Dúvidas cruéis: aproveito este final de semana para
organizar a minha estante de livros que está uma bagunça danada; prossigo a
leitura de “VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue” que estou achando viciante;
lavo a minha roupa - estamos sem empregada... Ah! O “estamos” refere-se também
a Lulu; preparo a pauta de uma entrevista para segunda-feira ou... me acomodo
na frente do meu computador e escrevo uma postagem para o blog?
Cara, acabei optando pela última proposta porque caso contrário, não iria manter cronograma que adotei como regra para a publicação dos posts. Esse cronograma significa um post a cada três ou quatro dias. Bem, chega de explicações e vamos a nossa postagem de hoje.
Cara, acabei optando pela última proposta porque caso contrário, não iria manter cronograma que adotei como regra para a publicação dos posts. Esse cronograma significa um post a cada três ou quatro dias. Bem, chega de explicações e vamos a nossa postagem de hoje.
Galera, creio que os livros de aventura fazem parte da
vida de qualquer leitor, pois não há quem resista aquelas peripécias
fantásticas aprontadas pelos personagens dos nossos livros preferidos. Adoro
livros com essas características. Na minha opinião, não existe gênero melhor
para espairecermos, um pouco, e esquecermos da correria do nosso dia a dia.
Na lista de hoje optei por excluir as obras que fazem
parte de alguma saga. Foi uma opção minha porque teria de escolher um livro
entre cinco, sete, oito, dez ou até mais. Por isso, optei por escolher apenas
obras únicas – com exceção de “O Temor do Sábio” que ainda não pode ser
considerado como parte de uma saga, já que Patrick Rothfuss vem enrolando há
‘milênios’ o lançamento de “Os Portões de Pedras” que deve fechar as aventuras
de Kvothe; e também “As Crônicas de Nárnia” que apesar de muitos entenderem ser
uma saga, chegou a ter os seus sete livros lançados num único volume que acabou
se tornando mais conhecido do que os livros separados.
Ah! Mais um detalhe. Optei por escolher apenas as
obras que já tive a oportunidade de ler e portanto, por conhece-las muito bem,
tenho mais segurança para comentá-las e indica-las.
Sem mais lero, lero, vamos a elas:
01
– Primeiro Sangue (David Morrell)
“Primeiro Sangue” – que deu origem ao filme Rambo com Sylvester Stallone - é um
livro que rompe os paradigmas das histórias de heróis e vilões, bandidos e
mocinhos. Morrell optou por um contexto onde não existem heróis, mas apenas
vilões. Rambo e o Xerife Teasle são verdadeiros homens das cavernas que não
aceitam mudar os seus princípios mesmo quando estão errados. Esta
desmistificação dos romances tradicionais torna a leitura ainda mais
interessante, pois você não tem aquele personagem certinho e de princípios ou,
então um anti-herói para torcer. No livro de Morrel, todo mundo é vilão mesmo!
Caçado e caçadores. Um querendo ver o sangue do outro. Isto faz com que as
vezes você acabe torcendo para o problemático Rambo e em outras, para o “mala”
do xerife.
Diferente de “Rambo – Programado para Matar” que
passou nos cinemas em 1982 e abriu a série de filmes que prossegue até nos dias
de hoje, o personagem do livro não pensa duas vezes em puxar o gatilho para
eliminar quem entrar em seu caminho; para ele a sua única amiga é a liberdade e
para alcançá-la é capaz de tudo. O ex-combatente provoca várias mortes,
incluindo pessoas inocentes, tudo para conseguir fugir e se ver livre.
O embate entre Rambo e Teasle é eletrizante e ao
contrário do filme, o personagem não usa uma faca multifuncional, mas apenas um
rifle e isso já é o suficiente para provocar uma chacina durante a sua
fuga.
02 – O Temor do Sábio (Patrick Rothfuss)
Li este livro numa das fases mais difíceis da minha
vida: quando perdi o meu pai, o saudoso Kid Tourão que ilustrou tantas
postagens desse blog (para aqueles que ainda não leram, basta acessarem aqui,
aqui, aqui ,também aqui e novamente aqui). Acredito que se fosse um outro livro teria
abandonado a sua leitura, pois estava num processo inicial de luto terrível,
com o coração dilacerado, mas no final, “O Temor do Sábio” acabou me ajudando a
amenizar essa fase. A história é fantástica. Se “O Nome do Vento” é uma obra
mais descritiva, a sua sequência, ao contrário, é pura adrenalina.
“O Temor do Sábio” mostra as aventuras do personagem
Kvothe fora do ambiente da Universidade onde aprendeu os seus truques de magia
e simpatia. O pequeno arcanista viaja para terras estranhas, perigosas e
encantadas em busca de aventura. Vemos um Kvothe muito diferente do primeiro:
mais ousado, inclusive com as mulheres. “O Temor do Sábio” marca a
transformação de um menino em homem. Rothfuss mostra um personagem herói e ao
mesmo tempo assassino.
O ritmo de escrita do autor é alucinante. Todos os
capítulos não negam fogo, mas na minha opinião, o trecho sobre os ademrianos é
‘estupidamente fantástico’. Cara, Kvothe tem que provar que é bom, de fato, já
que decide aprender a lutar com um grupo de mercenários que defende sua cultura
milenar com garras afiadas, não permitindo que nenhum estranho conheça os
segredos de sua arte. O nosso herói, então, tem que provar que é
merecedor desse privilégio passando por várias provas arriscadas colocando em
jogo a sua própria vida. Incrível!
Costumo dizer que “O Temor do Sábio” transpira ação em
suas páginas.
03
– O Enxame (Arthur Herzog)
O livro lançado em 1976 pela Artenova é fantástico e
volta e meia o releio ou então dou uma folheada em algumas partes. Pena que o
filme baseado na obra e que passou nos cinemas em 1978 foi um verdadeiro fiasco
apesar de ter contado com um elenco estelar, na época, incluindo Michael Caine,
Richard Chamberlain, Henry Fonda, Richard Widmark e Katharine Ross, entre
outros.
Herzog usou um método inovador na época, deixando de
lado a introdução, prólogo, prefácio e outros inícios convencionais de obras,
para estampar logo de cara em seu livro notícias de ataques de abelhas africanas
em várias parte do mundo. As duas páginas, antes do 1º capítulo, contem textos
jornalísticos sobre os estragos provocados pelas abelhas, além de relatos que
indicam o surgimento de uma nova espécie mortífera do animal.
Confesso que foi um golpe de mestre de Arthur Herzog,
pois antes mesmo de começar a história - propriamente dita – ele já consegue
fisgar a atenção do leitor apresentando escancaradamente o vilão. E mais;
pintando esse vilão com tinta vermelha para alertar sobre a sua
letalidade.
“O Enxame” é um romance cheio de tensão e para ler
numa só tacada. Como já disse uma verdadeira joia rara que só será encontrada
nas prateleiras de algum sebo. Mas tenha em mente que a procura valerá a pena.
04
– A Marca do Zorro (Johnston McCulley)
Há histórias simples que apesar de toda a sua falta de
sofisticação e profundidade tem o dom de prender os leitores da primeira à
última página. Uma dessas obras chama-se “A Marca do Zorro”, de Johnston
McCulley, lançada em 1924. O livro é desprovido de todo aquele glamour
existente em “Zorro: Começa a Lenda”, da escritora chilena Isabel Allende, mas
tem dois ingredientes que o transformam numa obra deliciosa. Estes ingredientes
chamam-se: magia e aventura.
Na obra de McCulley, o que vale, de fato, é a
“AVENTURA” e com todas as letras maiúsculas. O enredo é uma verdadeira montanha
russa permeado de duelos de espada, traições, paixões desenfreadas, vinganças e
personagens um pouquinho caricatos, mas que mesmo assim convencem.
No livro de McCulley, o jovem fidalgo Don Diego Vega
assume a identidade secreta de “El Zorro” (“a raposa”) para defender o povo
explorado pelos soldados espanhóis que dominam a região de San Juan Capistrano,
no México.
Livraço do gênero aventura!
05
– Os Três Mosqueteiros (Alexandre Dumas)
Alexandre Dumas conseguiu escrever um livro para todas
as idades e que apesar do tempo – foi publicado pela primeira vez em 1844 –
ainda continua sendo lido prazerosamente pelos jovens e adultos deste novo
milênio. Este é um dos motivos que faz com que a obra de Dumas seja considerada
um divisor de águas no gênero, com o poder de “enfeitiçar e seduzir” leitores
há mais de 170 anos.
O sucesso de “Os Três Mosqueteiros” foi tanto que deu
origem a inúmeras peças de teatro, produções cinematográficas e televisivas.
A história é por deveras conhecida por adultos,
crianças, adolescentes e idosos, ou será que você não se recorda daquele jovem
gascão, de 18 anos, destemido e aventureiro que um dia resolve deixar o seu
velho pai para tentar realizar o sonho de tornar-se membro do corpo de elite
dos guardas do rei da França, os famosos mosqueteiros. Chegando a Paris, após
algumas aventuras e confusões, esse jovem chamado D’Artagnan conhece três
mosqueteiros apelidados de "os inseparáveis”: Athos, Porthos e
Aramis. Juntos, os quatro enfrentam grandes aventuras a serviço do rei da
França, Luís XIII, e principalmente da rainha Ana d’Áustria.
Os duelos de espada descritos por Dumas conseguem
prender a atenção dos leitores de tal maneira que torna-se impossível dar uma
simples piscada.
06
– O Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas)
Perdoem-me, mas vou ter que ser repetitivo, já que
terei de incluir nessa lista um outro livro de Alexandre Dumas. À exemplo de
“Os Três Mosqueteiros”, a saga do marinheiro Edmond Dantes que após ser traído
por um grupo de “amigos” acaba indo parar na terrível prisão do Castelo de If,
além de perder a sua amada noiva Mercedes com a qual iria se casar, prende a
atenção do mais relapso dos leitores.
O livro tem passagens fortes e emocionantes, entre as
quais o encontro do de Dantes, após conseguir escapar da prisão, com a sua
ex-noiva, agora casada com um de seus amigos traidores: Fernand Mondego.
Apesar de ter a classificação de literatura
infanto-juvenil, “O Conde de Monte Cristo” tem passagens fortes e marcantes.
Por isso, posso classificá-lo de extremamente vigoroso. O enredo magnífico nos
prende como a teia de aranha tecida por Dantes para se vingar de seus inimigos.
07
– As Crônicas de Narnia (C.S. Lewis)
O livro de C.S. Lewis é bárbaro! “As Crônicas deNárnia” tem o poder de levar o leitor para o interior de suas páginas. Olha,
imagine que você leitor, seja Bastian – aquele garoto do filme Never Ending
History – e “As Crônicas de Nárnia” o próprio livro História Sem Fim.
Pois é, é como se você entrasse no âmago da história e também passasse a
fazer parte dela, vivendo as mesmas aventuras dos seus personagens.
Adultos e crianças viajaram bem fundo com as
peripécias de Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia que certo dia foram parar no reino
de Nárnia. Lá deixaram de ser crianças comuns para se tornarem reis e princesas
de uma terra mágica. Quem não se encantou com o enigmático e justo leão Aslan;
com o valente príncipe Caspian ou, então, torceu pela queda da maldosa
feiticeira?
Todos os sete volumes de “As Crônicas de
Nárnia” foram escritos entre 1949 e 1954, tendo sido publicados
originalmente no Reino Unido pela editora Harper Collins entre 1950 e 1956.
Li a obra da editora Martins Fontes de 750 páginas –
que relançou os sete livros numa única edição - em poucos dias e ainda me
lembro que graças a ela perdi madrugadas de sono, já que os sete livros de
Lewis são viciantes. Não dá para ficar imune as batalhas épicas entre o bem e o
mal, as criaturas fantásticas, traições, feitos heroicos e amizades (ganhas e
perdidas).
Se você gosta de aventuras, esta edição especial da
Martins Fontes não pode faltar em sua estante.
08
– A Tormenta: A história real de uma luta de homens contra o mar (Sebastian
Junger)
A história do naufrágio do barco de pesca Andrea Gail
- na costa da Nova Escócia, após enfrentar uma violenta tempestade com ondas de
mais de 30 metros - ocupa uma boa parte de “A Tormenta: A história real de umaluta de homens contra o mar”, mas não toda ela. O livro de Sebastian Junger,
como o próprio título aponta, é a história de vários homens e mulheres que em
outubro de 1991 enfrentaram uma tempestade criada por uma combinação de fatores
que os meteorologistas a consideraram a “tempestade perfeita” ou a “tempestade
do século”. A tormenta atingiu várias cidades de Massachusetts, mas a pior
parte ficou reservada para os pescadores de espadarte do porto de Gloucester,
principalmente aqueles que no momento do fenômeno se encontravam com os seus
barcos em alto mar. É a história desses heróis e heroínas que Junger oferece –
num cardápio de primeira – para os seus leitores.
Neste contexto, o drama dos pescadores acaba se
fundindo com a história dos paraquedistas de resgate, conhecidos por PRs, que
muitas vezes são obrigados a driblar o terror de enfrentar ondas da altura de
um edifício de 10 andares para poderem salvar vidas que estão por um fio no mar
bravio.
Posso garantir que a partir do momento que você
embarca nessa aventura jornalística não há como parar. Nem mesmo algumas
explicações técnicas e um pouco cansativas sobre como se formam as grandes
tempestades conseguem quebrar o ritmo da obra.
09
– O Destino do Poseidon (Paul Gallico)
O enredo literário do transatlântico que vira de
cabeça para baixo após ser atingido por um vagalhão e mostra a luta de um grupo
de sobreviventes para chegar ao casco antes que a embarcação afunde é
imperdível.
Considero a edição de bolso, surrada, de “O Destino doPoseidon”, publicada pela Edibolso em 1978, o meu talismã. E posso garantir que
valeu a pena todo o sacrifício para adquiri-lo, pois foi um dos livros que mais
me tocou, chegando ao ponto de me obrigar dar um tempo na leitura dos contos de
“O Incrível Homem que Encolheu”, somente para reler a obra de Gallico. E olha
que eu dei um “breque” numa obra de Richard Matheson! Guardo esse talismã em
minha estante como uma joia rara.
“O Destino do Poseidon” conta a história de uma
catástrofe em alto mar que prende o leitor da primeira à última página. O S.S.
Poseidon, um antigo e gigantesco transatlântico convertido em navio de
cruzeiro, transportando mais de 500 passageiros numa viagem de réveillon, é
atingido por uma gigantesca onda que acaba virando o navio de cabeça para
baixo. No meio dessa tragédia temos dois grupos de sobreviventes: um composto
por pessoas conformadas que preferem aguardar o salvamento no meio dos
destroços e outro grupo formado por aventureiros que decidem encarar uma viagem
cheia de perigos até o casco do navio que se encontra na superfície. O livro é
sobre esses aventureiros. Suas vitórias, derrotas, tristezas, alegrias,
desentendimentos, traições, provas de amizade e coragem, durante essa jornada
suicida.
10
– Anjos e Demônios (Dan Brown)
“Anjos e Demônios” lançado em 2004 e que também virou
um filmaço, tem um Dan Brown em seus melhores dias. Cada capítulo é uma verdadeira
loucura com enigmas, traições, perseguições, enfim, um enredo que vicia o
leitor, evitando que fique longe do livro por muito tempo.
“Anjos e Demônios’ é considerada a primeira aventura do
professor de simbologia de Harvard, Robert Langdon, onde ele tenta impedir que
uma antiga sociedade secreta destrua a Cidade do Vaticano.
Às vésperas do conclave que vai eleger o novo Papa, o
emblemático professor é chamado às pressas para analisar um misterioso símbolo
marcado a fogo no peito de um físico assassinado em um grande centro de
pesquisas na Suíça.
Langdon descobre indícios de algo inimaginável: a
assinatura macabra no corpo da vítima - um ambigrama que pode ser lido tanto de
cabeça para cima quanto de cabeça para baixo - é dos Illuminati, uma poderosa
fraternidade considerada extinta há quatrocentos anos.
A antiga sociedade ressurgiu disposta a levar a cabo a
lendária vingança contra a Igreja Católica, seu inimigo mais odiado. De posse
de uma nova arma devastadora, roubada do centro de pesquisas, ela ameaça
explodir a Cidade do Vaticano e matar os quatro cardeais mais cotados para a
sucessão papal.
Correndo contra o tempo, Langdon voa para Roma junto
com Vittoria Vetra, uma bela cientista italiana para tentar evitar a
catástrofe.
Taí galera! Se vocês apreciam o gênero aventura, mãos
à obra; escolham o seu preferido e boa leitura!
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