28 julho 2024
Cascavéis (Stephen King)
Contão, contaço, super-conto; entenda como quiser, o
importante nisso tudo é que fique bem claro que Setphen King ‘matou a pau’ em Cascavéis, um dos contos do seu mais
recente lançamento Mais Sombrio. Tio
King dessa vez se superou, a história é excelente.
Digo que King se superou porque o enredo vai muito
além do simples terror – e no caso de Cascavéis,
esse terror causa calafrios – explorando também uma outra vertente: o drama
familiar. Com isso, SK prova que é um autor completo, diferenciado; capaz de explorar
vários gêneros literários e não só o terror que, de fato, é a sua praia. Ele já
provou que é expert em jornalismo ao publicar Sobre a Escrita; em drama, ao escrever À Espera de um Milagre; em ficção científica, com O Concorrente e O Apanhador de Sonhos; policial, ao publicar Mr. Mercedes e até mesmo – pasmem – romance! Isso mesmo, romance
com o delicioso e inesquecível Novembro de 63.
Por isso, não foi nenhuma surpresa para mim ao deparar
com o enredo eclético de Cascavéis onde
o autor capricha no drama com uma carga emocional muito grande, mas um drama de
qualidade envolvendo o protagonista. Como já havia lido Cujo me emocionei pra caráculas com várias passagens do conto ao
ponto de ficar, digamos... sensível. Não cheguei a ficar com os olhos úmidos
como no final emocionante de Novembro de63, mas confesso que cheguei perto.
Putz, King é mesmo fodástico, primeiro ele mexe com os
seus sentimentos e depois arranha os seus nervos lhe deixando com aquele medo
que incomoda e muito. Pois é, esse conto de Mais
Sombrio é assim.
O medo que senti ao ler a história se compara ao mesmo
medo que senti, logo no início da minha adolescência, ao ter assistido o filme “O
Anticristo” lançado em 1974, um ano após “O Exorcista”, com o objetivo único de
pegar carona no sucesso da megaprodução baseada no livro de William Peter
Blatty.
“O Anticristo” foi uma produção italiana bem mequetrefe
mas com cenas que causaram muito medo, uma delas – me lembro até hoje – foi o
momento em que um padre travou com um pedaço de pau a cadeira de rodas onde se
encontrava uma jovem possuída, toda desfigurada e com as mãos amarradas. O
problema era que essa cadeira rodas continuava se locomovendo e aparecendo em
todos os lugares da casa apesar de estar com as suas rodas travadas. O cinéfilo
percebia que a cadeira de rodas amaldiçoada iria aparecer ao ouvir o rangido de
suas rodas. Não me esqueço dessas cenas até hoje.
Por que estou contando disso? Simples. Algo parecido
(parecido; não semelhante) acontece com frequência no enredo de Cascavéis com o
poder de provocar aquele calafrio incômodo nos leitores.
Cascavéis
é a sequência do romance Cujo (ver resenhas aqui e mais aqui) publicado
pela primeira vez no Brasil em 1984 pela editora Record com o título de Cão Raivoso. Após 32 anos, uma outra editora, a Suma de
Letras, decidiu republicar a obra em capa dura como parte da luxuosa coleção Biblioteca Stephen King que reúne obras
raras do autor.
Para sentir todas as emoções que o conto oferece e
mais do que isso, para entender perfeitamente o seu enredo, aconselho aos
leitores que leiam antes Cujo já que as
duas histórias estão intimamente ligadas. Por outro lado, desaconselho totalmente
fazer o sentido inverso, ou seja, ler antes Cascavéis
e só depois, encarar Cujo. Se fizer
isso, você vai acabar matando o enredo desse segundo porque Cascavéis traz um caminhão de spoilers.
Portanto para aproveitar todas as nuances do conto: antes, leia Cujo.
Escrevendo bem resumidamente do que se trata Cascavéis para não liberar spoillers,
basta dizer que é a história de um dos personagens de Cujo que após muitos anos – trintas anos ou mais - dos
acontecimentos trágicos que marcaram a sua vida, decide passar uma temporada de
férias no apartamento de um amigo localizado numa cidade litorânea que no
passado foi infestada por cobras cascavéis. Elas foram responsáveis por uma tragédia
que marcou a vida de uma tradicional família daquela cidade; tragédia que por
sua vez também atingirá esse personagem de Cujo
que terá de lidar com a situação.
Se revelar mais do que isso, certamente, estarei
liberando spoillers e estragando o prazer de leitura daqueles que forem encarar
e devorar Cujo e na sequência Cascavéis.
Leiam as duas obras, vocês não irão se arrepender.
Ah! Gostei tanto do conto que resolvi escrever um post
só dele. Depois, quando concluir a leitura, resenho “Mais Sombrio” ‘num todo’.
25 julho 2024
8 curiosidades interessantes sobre o filme e o livro “Cujo” de Stephen King
Não só li o livro de Stephen King como também assisti
ao filme dirigido por Lewis Teague. Gostei dos dois; aliás, com exceção do
final, a roteirista Lauren Currier seguiu ao pé da letra o enredo escrito por
King, optando por fazer poucas mudanças na história que ‘rolou’ nos cinemas.
O livro (ver resenhas aqui e aqui) foi adaptado para as telonas em 1983 e não
decepcionou os fãs, apesar de alguns críticos terem torcido o nariz para a
produção. Aliás, não sei o porquê dessa decepção, já que o filme mantém o mesmo
clima do livro e com atuações que não chegam a comprometer a obra
cinematográfica.
Mas vamos ao que interessa nesta postagem, ou seja,
revelar curiosidades interessantes sobre o livro e o filme Cujo. Vamos nessa.
01
- King enfrenta “Cujo”
Em sua juventude, quando escreveu Cujo, Stephen King encontrou sua inspiração para o enredo ao ficar
cara a cara com um enorme cachorro não muito amigável da raça São Bernardo.
Tudo começou quando a sua moto Harley-Davidson teve
alguns problemas e o escritor a levou numa oficina que era muito afastada da
cidade para o concerto. Ao chegar na tal oficina que funcionava num isolado
galpão em uma também isolada propriedade rural, eis que sai do local um enorme
são-Bernardo que começa a rosnar com a cara de poucos amigos para o escritor. Segundo
o dono, o animal que se chamava Browser e não Cujo, nunca tinha ousado atacar
ninguém, apenas King.
Com isso, sua mente mirabolante começou a questionar
como seria se um cachorro daquele porte
começasse a atacar todos com extrema ferocidade ou ainda se ele ou sua mulher
Tabitha estivesse num carro – ao invés da moto – e esse carro parasse de
funcionar naquela oficina isolada com o enorme cachorro e sem a presença do
mecânico.
Também foi preponderante para a formação do enredo na
cabeça do autor, uma notícia publicada no jornal local de Portland. O artigo
contava a história de um São Bernardo que atacou uma criança pequena. Os
cachorros da raça são conhecidos por serem calmos e obedientes. E o contraste
entre o temperamento normalmente dócil e a agressividade causada pela raiva é
com certeza um dos maiores terrores do livro.
02
– Cachorros treinados, fantoche e ator fantasiado
Para as filmagens de “Cujo” foram necessários cinco
cachorros treinados, um fantoche mecânico e um ator fantasiado de São Bernardo.
Karl Miller – adestrador de cães – que trabalhou no
filme, sempre foi contra a ideia de utilizar São Bernardos. Para ele, trata-se
de uma raça impossível de adestrar e isso não daria certo para o filme. No
final, ele foi voto vencido, mas os seus esforços valeram a pena, já que os
quatro cães São Bernardo que se revezaram no filme se saíram muito bem em suas
atuações.
A produção usou ainda um ator chamado Gary Morgan,
vestido numa roupa de cachorro — que rendeu fotos incríveis nos bastidores,
além de uma cabeça mecânica simulando a cabeça verdadeira de um São Bernardo.
03
– Ataques verdadeiros ao carro
Uma curiosidade interessante que alguns cinéfilos
desconhecem é que as cenas de ataques no momento em que as personagens Donna e
Tad estão dentro do carro foram cenas de ataques reais — mas muito menos
sanguinolentas do que podemos imaginar.
Para garantir que os cães se chocassem contra o
veículo, Karl Miller e sua equipe de adestradores deixaram os brinquedos
preferidos dos cães São Bernardo dentro do carro. Dessa forma, eles ficariam
desesperados para apanhar os seus brinquedinhos.
ATENÇÃO!
A SEGUIR, SPOILER !!
04
– King concordou com o final diferente do filme
Galera, antes de continuar quero alertar sobre um spoiler violento, tanto do livro quanto do filme, que irei revelar. Portanto leiam por sua conta e risco. Como escrevi no início dessa postagem o final do filme é completamente diferente do livro. Falando abertamente... Antes, novamente, fica aqui, o último aviso de spoiler. Pensem bem se irão querer ler as próximas linhas.
Lá vai: no livro, Tad, o filho de Donna acaba morrendo de
desidratação por causa do forte calor, já que eles estão presos dentro do carro
por causa do cão raivoso. Já no filme, o personagem consegue sobreviver. King
concordou com o final mais ameno da produção cinematográfica para não chocar
tanto os cinéfilos.
MAIS
UM SPOILER, MAS SE VOCÊ JÁ LEU O ANTERIOR, FIQUE TRANQUILO; ESSE NÃO IRÁ FAZER
DIFERENÇA.
05
– Cartas de ódio
O autor revelou que recebeu muitas cartas de ódio de
seus leitores por ter decidido matar Tad no final do livro. Cartas que afinal,
ele recebe até hoje, mesmo tendo escrito o romance há quase quatro décadas e
meia.
Na minha opinião trata-se de um dos finais mais tensos
e pesados no que se refere a carga emocional. Mexe muito com a sensibilidade
dos leitores.
06
– Cujo arranca o nariz da dublê
Durante uma das cenas mais perigosas de ataque de Cujo
contra Donna, a atriz foi substituída pela dublê Jean Coulter. Um dos cachorros
chamado Cubby, foi treinado para atacar Coulter logo que ela avançasse em sua
direção, e o cão conseguiu acertar a tomada de primeira. Mas, assim que ouviu o
“corta!” vindo da equipe, a dublê comemorou dando um pulo para frente. Cubby
então a atacou, mordendo seu nariz e arrancando um pedaço. A dublê foi levada
para o hospital, onde recolocaram a parte arrancada.
07
– Chapadão quando escreveu Cão Raivoso
King já declarou publicamente não se lembrar de ter
escrito Cujo por tê-lo feito no auge
de seu vício em cocaína. Atualmente sóbrio há décadas, o autor já sofreu muito
na trajetória devido ao abuso de substâncias, principalmente o álcool e a
cocaína. E foi durante essa fase crítica que nasceu “Cujo”.
São conhecidas as histórias de como o primeiro filme
dirigido por ele, Maximum Overdrive(1986) e o livro Os Estranhos (1987), considerados algumas das piores obras de King,
foram feitas enquanto ele estava consumindo muita cocaína. Acontece que ele
também fez Cujo um dos melhores
livros da carreira nessa época, mas o autor estava tão chapado que nem se
lembra de ter escrito o romance. O livro publicado originalmente em 1981 se
tornou um dos best-seller de King mais aclamados pela crítica e favorito de
muitos fãs.
08
– Frio amenizado por aquecedores
O filme foi gravado na California durante o inverno
quando fazia um frio absurdo, mas acontece que o clima escolhido para o filme
era o calor. Resultado: a produção teve que se virar para conseguir um grande
número de aquecedores para serem usados em várias cenas, incluindo o interior
do carro onde os personagens vividos por Dee Wallace e Danny Pintauro estavam sofrendo pelas temperaturas elevadas.
Imagine só o choque térmico que esses dois atores
sofreram: um frio absurdo regado com um calor também absurdo. Trocas de
temperatura que aconteciam num curto espaço de tempo e de maneira constante. Dee
Wallace revelou que sofreu muito durante essas tomadas.
Taí galera, por hoje é só!
21 julho 2024
Cujo (Uma nova resenha com novas perspectivas)
Nos
meus muitos anos de devorador de livros aprendi uma máxima que sigo até hoje em
minhas leituras e também nas resenhas que faço, aqui, no Livros e Opinião: “cada
releitura de um livro mostra para o leitor ângulos diferentes de uma história.
Por isso, cada releitura vale uma resenha, independentemente do número de vezes
que lermos essa obra”. O que estou querendo “dizer” é que aos “mergulharmos” no
enredo de um livro, geralmente o nosso cérebro foca em determinado plot da
narrativa que julga ser mais interessante, deixando os plots secundários num
processo de hibernação. Então, numa releitura dessa obra, como já temos noção
do que foi o plot principal, o nosso cérebro começa a focar nas subtramas que
completam esse enredo. A partir daí, percebemos que muitas dessas subtramas são
tão interessantes quanto o plot principal. Foi, exatamente, isso que aconteceu
comigo ao reler Cujo de Stephen King.
Quando
encarei a história pela primeira vez, tão logo foi relançada em 2016 na
coletânea Biblioteca Stephen King da
editora Suma de Letras, direcionei o foco da minha atenção para o plot
principal que é o ataque de um enorme cachorro à vários moradores de uma
pequena cidade. Um cachorro antes muito amoroso, mas que ao ser mordido por
morcegos com raiva acaba adquirindo a doença, transformando-se numa máquina de
matar”. Este plot ainda tem - muito bem escondido em suas entranhas - uma armadilha
FDP que neutraliza com muita eficiência as subtramas do enredo, por melhores
que sejam. Eu conto qual é: entre as vítimas do enorme cão enraivecido da raça
São Bernardo está uma mãe e o seu filho de 4 ou 5 anos – não me lembro a idade
exata – que ficam presos dentro de um carro que quebra justamente no interior
de uma propriedade onde está escondido o furioso cachorro.
Pimba!
Se o enredo principal já prendia a atenção dos leitores, imagine agora com o
reforço de uma mãe tentando salvar o seu filhar e também se proteger dos ataques
da fera. Adeus subtramas! Foi isso que aconteceu comigo há tempos atrás ao ler Cujo (veja resenha aqui).
Há
alguns dias, resolvi reler a obra de Stephen King porque havia comprado Mais Sombrio, novo livro de contos do
autor, do qual faz parte Cascavéis
que é a sequência de Cujo.
Como
gostei muito de Cujo resolvi reler essa
história para não perder nenhum detalhe de Cascavéis
– já deu pra perceber que comprei Mais
Sombrio somente por causa desse conto, né? Tomara que as outras histórias
da coletânea também sejam boas (rs).
“Entonce”
galera, ao reler Cujo como já estava
familiarizado com a trama central pude captar todas as nuances de suas subtramas
que, por sinal, são excelentes. Esta releitura me mostrou que King não escreveu
apenas a história de um cachorro assustador, contaminado com o vírus da raiva,
que sai por aí atacando as pessoas, mas também escreveu histórias paralelas tão
boas quanto a trama do tal cachorro.
Kin
trabalha em Cujo com os dramas de dois
núcleos familiares que, por sua vez, nos remetem a outros dois núcleos intimamente
ligados. Vamos ver se consigo explicar melhor...
O
primeiro núcleo familiar na subtrama desenvolvida por King é formado por Vic, Donna e Tad. Vic é um publicitário casado
com uma mulher de beleza estonteante chamada Donna e que tem um filho de quatro
ou cinco anos, Tad; uma criança muito amorosa. Vic e Donna passam a enfrentar
uma crise em seu relacionamento depois que... bem, leiam o livro, não quero dar
spoilers.
O
segundo núcleo familiar do enredo é composto por Joe Camber, Charity e Brett.
Joe é um mecânico rude que tem o hábito de agredir a sua mulher Charity porque
não aceita ser contrariado. Eles tem um filho adolescente, Brett. Eles também
são os proprietários do cão São Bernardo. Os três enfrentam sérias dificuldades
financeiras. Cara, nessa releitura, torci muito para que Clarity desse logo o
seu grito de liberdade como acredito que vocês também torcerão. Este grito de
liberdade acontece (aqui vai um pequeno e inofensivo spoiler) quando ela
resolve viajar com Brett e visitar a sua irmã rica e bem sucedida que mora numa
outra cidade e que está casada com um empresário que Joe Camber detesta.
Estes
dois núcleos familiares nos remetem a outros dois núcleos paralelos que estão
intimamente relacionados: os pais de Donna e os pais de Clarity. Eles fazem com
que os leitores entendam melhor algumas atitudes e a personalidade de Donna,
Clarity e também de sua irmã.
O
ponto alto da trama de King acontece nos capítulos finais quando o carro onde
estão Donna e Tad quebra na propriedade dos Camber. E adivinhem quem está
escondido e à espreita por lá? Isto mesmo, o cão raivoso. Posso reputar como um
dos capítulos mais tensos de todos os livros que já li. É muita adrenalina,
sustos, tensão e ação.
Mas
como já tinha vivido tudo isso na primeira vez que li a obra; nesta releitura, decidi saborear o “gosto” das
subtramas. Agora, você que pretende ler Cujo
pela primeira vez, quer um conselho? Procure ler a obra num todo, focando a sua
atenção não só para a adrenalina, sustos e ação do plot principal, mas também
para os dramas e emoções das subtramas.
A
história de um fiel e pacato cachorro da raça São Bernardo que se transformou num
verdadeiro “cão do inferno” foi publicada originalmente em 1981, mas o livro só
chegou ao Brasil em 1984 através da editora Record com o título de Cão Raivoso. Com o tempo, se transformou
numa das obras mais raras de Stephen King sendo vendida a peso de ouro nos
sebos até 2016 quando a Suma Letras resolveu colocar em prática o projeto “Biblioteca
Stephen” que reunia obras consideradas raras do autor. Cão Raivoso foi escolhido para inaugurar essa coletânea que já se encontra
em seu oitavo volume. Em seu novo projeto gráfico, a Suma optou trocar o título
da obra: saiu “Cão Raivoso” e entrou, simplesmente, “Cujo”, o nome do São
Bernardo.
Taí
galera, boa leitura ou releitura e não se esqueçam de aproveitar aquele
gostinho especial das subtramas da história.
17 julho 2024
Batman: O Cavaleiro das Trevas – Edição Definitiva
Gente,
eu era louco, completamente louco por histórias em quadrinhos na minha infância
e pré-adolescência. O meu herói preferido era o Cruzado Encapuzado ou
simplesmente Batman. Passava grande parte do meu tempo na saudosa banca de
revistas do ‘seo’ Luiz ‘viajando’ com as capas maravilhosas da editora Ebal;
capas que me enchiam de coragem para pedir aos meus pais que comprassem não um,
mas dois ou três gibis; mas tinham que ser do Batman. E eles compravam; minha
mãe mais maleável, mas o meu pai também não se opunha, desde que “aquelas
revistinhas com capas esquisitas” não atrapalhassem os meus estudos. E assim,
lá ia eu para casa, todo feliz da vida, com os meus gibis pronto para mergulhar
na leitura.
Esta
fase dos quadrinhos passou até que rapidamente. Depois de pouco tempo fui
perdendo o interesse e mergulhando de cabeça nos livros; hábito que cultivo até
hoje. Mas, recentemente, tive uma recaída e bateu uma crise de abstinência
danada; abstinência de ler uma HQ e adivinhem de quem? Claro, do Batman. Resolvi
acabar com essa crise comprando Batman, O
Cavaleiro das Trevas – Edição Definitiva. Escolhi esse título porque todos
os fãs do Homem-Morcego, além da critica especializada, retratam essa história
como a melhor de todos os tempos sobre o personagem; mais do que isso, um
verdadeiro cânone no mundo das HQs.
Escrita
e desenhada por Frank Miller, Batman: O
Cavaleiro das Trevas foi lançado no início de 1986, originalmente como uma
minissérie em quatro edições. Em pouco tempo passou a ser considerada uma das
pedras angulares dos quadrinhos modernos.
Esta
HQ fez tanto sucesso, mas tanto sucesso que 15 anos depois, em 2001, Frank
Miller resolveu atender aos insistentes pedidos da galera que havia devorado as
páginas de O Cavaleiro das Trevas e
escrever uma sequência em uma nova minissérie que se chamaria simplesmente O Cavaleiro das Trevas 2.
Em
dezembro de 2006, a editora Panini decidiu reunir as duas histórias de Miller
numa edição única que foi batizada de Batman,
O Cavaleiro das Trevas – Edição Definitiva. Não preciso dizer que o
lançamento da Panini bombou em vendas, alcançando o topo das listas de obras
mais vendidas no Brasil.
Com
tantas referências positivas, cheguei à conclusão de que a obra que reunia as
duas histórias antológicas de Miller seria o remédio ideal para matar a minha
crise de abstinência de quadrinhos.
Sinceridade
na minha análise? Adorei a primeira parte, mas... detestei a segunda. Em O Cavaleiro das Trevas – Parte I vemos
um Batman de 50 anos que volta a ativa depois de sua aposentadoria. Foi muito
interessante ver um herói antológico que conheci em minha infância - no auge de
sua forma física - socando vilões e driblando armadilhas com uma enorme
destreza e agilidade, agora, muito mais velho – quase vovô. O Batman de Miller havia
perdido a força, a agilidade e a destreza da juventude. Ele não conseguia mais
saltar de telhados em segurança, socar os inimigos com tanta força, porém esse
herói envelhecido estava muito mais brutal, sanguinário e experiente.
É
esse Batman muito diferente daquele que nós havíamos conhecido no passado que
retorna a Gotham City quando a cidade enfrenta uma onda incontrolável de
criminalidade.
Em
seu primeiro combate, Batman é literalmente arrebentado por um perigoso vilão,
uma verdadeira montanha de músculos. Mas depois de “lamber as suas feridas”, o
Cavaleiro das Trevas” retorna mais violento do que nunca e se redime da surra
que levou, numa verdadeira redenção que me fez dar vários socos no ar, só
faltando gritar Ipi Hurra!.
Paralelamente
a isso, ao saber do retorno de Batman, o Coringa, considerado o seu pior
inimigo, sai de seu estado catatônico e é convidado a dar uma entrevista para
um canal de televisão em Gotham City. Durante o programa, o vilão acaba criando
um verdadeiro caos colocando em risco a vida de todos os habitantes de Gotham.
Pronto; lá vai o cruzado encapuzado novamente à caça de seu arqui-inimigo.
Durante
o enredo, outros vilões conhecidos aparecem aprontando da suas e a cada página
virada, vemos um Batman cada vez mais brutal e violento. Dessa forma, o governo
americano passa a ver o Homem Morcego mais como um inimigo do que como um
amigo. Temendo que o herói perca totalmente o controle, ele decide chamar o
Superman para conter o Morcego que voltou de sua aposentadoria querendo “chutar
o barraco”. A partir daí passamos a ter um combate épico envolvendo o maior
detetive do mundo contra o homem mais forte do mundo.
Cara,
um enredo fenomenal. Fiquei ligado na história do começo ao fim, mas então
chegou a segunda parte e... broxei.
Não
gostei: enredo estranho, desenhos também estranhos, para não ‘dizer’ ruins.
Achei a história desconexa e como já citei acima: estranha. Três anos depois da
suposta morte do Batman, em O Cavaleiro
das Trevas, os Estados Unidos são governados pelo presidente Rickard, que
não passa de um fantoche digital de Lex Luthor. Por isso, o país vive num
regime praticamente fascista. Os antigos super-heróis estão afastados e
assistem a tudo impassíveis até que “a ficha cai” e eles decidem se reunir
Após
essa reunião, surgem velhas rixas entre esses super-heróis que precisam ser
solucionadas com a ajuda do Homem-Morcego. Ehehehe! Já deu pra perceber que ele
não morreu, né?
No
mais temos um Coringa novo, chato pra caramba; além de um novo, ou melhor, uma
nova Robin que não agradam. Ah! Não posso me esquecer ainda do Braianic, um
vilão que também ficou chato pra dedéu.
Resumindo:
uma primeira parte primorosa, mas uma segunda parte decepcionante.
Inté
galera!
13 julho 2024
Chegaram novos “bebês”: Mais Sombrio e Desenhos Ocultos. A sequência de Cujo e o plot twist de Jason Rekulak prometem
Quando
soube que o romance Cujo de Stephen
King havia ganhado uma sequência, não esperei duas vezes e fui correndo comprar
Mais Sombrio, livro de contos do
mestre do terror do qual faz parte “Cascavéis”, história que dá continuidade ao
enredo chapado de um cão São Bernardo chamado Cujo que ficou “endemoniado” após
ter sido picado no focinho por um morcego com raiva.
Galera,
mesmo com o meu cartão de crédito no limite, precisava muito comprar esse livro
porque estou relendo Cujo e adorando.
Não se trata apenas de um thriller de suspense e terror, mas de um enredo com
várias vertentes que nascem do plot principal: “um cachorro enorme que contraiu
o vírus da raiva e se transformou numa verdadeira máquina de matar”.
Costumo
dizer que várias outras histórias paralelas flutuam ao redor desse plot
principal. Todas elas com o poder de prender, e muito, a atenção dos leitores.
Temos a mulher que trai o marido e depois se arrepende, temos o homem bruto e
ignorante que trata a sua mulher como um simples objeto, temos a dupla de
amigos que luta para que a sua agência de publicidade não decrete falência após
uma campanha mal sucedida, temos um garoto de 4 anos que acredita que no fundo
de seu guarda-roupas mora um monstro; e por fim, temos a história de um serial
killer que aterrorizou toda Castle Rock e mesmo depois de morto pode ter algo a
ver com o contexto atual envolvendo o cão São Bernardo.
Cara,
Cujo tem muitas nuances que merecem ser exploradas numa nova resenha; mas isso
é assunto para um outro post. Neste texto, basta dizer apenas que adorei a
história e quero saber o que aconteceu anos depois com um dos personagens
principais; não posso dizer mais do que isso para não estragar o enredo de
“Cujo” com spoillers.
Além
de Cascavéis, nesta nova coletânea,
King brinda os seus leitores com mais onze contos que certamente farão a cabeça
da galera. Não conheço nenhuma das histórias que fazem parte do livro, mas
pelas opiniões de leitores do portal Skoob, dá pra ver que a maioria delas são
marcantes, mas confesso que o que me estimulou a comprar Mais Sombrio foi, de fato, o conto Cascavéis para saber o que aconteceu com alguns personagens, em
especial com um determinado personagem, de Cujo.
Pois
é, eu iria parar nessa compra, mas ‘entonce’ me lembrei de um outro livro que
já tinha visto há ‘uns’ dois meses atrás e despertado o meu interesse. Esse
‘danadinho’ se encontrava justamente na mesma página em que estava Mais Sombrio. – Putz, Amazon... faz isso
comigo não! – exclamei. Assim, já viu o que aconteceu né? Acabei comprando esse
danadinho chamado Desenhos Ocultos de
Jason Rekulak.
O
que me seduziu nesse livro forçando a compra, apesar do meu cartão estar no
osso, foi o seu plot twist que todo mundo está comentando. Dizem que a
reviravolta final é daquelas de arrasar quarteirões, deixando os leitores
boquiabertos. E você que já acompanha o blog há algum tempo, deve saber que eu
amo obras com plot twists, daí... não pude resistir.
E
assim, lá se foram aproximadamente R$ 130,00, mas o importante é que os dois
“bebês” - que já chegaram - me deixaram muito felizes e ansioso para começar a
leitura.
Inté
galera!
09 julho 2024
Seis detetives e espiões marcantes da literatura policial
Eles são responsáveis pela solução de mistérios ou de
tramas intrincáveis incapazes de serem solucionadas na vida real. Crimes tão
bem arquitetados que poderiam ser arquivados por falta de soluções plausíveis
se acontecessem dentro de um contexto concreto que não explorasse o imaginário.
Mas sabemos que nesse mundo imaginário dos romances policiais tudo é possível e
graças a habilidade de escritores famosos, esses detetives fizeram tanto
sucesso que conseguiram extrapolar as páginas dos livros, indo parar, também
nas telas dos cinemas e nas plataformas de streaming.
Um pouco divergente dos detetives, temos a categoria
dos espiões que também são responsáveis pela solução de tramas complicadas, mas
com uma diferença, a maioria deles, quase sempre se envolvem em combates corpo
a corpo, fugas mirabolantes, explosões, trocas de tiros com armas pesadas e o
escambau a quatro.
Mas, independentemente de suas diferenças, eles
conseguiram conquistar todos os leitores que apreciam os romances policiais.
Alguns desses personagens, como já citei acima, se tornaram antológicos por
terem feito um enorme sucesso tanto nas páginas dos livros quanto nas telonas
dos cinemas.
Na postagem de hoje, selecionei oito personagens
literários que fizeram tanto sucesso, mas tanto sucesso que acabaram ganhando
também uma adaptação cinematográfica. Vamos a eles.
01
– Sherlock Holmes (Arthur Conan Doyle)
Vamos abrir a nossa lista com um detetive que prefere
usar os seus neurônios no enfrentamento ao crime ao invés de seus músculos,
mesmo porque ele está longe do investigador do tipo marombado que adora trocar
socos ou tiros com os seus inimigos.
O personagem criado por Arthur Conan Doyle tem uma
inteligência e um QI acima da média em comparação aos outros detetives e
espiões, o que lhe dá um poder de dedução infalível.
A inspiração para criar o famoso detetive surgiu na
Universidade de Edimburgo, na Escócia. Foi lá que, em 1876, o então estudante
de Medicina Arthur Conan Doyle fez amizade com o professor Joseph Bell, capaz
dos mais surpreendentes diagnósticos. Só de observar o paciente, já conseguia
dizer, em poucos minutos, o que ele sentia, como vivia etc. Pronto! Surgiria
assim, a inspiração para criar um dos personagens mais icônicos da literatura
mundial.
Vale lembrar que Holmes entrou para o Guinness Book
como o personagem literário mais retratado no cinema: ao longo de 211 filmes,
foi interpretado por 75 atores, como Christopher Lee, Roger Moore e Robert
Downey Jr.
02
– Hercule Poirot (Agatha Christie)
O segundo da nossa lista também dispensa a força
física na solução de crimes. À exemplo de Sherlock Holmes, o famoso detetive
belga criado por Agatha Christie da preferência para a sua inteligência e
perspicácia, tanto é que eu nunca vi Hercule Poirot trocando socos ou tiros com
algum outro personagem.
Em O Misterioso
Caso de Styles, Poirot é apresentado como sendo um homem de 1,62m de
altura, com cabeça em formato de ovo ligeiramente inclinada para um lado, olhos
verdes, um espesso bigode típico dos oficiais do Exército, sempre posando com
grande dignidade e em posse de uma bengala. Uma descrição que fica longe dos
detetives acostumados a trocar socos e pontapés com os seus inimigos.
O detetive não é nada modesto e afirma que é capaz de
resolver os mistérios apenas sentado em sua cadeira, diferentemente dos
detetives da Scotland Yard, comparados por ele a “cães de caça humanos” que vão
atrás das pistas para solucionar os crimes. Poirot se autointitula “a maior
mente da Europa” e se gaba de sua capacidade para ligar os fatos como se fossem
peças de um quebra-cabeça, utilizando sempre ordem, método e suas “células
cinzentas” — modo como ele se refere ao seu cérebro.
Fez tanto sucesso nos livros escritos pela Rainha da
Crime que acabou indo parar nos cinemas em oito filmes, sendo o mais famoso
deles “Assassinato no Expresso Oriente” que teve duas adaptações, uma em 1988
com Peter Ustinov como Poirot, e outra em 2017 com o diretor e ator Kenneth
Branagh vivendo o famoso detetive belga. Ele voltaria na pele do personagem em
mais dois filmes: “Morte no Nilo” (2022) e “A Noite das Bruxas” (2023).
03
– Clarice Starling (Thomas Harris)
Antes de partirmos para os investigadores que adoram
sair na porrada, vamos para a nossa última personagem discreta. Ela também
sempre opta pela mente ao invés do corpo a corpo. Clarice Starling de O Silêncio dos Inocentes e Hannibal do escritor Thomas Harris,
demonstrou ser uma das personagens mais corajosas dos romances policiais ao
“encarar” numa pancada só dois dos mais perigosos serial killers da literatura:
Buffalo Bill e Hannibal Lecter.
Para localizar e prender Buffalo Bill, um psicopata
que assassina e retira a pele de mulheres para fazer seu próprio corpo
feminino, Starling tem que fazer uma aliança improvável e muito perigosa com
outro serial killer, Dr. Hannibal Lecter, um psiquiatra, que está preso, graças
ao estranho hábito de devorar os seus pacientes que não progrediam no
tratamento.
Pois é, já imaginou entrar na mente de um serial
killer para aprender como pensam esses criminosos? ‘Entonce’, essa foi a missão
de Starling tanto no livro quanto no clássico filme “O Silêncio dos Inocentes”,
de 1991. A personagem interpretada por Jodie Foster é uma estagiária do FBI e
começa a ter contato com o famoso assassino em série, Hannibal Lecter, com o
objetivo de descobrir detalhes que possam leva-la a Buffalo Bill. No filme,
Lecter é interpretado por Anthony Hopkins.
Starling ainda voltaria em mais um livro e também em
sua adaptação para os cinemas: Hannibal
lançados nas telonas em 2001. Neste segundo filme da série, a agente Clarice
Starling foi vivida pela atriz Julianne Moore.
04
– James Bond (Ian Fleming)
Pronto. Chegamos na categoria dos brigões; daqueles
que gostam de uma troca de tiros, de um corpo a corpo e, ‘para animar o
ambiente’, uma explosãozinha de vez em quando. Vamos começar com o mais
discreto dentro dessa categoria: James Bond, conhecido pelo codinome de 007 e
criado pelo jornalista e escritor britânico Ian Fleming.
Menos briguento e confuseiro do que Jason Bourne e
Jack Reacher mas nem por isso deixar de gostar de uma “troca de afagos” com
perigosos vilões.
James Bond, considerado o mais famoso agente do
cinema, surgiu primeiramente nas páginas dos livros e somente tempos depois se
tornou uma das mais rentáveis franquias das telonas. Ele é o tipo do agente
secreto que gosta de andar sempre elegante com ternos caros, belos carros e
sempre cercado de mulheres bonitas, sejam suas aliadas ou vilãs.
Para quem não sabe, o agente secreto criado por Ian Fleming
tem mais de 30 livros, mas somente 16 foram escritos por ele, e somente os
escritos pelo criador viraram filme. O autor criou o personagem em 1953, no
livro Cassino Royale. A mistura de sexo e violência o transformou em um sucesso
imediato e que conquistou também as telonas dos cinemas.
O escritor deu a Bond algumas de suas próprias
características. Se não físicas, comportamentais. Tanto criador quanto criatura bebiam em doses
industriais (apesar disso nunca ter afetado o desempenho de 007 em suas missões)
e fumava cerca de sessenta cigarros por dia. Além disso, nos livros, Bond fez
uso de drogas algumas vezes, tanto por funções de trabalho como recreativas.
Tudo isso faz que o Bond de Fleming seja mais humano e
também... falho. Bem diferente das suas versões cinematográficas, onde ele é
retratado quase como um super-homem.
05
– Jason Bourne (Robert Ludlum)
O livro Identidade
Bourne lançado em 1980 revelou um espião tão carismático que logo acabou
conquistando a simpatia dos leitores que amam o gênero policial/espionagem. O
livro de Robert Ludlum se transformou num estouro de vendas. O mesmo destino
teria A Supremacia Bourne e O Ultimato Bourne lançados
respectivamente em 1986 e 1990 (ver resenha da trilogia completa aqui).
Em 1986, A
Identidade Bourne ganharia a sua primeira adaptação cinematográfica com
Richard Chamberlain no papel do espião Jason Bourne.
A recepção morna do filme pela crítica e público não
foi suficiente para esfriar o ânimo dos produtores de Hollywood que continuaram
sonhando com um filme a altura do já famoso espião que havia conquistado a
simpatia de milhares de leitores; faltando agora, conquistar a mesma simpatia
dos cinéfilos. Isto só viria acontecer mais de 15 depois quando Matt Damon
vestiu a pele do personagem numa nova adaptação de Identidade Bourne. O filme dirigido por Doug Liman recebeu uma
crítica positiva e boa reação do público o que acabou originando mais quatro filmes – “A supremacia Bourne” (2004), “O
Ultimato Bourne” (2007), “O Legado
Bourne”, com Jeremy Renner (2012) e “Jason Bourne” (2016) - os dois primeiros também adaptados dos dois
últimos livros da saga escrita por Ludlum.
Após o sucesso dos filmes começaram a surgir as
eventuais comparações entre Jason Bourne e James Bond. Quem é o melhor? Quem é
o pior? E por aí afora. Com certeza, essas comparações surgiram depois da
excelente receptividade do personagem nos livros e nas telas.
Após Ludlum, outros escritores tentaram dar sequência
na história do espião amnésico mas as suas obras não obtiveram o mesmo sucesso
dos três livros da saga original.
Na minha opinião, Bourne se aproxima da perfeição. É
inteligente, perspicaz, tem o raciocínio rápido, é perito em vários tipos de
armamentos, além de dominar com perfeição várias modalidades de artes marciais.
06
– Jack Reacher (Lee Child)
Encerro a lista com esse sujeito ‘trucão pesado’
metido a investigador que é o personagem principal de uma série que inclui 28
livros e uma coleção de contos escrita por Jim Grant, um autor britânico que
utiliza o pseudônimo de Lee Child.
A série de livros narra as aventuras de Jack Reacher ,
um ex-major do Corpo de Polícia Militar do Exército dos Estados Unidos, agora
um vagabundo, vagando pelos Estados Unidos fazendo biscates e investigando
situações suspeitas e frequentemente perigosas, algumas das quais são de caráter
pessoal.
O personagem foi retratado por Tom Cruise em um filme
de 2012 e uma sequência de 2016, bem como por Alan Ritchson em uma série de
televisão por streaming que estreou no Amazon Prime Video em 2022.
Na série de livros, Jack Reacher é um homem imenso,
que não consegue entrar em uma sala sem ser intimidador, sendo isso parte
importante de sua caracterização. Se ele socar alguém, eles atravessam uma
parede. Por isso, a estatura física de Tom Cruise incomodou alguns fãs da série
quando ele foi anunciado no filme. Tanto é verdade que os produtores pensaram
no brutamontes Dwayne Johnson que chegou a fazer um teste para interpretar Jack
Reacher. No entanto, o astro musculoso acabou não conseguindo o papel,
provavelmente por seu jeito meio canastrão não combinar com a seriedade
necessária para Jack Reacher. Johnson começou então a estrelar como Hobbs na
franquia Velozes e Furiosos em 2011.
Taí galera, seis detetives e espiões capazes de
satisfazer o gosto de todos leitores e
cinéfilos que adoram o gênero. Desde aqueles que apreciam dedução, aqueles que
apreciam porradas.
Inté!
04 julho 2024
Madame Bovary
Madame
Bovary de Gustave Flaubert chegou até as minhas mãos num
pacotão de obras literárias – mais ou menos ‘uns’ 12 ou 15 livros – que ganhei
há ‘uns’... deixe-me ver... quarenta anos. E vejam que só agora, depois de
aproximadamente quatro décadas, resolvi ler essa história que marcou o realismo
da literatura francesa e por essa razão pode ser considerada um clássico,
mas... acontece que não sou muito chegado em clássicos, por isso leio muuuuito
pouco Machado de Assis; até agora encarei O
Alienista e Dom Casmurro, mas me
enrosquei em outras histórias e parei antes da metade. Depois disso, não
arrisquei tentar um novo “diálogo’ com o nosso Machadão. Quanto a William
Shakespeare, Karl Marx, Victor Hugo, Thomas Mann e por aí afora, passo longe.
Talvez, alguns de vocês que estejam lendo essa
postagem, podem me chamar de um leitor simplório que só lê histórias água com
açúcar.
Não vejo dessa maneira, acho apenas que é uma questão
de gosto. Simplesmente não sou fã de clássicos, leio muito pouco.
Mesmo não tendo queda por esse gênero literário, no
mês retrasado decidi ler Madame Bovary
que já estava, como “disse”, há quarenta anos em minha estante. Li como se diz...
no “pipoco”, meio que aos trancos e barrancos.
Achei a história muito chata. Os protagonistas não me
agradaram nem um pouco. Emma Bovary é uma mulher egoísta e fútil; enquanto
Charles é um personagem amorfo; parece que ele gosta de sofrer. Nunca detestei
tanto dois personagens, principalmente a Srª Bovary. E quando você não tem
empatia com os personagens de um livro fica difícil gostar a história.
Somando-se a isso, também achei a leitura muito detalhista e arrastada. E
consequentemente, cansativa.
Confesso que não tive uma boa experiência com a obra de Flaubert. Só conclui a leitura com muita força de vontade. Ah! O final da trama também não me agradou
Queria escrever bem mais nessa resenha, encontrar
detalhes do livro que me agradaram, mas não consigo. Só encontrei uma
personagem irritante e um outro personagem que gosta de sofrer, além de uma
narrativa detalhista e cansativa.
Madame
Bovary narra a história de Emma Bovary, uma mulher
insaciável, inteligente e bela, mas é obrigada a casar com um apático e passivo
médico Charles Bovary, um homem fracassado e medíocre de uma pequena cidade do
interior da França. Charles desperta nela todos os sentimentos contrários
aquilo a que ela sempre sonhou. Será que é preciso eu revelar o que ela resolve
fazer para encontrar a felicidade?
Se quiserem saber, leiam o livro, mas somente se vocês
gostarem muito de clássicos e clássicos com uma narrativa bem descritiva e por
isso, cansativa.