29 agosto 2017
“A Sombra do Vento”, o livro que misteriosamente sumiu da minha estante
Há algum tempo teve um programa especial de fim de
ano na emissora de rádio da minha cidade chamado “À Procura de Papai Noel”.
Nele, um grupo de crianças tinha a missão de localizar o bom velhinho que, de
repente, havia sumido, deixando as arvores de Natal vazias e consequentemente,
os baixinhos sem presentes. A pergunta que se repetia a exaustão durante todo o
programa era: “Onde está o Papai Noel?”.
Ontem, vivi uma situação semelhante; bastou trocar o
bom velhinho pançudo de roupas vermelhas por um livro. “A Sombra do Vento” de
Carlos Ruiz Zafón – primeiro volume da saga “O Cemitério dos Livros Esquecidos”
– iria me proporcionar um grande presente, daqueles com aura de Natal: as
chaves para entrar no mundo de Julian Carax, Daniel Sempere, Fermin Romero,
Clara Barceló e companhia. Digamos que a obra de Zafón seria o meu Papai Noel.
Entonce... O livro sumiu!! Verdade! Como se fosse o
próprio Papai Noel fujão do programa de rádio. Tudo aconteceu na noite desta
segunda-feira (27). O menino aqui, vinha acalentando desde as primeiras horas
do dia, a deliciosa expectativa de reler “A Sombra do Vento”. Tomei essa
decisão após comprar “O Labirinto dos Espíritos” que fecha a saga “O Cemitério
dos Livros Esquecidos”. Apesar de já ter lido e adorado os três primeiros volumes
– “A Sombra do Vento”, “O Jogo do Anjo” e “Prisioneiro do Céu” – optei por rele-los
antes de devorar o quarto e último livro da saga.
Cara, ainda me lembro como viajei na leitura de “A
Sombra do Vento” em 2014. Caraca, que
história! O meu desejo de rele-lo era quase incontrolável; então, quando chegou
o momento, por volta das 23H30min, eis que me dirijo a minha de leitura para
cerimoniosamente retirá-lo da estante. Estendi
o braço, abri as mãos para segurá-lo, mas... mas... cadê o livro!! Corro até o
computador, confiro o numero catalogado, volto a estante, mas o livro com o tal
numero não está lá. Demorei aproximadamente 40 minutos para conferir todos os
livros daquela estante, sem sucesso.
Sabe quando você tira o doce da boca de uma criança,
antes dela dar a primeira e desejosa mordida? Pois é, foi assim que me senti. A
própria criança sem o seu doce.
Galera até agora não sei onde o livro foi parar. No
mês passado, quando dona Chiquinha veio fazer uma faxina em minha casa, foi
avisada pela Lulu para que não limpasse as estantes que são os meus verdadeiros
xodós, mas a bondosa mulher insistiu em fazer o serviço completo. Como Lulu é ainda
mais bondosa do que a própria dona Chiquinha, acabou concordando. E assim, lá
vai a dona Chiquinha limpar as minhas estantes. Cara... será que ela trocou
algum livro de lugar? Quero dizer: será que a mulher trocou “A Sombra do Vento”
de lugar? Se trocou, eu não consegui encontrá-lo e perguntar, agora, para a
dona Chiquinha não vai adiantar. Talvez, ela responda: “Claro que não!” ou quem
sabe: “Mininu, não me lembro”. Melhor esquecer.
Bem... tem ainda o lance do “me empresta esse livro?”. Antigamente, todos que iam até a minha
casa e viam aberta a porta da minha ‘saletinha’ de leitura, faziam questão de
entrar – vejam bem, a maioria não pedia para entrar, simplesmente, já iam
entrando – no local para ficar observando os livros. E volta e meia vinha o
pedido: “Me empresta esse?”. Meu, que chute certeiro nas bolas. Como doía essa
perguntinha. O que eu poderia dizer? O livro não é meu, mas está na minha
estante e ainda por cima catalogado com um número? É... acho que essa desculpa
não iria colocar. Poderia, então, lascar simplesmente: “Não empresto!! E vamos
saindo daqui, rápido, vamos, vamos! Acabou a festa!”. Galera, dizer tudo isso na
brincadeira é fácil; agora ter a atitude para dizer ‘na lata’ é difícil. Bem,
que eu me lembre ninguém me pediu “A Sombra do Vento” emprestado, mas sabe como
é... A nossa memória, às vezes, falha e
a minha já passou dos 50, para ser exato, 54. Portanto, os meus neurônios podem
estar querendo me pregar alguma peça.
O lance da reforma. Pois é, lembrei-me também do período
em que reformei a casa. Isto foi há aproximadamente dois anos. Na época, eu e Lulu
encaixotamos todos os livros para protegê-los do pó, já que optei por passar
sinteco no piso da minha humilde residência, quero dizer, da minha humilde
bibliotequinha. E lá ‘vamu nóis’ encaixotando tudo o que vemos pela frente! Depois,
na operação ‘Retorno às Estantes’ demoramos quase um dia para espaná-los, limpa-los
e guardá-los. Ontem, enquanto batia o desespero de não encontrar Sempere e Carax em seus lugares, bateu aquela dúvida: “Será
que enfiei esse livro em algum buraco negro? Entenda-se ‘buraco-negro’ por aquele
lugar errado na estante ou então, esquecido numa caixa que já foi embora. Não,
não. Eu e Lulu sempre fomos muito cuidadosos quando estamos manuseando qualquer
livro, seja ele velho ou novo. Mas mesmo assim, fica sempre fica aquela
pontinha de dúvida, né?
Cara, quer saber de uma coisa. Vou parar de ficar
conjecturando. C-h-e-g-a! O livro sumiu, correto? Entonce não adianta ficar
chorando pelo leite derramado. Sabem o que eu fiz, tão logo dei ciência do
sumiço? Já adquiri um novo volume de “A Sombra do Vento”, o qual prometo à mim
mesmo, guardá-lo com todo o cuidado que não tive com o seu antecessor. E se
alguém me pedir emprestado, deixarei de lado as minhas boas maneiras e rosnarei
como um pitbull enfurecido: Argghhh.... Nãaaaaoo empresto e ponto final!!!!
Brrrrrrrrr!!!
Agora, enquanto aguardo a chegada da obra de Zafón,
estou lendo “O Casamento” de Nicholas Sparks. Optei por escolher um livro light
e bem curtinho, enquanto Sempere, Firmin, Carax e toda sua turma não chegam.
Inté!
28 agosto 2017
O Livro dos Mortos do Rock
Alguns leitores consideram o livro de David Comfort
sensacionalista, mas uma coisa eles não podem negar: “O Livro dos Mortos do
Rock” tem muitas informações interessantes e que conseguem prender a atenção da
galera até a ‘última gota’. O autor foi minucioso em suas pesquisas e vasculhou
a fundo a vida das sete saudosas celebridades do mundo do rock. A escrita no formato
‘jornalismo investigativo’ aguça a curiosidade dos leitores fazendo com que
eles devorem em pouco tempo as 408 páginas recheadas de informações bizarras,
engraçadas, chocantes e tristes envolvendo o lado secreto – desconhecido dos
fãs – dessas lendas do rock.
Com relação ao carma de sensacionalista que a obra
carrega; olha... não concordo. Comfort escreveu o seu livro baseado em
depoimentos de pessoas próximas dos sete artistas. Entenda ‘pessoas próximas’
como: empresários, filhos, esposas, amantes, amigos, pais, mães, avós e o
escambau a quatro. Uma miscelânea de informações dadas por fontes confiáveis
que tiveram a oportunidade de conviver ao lado das sete feras. Comfort
completou essas informações com uma vasta bibliografia, incluindo livros e
reportagens publicadas em jornais conceituados. Portanto, não vejo onde está o
sensacionalismo.
Agora, falando da obra em si, trata-se de um livraço.
Prato cheio para os fãs que quiserem conhecer detalhes curiosos sobre a vida de
Elvis Presley, Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Jim Morrison, Janis Joplin, John
Lennon e Jerry Garcia, ou seja, as sete feras a que me referi no início do
post.
Valendo-se de diversos pontos de vista, tanto de
pessoas próximas quanto dos próprios astros, Comfort mostra que, apesar de
personalidades diferentes, suas histórias de vida tiveram muito em comum.
Ao desafiar os limites da liberdade e da rebeldia,
os sete conheceram o céu e o inferno do estrelato, a mais completa euforia e a
depressão arrasadora. Tornaram-se solitários e autodestrutivos, entregues ao
vício e às pressões por parte de amigos, fãs e empresários.
“O Livro dos Mortos do Rock” pode ser considerada
uma obra desmistificadora já que rompe inúmeros paradigmas, mostrando o chamado
‘lado negro da força’ desses roqueiros. Depoimentos de pessoas ligadas a Elvis
Presley revelam, por exemplo, a intenção do rei em contratar um assassino de
aluguel para eliminar um sujeito que teria saído com uma de suas garotas. O
livro dá detalhes sobre esse fato e o que motivou Elvis a tomar essa atitude
drástica, que felizmente não se concretizou.
O capítulo sobre John Lennon, mostra um ex-beatle dependente
de sua mulher Yoko Ono que determinava tudo o que ele devia ou não fazer, das
coisas mais simples as mais complexas. Vemos, ainda, um John que não gosta de
ter amigos e nem vê importância nisso. – Quando preciso de um amigo, eu alugo –
diz ele.
O livro simula – através de depoimentos – como teria
sido os últimos instantes do chamado ‘Grupo
dos Sete”. Hendrix, Morrison e Cobain teriam sido assassinados? Juro que fiquei
na dúvida, principalmente com relação a Cobain. As provas apresentadas por
detetives e perito legistas, de fato, conseguem plantar a semente da dúvida no
leitor.
As brigas homéricas entre Morrison e Joplin quando
estavam no auge de suas carreiras – eles eram inimigos ferrenhos que se odiavam
– também são relatadas; a morte de Elvis que poderia ter sido evitada pela sua
última namorada, Ginger Alden, que dormia no quarto ao lado do banheiro onde
The King teve o suposto enfarte; a mania bizarra do Grateful Dead, grupo de
Jerry Garcia, em querer drogar todas as pessoas que tivessem contato com eles. Estas
são apenas algumas passagens curiosas do livro.
Todos os Sete, exceto um, tentaram suicídio ou
ameaçaram cometê-lo. Todos os Sete tornaram-se viciados. A maioria morreu por
excesso de drogas. Se um deles não tivesse morrido baleado, poderia muito bem
ter tido o mesmo fim.
Seis dos sete imortais foram presos diversas vezes.
Foras da lei, rebeldes, pregadores da liberdade, tiveram uma postura gloriosa
contra o establishment. O sétimo foi o único de sua espécie, fazendo sua
própria lei - afinal, ele era o establishment: o Rei. O presidente Nixon o
nomeou agente federal de narcóticos. O Rei nunca se permitiu ser um drogado de
rua: nos últimos 20 meses de vida, consumiu 12 mil tipos diferentes de
analgésicos, todos receitados por médicos.
A morte também assombrou a vida da maioria deles
desde a infância. A mãe de dois deles faleceu em acidente de automóvel. A mãe
de outros dois bebia até cair. Aos 5 anos de idade, um deles viu o pai se
afogar. Outro astro insistia em dizer que possuía os "genes do
suicídio" porque os membros de sua família haviam tirado a própria vida.
Achei o livro impactante.
Recomendo.
Detalhes
Livros dos Mortos do Rock
Autor: David Comfort
Editora: Aleph
Páginas: 408
Preço: R$ 55,00 em média
25 agosto 2017
“Origem”, novo livro de Dan Brown, chega nas livrarias em outubro. Desta vez, Robert Langdon tenta descobrir de onde viemos
O Marcos, um colega de trabalho – cara hiper legal –
me disse há alguns dias algo engraçado, mas ao mesmo tempo sério. Ao chegar na
redação, ele disparou: - Moreira, sabe qual a diferença entre o Kvothe e o
Robert Langdon? – eu respondi que não. – O Langdon demora uma eternidade, mas um
dia chega, já o Kvothe, demora uma eternidade e meia, mas nunca chega. – Cara
achei o máximo essa filosofia tupiniquim.
O Marcos quis dizer que Dan Brown demora muuuiiito
para lançar uma nova sequência das aventuras de seu personagem principal, o
simbologista de Harvard, Robert Langdon; mas por outro lado, Patrick Rothfuss
demora o dobro de tempo para colocar no mercado um novo enredo do arcanista
Kvothe que lhe deu projeção mundial.
- Digamos que os fãs de Langdon sofrem bem menos do
que os fás de Kvothe. – disparou Marcos.
Vejam bem, Rothfuss lançou “O Temor do Sábio” – 2º
volume da trilogia “Crônica do matador do Rei” em 2011, enquanto Brown liberou “Inferno”
-4º livro das peripécias do professor universitário metido a Indiana Jones - em
2013. Após quatro anos, Brown já está com o quinto romance do personagem
engatilhado para entrar no mercado literário, enquanto Rothfuss, após seis
anos, ainda continua empacado. Cara, ninguém tem notícias de “Os Portões de
Pedra” que conclui a trilogia “Crônica do Matador do Rei”. Caraca!
Tudo bem pessoal, deixando as analogias de lado,
vamos ao que interessa: ao novo livro de Brown que você, com certeza, está
contando nos dedos a hora de chegar.
“Origem” tenta reeditar o sucesso de “Anjos eDemônios” (2000), “O Código Da Vinci” (2003), “O SímboloPerdido" (2009) – na minha opinião, o pior de todos - e Inferno (2013). Os cinco livros
pertencem ao chamado ‘Universo Langdon’ do autor. A previsão é de que o novo livro,
que já está em pré-venda, desemboque nas livrarias brasileiras em será lançado internacionalmente no dia 5 de
outubro.
Em Origem, Langdon percorrerá cenários como o
Mosteiro de Montserrat, a Casa Milà (A Pedreira) e A Sagrada Família, em
Barcelona, o Museu Guggenheim, em Bilbao, o Palácio Real de Madri e a Catedral
de Sevilha.
Em comunicado a impressa, revelou que Origem levará
Langdon as duas questões mais importantes da humanidade , por exemplo, de onde
viemos, e a resposta promete sacudir a Terra.
Os cenários de seus livros são peças-chave no enredo,
a exemplo de sua obras anteriores.
"Sempre considerei a Espanha uma terra de belos
paradoxos, um lugar que possui uma rica tradição e uma rica história que, ao
mesmo tempo, não deixa de mirar o futuro inovando em ciência e tecnologia”,
explicou Dan Brown em comunicado.
Ele prossegue afirmando, “quando quis escrever uma
história que mesclasse o antigo e o moderno, sabia que só podia escolher um
lugar para ambientá-la”.
Dan Brown escolheu situar o livro na Espanha por
esses motivos narrativos, mas sua ligação pessoal com o país também influenciou
na decisão. “Espanha foi o primeiro país que visitei fora dos Estados Unidos.
Eu tinha 16 anos e vivi em Astúrias com uma família maravilhosa. Durante minha
visita, me apaixonei pela cultura, pela história e, sobretudo, pelas pessoas e
sua língua.”
Taí galera, agora só resta aguardar com toda a nossa
expectativa a chegada da nova aventura de Langdon e torcer para que cumpra o
seu objetivo principal: satisfazer o apetite de seus vorazes leitores.
Vejamos.
20 agosto 2017
“O Labirinto dos Espíritos”, obra que conclui a saga “O Cemitério dos Livros Esquecidos”, chega às livrarias no final de agosto
Vejam só o que o novo livro de Carlos Ruiz Zafón -
que será lançado em 22 de agosto - me obrigou a fazer. Uma maratona de leitura!
Isto mesmo, eu terei que reler “A Sombra do Vento”, “O Jogo do Anjo” e “O
Prisioneiro do Céu” em tempo recorde para somente depois poder devorar “O
Labirinto dos Espíritos” que já está em pré-venda.
“O Labirinto dos Espíritos” é o quarto livro da saga
que ficou conhecida por “O Cemitério dos Livros Esquecidos”. Como as histórias
se sobrepõem e se complementam, muitos leitores acreditam que elas podem ser
lidas fora de ordem. O próprio autor diz que é uma história com quatro portas
de entrada diferentes, e isso é o mais mágico de tudo, segundo ele.
Mas, no meu caso, como amei “A Sombra do Vento”,
adorei “O Jogo do Anjo” e me apaixonei por “O Prisioneiro do Céu”, prefiro
fazer a leitura da saga respeitando a ordem cronológica de lançamento dos
livros. Na minha visão de leitor, não adianta; por mais que digam que uma
leitura ‘apartada’ não irá atrapalhar a essência da saga, sempre fica algum
detalhe perdido nas entrelinhas dos livros anteriores que ao ser recuperado
numa releitura, deixa o enredo, em seu todo,
ainda mais apaixonante.
Portanto, está explicado o motivo da minha maratona
de leitura. Enquanto não chega nas livrarias “O Labirinto dos Espíritos” – o
qual já reservei – vou relendo com todo o prazer os três livros anteriores da
saga “O Cemitério dos Livros Esquecidos”.
Em “O Labirinto dos Espíritos”, Zafón promete unir
as histórias de “A Sombra do Vento”, “O Jogo do Anjo” e “O Prisioneiro do Céu”.
Foi por isso que o autor disse em suas entrevistas que a obra conta a história
da família Sempere do início ao fim, não havendo a necessidade da chamada
‘leitura cronológica’ da saga.
O foco dessa nova história é Isabela Sempere, mãe de
Daniel Sempere, que conhecemos em “O Jogo do Anjo” e cujo passado, começamos a
compreende em “O Prisioneiro do Céu”. Mas apesar de ser um livro de conclusão
da saga, reunindo antigos personagens, o seu enredo também brinda os leitores
com novas aventuras e personagens tão ‘viciantes’ quanto aqueles já conhecidos.
Pelo menos é o que garante a maioria dos críticos literários espanhóis e
americanos.
De acordo com o release fornecido pela Suma de
Letras, o enredo de “O Labirinto dos Espíritos” se passa na Madri dos anos de
1950. Alicia Gris é uma alma nascida das sombras da
guerra, que lhe tirou os pais e lhe deu em troca uma vida de dor crônica.
Investigadora talentosa, é a ela que a polícia recorre quando o ilustre
ministro Mauricio Valls desaparece; um mistério que os meios oficiais falharam
em solucionar.
Em Barcelona, Daniel Sempere não consegue escapar dos enigmas envolvendo a morte de sua mãe, Isabella. O desejo de vingança se torna uma sombra que o espreita dia e noite, enquanto mergulha em investigações inúteis sobre seu maior suspeito, o agora desaparecido ministro Valls.
Os fios dessa trama aos poucos unem os destinos de Daniel e Alicia, conduzindo-os de volta ao passado, às celas frias da prisão de Montjuic, onde um escritor atormentado escreveu sobre sua vida e seus fantasmas; aos últimos dias de vida de Isabella, com seus arrependimentos e confissões; e a intrigas ainda mais perigosas, envolvendo figuras capazes de tudo para manter antigos esqueletos enterrados.
Em Barcelona, Daniel Sempere não consegue escapar dos enigmas envolvendo a morte de sua mãe, Isabella. O desejo de vingança se torna uma sombra que o espreita dia e noite, enquanto mergulha em investigações inúteis sobre seu maior suspeito, o agora desaparecido ministro Valls.
Os fios dessa trama aos poucos unem os destinos de Daniel e Alicia, conduzindo-os de volta ao passado, às celas frias da prisão de Montjuic, onde um escritor atormentado escreveu sobre sua vida e seus fantasmas; aos últimos dias de vida de Isabella, com seus arrependimentos e confissões; e a intrigas ainda mais perigosas, envolvendo figuras capazes de tudo para manter antigos esqueletos enterrados.
Taí galera, vou acelerar a leitura de “O
Livro dos Mortos do Rock” de David Comfort para dar início a minha nova
maratona.
Inté!
17 agosto 2017
A Confraria
“A Confraria” foi o segundo livro de John Grisham
que eu li; o primeiro foi “A Firma”. Achei fantástico. A história daqueles três
ex-juízes sacanas –cumprindo pena num presídio federal da Flórida – que apesar
de estarem atrás das grades, conseguem aplicar o chamado ‘golpe do século’ é
por demais sedutora.
Apesar de utilizar vários termos jurídicos durante a
narrativa, Grisham consegue desenvolver
uma escrita fluida que não cansa o leitor, pelo contrário, deixa-o ainda mais
curioso ao virar cada página.
O autor consegue com muito humor, ação e suspense,
fazer uma crítica severa aos jogos de interesse e à busca desenfreada pelo
poder que existem nos meios governamentais americanos. Apesar de ser uma obra de
ficção, o leitor tem uma idéia do que é os bastidores de uma disputa pela
presidência dos Estados Unidos, onde os candidatos nem sempre são tão bem
preparados como imaginamos. Tudo bem que se trata de um romance e por isso
mesmo, nada real, mas é viciante para o leitor ir descobrindo aos poucos os
mais secretos segredos do personagem Aaron Lake; um deputado que a CIA (agencia
de espionagem americana) quer colocar no posto de presidente daquele país.
Através do personagem, passamos a entender a
sordidez que rola atrás das cortinas de um pleito para o cargo político mais
cobiçado do mundo: presidente dos Estados Unidos. Mas alguns que estão lendo esse post podem
perguntar: “Pera aí, mas o livro não é uma simples obra de ficção?” Sim, é. Mas
você acredita que para escrever o enredo de “A Confraria”, o autor não se
baseou em alguns fatos que rolaram nos corredores escuros da política
americana? Claro que sim! Esta é uma das características de Grisham. Aliás,
sempre foi, e ele explora essa peculiaridade à exaustão em suas obras.
Ele critica ainda de uma maneira satírica o sistema
falho de segurança das prisões federais americanas, onde os três ex-juízes
prisioneiros conseguem engendrar um plano debaixo dos narizes dos diretores e
guardas da prisão.
O trio de prisioneiros federais que apronta ‘poucas e boas’ são Roy Spicer que
cumpre pena por roubar uma igreja; Finn Yarber, condenado por sonegação de
impostos e Hatlee Beech, preso por atropelar e matar duas pessoas. Estas três
‘figuras’ formam a Confraria do título do livro.
Eles estão detidos numa prisão para criminosos de
baixa periculosidade – falsários, sonegadores de impostos, médicos, advogados
corruptos, traficantes, entre outros. Spicer, Yarber e Beech exercem o papel de
consultores jurídicos para os seus colegas prisioneiros, revendo processos,
redigindo apelações e resolvendo pequenas disputas internas, faturando pequenos
honorários. Mas eles não estão satisfeitos. Querem mais. E assim começam a
aperfeiçoar um golpe para extorquir dinheiro de respeitáveis senhores ricos de
meia-idade que tem muito a esconder da sociedade.
Através de anúncios pessoais na seção de
classificados de revistas gays, eles procuram potenciais vítimas de sua
chantagem. O golpe começa a dar certo e o dinheiro começa a chover na conta
secreta que possuem em um banco no exterior. Quantias cada vez maiores animam a
ambição dos ex-juízes, que não medem esforços para sugar tudo de suas vítimas.
Longe da
prisão, o deputado Aaron Lake também faz parte de um plano, mas muito
diferente. A CIA quer colocá-lo na Presidencia da República. Interesses em jogo
na indústria de defesa desejam o retorno à guerra fria e conseqüente
reaquecimento do comércio de armas, e cabe a Aaron Lake representar esses
interesses do governo. Vultuosas somas de dinheiro são injetadas nos fundos da
campanha do futuro presidente. A candidatura do deputado sobe aceleradamente
nas pesquisas e o nome de Lake toma conta do país. Ele passa a ser visto como
um novo messias que irá livrar o povo americano do caos.
Ocorre que o destino do virtual futuro presidente
dos Estados Unidos acabara cruzando com o destino dos três ex-juízes
encarcerados.
Ação, suspense e humor se fundem na narrativa de
Grisham que certamente agradará os seus leitores.
13 agosto 2017
A Hora do Lobisomem
O Francisco, um colega meu, que detesta ser chamado
de Chico, me fez ver o quanto Stephen King é bom. Tudo bem que eu já sabia do talento
inquestionável do escritor, afinal de contas, já li grande parte de seus livros,
mas o Chico me abriu os olhos para uma virtude de King que falta para a maioria
dos outros autores: o dom de escrever uma história curta com muuuiiitos personagens
e dar à todos eles a importância merecida, chegando ao ponto de um mero
personagem coadjuvante conquistar a preferência dos leitores.
Pois é, foi o que aconteceu com o Chico que se
encantou com Kate, a irmã de Marty, este o personagem principal de “A Hora do
Lobisomem”. E confesso que também senti uma queda pela menina que é fantástica.
Ok, quer ver como King é fodástico na hora de compor um personagem? Kate
aparece poucas vezes no enredo, seus diálogos são curtos – não chegam a uma
linha, quanto mais um parágrafo - acontecem somente com Marty e... acho que nas
poucas mais de 100 páginas da história, ela aparece apenas três ou quatro vezes.
Alias, ‘aparecer no enredo’ não seria o termo correto. O mais ideal seria ‘passar
pelo enredo’, já que a sua participação na história é do tipo vapt-vupt, mas
apesar disso, ela conquistou o coração e a atenção do Chico e... a minha,
também.
King compôs uma personagem dúbia com falas ácidas.
No início você acredita que ela sente raiva ou ciúme de Marty, mas na
realidade, ela ama o seu irmão de paixão. Até mesmo, durante os diálogos em que
ela o chama de aleijado protegido e mimado que consegue tudo o que quer da; nós,
leitores, não conseguimos sentir raiva dela. Na realidade, esta é a maneira que
Kate encontra de expressar o seu carinho pelo irmão. Nem mesmo Marty fica com
raiva dela, ao contrário, ele também entra no ‘clima’ porque sabe que pode
confiar em sua irmã de olhos fechados.
Em “A Hora do Lobisomem”, King esbanja talento ao
criar personagens que apenas ‘passam pela história’, mas conseguem deixar a sua
marca. O policial Nery que surge apenas em um capítulo também prende a atenção
do leitor por causa da sua arrogância e auto-suficiência. Para ele, o lobisomem
da história não passa de um marginalzinho barato com uma fantasia de lobo que
sai matando pessoas indefesas nas noites de lua cheia. O cara é tão chato que
você passa a torcer pela besta. Quando cheguei neste capítulo pensei comigo
mesmo: “Tomara que o lobisomem de um jeito nesse calhorda arrogante”.
Milt Sturmfuller e Stella Randolph, são outros que apenas passam, mas também mexem
com os sentimentos dos leitores, de maneira positiva ou negativa. Além desses,
há também outros coadjuvantes, sem contar os personagens principais: Marty,
seus pais, seu tio Al e o reverendo Lester Lowe.
Cara, tente escrever uma história curta de
aproximadamente 100 páginas , lotada de personagens, e tente fazer com que
todos eles recebam a atenção merecida dos leitores. King conseguiu essa façanha
em “A Hora do Lobisomem”.
O enredo criado pelo autor é apaixonante e prende a
atenção do leitor página por página. A história se desenvolve mês a mês, sendo
que cada capítulo corresponde a um mês do ano. Acredito que King já escreveu
contos até mais compridos do que “A Hora do Lobisomem”, por isso mesmo,
acredito que a história se enquadraria muito mais nessa categoria do que no
gênero romance. Mas o que importa é a qualidade da obra. E quando digo
qualidade estou me referindo a um todo que vai desde o texto cativante, passando pelas ilustrações e terminando com a
capa primorosa elaborada pela Suma de Letras. C-a-r-a-c-a! Que coisa linda!
O livro mescla as ilustrações originais de Bernie
Wrightson – coloridas, nesta edição!! – com as inéditas de Giovanna Cianelli,
Rafael Albuquerque, Rebeca Prado e Lucas Pelegrinetti, considerados quatro dos
melhores ilustradores do País. Achei incrível a sacada da Suma de Letras que
pediu aos quatro profissionais brasileiros que representassem a sua cena
preferida de “A Hora do Lobisomem”. Cada um deles desenhou a cena do romance
que mais mexeu com a sua sensibilidade. Fantastic!
Quanto as ilustrações originais de Wrightson
dispensam comentário. São um atrativo a parte. Elas fecham cada capítulo do
livro. Você não vê a hora de concluir a leitura do capítulo para conferir a
ilustração da cena.
Para quem não sabe, Wrightson que morreu em março
desse ano, aos 68 anos, vítima de câncer, foi um artista americano mais
conhecido como co-criador do personagem Monstro do Pântano. Ele começou a
carreira como ilustrador nos anos 1960 antes de começar a trabalhar com
quadrinhos. Também fez capas de livros de King e artes conceituais para vários
filmes, entre os quais "Os Caça-Fantasmas", "Galaxy Quest"
e "Homem-aranha".
O trabalho de Wrightson se tornou uma grande
influência no gênero do terror, tanto é verdade que ele recebeu uma homenagem
no último episódio da emblemática série de TV “Walking Dead” que terminou em
abril.
“A Hora do Lobisomem” conta a história da pequena cidade de Tarker's Mill que sempre foi um
lugar pacato até que terríveis e violentos assassinatos começaram a acontecer.
Os habitantes locais acreditavam que o responsável pelas mortes seja um
psicopata à solta. Porém um garoto de 11 anos, audacioso, curioso e rebelde,
chamado Marty – que não tem os movimentos das pernas e por isso vive numa
cadeira de rodas - acredita que os assassinatos não estão sendo causados por
uma pessoa, mas sim por um lobisomem.
Advinhem se ele não está certo...
Leiam, sem medo, aliás... com medo.
Livro para entrar na lista de
favoritos de qualquer leitor, ainda mais com essa edição luxuosa preparada pela
Suma de Letras.
09 agosto 2017
A Praga – O holocausto da hanseníase. Histórias emocionantes de isolamento, morte e vida nos leprosários do Brasil
Vou usar o mesmo termo que uma leitora do blog,
Débora Araújo, usou ao comentar um post que escrevi na época do lançamento do
livro da jornalista Manuela Castro: chocante. Pois é, é dessa maneira que
defino o livro “A Praga – O holocausto da hanseníase. Histórias emocionantes de
isolamento, morte e vida nos leprosários do Brasil”. Os fatos investigados pela
jornalista e expostos aos leitores, de fato, chocam; da mesma maneira que
chocaram as descobertas de outra jornalista, Daniela Arbex, em sua obra
“Holocausto Brasileiro” em que narra a
história de milhares de pacientes internados à forças, sem diagnóstico de
doença mental, num enorme hospício na cidade mineira de Barbacena. Quero
aproveitar o ‘gancho’ para parabenizar a editora Geração Editorial por ter
apostado nestes dois livros-reportagem, dando um presente fantástico a todos
nós, leitores.
Através de uma narrativa fluída, Castro narra em sua
obra as histórias de pessoas que foram caçadas no Brasil por causa da doença. Após serem ‘jogadas’ nos leprosários, mães
diagnosticadas com hanseníase eram, definitivamente, separadas de seus filhos
que, por sua vez, acabavam sendo encaminhados para adoção ou então para abrigos
onde, quase sempre, sofriam todos os tipos de abusos – violência sexual, física
e psicológica - praticados por funcionários despreparados. Casos de crianças
portadoras de hanseníase que de uma hora para outra, foram levadas de seus
lares para as colônias de leprosos (como eram conhecidos os leprosários) e
nunca mais voltaram a ver os seus pais. Exemplos de internos que conseguiram
sobreviver nesse verdadeiro inferno, conquistando o seu espaço na sociedade e
tornando-se verdadeiros exemplos na luta contra o preconceito.
A autora abre o baú das verdades com revelações
estarrecedoras e que mexem com os leitores. A história de Conceição é uma das
mais marcantes e dolorosas do livro. Aos sete anos, ela foi afastada dos pais.
Internada, nunca mais voltou para casa. Adulta, se apaixonou por um interno,
casou-se e teve de encarar a dura realidade de não poder constituir família.
Por sete vezes engravidou, por sete vezes os filhos nasceram saudáveis, por
sete vezes olhou-os rapidamente para os seus rostinhos e teve de se despedir
para nunca mais vê-los. Enfim, o livro mostra um mundo de histórias
emocionantes de pessoas que enfrentaram isolamento, preconceito e morte nos
leprosários.
Castro ainda explora duas importantes vertentes
sobre o assunto em seu enredo: o atraso da chegada da cura da lepra no Brasil que
acabou gerando sérias conseqüências para inúmeros pacientes, além de um
panorama da origem da doença, explicando, inclusive, como ela chegou ao Brasil.
“A Praga – O holocausto da hanseníase” revela que
durante milênios, o leproso foi isolado da sociedade, abandonado para ser morto
em florestas e cavernas, deteriorado a tal ponto que simplesmente olhá-lo era
considerado mau agouro. Vinda da Ásia e
do Oriente Médio, a doença acabou penetrando na Europa. A discriminação e o
medo sempre a cercaram. No Brasil, a lepra chegou marcada por todos os
antecedentes negativos e não teve destino diferente.
A autora faz uma revelação que deixa os leitores
boquiabertos: apesar da cura da doença ter surgido nos anos de 1940 - época em
que muitos países europeus começaram a fechar os seus leprosários, liberando os
seus pacientes para o tratamento domiciliar – no Brasil, o isolamento
compulsório prosseguiu em leprosários até 1986!
“A Praga – Holocausto da hanseníase” traz também
fartas ilustrações sobre o tema, com imagens de colônias, antigos leprosários,
pacientes, etc. Muitas dessas ilustrações nem sequer precisam de textos, pois
as imagens já dizem tudo.
Um relato emocionante sobre um dos períodos mais
tristes na história da saúde pública no Brasil.
Leitura indispensável.
06 agosto 2017
O Jardim Secreto
Os clássicos literários extrapolam qualquer tipo de
gênero. Quando uma obra infanto-juvenil atinge esse patamar, ela se torna
universal, ou seja, deixa de ser um livro direcionado exclusivamente para determinada
faixa etária – no caso, crianças e adolescentes – para atingir todas as idades.
Isto acontece por causa da qualidade do enredo que tem o poder fazer não só os
leitores jovens viajarem no mundo da imaginação’, como também os adultos,
independente da sua idade, nível social e intelectual. “O Jardim Secreto”, de
Frances Hodgson Burnett se enquadra nessa categoria: a dos clássicos.
É impossível não se apaixonar pelos personagens
criados pela autora que fazem parte de um enredo simples, mas ao mesmo tempo
carregado de uma carga emocional enorme. Um enredo do qual podemos tirar muitas
lições de vida.
Lendo “O Jardim Secreto”, cheguei a conclusão de que
as histórias infanto-juvenis contemporâneas são por demais simplórias se
comparadas com a obra de Frances Burnett e outras similares. Basta você
confrontar livros como “O Jardim Secreto”, “A Princesinha”, “Os TrêsMosqueteiros”, “O Escaravelho do Diabo”, “O Príncipe e o Mendigo”, “O Conde de Monte Cristo” com livros atuais do
mesmo gênero, como: Wake, Fade, Sussurro, “Cidade dos Ossos”, “A Seleção” e
etc. Os primeiros por serem clássicos são lidos por jovens e adultos com o
mesmo prazer. Já os demais, atingem apenas determinada faixa etária.
Por esse motivo, tenho o hábito de dizer que os
autores infanto-juvenis do passado estão fazendo muita falta no presente. Fazer
o quê. Quem sabe, no futuro, surja algum escritor ou escritora com o poder de aglutinar
leitores de todas as idades em torno de suas obras.
A história de Frances Burnett me seduziu de tal
maneira que acabei lendo o livro em dois dias; do tipo: numa tacada só. Já
havia lido e gostado de “A Princesinha”, da mesma autora, e por isso, decidi
comprar “O Jardim Secreto” com a certeza de que iria devorar o enredo. Acertei
em cheio. Tinha, também, assistido ao filme de 1993 baseado no livro, mas não
me lembrava de muitos detalhes, inclusive do final. Este, também, foi outro
motivo pelo qual adquiri a obra. Queria preencher muitas lacunas do filme, o
qual também havia adorado.
“O Jardim Secreto” trata-se da história de Mary, uma
menina nascida na Índia, de pais ingleses, que após se tornar órfã retorna à
Inglaterra para viver com o tio em sua grande propriedade campestre. Tímida e
cheia de complexos, pois se acha muito feia, comparada à beleza da mãe, Mary é
desagradável de trato, malcriada, cheia de vontade – enfim, uma criaturinha
difícil. Tudo isso agravado pela vida no enorme casarão de cem quartos, sob a
guarda da governanta pouco interessada.
Mas a curiosidade natural da infância leva Mary a
descobrir que no mesmo casarão vivia um primo quase da sua idade, criança
doentia e enfraquecida pela imobilidade e pela solidão.
O que o companheirismo e a amizade que se
desenvolvem entre os dois faz pela saúde e pelo conhecimento afetivo e social
de ambos é o tema do livro que se desenrola de forma sempre surpreendente. Não
posso esquecer, em hipótese alguma, de outro personagem muito importante e que
ao lado de Mary e de seu primo Collin, formam o trio de crianças de “O Jardim
Secreto”: Dickon, um verdadeiro amante da fauna e flora e que tem um papel
preponderante no enredo.
A autora desenvolve temas absolutamente
contemporâneos, como a valorização da natureza o que torna o livro um texto
ecológico, antes que o termo ecologia fosse inventado.
Cara, confesso que em muitas viradas de páginas, o texto
me emocionou como por exemplo, logo no início, o relato do abandono de Mary,
ainda criancinha, pelos seus pais por causa de uma tragédia familiar.
Um grande livro! Sem dúvida.
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