Antes de começar escrever sobre esse thriller tecnológico
de Michael Crichton e Richard Preston, gostaria de contar algo que aconteceu
comigo e que talvez tenha alguma relação com o romance que acabei de ler.
Aproximadamente uma semana antes de encarar “Micro” fui
convidado para o churrasco de aniversário de um amigo meu. Durante a festa, um
‘sádico infeliz’ me chamou: “Môra!! – Etchaaa apelidinho triste esse!! – vem
aqui ver um negócio, corre cara!!” Pois é, do jeito que o tal sádico me chamou
– aliás, só saquei que o sujeito era um sádico, de fato, depois da cena
chocante que me mostrou – pensei que alguém estava passando mal e precisando de
cuidados médicos. Mas ao chegar no local do “acidente” o que é que eu vejo?
Vai! Diz aí mêo! O que é que eu vejo!! PQP!! O que aquele disgramado duma figa
– pra não falar d-e-s-g-r-a-ç-a-d-o!!!! – ‘fio’
de uma ..... me mostrou? O cara %*&¨%$#@* teve a capacidade de
mostrar com um sorriso prazeroso, o ataque de uma aranha (grandinha e esquisita)
à uma ‘moscona’ enorme presa e indefesa numa teia!!! Ecaaaa! A tal aranha vinha
com as suas mandíbulas que mais se pareciam tesouras de jardineiro mais afiadas
do que navalha.
Esse sádico que nem por isso deixa de ser um sujeito
legal... grande amigo (rs), talvez tenha se interessado pelos tamanhos
cavalares da aranha e do inseto e por isso me chamou pra presenciar a cena,
como se eu fosse o juiz responsável pela luta desigual. Credita!!! Eu juiz de
um ‘UFC’ de insetos!! Ahahaha!
Bem, na verdade, aquela cena acabou comigo. Pode parecer
mentira, mas cheguei a ter um ‘mini-pesadelo’ na noite seguinte. Bem, dois dias
depois, fuçando na Net, vejo nos sites das livrarias virtuais o novo livro de
Michael Crichton, “Micro”. Não pensei duas vezes, fechei o pedido na hora.
Êpa! Pêra um pouquinho! Como explicar o meu desejo por essa
obra, se eu não suportei ver uma aranha deglutir uma mosca?!! Calma gente; eu
explico. Os motivos foram dois. Vamos começar com o menos importante. Bem, pela
maioria dos comentários que havia visto nas redes sociais, acreditei que o
enredo principal da história estaria ligado a nanotecnologia, ‘a exemplo de
“Presa”, uma das melhores obras de Crichton que já li em minha vida. Jamais
pensava que a história teria um festival de animais peçonhentos gigantescos
atacando seres humanos menores do que um grão de areia!. Vamos agora, ao
segundo motivo. Este mais importante. A obra em questão se trata de um livro
póstumo do meu ídolo. Portanto, que venham as aranhas, vespas, centopéias e o
escambau a quatro! Que venham com trinta, quarenta, cinqüenta ou cem metros de
altura! Eu coloco os meus medinhos, medões, toque e retoques dentro de uma
sacola e encaro as páginas. Afinal de contas, estou me referindo a Michael
Crichton. O cara... a lenda... Ihh.... desculpe a empolgação, é que o sujeito é
fera.
Olha galera, mas apesar de estar com um tesão incrível pelo
livro, confesso que tive de dominar todos os meus medos de aranhas, vespas,
gafanhotos e outros “bichinhos” para ler as 411 páginas do romance. E quer
saber de uma coisa?? Valeu à pena!! Uhauuu!! E como valeu! Pode acreditar: li
“Micro” em três dias, apesar de estar entupido de serviço. Varava madrugadas,
lia nos intervalos do meu trabalho, no trânsito, no consultório médico, no
toalete; enfim, nos mais diferentes lugares. O enredo desenvolvido por Crichton
e concluído por Preston é uma verdadeira montanha russa que impede o leitor de
desviar os olhos das páginas. Imagine uma história com aventura, intrigas,
traições e romance, temperada com ficção científica da melhor qualidade.
“Micro” é tudo isso e um pouco mais.
Há rumores de que Crichton teria escrito apenas 73% da obra
antes de morrer. O restante da história teria sido completado por Preston.
Ocorre que para o leitor é como se Crichton tivesse escrito todo o livro, o que
deixa evidente o talento e competência de Preston que já havia provado que, de
fato, é o “cara”, quando escreveu em 1994 “The Hot Zone”, um thriller de não
ficção sobre um surto do vírus Ebola num laboratório especializado no estudo de
primatas, localizado em
Virginia. Este fato chamou a atenção do mundo em 1989 e
mobilizou as autoridades médicas e sanitárias de vários países. “The Hot Zone”,
lançado no Brasil pelo Rocco, é uma leitura obrigatória para aqueles que gostam
de obras de qualidade escritas em estilo jornalístico.
Quando soube que Preston havia sido escolhido pelos
herdeiros de Crichton para concluir a sua obra póstuma, encostei a cabeça no
travesseiro, dormi e sonhei com os anjos, pois tinha certeza que seria uma
mistura de qualidade.
O enredo estilo montanha-russa de “Micro” descreve a
aventura de sete promissores estudantes, cada um deles, graduado em determinado
campo da ciência (aracnologia, entomologia, bioquímica, envenenamento, etc) que acabam sendo convidados por Eric Jensen, irmão mais
velho de um deles, a iniciarem um
estágio na empresa da qual é sócio: a NaniGen, especializada na fabricação de
micro-robôs. Chegando nesse conglomerado empresarial, eles descobrem que a
pesquisa da NaniGen vai muito mais além. Na realidade, eles conseguiram dominar
a tecnologia da miniaturização, conseguindo reduzir seres humanos e máquinas à
proporções microscópicas. O objetivo da NaniGen
é enviar grupos de pesquisadores com equipamentos de última geração ao chamado
micro-mundo habitado por insetos,
bactérias e outros animaizinhos nada legais para recolher amostras que podem
ser utilizadas na fabricação de medicamentos que futuramente poderão acabar com
moléstias incuráveis. Com o avançar das
páginas, os leitores vão chegando a conclusão de que na verdade as intenções da
empresa são bem diferentes e nada
altruistas. Pelo contrário; a exploração
do micro-mundo é um disfarce para despitar o seu verdadeiro objetivo. É
evidente né ‘migo’ que não vou revelar
qual objetivo néee....
Quando Éric é assassinado pelo seu sócio
inescrupuloso, Vin Drake, por ter descoberto as verdadeiras intenções da
NaniGen, seu irmão Peter Jensen se torna um alvo em potencial. Resultado:
ele e seus amigos são miniaturizados, pelo vilão, e enviados ao chamado
micro-mundo. Pronto! A partir daí,
prepare o seu coração para as emoções. E que emoções! Os nossos sete
protagonistas micro-humanos são, literalmente, abandonados em uma vasta floresta tropical na
grande ilha do Havaí de Oahu, ficando à mercê
de um “Mundo Perdido” . Os jovens
cientistas encontram uma natrureza hostil e a cada instante deparam com
perigos intensos e surpreendentes.
Armados apenas com o conhecimento do mundo natural, de repente, são obrigados a
enfrentar predadores terríveis que até há poucos instantes não passavam de
simples insetos ou bichinhos inofensivos. Eles tem que vencer esses obstáculos
para tentar impedir que Vin Drake coloque em prática o seu plano
diabólico.
Gostaria de alertar os
leitores com estômagos mais fracos que
existem trechos que realmente causam náuseas, mas daquelas náuseas instantaneas
em que o vômito vem logo a seguir (rs).
Um deles é o ataque de uma vespa que
após ferroar e paralisar a sua vítima humana com veneno, carrega-a ainda viva para dentro do ninho para que sirva
de alimento para... digamos... os seus filhotinhos. Outra passagem “braba” é o ataque organizado das formigas
cabeçudas, uma das espécies carnívoras
mais predadoras do mundo. A sua
forma de atacar é semelhante ao dos velociraptores em “O Parque dos
Dinossauros”, também de Crichton. Elas são extremamente inteligentes e... letais.
Mas nada se compara a dois momentos por demais asquerosos. O primeiro deles
quando uma vespa parasitária pega de supresa um dos cientistas dormindo num
pequeno galho de uma árvores e simplesmente.... confunde o seu braço com uma
larva. Sente só o drama: “ Ele ouviu uma aproximação ruidosa que planou por
cima como um helicóptero... Era uma vespa... Ela desceu.... tocou suavemente a
antena em seu braço esquerdo e sentiu a textura macia e o gosto da pele... Era
uma pele branca e macia como uma lagarta... Então, de repente, a vespa”.... Aii
Aii Aii!!! Mãêeeeeeeeeee!!! Quero lembrar disso não!!! E quero lembrar menos ainda do trecho em que
os caras já ‘mortos’ de fome no micro-mundo – no desespero – resolveram matar
um...... (pontinhos) e provar a carne esbranquiçada e gosmenta do ...
(pontinhos novamente). Ecaaaaaaaaaa!!! Ah! E comeram ainda os bifes crus e
disseram que: - “bem, até que é saboroso”. Ecaaaaaa novamente!!!
Cara! Chega vai! Enfim, “Micro” é isso aí. Perto do final do
livro, há revelações surpreendentes que mudam de maneira quase que total o
contexto da história.
E se esses poucos trechos que descrevi no post já serviram
para acelerar o seu coração ou então causar náuseas, espere só quando ler os
demais, principalmente o ataque de um micro-robô que por engano entra na sala
de miniaturização e recupera o seu tamanho normal. Bem... melhor esquecer.
Inté e boa leitura!
Um comentário
Olá, indiquei um selinho para você no blog.
ResponderExcluirhttp://eisaminhahistoria.blogspot.com.br
To seguindo aqui ;)