Diário de Uma Paixão

17 abril 2014


Confesso que estava em dúvida se lia ou não “Diário de Uma Paixão”.
É verdade! Eu estava numa sinuca danada! Parece irônico, não é? Enquanto todos endeusavam a história de Noah e Allie, o chato, aqui, achava que o romance, considerado a obra prima de Nicholas Sparks poderia ser algo decepcionante. Pois é, tudo culpa do primeiro livro que li do autor: a bomba homérica chamada “O Melhor de Mim”. E que bomba! Daquelas que não deixam pedra sobre pedra. Personagens insípidos, situações previsíveis e aquele clima de calvário, onde o pobre do personagem principal só leva porrada e rasteiras da vida e ainda no final... Bem, deixe pra lá. Quem estiver interessado em saber a minha opinião sobre “O Pior de Mim”... quer dizer “O Melhor de Mim” pode acessar aqui.
Diz o antigo ditado popular que gato picado por cobra tem medo de lingüiça, e era assim que me sentia com relação aos livros de Sparks, após ter encarado “O Melhor de Mim”. Estava tão desconfiado, mas tão desconfiado que não estava a fim de arriscar novas leituras de seus livros, mas então, numa das minhas madrugadas insones comecei garimpar alguns livros que estavam em ofertas nas Americanas, Submarino, Saraiva e Cia. Tenho o hábito de ver os comentários das pessoas que já leram determinado livro que ainda não conheço. E quando ‘bati’ os olhos em “Diário de Uma Paixão”, lá estavam as opiniões dos leitores. E pasmem, não havia nenhum, absolutamente nenhum comentário negativo sobre o livro. Cara! Só eram só elogios! Pensei comigo, caraca, será que pela primeira vez, estou diante de um romance perfeito, sem espaço para críticas negativas? O supra-sumo da literatura?? Bem, a verdade é que os comentários que vi diminuíram a minha desconfiança com relação ao autor e assim, acabei comprando “Diário de Uma Paixão”. Resultado: Li o livro em dois dias, loquei o filme, chorei com as cartas de amor escritas por Noah e Allie e.... pera aí... eu escrevi chorei? É isso aí galera, chorei.
“Diário de Uma Paixão” é totalmente o oposto de “O Melhor de Mim”. Enquanto o segundo é sinistro e carregado, contando com uma dupla de personagens amorfos, o primeiro é simplesmente poético e com um casal que encanta emociona. Costumo dizer que Noah é o cara e Allie, simplesmente fantástica. Enquanto Amanda Collier de “O Melhor de Mim” é uma mulher insegura e incapaz de lutar por um amor verdadeiro, optando por conviver ao lado de um marido alcoólatra, por causa dos filhos;  Allie é decidida, corajosa e capaz de entender e seguir o seu coração.
Aqueles que leram “O Melhor de Mim” poderão defender Amanda dizendo que ela estava casada e tinha filhos, enquanto Allie era apenas noiva; mas então, porque Amanda pemitiu o flerte de Dawson Cole e foi para a cama com ele? “O Melhor de Mim”, é brabo e o seu casal de protagonistas, principalmente, Amanda, também é brabo!
Mas não estou aqui para fazer comparações entre os dois romances de Sparks, mas sim, para escrever sobre “Diário de Uma Paixão”. My God! Que livro! Se você estiver precisando chorar um pouco, derramar lágrimas, de fato, “Diário de Uma Paixão” é o livro certo. Não há como deixar de ficar com os olhos úmidos e com aquele nozinho na garganta após ler as cartas trocadas entre Noah e Allie, os poemas que os dois compartilharam e o diário que Noah lê para a sua mulher todos os dias, quando ela já está bem doente. Putz, meu, não há coração de pedra que resista à isso.
Não quero dar detalhes sobre a obra de Sparks, por menores que sejam, pois acredito que estaria cometendo uma baita sacanagem com os leitores que ainda não tiveram oportunidade de ler o livro. Basta dizer que é uma história de amor - daquelas de arrebentar - entre duas almas gêmeas e que nem mesmo as piores dificuldades enfrentadas na juventude e também na velhice foram capazes de separá-los. Pelo contrário, esses obstáculos serviram para uni-los ainda mais. Pronto! Isso basta para resumir a história de Noah e Allie.
Grande parte do romance é escrito em primeira pessoa, narrado por Noah e as cartas trocadas pelo casal foram publicadas na íntegra, passando a fazer parte do contexto do livro. A última correspondência escrita por Allie, já bem doente, e também a mais longa publicada perto do final do livro é um pra estraçalhar o mais duro dos corações.
Prestem atenção no final do livro quando o ‘velho Noah’ (esse personagem me fez lembrar do  Kid Tourão) mesmo com o corpo baqueado pela velhice e enfermidade decide sair de seu quarto – numa clínica de repouso – para ir até o quarto de Allie. Meu! Buaaaaá!!! Chorei, novamente. Sparks descreve a ‘odisséia’ de Noah de uma maneira poética, com o personagem imaginando ser um herói ou bandido revestido de toda a coragem, na esperança de encontrar forças para vencer as limitações físicas, podendo assim chegar ao seu destino: o quarto onde está a sua amada Allie.
Confira só um trechinho da ‘aventura’ de Noah: “Sigo em frente, e o movimento força o sangue para dentro de artérias esquecidas. A cada passo sinto-me mais forte. Ouço uma porta se abrindo atrás de mim, mas não escuto passos, e então continuo. Agora sou um forasteiro. Não posso ser detido”.... “Sou um bandido da meia-noite, mascarado, fugindo no lombo de um cavalo através de cidades... “Agora sou um....” E por aí afora, ou seja, para vencer a distância (enorme para ele) e ganhar o prêmio de ver Allie; Noah ‘se veste’ de vários personagens heróicos para esquecer o seu corpo já corroído. E então, no final.... acontece a magia... algo que você nunca e jamais poderá imaginar. Um final imprevisível e ao mesmo tempo emocionante.
Só resta dizer escrever pra vocês: Leiam e chorem porque o diário de Noah vai abrir um buraco em seu coração.
Para encerrar, fica aqui um conselho de ‘friend’: leia o livro, primeiro, e então, só depois assista ao filme.
E fui!

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