Rebeliões, assaltos, sequestros, assassinatos,
narcotráfico. O rol de crimes arquitetados pelo PCC - Primeiro Comando da
Capital - é tão grande quanto sua estrutura. Soma-se a essa lista as recentes
descobertas de um plano para atacar servidores públicos e autoridades,
incluindo o senador Sergio Moro e o promotor Lincoln Gakiya. Mas qual a
motivação por trás de atentados contra figuras públicas? Como, apesar dos
esforços de segurança pública, a maior organização criminosa do Brasil segue em
franca atividade? Quais são as origens desse grupo aparentemente invencível?
Acabei de ler Laços
de Sangue – A História Secreta do PCC do Procurador de Justiça do
Ministério Público de São Paulo, Márcio Sérgio Christino e do jornalista
Cláudio Tognolli e posso garantir que as respostas para todos esses
questionamentos são encontradas nessa obra esclarecedora e chocante que se
propôs a contar a história do maior grupo do crime organizado da América
Latina.
Esclarecedor porque os autores explicam nesse livro desde
origem ao modus operandi do (PCC.
Chocante porque também é descrito em detalhes várias ações criminosas da
facção, incluindo atentados dentro e fora dos presídios.
Trata-se de uma excelente leitura para quem busca
entender melhor o surgimento dessa congregação criminosa. Como os próprios
autores revelam na orelha do livro: “a narrativa brota de depoimentos
exclusivos e inéditos, tomados diretamente dos ‘atores’ da facção”. Vale
lembrar que um dos autores da obra, Dr. Márcio Chrtistino foi promotor da
força-tarefa que investigava a megarrebelião de 2001, além de ter protagonizado
os principais embates contra o PCC.
Laços
de Sangue, apesar de ser uma obra jornalística permeada de
detalhes técnicos tem uma linguagem fluida que prende a atenção. Os autores
optaram por dar uma narrativa mais romanceada em alguns capítulos o que tornou
o enredo bem mais atrativo, facilitando a leitura e a manutenção da atenção do
leitor.
O livro mostra como o PCC atua dentro e fora dos
presídios. Explica em detalhes como se deu a ascensão de Marcos Willians Herbas
Camacho, o Marcola dentro da facção; e o antes, durante e o depois dos
atentados de 2006 planejados e engendrados pelo PCC que causaram 564 mortes.
Neste dia, pela primeira vez, os ataques do PCC deixaram as prisões e foram
para as ruas. Em 2001, quando teve a primeira megarrebelião da facção, foi só
dentro do sistema prisional. Em 2006, a grande novidade, além do aumento de
unidades prisionais envolvidas, foram os ataques fora das prisões.
Um livro excelente para aquelas pessoas que querem
conhecer a fundo a história do Primeiro Comando da Capital.
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