“O Meu Pé de Laranja Lima”, escrito por José Mauro
de Vasconcelos, lançado em 1968, foi um dos livros que me ajudou a ganhar gosto
pela leitura. Tanto é verdade, que já o li e reli por diversas vezes e pretendo
relê-lo outras vezes mais. E não
satisfeito com as leituras e releituras, ainda assisti as novelas que foram ao ar
pela Rede Bandeirantes em 1980 e 1998. Cara, a história é muito boa.
Ainda me lembro da minha fase de ‘calouro-ginasial’.
Fiquei abobado quando vi, pela primeira vez, a biblioteca da minha nova escola
que se comparada com a do grupo escolar, onde estudava, era parecida com a
antológica biblioteca de Alexandria. Foi fuçando nesse mar de livros que
localizei a história de um garoto chamado Zezé. Após folhear as primeiras
páginas acabei me interessando pelo livro e o pedi emprestado. Lí rapidinho.
Fiquei fã de carteirinha daquela criança pobre, de
seis anos, inteligente e sensível. Carente de um afeto que não encontra na
família, Zezé aprende tudo sozinho e inventa para si um mundo de fantasia em
que seu grande confidente é Xururuca, o pé de laranja lima. As suas conversas
com a árvore são emblemáticas e ao mesmo tempo emocionantes.
Acredito que um dos motivos que leva tanta gente a
gostar do livro, são as emoções que ele desperta, algumas bem fortes. No meu
caso, ainda me recordo, que parte dos sentimentos de Zezé era semelhante aos
meus. E vou mais além, o desabafo que o personagem fazia toda vez que
‘conversava’ com o seu pé de laranja lima era também o desabafo que muitas
crianças daquela época gostariam de fazer com alguém, mas não podiam - por não
terem esse alguém ou, simplesmente, não confiarem em ninguém.
O pé de laranja lima que está plantado na casa de
Zezé é o seu melhor amigo: ouve, fala, brinca, dá conselhos. Xururuca é
incrível! O amigo que todos nós, crianças daquele tempo, gostaríamos de ter.
O livro tem ainda outros personagens importantes e
cativantes como Portuga, um comerciante supimpa que faz Zezé se sentir querido
pela primeira vez na vida. Mêu! Um trecho envolvendo o Portuga é de partir o
coração.
Uma curiosidade interessante que fiquei sabendo há
pouco tempo, é que José Mauro escreveu o livro em apenas 12 dias. Acredita?!
“O Meu Pé de Laranja Lima” pode ser considerado o
livro brasileiro mais traduzido para outras línguas, deixando evidente a sua
popularidade entre crianças, adolescentes e adultos.
Foi adaptado para o cinema pela primeira vez
em 1970 por Aurélio Teixeira. Ganhou três telenovelas: em 1970, exibida pela TV
Tupi; em 1980, pela Rede Bandeirantes; e em 1998, novamente exibida pela Rede
Bandeirantes. Em 2003, O Meu Pé de Laranja Lima foi publicado na
Coréia do Sul, em forma de quadrinhos, numa edição com 224 páginas ilustradas.
Em 2012, uma nova versão cinematográfica foi dirigida por Marcos
Bernstein, um dos roteiristas da mega-produção do cinema nacional, Central do
Brasil.
Enfim, um livro que merece todo esse sucesso.
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