Harold Robbins fez parte da minha fase de leitor
adolescente. Cara, eu não lia; eu devorava os seus livros. ‘Religiosamente’ no
horário de almoço do meu primeiro emprego – auxiliar de escritório – ia direto
para a biblioteca à procura de seus livros e também dos de Sidney Sheldon.
Trocava meia hora ou 40 minutos do meu horário de ‘rango’ pelos livros do
escritor americano. Saía da biblioteca, levando sempre dois livros: um de
Robbins e outro do Sheldon. Se hoje, sou um devorador literário devo muito há estas duas saudosas ilustres figurinhas. Aliás, considero Robbins
um Sidney Sheldon mais ousado, mais safado. Poder, traições e claro, sexo (esse,
não poderia faltar) eram os ingredientes principais de suas histórias; algumas
vezes o autor ia fundo, rasgando o verbo sem fronteiras deixando os leitores
mais puritanos com taquicardia. Exemplo
disso é o livro “O machão”, onde logo no prólogo a ‘coisa’ esquenta, ou melhor,
pega fogo!
Ontem, ao chegar em casa tive um insight daqueles
tempos de leitor iniciante e então, recordei de um livro de Robbins que marcou
muito a minha pré-adolescência, afinal de contas, foi a primeira obra que li do
autor. Desta forma, resolvi escrever um post dedicado a 79 Park Avenue que até
hoje trago guardado em minha estante – o adquiri há uns 20 anos. Antes de
escrever esse texto, fiz uma leitura dinâmica da obra para recordar alguns
trechos que já havia esquecido, e olha... confesso: viajei novamente com a saga
da fantástica deMaryann Flood. Mêo, que m-u-l-h-e-r! Esqueça o conceito de
Beleza – apesar de Robbins descrevê-la como muito bonita – estou me referindo à
ela como um ‘mulherão de personalidade’, ‘forte prá dedéu’ como dizia meu
saudoso pai, o insequecível ‘Kid Tourão’. Maryann dirige a Park Avenue, uma
agência de modelos em Nova York que revela por trás de sua fachada, o drama de
lindas jovens que são levadas à prostituição e exploradas por um sindicato de
gangsters.
Flood que após uma infância e adolescência de
violência doméstica e sexual – passando por um reformatório – acaba sendo obrigada
a viver como prostituta e com o tempo, torna-se a responsável pela tal agência.
Ela acaba indo parar no banco dos réus, não se importando em ser condenada, já
que o promotor do caso é o único homem que amou em toda a sua vida.
Robbins, de cara, já abre “79 Park Avenue” com o
julgamento de Maryann para, depois, no decorrer da história ir utilizando do
recurso de flashback para contar a sua história
na infância, adolescência e finalmente na fase adulta. Flood expõe de
maneira aberta os motivos que a levaram a se prostituir.
O livro mistura dois estilos: policial e romance com
direito a um amor impossível. E por se tratar de Robbins, conta também com
cenas bem pesadas explorando o submundo da prostituição e o drama das pessoas
que acabam sendo obrigadas a explorar o seu corpo.
Cara, juro que ainda não acredito que a
bibliotecária ultra recatada de décadas atrás deixou-me ler “79 Park Avenue”.
Sorte a minha!
8 comentários
Como é bom ler sobre Harold. Continue falando sobre autores dessa época, como Robbins, Sheldon e Jefrey Archer, porque essa liberdade de falar o que lhe der na veneta é que torna seu blog especial. Eu comecei a ler Harold depois de esgotar os livros de Sheldon. Queria conhecer um autor parecido. Acho que o que difere os dois é justamente o enfoque policial, do qual Sheldon sempre abusou e que Robbins usou poucas vezes. Acho que é por isso que 79 park Avenue é um dos meus preferidos, pois tem uma investigação, o que o torna praticamente um livro de Sidney Sheldon. O comprei há alguns meses para reler e logo chega a vez dele na fila. Abraços.
ResponderExcluirRonaldo, é bom saber que vc está sempre acompanhando os nossos posts. Quanto a sua pergunta, será muito difícil surgir novos autores com as características de Sheldon e Robbins. Afinal de contas, eles eram verdadeiros gênios.
Excluir79 Park Avenue foi também o primeiro que li de Robbins. Fiquei tão fascinada que li praticamente todos os outros livros dele em sequencia. Mas esse é muito especial, pois até então era devoradas dos livros da Agatha Christie e só.rsrs Saudades da adolescência.
ResponderExcluirDe Agatha à Robbins. Isto prova o quanto vc é eclética no que diz respeito a leitura. Eu também sou assim. Quanto a "79 Park Avenue" é uma das melhores obras de Robbins. Gostei ainda de "O Machão". Recomendo a leitura, inclusive há um post sobre o livro no blog.
ExcluirAbcs!!
GENTE , NÃO CONHECIA ESSE AUTOR ... VOU SUPER PRUCURAR OS SEU LIVROS PORQUE MEU ESTOQUE DO SHELDON ESTA ACABANDO.
ResponderExcluirConheci Harold Robbins na adolescência. E meu primeiro foi ''Escândalo na Sociedade'' 10/10. amei! Pouco tempo tenho hoje, mas adoro ele. E também Agatha que sou fã; Sheldon e Sthephen King.
ResponderExcluirPois é Sérgio; Harold Robbins fez parte da adolescência de muitos leitores, hoje adultos, inclusive da minha.
ExcluirAbraços!
Lembro desse livro e não gostava dessa personagem principal. Não digo em relação a quem se prostitui, mas daí explorar a prostituição, caftinagem é uma coisa muito cretina.
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