porque os roteiristas ‘inventaram’ uma história sensacioonal para 007.
Caramba! O roteiro original foi tão bom, mas tão bom, que até hoje, alguns críticos de cinema consideram “007 – O Espião que me Amava” o melhor de todos os filmes da franquia do agente inglês e o melhor de toda a carreira de Roger Moore.
No livro, a história é narrada em primeira pessoa pela personagem Vivienne Michel que trabalha num motel de beira de estrada que durante uma madrugada recebe a visita de dois mafiosos que tem planos de incendiar o local e matar a moça. Eis então que surge, coincidentemente,  007 no motel, após ter furado um pneu de seu carro. Ele pede para passar a noite no local, troca tiros com os dois gangsters, mandando-os para as profundezas do inferno,  dorme com a tal Vivienne e no dia seguinte vai embora. E só!Putz, desculpe aí Fleming, mas etchaa romancinho rebinha... jamais daria um filme, sequer mediano.
No filme do diretor Lewis Gilbert, James Bond e uma linda agente soviética unem-se para investigar o desaparecimento de submarinos atômicos e acabam enfrentando um perigoso e astucioso vilão, o bilionário magnata e armador Stromberg, logo Bond e sua companheira são a esperança de toda a humanidade. O filme marca também a estréia do ‘capanga de vilão’ Jaws ou “Dentes de Tubarão” como ficou conhecido. O grandalhão desajeitado com aqueles dentes de metal fez tanto sucesso que voltou a participar de um novo filme do agente secreto na chamada “Era Moore”.
11 – À Serviço Secreto de Sua Majestade (1963)
Sabe quando vemos duas pessoas parecidas, mas tão parecidas que na lata, soltamos aquela famosa frase ‘touriana’: Caramba! A cara de um é a fuça do outro!” O Kid Tourão vive dizendo isso quando encontra pela frente pessoas homônimas na aparência. Certamente se ele fosse fã dos livros e filmes de James Bond, diria essa mesma frase no momento em que lesse e assistisse “À Serviço Secreto de Sua Majestade”. À exemplo de “007 contra Chantagem Atômica” e o seu reboot “Nunca Mais Outra-Vez”, a produção cinematográfica “À Serviço Secreto de Sua Majestade” segue fielmente o livro de Fleming, com ínfimas alterações. Considero esses dois filmes os mais fiéis ao legado de Fleming.
Cara, sinceramente, ao comparar livro e filme, não encontro passagens destoantes em ambos; até mesmo os nomes dos personagens são semelhantes. Só posso dizer: “Que livraço! Que filmaço!” E Zéfini!
12- A Morte no Japão (1964)
Nada a ver livro e filme. Para começar, a obra escrita é uma continuação de “À Serviço Secreto de Sua Majestade”, pois conta como Bond reagiu após o assassinato de sua esposa Tracy. E a reação não foi das melhores. Tão logo Tracy morreu pelas mãos de Blofeld, o agente inglês com o duplo zero se entregou à bebida, vindo falhar em várias missões importantes. A única mulher que ele havia amado de verdade não saía de sua cabeça e superar a sua morte trágica era demais. Resultado: um agente perto do fracasso, entregue a bebida e desmoralizado no Serviço Secreto. Este é o Bond que encontramos no início de “A Morte no Japão”. Um agente pronto para ser demitido por M; que só não o faz em consideração a tudo o que ele representou no passado. Dessa maneira, M decide lhe dar uma nova chance à Bond e o envia numa missão diplomática no Japão, onde deverá convencer o chefe do Serviço Secreto Japonês, Tiger Tanaka, a fornecer informações importantes sobre um espião infiltrado dentro do Serviço Secreto Soviético. Em troca das informações, Tanaka pede a Bond que assassine Dr. Guntram Shatterhand, que possui uma fortaleza chamada “Jardim da Morte”, aonde pessoas vão para suicidar-se. Bem, já deu para perceber que o plot inicial do filme “Com 007 Só Se Vive Duas Vezes” é completamente destoante do livro. Na produção cinematográfica, o enredo é bem mais complicado e diga-se de passagem, menos atraente.
Confira aí: ‘Após o sequestro de uma nave norte-americana os Estados Unidos acusam os soviéticos de  boicote ao seu programa espacial. Numa conferência entre  o Reino Unido,  a URSS  e os Estados Unidos, o representante dos Estados Unidos dá um ultimato contra a URSS. Porém, os britânicos não acreditam que foram os soviéticos que sequestraram a nave, afirmando que viram que a nave sequestradora tinha aterrado no Japão. Assim, o Reino Unido decide enviar James Bond para o território e averiguar o caso, a fim de evitar uma guerra mundial entre as duas potências’. Fraquinho,  né?
Grande parte da ação do livro se desenvolve no interior do Jardim da Morte, onde Bond enfrenta  muitos perigos, desde plantas carnívoras e venenosas à lagos com piranha. O agente de Sua Majestade acaba descobrindo ainda que o Dr. Guntram Shatterhand é na realidade mais um dos disfarces de Blofeld. Ao saber disso, o antigo desejo de vingança volta a ferver em suas veias e, então, matar o assassino de Tracy acaba virando uma questão de honra. Quanto ao filme com Sean Connery, não vemos nada disso.
No livro, o leitor é brindado com um confronto corpo a corpo entre Bond e Blofeld num eletrizante duelo de espadas. No filme, esqueça... esse confronto nunca ocorre.
Não vou revelar o final de “A Morte no Japão”, para não detonar o clima daqueles leitores que ainda não devoraram a obra, mas garanto que o destino de Bond passa longe do roteiro do filme de Lewis Gilbert e ainda serve como gancho para o livro seguinte de Fleming: “O Homem da Pistola de Ouro”.
Se você ler “A Morte no Japão” e depois assistir ao filme “Com 007 Só Se Vive Duas Vezes”, chegará a conclusão que se tratam de duas obras distintas e muito distintas.
13 – O Homem do Revolver de Ouro (1965)
Taí mais um exemplo de livro e filme distintos. A não ser os nomes de alguns personagens; os produtores e roteiristas do filme “007 contra o Homem com a Pistola de Ouro” mandaram as favas o contexto do livro de Fleming. Acho que foi mais ou menos assim: “Olha, vamos aproveitar só o nome da obra e de alguns personagens; o resto, a gente inventa”. E até que inventaram um filme ‘meia-boca’ com Roger Moore vivendo James Bond pela segunda-vez.
No filme, Francisco Scaramanga dá uma de galo de briga e chama 007 para o terreiro com a intenção de descobrir quem é o “Rei do Gatilho”. Para isso, ele envia uma bala dourada, calibre 42 com a inscrição 007 à sede do Serviço Secreto Britânico. Com a ameaça feita a seu principal funcionário, “M” sugere a Bond que tire férias. O agente sabe, porém, que a chance de ser morto é grande e que tem apenas uma alternativa para virar o jogo a seu favor: encontrar antes o vilão. Durante a caçada, ele descobre que Scaramanga roubou uma estranha engenhoca que produz células de energia e que poderá vir solucionar o problema da falta de petróleo. Fica evidente que o vilão quer usar essa máquina para destruir Bond.


Caraca! Já perceberam que o plot principal do filme gira em torno de uma disputa boba para saber quem é o melhor no tiro: o vilão que é um assassino profissional desde os 15 anos ou o melhor agente do Serviço Secreto Britânico. Já no livro, a ‘coisa’ é um pouco mais séria. A obra funciona como continuação de “A Morte no Japão”, onde um ano depois de James Bond desaparecer durante a missão naquele País,  é dado como morto. Em seguida, um homem que se diz ser Bond, aparece  em Londres para encontrar M. Após alguns exames e interrogatórios, a identidade do homem é confirmada, mas, durante sua entrevista de balanço com M, 007 tenta matá-lo com uma pistola de cianeto, mas a tentativa falha.

O Serviço Secreto Britânico logo descobre que depois da destruição do castelo de Blofeld no Japão, Bond sofreu um ferimento na cabeça, ficando com amnésia subseqüente. Tendo vivido como um pescador japonês durante vários meses, 007 viajou para a União Soviética afim de saber a sua verdadeira identidade. Mas, ele acaba sofrendo uma lavagem cerebral e é mandado de volta à Inglaterra para matar M. Após passar por um processo contrário à lavagem cerebral, é dada à James Bond uma chance de provar seu valor como um membro da seção “00″. “M” lhe atribui uma missão na Jamaica aparentemente impossível: localizar e matar Francisco “Pistolas” Scaramanga, um assassino cubano que acredita-se ter matado vários agentes secretos britânicos. Scaramanga também é conhecido como “O Homem do Revólver de Ouro”.
Meu!! Quanta diferença!!
14 – Encontro em Berlim (Octopussy) (1966)


  
“Octopussy” ou “Encontro em Berlim” (título lançado no Brasil) doou muito pouco para o filme “007 contra Octopussy”. Dos quatro contos do livro de Fleming – ‘Encontro em Berlim’, ‘James Bond Acusa’, ‘A Propriedade de Uma Senhora’ e ‘007 em Nova York’ - o filme de 1983 com Roger Moore e a – na época – estonteante Maud Adams utilizou como base apenas dois: ‘James Bond Acusa’ e ‘A Propriedade de uma Senhora’. No primeiro conto, 007 é ordenado a capturar o Major Dexter Smythe, herói da Segunda Guerra Mundial acusado de roubar ouro nazista. A maior parte é contada em flashback pelo vilão. No segundo, Bond investiga uma funcionária do Serviço Secreto, Maria Freudenstein, que é uma agente dupla paga pelos Russos para leiloar um relógio feito por Peter Carl Fabergé na casa de leilões Sotheby’s em Londres.
No filme Bond, ao tentar solucionar quem assassinou o agente 009, segue a pista de um Ovo Fabergé roubado do Kremlin, que aparece em uma famosa casa de leilões de Londres e que pode ser a chave do mistério, pois o agente morto foi encontrado com um Fabergé falso.
Em meio à rede que se forma ao redor do ovo, o agente 007 vai à Índia e à Europa Oriental onde reencontra Octopussy, filha de um ex-inimigo seu, que para salvar a própria vida, se une a Bond para frustrar os planos de Kamal Khan, um príncipe afegão que com a ajuda de Gobinda saqueiam tesouros do último czar da Rússia espalhados pela Europa. Por trás deles está um general soviético que quer destruir Berlim com bomba atômica.
Nada a ver livro e filme... nada a ver.... ambos bem diferentes.
Enfil galera, é isso aí. Espero que tenham curtido o post.
Inté já!








Instagram