Confesso que estava em dúvida se lia ou não “Diário
de Uma Paixão”.
É verdade! Eu estava numa sinuca danada! Parece
irônico, não é? Enquanto todos endeusavam a história de Noah e Allie, o chato,
aqui, achava que o romance, considerado a obra prima de Nicholas Sparks poderia
ser algo decepcionante. Pois é, tudo culpa do primeiro livro que li do autor: a
bomba homérica chamada “O Melhor de Mim”. E que bomba! Daquelas que não deixam
pedra sobre pedra. Personagens insípidos, situações previsíveis e aquele clima
de calvário, onde o pobre do personagem principal só leva porrada e rasteiras
da vida e ainda no final... Bem, deixe pra lá. Quem estiver interessado em
saber a minha opinião sobre “O Pior de Mim”... quer dizer “O Melhor de Mim”
pode acessar aqui.
Diz o antigo ditado popular que gato picado por
cobra tem medo de lingüiça, e era assim que me sentia com relação aos livros de
Sparks, após ter encarado “O Melhor de Mim”. Estava tão desconfiado, mas tão
desconfiado que não estava a fim de arriscar novas leituras de seus livros, mas
então, numa das minhas madrugadas insones comecei garimpar alguns livros que
estavam em ofertas nas Americanas, Submarino, Saraiva e Cia. Tenho o hábito de ver
os comentários das pessoas que já leram determinado livro que ainda não conheço.
E quando ‘bati’ os olhos em “Diário de Uma Paixão”, lá estavam as opiniões dos
leitores. E pasmem, não havia nenhum, absolutamente nenhum comentário negativo
sobre o livro. Cara! Só eram só elogios! Pensei comigo, caraca, será que pela
primeira vez, estou diante de um romance perfeito, sem espaço para críticas
negativas? O supra-sumo da literatura?? Bem, a verdade é que os comentários que
vi diminuíram a minha desconfiança com relação ao autor e assim, acabei
comprando “Diário de Uma Paixão”. Resultado: Li o livro em dois dias, loquei o
filme, chorei com as cartas de amor escritas por Noah e Allie e.... pera aí...
eu escrevi chorei? É isso aí galera, chorei.
“Diário de Uma Paixão” é totalmente o oposto de “O
Melhor de Mim”. Enquanto o segundo é sinistro e carregado, contando com uma dupla
de personagens amorfos, o primeiro é simplesmente poético e com um casal que
encanta emociona. Costumo dizer que Noah é o cara e Allie, simplesmente
fantástica. Enquanto Amanda Collier de “O Melhor de Mim” é uma mulher insegura
e incapaz de lutar por um amor verdadeiro, optando por conviver ao lado de um
marido alcoólatra, por causa dos filhos; Allie é decidida, corajosa e capaz de entender
e seguir o seu coração.
Aqueles que leram “O Melhor de Mim” poderão defender
Amanda dizendo que ela estava casada e tinha filhos, enquanto Allie era apenas
noiva; mas então, porque Amanda pemitiu o flerte de Dawson Cole e foi para a
cama com ele? “O Melhor de Mim”, é brabo e o seu casal de protagonistas,
principalmente, Amanda, também é brabo!
Mas não estou aqui para fazer comparações entre os
dois romances de Sparks, mas sim, para escrever sobre “Diário de Uma Paixão”.
My God! Que livro! Se você estiver precisando chorar um pouco, derramar
lágrimas, de fato, “Diário de Uma Paixão” é o livro certo. Não há como deixar
de ficar com os olhos úmidos e com aquele nozinho na garganta após ler as
cartas trocadas entre Noah e Allie, os poemas que os dois compartilharam e o
diário que Noah lê para a sua mulher todos os dias, quando ela já está bem
doente. Putz, meu, não há coração de pedra que resista à isso.
Não quero dar detalhes sobre a obra de Sparks, por
menores que sejam, pois acredito que estaria cometendo uma baita sacanagem com os
leitores que ainda não tiveram oportunidade de ler o livro. Basta dizer que é
uma história de amor - daquelas de arrebentar - entre duas almas gêmeas e que
nem mesmo as piores dificuldades enfrentadas na juventude e também na velhice
foram capazes de separá-los. Pelo contrário, esses obstáculos serviram para
uni-los ainda mais. Pronto! Isso basta para resumir a história de Noah e Allie.
Grande parte do romance é escrito em primeira
pessoa, narrado por Noah e as cartas trocadas pelo casal foram publicadas na
íntegra, passando a fazer parte do contexto do livro. A última correspondência escrita por Allie, já bem doente, e também a
mais longa publicada perto do final do livro é um pra estraçalhar o mais duro
dos corações.
Prestem atenção no final do livro quando o ‘velho
Noah’ (esse personagem me fez lembrar do Kid Tourão) mesmo com o corpo baqueado pela velhice
e enfermidade decide sair de seu quarto – numa clínica de repouso – para ir até
o quarto de Allie. Meu! Buaaaaá!!! Chorei, novamente. Sparks descreve a
‘odisséia’ de Noah de uma maneira poética, com o personagem imaginando ser um
herói ou bandido revestido de toda a coragem, na esperança de encontrar forças
para vencer as limitações físicas, podendo assim chegar ao seu destino: o
quarto onde está a sua amada Allie.
Confira só um trechinho da ‘aventura’ de Noah: “Sigo
em frente, e o movimento força o sangue para dentro de artérias esquecidas. A
cada passo sinto-me mais forte. Ouço uma porta se abrindo atrás de mim, mas não
escuto passos, e então continuo. Agora sou um forasteiro. Não posso ser
detido”.... “Sou um bandido da meia-noite, mascarado, fugindo no lombo de um
cavalo através de cidades... “Agora sou um....” E por aí afora, ou seja, para
vencer a distância (enorme para ele) e ganhar o prêmio de ver Allie; Noah ‘se
veste’ de vários personagens heróicos para esquecer o seu corpo já corroído. E
então, no final.... acontece a magia... algo que você nunca e jamais poderá
imaginar. Um final imprevisível e ao mesmo tempo emocionante.
Só resta dizer escrever pra vocês: Leiam e
chorem porque o diário de Noah vai abrir um buraco em seu coração.
Para encerrar, fica aqui um conselho de ‘friend’:
leia o livro, primeiro, e então, só depois assista ao filme.
E fui!
Postar um comentário