Quando a DarkSide relançou “Frankenstein” da
escritora britânica Mary Shelley, apesar da edição luxuosa produzida pela
editora, optei por não comprá-la. Tinha muitos outros livros não lidos em minha
lista e como já conhecia a história do “Prometeu Moderno” acabei dispensando a
sua compra. Não estava tão empolgado em gastar dinheiro apenas com o layout do
livro, preferia investir em obras inéditas, pelo menos para mim.
Quando estava preparando um post sobre o famoso
enredo de Shelley que tenho no formato de um simples livro de bolso, eis que um
amigo que havia comprado o relançamento da Darkside me perguntou se eu não
queria ler a obra. E foi desta maneira que o “Frankenstein” luxuoso da Darkside
acabou indo parar em minhas mãos.
Como o meu contato com a história de Shelley tinha
acontecido há algum tempo – como já disse através de um simples livro de bolso
- optei por relê-la e garanto que não me arrependi. A Darkside caprichou não só
no visual como também no conteúdo do seu relançamento.
A tradução foi adaptada
para a nossa época com discretas modificações, mas ao mesmo tempo essenciais.
Sai aquela linguagem rebuscada de edições antigas e entra em cena uma linguagem
atualizada e consequentemente muito mais fluida.
A DarkSide não poupou
esforços para contratar Márcia Xavier de Brito, uma das principais tradutoras
de bestsellers no Brasil. Além da história principal, a editora brinda os fãs
da escritora britânica com um verdadeiro e inesperado ‘presentaço’: outros
cinco contos desconhecidos de Shelley – ‘Mortal imortal: um conto’,
‘Transformação’, ‘Roger Dodsworth: O inglês reanimado’, ‘O sonho’ e ‘Valério: O
romano reanimado’. Cara, e que contos!! Todos os cinco são fantásticos.
Agora com relação ao
visual, não é preciso gastar muitas palavras para descrevê-lo, pois com
certeza, você já conhece a tradição da editora carioca no quesito layout. A
capa dura conta com ilustrações feitas por Pedro Franz, artista visual e autor
de quadrinhos reconhecido internacionalmente. Outra novidade é que o livro é
impresso em duas cores: preto e sangue. Um luxo só.
Shelley escreveu
Frankenstein no ápice de sua juventude, aos 19 anos, em 1818. A obra pode ser
considerada um dos três pilares da literatura de Terror juntamente com
“Drácula” (Bram Stoker) e “O Médico e o Monstro” (Robert Louis Stevenson).
O romance é narrado através de cartas escritas pelo
capitão Robert Walton para sua irmã enquanto ele está ao comando de uma
expedição náutica que busca achar uma passagem para o Pólo Norte. O navio sob o
comando do capitão Walton fica preso quando o mar se congela, e a tripulação
avista a criatura de Victor Frankenstein viajando em um trenó puxado por cães.
A seguir o mar se agita, liberando o navio, e em uma balsa de gelo avistam o
moribundo doutor Victor Frankenstein. Ao ser recolhido, Frankenstein passa a
narrar sua história ao capitão Walton, que a reproduz nas cartas a irmã.
Frankenstein conta que criou um método para dar vida
a uma criatura feita de partes de vários cadáveres, mas ao ver o aspecto
horripilante de sua invenção, não suporta a responsabilidade de seu feito e
foge, abandonando a sua criatura. Sozinho, o monstro tenta se aproximar das
pessoas em vão, sendo sempre repelido. Certo dia ao se encontrar com a sua
criação, ele descobre uma criatura eloqüente e inteligente, o que não deixa de
ser uma surpresa para o cientista.
A odisséia entre criador e criação acaba tendo o seu
ápice no Polo Norte, onde ambos resolvem as suas diferenças de uma maneira bem
peculiar e muito distinta dos filmes.
Como vocês puderam perceber, o enredo da história é
muito diferente das produções cinematográficas antológicas da década de 30, em
preto e branco, com Boris Karloff no papel da criatura. Aliás, o filme que
realmente procurou adaptar ao pé da letra o livro de Shelley foi “Frankenstein
de Mary Shelley” (1994) do diretor Kenneth Branagh.
Enfim galera, um grande livro com uma grande
tradução e um grande layout.
Inté!
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